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Ap1 TCC II (1)

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32
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA
CUSO DE SERVIÇO SOCIAL
DÉBORA CRISTINA SANTOS DA SILVA
O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE DA MULHER: UMA REVISÃO DA LITERATURA 
Chorrochó-BA
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA
CUSO DE SERVIÇO SOCIAL
DEBORA CRISTINA DOS SANTOS SILVA
 O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE DA MULHER: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário UNINTA, Polo de Antas-Ba, como requisito para a obtenção parcial da nota de TCC I do curso de Bacharel em Serviço Social. Orientador: Profª Isabelle Duarte
Chorrochó-BA
2022
Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência.
Karl Marx
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse ao longo da minha vida, e não somente nesses anos de universitária, mas em todos os momentos, poies ele é o maior mestre que alguém pode conhecer.
Agradeço ao meu filho Bernardo Menezes dos Santos, por ter sido meu alicerce, minha fortaleza, a minha mãe Francineide Santos Silva, por todo carinho e compreensão, afinal sem essa mulher guerreira que é minha maior inspiração, eu não teria alcançado tantas bênçãos. Minha gratidão, também se estende ao meu pai, Domingos Mota de Menezes (in memoriam), te dedico essa vitória, ao meu esposo Edson Silva Santos, que acima de tudo é um grande amigo, sempre presente nos momentos difíceis com uma palavra de incentivo, a minha prima e irmã Bárbara Oliveira da Silva, por se fazer presente em todos os momentos da minha vida, aos meus colegas de curso pela troca de saberes, ajuda mútua, e porque conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos.
Obrigada a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram para a conclusão desta etapa da minha vida.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	05
2 ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE DA MULHER	07
2.1 Breve contexto histórico da Inserção do Serviço Social na Saúde	08
2.2. Panorama histórico do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher	14
3 AÇÕES INTERDISCIPLINARES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NA SAÚDE DA MULHER	19
3.1 A importância da inserção do serviço social na saúde reprodutiva da mulher	20
3.2 O Serviço Social e a Política Pública de Humanização do Parto e Nascimento.	26
4 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL COM MULHERES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL	00
4.1 Assistência Social no cuidado a mulheres condicionadas á violência doméstica 	00
4.2. O Assistente Social frente à Promoção de Políticas Públicas de combate a violências contra mulheres	00
REFERÊNCIAS	32
ANEXOS	00
APÊNDICES	00
1 INTRODUÇÃO
Na década de 80, o movimento feminista ganha força e inicia a ruptura de alguns paradigmas machistas presente na sociedade, participando de importantes conquistas no âmbito da política e da saúde. Na política, as mulheres conquistam o percentual de 30% de candidaturas em cargos políticos que antes eram ocupados, exclusivamente por homens, ampliando assim sua inclusão nos espaços de representatividade e nos conselhos de Condição Feminina e movimentos afins (CAMARGO, 2000, p. 6).
Na saúde as políticas de atenção a este público, voltavam-se inicialmente para a gestação e parto, cuja finalidade era identificar as causas de mortalidade materna e desnutrição infantil, já que nesta década, as mulheres eram visualizadas com procriadoras, tendo seu corpo reduzido à capacidade reprodutiva, e sendo a maternidade o papel mais relevante ao gênero feminino, o que renegava outras questões importantes à saúde da mulher, como a prevenção e o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, aborto, métodos e técnicas de controle a fertilidade, climatério e menopausa, e etc. (DIAS, 2017, p.2).
Agregado a este contexto, ainda na década de 80 é possível perceber as lacunas e os avanços conquistado pelo serviço social no que concerne à saúde, uma vez que há um marco no início da maturidade da tendência hegemônica na academia e nas entidades representativas da categoria – intenção de ruptura – e, com isso, a interlocução real com a tradição marxista. No entanto, os profissionais dessa vertente se inserem, na sua maioria, nas universidades e têm pouca capilaridade nos serviços (NETTO, 1996a; BRAVO, 1996)
A saúde, os avanços conquistados pela profissão no exercício profissional são considerados insuficientes, pois o Serviço Social chega à década de 1990 ainda com uma incipiente alteração do trabalho institucional; continua enquanto categoria desarticulada do Movimento da Reforma Sanitária, sem nenhuma explícita e organizada ocupação na máquina do Estado pelos setores progressistas da profissão (encaminhamento operacionalizado pela Reforma Sanitária) e insuficiente produção sobre “as demandas postas à prática em saúde” (BRAVO, 1996).
Diante de tais discrepâncias, faz-se necessário e de suma importância, um estudo a respeito do Papel do Serviço Social na Saúde da Mulher, uma vez que este grupo ainda sofre com as desigualdades de gênero e com alguns traços das visões misóginas da antiguidade, principalmente na área de atenção integral à saúde da mulher. Sendo assim este trabalho justifica-se por possibilitar estímulos à reflexão sobre a ação do serviço social no que concerne a promoção da humanização e qualidade no atendimento integral á saúde da mulher, bem como e a inserção e a atuação de profissionais da assistência social na saúde.
Por conseguinte, a pesquisa caracteriza-se como uma revisão bibliográfica, cujo intuito é estabelecer um debate entre ideias já pré-estabelecidas e ideias construídas ao longo da pesquisa, através de análise e interpretação de dados bibliográficos e cuja abordagem adotada é qualitativa e descritiva,
Destaca-se ainda que, por se tratar de um estudo que partiu da pesquisa bibliográfica, não cabe referenciar local de realização e participantes da pesquisa, entretanto o estudo constitui-se de revisão integrativa que permite uma abordagem metodológica de inclusão de conhecimentos experimentais e não experimentais, tais como livros de leitura corrente, teses, dissertações, monografias, livros de referência e periódicos científicos, para uma compreensão completa do fenômeno analisado.
6
2 ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE DA MULHER
A expansão da atuação do Serviço Social na saúde ocorreu a partir dos anos 1945 em razão da conjuntura que o país vivenciava, sobretudo pelas novas exigências impostas pelo capitalismo em razão das mudanças que ocorreram após o término da Segunda Guerra Mundial. Neste período, houve uma agudização das expressões de questões sociais, o que exigiu uma maior intervenção do Estado no âmbito da sociedade.
Segundo Costa (2009), o movimento sanitário, contrário à saúde privada e à restrição da saúde pública e seu viés conservador, deu bases políticas e técnicas para a criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM).
O Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher compreende a saúde como um processo resultante de fatores biológicos, sociais, econômicos, culturais e históricos. Isso implica em afirmar que o perfil de saúde e doença varia no tempo e no espaço, de acordo com o grau de desenvolvimento econômico, social e humano, incluindo a questão de gênero como condicionante/determinante social.
Este capítulo inicia-se por descrever, a partir de literaturas já pré-estabelecidas a historicidade da inserção da Assistência Social na área da Saúde, bem como disserta sobre a participação do Serviço Social no Programa de Assistência Social à Saúde da Mulher.
2.1 Breve contexto histórico da Inserção do Serviço Social na Saúde 
Anteriormente à década de 1930, as ações assistenciais eram desenvolvidas a partir de práticas diretamente ligadas à Ação Católica, e as denominadas "protoformas do serviço social" vinculavam-se às atividades de caráter cristão, filantrópico e assistencialista. O conservadorismo profissional estava restrito à fundamentação filosófica de base neotomista, referenciadosnas Encíclicas Papais Rerum Novarum e o Quadragésimo Ano, que retratavam o pensamento da Igreja Católica sobre o pauperismo e a questão social (PADILHA, 2008)
Na análise de Paulo Netto (2005) a origem do serviço social, enquanto profissão na sociedade capitalista se configura num contexto sócio-histórico demarcado pelo acirramento das contradições entre o capital e o trabalho. É nesse contexto que emerge a questão social, que se torna a base da justificação para a atuação deste tipo de profissional especializado.
Silva e Silva, 2007 apud Silva e Nóbrega, 2017, p.2 afirmam:
Assim sendo, o Serviço Social é uma profissão que surgiu na sociedade para atender as necessidades societárias expressas pela ordem do capital. Isto é, se inseriu no processo das relações sociais, como auxiliar e subsidiária no controle da sociedade e na difusão da ideologia dominante entre a classe trabalhadora, intervindo na sociedade por meio de serviços sociais que criavam as condições favoráveis a reprodução da força de trabalho (Silva e Silva, 2007 apud Silva e Nóbrega, 2017, p.2).
A partir da década de 60, em plena ditadura militar, o Serviço Social passou por um período de renovação profissional que, segundo Netto (1998), se deu em três direções: a modernizadora, a reatualização do conservadorismo e a intenção de ruptura. A direção modernizadora tornou-se hegemônica face às exigências do mercado de trabalho e do modelo autocrático da época, sendo que na área da saúde, a perspectiva modernizadora sedimenta a prática profissional na dimensão curativa, dando ênfase às técnicas de intervenção, burocratização das atividades e concessão de benefícios.
De acordo com Bravo e Castro (2009), o novo conceito de saúde proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) abordou os aspectos biopsicossociais, que determinou a requisição de diversos profissionais para atuar na saúde de maneira multidisciplinar, como por exemplo, plantão, triagem ou seleção, encaminhamento, concessão de benefícios e orientação previdenciária. Somente a partir de 1975 que os assistentes sociais irão atuar nos Centros de Saúde, antes deste período as visitadoras sociais desenvolviam um trabalho semelhante ao dos/as assistentes sociais nestes locais de trabalho.
A função do assistente social era, assim, auxiliar o médico e suas atribuições, determinadas por este profissional. Durante esse período, a influência do serviço social norte-americano foi preponderante, sendo a sua função balizada pelos da American Association of Social Work, por sua vez articulada à American Hospital Association ( BEROZOVSKY, 1977, p.5 APUD LESSA, 2011, p.81)
Em meados da década de 80 começa-se a desenhar um novo norte de atuação para o Serviço Social, sobretudo pelas influências teórico-metodológicas deste período, que são substanciadas pelo materialismo histórico-dialético, ou seja, a teoria social marxista, que possibilitará nova visão de mundo, no que condiz uma análise apurada da totalidade, considerando os fatores sociais, políticos e econômicos bem como as contradições presentes no modo de produção capitalista.
[...] a ruptura com a herança conservadora expressa-se como uma procura, uma luta por alcançar novas bases de legitimidade da ação profissional do Assistente Social, que, reconhecendo as contradições sociais presentes nas condições do exercício profissional, busca-se colocar-se, objetivamente a serviço dos interesses dos usuários, isto é, dos setores dominados da sociedade” (IAMAMOTO, 2000, p.37).
O movimento da reforma sanitária culminou com a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em março de 1986, com a participação de diversos setores da sociedade e na qual houve consenso sobre uma necessária e ampla reestruturação financeira, organizacional e institucional do setor saúde no Brasil indo ao encontro de uma ampliação do conceito de saúde. Assim, a saúde deveria estabelecer uma estreita relação com as condições de vida dos cidadãos, como moradia, alimentação, trabalho, lazer e renda.
Com a Constituição de 1988 e a implantação do SUS, a saúde passa a ser considerada direito de todos e dever do Estado e os princípios da descentralização, da universalização, da integralidade, da participação da comunidade passam a ser diretrizes do novo sistema. A regulamentação do SUS, em 1990, pelas Leis Orgânicas 8.080/90 e 8.142/90 trouxe ainda mais inovações para a área da saúde, como a ampliação do conceito de saúde, que passou a considerar fatores como “a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais” (BRASIL,1990) como condicionantes e determinantes da saúde. E ainda provocou mudanças na atuação do Serviço Social junto a esta área.
Segundo Krüger (2010)
Ao analisar a história da constituição do Sistema Único de Saúde Krüger sinaliza que a tensão entre os projetos de reforma sanitária e o privatista não possibilitou a estruturação do SUS de acordo com seus princípios, tendo como consequência a precarização do processo de trabalho dos profissionais e alterando o perfil e necessidades de saúde dos usuários (Krüger, 2010, p.3).
Bravo (2013, p.24) enfatiza
O profissional intervém, ainda, na criação de condições favorecedoras da reprodução da força de trabalho, através da mediação dos serviços sociais, implementados pela política social do Estado. O assistente social, na sua ação profissional de mediador de interesses de classes em luta pela hegemonia na sociedade, tem sua prática permeada por esse jogo de forças, subordinando-se historicamente aquelas que são dominantes do ponto de vista político, econômico e ideológico, em conjunturas históricas determinadas (BRAVO, 2013, p. 24).
Nos dizeres de Bravo (2013), o serviço social situa-se no processo de reprodução das relações sociais subsidiando no exercício do controle social e na difusão da ideologia dominante junto à classe trabalhadora, bem como contribuindo para a criação de 5 bases políticas que legitimem o exercício de poder de classe, contrapondo-se as iniciativas autônomas de organização e representação dos trabalhadores. Sendo assim, o assistente social tem sua ação pautada pelos interesses de classes, respondendo tanto as demandas do capital como do trabalho.
Visando atender demandas coletivas observamos que surgem para os assistentes sociais a partir da instituição do Sistema Único de Saúde-SUS a oportunidade na coordenação, gestão e planejamento devido às possibilidades de trabalho multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial, assim também como novos desafios e espaços ocupacionais em áreas não exclusivas do Serviço Social (Ibid.). O assistente social mostra o potencial que possui para articular o debate interdisciplinar, refletindo sobre as formas de atendimento em sua totalidade, tal característica tem pautado as reflexões no grupo de profissionais para reconhecer as necessidades em saúde e seus determinantes sociais (Ibid.).
As mudanças sócio-históricas influenciaram e continuam influenciando o fazer profissional na saúde, reafirmando a necessidade do assistente social ir além das rotinas pré-estabelecidas, sendo necessário detectar tendências e possibilidades para investir no campo de trabalho, na pesquisa, na formação e qualificação profissional. 
Iamamoto (2000, p. 169) completa “ Pensar a formação profissional no presente é, ao mesmo tempo, fazer um balanço do debate recente do Serviço Social, indicando temas a serem desenvolvidas, pesquisas a serem estimuladas para decifrar as novas demandas que se apresentam ao Serviço Social” (IAMAMOTO, p.169, 2000). Nesse sentido, a profissão ganhou força e espaço, sendo hoje considerada como profissão de saúde, conforme publicado na Resolução nº 218/1997 do Conselho Nacional de Saúde e caracterizado como profissional da saúde pela Resolução nº 383/1999 do Conselho Federal de Serviço Social.
Costa (2009, p.16) destaca que a atuação assistencial é uma das principais demandas aos profissionais de Serviço Social.
[...]a inserção dos assistentes sociais nos serviços de saúde é mediada pelo reconhecimento social da profissão e por um conjunto de necessidades que se definem e redefinem a partir das condições históricas sob as quais a saúde pública se desenvolveu no Brasil. A implementação do Sistema Único de Saúde – SUS, a partir de 1990, exigiu novas formas de organização do trabalho em saúde, com o inicio das reivindicações históricas do movimento sanitário que são exemplo à universalização, a descentralização e a participação popular (COSTA, 2000, p. 16)
Vários estudos destacam a importância desta lei para país, como Minayo et al. (1994) mostra que este conceito ampliado de saúde relaciona-se diretamente com a melhoria da qualidade de vida da população, tendo como patamar mínimo e universal a satisfação das necessidades humanas elementares.
Atualmente os profissionais de Serviço Social ainda podem ampliar sua atuação, conforme a demanda das equipes de saúde da família, nos centros de atenção como o NASF, apoiando grupos de escuta do Programa Saúde na Escola, realizando ações de educação permanente das equipes de saúde da família, apoiando Conselhos Locais de Saúde, movimentos populares e instituições comunitárias no seu território de abrangência, incentivando a criação e organização de geração de trabalho e renda no território, entre outros (MARTINI et al., 2013)
A conquista da saúde como um direito universal é fruto de lutas sociais travadas no Brasil durante o século XX, logo uma conquista da classe trabalhadora que resultou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS) tendo seus bens e serviços previstos no texto Constitucional para ser operacionalizado de forma disciplinada pela Lei com limitações. Compreender esse processo histórico e político, enquanto determinantes da relação Serviço Social Política Pública de Saúde, influencia o pensar e o agir do profissional, daí a importância deste debate ser realizado constantemente pela categoria, com reflexões críticas sobre o passado e a atualidade do Serviço Social brasileiro e de sua relação com a saúde pública. 
Um debate sobre a saúde enquanto direito social, conquista da classe trabalhadora e suas implicações na história, na formação e na prática profissional dos assistentes sociais no Brasil. Vimos que o Serviço Social, ao longo de seu processo sócio histórico de constituição, manteve relação com o campo da saúde. Desde a criação das primeiras Escolas de Serviço Social, constata-se certa aproximação da nascente categoria profissional com as questões afeitas à saúde. A formação inicial já contava com algumas disciplinas relacionadas à saúde.
A assistente social e a acadêmica atuam em regime de plantão, em três dias da semana (segunda; quarta e quinta-feira), realizando, além das ações estratégicas e de aproximação inicial, atendimento às demandas espontâneas e participação nas ações do Planejamento Familiar, envolvendo abordagem individual e reunião educativa mensal. Organiza-se para implementar um espaço de abordagem grupal semanal, de modo a propiciar a orientação sobre direitos sociais e reflexão sobre os aspectos envolvidos no processo de adoecimento, hospitalização e da condição feminina.
O Serviço Social atua ainda em outras atividades de caráter estratégico, tendo em vista o momento inicial de inserção, como já sinalizado, a fim de consubstanciar o Plano de atuação profissional a ser elaborado para 2011, visando contemplar os objetivos de aprimoramento das ações assistenciais desenvolvidas no setor, com base nos princípios de integralidade e interdisciplinaridade, preconizadas nos dispositivos legais.
A atuação profissional tem como base uma perspectiva histórica sobre a condição feminina, evidenciando os novos papéis que a mesma assume na sociedade, bem como a consideração sobre a diversidade presente em sua subjetividade (racial; etária; religiosa; de orientação sexual...), as quais repercutem com especificidades sobre o corpo adoecido (MOTA, A. E.; BRAVO, M. I. S. et al., 2006)
Portanto, o assistente social deve preservar sua identidade profissional, assim partilhando, dos princípios e diretrizes defendidos pelo projeto ético-político, atuando numa perspectiva que possibilite a leitura da realidade, bem como a capacidade de identificação das condições materiais de vida dos usuários, contribuindo com o fortalecimento dos trabalhadores enquanto sujeitos históricos, tornando-os protagonistas de suas histórias, transformando, inclusive, a realidade por meio da inscrição de reivindicações na agenda pública de saúde, visto a mobilização, participação e controle social.
2.2 Panorama histórico do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
As mulheres representam a maioria da população brasileira, cerca de 50,77% e são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Frequentemente elas estão a procura dos serviços de saúde para o seu próprio atendimento, mas, sobretudo, acompanhando crianças e outros familiares, pessoas idosas, com deficiência, vizinhos, amigos. São também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade. A situação de saúde envolve diversos aspectos da vida e, no caso das mulheres, os problemas são agravados pela discriminação nas relações de trabalho e a sobrecarga com as responsabilidades com o trabalho doméstico. Outras variáveis como raça, etnia e situação de pobreza realçam ainda mais as desigualdades. A vulnerabilidade feminina frente a certas doenças e causas de morte está mais relacionada com a situação de discriminação na sociedade do que com fatores biológicos (Ministério da Saúde, 2004.)
No campo da saúde, em abril de 1983 o Ministério da Saúde convoca três médicos e uma socióloga para elaborar o PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher), trazendo uma proposta inovadora em relação aos programas anteriores, que focavam apenas o aspecto materno-infantil, sem priorizar a vida reprodutiva da mulher.
Em 1984, o PAISM é oficialmente divulgado através do documento preparada pelo Ministério da Saúde, onde bases de ações programáticas à saúde da mulher, eram estabelecidas, entretanto limitando-se apenas ao ciclo gravídico-puerperal. E, mesmo aí, era deficiente. Considerava-se esse quadro agravado face à “...crescente presença da mulher na força de trabalho, além do seu papel fundamental no núcleo familiar” (MS, 1984:5).
Esse programa surge em meio a 3 forças de significativa expressão política: as pressões internacionais para que os países em desenvolvimento controlassem o crescimento populacional; as pressões internas dos movimentos sociais por mudanças na política de saúde; e as pressões dos movimentos de mulheres no sentido de que elas fossem tratadas como cidadãs, na plenitude de seus direitos, o que incluía a atenção à sua saúde como um todo, não apenas como mães em potencial (OSIS,1994, p.153).
Nessa conjuntura, concomitantemente a toda movimentação em torno da proposta do PAISM, e somando-se à vivência do Ambulatório Experimental de Tocoginecologia Preventiva, é criado o CAISM (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), que foi inaugurado em fevereiro de 1986, a partir da portaria UNICAMP GR nº 36, concretizando a proposta de Atenção Integral à Saúde da Mulher, ao prestar assistência e realizar atividades de ensino e pesquisa neste campo.
A criação do PAISM, em 1983, representou um marco na história das políticas públicas voltadas para as mulheres, pois, pela primeira vez: (...) ampliou-se a visão de integralidade, presente nas formulações do movimento sanitário, para incorporar a noção de mulher como sujeito, que ultrapassava a sua especificidade reprodutiva, para assumir uma perspectiva holística de saúde. (Costa; Aquino, 2000, p.185).
Serviço Social foi implantado na criação desse centro com a inserção de uma profissional transferida do Hospital de Clínicas−HC para atuar no CECAN, que posteriormente assumiu a organização do Serviço Social, com função de diretora, sendo contratados deforma gradativa os demais profissionais para compor a equipe técnica. Também foram contratados profissionais de outras categorias que, através de ações multiprofissionais, concretizaram este Programa de Atenção. O Serviço Social, nos 16 anos de existência, construiu a sua história, assumindo o desafio de dirigir as ações à população usuária, procurando manter no bojo dessas intervenções a questão de gênero e a compreensão social e política das peculiaridades que envolvem a saúde da mulher. Essa proposta diferenciada de atendimento, buscando contemplar os aspectos biopsicossociais, possibilita o desafio de vivenciar relações interpessoais onde cada profissional contribui com seu saber e conhecimento científico, efetivando-se a integração de serviços e a complementação das ações na assistência. 
Como proposta, o PAISM seria desenvolvido pela Rede Básica nacional, abrangendo adolescência até a chamada 3ª idade, contemplando os seguintes aspectos: Atenção integral à mulher; nos aspectos clínico-ginecológico e educativo; Aperfeiçoamento do controle pré-natal, do parto e puerpério; Controle das doenças sexualmente transmissíveis e do câncer cérvico uterino e mamário; Assistência para concepção e contracepção (OSIS, 1998, p. 27).
O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) - 1983/1986 afirma suas diretrizes do Modelo Assistencial: as necessidades globais da mulher apresenta um conjunto de atividades que pautam na integralidade do sujeito, bem como preconiza o direito à saúde dos níveis mais simples aos mais complexos, da atenção curativa à prevenção. Ademais, o PAISM retrata a mulher como percebida na sua totalidade, coletividade, singularidade e em todo seu ciclo vital, promove o direito ao livre exercício da sexualidade responsável, requer ações educativas com metodologias participativas e planejamento familiar.
No âmbito da saúde da mulher, o programa PAISM foi incorporado as políticas públicas com o PNAISM (Política Nacional de Assistência Integral à Saúde da Mulher). Política destinada a promoção da saúde da mulher de forma integral e globalizada, em todo seu ciclo de vida, mas ainda transporta valores assistenciais de cunho curativo, voltados a doença, fugindo dos princípios doutrinários do SUS -universalidade, integralidade e equidade (COELHO, 2006, p.12).
A ideia geral era viabilizar a rede básica de serviços pela integração, regionalização e hierarquização dos serviços de saúde. Além disso, estabelecia-se que todas as atividades previstas no PAISM deveriam ser adotadas em conjunto. Entretanto, uma vez que algumas ações – como as relativas ao pré-natal – já se achavam incorporadas ao atendimento da rede de saúde, o início da implementação poderia se dar pelo investimento na melhoria dessas ações. Frisava-se, entretanto, que as atividades de concepção e contracepção nunca poderiam ser implementadas isoladamente, tampouco seriam aceitas em serviços em que os outros objetivos programáticos do PAISM não estivessem em desenvolvimento.
Mattos (2001, p.39) afirma
O PAISM enquanto política de saúde surge como resposta aos problemas de saúde e às necessidades da população feminina. Representou a primeira iniciativa do Ministério da Saúde de incluir o planejamento familiar nas ações de atenção à saúde da mulher( MATTOS, 2001, p.39).
Na política do PAISM, o planejamento familiar ganha destaque nas questões referente à acessibilidade da população aos meios reversíveis de contracepção. Foi disponibilizado grande número de métodos contraceptivos e desenvolvida, a nível nacional, a capacitação de profissionais de saúde para promover assistência qualificada durante o planejamento familiar. Essas ações obtiveram impacto inicial, mas não se verificou continuidade e resultados significativos na acessibilidade da população a métodos conceptivos e contraceptivos nas décadas seguintes (COSTA, 1999).
A PNAISM propõe melhorar as condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, contribuir para a redução da morbimortalidade feminina e ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS, garantindo os direitos legalmente constituídos. Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no país e foi inserida, gradativamente, em todo o território nacional, ao iniciar sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional (PASQUAL, CARVALHAES, PARADA, 2015, p.36)
O conceito de atenção integral à saúde da mulher redimensiona o significado do corpo feminino no contexto social, expressando uma mudança de posição das mulheres. Ao situar a reprodução no contexto mais amplo de atenção à saúde da mulher vista como um todo, o PAISM rompeu com a lógica que, desde há muito tempo, norteou as intervenções sobre o corpo das mulheres. No contexto do PAISM, as mulheres deixaram de ser vistas apenas como parideiras, e o cuidado de sua saúde não deveria mais restringir-se à atenção pré-natal, ao parto e puerpério. Diante do exposto, é possível depreender que o lançamento do PAISM teve um amplo significado social, constituindo-se em elemento catalizador de debates, bastante importantes naquele momento histórico de democratização da sociedade brasileira (RAVIDRAN, 1995)
Dias (2017, p.23) relata
A Operacionalização traz práticas educativas em todas as ações destinadas à mulher (humanitária, ética e solidária), dirige o Planejamento Familiar como complemento à saúde materno-infantil (contracepção e anticoncepção), aperfeiçoa as ações de pré-natal, parto e puerpério, acompanha o controle de DST, câncer de mama e câncer uterino, aborda problemas desde a adolescência à velhice, atua na educação pré-natal quanto ao processo de lactação, importância e técnicas de aleitamento e orientações alternativas contraceptivas nesse período, conduz assistência ao puerpério em alojamento conjunto e apresenta orientações sobre retornos de mãe e recém-nascido, imunização, nutrição, regulação da fertilidade com técnicas simples (DIAS, 2017, p.23).
Entretanto, as mulheres argumentaram que o conceito de integral deveria enfatizar não só a integração do colo, do útero e das mamas, mas também de outros aspectos não físicos da vida das mulheres. O que elas defendiam era que o integral se referisse também ao contexto social, psicológico e emocional das mulheres a serem atendidas. Em termos pragmáticos, que o médico, ao prestar assistência, concebesse a mulher como um ser completo, não apenas portadora de um corpo, mas vivendo um momento emocional específica, e inserida em um determinado contexto socioeconômico (Osis, 1994).
Dentre os principais problemas de saúde identificados na população feminina, têm-se os relacionados à ausência de acompanhamento pré-natalino de qualidade, precária qualidade de assistência ao parto e excessos de medicalização comprovadas pelo alto índice de cesarianas, redução progressiva de aleitamento materno, fator predominante para a nutrição e promoção a saúde do lactente, o câncer do colo uterino, dentre outros (NAKAMURA, et.al, 1980).
Após uma década da implantação da PNAISM, a sua efetividade ainda é um desafio, principalmente nas regiões onde há maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde, as mulheres continuam sendo discriminadas, fazendo com que essa situação contribua para as desigualdades econômicas, sociais e de saúde de suas famílias durante todo o ciclo da vida. (Santana TDB, et al, 2019, p. 136)
	
Portanto, reforça-se ainda mais que a política de saúde integral voltada para as mulheres seja visionando o ser humano na sua totalidade, para que o cuidado em saúde seja em todas as dimensões, física, mental, social e econômica, no entanto, mesmo após dez anos da implantação da PNAISM, essa integralidade ainda é limitada de acordo a ideologia política e organizacional a nível local .
3 AÇÕES INTERDISCIPLINARES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NA SAÚDE DA MULHER
Desde a Grécia antiga debates sobre a interdisciplinaridade e sua relevância na construçãode saberes eram levantados por alguns homens, considerados, sábios da época, tais personalidades enfatizavam as concepções de UNO e MÚLTIPLO e da integração das múltiplas disciplinas na construção do conhecimento. (MINAYO, 2010).
Com o passar dos anos, observa-se a expansão deste conceito principalmente no que diz respeito ao Serviço Social e sua atividade nas diversas esferas da sociedade, a exemplo, a área da saúde, inclusive há documentos normativos que estabelecem parâmetros para a atuação de Assistentes Sociais na Política da Saúde estabelecendo, portanto, ligações diretas com ações socioeducativas e articulação com outras equipes de áreas a fins, como o Sistema único de Saúde-SUS (CASTELLUCCIO, 2019).
Rodrigues (1995) relata que o Serviço Social caracteriza-se como uma profissão interdisciplinar por excelência, uma vez que linguagens e conceitos específicos de cada área socializam-se a fim de proporcionar a recombinação entre elementos internos, para a realização de um objetivo coletivo.
Sendo assim, este capítulo discorre sobre o conceito de interdisciplinaridade e como esta une-se diretamente a prática do Serviço Social, mediante a promoção da saúde reprodutiva da mulher, e o segundo, enfatiza o trabalho multiprofissional do Assistente Social na Política de Humanização do Parto e Nascimento, ambos com o objetivo de esclarecer a importância da inserção desses profissionais, nas Políticas de Atenção Básica a Saúde, com ênfase na saúde da mulher.
3.1 A importância da inserção do serviço social na saúde reprodutiva da mulher
Antes de retratar sobre a relevância da Assistência Social na saúde reprodutiva da mulher, é necessário compreender o conceito de interdisciplinaridade e como ela acontece no Serviço Social.
O termo interdisciplinaridade tal qual a sua definição, tem sido instrumento de muito debate ao longo dos anos, visto que há uma complexidade de realidades onde a mesma acontece, bem como as experiências que a envolvem, o que dificulta o consenso entre alguns estudiosos do tema. Entretanto, observa-se que a interdisciplinaridade surge no século XV diante das mudanças ocasionadas pelo Renascimento, com a perspectiva de superar a especialização da ciência a fragmentação do saber partindo do micro para retornar ao todo (SALGADO, 2015).
Ao pesquisar a epistemologia da palavra, Pombo (2008, p.10) relata que interdisciplinaridade dentro deste âmbito abrange “o processo prático de transferência das disciplinas e seus pares...”, entretanto o autor ainda faz referência a duas outras conjunturas as quais aplica-se este termo: o pedagógico e o mediático.
[...] Contexto pedagógico, ligado às
questões do ensino, às práticas escolares, às transferências de conhecimentos entre professores e alunos que tem lugar no interior dos currículos escolares, dos métodos de trabalho, [...] um contexto mediático. A palavra interdisciplinaridade é constantemente resgatada pelos novos meios de comunicação que fazem dela
uma utilização selvagem, abusiva, caricatural (POMBO, 2008, p. 10-11)
Por fim, ao analisar os elementos que constituem a palavra e sua interpretação, Assunpção (1991) apud Silva e Lima (2012), descreve o prefixo Inter de ascendência latina, com o significado de “posição ou ação intermediária, reciprocidade ou interação sobre duas ou mais coisas ou pessoas na relação sujeito-objeto”. E o sufixo dade como responsável por substantivar alguns adjetivos, remetendo-os ao sentido de “ação, qualidade, estado, ou modo de ser”.
Aiub (2006, p.108) afirma
O termo interdisciplinaridade é composto por três termos: inter — que significa ação recíproca, ação de A sobre B e de B sobre A; disciplinar — termo que diz respeito a disciplina, do latim dircere — aprender, discípulos, aquele que aprende. Contudo o termo disciplina também se refere a um conjunto de normas de conduta estabelecidas para manter a ordem e o desenvolvimento normal das atividades numa classe. [...] O termo dade corresponde a qualidade, estado ou resultado da ação. Dessa forma, uma ação recíproca disciplinar — entre disciplinas, ou de acordo com uma ordem — promovendo um estado, qualidade ou resultado da ação equivaleria ao termo interdisiciplinaridade (AIUB, 2006, p. 108).
Assim, interdisciplinaridade em termo gerais relaciona-se como uma nova forma de conhecimento e prática onde abomina-se a fragmentação das disciplinas e estabelece-se um diálogo entre elas, caracterizando-se pelo envolvimento de duas ou mais ciências ou profissões distintas, empenhadas na realização de uma finalidade em comum, o que resulta em diferente óticas e trocas mutuas de conhecimento (PEREZ, 2019).
No campo profissional, a efetivação da interdisciplinaridade está ligada a concepção de que uma profissão não está isolada da outra e que para que haja uma interação significativa, é necessário a competência em seu campo, e o conhecimento adequado de técnicas e conceitos. O assistente social é um dos profissionais que tem qualificação direta para atuar nas diferentes expressões sociais, visto que o serviço social possui uma trajetória sócio-histórica de intervenção e de relações interdisciplinares principalmente no que diz respeito ao seu envolvimento na implantação do SUS (CARVALHO, 2016).
O Conselho Federal de Serviço Social-CFESS que disciplina e fiscaliza o exercício profissional, bem como os Parâmetros
para atuação de assistentes sociais no Sistema Único de Assistência Social – SUAS destacam e orientam que é de suma importância que assistentes sociais integrem, quando possível, equipes multiprofissionais, trabalhando de forma coletiva a fim de construir uma conduta político profissional que envolva outras visões e abordagem para solucionar questões sociais, sem se distanciar do seu código de ética profissional e de suas especificidades, mas utiliza-las para incrementar e beneficiar na atuação de outros profissionais, a exemplo enfermeiros, nutricionistas, obstetras, psicólogos e etc. Tal conduta deve se coletiva e demandar ações que dialoguem e cooperem para um bem comum (CFESS, 2011a, p. 27).
Rodrigues et al. (2011, p. 136)
A inserção do/a assistente social em uma equipe multiprofissional traz como proposta uma formação capaz de colocar o saber específico na direção de um saber compartilhado, não abrindo mão de suas peculiaridades e que possa, portanto, atribuir um enfoque interdisciplinar na atuação profissional. (RODRIGUES et al., 2011, p.136).
	A inserção dos Assistentes sociais na saúde reprodutiva da mulher em espaços interdisciplinares possibilita uma intervenção na realidade social que garante direitos fundamentais e formula políticas públicas que garantam a proteção e integridade das usuárias dos serviços públicos (FERRON; FRANCESCHETTO; KIYOTA, 2016).
	A consciência dos direitos reprodutivos da mulher tem sua origem no interior dos movimentos sociais organizados em favor da igualdade política das mulheres e se fortalece em decorrência do importante avanço do feminismo na sociedade atual. Entretanto, nem sempre esses direitos de fato têm sido garantidos, pois ainda há resquícios da cultura patriarcal, onde mulheres não tinham direito sobre o próprio corpo, cabendo a figura masculina decidir sobre aspectos sociais e econômicos (CARLOTO; DAMIÃO, 2018).
No Brasil existia uma cultura pro-natalista que perdurou do período colonial
até o republicano, visto o incentivo às famílias numerosas. Essa cultura era
embasada pelo pensamento da religião e da medicina, ambos na perspectiva da moral e doutrina, sobretudo no controle do corpo da mulher Logo a religião cabia o cuidado da alma, e a medicina o cuidado do corpo. Portanto, a autônima feminina era algo contestável. Assim, é imprescindível salientar que o viés dessa cultura sustentada por um longo período, é influenciada pelo pensamento de Aristotéles, tendo em vista a sua concepção de mulher como receptáculo. Portanto, confere que à mulher, era atribuído o papel social de reprodutora, com incentivo a fecundidade, aqui, o sexo sendo vinculado a procriação (SILVA, 2020, p.36).
	Diante dessa concepção,somente na década de 60 passou-se a ter livre acesso aos anticoncepcionais no mercado, entretanto ainda com controle de crescimento populacional estabelecido em países subdesenvolvidos. Mesmo significando um avanço na autonomia feminina, não existia uma assistência de qualidade, com políticas públicas adequadas a saúde reprodutiva. Nesse período, até foi criada a Sociedade de Bem-estar da Família- BEMFAM, porém o planejamento familiar só passou a ser concedido com direito a todo cidadão com a Conferência Mundial de População de Bucareste, em 1974 realizada com o intuito de divulgar informações sobre contracepção, o que não permitiu a efetivação da prática, pois até a década de 80 a visão sobre reprodução humana ainda estava centrada na cultura natalista tradicional (SILVA, 2020).
	Em parceria com alguns movimentos sociais, o Ministério da Saúde promoveu em 1964, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, que posteriormente fundamentou o PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da
Mulher), cujo objetivo propôs condições de humanização e qualidade no atendimento à mulher, como também assistência clinico-genecológica e educativa para aprimoramento e promoção a saúde (SILVA, 2020)
	Desde essa época até os dias atuais, outros programas e políticas foram implementados, o planejamento familiar, por exemplo foi fundado no principio da dignidade humana, mediante a elaboração da redação da constituição federal de 1988, artigo 226, que estabelece a livre decisão do casal neste quesito, cabendo ao Estado apenas assegurar assistência adequada, por meio de recursos educativos e científicos (SENADO, ART. 226).
	Sendo assim, é preciso estabelecer normas de funcionamento e execução de Planejamento Familiar pelas instituições que gerenciam o Sistema Único de Saúde que obedeçam a Lei 9.263/96 que proíbe medidas coercitivas no que concerne a garantia de acesso igualitário a informações, métodos, meios e técnicas para regulação da fertilidade em instituições públicas ou não.
	Apesar da inclusão normas regulamentares que permitem a inclusão dos métodos anticoncepcionais no elenco de insumos para atenção básica, aquisição do DIU e do diafragma de forma gratuita e acesso a pílula do anticoncepcional de emergência e as injetáveis mensal e trimestral, isso não assegura o sucesso na saúde reprodutiva da mulher, isso porque há uma necessidade de um Sistema de saúde democrático, participativo, universal e com recursos financeiros com aplicações objetivas (LIMA, 2008).
Muitos são os desafios para a efetividade do planejamento familiar. Um deles é a inserção do homem, na discussão e na participação do planejamento familiar através da sua importância na formulação das estratégias familiares. Bem como o fator educacional já abordado aqui, que possibilita a realização de uma escolha reprodutiva. No entanto, a autora vai além na sua análise ao elucidar a necessidade de um sistema
de saúde democrático, universal e com recursos financeiros definidos e coerentes (LIMA, 2008, p. 24)
	Quando se trata da operalização de saúde integral da mulher é possível pensar em diferentes modos de atuação que trabalham a perspectiva de integralidade, dentre as quais cita-se o ideário de saúde reprodutiva e sexual feminina, porém esse ideário, busca romper a concepção de que a reprodução (sem riscos ou coerções) deve ser visualizada como dever da mulher, algo intrínseco a ela, e amplia a ótica para essa questão, quando situa-a como direito básico e não obrigação (PETCHESKY, 1999).
	Ávila (2003, p.15) cita:
“Nosso corpo nos pertence” define a idéia de reapropriação do próprio corpo. O slogan “se ancora no reconhecimento de que o corpo de cada uma/um é o lugar primeiro da existência humana, lugar a partir do qual ganham sentido as experiências individuais no cotidiano e nos processos coletivos da história (Ávila, 2003, p. 15).
	A Política Nacional dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, lançada pelo Ministério da Saúde em 2005, estabelece diretrizes e ações que validam este ideário, onde não só a oferta de métodos contraceptivos é ampliada como também a implementação de ações educacionais aos usuários da rede SUS, aperfeiçoamento de profissionais da Atenção Básica a saúde reprodutiva, ampliação do acesso a esterilização cirúrgica voluntária, tanto para laqueadura, quanto para vasectomia, no SUS, e criação de redes integradas para atenção às mulheres e aos adolescentes em situação de violência doméstica e sexual (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
	A ampliação dos serviços de referências para realização de aborto, previsto em lei e a atenção humanizada e qualificada para mulheres em situação de abortamento, é uma das políticas que vem sendo discutidas frequentemente pela sociedade civil e órgão governamentais, isto porque ao se falar da perspectiva de expressão da autonomia feminina sobre o próprio corpo e o exercício da cidadania de forma livre e igualitária, significa a a possibilidade de exercer, sem coerção, seus desejos, afetos, relações amorosas, sem qualquer retaliação, discriminação ou violência.
	Correia (2001, p.21), relata que ao discutirmos os marcos da auto-determinação e da prática dos direito sexuais é necessário considerar igualdade de tratamentos perante a lei, no que se refere a sexualidade, observando que independente de como os seres humanos são, que superfície anatômicas possuem, como exercem suas práticas sexuais e etc, todos devem receber o mesmo tratamento mediante a lei, em todos os âmbitos sociais.
	O Serviço Social, enquanto profissão possui uma relação intrínseca à garantia de direitos e tem se manifestado nesse debate, sendo uma das peças fundamentais a proteção a saúde reprodutiva da mulher, principalmente no que diz respeito a prática abortiva.
Embora seja praticado por mulheres de todas as classes sociais, religiões, etnias e níveis de escolaridade, a questão do aborto, segundo dados do Ipas, afeta, sobretudo aquelas mulheres mais
pobres, jovens, predominantemente negras e moradoras das camadas populares. Segundo entendimento apenas estas são realmente criminalizadas em função de sua condição de pobreza (RIBEIRO, 2013, p.3)
	As práticas clandestinas representam um risco para mulheres em situação de vulnerabilidade social, onde o acesso a informações e métodos contraceptivos muitas vezes se torna impossível. Tal panorama se concretiza, devido a falta de ações socioeducativas para este público.
O aborto no Brasil, segundo o Código Penal de 1940, é considerado crime. Apenas em dois casos, o aborto é “concedido” à mulher: em casos de estupro ou quando a gravidez traz risco de vida à mulher. Mas, foi somente a partir da década de 1970 e início da década de 1980, que o aborto passou
a ser reivindicado pelo movimento feminista e outros segmentos da sociedade, como um direito reprodutivo das mulheres. Entretanto, há situações em que o Estado se torna omisso e nem mesmo os casos previstos por lei, são permitidos.
Inúmeras são as dificuldades das mulheres que, mesmo nos casos previstos em lei, procuram os serviços de aborto legal e conseguem realmente fazê-lo. Muitas vezes a
burocracia é tanta que, ao conseguir a prova do que a mulher diz, a gravidez já está num estágio muito avançado e impossibilitada de ser interrompida. É muito freqüente, a dúvida sobre um estupro ou não por parte dos profissionais da saúde; em muitos casos exige-se que a mulher apresente-se machucada, com marcas evidentes da violência sexual; em outros casos, o risco de vida da mulher não é evidente e, portanto, os médicos vão deixando agravidez “andar”. (2004, Lollato, pp:33,34)
Portanto, nas redes de saúde, a assistência social precisa está prepara para atender essas demandas de forma humanitária, encaminhando tais mulheres para serviço de saúde especializado e concedendo todo apoio legal, sem qualquer preconceito ou discriminação.
3.2 O Serviço Social e a Política Pública de Humanização do Parto e Nascimento
Denomina-se Política de Humanização do Parto e Nascimento um conjunto de documentos elaborados pelo Ministério da Saúdedo Brasil a partir do ano 2000, com o objetivo de alterar o modelo de atenção à saúde das mulheres durante ao ciclo gravídico-puerperal. Destacamos, como marcos iniciais dessa política, o lançamento do “Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento” no ano 2000 e a publicação do manual “Parto, aborto e puerpério– Assistência Humanizada à Mulher” em 2001.
Para Ayres (2009, p.12), “entende-se por modelo de atenção à saúde a convergência de horizontes entre os diversos discursos acerca de modos de operar e gerir as tecnologias de atenção à saúde de indivíduos e populações”
Conforme os princípios do SUS de oferecer acesso integral, universal e
gratuito a todos os brasileiros, independente de cor, raça ou gênero, o Ministério da Saúde promoveu para a saúde dos diversos segmentos da população, dentre
as principais áreas técnicas estão, à Saúde da Mulher, Saúde da Criança e
Aleitamento Materno (CIELO, SCHIMDT, WENNINGKAMP, 2015)
Em relação às ações voltadas a assistência pré-natal, parto e puerpério, esta atenção é marcada pela violação dos direitos reprodutivos com intensas práticas de medicalização, intervenções desnecessárias e práticas abusivas de episiotomia e cesariana, além do isolamento da gestante e o desrespeito à sua autonomia.
A humanização do parto diz respeito à promoção dos direitos de
mulheres e crianças, baseando-se numa assistência que preze pela segurança e eficácia das práticas e procedimentos, conforme evidências científicas atuais, e, não na convivência de instituições ou profissionais. Assim, faz-se necessário um planejamento a respeito da atenção à saúde das mulheres no pré-natal, parto e pós-parto por parte dos gestores e equipes responsáveis para que os direitos da mulher e do bebê sejam respeitados e cumpridos (ANDRADE e LIMA, 2014, p.18)
Defende-se a atuação da/o Assistente Social nos espaços relacionados
à prestação de cuidados de saúde às mulheres no pré-natal, parto e pós-parto,
principalmente porque se trata de uma categoria profissional que tem potencial
para contribuir com os processos de implementação da Política Nacional de
Humanização do Parto e Nascimento, para que este se caracterize como um
momento de pleno bem-estar a mãe e ao bebê., podendo acontecer na área da saúde, com o atendimento a usuários e usuárias que vão desde a atenção básica até outros serviços.
A assistência prestada à mulher durante o processo do nascimento sofreu modificações significativas através dos tempos, principalmente a partir do século XX, com a institucionalização do parto e sua medicalização, com os avanços tecnológicos, e o desenvolvimento da medicina fetal. Criou-se um ‘saber’ médico na área de obstétrica .Observamos que, por um lado, o surgimento de novas técnicas e descobertas correspondeu à melhoria das condições de parto, mas por outro, configurou-se na
desumanização do nascimento (Brüggemann, 1998, p.22).
Articulando-se de forma interdisciplinar com diferentes profissionais da saúde, é possível garantir a implementar e efetivação da política de humanização do parto e Nascimento nos serviços de assistência obstétrica e neonatal (SOUZA, et al, 2012).
[...] contribuir com o acesso às informações sobre o direito à saúde, ser o articulador entre os demais profissionais de saúde envolvidos em
todo o processo como também em ações sócio educativas,
possibilitando assim um atendimento humanizado às mulheres parturientes e bebês, aproximando-se aos níveis esperados tanto pelos
órgãos gestores quanto pela sociedade. (SOUZA; ARAÚJO, 2015, p.3)
	A Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, instituída em julho de 2015, é executada pelo Ministério da Saúde coletivamente com as Secretárias de Saúde dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. Nela, há a busca para o desenvolvimento de ações que promovam assistência à gestantes e recém-nacidos, bem como o acolhimento a mulher do inicio até o fim da gestação.
Em todas as culturas o nascimento é um rito de passagem, através do qual os indivíduos são movidos de um status social para outro. Estes ritos de passagem transformam ambas, a percepção do indivíduo pela sociedade e a percepção dos indivíduos deles próprios. (DIAS, 2006, p. 7).
	Infelizmente, no Brasil esta experiência rica e intensa de transformação pela qual o ser humano passa de forma natural, é banalizada e marcada muitas vezes por violência e indiferença. O nascimento, pela sua complexidade, demanda uma visão que vai além do cuidado prestado por profissionais médicos. Uma equipe multiprofissional em saúde “consiste em uma modalidade de trabalho coletivo que se configura na relação recíproca entre as múltiplas intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes áreas profissionais (PEDUZZI 2001, p. 108)
	Dados demonstram que mesmo a Organização Mundial da Saúde recomendando apenas 15% de partos cesários, no Brasil essa prática chega a cerca de 52% no SUS, e no setor privado, os dados ainda são alarmantes, chegando a representar cerca de 88%. A demanda por parto cesáreo, é um pedido de dignidade, já que os partos ditos normais no Brasil envolvem um serie de procedimentos Interventivos e traumáticos. “O tipo de parto é marca do status social da mulher”(Maia, 2010, p.41). 
Diante dessa recuperação de propostas orientadas a humanização do parto
nos dias atuais, pode –se concluir que quase todas as iniciativas têm criticado o fato de o Brasil ser recordista mundial de cesáreas e de o parto cirúrgico ter se tornando o “modo normal de parir” ou o “parto típico” nacional (CARNEIRO, 2015, p.44).
Em seu trabalho Diniz e Chachan (2006) 
Vários estudos, que procuraram entender se e porque as mulheres
brasileiras preferem o parto cesáreo ao parto vaginal, mostram que a
maioria das mulheres declara preferência pelo parto vaginal. No entanto,
através de processos como a estimativa exagerada de risco fetal, ou a
interpretação da dor materna como uma exigência de cesárea, bem como a
consideração de suas agendas e conveniências, os médicos acabam
decidindo pela cesárea apesar da vontade das mulheres, especialmente no
setor privado. Um outro fator que parece promover a crença dos
profissionais na superioridade da cesárea é a preocupação de preservar a
genitália feminina (DINIZ; CHANCHAN, 2006, p.84).
	Nesse sentido, o que se observa é que o processo de humanização no parto, precisa ser reorganizado de maneira a compreender as mediações que perpassam as políticas de humanização do parto, no sentido de mexer com a estrutura da política de atendimento ao parto, no de trabalho dos profissionais de saúde, dando ênfase a equipe multiprofissional como auxílio na revenção da violência obstétrica em setores públicos e privados, assistência social, por exemplo, pode promover dentro dos Centros especializados, debates e palestras que possibilitem as mulheres reconhecerem tal tipo de violação de direito (D’ORSI, 2014)
Diante do exposto, destaca-se o desafio do Serviço Social na consolidação dos direitos humanos e da cidadania previsto no Código de Ética. Em tempos de naturalização das expressões da Questão Social e a emergência de novas expressões, dois movimentos se destacam: o processo de socialização de informações e a instiação de reflexão sobre a realidade social visando construções coletivas que apontem para uma efetiva emancipação humana (Iamamoto (2000, p. 114)
A violência obstétrica tem sido tema de pesquisas e debates
relacionados a procedimentos, intervenções e rotinas realizadas na assistência à gravidez, parto, pós-parto e abortamento. A temática aborda a conduta das equipes de assistência ao parto que são consideradas discriminatórias, abusivas e desumanas e que podem originar situações de sofrimento para as mulheres em período gestacional, durante e após o parto (RODRIGUES et al, 2008).
Entende-se por violência obstétrica a apropriação do corpo e dos processosreprodutivos das mulheres por profissional de saúde que se expresse por meio de relações desumanizadoras, de abuso de medicalização e de patologização dos processos naturais, resultando em perda de autonomiaecapacidade de decidir livremente sobre seu corpo e impactando negativamente na qualidade de vida das mulheres (REPÚBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA, 2007, p. 30).
Zanardo et al (2017) nos afirma 
Além disso, a violência obstétrica compreende o uso excessivo de
medicamentos e intervenções no parto, assim como a realização de práticas
consideradas desagradáveis e muitas vezes dolorosas, não baseadas em
evidências científicas. Alguns exemplos são a raspagem dos pelos pubianos, episiotomias de rotina, realização de enema, indução do trabalho de parto e a proibição do direito ao acompanhante, escolhido pela mulher durante o trabalho de parto (ZANARDO et al, 2017, p.5).
	Diante do exposto, pode-se caracterizar violência obstétrica não só como uso excessivo de medicamentos e intervenções do parto, mas como uma modalidade de violência na qual ocorre a violação dos direitos das mulheres quanto ao seu processo reprodutivo em que há apropriação do corpo feminino como um corpo patológico pelos profissionais da saúde, que atuam de forma desumana, mecanizada e tecnista, o que impede que as mesmas, tenham o poder de escolha.
	Na descrição acerca do que seja uma “assistência qualificada e humanizada” à mulher no pré-parto e parto, a referida portaria destaca, entre outras, as ações de: utilizar o partograma (representação gráfica da evolução do trabalho de parto);oferecer líquido por via oral durante o trabalho de parto; respeitar a escolha da mulher sobre o local e a posição do parto; respeitar o direito da mulher à privacidade no local do parto; fornecer as mulheres as informações e explicações que desejarem; permitir liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto; estimular posições não supinas (não deitadas) durante o trabalho de parto;oferecer métodos não invasivos e não farmacológicos para alívio da dor como massagens, banhos e técnicas de relaxamento durante o trabalho de parto; executar procedimentos pré-anestesicos anestésicos (MAIA, 2010).
	O Assistente Social se insere nesse contexto, como mediador ao acesso e legitimação dos direitos humanos das mulheres, visando garantir atendimento de qualidade pelo Sistema Único de Saúde. A consolidação dos direitos humanos e da cidadania previsto no Código de ética é um dos grandes desafios do Serviço Social e m tempos de naturalização das expressões da Questão Social e a emergência de novas expressões (DELFINO, 2016).
Esse profissional, desenvolve atividades com gestantes e púrpuras ainda na maternidade, realizando entrevistas sociais e acompanhamento, bem como abordagem grupal, afim de levar ações educativas e saber das reais necessidades desse público, para então integra-las as políticas públicas de apoio. Os atendimentos individuais, por exemplo, são realizados a partir da iniciativa do profissional de Assistência Social quando identificada demanda nas visitas diárias à unidade, acontece por solicitação das equipes de saúde, por procura direta dos usuários, familiares ou por solicitação da rede de serviços.
Os instrumentos enquanto elementos constitutivos da dimensão técnico-operativa, estão vinculados a fundamentação teórica e a uma determinada direção étnico-político configurando-se como ferramentas para o desenvolvimento dos procedimentos exigidos no exercício
profissional”. Portanto, os instrumentos permitem ao profissional, aliado ao
conhecimento, decifrar a realidade e a partir dela delimitar a sua ação de acordo com a demanda apresentada (SANTOS. 2013, p. 29)
 
	O grupo de acolhimento multiprofissional que as gestantes inscritas no pré-natal participam, lhe conferem aproximação dos assistentes sociais, para esclarecimentos e orientações sobre as múltiplas questões que gravitam em torno dos direitos sexuais e reprodutivas das usuárias, assim como direitos trabalhistas, previdenciários, estudantis, protocolo de laqueadura tubária, acompanhamento no centro obstétrico e alojamento conjunto por ocasião do parto,
dentre outras demandas oriundas do grupo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Serviço Social representa um papel imprescindível na defesa dos direitos humanos, bem como ao exercício da cidadania e atuando diretamente em questões de cunho social, para garantir a efetivação de direitos. Ao trabalhar de forma interdisciplinar nos espaços da saúde, o mesmo se depara com mulheres em situações de vulnerabilidade social, que englobam não só o abuso sexo, a violência doméstica, como também a falta de recursos para a promoção e o amparo a saúde reprodutiva da mulher, como também violências na obstetria. É necessário que esses profissionais possuam olhar diferenciados para atuarem frente a essas problemáticas, uma vez que ao trabalhar neste âmbito, é possível visualizar que o público feminino sofre não só com a dor física, mas também com dores emocionais que ferem sua dignidade humana e seus direitos. 
Com base nesta revisão da literatura, tem-se a seguinte conclusão, o grande desafio para o Assistente Social é transformar as ações propostas pelas Políticas de proteção à saúde da mulher em ações práticas, principalmente mediante o trabalho multiprofissional, avaliando as necessidades das mulheres no cotidiano e buscando medidas legais para sana-las, além de fiscalizar se tais políticas estão sendo, de fato garantidas pelos setores de saúde.·.
Notou-se também que é de suma importância, que o Serviço Social conscientize e sensibilize profissionais e usuários no que diz respeito aos direitos na saúde da mulher, promovendo, quando em trabalho interdisciplinar discussões e estratégias para amparar esse público, quando em trabalho individual, palestras e acompanhamento com usuárias de serviços de saúde e familiares com intuito de oferecer informações e soluções e estratégias para o enfrentamento das desigualdades femininas, na saúde, seja ela reprodutiva, doméstica, emocional, purperia, ou gestacional.
Por fim, a qualificação profissional nesses aspectos, é indiscutível tanto para Assistentes Sociais, quanto para demais profissionais da Saúde, porém a garantia desses direitos, só acontece de fato quando há investimentos nesta classe, e o rompimento das visões arcaicas e machistas, facetadas nesta sociedade.
   
REFERÊNCIAS
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