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FATORES RELACIONADOS A XEROSTOMIA EM PACIENTES IDOSOS UMA REVISÃO DA LITERATURA

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Faculdade Regional da Bahia – UNIRB – Barreiras-BA
Curso Bacharelado em Odontologia 
CLEIANE TAYRINE SOARES FARIA
FATORES RELACIONADOS A XEROSTOMIA EM PACIENTES IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Barreiras-BA
2021
CLEIANE TAYRINE SOARES FARIA
FATORES RELACIONADOS A XEROSTOMIA EM PACIENTES IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em Odontologia na Faculdade UNIRB – Barreiras, como parte integrante das atividades da avaliação III da disciplinas ministradas no 6º Semestre, com orientação da Mestre Tila Fortuna Costa.
Barreiras-BA
2021
Sumário
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	METODOLOGIA	5
3.	REVISÃO DE LITERATURA	6
3.1.	O que é Xerostomia?	6
3.1.1 Etiologia	6
3.1.2 Diagnóstico	7
3.1.3 Consequências	7
3.1.4 Tratamento	8
3.2.	Xerostomia Associada a Doenças Sistêmicas	8
3.3.	Xerostomia Associada ao uso de Medicamentos	9
4.	DISCUSSÃO	11
4.1.	Prevalência da Xerostomia em Pacientes Idosos	11
5.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	14
6.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	15
1. INTRODUÇÃO
A saliva é um biofluído constituído principalmente por água e componentes orgânicos e inorgânicos (MASULO et al. Aput ACEVEDO et al., 2010). Este biofluído está diretamente associando a capacidade protetiva da saliva com relação a doenças bucais como a cárie e periodontopatias, como também a proteção dos tecidos em região bucal. Além disso, a saliva está diretamente ligada ao processo de deglutição e controle do pH para o sistema tampão.
“A xerostomia (xeros = seco; stoma = boca), pode ser encontrada em pacientes ambulatoriais de qualquer faixa etária, principalmente em idosos.” (KORN et al., 2002). Cabe ressaltar que a prevalência da xerostomia em pacientes idosos se dá tanto por causas biológicas, quando as glândulas salivares reduzem sua capacidade de produzir secreção, quanto induzida por medicamentos. Esta “será cada vez mais problemas de saúde bucal para paciente mais idosos e geriátricos, devido a alta prevalência provável de ingestão de medicação e polifarmácia, com um impacto negativo de outros sintomas como a disfagia, incidência de cárie, desnutrição e qualidade de vida.” (BARBE, 2018).
“Mesmo sem associação estatisticamente significativa, a maioria da amostra avaliada exibe as características comuns aos indivíduos com xerostomia, ou seja, do gênero feminino, com hipossalivação, portadores de patologias sistêmicas e faz uso de medicação prescrita para as respectivas patologias, tendo essa alteração consequências negativas sobre a qualidade de vida dos idosos.” (COSTA et al., 2012).
Um estudo realizado na Suécia por Johansson et al. (2019), conclui que dentre a população investigada, com faixa etária entre 50 a 80 anos foi possível observar que a xerostomia tem grande prevalência em idosos, principalmente mulheres, o que sendo eles, deve ser levado em consideração na sua saúde bucal e no fornecimento de atendimento odontológico por faixa etária.
 Estudos apontam que o aumento da idade é um fator agravante para a xerostomia, associando também com doenças como diabetes, doenças autoimunes, especialmente a síndrome de Sjögen e polifarmácias, segundo, Agostini (2018). É notório que a população idosa e geriátrica necessita de atenção especial aos cuidados e acompanhamento em relação a sua saúde sistêmica e oral devido as consequências provocadas pela sintomatologia de secura bucal.
2. METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido através da pesquisa bibliográfica, que é a análise de materiais já elaborados, como livros, revistas e artigos científicos (Gil, 2008). A busca eletrônica dos artigos analisados, foi feita por meio do site de Biblioteca Virtual The Scientific Electronic Library Online – SciELO e da plataforma de pesquisa Google, além disso houve a pesquisa em livros e revistas online. Para uma apuração mais específica sobre o tema proposto, foram utilizados os descritores seguintes na consulta: Xerostomia; Boca seca em idosos; Hipossalivação. 
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. O que é Xerostomia?
Marcucci (2005, p. 194) afirma que “a Xerostomia representa um estado de disfunção das glândulas salivares, principalmente associado à diminuição do volume de saliva produzida”. No entanto, estudos apontam que a Xerostomia pode estar associada a outros fatores. Para Kignel (2013) a Xerostomia pode ser também sintoma de certas doenças, efeitos colaterais de alguns medicamentos, ou ainda ser fisiológica.
Tommasi (2013) diferencia Xerostomia de Hipossalivação com a seguinte afirmativa, “Entende-se por Hipossalivação a diminuição volumétrica da secreção de saliva sendo, portanto, um sinal. Por Xerostomia, entende-se a sensação de boca seca sendo, portanto, um sintoma”. 
A Xerostomia não é uma doença em si, mas é uma manifestação comum de uma série de patologias, alterando consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes acometidos (Ulloa, et. Al.,2016). De acordo com Mayo-Martins (2015), a sensação subjetiva de boca seca esta entre os dez problemas de saúde bucal mais comum em idosos.
3.1.1 Etiologia
Existem vários fatores que podem estar relacionados a Xerostomia, desde o efeito colateral devido a ingestão de drogas, sendo este um dos principais motivos, pois, segundo Favaro (2006), a sintomatologia de secura bucal tem sido relacionada com o uso de mais de 500 medicamentos. Os efeitos sinérgicos tem aumentado sinonimicamente, principalmente em pacientes idosos, que tomam medicações múltiplas. 
Outros fatores como a radiação, quimioterapia, doenças das glândulas salivares, vírus da imunodeficiência humana (HIV) e hepatite C, também foram relacionados com a Xerostomia, seja por questões que afetam diretamente o funcionamento das glândulas salivares, ou pela infiltração linfocítica severa nas glândulas salivares, como ocorre em pacientes portadores da Síndrome de Sjogren.
3.1.2 Diagnóstico
Segundo Kignel (2013), o diagnóstico para xerostomia é clínico e laboratorial, em que clinicamente é possível observar mucosa ressecada, atrofia das papilas linguais, quelite biangular, doenças periodontais e cáries atípicas. Ademais, Marcucci (2015) trás um método eficaz utilização para determinar o fluxo salivar. Inicialmente a saliva coletada deve ser preferivelmente não estimulada, 2 horas após o desjejum, depositada em um recipiente graduado em 0,1 ml, por 15 minutos. Logo, o fluxo é expresso por 0,1 ml/ min, fluxo inferior a isso é característica de xerostomia.
Marcucci (2015), alerta para os sintomas é preciso observar em que momento do dia esta secura bucal está presente, se em alguns momentos do dia ou se o dia todo, com piora à noite e durante o sono. Além disso, é necessário observar também a dificuldade de mastigar e engolir, principalmente alimentos secos. Por fim, queixas de ardência bucal e dificuldade em usar a prótese total, devem ser investigadas.
Para Barbe (2018), boca seca induzida por medicação não é um sintoma que deve ser tratado de forma independente. Ao contrário, deve ser tratado de forma multidisciplinar que considera todos os fatores envolvidos.
3.1.3 Consequências
	A Xerostomia é considerada um fator extremamente desagradável, podendo levar a diminuição na qualidade de vida do paciente acometido. Este quadro se agrava quando se trata da xerostomia de longa duração, que podem evoluir com quadros de disartria, que é a dificuldade na articulação ou pronuncia de palavras, o paciente também pode perceber alterações no paladar em casos de disgeusia. Por certo, como a saliva contribui com a deglutição, um paciente com xerostomia pode queixar-se de disfagia ao ingerir alimentos.
	Além disso, o paciente pode relatar ardência lingual, mucosa bucal e lábios doloridos, boca seca e fissura labial. Logo, poderá ser notado também aumento das glândulas salivares, bem como, este encontra-se propenso a infecções como glossite, candidoses, quelite angular e estomatites protéticas. Esta, por fim acomete grande parte de pacientes idosos que em grande número fazem o uso de próteses removíveis.
	
3.1.4 Tratamento
O tratamento para xerostomia diferenciaconforme o fator causal e o grau de dano da glândula salivar. Para isso, vários métodos terapêuticos podem ser aplicados, incluindo até mesmo o uso de sialogogos e substitutos salivares. Tal qual, medidas de prevenção, tratamentos sintomáticos e estimulação local e sistêmica das glândulas salivares podem ser associadas.
Ulloa, et. Al, (2016) apresenta como medidas gerais para tratamento a suspensão do fumo e consumo de bebidas alcoólicas, higiene dental com uso de dentifrício fluoretado e enxaguatório bucal antimicrobiano, uso de umidificador noturno, gomas de mascar sem açúcar, ingestão diária de pelo menos 2 litros de água em pequenas doses, além de acompanhamento com dentista.
Como alternativa farmacológica para a gestão da xerostomia, Anil et. Al, (2014), inclui o uso de sialogogos como a pilocarpina, neostigmina, betanecol e fármacos mucolíticos. Além disso, o consumo de frutos como ameixas, limões, maçãs e azeitonas são indicados para auxiliar no estimulo a produção de saliva.
Favaro (2006), sugere a acupuntura como opção de tratamento devido aos bons resultados apresentados em pesquisar com pacientes acometidos pela xerostomia por radiação ou por Síndrome de Sjogren. No entanto, um complicador para este tipo de tratamento é a escassez de profissionais qualificados atuando na área.
3.2. Xerostomia Associada a Doenças Sistêmicas
A xerostomia ou sensação de boca seca é manifestada como uma das maiores causas de doenças bucais, tendo como um dos seus principais agravantes as doenças sistêmicas, dado que é uma patologia que afeta todo o corpo, onde em sua grande maioria os primeiros sinais surgem na boca.
Ao se tratar de xerostomia associada a doenças sistêmicas, a Síndrome de Sjögren surge entre as patologias que mais prevalecem em sua sintomatologia a sensação de secura bucal. Isso se dá devido a sua característica definida como uma exocrinopatia autoimune que afeta vários alvos teciduais. Conforme apresentado por Tommasi (2013), o envolvimento das glândulas salivares maiores e menores pela síndrome de Sjögren leva a uma diminuição na secreção de saliva resultando no ressecamento da boca e na incidência de infecções bucais, fragilidade da mucosa oral e surgimento de cárie devido à falta de lubrificação e tamponamento proporcionado pela saliva.
Além de ser citada como sintoma de inúmeras patologias, a xerostomia pode se tornar porta de entrada para outras doenças. Assim como apresentado por Neville (2009), pacientes acometidos com xerostomia, independentemente do motivo, têm uma prevalência aumentada de candidíase eritematosa que também é, geralmente, sintomática. No entanto, se a candidíase é causada pela xerostomia, o tratamento com Nistatita, um antibiótico que contém sacarose e flavorizantes para camuflar seu gosto amargo, poderá contribuir para o surgimento de cárie relacionada a xerostomia.
Outra patologia associada é o Diabetes Mellitus, uma doença endócrinometabólica que vem sido diretamente associada a xerostomia. 
“É importante que o cirurgião-dentista esteja preparado para um correto diagnóstico e tratamento dos pacientes portadores de diabetes mellitus, não só em relação à xerostomia que grande parte destes pacientes apresentarão na evolução da doença, mas também em relação às repercussões que a xerostomia apresentará neste tipo de paciente, principalmente em relação ao controle da doença periodontal.” (KIGNEL, 2013).
3.3. Xerostomia Associada ao uso de Medicamentos
Quanto mais drogas você toma, maior a chance de boca seca induzida por drogas. Isso ocorre porque diferentes tipos de medicamentos podem causar reações adversas de boca seca, que podem ocorrer de duas maneiras diferentes: inibir o sistema nervoso parassimpático e produzir saliva líquida, ou estimular o sistema nervoso simpático a produzir saliva viscosa. Se a boca seca for causada por medicamentos, a melhor solução é interromper o uso do medicamento. No entanto, como isso geralmente não é possível, você deve pelo menos tentar reduzir o desconforto causado por esse problema.
Os anoréticos, anticolinérgicos, antidepressivos, antipsicóticos, antiparkinsonianos, anti-hipertensivos e diuréticos são associados à hipossalivação. Tal sintoma nem sempre está relacionado à disfunção glandular. Assim, uma série de outros fatores podem ser responsáveis pela sensação de secura bucal, tais como: distúrbios neurológicos, integridade da mucosa e glândulas, receptores sensitivos, ação de radiações ionizantes sobre os tecidos bucais, agentes farmacológicos, senilidade.
Embora a xerostomia seja observada principalmente em idosos, não é uma simples consequência do processo natural de envelhecimento. Indivíduos mais velhos estão mais sujeitos a desenvolver a doença devido ao uso de medicamentos potencialmente xerostômicos. Ainda convém lembrar, que a alteração no fluxo salivar quando ocorre a xerostomia, pode estar ligado a mudança de humor, relacionado a medicamentos que altera o temperamento ou pode estar ligada a uma alteração espontânea do corpo.
Afim de inibir essa problemática, é recomendado a ingestão de grandes quantidades de líquidos para reduzir a secura e prevenir rachaduras na boca. A goma de mascar e os medicamentos que atuam nas vias nervosas parassimpáticas, como a pilocarpina e a cevimelina, estimulam a produção de saliva fluida. Também existem no mercado saliva sintética e umidificadores, que podem ser usados como substitutos nos casos mais graves.
	
4. DISCUSSÃO
4.1. Prevalência da Xerostomia em Pacientes Idosos
Quando se fala em saúde bucal sabe-se que ela assume um importante papel na vida do indivíduo, tendo em vista que interfere no bem estar físico, mental e social. 
Ao longo do processo de envelhecimento, o corpo humano passa por mudanças fisiológicas e por isso, é necessário que os dentistas entendam essas mudanças, porque maioria delas afeta a saúde bucal (CÔRTE-REAL, FIGUEIRAL e CAMPOS, 2015). Como profissional é preciso estar atento as mudanças a cada etapa da vida do indivíduo, para poder prevenir e/ou tratar de forma adequada.
Os idosos apresentam uma série de características orais e sistêmicas particulares, como redução do rebordo alveolar, redução da elasticidade da mucosa e degradação do tecido muscular (GOIATO; MIESSI; FERNANDES; 2002). Quando se fala em idosos nos países desenvolvidos referem-se a pessoas com 65 anos ou mais, em países em desenvolvimento, 60 anos ainda é o padrão de referência, como no caso do Brasil. 
A incidência de diminuição do fluxo salivar em idosos é três vezes maior que em adultos. Esse sintoma pode estar relacionado a certas patologias ou medicamentos usados em seu tratamento, como antidepressivos, anticolinérgicos e ansiolíticos (YATSUDA; 2012). Podendo ser associada também a fatores secundários como: uso de próteses removíveis, edentulismo total ou parcial, tonicidade muscular, deficiências nutricionais além de doenças inerentes aos pacientes geriátricos (COSTA et al; 2015).
É importante entender que a saliva tem a capacidade de umidificar os tecidos orais. Esta propriedade lubrificante facilita a pronúncia, a deglutição e a formação do bolo alimentar, ajuda na retenção das próteses e protege os tecidos bucais dos danos causados por microorganismos e lesões. (PINTO-COELHO et al.; 2002). 
Carranza (1997) relatou que a xerostomia ou boca seca geralmente está associada a doenças sistêmicas, como síndrome de Sjogren, diabetes, hipertensão e efeitos colaterais de certos medicamentos, porque 80% dos pacientes idosos usam certos medicamentos. As manifestações objetivas de sintomas de boca seca e disfunção das glândulas salivares são condições comuns em idosos, que podem causar alterações orais e sistêmicas temporárias e permanentes (J A Ship, 2002).
Quando a função da saliva é reduzida, ocorre uma deficiência na capacidade de tamponamento, na remineralização e na capacidade de autolimpeza, o que leva a um aumento do risco de doenças como cárie dentária e sapinhos (Wiener et al., 2010).
Em muitos casos, a sensação subjetiva de boca seca persistente, denominadaxerostomia, pode causar uma diminuição significativa na qualidade de vida da pessoa afetada. Os pacientes frequentemente se queixam de problemas interpessoais, como problemas alimentares e de fala; em muitos casos, isso leva a um círculo vicioso e leva ao isolamento social pessoal (Herrmann, Müller, Behr e Hahnel, 2017). 
Lucena et al. (2010), realizaram estudo com 98 indivíduos, destes 29 (29,6%) eram homens e 69 (70,4%) eram mulheres, a idade variou de 60 a 86 anos. Neste estudo puderam observar que 46,0% apresentaram redução do fluxo salivar. Destes apenas 13,3% relataram não fazer uso de medicamentos. Quando questionados sobre a sensação de boca seca, dos 45 idosos com fluxo salivar reduzido, 51,1% mencionaram ter essa sintomatologia. Os medicamentos mais usados pelos idosos são os anti-hipertensivos e os antidepressivos.
Yatsuda (2012), entrevistou 400 idosos destes, 37% tinham entre 65 e 70 anos e 67% eram mulheres. Foi feito o exame clínico intraoral, que juntamente relacionado às queixas relatadas de algum sintoma de xerostomia, como boca seca ou sensação de ardência na língua ou mucosa oral e 33% apresentaram sinais sugestivos de xerostomia.
Os indivíduos com boca seca apresentam hidratação da mucosa salivar reduzida e propriedades reológicas da saliva como alterações na viscosidade, elasticidade e adesão, mesmo naqueles cuja taxa de fluxo de saliva não estimulada está dentro da faixa normal, visto que essas alterações biofísicas na saliva estão mais relacionadas com alterações estruturais das mucinas, glicosilação reduzida, do que com a redução da sua concentração. Isto sugere perda funcional da saliva no revestimento da mucosa e nas suas propriedades lubrificantes e a perda de hidratação das mucinas pode desencadear xerostomia. (André, 2019)
Costa et al. (2015), analisando o padrão de casos de xerostomia em idosos residentes em Piracicaba –SP, por meio de entrevista encontrou uma prevalência de 17,42% de frequência de xerostomia autorrelatada. O estudo também observou que há maior prevalência nos idosos moradores de áreas com pior exclusão social.
Rech; Medeiros (2016), entrevistaram 14 idosos, divididos igualmente entre homens e mulheres, eles analisaram a prevalência dos sintomas relatados quanto à xerostomia, destes 8 idosos, ou seja 57,14%, relataram sensação de boca seca, porém, cinco fazem o uso contínuo de anti-hipertensivos, seis de antidepressivos, dois de ansiolíticos e dois de anti-hipoglicemiantes. 
Pires et al. (2020), ao analisar a diminuição do fluxo salivar relacionada à idade dos entrevistados, em comparação com os idosos de 60 a 70 anos (14%), os idosos com mais de 70 anos (35%) têm mais opiniões sobre essa mudança, diferente do estudo de Silva; Bonnini; Bollinger (2015) que constataram que quanto mais velho o paciente, maior a tendência de redução do fluxo salivar.
Devido a hipossalivação os indivíduos são mais propensos ao surgimento de agravos na cavidade bucal. Distúrbios do paladar foram encontrados em pacientes com hipossalivação, visto que existem substâncias que são impedidas de atingir as papilas gustativas quando o fluxo de saliva é reduzido (12)
	Catão et al (2021) realizaram uma revisão integrativa para avaliar os diferentes tratamentos encontrados na literatura para xerostomia e salivação em idosos, e concluíram que o tratamento da xerostomia e hipossalivação em idosos e concluíram que não há muitas alternativas referentes à abordagem do tratamento da xerostomia, mas que há uma estreita relação entre hipossalivação e determinados medicamentos e respectivas patologias sistêmicas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
“A xerostomia é uma condição importante, mas ainda pouco conhecida pela população e tem sido negligenciada pelos profissionais de saúde. Além disso, os estudos sobre essa condição são escassos e pouco esclarecedores.” Fornari, (2021).
Sabe-se que as consequências causadas pela xerostomia aos pacientes acometidos, independentemente do motivo, acarreta em riscos para sua saúde e afeta negativamente em sua qualidade de vida. Assim sendo, apesar de ainda ser pouco observada em estágio inicial, até mesmo por ser uma sintomatologia que deve ser observada e relatada pelo paciente, cabe ao profissional da saúde acompanhar a evolução dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, a fim de intervir caso note a presença de secura bucal e oferecer o atendimento em tempo hábil, evitando seu agravamento e ocasionais danos à saúde e qualidade de vida do indivíduo. 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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