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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) Lorena de Oliveira Serpa R.A: 3870423 Trabalho apresentado à Faculdades Metropolitanas Unidas para aquisição de média sob orientação do Professor Dr. Renato Negretti Cruz. SÃO PAULO 2022 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA- DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS E PROTETIVOS Deve ser realizada a leitura e interpretação, construindo uma RESENHA, a partir dos argumentos e questões levantadas no texto “A (DES)NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO DA DISPENSA COLETIVA NO BRASIL: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DO VALOR SOCIAL DO TRABALHO E DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, de autoria de Nelma Karla Waideman Fukuoka e Victor Hugo Almeida, deve ainda ser comparados os seus fundamentos jurídicos com a decisão paradigma do TST, referente ao Caso Embraer ( TST-RODC-309/2009-000-15-00.4 - acórdão anexo) e se, tais questões restaram, por si só, superadas (ou não) pela edição, por meio da Reforma Trabalhista De acordo com o tema ora em análise, o texto: A (DES)NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO DA DISPENSA COLETIVA NO BRASIL: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DO VALOR SOCIAL DO TRABALHO E DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA de NELMA KARLA WAIDEMAN FUKUOKA e VICTOR HUGO ALMEIDA, alude sobre a regulamentação da dispensa coletiva no nosso país correlacionada ao valor social do trabalho e a efetivação do princípio da dignidade humana, ficando claro e evidente, no que tange a crise econômica como um dos impactos causadores de dispensas coletivas nas empresas, já que o lado mais fraco da relação empregatícia é os trabalhadores, afetando-os diretamente. Ordinariamente, no Brasil nos deparamos com notícias mediante a dispensas coletivas, ou seja, da demissão em massa de um número considerável de trabalhadores, com a justificativa de que a empresa esteja passando por dificuldades econômicas no país ou mesmo por causas de disciplina da empresa, como adaptação tecnológica e financeira. De maneira análoga a isso, os riscos econômicos do empreendimento são do empregador, não podendo ser transferido aos empregados, “considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.”, Conforme preceitua o artigo 2º da Consolidação das Lei do Trabalho (CLT). Conquanto, nota-se que, tal posição não é respeitada pelas empresas brasileiras, constantemente nos deparamos com notícias informando que o motivo para a dispensa coletiva dos empregados de grandes empresas se deu por problemas econômicos das mesmas. Outrossim, os autores também aduzem a globalização como a causa dos grandes problemas da atualidade, sendo o desemprego, como menciona, Orlando Teixeira da Costa: Através do uso da tecnologia e da exigência de trabalhadores extremamente qualificados, o modelo toyotista criou um exército de reserva, pronto para ocupar postos de trabalho, cada vez mais raros, elevando as taxas de desemprego no contexto global. (COSTA, 1991) Conforme mencionado acima, com a tecnologia envolvida no mercado de trabalho, as empresas tendem a demitir a mão de obra sem qualificação e procurar por profissionais qualificados, fazendo com que se expanda o número de desempregados, sem ensino profissionalizante e superior, pois poucas empresas investem no desenvolvimento dos seus funcionários, acarretando o aumento do desemprego no Brasil. Do mesmo modo, é possível constatar-se, que se faz presente a alienação do empregado, na medida em que este se vê cada vez mais afastado do modo de produção integral e da sua própria identidade, e passa a preponderar a estratégia de tornar o trabalhador cada vez mais descartável, substituível. Ademais, ao mencionar o princípio da dignidade humana, todos os fatores relacionados as demissões, afetam o valor social do trabalho e a sua efetivação desse princípio, pois está diretamente ligado à necessidade de trabalho e representa a base de sua existência, sendo vista como a principal forma de valorização do indivíduo e uma das maneiras de se alcançar a melhoria da conjuntura social. Conforme mencionado anteriormente, a dispensa individual afeta não somente o empregado dispensado, mas também o redor dele (como a família), já a dispensa coletiva acaba fazendo com que outras dispensas possam interferir a ordem econômica local, já que a mesma afeta a própria ordem social local. O princípio da dignidade da pessoa humana propõe a garantia das necessidades vitais de cada indivíduo, sendo necessário a segurança financeira do trabalhador para que essas garantias sejam efetivadas, onde o mesmo se faz presente artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; Conforme o caso em tela, é indubitável não mencionar o caso da EMBRAER, Empresa Brasileira de Aeronáutica, fabricante de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares. Tal empresa foi processada em 2009, pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que pediu para que uma dispensa coletiva seja suspensa por parte da empresa. Com isso, a empresa demitiu diversos trabalhadores, e a mesma alegou “necessidade de corte nos custos perante atual crise econômica do país”. Com isso, ela demitiu diversos trabalhadores. O Tribunal Superior do Trabalho concluiu que não houve abuso na demissão dos 4.273 trabalhadores, tal lei facilita ao empregador a decisão de dispensar o empregado sem justa causa, até 2009 a jurisprudência predominante nos tribunais trabalhistas aplicava à dispensa coletiva o mesmo tratamento da dispensa individual. Com a causa ganha ao empregador, traz o presente questionamento, de como a lei pode ir à favor de uma organização em se tratando de uma dispensa, seja coletiva ou individual. Diante o exposto, se faz necessário uma mudança no Direito Coletivo do Trabalho no Brasil para que possam garantir aos empregados a efetiva segurança aos seus direitos, fazendo com que o indivíduo também possua uma maior inclusão na sociedade, do mesmo modo, como fundamentação é indubitável não mencionar os arts. do nosso ordenamento jurídico, ambos expressos na Constituição Federal: Art. 193. “A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais” e “ art. 170 do mesmo dispositivo legal: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social”, da mesma maneira, os direitos de personalidade tem o papel de assegurar a dignidade ao trabalhador. Portanto, é imprescindível normas para assegurar tais garantias, visto que, mesmo a legislação trabalhista tendo como base os princípios da proteção ao trabalhador e da continuidade da relação de emprego, verifica-se a dificuldade do governo em atender as necessidades dos empregados, onde a Lei possibilita ao empregador dispensar discricionariamentee arbitrariamente, violando o princípio da continuidade da relação no emprego e, o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, além de violar o art. 7º, I da Constituição Federal, onde o mesmo preceitua em seu art, a proibição da dispensa arbitrária.
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