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Hidroginástica: Origem, Estruturação e Benefícios

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ATIVIDADES 
AQUÁTICAS
Ana Paula Maurilia dos Santos 
Hidroginástica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar a origem histórica e os conceitos aplicados à hidroginástica.
 � Enumerar elementos importantes para a estruturação de uma aula 
de hidroginástica.
 � Desenvolver programas de treinamento em hidroginástica para grupos 
especiais como as gestantes, terceira idade e obesos.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer um pouco mais sobre o universo da 
hidroginástica. Também aprenderá sobre sua origem histórica e as par-
ticularidades que a diferencia dos exercícios em terra, além de como 
deve ser a metodologia para o planejamento das aulas e os diferentes 
programas existentes.
Basicamente, a estruturação de uma aula de hidroginástica inclui: 
aquecimento (com alongamento), parte principal (treinamento aeróbio 
e/ou localizado) e volta à calma (relaxamento e alongamento final). Essa 
sequência deve ser realizada de maneira segura, criativa e eficaz. De 
modo geral, sua prática não apresenta contraindicações e estudos com 
diferentes grupos especiais têm demonstrando sua eficácia. 
Hidroginástica: origem histórica e 
peculiaridades
A origem das atividades aquáticas está atrelada à sua utilização com fins 
recreativos e curativos. Esses mesmos movimentos que anteriormente eram 
realizados de maneira informal, hoje estão relacionados a uma modalidade 
aquática, não competitiva, chamada hidroginástica. A prática esportiva, que 
também é conhecida como ginástica aquática ou aquaeróbica, pode ser en-
tendida como uma prática corporal que utiliza o meio líquido para melhorar 
a aptidão física (FERNANDES, 2011).
A origem da hidroginástica esteve atrelada à civilização romana no período 
compreendido entre 460 e 375 a.C., quando os povos viam os banhos como 
algo sagrado e com finalidades terapêuticas, como forma de “hidroterapia” 
(FERNANDES, 2011).
Nos países europeus, nos séculos XVIII e XIX, os banhos mornos foram 
utilizados como hidroterapia para a recuperação e alívio de espasmos mus-
culares, e, posteriormente, as temperaturas foram variadas, aprofundando o 
estudo sobre as propriedades físicas da água. Desse modo, pode-se afirmar 
que a hidroginástica derivou da hidroterapia, que surgiu na Alemanha para 
atender pessoas que precisavam realizar exercícios físicos de forma segura, 
sem risco de causar lesões. Naquela época, as aulas eram muito semelhantes 
à ginástica aeróbica, que foi introduzida no Brasil no final dos anos 1980 e 
teve como primeiros participantes os idosos, atraídos pelo baixo risco de lesão 
(FERNANDES, 2011).
A diferença da hidroterapia e da hidroginástica é que a primeira trata-se 
de uma reabilitação individual para tratamento de lesões osteomusculares, 
por exemplo. Ela não possui características de “aula”, como a hidroginástica, 
que, além dos fins terapêuticos herdados da hidroterapia, possui um caráter 
descontraído, pois envolve música, diversão e prevenção de doenças.
Uma das suas principais particularidades que difere a hidroginástica das 
atividades físicas realizadas em terra está no fato de ela proporcionar ao in-
divíduo a influência direta das propriedades da água, favoráveis aos objetivos 
pretendidos com a prática (GALDI et al., 2004). Os mesmo autores também 
afirmam que, dentro da água, a ação muscular é concêntrica, e, portanto, é 
raro ocorrer dor muscular pós-exercício. Além disso, há a redução do impacto, 
que pode ser considerado um dos aspectos mais vantajosos da sua prática, 
uma vez que possibilita a exploração de exercícios com saltos sem que haja 
um estresse articular como ocorre no solo. 
Para Cerri e Simões (2007), a hidroginástica proporciona o aprimoramento 
da aptidão física, como força, flexibilidade, resistência muscular localizada e 
coordenação, além de promover a sociabilização, fator que pode ser conside-
rado uma das principais motivações que levam as pessoas, particularmente 
Hidroginástica2
os idosos, a realizarem esse tipo de atividade. Souto et al. (2016) acrescentam 
que a hidroginástica tem sido procurada por idosos e apresenta benefícios 
como redução da frequência cardíaca, aumento do VO2 máximo, da massa 
muscular, da amplitude articular, do bem-estar físico e psíquico e melhora 
da função cognitiva.
De modo geral, podemos considerar que a hidroginástica hoje faz parte 
de uma modalidade fundamentada no conceito de fitness, que tem como 
finalidade melhorias na saúde sob um aspecto fisiológico e funcional, e sob 
uma perspectiva da saúde mental, do bem-estar em geral e da socialização 
de seus praticantes.
Estruturação da prática
A prática de hidroginástica é constituída de movimentos aquáticos específicos 
realizados em pé e que se baseiam no aproveitamento da resistência da água 
como sobrecarga. Sendo assim, os diferentes movimentos influenciarão na 
intensidade de esforço, em que o grupo muscular envolvido é proporcional à 
intensidade imposta (OLKOSKI et al., 2013).
Apesar de a hidroginástica ser favorável a todos os tipos de pessoas, 
o perfil dos praticantes e as metas a serem alcançadas são especificida-
des que devem ser levadas em consideração no planejamento das aulas. 
Nesta, vale destacar a estrutura pedagógica da aula, que geralmente é 
comporta por: aquecimento (preparação do corpo para a realização dos 
movimentos), parte principal (realização de atividades específicas) e final 
(relaxamento de toda a musculatura) (GALDI et al., 2004). De acordo com 
a Acquatic Exercise Association (2014), o objetivo da estrutura da aula é 
facilitar o ingresso do corpo em um estado de exercício que, então, retorna 
gradualmente ao estado pré-exercício, sendo que cada componente serve 
a um objetivo fisiológico específico para minimizar o risco e melhorar o 
processo de treinamento.
No Quadro 1, a seguir, você compreenderá a importância de cada uma 
dessas etapas.
3Hidroginástica
Fonte: Adaptado de Galdi et al. (2004).
Estrutura da sessão Características gerais
Aquecimento Etapa essencial, com duração de 5 a 10 minutos. 
Prepara o corpo para a sobrecarga dos exercícios, 
mediante a adaptação do sistema cardiovascular, 
ajustes na temperatura corporal e pressão periférica.
Parte principal Fase em que são propostos os exercícios dirigidos 
e determinados de acordo com a programação, 
com duração de 40 a 45 minutos. A ênfase 
está na melhoria da resistência aeróbia, força, 
resistência muscular localizada e flexibilidade. 
Parte Final Volta à calma, desaquecimento gradual, com 5 a 
10 minutos de duração. Objetiva a diminuição da 
frequência cardíaca e da temperatura corporal.
Quadro 1. Hidroginástica — estruturação pedagógica
Segundo Galdi et al. (2004), essa estruturação possui características especí-
ficas, e, por isso, são também aspectos que devem ser levados em consideração, 
como apresentado a seguir. 
 � O aquecimento é iniciado como movimentos que envolvem todos os 
grupos musculares com exercícios simples e multidirecionais, para, 
em seguida, situar-se nas estruturas que irão compor a parte principal. 
Podem ser usados alongamentos estáticos (que preparam as articulações 
para a realização das atividades, ocasionando a produção do líquido 
sinovial e prevenindo possíveis lesões articulares) ou alongamentos 
dinâmicos (úteis para elevar a temperatura corporal e aumentar o aporte 
sanguíneo nos diferentes grupos musculares, e para provocar o aumento 
da ventilação pulmonar, como, por exemplo, quando se caminha de uma 
borda à outra da piscina movimentando os braços). Ainda no aqueci-
mento, este pode ser concluído com a aplicação de algum jogo, para 
auxiliar na sociabilização da turma e trazer mais motivação à prática.
 � A parte principal é comporta por exercícios dinâmicos, que exigem 
movimentação contínua do praticante, para que ocorra um aumento 
Hidroginástica4
da frequência cardíaca (FC) em torno de 70% da FCmáx, justificando 
melhorias da aptidão física. As corridas de borda em borda, ou no lugar,podem ser utilizadas variando a movimentação dos braços, pernas 
(chutes) e tronco (giros), com elevação de joelhos ou o toque alternado 
de calcanhares no glúteo. Quando a resistência muscular localizada é 
priorizada, devem ser executados movimentos específicos para cada 
grupo muscular, intensificando o trabalho com o uso de acessórios 
como halteres, macarrão e bola.
 � Na parte final, o alongamento estático é recomendado sobretudo quando 
tenha ocorrido o trabalho de resistência muscular localizada, visando 
à diminuição da tensão e a prevenção de lesões. Nessa parte da aula 
também podem ser utilizados jogos recreativos, massagens terapêuticas 
e relaxamentos.
Faverão (2018) salienta a importância da música e do lúdico numa proposta 
metodológica e nos faz refletir sobre a importância de o profissional ter novas 
possibilidades de trabalho e suprir, porventura, as delimitações de treinamento 
para hidroginástica, como estrutura total da aula, duração e intensidade de 
cada exercício, tempo e forma de recuperação. 
Acredita-se que a estruturação de metodologias direcionadas para as ativi-
dades aquáticas, assim como os benefícios em vários aspectos, têm colaborado 
para a sua grande aceitação social (FERNANDES, 2011). O autor também cita 
os diferentes programas de hidroginástica existentes no mercado, como ac-
quagym, ginástica aquática, hidroatividade, aquaeróbica, além das hidrova-
riações, como o deep water (hidro sem tocar o pé no fundo da piscina); deep 
runner (corrida dentro da piscina, sem tocar no fundo), hidroioga, hidrodança, 
hidrocapoeira, hidro power; hidro local entre outras.
No planejamento de uma aula de hidroginástica, é importante levar em 
consideração o processo de aprendizagem do movimento. Desse modo, para 
a ação efetiva dos movimentos, a demonstração dos exercícios propostos, 
juntamente com a instrução verbal, parece ser componentes básicos para a 
aprendizagem motora. Muitas vezes, o professor deverá “testar” se aqueles 
exercícios que propõe fora da piscina tem o mesmo resultado dentro dela, com 
a resistência da água atuando. 
5Hidroginástica
No Quadro 2 são apresentadas algumas sugestões de exercícios do projeto Aprender 
a Nadar, de acordo com a composição da aula descrita por Galdi et al. (2004).
Quadro 2. Sugestões de exercícios
Composição da aula Sugestões de exercícios 
Aquecimento Rotação de tronco; flexão alternada das pernas 
com elevação dos calcanhares; alongamento da 
parte posterior da coxa; rotação dos pés e pernas; 
circundução dos braços para frente e para trás; 
caminhada de borda a borda; jogo de bola ao gol.
Parte principal 
(condicionamento 
aeróbio)
Corrida simples de borda a borda; corrida com 
elevação dos joelhos; corrida com chutes (curtos) 
laterais e braços abrindo e fechando na altura 
do peito; corrida com calcanhares alternados 
nos glúteos, batendo palmas com os braços 
estendidos; corrida com mãos empurrando a água 
frontalmente; corrida com mãos empurrando a 
água para baixo; exercícios em duplas com saltos 
alternados, simultâneos; corrida com chutes curtos, 
laterais, frontais e traseiros; formação de trenzinho.
Parte final 
(relaxamento)
Caminhada com passadas largas; rotação do 
tronco passando as mãos suavemente pela água; 
alongamento de pernas em duplas (um apoia o 
outro para a sua execução); relaxamento em duplas 
(um segura o outro apoiando a cabeça e a região 
lombar para que o companheiro tenha seu corpo 
totalmente estendido e seguro sobre a água).
Fonte: Adaptado de Galdi et al. (2004).
Hidroginástica para grupos especiais
Atualmente, a hidroginástica é procurada por diferentes grupos — idosos, 
gestantes, adultos —, e em diferentes contextos — clubes, academias e as-
sociações — com diferentes objetivos e expectativas (FERNANDES, 2011). 
Hidroginástica6
Ao ministrar aulas de hidroginástica para grupos especiais, é importante que 
o professor de educação física compreenda as propriedades físicas da água e 
sua aplicabilidade, para que seus benefícios sejam potencializados naquelas 
pessoas.
Idosos
De acordo com Alves et al. (2004), em idosos, a hidroginástica apresenta 
muitas vantagens, pois o as propriedades físicas da água possibilitam um 
melhor rendimento dos exercícios e oferecem riscos menores à saúde. Em sua 
pesquisa, os autores verificaram que programas de hidroginástica corroboram 
com melhorias da aptidão física de idosos, como medida profilática importante 
no sentido de preservar e retardar ao máximo os efeitos do envelhecimento 
sobre a aptidão física, contribuindo também para a redução das taxas de 
mobimortalidade em idosos. No estudo de Teixeira et al. (2018) com 60 idosos 
praticantes de hidroginástica, foi verificado que a atividade contribui para 
melhora qualidade de vida dos praticantes, havendo uma grande motivação 
pelo fato de ser realizada em grupo, auxiliando na socialização e na formação 
de amizade entre os idosos.
De acordo com Baun (2010), adultos que já passaram da meia-idade precisam 
de mais tempo para se aquecer e devem resfriar o corpo de forma mais gradual. 
É aconselhável se movimentar em um ritmo que permita manter a estabilidade 
musculoesquelética, com respiração plena e profunda. O treinamento de 
força é também importante para os idosos, sendo interessante incluir de 8 a 
10 exercícios de fortalecimento e tonificação com 10 a 15 repetições de cada 
exercício, 2 ou 3 vezes por semana. Exercícios de equilíbrio são primordiais 
na sessão de treinamento para a prevenção de quedas em idosos, que é hoje 
um problema de saúde pública. É aconselhável aquecer lentamente e depois 
aumentar a intensidade aos poucos, monitorando o trabalho rumo a uma 
intensidade moderada. Quando necessário, deve-se reduzir a intensidade, 
de modo que a resistência seja reduzida aos poucos, movendo lentamente e 
minimizando sacolejos e pulos. Esse tipo de ação é necessária para resfriar o 
corpo no término da parte principal, já que uma cessação abrupta de exercícios 
vigorosos pode causar acúmulo de sangue nos membros, o que coloca tensão 
desnecessária no coração, enquanto o corpo se esforça para levar o sangue das 
extremidades ao tronco. Além disso, resfriar o corpo gradualmente é indicado 
para a prevenção de dor muscular pós-exercícios.
7Hidroginástica
Gestantes
Durante a gestação, a atividade física é uma prática segura e agradável. Estu-
dos comprovam que a variação da frequência cardíaca no terceiro trimestre 
gestacional pode diminuir com a prática da hidroginástica, aumentando a 
atividade vagal e evitando possíveis intercorrências gestacionais como a 
pré-eclâmpsia (TAREVNIC et al., 2015). Além disso, na gestação, a hidro-
ginástica possibilita o alívio de desconfortos comuns durante a gravidez, 
principalmente o inchaço nos pés e pernas em função da melhoria no retorno 
venoso. Pesquisas recentes têm demostrado que a imersão na água associada 
à prática de exercícios diminui significantemente o edema, a dor lombar, 
a fadiga e queixas gerais de desconfortos normalmente vivenciadas pelas 
gestantes (BENEVIDES et al., 2012).
De acordo com Baun (2010), durante a gravidez, a mulher obtém um au-
mento de peso gradual (entre 9 e 11 kg) e sustenta seu inevitável estresse sobre 
a região lombar. Desse modo, durante a gestação, faz-se necessário exercícios 
de fortalecimento muscular para que o aumento do peso corporal seja melhor 
sustentado e, após o parto, para ajudá-las a carregar o bebê. A autora cita um 
estudo no qual foram examinados os efeitos dos exercícios realizados em 
terra e na água, em mulheres grávidas. Foi concluído que exercitar-se na água 
reduz o estresse térmico, mantendo a temperatura da futura mão dentro de 
níveis mais seguros para o feto, com redução da frequência cardíaca e pressão 
sanguínea. A flutuabilidade da água é responsável pelo alívio do peso da 
gravidez, tornando-se uma opção mais confortável, além de eliminar o perigo 
de pulos ou trepidações.
Obesidade
Na obesidade, a hidroginástica se torna fundamental, uma vez que, atravésda 
sua prática, há o incremento do metabolismo basal, que se torna de extrema 
relevância no combate à obesidade, já que controla o percentual de massa 
gorda, melhora a eliminação de lipídios no sangue e diminui a tensão arterial. 
Os mesmos autores citam estudos que consideram que 1 hora de caminhada 
na água gera um gasto energético de até 525 calorias, ao passo que a mesma 
caminhada em terra queima até 240 calorias. Além disso, a caminhada na 
água apresenta a vantagem de diminuir o risco de lesão e as sensações de 
calor e suor.
Hidroginástica8
De acordo com Baun (2010), para pessoas que precisam emagrecer a fim 
de recuperar a mobilidade e a boa saúde, a hidroginástica é a atividade mais 
indicada, uma vez que exercitar-se na água queima mais calorias em menos 
tempo do que executar exercícios similares em terra. Uma sessão de 30 mi-
nutos na água equivale a uma sessão de 45 minutos em terra, o que faz da 
hidroginástica uma excelente forma de obter trabalho cardiorrespiratório com 
queima de calorias em uma base regular. 
Outros grupos especiais
De acordo com Vieira, Porcu e Buzzo (2009), a hidroginástica mostrou-se 
um auxiliar terapêutico benéfico no tratamento do transtorno de ansiedade, 
com redução do nível de ansiedade no grupo de participantes, mostrando-se, 
portanto, um tratamento complementar eficaz. A prática influenciou também 
no estado de humor, evidenciando que o grupo praticante apresentou melhor 
perfil de saúde mental positiva.
Estudos também mostram que a hidroginástica é considerada a melhor 
terapia para quem sofre com dores articulares, osteoartrite ou artrite reuma-
toide. Exercícios regulares ajudam a manter as articulações em movimento, 
restaurando e preservando a flexibilidade e a força, ajudando a melhorar a 
coordenação e a resistência. A água proporciona um ambiente confortável para 
pacientes com artrite se exercitarem com suavidade e sem dor. A flutuabilidade 
auxilia na sustentação do corpo, reduzindo o estresse sobre as articulações 
e proporcionando maior amplitude de movimento (BAUN, 2010). Se a água 
morna alivia a artrite, significa que esse é o exercício mais apropriado, e a 
temperatura deve estar entre 28 e 31ºC antes de entrar na piscina. 
Já para pessoas com fibromialgia, os estudos têm demonstrado que a hidro-
ginástica realmente pode ajudar na redução dos sintomas de dor e melhorar a 
qualidade de vida, a flexibilidade muscular e a força, reduzindo o desconforto 
causado pela doença (BAUN, 2010). Em pessoas com fascite plantar (dor 
aguda e intermitente ou intensa queimação no calcanhar ou na sola do pé), 
a hidroginástica também tem sido bastante recomendada, assim como para 
pessoas com esclerose múltipla, diabetes, etc. (BAUN, 2010). 
Baun (2010) cita algumas das rotinas específicas de exercícios aquáticos 
que podem ser desenvolvidas para alguns dos grupos especiais elencados 
acima, que necessitam de algumas precauções (Quadro 3).
9Hidroginástica
Grupo 
especial
Aquecimento 
térmico (5’) + 
Alongamento 
(5’)
Parte principal: 
Exercícios 
aeróbicos e de 
fortalecimento 
muscular
Alongamentos 
finais para 
resfriamento 
(10 a 15 
minutos)
Gestantes Começar 
lentamente, 
aumentando a 
intensidade de 
forma gradual. 
Exemplo: 
caminhada na 
água, corrida 
ou marcha 
com elevação 
do joelho, 
alongamento 
região 
lombar, etc.
Aquecer de forma 
gradual, manter um 
ritmo moderado e 
resfriar lentamente 
(p. ex., passada 
lateral ampla). 
Exercícios de 
flutuação (p. ex., 
com espaguete, 
esqui aquático). 
No fortalecimento 
muscular, 
comece devagar, 
aumentando 
gradualmente 
(p. ex., Flexão e 
extensão do braço).
Alongamentos, 
mantendo-se na 
posição por 20 
a 30 segundos. 
Idosos Escolher a 
intensidade 
de exercícios 
apropriada ao 
nível de aptidão 
física do idoso. 
Alinhamento 
corporal correto, 
corrida e 
pedaladas leves. 
No alongamento, 
evitar ir além 
da amplitude 
normal.
Começar 
lentamente, elevar 
a intensidade de 
forma gradual 
até a intensidade 
moderada. 
Nos últimos 10 
minutos, reduzir 
gradualmente a 
intensidade. No 
fortalecimento, 
executar de 
forma constante 
e controlada, 
iniciando com 
8 repetições e 
aumentando para 
16 ou mais.
Completar todos 
os alongamentos 
finais e de 
resfriamento, 
mantendo um 
alinhamento 
corporal correto. 
Alongar por 10 
a 30 segundos. 
Não executar 
movimentos 
que causem 
desconforto 
extremo. 
Quadro 3. Rotinas específicas para grupos especiais
(Continua)
Hidroginástica10
Fonte: Adaptado de Baun (2010).
Quadro 3. Rotinas específicas para grupos especiais
Grupo 
especial
Aquecimento 
térmico (5’) + 
Alongamento 
(5’)
Parte principal: 
Exercícios 
aeróbicos e de 
fortalecimento 
muscular
Alongamentos 
finais para 
resfriamento 
(10 a 15 
minutos)
Artrite Aquecimento 
breve, como 
caminhada na 
água, corrida 
ou marcha com 
elevação dos 
joelhos. Realizar 
alongamentos 
que considerar 
confortáveis, 
nunca dolorosos, 
mantendo 
alongado 
levemente por 
10 segundos.
Exercícios aeróbicos 
com flutuação é 
opcional. Exercícios 
para ampliar 
movimentos e de 
fortalecimento se 
fazem necessários 
(p. ex., tesouras 
laterais flutuantes). 
Alongamentos 
estáticos, 
mantendo as 
posições de 
alongamento por 
20 segundos.
Fascite 
plantar
Aquecimento 
térmico de 
5 minutos, 
alongamento 
mantendo a 
posição por 
10 segundos. 
Atenção 
especial aos 
alongamentos 
com ênfase 
nos membros 
inferiores.
Evitar movimentos 
com pulos até não 
sentir mais crises de 
dor, até recuperação 
total e até os 
sintomas não serem 
mais agravados 
por saltos. Indicado 
exercícios em 
flutuação. Incluir 
movimentos de 
fortalecimento 
e tonificação 
quando não houver 
mais sintomas, 
concentrando-se 
na flexão dos dedos 
do pé, extensão 
dos tornozelos, 
elevação dos 
dedos do pé, etc.
Alongamento 
mantendo-se 
em cada posição 
por 20 segundos. 
Alongamentos 
que apresentam 
maior desafio 
para os músculos 
que controlam 
a solo do pé são 
indicados na 
última sequência, 
a fim de garantir 
que eles estejam 
alongados e 
preparados para 
o seu papel de 
estabilização da 
postura ereta. 
(Continuação)
11Hidroginástica
Em idosos, têm-se a opção de começar com 5 a 10 minutos de exercícios 
aeróbicos e adicionar gradualmente 1 minuto a cada semana. Em pessoas com 
obesidade, não foram elencadas medidas preventivas; no entanto, acredita-se 
que quanto maior a intensidade do exercício aquático, maior o gasto calórico, 
o que favorece o emagrecimento. Porém, deve-se estar atento a outras comor-
bidades que podem estar associadas à obesidade, como hipertensão e diabetes.
Programa de hidroginástica para todos os grupos
De acordo com a Acquatic Exercise Association (2014), para a elaboração de 
programas de liderança em hidroginástica, faz-se necessário, além da atenção 
especial aos elementos de composição da aula (aquecimento, parte principal 
e parte final), um entendimento sobre a variação no formato do programa e a 
que grupo eles serão destinados. 
Treinamento em circuito: Chamado de treinamento por estação, sendo que 
as estações podem ser cardiorrespiratórias, de condicionamento muscular, 
de flexibilidade ou de qualquer combinação. Deve ser guiado pelo instrutor, 
havendo um tempo de permanência em cada estação.
Treinamento intervalado: Composto por uma série de ciclos de trabalho que 
incluem segmentos de alta e de baixa intensidade.
Exercício de dança aquática: Sequência de coreografia mais altamente de-
senvolvida e que pode incorporar movimentos orientados para a dança. São 
ensinados segmentos de combinação durante o aquecimento para preparar os 
alunos para o que está à frente.
Condicionamento físico em piscina funda: Opção de exercício sem impacto, 
que permite a amplitude total de movimentos sem restrições, podendo ser 
realizado por alunos de todas as alturas.
Step aquático: Trata-se de um programa de condicionamento físico que in-
corpora degraus para subir e descer durante uma parte da aula.
Hidroginástica12
Caminhadas vigorosas compassos largos: Pode ser utilizada como aqueci-
mento, relaxamento ou formato inteiro da aula, com a elaboração de padrões 
de caminhada. 
Condicionamento muscular: Foca na força e resistência muscular, com 
atividades de alongamento e flexibilidade. Geralmente, utiliza equipamentos 
a fim de promover resistência adicional para sobrecarga contínua no músculo.
Kickboxing aquático: Treino intervalado que usa mudanças de velocidade 
e resistência para criar ciclos de treinamentos eficientes. Há chutes, socos e 
bloqueios.
Ciclismo aquático: Com bicicletas estacionárias, tem se tornado uma opção 
para o treinamento em grupo, personalizado ou reabilitação, indicado para 
todos os níveis de habilidade.
Pré e pós-natal: Para mulheres na gestação, de maneira segura e confortável.
Programas para artrite: O foco está em readquirir e manter a amplitude de 
movimento e as habilidades funcionais sem comprometimento da segurança.
Ai chi: Combinação de respiração profunda e movimentos lentos.
Pilates, tai chi e ioga aquáticos: Exercícios adaptados dessas modalidades, 
com foco nas técnicas de respiração, força de core, ativação muscular, ali-
nhamento corporal e flexibilidade.
Diante do contexto, podemos pressupor que “[...] diretrizes gerais são 
recomendadas para a formatação de aulas com concessões para considerações 
ambientais, variações de programas e objetivos e habilidades dos alunos [...]” 
(ACQUATIC EXERCISE ASSOCIATION, 2014, p. 175).
Além disso, vale ressaltar que a água pode realmente oferecer algo a todos, 
desde alunos sem condicionamento até atletas de elite à grupos especiais. Os 
benefícios possíveis incluem ganhos de força, flexibilidade e benefícios cardio-
vasculares. Para tanto, o planejamento da aula se torna de suma importância, 
devendo incentivar a criatividade e, ao mesmo tempo, efetividade e diversão.
13Hidroginástica
ACQUATIC EXERCISE ASSOCIATION. Fitness aquático: um guia completo para profissio-
nais. 6. ed. Barueri: Manole, 2014.
ALVES, R. V. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica. 
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Leitura recomendada
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