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TCC LUDICIDADE

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FAAC- FACULDADE ACADEMUS 
 LICENCIATURA DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS 
2022 
 
 
IONE SILVIA RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS 
2022 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresen-
tado a Faculdade Academus – FAAC, Cam-
pus Guarulhos, como requisito para certifica-
ção da Graduação de Pedagogia. 
 
 
Orientador (a): Prof. Esp. Karol Nishimura. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof.______________________ 
Co-orientador: Prof.____________________ 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus, a faculdade Academus, professores, amigos e familia-
res que muito me apoiaram e incentivaram durante o curso contribuindo para o meu 
crescimento e aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar 
as dificuldades e obstáculos ao longo do curso. 
Em especial ao meu esposo que me incentivou nos momentos difíceis me 
dando todo suporte e apoio necessários para chegar até aqui. 
A esta instituição e todo seu corpo docente, direção e administração que 
oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, pela confiança no 
mérito e ética aqui presente. 
Aos professores, pela paciência nas correções e todo ensinamento que me 
permitiram apresentar um melhor desempenho no processo de formação profissional. 
Quero agradecer duas pessoas que conheci no primeiro dia de aula e vou levar 
para sempre comigo, são eles o professor Fernando Barros, presente no meu primeiro 
semestre e que muito me ensinou, e, a aluna na época, hoje amiga, Christiane 
Baltazar. Não há palavras para agradecer todo o acolhimento e o que fizeram por mim. 
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu 
muito obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias 
da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as 
quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na re-
alidade. 
 
Lev Vygotsky 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Na educação infantil destaca-se a importância de inserir jogos e brincadeiras no 
processo de aprendizagem e de como essas metodologias favorecem no 
desenvolvimento da criança. A influência da ludicidade no ambiente escolar é 
fundamental para que os alunos possam desenvolver um melhor convívio afetivo não 
somente na escola como também no convívio familiar e social. A forma lúdica de 
ensinar possibilita práticas de aprendizagem onde as crianças desde cedo aprendem 
a criação e a importância de se respeitar regras, assim como estimula o pensar e 
conquista autonomia. Conclui-se que cada estágio da criança é um período no qual 
seus comportamentos, atitudes e pensamentos são constituídos por formas diferentes 
de raciocínio e lógica, melhorando seu desenvolvimento e adquirindo conhecimentos. 
A inspiração para este trabalho partiu da minha experiência pessoal como profissional 
onde diariamente uso como metodologia trabalhar conteúdos lúdicos na educação 
infantil e vivencio a importância de se trabalhar esta metodologia contribuindo nos 
estágios de desenvolvimento da criança. 
 
 
Palavras-chave: Educação Infantil, brincar, aprendizagem, lúdico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
In early childhood education, the importance of including games and games in the 
learning process is highlighted and how these methodologies favor the child's devel-
opment. The influence of playfulness in the school environment is essential for stu-
dents to develop a better affective relationship not only at school but also in family and 
social life. The playful way of teaching enables learning practices where children from 
an early age learn about creation and the importance of respecting rules, as well as 
stimulating thinking and achieving autonomy. It is concluded that each child's stage is 
a period in which their behaviors, attitudes and thoughts are constituted by different 
forms of reasoning and logic, improving their development and acquiring knowledge. 
The inspiration for this work came from my personal experience as a professional 
where I use daily as a methodology to work playful content in early childhood education 
and I experience the importance of working this methodology contributing to the child's 
development stages. 
 
 
 
Keywords: Early childhood education, play, learning, playful. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 
1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................. 11 
1.1 A função da Educação Infantil ......................................................................... 12 
1.2 O Brincar e a Escola ........................................................................................ 13 
2. CONCEITOS E FUNÇÕES DO LÚDICO .............................................................. 14 
2.1 História da Educação Lúdica ............................................................................... 15 
2.2 As ferramentas lúdicas para mediar a aprendizagem na Educação Infantil ........ 15 
2.3 O papel do Educador frente ao processo ensino-aprendizagem tendo a ludicidade 
como princípio do saber ............................................................................................ 17 
2.4 A Ludicidade segundo as normas da BNCC ....................................................... 19 
3. A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS E BRINQUEDOS NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA
 .................................................................................................................................. 20 
4. OS JOGOS NA CONCEPÇÃO DE ALGUNS AUTORES ...................................... 21 
4.1. Jean Piaget ........................................................................................................ 22 
4.2. Vygotsky ............................................................................................................. 23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26 
 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Educação Infantil vai além do ensino, envolve o educar e o brincar tendo o 
lúdico como papel fundamental para o aprendizado. 
Apesar das mudanças e conceitos educativos adquiridos através do tempo e 
da chegada da tecnologia que muito nos ajuda na criação de novas atividades 
(estratégia esta que ficou muito evidente durante a Pandemia onde o ensino remoto 
fez com que os professores fossem obrigados a planejar suas aulas de forma lúdica 
para que as crianças adquirissem conhecimento a distância através da vídeo aulas), 
mesmo assim ainda existe uma certa resistência por parte de alguns educadores a 
respeito das atividades lúdicas alegando diversos motivos como a falta de tempo para 
planejamento ou até mesmo a falta de recursos para preparar atividades. 
Mas veremos aqui que a ludicidade é mediadora no processo de aprendizagem, 
principalmente nos anos iniciais onde o faz de conta e a realidade se misturam e são 
capazes de proporcionar uma aprendizagem natural e espontânea. 
Este trabalho tem o objetivo de mostrar a importância do lúdico no processo de 
desenvolvimento da criança na educação infantil, metodologia comprovada por 
teóricos que através de estudos nos mostramcomo o brinquedo tem papel 
fundamental no desenvolvimento da criança na construção de conhecimento, 
desenvolvimento de autonomia, auto estima, de habilidades e criatividade, o que 
favorecem na sua formação social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Para entendermos o lugar que a Educação Infantil ocupa hoje na nossa socie-
dade é preciso voltar na década de 40, com a entrada das mulheres no mercado de 
trabalho que deixavam seus filhos com as “criadeiras” para trabalhar. Com o passar 
do tempo por volta das décadas de 70 e 80 surgiram novos estudos e concepções 
sobre o cuidado das crianças na infância. 
Na década de 80, com a abertura política, houve pressão por parte das cama-
das populares para a ampliação do acesso à escola. A educação da criança pequena 
passa a ser reivindicada como um dever do Estado, que até então não havia se com-
prometido legalmente com essa função. 
Em 1888, devido à grande pressão dos movimentos feministas e dos movimen-
tos sociais, a Constituição reconhece a educação em creches e pré-escolas como um 
direito da criança e um dever do Estado como parte do sistema educacional. Vejamos 
o que diz a Constituição. 
 
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a 
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 1). 
 
 
Em meados dos anos 90, ocorreu uma ampliação sobre a concepção de cri-
ança que passou a ser entendida como um ser sócio histórico, onde a aprendizagem 
se dá pelas interações entre a criança e seu entorno social. Essa perspectiva sócia 
interacionista tem como principal teórico Vygotsky, que enfatiza a criança como sujeito 
social, que faz parte de uma cultura concreta (OLIVEIRA, 2002). 
Em 1996 outro marco importante foi a Lei de Diretrizes Básicas (LDB), que 
constituiu a educação como dever dos municípios e elevou a educação infantil como 
primeira etapa da educação básica sendo subdividida em: creche para crianças de 
zero a três anos e pré-escola para crianças de quatro a seis anos de idade. 
Há um fortalecimento da nova concepção de infância, garantindo em lei os di-
reitos da criança enquanto cidadã. Cria-se o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA)); a nova LDB, Lei nº9394/96, incorpora a Educação Infantil como primeiro nível 
da Educação Básica, e formaliza a municipalização dessa etapa de ensino. 
 
12 
 
Em 1998, é criado o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil 
(RCNEI), um documento que procura nortear o trabalho realizado com crianças de 
zero a seis anos de idade. Ele representa um avanço na busca de se estruturar melhor 
o papel da Educação Infantil, trazendo uma proposta que integra o cuidar e o educar, 
o que é hoje um dos maiores desafios da Educação Infantil. 
 
o art. 29 da LDB, foram destinadas às crianças de até seis anos de idade, 
com a finalidade de complementar a ação da família e da comunidade, 
objetivando o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, 
psicológicos, intelectuais e sociais. Isto nos remete à questão da formação 
humana 
[...], mas que ressalta a necessidade de promover o processo humanizado da 
criança. Esse processo requer e implica em um projeto de educação infantil 
fundamentado em um conceito de educação para a vida, pois ele dará os 
recursos cognitivos iniciais para o pleno desenvolvimento da vida da criança. 
(MENDONÇA, 2012, p. 42). 
 
Ao longo da história foram muitos os nomes: maternal, jardim de infância, pré-
escola, para esse período de atendimento à criança pequena que é anterior à fase de 
alfabetização. As alterações vieram na medida em que a sociedade evoluiu, que a 
infância ganhou a atenção dos estudiosos e que a criança passou a ser vista como 
um indivíduo com direitos. 
Nas últimas décadas, diversos pesquisadores estudaram o tema e trouxeram 
propostas diferenciadas para a educação nesse estágio. Mas, independentemente da 
linha teórica, permanece a concepção de que esse é um “período de ouro”, que deve 
ser explorado ao máximo. Isso porque boa parte dos aprendizados obtidos e cuidados 
recebidos nessa fase serão essenciais para o desenvolvimento da criança no restante 
de sua vida. 
 
 
1.1 A função da Educação Infantil 
 
Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as compe-
tências gerais da educação básica proposta pela Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC), o papel da educação infantil é o cuidar da criança, em espaço formal, com-
templando a alimentação, a limpeza e o lazer (brincar). É papel da escola educar sem-
pre respeitando o caráter lúdico das atividades com ênfase no desenvolvimento inte-
gral da criança, lembrando que não cabe a educação infantil alfabetizar (nesta fase a 
criança ainda não tem maturidade neural). 
13 
 
O principal objetivo da educação infantil é estimular as diferentes áreas de de-
senvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade, ampliar as relações sociais na in-
teração com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se ex-
pressar das mais variadas formas utilizando diferentes linguagens como o brincar. 
 
 
1.2 O Brincar e a Escola 
 
O brincar é um instrumento que fortalece o ensino aprendizagem e o desenvol-
vimento da criança, desenvolve a zona de desenvolvimento proximal, o qual leva a 
criança além do seu estágio de desenvolvimento. Desconstruindo a ideia de que as 
crianças somente vão aos jardins de infância brincar e da visão assistencialista para 
esse ambiente, o brincar é extremamente importante para o desenvolvimento motor, 
cognitivo, social e afetivo da criança, aproximando a criança dos valores morais e 
culturas, fazendo interação com o meio. 
Portanto, não pode ser apenas recreacional, por isso torna-se importante tam-
bém o papel do educador com a função de mediador, atendendo as dificuldades das 
crianças e, transformando essa atividade em prazerosa e não tediosa, para que os 
alunos se sintam à vontade para aprender brincando. 
Segundo Paschoal e Machado (2008, p.57). 
 
Podemos dizer que o brincar é um meio pelo qual a criança se relaciona com 
o mundo adulto, procurando descobrir e ordenar as coisas ao seu redor. Ao 
vivenciar as brincadeiras, a criança desenvolve afetividade, interage com o 
mundo em que vive, mediante a fantasia e o encanto. 
 
Além de ser responsável pelo desenvolvimento e construção da imaginação da 
criança, o educador também tem a responsabilidade de a aproximar da realidade de 
maneira interdisciplinar. Alguns pontos são destacados para mostrar a valorização dos 
jogos e brincadeiras na Educação Infantil, como: 
• Benefício físico: o lúdico satisfaz as necessidades de crescimento e de compe-
titividade da criança, os jogos devem ser a base fundamental dos exercícios 
físicos impostos às crianças pelo menos durante o período escolar. 
• Benefício intelectual: o brinquedo contribui para desinibir, produzindo uma ex-
citação mental e altamente fortificante. 
14 
 
• Benefício social: a criança, através do lúdico representa situações que simbo-
lizam uma realidade que ainda não pode alcançar; mas que através de jogos 
se explica o real. 
A atividade lúdica é muito importante para o desenvolvimento sensório motor e 
cognitivo, desta forma, torna-se uma maneira inconsciente de se aprender, de forma 
prazerosa e eficaz. A Ludicidade serve como propósito na construção de valores so-
ciais e afetivos, além de desenvolver nos campos intelectual e motor da criança. In-
clusive alguns desses recursos lúdicos têm favorecido a inclusão de crianças especi-
ais como: o uso de recursos de aprendizagem como games com crianças autistas e 
portadoras de síndrome de Down. 
Como benefício social, a criança, através do lúdico representa situações que 
simbolizam uma realidade que ainda não pode alcançar;através dos jogos simbólicos, 
das Contações de histórias onde se explica o real e o eu. 
 
 
2. CONCEITOS E FUNÇÕES DO LÚDICO 
 
O conceito de brincadeira, é a ação de brincar, se divertir, entreter e se distrair. 
Geralmente são jogos livres que têm a finalidade de encenar e utilizar objetos lúdicos 
com o propósito de ser educativo e auxiliar no despertar de conhecimentos. A principal 
diferença entre a brincadeira para outras atividades diárias é a sua natureza divertida 
e criativa, onde a criança tem a capacidade de revelar seus medos, desejos e emo-
ções mostrando através das atividades recreativas traços de suas personalidades. 
As brincadeiras possuem o objetivo de socializar e interagir com o meio. É por 
meio delas que as crianças expõem sua criatividade, habilidade e imaginação. Por 
isso a importância de se estimular esses aspetos desde a infância o que promove a 
evolução durante toda a vida. 
O ato de brincar no período da infância promove nas crianças a auto percepção, 
o que é muito positivo para a socialização delas com as pessoas que estão ao seu 
redor, e, é fundamental para a construção da identidade, para a formação de indiví-
duos, além da habilidade de se comunicar com o outro. Esses são um dos fatores que 
contribuem para o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Além 
disso, as brincadeiras despertam nas crianças o entendimento do mundo ao seu redor 
e as experiências da vida. A necessidade de brincar na infância é essencial no pro-
cesso de crescimento e amadurecimento. 
15 
 
 
2.1 História da Educação Lúdica 
 
A palavra lúdica se origina do latim ludus que significa brincar. 
Há relatos de que na história antiga o ato de brincar era desenvolvido por toda 
a família, até quando os pais ensinavam os ofícios para seus filhos. Destacamos que 
para cada época e sociedade a concepção sobre educação sempre teve um entendi-
mento diferenciado, logo o uso do lúdico seguiu tal concepção. 
Os povos primitivos davam à educação física uma importância muito grande e 
davam total liberdade para as crianças aproveitarem o exercício dos jogos naturais, 
possibilitando assim que esses pudessem influenciar positivamente a educação de 
suas crianças. 
Platão, já em meados de 367 a.C., apontou a importância da utilização dos 
jogos para que o aprendizado das crianças pudesse ser desenvolvido. Afirmava que 
em seus primeiros anos de vida os meninos e meninas deveriam praticar juntos ativi-
dades educativas através dos jogos. Rabelais, no século XV, já proclamava que o 
ensinamento deveria ser através dos jogos, dizendo a todos que deveriam ensinar às 
crianças o gosto pela leitura, pelo desenho, pelos jogos de cartas e fichas, que serviam 
para ensinar a aritmética e até mesmo a geometria. 
Outros teóricos também contribuíram para que o lúdico pudesse ser utilizado 
na educação dentro do processo de ensino e aprendizagem como por exemplo 
Vygotsky e Piaget. 
 
 
 2.2 As ferramentas lúdicas para mediar a aprendizagem na Educação Infantil 
 
O lúdico é um recurso pedagógico importante que ajuda na correção das difi-
culdades de aprendizagem, assim podemos trabalhar com as crianças tanto individu-
almente quanto em grupos com o objetivo de corrigir e solucionar o que é de real 
dificuldade, lembrando que é preciso que haja condições ideais para esta realização 
como o ambiente físico, materiais pedagógicos e principalmente, prática docente com 
envolvimento, criatividade e sensibilidade. 
A brincadeira na prática docente deve ser usada como instrumento facilitador 
da aprendizagem da criança, contribuindo na correção de algumas dificuldades en-
contradas durante o processo de ensino-aprendizagem. Portanto, o Educador que usa 
16 
 
como metodologia brincadeiras para incentivar a criança a ter capacidade de resolver 
situações problemas e leva-las a superar seus desafios, este usa o brincar como uma 
importante ferramenta para o desenvolvimento infantil. 
O ato de brincar facilita na construção de autonomia e criatividade do menor, 
possibilitando um processo de aprendizagem significativa na vida da criança. Para 
(FANTACHOLI,2011, p. 1) “[...] brincar é uma importante forma de comunicação, é por 
meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano, um mundo de fantasias 
e imaginação”. Desta forma, afirma (ANDERE,2011, p. 2) que: 
 
O jogo ajuda a criança a construir suas novas descobertas, desenvolve e 
enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que 
leva o professor a condição de condutor, estimulador e avaliador de 
aprendizagem. 
 
Neste caso a autora não classifica ou rotula como deve ser uma avaliação, mas 
traça alternativas dentro do processo de ensino-aprendizagem onde vemos que cada 
criança tem seus meios para adquirir conhecimento. O educador que tem este olhar e 
respeita e atende as diferentes formas de ensinar dentro das dificuldades apresenta-
das individualmente constrói vínculos positivos com seus alunos, criando espaços de 
aprendizagem que favorecerão a todos. Afirma (KISHIMOTO, 1999, p.36) que: 
 
Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo, 
adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser 
humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais, 
o brinquedo desempenha o papel de relevância para desempenhá-la. 
 
A estratégia de se usar o lúdico como facilitador no processo de ensino-apren-
dizagem utilizando conteúdos programáticos como jogos e brincadeiras, dando es-
paço a uma metodologia que fuja do tradicional (que seria o uso do quadro negro e o 
giz), torna o aprendizado dos conteúdos curriculares mais prazeroso e divertido, onde 
o educador consegue construir atividades ricas inserindo conhecimento e socialização 
entre os alunos. 
Dentro do contexto de que o professor deve ser o mediador, este tem e deve 
ter autonomia para criar situações e dar voz aos alunos para que façam questiona-
mentos e assim se estimula a sua curiosidade em busca do saber. 
Estas ferramentas se usadas corretamente, favorecem momentos ricos de 
aprendizagem em muitos aspectos, favorecendo pleno desenvolvimento das crianças. 
17 
 
Mesmo com o uso da ludicidade é comum encontrarmos dentro do ambiente 
escolar o aluno que mesmo com metodologias diferenciadas ainda encontram dificul-
dades na realização das tarefas escolares, o educador deve estar atento e saber dis-
tinguir as diferenças entre dificuldades e distúrbio de aprendizagem. As dificuldades 
podem surgir por diversos motivos como: psicológico, genético, biológico ou até 
mesmo fatores ligados ao contexto socio cultural em que a criança está inserida, e 
normalmente estão voltadas a fatores externos da criança que geram a falta de inte-
resse, perturbação emocional, baixo autoestima, que são fatores que prejudicam seu 
funcionamento cognitivo. Tais dificuldades devem ser observadas ainda na Educação 
Infantil, se preciso devem ser encaminhadas a profissionais especializados evitando 
consequências futuras. 
Já os transtornos (distúrbios) de aprendizagem atingem os alunos de forma 
individual em razão de uma disfunção no sistema nervoso central, ocasionando difi-
culdades significativas não sendo resultantes de fatores ambientais. Neste caso a cri-
ança precisa de uma avaliação multidisciplinar para identificar o transtorno e tratá-lo 
por meio de metodologias, ou equipes especializadas para que este tenha um desem-
penho tanto social quanto escolar satisfatório. Lembrando que não podemos confundir 
transtorno de aprendizagem com deficiência mental, pois os portadores de transtorno 
de aprendizagem são capazes de aprender com métodos apropriados, sendo o lúdico 
um forte aliado neste processo, e, o aluno que apresenta qualquer transtorno de 
aprendizagem se trabalhado com as ferramentas corretas consegue se desenvolver 
e alcançar aprendizado positivo dentro das suas especificidades.Então, é correto afirmar que o aluno com dificuldades de aprendizagem quando 
este é trabalhado com as ferramentas e metodologias corretas tem resultados positi-
vos dentro do processo do ensino-aprendizado. 
 
 
2.3 O papel do Educador frente ao processo ensino-aprendizagem tendo a ludi-
cidade como princípio do saber 
 
Falando de ludicidade o educador deve sempre ser o mediador, facilitador e 
articulador do conhecimento no processo das atividades, tem o papel de organizar e 
estruturar o espaço de forma a instigar na criança a necessidade de brincar, além de 
18 
 
facilitar a seleção das brincadeiras e desenvolver no jogo de regras atitudes coopera-
tivas entre as crianças, enfatizando que o mais importante é participar das brincadei-
ras e dos jogos. 
O lúdico propõe ao professor diversas maneiras de explorar o desempenho dos 
alunos a partir de estratégias que geram nas crianças a construção do saber contri-
buindo na formação de atitudes sociais como por exemplo a iniciativa, respeito, coo-
peração, resolução de problemas, raciocínio lógico, obediência de regras e inúmeros 
fatores que contribuem não somente para o ensino-aprendizado como também para 
formação de cidadãos. 
A ideia do lúdico se bem planejada e trabalhada pode marcar a prática peda-
gógica do professor. “Os professores, aos poucos, estão buscando informações e en-
riquecendo suas experiências para entender o brincar e como utilizá-lo para auxiliar 
na construção do aprendizado da criança”. (MALUF, 2003, p.29). 
Maluf (2003) menciona que “Quem trabalha na educação das crianças deve 
saber que devemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção e a imaginação de 
uma criança brincando com ela. O Lúdico é parceiro do professor”. 
Assim vemos que quanto mais se desenvolve na criança a capacidade de dar 
significados ao que ela ouve, vê e experimenta; naturalmente se modificam os meca-
nismos de interação com o meio em que ela vive, como cita (MARIA, 2017). 
 
Eu acho que é o mais importante. No brincar a criança desenvolve muito a 
questão da psicomotricidade, a questão da coordenação motora e consegue 
fazer a assimilação. Eles conseguem desenvolver a oralidade, 
relacionamentos... A ludicidade é o mais importante, eu acho que todo 
professor deveria trabalhar isso na sala de aula, ter o momento para trabalhar 
o lúdico, por quê para você ficar dentro de uma sala de aula quatro horas 
sentado numa cadeira, é cansativo demais, e quando trazemos a ludicidade 
para eles, fica mais fácil. (MARIA, 2017). 
 
O educador tem papel fundamental ao desenvolver e planejar atividades lúdi-
cas a serem trabalhadas em sala de aula desenvolvendo estratégias que despertem 
o interesse das crianças, sempre lembrando que essas atividades devem ser minis-
tradas de maneira que as crianças aprendam a competir de maneira sadia contribu-
indo para que o aluno tenha uma aprendizagem significativa. 
Logo, o educador ao se aprimorar do brincar abre um leque de infinitas possi-
bilidades de intervenções para auxiliar na construção de conhecimento dos seus alu-
nos, e, acima de tudo proporciona uma inter-relação entre os sentimentos e os afetos. 
 
 
19 
 
2.4 A Ludicidade segundo as normas da BNCC 
 
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na educação in-
fantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos, habilidades 
e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento 
nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e a brincadeira 
como eixos estruturantes, essas aprendizagens, portanto constituem-se como objetos 
de aprendizagem e desenvolvimento. 
A BNCC orienta de acordo com as especificidades dos diferentes grupos etá-
rios que constituem as etapas da educação infantil que alunos tenham oportunidade 
de viver experiências na sala de aula que devem ser trabalhadas de forma intencional 
e organizada pelo professor despertando nas crianças novas descobertas e aprendi-
zagens. 
O educador deve planejar suas aulas de acordo com a organização curricular 
da educação infantil assegurando aos seus alunos os direitos de conviver, brincar, 
participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. 
Tais habilidades estão divididas em cinco campos de experiências, no âmbito 
dos quais são definidos os objetos de aprendizagem e desenvolvimento que acolhem 
as situações e experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, 
entrelaçando-as aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. Estes 
campos de experiência se organizam em: 
• O eu, o outro e o nós – Amplia na criança o modo de perceber a si 
mesmo, e ao outro, valorizando sua identidade, respeitando os outros e 
reconhecendo as diferenças que nos constituem como serem humanos. 
• Corpo, gestos e movimentos – Com o corpo as crianças desde cedo 
exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem 
relações, expressam-se e brincam produzindo conhecimentos sobre si, 
sobre o outro, sobre o universo social e cultural tornando-se progressi-
vamente consciente dessa corporeidade. 
• Traços, sons, cores e formas – Promove a participação das crianças 
em tempos e espaços para a produção, manifestação e apreciação ar-
tística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da cri-
atividade e da expressão pessoal, permitindo que se aprimorem e recon-
20 
 
figurem, permanentemente a cultura e potencializem suas singularida-
des, ao ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências 
artísticas. 
• Escuta, fala, pensamento e imaginação – na educação infantil, é im-
portante promover experiências nas quais as crianças possam falar e 
ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, na escuta de his-
tórias, na participação em conversas, nas descrição, nas narrativas ela-
boradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múlti-
plas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito sin-
gular e pertencente a um grupo social. 
• Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações - Pro-
move experiências nas quais as crianças possam fazer observações, 
manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, aprendendo a le-
vantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas 
às suas curiosidades e indagações. 
Assim entendemos que brincar é um processo natural do ser humano, e pode 
ao mesmo tempo enriquecer e contribuir na formação humana integral da criança. 
 
 
3. A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS E BRINQUEDOS NA FORMAÇÃO DA 
CRIANÇA 
 
É essencial entender a relação que o jogo, a brincadeira e o brinquedo tem com 
o processo da formação da criança, onde são inseridos a ação, afetividade, e a cons-
trução de representações mentais, assim como manipulações dos objetos que desen-
volvem raciocínio e habilidade sensório-motor, além das habilidades motoras, percep-
ção tátil, auditiva e visual, esquema corporal, estruturação espaço temporal, equilíbrio, 
pensamentos e estruturas cognitivas, o conhecimento de letras e palavras e as trocas 
nas interações que estimulam múltiplas inteligências contribuindo para o desenvolvi-
mento cognitivo infantil. E é através dessa ludicidade que ocorre o processo de apren-
dizagem. 
Os brinquedos são essenciais para a aprendizagem e para a educação da cri-
ança por propiciar o desenvolvimento simbólico, sendo visto como objeto real ou ima-
21 
 
ginário que antecipa fatos da realidade. Normalmente visto pelos adultos como sinô-
nimo de divertimento, de entretenimento ou atividade de descarga de energias, o brin-
quedo oferece à criança algo além disso, pois representa uma fonte de conhecimento, 
de satisfação e uma fonte de acesso ao imaginário. 
O brincar além de despertar sentimentos, contribui para o desenvolvimento glo-
bal e para a socialização, pois dificilmente brincamos sozinhos, o que faz toda a dife-
rença. O brinquedo torna-se objeto de comunicação, a criançasai de uma relação 
centralizada em um objeto, para torná-lo um utensílio mediador entre ela, outras cri-
anças, e o mundo, possibilitando o desenvolvimento da inteligência, sensibilidade, ha-
bilidade e criatividade, proporcionando a socialização entre crianças e adultos. 
Na teoria de Carr, citado por Barros (1988, p.185), “admite-se que o brinquedo 
tem a função de descarregar as tendências antissociais que são naturais na criança, 
mas que se mostram incompatíveis com o estágio atual de nossa civilização. O brin-
quedo tem, portanto, uma função catártica, isto é purificada”. 
O lúdico é uma opção de trabalhar o conhecimento de forma prazerosa, pois é 
através do brincar que a criança aprende a lidar com o mundo e contribui para forma-
ção de sua personalidade, recriando situações vivenciadas por elas e por suas expe-
riências. Dentro dessa compreensão Kishimoto (2003, p.18) afirma: 
 
Admite-se que o brinquedo represente certas realidades. Uma representação 
é algo presente no lugar de algo. Representar é corresponder a alguma coisa 
e permitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a 
criança na presença de reproduções: tudo o que existe no cotidiano, na 
natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do 
brinquedo é dar a criança um subtítulo dos objetos reais, para que eles 
possam manipulá-los. 
 
Através dos jogos e brinquedos a criança exercita suas capacidades de repre-
sentar o mundo e de distinguir as pessoas. O aprendizado acontece ao mesmo tempo 
em que a criança passa a compreender as características e funcionamentos dos ob-
jetos, esta experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades diari-
amente buscando cada vez mais desenvolver-se diante das dificuldades encontradas 
nas atividades através das tentativas do erro. Ao serem trabalhados, os brinquedos 
facilitam a aprendizagem, o desenvolvimento e a socialização da criança. 
 
 
4. OS JOGOS NA CONCEPÇÃO DE ALGUNS AUTORES 
 
22 
 
Como vimos até aqui, os jogos e brincadeiras possibilitam ás crianças a cons-
trução do seu próprio conhecimento, mas devemos lembrar que isto só é possível 
quando a sala de aula oferece condições de se vivenciar situações-problemas a partir 
do desenvolvimento de jogos planejados com o intuito de permitir a criança uma vi-
vência no tocante as experiências que favoreçam o ensino-aprendizado. 
Veremos a seguir a concepção de dois diferentes teóricos em suas produções 
já publicadas em relação ao desenvolvimento infantil e a contribuição dos jogos no 
desenvolvimento da criança. 
Piaget, psicólogo suíço e importante estudioso na psicologia evolutiva. Desen-
volveu estudos sobre o raciocínio das crianças iniciando sua investigação sobre o 
pensamento infantil. 
Vygotsky, psicólogo bielo-russo, pensador importante, pioneiro na noção do de-
senvolvimento intelectual das crianças e suas funções das interações sociais e condi-
ções de vida. 
 
 
4.1. Jean Piaget 
 
Piaget conceituava a ação brincar como jogo, acreditava que todos os seres 
humanos passam por uma série de mudanças desordenadas e previsíveis, e que para 
o desenvolvimento cognitivo de uma criança existe uma evolução gradativa que au-
menta à medida que se insere o aprendizado e de como cada indivíduo interage com 
a realidade. Assim dentro da Educação Infantil ele divide os estágios e períodos de 
desenvolvimento como: 
• Período sensório-motor (1 a 2 anos), onde o desenvolvimento ocorre a 
partir da atividade reflexa; 
• Período pré-operacional (2 a 7 anos), o desenvolvimento ocorre a partir 
da representação sensório-motora para a solução de problemas e segue 
para o pensamento pré-lógico; 
Piaget (1978) acreditava que o jogo pode transformar a realidade sendo essen-
cial na vida da criança. Quando joga a criança assimila o mundo exterior e assim 
constrói o conhecimento. 
Através dos jogos com regras trabalhando as atividades lúdicas o educador 
insere na criança tanto a formação psicomotora quanto a formação da personalidade 
23 
 
contribuindo com a formação de valores morais. Então concluímos que, para Piaget o 
jogo é um estimulador na formação do conhecimento. 
 
 
4.2. Vygotsky 
 
Vygotsky acreditava que a criança cria situações imaginárias onde pode reali-
zar seus desejos, mesmo que com regras, e assim por meio das brincadeiras desen-
volvem sua imaginação e constroem relações reais entre elas, construindo a consci-
ência da realidade. 
Vygotsky (2007), afirma que o desenvolvimento da criança é um pré-requisito 
do aprendizado já que está se desenvolve independente do aprendizado. afirma: 
 
Em estudos experimentais sobre o desenvolvimento do ato de pensar em 
crianças em idade escolar, tem se admitido que processos como dedução, 
compreensão, evolução das noções do mundo, interpretação da casualidade 
física, o domínio das formas lógicas de pensamento e o domínio da lógica 
abstrata ocorrem todos por si mesmos, sem nenhuma influência do 
aprendizado escolar. (VYGOTSKY, 2007, p.88). 
 
Outros teóricos já acreditavam que as crianças se desenvolvem para depois 
aprender de acordo com o seu crescimento mental. Esta era a visão de Piaget que 
afirma que a criança primeira se desenvolve para depois aprender, enquanto que 
Vygotsky criticava sua afirmação alegando que primeiro a criança aprende para de-
pois se desenvolver, pois, só consegue se desenvolver a partir da aprendizagem, as-
sim afirma: 
 
[...] a criança durante o aprendizado de determinada operação, adquire a 
capacidade de determinar estruturas de certo tipo, independentemente dos 
materiais com os quais ela está trabalhando e dos elementos particulares 
envolvidos. (VYGOTSKY, 2007, p.93). 
 
Para Vygotsky o aprendizado das crianças não começa somente na escola e 
sim no seu contexto social, pois quando chegam a escola já possuem algum conheci-
mento. Nesta sua visão de desenvolvimento e aprendizado ele criou o conceito da 
zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que se subdivide em dois níveis de desen-
volvimento mental, sendo estes: 
• Real: nível de desenvolvimento mental da criança já completo, onde ela 
consegue realizar suas tarefas sozinha sem a ajuda de adultos ou outras 
crianças; 
24 
 
• Potencial: nível em que a criança realiza tarefas com ajuda. 
Esta distância entre o que um indivíduo pode realizar sozinho e aquilo em que 
ele precisa de ajuda chamava de ZDP. 
 
[...] se a criança resolve o problema depois de fornecermos pistas ou 
mostrarmos como o problema pode ser solucionado; ou se o professor inicia 
a solução e a criança a completa; ou ainda, se ela resolve o problema em 
colaboração com outras crianças – em resumo, se por pouco a criança não é 
capaz de resolver o problema sozinha - a solução não é visto como um 
indicativo de seu desenvolvimento mental. (VYGOTSKY, 2007, p.96). 
 
Vygotsky teve grande contribuição no campo educacional, principalmente rela-
cionados ao trabalho intelectual das crianças no qual foi pioneiro. Dedicou maior parte 
dos seus estudos a crianças com necessidades especiais e afirma que qualquer defi-
ciência é capaz de ser superada quando se cria processos educativos de acordo com 
as especificidades de cada um. 
Concluímos que para Vygotsky o brinquedo embora não seja predominante tem 
um papel fundamental no desenvolvimento da criança tendo um significado relacio-
nado a uma situação real em que ela vive. Seus estudos contribuem não só para a 
formação de professores e discentes como para um olhar atento do quanto é preciso 
investir na educação para o desenvolvimento humano e suas interações com o meio 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O trabalho me trouxe grande conhecimento na formação acadêmica e na 
compreensão de como o Lúdico é fundamental para a formação da criança, pois é 
nesta fase em que ocorrem as primeiras descobertas e também está evidente na vida 
da criança a descobertada habilidade, o eu, o outro e o nós. 
No brincar a criança constrói seu conhecimento, apropria-se da realidade e lhe 
dá um significado através de jogos e brincadeiras adquirindo hábitos e criando 
habilidades ao relacionar-se com o outro favorecendo no processo de socialização e 
do seu crescimento intelectual aprendendo por si só a buscar soluções para 
desenvolver suas próprias dificuldades. 
É importante o educador estimular a criança a pensar e perceber as reais 
possibilidades e dificuldades ao seu redor, pois assim ensina os pequenos a expressar 
seus sentimentos e se organizar os deixando mais seguros e colaborativos. 
Tanto conhecimento nos faz refletir sobre a área da educação e a importância 
de se desenvolver práticas educativas e intervenções pedagógicas a partir do lúdico 
no processo de conhecimento, colaborando assim para o desenvolvimento da criança 
na educação infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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