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02 - RESUMO TEORIA DA CONSTITUIÇÃO

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Direito Constitucional: Teoria da Constituição PC/BA
Teoria da Constituição
Conceito do Direito Constitucional 
 Quanto ao conceito de Direito Constitucional: pode ser classificado como ramo do Direito Público, sendo a base da estrutura de um determinado Estado, estabelecendo os direitos fundamentais que norteiam a sociedade e a organização dos Poderes.
História Constitucional Brasileira
“No Brasil tivemos, até hoje, 8 (oito) Constituições: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988, muito embora alguns autores não considerem a emenda constitucional de 1969 como uma nova Constituição”.
A Constituição de 1824 remonta à época do Brasil Imperial, que tinha o imperador como figura máxima do Poder. Assim, muito dificilmente haveria um órgão de cúpula nos moldes do Supremo Tribunal Federal.
A primeira Constituição do período republicano é de 1891, inaugurando uma nova forma de Estado, por uma decorrência lógica, o Judiciário seria (re)estruturado. E, efetivamente, o Supremo Tribunal Federal foi criado (na prática, o nome foi mudado), assim como a Justiça Federal e a Justiça Estadual também foram.
A possibilidade de o Presidente da República governar por Decretos-lei é resultado da Constituição de 1937, outorgada por Getúlio Vargas. A Constituição de 1946 restringiu este poder - Mendes afirma que "o Legislativo reassumiu seu prestígio, reservando-se somente a ele a função de legislar, ressalvado o caso da lei delegada". Em 1967, foi aprovada uma nova Constituição, com pouca participação popular (por isso, parte da doutrina considera que esta é uma Constituição outorgada) e que dava ao Presidente da República poderes bastante amplos, inclusive o de poder legislar por decretos-leis. Assim, foi a Carta de 1937 que conferiu ao PR o poder de governar por decretos-lei; a Carta de 1946 suspendeu este poder e a de 1967 o restabeleceu.
O art. 6º do Ato Institucional n. 5 estabelece:
"Art. 6º - Ficam suspensas as garantias constitucionais ou legais de: vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade, bem como a de exercício em funções por prazo certo.
§1º - O Presidente da República poderá mediante decreto, demitir, remover, aposentar ou pôr em disponibilidade quaisquer titulares das garantias referidas neste artigo, assim como empregado de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista, e demitir, transferir para a reserva ou reformar militares ou membros das polícias militares, assegurados, quando for o caso, os vencimentos e vantagens proporcionais ao tempo de serviço.
§2º - O disposto neste artigo e seu § 1º aplica-se, também, nos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios".
Além disso, o art. 11 do AI-5 excluía "de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos".
Apesar de o art. 3º do AI-5 autorizar o Presidente da República a decretar intervenção nos Estados e Municípios, isso poderia ser feito sem as limitações previstas na Constituição, tornando desnecessária, portanto, a apreciação da intervenção pelo Congresso Nacional.
a Emenda Constitucional n. 1/69 manteve o Congresso Nacional em recesso e promoveu uma série de alterações na Constituição de 1967, aumentando a centralização do poder e limitando as liberdades fundamentais.
O Estado Feudal se iniciou com a queda do Império Romano, no século V; A Paz de Westfalia foi assinada no ano de 1648 (século XVII), como forma de encerrar a Guerra dos Trinta Anos ocorrida na Europa.
Maquiavel descreve em sua obra O Príncipe o significado de Estado, no qual o principado deve ser forte e soberano, capaz de resistir a investidas estrangeiras, mantendo-se o poder.
A obra Leviatã é de autoria de Thomas Hobbes, publicada no século XVII.
O Contrato Social é obra de Jean Jacques Rosseau.
Aristóteles pertenceu ao período clássico da Grécia Antiga, nascido em 384 a.C. O liberalismo teve início na Europa no século XVI, tendo por uma de suas premissas a contestação dos Estados Absolutistas da Idade Moderna.
Constituição Federal 1824
1) Foi OUTORGADA
2) Poder quadripartite (executivo, legislativo, judiciário e Poder Moderador); governo monárquico hereditário
3) Inspirações liberais francesas e inglesas em sua formulação
4) Já havia a previsão de Direitos Fundamentais: abolidas penas cruéis, naturalização tácita, sufrágio restrito, eleições indiretas e os 2 únicos direitos sociais consagrados foram o socorro público e a instrução primária.
5) A Constituição era semirrígida/prolixa;
6)  Estado confessional (religião católica oficial);
7) Judiciário não fazia controle de constitucionalidade (o guardião da constituição era o legislativo);
Constituição Federal 1891
De espírito republicano, e influenciada pelo positivismo, a Constituição de 1891 não fez menção a Deus em seu preâmbulo. Aboliu a pena de morte, estabeleceu o federalismo, ampliou o direito a voto (já o direito de ser votado continuou reservado à elite agrária) e instituiu o mandato de quatro anos para presidente da República. Foi a primeira Carta do país a gravar a fórmula: "Todos são iguais perante a lei". Suas principais fontes de inspiração são a Constituição americana e, para o modelo de federalismo, a argentina.
1) PROMULGADA. Primeira Constituição do Brasil como República; baseada na razão; influência dos EUA:
2) Estabeleceu o presidencialismo e forma federativa de estado (mas ainda assim não foi assegurada autonomia aos Municípios na condição de entes federados).
3) Separou o Estado da igreja, não consagrando nenhuma religião oficial (ESTADO LAICO);
4) Extinguiu o Poder Moderador - PODER TRIPARTITE (executivo, legislativo, judiciário);
5) Instituiu o Habeas Corpus e voto para maiores de 21 anos (extinção de sufrágio censitário (mas mulheres ainda não votavam).
6) Criação da Justiça Federal, ao lado da Estadual, situando o Supremo Tribunal Federal no ápice do Poder Judiciário.
7) Previsão CONTROLE DE CONSTITUCIONAL DIFUSO, influência dos EUA.
Constituição Federal 1934
Em julho de 1932, São Paulo se insurgiu contra o governo provisório de Getúlio Vargas, instalado um ano e nove meses antes, para exigir o retorno da ordem constitucional. A 'Revolução Constitucionalista' (para os paulistas) ou 'Contrarrevolução' (para os getulistas) foi esmagada, mas Vargas, até então hesitante, acabaria cedendo às pressões para a convocar no ano seguinte uma nova Assembleia Constituinte. O texto foi influenciado pela Constituição alemã da República de Weimar. Estabeleceu o voto universal e secreto, o salário mínimo e a jornada de oito horas e, pela primeira vez, assegurou às mulheres o direito a participar das eleições.
1)  Era Vargas; governo provisório (em 1933, após derrota da revolução constitucionalista de 1932, em SP foi eleita Assembleia Constituinte para redigir nova constituição);
2) CONSTITUIÇÃO PROMULGADA;
3) Voto secreto e o feminino e leis trabalhistas que previam jornada de 8hr por dia, repouso semanal e férias remuneradas; 
4) Previu a assistência Judiciária, e preconizou a criação de órgãos especiais para esse fim.
5) Surgimento do MANDADO DE SEGURANÇA e da AÇÃO POPULAR.
6) Previsão da ADI INTERVENTIVA mais CLAUSULA RESERVA DE PLENÁRIO.
O texto de 1934 sofreu forte influência da Constituição de Weimar da Alemanha de 1919, evidenciando, portanto, os direitos humanos de 2º geração ou dimensão e a perspectiva de um Estado social de direito (democracia social), seguindo, portanto, um modelo de constituição política, econômica e social.
Sobre o assunto, é correto afirmar que o voto secreto e o voto feminino foram assentados, pela primeira vez, em base constitucional no país, pela Constituição Brasileira de 1934. Nesse sentido, conforme LENZA (2018), em 1932 Getúlio Vargas decretou o importante Código Eleitoral (Dec. n. 21.076, de24.02.1932), que instituiu a Justiça Eleitoral, trazendo, assim,garantias contra a política anterior, que “sepultou" a Primeira República, retirando a atribuição de proclamar os eleitos das assembleias políticas, e, ainda, adotou o voto feminino e o sufrágio universal, direto e secreto. Nos termos do art. 108, da Constituição de 1934, constitucionaliza-se o voto feminino, com valor igual ao masculino, conforme já havia sido previsto no art. 2.º do Código Eleitoral de 1932 (Dec. n. 21.076, de 24.02.1932). Outra garantia foi a constitucionalização do voto secreto (também chamado de “voto australiano" por ter surgido, pela primeira vez, na Austrália, em 1856), que já havia sido assegurada pelo Código Eleitoral de 1932.
Constituição Federal 1967
A Carta Constitucional de 1967, o Ato Institucional n° 5/1968 e a Emenda Constitucional n° 1/1969 representaram um período de anormalidade institucional que se prolongou até a Constituição de 1988. Sobre eles, pode-se afirmar que o Ato Institucional n° 5 suspendeu as garantias constitucionais e legais da vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade e excluiu da apreciação judicial os atos nele fundados.
AI 5:
Art. 6º - Ficam suspensas as garantias constitucionais ou legais de: vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade, bem como a de exercício em funções por prazo certo.       
§ 1º - O Presidente da República poderá mediante decreto, demitir, remover, aposentar ou pôr em disponibilidade quaisquer titulares das garantias referidas neste artigo, assim como empregado de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista, e demitir, transferir para a reserva ou reformar militares ou membros das polícias militares, assegurados, quando for o caso, os vencimentos e vantagens proporcionais ao tempo de serviço.
§ 2º - O disposto neste artigo e seu § 1º aplica-se, também, nos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
Art. 11 - Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos.
Semântica é a Constituição que nunca pretendeu conquistar uma coerência apurada entre o texto e a realidade, mas apenas garantir a situação de dominação estável por parte do poder autoritário. Típica de estados ditatoriais, sua função única é legitimar o poder usurpado do povo, estabilizando a intervenção dos ilegítimos dominadores de fato do poder político. No Brasil, temos como exemplos as Cartas de 1937, de 1967 e a EC nº 1/1969.
Constituição Federal 1988
A atual Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, é classificada como escrita, codificada, democrática, promulgada, dogmática, eclética, rígida, formal, analítica, dirigente, normativa, principiológica, social e expansiva.
Criação do SUS:
O atual texto constitucional federal é conhecido como Constituição Cidadã por conta de dispor sobre uma série de direitos e garantias às pessoas, além de ter um grande viés democrático. Isso ocorre como um repúdio ao autoritarismo até então vigente. Dentro dessa temática, o Sistema Único de Saúde - SUS foi criado pela atual Constituição Federal, que é de 1988.
A saúde é um direito social previsto no art. 6º da Constituição Federal, tendo um maior detalhamento entre os artigos 196 a 200 da Constituição Federal. Importante destacar que o art. 196 da Constituição Federal menciona que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Antes de o SUS existir, o país possuía o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS, que não detinha o caráter universal que o SUS possui. De qualquer forma, o SUS foi implantado a partir da Constituição de 1988.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 = "PRAFED"
P = Promulgada/Popular (Quanto à origem)
* NÃO É OUTORGADA.
R = Rígida (Quanto à mutabilidade/estabilidade)
* NÃO É SEMIRRÍGIDA, SEMIFLEXÍVEL, FLEXÍVEL OU IMUTÁVEL.
A = Analítica (Quanto à extensão)
* NÃO É SINTÉTICA.
F = Formal (Quanto ao conteúdo)
* NÃO É MATERIAL/SUBSTANCIAL.
E = Escrita (Quanto à forma)
D = Dogmática (Quanto ao modo de elaboração)
* A CF/88 É DOGMÁTICA HETERODOXA/ECLÉTICA/PRAGMÁTICA. 
** NÃO É HISTÓRICA.
Outras características da CF/88:
1) Quanto à correspondência com a realidade = Normativa;
2) Quanto à finalidade = Constituição-dirigente;
3) Quanto ao conteúdo ideológico = Constituição Social;
4) Quanto ao local da decretação = Autoconstituição; 
5) Quanto ao sistema = Constituição Principiológica ou Aberta;
6) Quanto à ideologia = Eclética / Pragmática / Heterodoxa.
Contrapondo-se à Constituição-garantia, A Constituição dirigente consagra um documento engendrado a partir de expectativas lançadas ao futuro, arquitetando um plano de fins e objetivos que serão perseguidos pelos poderes públicos e pela sociedade. Exemplo deste tipo é a própria Constituição Federal de 1988.
Justifica-se a classificação da atual Constituição Federal brasileira como rígida por conta da alteração desta Constituição que é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e solene do que aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas, infraconstitucionais, esse processo ocorre com a proposta uma emenda à Constituição deverá ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Será então promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número, não estando sujeita à sanção ou ao veto do Presidente da República (Art. 60 da CF/88).
Conceito de Constituição 
Todas as normas constitucionais são equivalentes em termos de hierarquia e dotadas de supremacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais.
De fato, as normas constitucionais elas são equivalentes em termos de hierarquia, não há que se falar de superioridade de uma norma constitucional em relação a outra, e são dotadas de supremacia formal em relação as normas infraconstitucionais as normas que estão a baixo a CF 
Peter Häberle adota uma visão da Constituição como um processo político, o que conduz à afirmação de que a verdadeira constituição resulta de um processo interpretativo conduzido à luz da publicidade.
O autor trabalha a ideia de uma sociedade aberta de intérpretes da constituição, conceito este contrário à sociedade fechada dos intérpretes, a qual estaria preocupada com a interpretação constitucional feita pelos magistrados (principalmente membros de Tribunais e Cortes Constitucionais).
Peter Haberle (1997) surge com o entendimento de que “todo aquele que vive a Constituição é um seu legítimo intérprete”, criando, assim, o autor, a sociedade aberta de intérpretes da Constituição, em contraposição à visão de uma sociedade fechada de intérpretes constitucionais, que ficaria somente a cargo dos juízes.
Assim afirma o autor:
 (...) no processo de interpretação constitucional estão potencialmente vinculados todos os órgãos estatais, todas as potências públicas, todos os cidadãos e grupos, não sendo possível estabelecer-se um elenco cerrado ou fixado com numerus clausus de intérpretes da Constituição. (HABERLE, 1997, p. 13)
 Deste modo, o autor traz como um problema da atualidade o modelo de sociedade fechada de interpretação constitucional, concentrada no âmbito dos juízes e nos procedimentos formalizados, o que afasta os agentes conformadores da realidade constitucional. Deve, neste sentido, ser, a interpretação constitucional, pela e para a sociedade, em que, quanto mais pluralista, mais abertos devem ser os critérios desta interpretação constitucional.
Afirma o autor que a interpretação é “atividade de forma consciente e intencional dirigida à compreensão e à explicitação de sentido de uma norma”, existindo cidadãos e grupos que são também forças produtivas de interpretação em sentido lato, são pré-intérpretes, já que quem vive a norma acaba porinterpretá-la, subsistindo, todavia, a jurisdição constitucional, que irá apontar a última palavra. A interpretação pela sociedade aberta,  torna-se, então, um elemento objetivo, pressuposto para a concretização dos direitos fundamentais.
O sentido sociológico de constituição é dado por Ferninand Lassalle, para o qual a Constituição seria a soma dos fatores reais de poder existentes na sociedade. A Constituição escrita (folha de papel) só seria adequada se correspondesse aos fatores reais, em outras palavras Para Ferdinand Lassale a constituição só seria legitima se ele representasse os fatores reais de poder, caso contrário ela seria uma constituição ilegítima seria uma mera folha de papel.
Quem fala que a Constituição seria a decisão política fundamental do titular do poder que regem uma determinada nação é Carl Schmitt, (Concepção política) - “Teoria da Constituição”. - A constituição é a decisão política fundamental do titular do poder constituinte. - Há diferença entre constituição e lei constitucional. - “Constituição” (decisão política fundamental, decorrente de um ato de vontade do constituinte): - “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...)” - “Lei constitucional” (não diz respeito a uma decisão política fundamental, mas está escrita na constituição): - “Art. 242. § 2º - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.”
Ou seja, precisaríamos dividir constituição de leis constitucionais, a constituição seria a decisão política fundamental, ou seja, a decisão política do titular do poder constituinte representada aqui pela estrutura e órgãos do Estado pelos direitos fundamentais para a prática, e as leis constitucionais seriam outros assuntos que seriam inseridos no texto constitucional, mas não seria uma decisão política fundamental.
Hans Kelsen, por sua vez, aborda o sentido jurídico de Constituição, segundo o qual a Constituição é a norma superior do ordenamento que dá validade a todas as outras normas do sistema. A Constituição, por sua vez, retira seu fundamento de validade da norma hipotética fundamental, que não é posta, mas sim pressuposta e determina que todos devem cumprir a Constituição.
Segundo Niklas Luhmann, com a modernidade a sociedade passou a se constituir de diversos sistemas ou subsistemas sociais especializados (política, direito, religião, cultura, ciência, etc.). Para o autor a Constituição é um elemento funcional na estrutura tanto do sistema jurídico quanto do sistema político. Para a política a Constituição é instrumento de legitimação da vontade soberana e para o direito ela é elemento de fundação de suas normas.
Konrad Hesse - “A Força Normativa da Constituição”. - “A Constituição jurídica não configura apenas a expressão de uma dada realidade. Graças ao elemento normativo, ela ordena e conforma a realidade política e social”.
J.J. Gomes Canotilho (A Teoria da Constituição Dirigente) - “Constituição Dirigente e Vinculação do Legislador”. - A Constituição dirige a atuação do Estado e de seus agentes, por meio de programas de ação, para concretizar determinados objetivos e finalidades. O conceito ideal de constituição que mais se assemelha ao exigido pelo gabarito é o de J.J Gomes Canotilho, segundo o qual a constituição ideal é o conceito a partir de um conceito cultural da constituição , devendo: "(i) consagrar um sistema de garantia da liberdade (esta essencialmente concebida no sentido do reconhecimento dos direitos individuais e da participação do cidadão nos atos do poder legislativo através dos Parlamentos); (ii) constituição contém o princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica contra os abusos dos poderes estaduais; (iii) a constituição deve ser escrita".
Movimento político social e cultural que, sobretudo a partir de meados do século XVIII, questiona nos planos político, filosófico e jurídico os esquemas tradicionais de domínio político, sugerindo, ao mesmo tempo, a invenção de uma nova forma de ordenação e fundamentação do poder político. Esta definição, formulada por J. J. Gomes Canotilho, designa o constitucionalismo moderno.
· Lassale: Constituição é a soma dos fatores reais do poder. Efetivo poder social.
· Kelsen: Constituição é a norma hipotética fundamental. Pressuposto de validade de todas as Leis.
· Schmitt: Constituição é a decisão política fundamental do titular do Poder Constituinte.
· Meirelles: Constituição é o resultado da cultura e, ao mesmo tempo, nela interfere.
· Hesse: Força normativa da Constituição. Constituição ordena de acordo com a realidade política e social.
· Haberle: Constituição é resultado da interpretação social conforme o contexto histórico.
· Canotilho: Constituição dirigente - ideais a serem implementados futuramente.
· Neves: Constituição simbólica. Busca apenas confirmar valores sociais, sem que haja efetividade.
A natureza jurídica da Constituição não é única, podendo ser analisada pelos prismas sociológico, político e estritamente jurídico (MORAES, 2019) [1].
Para Ferdinand Lassale, a Constituição seria o complexo dos fatores reais de poder, ou seja, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade. Haveria a diferenciação entre a Constituição real ou efetiva e a Constituição escrita. Esta última seria a “transposição, mediante determinado procedimento, de fatores reais de poder para a folha de papel" (MORAES, 2019, p. 85).
Com relação à concepção política, formulada por Carl Schmitt em seu livro Teoria da Constituição, a Constituição seria produto de uma decisão política fundamental, manifestada pela vontade do titular do poder constituinte. Existiria uma distinção entre lei constitucional e Constituição. “A lei constitucional poderia ser alterada, por intermédio de processo de reforma, estatuído na própria ordem constitucional. A Constituição não poderia ser modificada – porque a essência das decisões políticas fundamentais não seria suscetível de reforma" (MORAES, 2019, p. 86).
Com relação à concepção estritamente jurídica formulada por Hans Kelsen é postulado “que a Constituição seria a lei fundamental da organização estatal, dividida em Constituição em sentido lógico-jurídico e Constituição em sentido lógico-positivo" (MORAES, 2019, p. 86). A primeira corresponderia à norma fundamental hipotética, ou seja, o pressuposto lógico de validade das normas constitucionais positiva. A segunda consistiria na norma positiva suprema (MORAES, 2019).
À guisa de complementação, na doutrina estrangeira, há a indicação de outras oito concepções a respeito da natureza jurídica da Constituição, decomposta em: jusnaturalista, juspositivista, historicista, marxista, institucionalista, culturalista, estruturalista e dirigente (MORAES, 2019).
Em relação aos objetos das Constituições
A questão tem por base conceito de Direito Constitucional dado pela doutrina. De acordo com Manoel Gonçalves Ferreira Filho: "Como ciência, este é o conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma de Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua ação".
Classificação das Constituições
Nas constituições do tipo rígidas, a alteração é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e solene do que aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas, infraconstitucionais. Tais regras diferenciadas e rigorosas são estabelecidas pela própria Constituição e tornam a alteração do texto constitucional mais complicada do que a feitura das leis comuns.
Como exemplo, temos a nossa Constituição Federal de 1988, que exige o respeito a um procedimento bem mais severo e rigoroso do que aquele estabelecido para a construção da legislação ordinária para a aprovação de suas emendas constitucionais.
Conforme a CF/88, art. 60, § 2º A proposta será discutidae votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
 
Cumpre destacar que não há que se falar em sanção ou veto do Presidente da República, o qual participa somente da fase da iniciativa (se for o caso), conforme art. 60, II, da CF/88.
 
Esse rito solene apontado acima demonstra a dificuldade na alteração da constituição. Essa dificuldade garante a supremacia formal das normas constitucionais frente às demais normas do ordenamento e indica a sua rigidez.
A definição das constituições materialmente constitucionais, no que tange à classificação quanto ao conteúdo. A Constituição de 1988, embora oficialmente formal por incluir como constitucionais outros temas para além dos previstos neste item, tem-se apresentado, a partir da EC45/2004, como mista (formal e material), por admitir status constitucional a normas que não necessariamente passem pelo processo de reforma constitucional.
A Constituição material no sentido estrito significa o conjunto de normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais, não se admitindo como constitucional qualquer outra matéria que não tenha aquele conteúdo essencialmente constitucional. Vale dizer que é possível separarem-se normas verdadeiramente constitucionais, isto é, normas que realmente devem fazer parte do texto de uma Constituição, daquelas outras, que só estão na Constituição por uma opção política, mas ficariam bem nas leis ordinárias.
Sentidos material e formal da Constituição:
a) Sentido MATERIAL:
Constituição em sentido material é o conjunto de normas propriamente constitucionais (organização do Estado, forma de Estado, organização de Poder e direitos fundamentais). A depender do conteúdo que tratar, haverá o caráter constitucional, pouco importado como esta norma foi inserida no ordenamento (não leva em consideração o status da norma).
b) Sentido FORMAL:
Constituição é um documento escrito por um órgão soberano e que contém, dentre outras normas, aquelas que tratam de assuntos essencialmente constitucionais. Este documento escrito só pode ser alterado por um procedimento legislativo mais complexo do que os das demais leis. Portanto, o que define se a norma é constitucional ou não é a forma de seu ingresso no ordenamento jurídico.
Nesta acepção, constitucional são todas as normas inseridas no texto da Constituição, independentemente de versarem ou não sobre temas tidos por constitucionais, isto é, assuntos imprescindíveis à organização do Estado. E outros termos, são constitucionais os preceitos que compõem o documento constitucional, ainda que o conteúdo de alguns destes preceitos não possa ser considerado materialmente constitucional.
Todas as normas contidas na Carta Maior são formalmente constitucionais, MAS nem todas são materialmente constitucionais. Veja esse exemplo:
 CF/88  Art. 242  § 2º - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
C) Constituições substanciais:
Substancialmente, a Constituição é o conjunto de normas organizacionais de determinada sociedade política. É o que ocorre, na concepção constitucionalista moderna, com as normas de organização do Estado, as normas de limitação do poder e os direitos humanos, enfim, os componentes estruturais mínimos de qualquer Estado.
Entende-se por constituição outorgada aquela que não possui uma legitimidade popular, pois foi imposta por um grupo ou indivíduo ou por um movimento revolucionário. Por tal razão, a constituição outorgada é também conhecida como autocrática ou ditatorial. No caso brasileiro, entende-se que as Constituições de 1824, 1937 e 1967 são exemplos de textos outorgados. Alguns autores também incluem a Emenda Constitucional nº 01/69 como sendo outro exemplo de Constituição outorgada.
Entende-se por constituição promulgada como sendo aquela que se opõe à outorgada, ou seja, há participação popular efetiva para que ela surja, mesmo que por meio de representantes. Por tal motivo, também são conhecidas como constituições democráticas ou populares. No caso brasileiro temos as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.
Entende-se por constituição pactuada como sendo aquela que decorre de um pacto, haja vista o Poder Constituinte Originário ser manifestado por mais de um titular. Assim, com transações mútuas, chega-se a um denominador comum cujo produto é um pacto final. Esse tipo de constituição teve muita relevância histórica, notadamente por conta de compromissos entre uma realeza enfraquecida e uma burguesia que foi ganhando força. O exemplo marcante desse tipo de constituição é a famosa Magna Carta Inglesa (1215), formalizada entre o Rei João sem Terra e os barões ingleses. Aludido documento é tido como relevante porque criou uma limitação ao poder real, notadamente no campo tributário.
De fato, desde a Antiguidade já havia certa noção da necessidade de se estabelecer limites ao poder do governante. No entanto, diferente do que afirma a alternativa, foi justamente na Idade Média (que nada tem de Idade das Trevas), que se tem o grande marco do constitucionalismo - a Carta Magna, de 1215, um pacto inglês estabelecido entre o Rei "João Sem Terra" e os barões para a proteção de diversos direitos individuais, dentre eles os limites para a fixação de tributos e a garantia do que hoje conhecemos como devido processo legal.
Entende-se por constituição cesarista como sendo aquela na qual o processo de elaboração não conta com a participação popular, mas, em momento posterior, sofre uma espécie de convalidação do povo, como forma de ratificar o poder nas mãos de seu detentor. Esse tipo de constituição costuma ser enxergada como tendo um verniz de povo, isto é, não abarca a manifestação popular propriamente dita, mas sim um viés populista. Como exemplo, houve a Constituição de Pinochet, no Chile, feita após um golpe, em que Augusto Pinochet assumiu a chefia da junta de governo, elaborando um texto constitucional posteriormente “ratificado".
Analítica: é uma constituição extensa, prolixa e versa sobre matérias além da organização básica do Estado. Ex.: BR
Sintética: é concisa, versando somente sobre princípios e regras gerais básicas de realização e funcionamento do Estado. Ex.: Constituição dos EUA.
Dogmática: As constituições que resultam dos trabalhos de um órgão constituinte sistematizador das ideias e princípios fundamentais da teoria política e do direito dominante naquele momento.
temos que as constituições que resultam dos trabalhos de um órgão constituinte sistematizador das ideias e princípios fundamentais da teoria política e do direito dominante naquele momento são denominadas constituições dogmáticas, pois são fruto de um trabalho legislativo específico, que reflete os dogmas e valores de determinado momento histórico. 
Assim, pautando-se na classificação das Constituições, quanto à origem, quanto à alterabilidade, quanto ao sistema, quanto à origem de sua decretação e quanto à dogmática, respectivamente, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 pode ser considerada: promulgada, rígida, principiológica, autônoma e eclética. Vejamos detalhadamente:
Quanto à origem. A CF/88 é promulgada. Igualmente denominada democrática, popular ou votada, esta Constituição tem seu texto construído por intermédio da participação do povo, de modo direto ou indireto (por meio de representantes eleitos).
Quanto à estabilidade, a CF/88 é rígida. Nesse tipo, a alteração desta Constituição é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e solene do que aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas, infraconstitucionais.
Quanto ao sistema, a CF/88 é principiológica. Neste tipo, os princípios ganham relevo, são as normas que preponderam. E como princípiospossuem grau de abstração significativo, para serem concretizados necessitarão de imediação legislativa ou judicial. A doutrina considera nossa atual Constituição como representante desta modalidade.
Quanto ao local de decretação, a CF/88 é autônoma, também chamada de autoconstituição. Trata-se de constituição elaborada dentro do próprio Estado que irá estruturar normativamente e reger.
Quanto à ideologia, a CF/88 é a eclética. Nesta tipologia constitucional, por não haver uma única força política prevalente, o texto constitucional é produto de uma composição variada de acordos heterogêneos, que denota pluralidade de ideologias (muitas vezes colidentes). 
A questão exige conhecimento acerca da temática relacionada à classificação das constituições. Sobre o tema, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988, utilizando como critério a extensão ou finalidade, conforme classificação apontada pela doutrina, pode ser tida como dirigente ou analítica, na medida em que é composta de várias espécies normativas eleitas de acordo com os anseios do povo.
Quanto à finalidade, nossa Constituição de 1988 é dirigente. Contrapondo-se à Constituição-garantia, consagra um documento engendrado a partir de expectativas lançadas ao futuro, arquitetando um plano de fins e objetivos que serão perseguidos pelos poderes públicos e pela sociedade.
Quanto à extensão, a CF/88 classifica-se como analítica. Igualmente apresentada como "prolixa” ou (longa", ampla, larga, extensa), sua confecção se dá de maneira extensa, ampla, detalhada, já que regulamenta todos os assuntos considerados relevantes para a organização e funcionamento do Estado.
Constituição em sentido jurídico é aquela compreendida de uma perspectiva estritamente formal. HANS KELSEN, jurista austríaco, considera a Constituição como norma, e norma pura, como puro dever-se, sem qualquer consideração de cunho sociológico, político ou filosófico.
A elaboração geral da teoria do Poder Constituinte nasceu, na cultura europeia, com SIEYES, pensador e revolucionário francês do século XVIII. A concepção de soberania nacional na época assim como a distinção entre poder constituinte e poderes constituídos com poderes derivados do primeiro é contribuição do pensador revolucionário. 
SIEYES afirmava que objetivo ou o fim da assembleia representativa de uma nação não pode ser outro do que aquele que ocorreria se a própria população pudesse se reunir e deliberar no mesmo lugar. Ele acreditava que não poderia haver tanta insensatez a ponto de alguém, ou um grupo, na assembleia geral, afirmar que os que ali estão reunidos devem tratar dos assuntos particulares de uma pessoa ou de um determinado grupo.
O idealizador do conceito de Poder Moderador foi o pensador suíço Henri-Benjamin Constant de Rebeque (1767 - 1830). Segundo sua concepção, a função natural do poder real em uma monarquia constitucional seria a de um mediador neutro, capaz de resolver os conflitos entre os três poderes instituídos e também entre as facções políticas. 
Quando se fala em constitucionalismo norte-americano, pensa-se, com toda justiça, em John Marshall. O caso Marbury v.Madison, julgado em 1803, correu e corre mundo. É um marco do constitucionalismo universal, pois fixou as bases da judicial review, ou seja, de o Judiciário poder rever as leis ou os atos da administração pública.
Constitucionalismo
Desde a Antiguidade clássica (até o século V - Tomada do Império Romano do Ocidente pelos povos bárbaros) entre os hebreus, Karl Loewenstein, identificou, timidamente, o surgimento do constitucionalismo, estabelecendo-se no Estado Teocrático limitações ao poder político ao assegurar aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.
O constitucionalismo é um movimento político-jurídico que visar estabelecer limites ao poder estatal por meio de um documento denominado Constituição. Portanto, os primeiros textos constitucionais foram estabelecidos para limitar o poder do governante, de forma a intervir o mínimo necessário para garantir os direitos individuais dos cidadãos.
Após os movimentos que culminaram na proclamação das Constituições escritas como a dos EUA (1787) e a da França (1791), fortaleceu-se uma corrente de pensamento a qual enxerga a supremacia e imperatividade da Constituição, limitando e estabelecendo o Governo. O constitucionalismo moderno tinha como cerne de suas preocupações instituir e proteger direitos fundamentais ligados à liberdade. Contudo, com o fim da I Guerra Mundial inicia-se uma nova fase do constitucionalismo, o denominado constitucionalismo social. O surgimento do constitucionalismo social coincide com a fase de consagração dos direitos fundamentais de segunda dimensão (geração): os chamados direitos sociais ou coletivos, ambas surgiram para limitar o poder estatal e garantia dos direitos e deveres individuais, tendo por influência o iluminismo contra o governo absolutista.
A transição da Monarquia Absolutista para o Estado Liberal, em especial na Europa, no final do século XVIII, que traçou limitações formais ao poder político vigente à época, é um marco do constitucionalismo moderno.  Isso é perceptível, principalmente, com a Revolução Francesa e a consequente Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e a posterior Constituição Francesa de 1791.
Para, Karl Loewenstein (Teoría de la Constitución) o nascimento do constitucionalismo se deu com os Hebreus. Este povo fazia parte de um Estado Teocrático, sendo que as “leis do Senhor” (dez mandamentos e leis da Torá) criaram limites ao poder político.
 John Locke, Montesquieu e Rousseau são reconhecidos como os principais precursores do constitucionalismo moderno (e não do contemporâneo).
De acordo com a doutrina de Uadi Lammêgo Bulos, o constitucionalismo contemporâneo se caracteriza por constituições analíticas - totalitarismo constitucional-, as quais tratam de assuntos além dos referentes à estrutura do Estado, organização política e direitos fundamentais, dispondo, notadamente, sobre direitos sociais - dirigismo comunitário-.
O constitucionalismo estadunidense criou o sistema de governo presidencial, o federalismo, o controle difuso de constitucionalidade (dando importância a figura dos juizes), mecanismo sofisticados de freios e contrapesos e uma Suprema Corte que protege a Constituição, sendo sua composição uma expressão do sistema controle entre os poderes separados. 
Com a revolução francesa o poder constituinte assume o caráter de um poder supremo com um titular, o povo ou nação, que passa a deter um poder constituinte que permite querer e criar uma nova ordem política e social, dirigida ao futuro, mas, simultaneamente, de ruptura com o antigo regime. A Constituição francesa de 1791 construiu um sistema fundado na supremacia do legislativo, restando ao executivo a função de dispor dos meios aptos a aplicação da lei. Nessa época, o parlamento ganha força e junto com ele, a lei ganha força, tornando impensável um controle judiciário das leis.
O constitucionalismo contemporâneo segue: totalitarismo constitucinal; dirigismo comunitário; constitucionalismo globalizado; direitos de segunda dimensão; direitos de terceira dimensão. A constituição francesa serviu em linhas gerais de base ao constitucionalismo moderno.
A afirmativa está errada pois o neoconstitucionalismo é o constitucionalismo-pós moderno. Logo, dois são os marcos históricos de formais do *constitucionalismo moderno*: A Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791; 
A Constituição de 1824 não contemplava qualquer modelo assemelhado aos modelos hodiernos de constitucionalidade. A influência francesa ensejou que se outorgasse ao Poder Legislativo a atribuição de “fazer leis, interpretá-las, suspendê-las e revogá-las”, bem como “velar na guarda da Constituição”. 
Na Constituição de 1891, o Poder Moderador foi extinto, adotando-se a teoria clássica de Montesquieu da tripartição de poderes.
Neoconstitucionalismo
O instante atual é marcado pela superioridadeda Constituição, a que se subordinam todos os poderes por ela constituídos, garantida por mecanismos jurisdicionais de controle de constitucionalidade. A Constituição, além disso, se caracteriza pela absorção de valores morais e políticos (fenômeno por vezes designado como materialização da Constituição), sobretudo em um sistema de direitos fundamentais autoaplicáveis. Tudo isso sem prejuízo de se continuar a afirmar a ideia de que o poder deriva do povo, que se manifesta ordinariamente por seus representantes. (...) Como cabe à jurisdição constitucional a última palavra na interpretação da Constituição, que se apresenta agora repleta de valores impositivos para todos os órgãos estatais, não surpreende que o juiz constitucional assuma parcela de mais considerável poder sobre as deliberações políticas de órgãos de cunho representativo. Com a materialização da Constituição, postulados ético-morais ganham vinculatividade jurídica e passam a ser objeto de definição pelos juízes constitucionais, que nem sempre dispõem, para essa tarefa, de critérios de fundamentação objetivos, preestabelecidos no próprio sistema jurídico. (2017, p. 65)
A materialização da Constituição é caracterizada pela absorção de valores morais e políticos, em um sistema de direitos fundamentais autoaplicáveis. O neoconstitucionalismo busca dar a maior eficácia possível à Constituição. 
Neoconstitucionalismo, segundo Luiz Roberto Barroso, possui três marcos: (hisitórico, filosófico, teórico).
Surgiu após a segunda guerra mundial (marco HISTÓRICO), fruto do pós-positivismo (marco FILOSÓFICO), tendo como marco TEÓRICO a “força normativa da Constituição” (Konrad Hesse – não é apenas a realidade que cria a Constituição, a Constituição também é capaz de transformar a realidade) e como principal objetivo a busca por uma maior eficácia da Constituição, principalmente dos direitos fundamentais.
Vale lembrar que o Neoconstitucionalismo busca uma reaproximação entre o direito e a moral
A força normativa da Constituição (Konrad Hesse) é uma RESPOSTA à concepção sociológica de Lassale.
A constituição ESCRITA, por ter um elemento NORMATIVO, pode ordenar e confortar a realidade política e social, ou seja, é o RESULTADO DA REALIDADE, MAS TAMBÉM INTERAGE COM ESTA, MODIFICANDO-A, estando aí situada a força normativa da constituição. 
Fonte: Resumo da aula do Prof. Flávio Martins (Damásio).
Evolução histórica 
As Revoluções liberais do Século XVIII e início do Século XIX, promovidas na Europa Ocidental, são fruto do denominado constitucionalismo moderno, e foram caracterizadas, dentre outros elementos, pela consagração das liberdades individuais e defesa da igualdade em sentido formal.
 Ideais de "igualdade, fraternidade e liberdade", sabendo que foi igualdade só formal, basta ver os "direitos dos homens"; jamais de mulheres e que estas ideias defendiam, apenas, a classe burguesa da época. Ah! Não confundir idade moderna com contemporânea.
Segundo J. J Gomes Canotilho, constitucionalismo é a teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Neste sentido o constitucionalismo moderno representará uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos.
O Constitucionalismo moderno coincide com o período dos Direitos Fundamentais de Primeira Geração (individuais ou negativos). No período histórico das revoluções liberais (francesa e norte-americana) ocorridas no final do Século XVIII, a principal reivindicação da burguesia era a limitação dos poderes do Estado em prol do respeito às liberdades individuais. Nesse período surgiram as primeiras Constituições escritas, consagrando direitos fundamentais ligados ao valor liberdade, os chamados direitos civis e políticos. Os direitos de primeira dimensão têm como titular o indivíduo e são oponíveis, sobretudo, ao Estado, impondo-lhe diretamente um dever de abstenção (caráter negativo).
Portanto, O “constitucionalismo moderno”, com o modelo de Constituições normativas, tem sua base histórica a partir das revoluções Americana e Francesa.
O sentido de Constitucionalismo na Antiguidade era um sentido eminentemente descritivo, não era um sentido normativo. Embora a pólis grega seja de fato um embrião da democracia, com o julgamento de questões importantes pelo povo, em praça pública (democracia direta), registre-se que nem todos eram considerados cidadãos, sendo excluídos diversos estratos sociais da participação na vida política. Outrossim, aludida experiência se deu essencialmente em Atenas, e não em Esparta. (Cláudio P. S. Neto e Daniel Sarmento -Direito constitucional- teoria, história e métodos de trabalho).
A defesa das liberdades clássicas (direitos civis e políticos) e da igualdade em sentido formal e a limitação do poder estatal compõem a tônica do constitucionalismo moderno. As Revoluções liberais da Europa, nesse contexto histórico, buscavam a garantia da proteção do homem contra as arbitrariedades estatais (abstenção estatal). Trata-se da construção de uma espécie de “círculo” em volta do homem, composto pelas liberdades públicas e intransponível pelo Estado.
Revolução Gloriosa e a Declaração de Direitos de 1689 (Bill of Right) – Idade média: como ponto culminante da assim chamada revolução gloriosa, pode ser considerada como um dos principais “momentos constitucionais” da Inglaterra, visto que representou a necessidade de estabelecer, demarcar e limitar, inclusive mediante um texto escrito, os poderes da legislatura e do monarca.  Tal evolução, por sua vez, naquilo que legou ao mundo o modelo parlamentar e um primeiro sistema de liberdades civis e políticas, pode ser considerada como a grande contribuição inglesa ao constitucionalismo e para a história das instituições políticas. (Sarlet) Não confunda Inglaterra com EUA ref.: federalismo, que não há naquela sociedade.
Constitucionalismo Hebreu – Antiguidade Clássica: Analisando a Antiguidade clássica, Karl Loewenstein identificou, entre os hebreus, timidamente, o surgimento do constitucionalismo, estabelecendo-se no Estado teocrático limitações ao poder político ao assegurar aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.
Esparta e Atenas, duas sociedades contemporâneas, mas absolutamente diversas. Esparta era extremamemente militar e Atenas proclamava a "democracia" (governo do povo, que participava das Polis/cidades - também há críticas de quem seria o real "povo" neste ideologia). Claudenice foi mais específica e eu aprendi um ponto adicional: "Esparta adotou uma organização política militarista, condicionando a liberdade individual às exigências de defesa do território."
Constituição de 1934: a doutrina afirma, com tranquilidade, que o texto de 1934 sofreu forte influência da Constituição de Weimar da Alemanha de 1919, evidenciando, portanto, os direitos humanos de 2.ª geração ou dimensão e a perspectiva de um Estado social de direito (democracia social). Há influência, também, do fascismo, já que o texto estabeleceu, o que se verá abaixo, além do voto direto para a escolha dos Deputados, a modalidade indireta, por intermédio da chamada “representação classista” do Parlamento. Dentro do constitucionalismo pátrio, o texto de 1934 teve curtíssima duração, sendo abolido pelo golpe de 1937 (Lenza). Vargas no poder, o "pai dos pobres" Direitos Trabalhistas (direitos sociais) instituídos e inspirados pela Constituição de 1919 Alemã (de Weimar) e de 1917 do México.
De fato, a Constituição de 1946 estabeleceu a condicionante de atendimento ao bem estar da sociedade em relação ao direito de propriedade, com possibilidade de desapropriação por interesse social, contudo, a primeira Constituição a registrar um compromisso social mais firme foi a de 1934, a qual rompeu com o conceito essencialmente liberal que prevalecia nas Constituições anteriores e introduziu elementos socioideológicos. Ex: implementou a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral, o voto secreto,mandado de segurança, ação popular, dentre outros direitos individuais e sociais.
Constitucionalização do direito
A questão aborda a temática da “constitucionalização do direito”. Segundo BARROSO (2012, p. 35), “Há razoável consenso de que o marco inicial do processo de constitucionalização do direito foi estabelecido na Alemanha. Ali, sob o regime da Lei Fundamental de 1949 e consagrando desenvolvimentos doutrinários que já vinham de mais longe, o Tribunal Constitucional Federal assentou que os direitos fundamentais, além de sua dimensão subjetiva de proteção de situações individuais, desempenham uma outra função: a de instituir uma ordem objetiva de valores. O sistema jurídico deve proteger determinados direitos e valores, não apenas pelo eventual proveito que possam trazer a uma ou a algumas pessoas, mas pelo interesse geral da sociedade na sua satisfação. Tais normas constitucionais condicionam a interpretação de todos os ramos do direito, público ou privado, e vinculam os Poderes estatais. O primeiro grande precedente na matéria foi o caso Lüth, julgado em 15 de janeiro de 1958”.
Portanto, A expressão “constitucionalização do Direito” tem, de modo geral, sua origem identificada pela doutrina na Alemanha, especialmente sob a égide da Lei Fundamental de 1949.
Princípios de Interpretação Constitucional
Princípio da Justeza
Dentre os vários princípios e métodos de interpretação constitucional existentes, encontra-se o Princípio da justeza ou da conformidade (exatidão ou correção). Tal método exige que intérprete final “... não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido (EHMKE)".
Portanto, esse aspecto de interpretação das normas constitucionais diz respeito ao princípio da justeza.
O intérprete máximo da CF, STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da CF, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo Constituinte Originário.
Os princípios não são apenas vetores hermenêuticos. São eles dotados de eficácia, ou seja, devem ser obedecidos e em caso de eventual violação, são passíveis de serem reparados judicialmente. 
Os princípios têm eficácia  e esta eficácia pode ser observada sob quatro aspectos: 1) eficácia positiva ou simétrica; 2) eficácia interpretativa; 3) eficácia negativa; e, 4) eficácia vedativa do retrocesso. A eficácia positiva é a possibilidade de se exigir judicialmente um direito subjetivo garantido por um princípio. Por sua vez, eficácia interpretativa é a necessidade de se interpretar as normas inferiores em conformidades com as superiores, lembrando-se da superioridade axiológica que os princípios possuem sobre as demais. Já a eficácia negativa determina que todas as normas ou atos que sejam incompatíveis com os princípios sejam declaradas inválidas. Finalmente, a eficácia vedativa do retrocesso está intimamente relacionada à eficácia negativa e aos princípios fundamentais, uma vez que permite que seja exigida, do Poder Judiciário, a invalidação de uma norma que revogue outra (que disciplina ou aumenta um direito fundamental) sem a respectiva substituição (ou contrapartida) (BARROSO; BARCELLOS, 2003, p.168-171) (conteúdo retirado de: http://www.uniara.com.br/legado/revistauniara/pdf/20/RevUniara20_03.pdf)
Como visto, os princípios são espécies de normas e, portanto, possuem eficácia positiva plena.
Força Normativa da Constituição
No estudo da Hermenêutica Constitucional se destaca a importância do constitucionalismo contemporâneo de uma Constituição concreta e historicamente situada com a função de conjunto de valores fundamentais da sociedade e fronteira entre antagonismos jurídicos-políticos. A Constituição não está desvinculada da realidade histórica concreta do seu tempo. Todavia, ela não está condicionada, simplesmente, por essa realidade. Em caso de eventual conflito, a Constituição não deve ser considerada, necessariamente, a parte mais fraca.
A questão deve ser lida com cuidado, atentando-se para o fato que é necessário identificar um princípio. Note que duas alternativas indicam métodos de interpretação (hermenêutico clássico e tópico-problemático), uma indica uma escola (a Nova Retórica, de Perelman) e um "senso comum" que talvez faça referência à ideia de "senso comum teórico dos juristas", desenvolvida por Warat. Por fim, o princípio da força normativa da constituição é uma das diretrizes do processo interpretativo, reduzindo o espaço para o pragmatismo exacerbado (Mendes). Hesse indica os princípios da unidade da Constituição, concordância prática, correção funcional, eficácia integradora e da força normativa da Constituição.
Supremacia constitucional 
Considerando que a Constituição encontra-se no topo do sistema jurídico do país, conferindo-lhe validade, todos os demais atos e normas somente serão válidos quando em conformidade com ela.
Consiste em considerar a Constituição como o conjunto de normas fundamentais de um dado sistema jurídico. É a lex fundamentalis. Supremacia da CF também em sentido axiológico;
Sentenças Intermediarias 
expressão "compreende uma diversidade de tipologia de decisões utilizadas pelos Tribunais Constitucionais e/ou Cortes Constitucionais em sede de controle de constitucionalidade, com o objetivo de relativizar o padrão binário do direito (constitucionalidade/inconstitucionalidade)". (FERNANDES, Bernardo. Curso de Direito Constitucional. 9a. ed. Salvador: Juspodivm. 2017, p. 1.578). As sentenças intermediárias estão alocadas nas chamadas situações constitucionais imperfeitas, que são justamente aquelas situações que medeiam a zona da constitucionalidade plena e a zona da inconstitucionalidade absoluta.
As sentenças intermediárias possuem dois grandes grupos: Sentenças normativas e sentenças transacionais.
As primeiras levam à criação de uma norma geral (abstrata) e vinculante, que, por sua vez, são subdividas em outros grupos: i) sentenças interpretativas ou de interpretação conforme a Constituição; ii) sentenças aditivas; iii) sentenças aditivas de princípio e iv) sentenças substitutivas.
No que concerne às sentenças interpretativas, temos que, como o sentido de uma norma não é unívoco, mas sim "plúrimo", tais sentenças buscam determinar ou fixar uma determinada interpretação (em virtude da mesma ser compatível com a Constituição) afastando outras e mantendo, com isso, a norma no ordenamento (interpretação conforme a Constituição) ou mesmo buscam excluir uma determinada interpretação em virtude de sua inconstitucionalidade (declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução do texto). (FERNANDES, Bernardo. Curso de Direito Constitucional. 9a. ed. Salvador: Juspodivm. 2017, p. 1.579)
Tendo isso em mente, uma parcela da doutrina sustenta que as decisões interpretativas se dividiriam em (a) sentenças interpretativas de rechaço e (b) sentenças interpretativas de aceitação.
As sentenças interpretativas de RECHAÇO ou de REJEIÇÃO seriam aquelas em que, diante de um dispositivo que comporta duas ou mais interpretações (norma plurissignificativa), sendo uma conforme e a(s) outra(s) contrária(s) à Constituição, a Corte rechaça a(s) interpretação(ões) contrária(s), adotando apenas àquela conforme à Constituição. Com efeito, deixa-se de declarar a inconstitucionalidade da norma, que sobrevive, porém, agora, com sentido unívoco (que só tem um significado, uma interpretação; não ambíguo) ou menos denso em possibilidades interpretativas.
As sentenças interpretativas de ACEITAÇÃO ou de ACOLHIMENTO, por sua vez, são aquelas que acarretam a anulação de decisões de órgãos de jurisdição inferior, em razão destes terem se utilizado de interpretações contrárias àquela que a Corte Constitucional julga afinada à Constituição. Nesse caso, a interpretação tida como conforme a Constituição, oriunda da exegese da Corte Constitucional, é imposta à aceitação dos Tribunais subalternos, que, contra ela não poderão arvorar-se, mesmo que a norma interpretada comporte outra interpretação razoávele, em tese, compatível com o texto constitucional.
O julgado no STF acerca do amianto e efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade. Na ocasião, o ministro Celso de Mello considerou se estar diante de verdadeira mutação constitucional que expande os poderes do STF em tema de jurisdição constitucional.
 
Importante ressaltar que, diversamente da emenda, processo formal de alteração da Lei Fundamental (CF, art. 60), a mutação ocorre por meio de processos informais de modificação do significado da Constituição sem alteração de seu texto. Altera-se o sentido da norma constitucional sem modificar as palavras que a expressam. Esta mudança pode ocorrer com o surgimento de um novo costume constitucional ou pela via interpretativa.
Nesse sentido, conforme Informativo 866:
O Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, julgou improcedentes pedidos formulados em ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra a Lei nº 3.579/2001 do Estado do Rio de Janeiro. O referido diploma legal proíbe a extração do asbesto/amianto em todo território daquela unidade da Federação e prevê a substituição progressiva da produção e da comercialização de produtos que o contenham.
A Corte declarou, também por maioria e incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 2º(1) da Lei federal nº 9.055/1995, com efeito vinculante e “erga omnes". O dispositivo já havia sido declarado inconstitucional, incidentalmente, no julgamento da ADI 3.937/SP (rel. orig. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. min. Dias Toffoli, julgamento em 24.8.2017).
A partir da manifestação do ministro Gilmar Mendes, o Colegiado entendeu ser necessário, a fim de evitar anomias e fragmentação da unidade, equalizar a decisão que se toma tanto em sede de controle abstrato quanto em sede de controle incidental. O ministro Gilmar Mendes observou que o art. 535 (2) do Código de Processo Civil reforça esse entendimento. Asseverou se estar fazendo uma releitura do disposto no art. 52, X (3), da CF, no sentido de que a Corte comunica ao Senado a decisão de declaração de inconstitucionalidade, para que ele faça a publicação, intensifique a publicidade.
O ministro Celso de Mello considerou se estar diante de verdadeira mutação constitucional que expande os poderes do STF em tema de jurisdição constitucional. Para ele, o que se propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de simplesmente, mediante publicação, divulgar a decisão do STF. Mas a eficácia vinculante resulta da decisão da Corte. Daí se estaria a reconhecer a inconstitucionalidade da própria matéria que foi objeto deste processo de controle abstrato, prevalecendo o entendimento de que a utilização do amianto, tipo crisotila e outro, ofende postulados constitucionais e, por isso, não pode ser objeto de normas autorizativas. A ministra Cármen Lúcia, na mesma linha, afirmou que a Corte está caminhando para uma inovação da jurisprudência no sentido de não ser mais declarado inconstitucional cada ato normativo, mas a própria matéria que nele se contém. O ministro Edson Fachin concluiu que a declaração de inconstitucionalidade, ainda que incidental, opera uma preclusão consumativa da matéria. Isso evita que se caia numa dimensão semicircular progressiva e sem fim. E essa afirmação não incide em contradição no sentido de reconhecer a constitucionalidade da lei estadual que também é proibitiva, o que significa, por uma simetria, que todas as legislações que são permissivas — dada a preclusão consumativa da matéria, reconhecida a inconstitucionalidade do art. 2º da lei federal — são também inconstitucionais (vide ADI 3406/RJ, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 29.11.2017. (ADI-3406).
Princípio da interpretação conforme a Constituição
Por força do princípio da supremacia constitucional, o intérprete deverá sempre que possível priorizar o significado que melhor se compatibilize com a norma constitucional, é claro atendendo a limites, não podendo prevalecer atos normativos que são patentemente inconstitucionais. Permite declarar a inconstitucionalidade de uma lei adaptando-a à Constituição sem retira-la do ordenamento jurídico.
Como ensina Canotilho, “a interpretação conforme a constituição só é legítima quando existe um espaço de decisão (= espaço de interpretação) aberto a várias propostas interpretativas, umas em conformidade com a constituição e que devem ser preferidas, e outras em desconformidade com ela”.3 Conforme já definido pelo Supremo Tribunal Federal, a técnica da denominada interpretação conforme “só é utilizável quando a norma impugnada admite, dentre as várias interpretações possíveis, uma que a compatibilize com a Carta Magna, e não quando o sentido da norma é unívoco”.
Diante de normas que possuem mais de uma interpretação, deve-se adotar a exegese que mais se aproxime da Constituição. Contudo, essa interpretação só é admitida se houver um espaço de decisão. Se a norma for literal, embora contra a Constituição, o intérprete não pode contrariar seu texto só para lei se adapte à Carta Magna. O intérprete não pode se transformar em um legislador.
Incidência: aplica-se às normas polissêmicas ou plurissignificativas: uma norma possui dois ou mais significados
Busca-se a interpretação que torne a lei compatível com a CF.
Não se aplica a normas de sentido unívoco (que possuem somente um significado).
 Poderia gerar dúvida com a Mutação Constitucional. Veja
 Mutação Constitucional X Interpretação Conforme:
Mutação Constitucional: incide sobre normas Constitucionais.
Interpretação conforme: Incide sobre normas infraconstitucionais, plurissignificativas (com duas ou mais interpretações possíveis. 
Mutação X Reforma: 
Reforma constitucional: alteração formal do texto constitucional. Feita pelo Legislativo, por meio de emendas e pela revisão constitucional.
Mutações constitucionais: alteração informal da constituição (interpretação). Feita pelo Judiciário. No Brasil: STF.
A transformação não está no texto em si, mas na interpretação daquela regra enunciada. O texto permanece inalterado.
OBS: a mutação e a nova interpretação não poderão afrontar os princípios estruturantes da Constituição, sob pena de caracterizar mutação inconstitucional.
A interpretação conforme a Constituição é um princípio que se situa no âmbito do controle da constitucionalidade, sendo que o Supremo Tribunal Federal, ao analisar a norma objeto da ação e lhe dar interpretação conforme a Constituição, não precisa observar o princípio da reserva de plenário.
A cláusula de reserva de plenário (full bench) está prevista no
art. 97 da Constituição Federal, que preconiza: “Somente pelo voto da
maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público."
Observa-se, pela literalidade do dispositivo, que referida cláusula só se aplica para a DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, não havendo que ser observada na declaração de constitucionalidade e, muito menos, quando o STF confere interpretação conforme a Constituição.
Interpretação teleológica ou sociológica
É elemento de interpretação ligado ao método hermenêutico clássico, que busca conhecer a finalidade da norma. 
Conformidade funcional
Na interpretação das normas constitucionais, deve-se respeitar o equilíbrio entre os Poderes, o desenho constitucional da separação de poderes.
Princípio da concordância prática ou harmonização 
Segundo esse princípio, na hipótese de conflito entre bens e valores constitucionalmente protegidos, o intérprete deve preferir a solução que favoreça a realização de todos eles, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros.
Concordância Prática é sinônimo de Harmonização. 
Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre manifestaçãodo pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito protegido constitucionalmente.
Os bens jurídicos constitucionais devem coexistir de forma harmônica. Assim, deve-se evitar o sacrifício total de um princípio em relação a outro, preferindo o estabelecimento de limites recíprocos desses bens jurídicos a fim de que ambos possam coexistir.
Havendo conflito ou concorrência entre direitos, resolvem-se pela coexistência/harmonização entre eles, evitando-se o sacrifício total de um princípio em relação ao outro (Ex: ponderação entre direitos fundamentais).
O jurista alemão Konrad Hesse, ao analisar a interpretação constitucional como concretização, afirmou que “bens jurídicos protegidos jurídico-constitucionalmente devem, na resolução do problema, ser coordenados um ao outro de tal modo que cada um deles ganhe realidade.”
Princípio da proporcionalidade 
Princípio da proporcionalidade exige o preenchimento de três elementos: necessidade (indispensabilidade do princípio no caso concreto), adequação (pertinência do princípio com o objetivo almejado) e proporcionalidade em sentido estrito (máxima efetividade e mínima restrição). O princípio não se encontra expresso na Constituição Federal, mas decorre do devido processo legal (art. 5, LIV). Assim, pode ser aplicado por todos os juízes, não só Tribunais, não havendo qualquer limitação na Constituição para tanto.
Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade: quando da interpretação da CF, deve haver adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito.
O princípio da Proporcionalidade serve como regra de interpretação para todo ordenamento jurídico. Segundo Pedro Lenza, princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, em essência, consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional. O intérprete, quando da resolução do problema, deverá atentar se o resultado obtido é necessário, adequado e proporcional.
Em seu sentido material, o princípio da proporcionalidade está estampado no art. 5.º, LIV da CF e decorre do Devido Processo Legal.
Princípio da unidade da Constituição
Princípio da UNIDADE da Constituição – Também chamado de PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA – integrar o sentido de todas as normas constitucionais.
Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais. Assim, não há contradição verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito entre estas é apenas aparente. Ou, em outras palavras, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são apenas aparentes.
O princípio da unidade da Constituição determina que a Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo. As normas em tensão devem ser harmonizadas, num esforço interpretativo, não serem declaradas inconstitucionais. A ADIN 815 também entendeu nesse sentido: “O Plenário do Tribunal afirmou a incompatibilidade da tese da hierarquia entre as normas constitucionais originárias com o sistema de Constituição rígida vigente no Brasil. Isso porque todas as normas constitucionais originárias buscam seu fundamento de validade no poder constituinte originário, e não em outras normas constitucionais. A contradição entre normas constitucionais originárias não traduz, portanto, uma questão de inconstitucionalidade, mas sim de ilegitimidade da Constituição no tocante a um de seus pontos. Por esse motivo, não há que se falar em jurisdição do Supremo Tribunal Federal para apreciar a matéria, visto que não lhe compete fiscalizar o próprio poder constituinte originário, mas tão-somente exercer, “precipuamente, a guarda da Constituição” (art. 102, caput), para evitar que seja desrespeitada. Consequentemente, o Plenário do Tribunal, por unanimidade de votos, não conheceu a ação direta, por impossibilidade jurídica do pedido.”
“(...) É uma especificação da interpretação sistemática, impondo ao intérprete o dever de harmonizar as tensões e contradições entre normas jurídicas.”
(Luis Roberto Barroso. In: Curso de Direito Constitucional Contemporâneo, Saraiva, 2009).
Princípio da máxima efetividade 
Da eficiência ou da interpretação efetiva, esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizara norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades. Sua utilização se dá principalmente na aplicação dos direitos fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de todas as normas constitucionais.
 “Sinaliza, portanto, a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o dever-ser normativo e o ser da realidade social.”
Princípio do efeito integrador ou eficácia integradora
Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. É, muitas vezes, associado ao princípio da unidade da constituição, justamente por ter como objetivo reforçar a unidade política. Marom 
Princípio da força normativa da Constituição
Esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na interpretação constitucional, deve-se dar preferência às soluções que possibilitem a atualização.
Técnica de Interpretação da Comparação Constitucional
A técnica de interpretação da Comparação Constitucional ensina que interpretação constitucional acontece através da comparação de outros ordenamentos constitucionais. Segundo Pedro Lenza, “Estabelece-se, assim, uma comunicação entre as várias Constituições. Partindo dos 4 métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny (gramatical, lógico, histórico e sistemático), Peter Häberle sustenta a canonização da comparação constitucional como um quinto método de interpretação”.
Método Hermenêutico-Concretizador
A concretização constitucional, por sua vez, não é um princípio constitucional, mas sim um método de interpretação. "O método hermenêutico-concretizador parte da Constituição para o problema, destacando-se os seguintes pressupostos interpretativos: pressupostos subjetivos: o intérprete vale-se de suas pré-compreensões sobre o tema para obter o sentido da norma; pressupostos objetivos: o intérprete atua como mediador entre a norma e a situação concreta, tendo como pano de fundo a realidade social; círculo hermenêutico: é o movimento de ir e vir do subjetivo para o objetivo, até que o intérprete chegue a uma compreensão da norma." (LENZA, 2013, p. 157). 
Da leitura do texto do constitucionalista J.J. Gomes Canotilho, conclui-se que o autor se refere ao Método hermenêutico-concretizador.
Desenvolvido por Konrad Hesse, O método hermenêutico-concretizador parte do pressuposto de que a interpretação constitucional é concretização, entendida como uma norma preexistente na qual o caso concreto é individualizado.
Tal técnica tem como ponto de partida o fato de que a leitura de qualquer texto, o que inclui o texto constitucional, se inicia a partir de pré-compreensões já presentes no intérprete, a quem cabe a tarefa de concretizar a norma, sempre para e a partir de uma situação histórica concreta. Nesses termos, a interpretação constitucional nada mais é do que um processo de concretização.
A leitura do texto da Constituição começa pela pré-compreensão de seu sentido pelo intérprete, a quem compete concretizar a norma a partir da situação histórica igualmente concreta.
Em virtude do “pré-juízo" inerente a todo entendimento, a pré-compreensão deve ser exposta de forma consciente e fundamentada, de modo a evitar o arbítrio e o subjetivismo inconsciente. Os fundamentos da compreensão prévia são estabelecidos pela teoriada Constituição, considerada como condição para compreender a norma e o problema. Para Hesse, O intérprete há de contemplar os fatos concretos da vida, correlacionando-os com as proposições normativas da Constituição, pois uma interpretação adequada deve ser capaz de “concretizar o sentido (Sinn) da proposição normativa dentro das condições reais dominantes numa determinada situação".
Método Científico-Espiritual
A análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição. Assim, a Constituição deve ser interpretada como algo dinâmico e que se renova constantemente, no compasso das modificações da vida em sociedade.
Método Jurídico ou hermenêutico Clássico
Para os que se valem desse método, a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos tradicionais de hermenêutica deverão ser utilizados na tarefa interpretativa.
Método Tópico-problemático
Por meio desse método, parte -se de um problema concreto para a norma, atribuindo -se à interpretação um caráter prático na busca da solução dos problemas concretizados.
Método normativo-estruturante
A doutrina que defende este método reconhece a inexistência de identidade entre a norma jurídica e o texto normativo. Isso porque o teor literal da norma (elemento literal da doutrina clássica), que será considerado pelo intérprete, deve ser analisado à luz da concretização da norma em sua realidade social. A norma terá de ser concretizada não só pela atividade do legislador, mas, também, pela atividade do Judiciário, da Administração, do Governo.
Ceticismo Ético
Postura filosófica que diz que não existem princípios morais e de justiça universalmente válidos e cognoscíveis por meios racionais, já que os únicos juízos cuja verdade ou falsidade pode ser decidida de maneira racional são os juízos que possuem conteúdo empírico. Desta forma, excluem-se os enunciados morais. Segundo os defensores dessa tese, esses enunciados valorativos são relativos e subjetivos e se limitam a expressar o estado emocional de quem os formula.
Positivismo Ideológico
Tese que defende que o direito positivo tem validade ou força obrigatória e suas disposições devem ser necessariamente obedecidas pela população e aplicadas pelos juízes, prescindindo de escrúpulos morais, qualquer que seja o conteúdo de suas normas. De forma prática associa-se a essa ideia a máxima: “a lei é a lei”, e que como parte de um ordenamento jurídico, é direito e deve ser obedecida, independente dos valores morais de tais leis. Essa tese não é de natureza conceitual, mas de natureza ideológica ou moral. Ela visa uma definição do direito a partir da ideia de que toda norma jurídica tem força moral obrigatória, referindo-se muita mais à aplicação do direito do que à descrição.
Formalismo Jurídico
Segundo essa concepção, todo direito é composto exclusiva ou predominantemente por preceitos legislativos, ou seja, por normas promulgadas de modo explícito e deliberado por órgãos centralizados, e não, por exemplo, por normas consuetudinárias ou jurisprudenciais. Afirma ainda que a ordem jurídica é completa, – isto é, sem lacunas, consistente, livre de contradições, precisa – suas normas não são vagas ou ambíguas. Em suma, a ordem jurídica é um sistema autossuficiente para fornecer uma solução unívoca para qualquer caso concebível.
Em outras palavras, trata-se de uma postura que assume que norma jurídica é somente aquilo que foi determinado pelos legisladores.
Positivismo Metodológico ou Conceitual 
Afirma que o conceito de direito não deve ser caracterizado de acordo com propriedades valorativas, mas apenas de acordo com propriedades descritivas. Segundo essa tese, as proposições sobre as quais o direito dispõe não implicam juízos de valor, sendo verificáveis em relação a certos fatos observáveis empiricamente. É uma tese sobre a definição a definição do direito, daí, o porquê de positivismo conceitual.
Sistemática 
verifica a harmonização do texto com o sistema jurídico no qual acha-se inserido.
Histórica 
verifica a relação da lei com o momento da sua edição (occasio legis).
Extensiva
O texto legal diz menos que a mens legis, sendo preciso expandi-lo (lei<mens legis=>expandir).
Progressiva
Também chamada adaptativa ou evolutiva, é aquela em que se procura adequar a norma à realidade atual, uma vez que a lei deve ser movida pelo mesmo dinamismo que transforma a sociedade, devendo ajustar-se às novas situações e concepções, sob pena de tornar-se obsoleta.
Classificação das Normas
Normas de eficácia contida
As normas de eficácia contida são aquelas que também estão aptas para a produção de seus plenos efeitos desde a promulgação da Constituição (aplicabilidade imediata), mas que podem vir a serem restringidas (o legislador pode restringir a sua eficácia). O direito nelas previsto é imediatamente exercitável, com a simples promulgação da Constituição.
Sobre o tema, é correto afirmar que o art. 5°, inciso XIII, da Constituição Federal, ao preceituar que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer", é considerado norma constitucional eficácia prospectiva, também denominada de norma de eficácia contida.
Conforme o STF, “O art. 5º, XIII, da CR é norma de aplicação imediata e eficácia contida que pode ser restringida pela legislação infraconstitucional. Inexistindo lei regulamentando o exercício da atividade profissional, é livre seu exercício" - MI 6.113, relatado pela Min. Cármen Lúcia.
O art. 5º, inciso LVIII, da CF estabelece que o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
A norma em questão é de eficácia contida. Isto quer dizer que tem aplicabilidade imediata, mas pode sofrer restrições mediante lei infraconstitucional. Portanto, o civilmente identificado não é submetido a identificação criminal (aplicabilidade imediata), mas a lei pode estabelecer exceções.
Normas de eficácia limitada
Já as normas constitucionais de eficácia limitada têm a sua aplicabilidade indireta, mediata e reduzida (postergada, pois somente a partir de uma norma posterior poderão produzir eficácia).
Na tradicional classificação de José Afonso da Silva, correspondem às normas de eficácia limitada, que são aquelas que só produzem seus plenos efeitos depois da exigida regulamentação. Elas asseguram determinado direito, mas este não poderá ser exercido enquanto não for regulamentado pelo legislador ordinário. Enquanto não expedida a regulamentação, o exercício do direito permanece impedido. Contudo, segundo José Afonso, não há norma constitucional destituída de eficácia, pois todas elas são possuidoras de, ao menos, dois efeitos: 1) positivo – capacidade que toda norma constitucional detém de impedir a recepção das normas anteriores à sua vigência que com ela não guardem compatibilidade; e 2) negativo - capacidade que toda norma constitucional possui de vedar, ainda que implicitamente, ao legislador ordinário, a edição de normas que a contrariem.
As normas de eficácia limitada ou reduzida são aquelas que possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois exigem norma infraconstitucional para que se materializem na prática.
Por outro lado, as normas de eficácia limitada também são dotadas de EFICÁCIA JURÍDICA: pois revogam as leis anteriores com elas incompatíveis; vinculam o legislador, de forma permanente, à sua realização; condicionam a atuação da administração pública e informam a interpretação da lei pelo Poder Judiciário.
Veja dicas para diferenciar as “contidas” das “limitadas”:
Assim, é preciso dizer que a diferença principal entre as de eficácia contida e as de eficácia limitada é que a primeira produz efeitos desde logo (direta e imediatamente), podendo, entretanto, ser restringidas. A segunda (eficácia limitada), só pode produzir efeitos a partir da interferência do legislador ordinário, ou seja, necessitam ser “regulamentadas”.
1) Em regra, sempre que houver expressões como

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