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UNIVERSIDADE PAULISTA
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
PARTO HUMANIZADO
LORENA MOREIRA GONÇALVES
SORAYA ZEFERINO GUIMARÃES
STEFANY TALYTA ALENCAR OLIVEIRA
SUENY BENEVIDES DE CASTRO
THIAGO GOMES DA SILVA SANTOS
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO
DE PARTO HUMANIZADO
PETROLINA-PE
2021
LORENA MOREIRA GONÇALVES
SORAYA ZEFERINO GUIMARÃES
STEFANY TALYTA ALENCAR OLIVEIRA
SUENY BENEVIDES DE CASTRO
THIAGO GOMES DA SILVA SANTOS
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO
DE PARTO HUMANIZADO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado no curso de graduação em
Enfermagem da Universidade Paulista
UNIP polo Petrolina-PE, como requisito
final para conclusão do curso.
Orientadora: Renilde Campos
PETROLINA-PE
2021
LORENA MOREIRA GONÇALVES
SORAYA ZEFERINO GUIMARÃES
STEFANY TALYTA ALENCAR OLIVEIRA
SUENY BENEVIDES DE CASTRO
THIAGO GOMES DA SILVA SANTOS
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO
DE PARTO HUMANIZADO
Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado no curso de
Enfermagem da Universidade Paulista polo
Petrolina-PE, como requisito parcial para
conclusão do curso.
Orientadora: Renilde Campos
APROVADA EM: _____/_____/________
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Orientadora
_____________________________________________________
1º Membro
_____________________________________________________
2º Membro
PETROLINA-PE
2021
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO
DE PARTO HUMANIZADO
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar à atuação do enfermeiro no parto e
trabalho de parto humanizado. Sabe-se que o enfermeiro é responsável por
promover ações de educação em saúde, utilizando como estratégia de atuação o
grupo de gestantes, grupo de puérperas ou sala de espera, visando o cuidado
humanizado e amplo as mulheres. Parto humanizado é um conceito usado no Brasil
para designar um nascimento que ocorre de acordo com os preceitos da
humanização do parto. Entre os principais nortes da assistência humanizada ao
parto, está o protagonismo da mulher e suas escolhas, considerando o momento
não como um evento médico, mas social, emocional, familiar e espiritual. Esta
questão, constitui-se de grande preocupação para a saúde pública, por ser um dos
fatores de importância para a mãe, para o feto, para a sociedade e para
administração pública. O artigo tem como objetivo geral: Descrever a atuação da
enfermagem na no parto e trabalho de parto humanizado. (Guia de recomendações
parto OMS 2000).
De acordo com o Ministério da Saúde, um parto humanizado requer a criação um
ambiente acolhedor e a inclusão de procedimentos hospitalares que rompam com o
tradicional isolamento imposto à mulher que terá um filho. Por isso, o órgão
considera que, para existir uma assistência humanizada é necessário atitude ética e
solidária por parte dos profissionais de saúde para um trabalho de qualidade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou, em 2000, um guia com as
recomendações para uma experiência de parto positiva. Em fevereiro de 2018, elas
foram atualizadas. (Guia de recomendações parto OMS 2000).
Palavras-chave: Parto humanizado. Enfermeiro.
ABSTRACT
This article analyzes the role of nurses in humanized childbirth. It is known that
nurses are responsible for promoting health education actions, using with action
strategy, the group of pregnant women, group of puerperum or waiting room, aiming
at humanized and broad care for women. Humanized childbirth is a concept used in
Brazil to designate a birth that occurs according to the precepts of the humanization
of childbirth. Among the main norths of humanized childbirth care is the role of
women and their choices, considering the moment not as a medical event, but as a
social, emotional, family and spiritual event. This issue is of great concern for public
health, as it is one of the important factors for the mother, the fetus and for public
administration. The article has as general objective: To describe the role of nursing
in humanized childbirth. According to the Ministry of Health, a humanized birth
requires the creation of a welcoming environment and the inclusion of hospital
procedures that break with the traditional isolation imposed on women who will have
https://www.minhavida.com.br/familia/tudo-sobre/32879-parto-humanizado
a child. Therefore, the agency considers that, in order to have humanized care, an
ethical and solidary attitude on the part of health professionals is necessary. In 2000,
the World Health Organization (WHO) created a guide with recommendations for a
positive childbirth experience. In February 2018, they were updated
Keywords: Humanized childbirth. Nurse.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................6
1.1 Justificativa............................................................................................................7
1.2 Objetivos................................................................................................................7
1.2.1 Objetivo Geral.....................................................................................................8
1.2.2 Objetivos Específicos.........................................................................................8
1.3 Metodologia.......................................................................................................... 8
2 HISTÓRIA DO PARTO.............................................................................................8
3. PRÉ PARTO E PARTO NORMAL................................................................................ 14
4. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO OBSTETRA NO TRABALHO DE PARTO.........16
5 MECANISMO DA DOR NO PARTO E TRABALHO DE PARTO............................. 19
6 MANOBRAS UTILIZADAS NO PARTO E TRABALHO DE PARTO QUE DEVEM
SER ABOLIDAS....................................................................................................................23
7 MANOBRAS UTILIZADAS NO PARTO E PRÉ PARTO............................................25
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................37
9 REFERÊNCIAS..................................................................................................................37
6
1 INTRODUÇÃO
O termo parto humanizado tem se utilizado como conceito no brasil, para
designar um nascimento que ocorre dentro dos preceitos de humanização. Por sua
vez o enfermeiro (a) tem um grande papel na busca desse conceito de humanização.
A mulher é a grande protagonista desse momento tão esperado pela família,
sociedade e religião. Os profissionais da saúde em especial o enfermeiro (a)
enxerga o nascimento como algo natural, sem a necessidade injustificada de
interferências. (CAUS et al, 2012).
Segundo o Ministério da saúde, um parto humanizado requer criação de um
ambiente acolhedor e a inclusão de procedimentos hospitalares que rompam com o
tradicional isolamento imposto à mulher que vai ter um filho. Por isso, o órgão
considera que, para haver uma assistência humanizada, sendo necessária uma
atitude ética e humanizada por parte dos profissionais de saúde. (BESSA; MAMEDE,
2010).
Um movimento que tem grande importância na diminuição da morbi
mortalidade de mães e bebês. Focando a relação do bebê com a mãe e na ajuda do
hospital para oferecer um ambiente seguro ao bebê, garantindo segurança com
relação a diminuir os riscos de complicações do nascimento, propiciando um
ambiente agradável para que sendo uma circunstância da natureza, seja humano,
permitindo a família interagir com seu filho e seu filho interagir com a família.
(PEREIRA; BENTO, 2011).
A prática assistencial dos enfermeiros obstétricos é voltada a valorização da
mulher, fortalecer o processo de parir, tratar com carinho e respeitar o seu tempo,
propiciar cuidados para o alívio da dor, estimular exercícios, massagens,
deambulação, permitir o apoio de familiares durante esse processo e orientar a
famíliasobre o que ocorre durante o trabalho de parto e tendo a autonomia para
adotar as medidas que se façam necessária (CAUS et al, 2012).
Essa é a ideia que os enfermeiros (as), tem como objetivo, trabalhar em união,
para oferecer segurança a família, para oferecer o conforto necessário, tendo em
vista que mesmo sendo realizado em um ambiente hospitalar, não significa dizer que
não tenha humanização. (CAUS et al, 2012).
7
Essa mudança, trazendo o parto para dentro do hospital, garante um parto
seguro, desde que os profissionais sejam treinados e humanizados para receber de
forma natural como uma melhor alternativa para os desfechos dos recém nascidos.
No que diz respeito à assistência à mulher no período gravídico- e puerperal a
OMS e o Ministério da Saúde recomendam a participação do enfermeiro com
especialidade em obstetrícia para acompanhar a mulher desde o início da gravidez
de baixo risco até o puerpério, dando assistência a mãe e RN, devendo-se incentivar
ao parto normal. (CHANES; TEIXEIRA, 2003).
Tendo como marco legal a Lei 7.498 de 1986, que regulamenta a 3 atuação
do enfermeiro obstétrico em partos sem distorcia e está em vigor há 25 anos no país.
Desde 1998 foi decretada na tabela de procedimentos do SUS, a remuneração dos
procedimentos decorrente da assistência ao parto normal realizado pelos
enfermeiros obstétricos (CAUS et al, 2012)
A medicalização e instrumentalização do parto marcaram a obstetrícia do
século XX, institucionalizando e normatizando a atenção ao parto em todo o mundo
(CECATTI; LAGO; SERRUYA, 2004).
1.1JUSTIFICATIVA
Este trabalho teve como motivação compreender sobre as ações e práticas do
enfermeiro (a) no trabalho de parto e parto humanizado, sua autonomia para realiza-
lo com segurança, evidências científicas recentes e de qualidade, com foco na
fisiologia deste processo.
1.2 Objetivos
O enfermeiro (a) realiza um trabalho com a visão na assistência do parto
humanizado, tendo em vista sua expressiva contribuição a população e suas
famílias, através de um trabalho bem presente no ambiente hospitalar, com normas
e técnicas para garantir essa realização segura. Suas práticas asseguram em geral
uma ordem de protocolos e normas a serem seguidos.
8
1.2.1 Objetivo geral:
Compreender as ações e os objetivos dos enfermeiros (a) no processo do parto e
parto humanizado.
1.2.2 Objetivos específicos:
Descrever a história do parto;
Descrever a dinâmica trabalho de parto e parto;
Demonstrar os possíveis benefícios do parto humanizado para parturiente e o
recém-nascido;
Entender como funciona o processo de implantação e implementação do parto
humanizado e as atribuições do enfermeiro nele;
Observar as dificuldades encontradas pelos enfermeiros na implantação e
implementação do parto humanizado.
1.3 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que descreveu a importância
do enfermeiro na assistência do parto humanizado através de artigos encontrados
no livro: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica
de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/
Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Isso sugere que há, por parte dos autores, a
preocupação tanto em saber como os profissionais de saúde se percebem no
processo do parto humanizado, quanto por entender o que as usuárias do sistema
pensam dos serviços que lhes são oferecidos nas unidades. Assim, pode-se dizer
que há um avanço na produção científica sobre parto humanizado a partir do
momento em que a avaliação das usuárias sobre esse momento é levada em
consideração, não se restringindo à percepção das equipes de saúde acerca do
tema.
9
2 HISTÓRIA DO PARTO
Descrito como um processo natural e fisiológico, nos séculos XV em meados
do século XX, os partos aconteciam em casa (parto domiciliar), quem acompanhava
todo o trabalho de parto e parto eram as parteiras e as mulheres mais velhas da
família. Não existiam intervenções, quando acontecia alguma complicação, se
chamava uma parteira mais experiente, em casos extremo era chamado o médico.
(HELMAN, 2003, p. 159).
Nesse período para a mulher que estava preste a parir, a ideia de parir fora
do ambiente domiciliar era aterrorizante, era uma situação incomum. Até porque se
tinha o costume de que, só podia entrar e circular no quarto da parturiente as
parteiras e as mulheres da família. Ter um homem no quarto era algo proibido.
(MALDONADO, 2002).
Com o passar do tempo, houve a necessidade de evoluir a assistência ao
trabalho de parto e parto e com o argumento de que, havia no processo do parto
domiciliar, muita morte materna, comorbidades devido complicações e morte infantil.
Começou-se a investir em casas de parto, hospitais, maternidades, a obstetrícia
passou a ser uma especialidade médica, no intuito de mudar a realidade daquela
época. Com a inserção do médico na assistência, os partos que ainda aconteciam
no domicílio, poderiam ter a presença do médico para auxiliar na assistência, com
isso as parteiras perderam espaço. (MALDONADO, 2002).
As novas técnicas utilizadas pelos médicos na assistência ao trabalho de
parto e parto, eram baseadas nas técnicas usadas pelas parteiras. Nesse processo
de evolução, surgem as intervenções médicas como: as cesárias de rotinas, ruptura
da bolsa, episiotomia, administração de ocitocina, episiorrafia e o fórceps. Com o
aumento assustador das intervenções no processo do nascimento que, o
pagamento pelo parto cesáreo era superior o que era pago pelo parto normal, sendo
um incentivo para a prática sem qualquer critério de avaliação prévia.
(BRUGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005).
O parto normal deixou de ser um processo natural e fisiológico, e passou a
ser um fenômeno médico. Deixando de ser privado, íntimo e feminino, passando a
ser um evento com a participação de outras pessoas, tornando-se público.
10
Privilegiando os processos tecnológicos, alguns aspectos essenciais do nascimento
foram penalizados, como o protagonismo da mãe no processo de parturição.
(BRUGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005).
Sabendo que a gravidez não é uma doença, mesmo assim no ambiente hospitalar, a
parturiente passa a ser paciente, perde a autonomia, controle do trabalho de parto e
parto, tornando-se submissa a equipe de saúde com suas intervenções, perdendo o
apoio familiar, nas maiorias dos casos rotulada por números de leitos ou patologias.
(HELMAN, 2003; SPINK, 2013).
Toda essa transformação que a tecnologia oferecia assistência ao momento
de parto e parto, não foi suficiente para ofertar qualidade e segurança na assistência
á mulher, e nessa época começou a ser questionada, com a intenção de resgatar
uma assistência menos intervencionista, e um parto mais fisiológico e natural.
(HELMAN, 2003; SPINK, 2013).
Intensificando que, a intensa medicalização que a mulher sofria, tornava o
processo de trabalho de parto e parto mais doloroso e assustador. Mesmo que na
visão da equipe de saúde, sejam procedimentos que tornem o parto mais rápido,
conveniente e asséptico. O ideal que se defende é que, a assistência seja feita de
forma responsável e que integre os dois modos de assistência. (HELMAN, 2003;
SPINK, 2013).
No Brasil, na década de 70 aproximadamente, as parteiras diplomadas eram
controladas nas suas atividades de cuidados ao processo de parturição, esse
período foi considerado o ápice, onde as mulheres acreditavam que a segurança e
qualidade do parto eram ofertadas no ambiente hospitalar. Assim os profissionais
médicos também defendiam o parto e toda á assistência em ambiente hospitalar,
incluindo rotinas intervencionistas e cirúrgicas. (MACHADO;PRACA, 2006).
Assim diminuindo os eventos naturais e espontâneos relacionados ao
processo de parir e nascer, deixando a mulher de ser protagonista de todo o
processo de parir, para ser um objeto do processo do parto, sendo assim submetida
aos procedimentos desnecessáriose desumanos. Toda essa mudança só foi
possível, porque a mulher foi retirada do ambiente hospitalar e de todo o ritual de
acompanhamento familiar ao trabalho de parto e parto. Transformando o processo
de nascer, trazendo uma mudança cultural significativa, ofertando um novo modelo
de assistência coletiva ao invés de individualizada; tornando o parto um evento
11
mecânico, deixando de ser um evento envolto por sentimentos e vínculos.
(MACHADO;PRACA, 2006).
O corpo feminino sendo visto como uma máquina, banalizando os aspectos
psicológicos, sociais e ambientais. Em conseguinte, assistência ao trabalho de parto
e parto ofertada pelas parteiras se tornou uma opção das mulheres mais pobres.
Com a diminuição da assistência das parteiras, e o aumento da hospitalização no
parto, a assistência médica tornou o processo de parir traumatizante, inserindo no
processo procedimentos como: uso de sondas, lavagens, toques vaginais, analgesia,
episiotomias, controle e constrangimentos, tornando-o uma prática intervencionista,
sistemática e desnecessária, trazendo um retrocesso no acompanhamento dos
fenômenos fisiológicos. (MACHADO;PRACA, 2006).
Diante disto, a partir da década de 80, começou a se pensar na humanização
à assistência ao parto e nascimento e tornou-se uma preocupação mundial. Na
busca por evidências de eficácia, observou-se que, os profissionais não médicos,
estavam mais habilitados a prestar uma assistência com menos intervenções,
respeitando o processo natural do nascimento. Mesmo sendo vista como uma
atividade privativa do médico, e que os outros profissionais, como enfermeiro
obstetra, só podiam exercer a prática assistencial, devido historicamente a relação
de médicos e não médicos serem traçadas pela hierarquização, onde os
profissionais médicos eram tratados como superiores, tanto nas questões técnicas,
quanto econômicas. O profissional de enfermagem obstétrica possui autorização
legal para prestar assistência ao trabalho de parto e parto de acordo com o decreto
n° 94.406/87, que dispõe sobre o exercício profissional, em seu art. 9°, que nos
certifica que, os profissionais titulares de diploma ou certificado de obstetriz ou
enfermeira obstétrica, além das atividades de que tratam as funções generalistas,
incubem: I)- Prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; II)
Identificação das distócias obstétricas e tomada de providências até a chegada do
médico; III) Realização de episiotomia e episiorrafia, com aplicação de anestesia
local, quando necessária.
Em 29 de maio de 1998, o MS publicou a portaria n° 2815 de 29 de maio de
1998, incluindo o procedimento parto normal sem distócia, realizado por
enfermeira(o) obstétrica. A participação da enfermeira (o) obstétrica, tornou-se
indispensável no processo de nascimento, trazendo a parturiente uma assistência
mais humanizada, com menos intervenções e procedimentos desnecessários,
12
tratando a mulher de forma individualizada; diminuindo a morbimortalidade materna
e os altos índices de cesárias praticadas no nosso país.
Neste sentido foi criado o centro de parto normal, coordenado exclusivamente
por enfermeiras (os) obstétricas (os), lembrando a importância da humanização na
assistência à parturiente, regulamentado em 1999, pela a portaria n° 985 de 05 de
agosto de 1999. A rede cegonha, criada em 2011, além de assegurar à mulher uma
assistência qualificada e humanizada ao ciclo gravídico puerperal, surge também
para tentar cumprir com os objetivos estabelecidos pelo (ODM)- objetivos de
desenvolvimento do milênio, que são: - reduzir a mortalidade materna em três quarto.
(MALDONADO, 2002).
Ofertar aos profissionais uma maior qualificação, diminuindo práticas
desnecessárias em todo o processo do nascer. Conhecer os significados atribuídos
ao parto humanizado por enfermeiras de um centro obstétrico. Pesquisa qualitativa
descritiva, realizada com enfermeiras de um hospital de ensino, localizado no sul do
Brasil. Utilizou-se a proposta operativa. Resultados: A humanização do parto foi
compreendida como um conjunto de práticas e atitudes pautadas no diálogo,
empatia e acolhimento; o fornecimento de orientações; a valorização da
singularidade da parturiente; a realização de procedimentos comprovadamente
benéficos à saúde materno-infantil e a constante atualização profissional. Conclusão:
A humanização do parto ainda representa um desafio na prática profissional. O
protagonismo da mulher, o respeito aos seus direitos e o comprometimento dos
profissionais de saúde constituem os alicerces para a humanização do parto.
Palavras-chave: Saúde da Mulher; Parto; Parto Humanizado; Humanização da
Assistência; Enfermagem. (MALDONADO, 2002).
Ao longo do tempo, o partejar sofreu inúmeras mudanças. No final do século XIX,
as mulheres pariam seus filhos com o auxílio de parteiras, em seu próprio domicílio.1
A presença dos médicos era solicitada somente quando havia alguma intercorrência
na hora do parto. Gradualmente, foram sendo introduzidas novas práticas no
processo de parturição, tornando o parto medicalizado. Após a segunda guerra
mundial, no século XX, com os avanços técnico-científicos e o desenvolvimento das
ciências médicas, a gestação e o nascimento tornaram-se eventos hospitalares, nos
quais eram utilizados meios tecnológicos e cirúrgicos.1 Nessa época, a Igreja e o
Estado começaram a preocupar-se também com as questões relacionadas à saúde
e cuidados da população. (MALDONADO, 2002).
13
A partir dessas modificações, o aumento de intervenções no ciclo gravídico-
puerperal e a excessiva medicalização contribuíram para um novo cenário de
parturição, no qual a mulher passou a ser submetida a procedimentos
desnecessários e sua autonomia deixou de ser respeitada. Os profissionais de
saúde, consequentemente, passaram a ganhar destaque ao realizar esses
procedimentos e tornaram-se os principais protagonistas deste evento. Ainda, nesse
contexto, a mulher passou a ser internada precocemente no hospital. Neste, recebe
poucas informações sobre os procedimentos aos quais será submetida, permanece
sozinha ao longo do trabalho de parto (TP) e tem sua privacidade invadida.
(MALDONADO, 2002).
Atualmente, sabe-se que essas intervenções e condutas têm o potencial de
desqualificar o cuidado fornecido à mulher durante o parto, desconsiderando os seus
direitos e de sua família nesse processo. Diante disso, mudanças têm sido propostas
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como pelo Ministério da Saúde e
alguns órgãos não governamentais. Essas mudanças enfatizam o cuidado prestado
às mulheres, incluindo o resgate do parto natural. Isso também têm estimulado a
atuação de enfermeiras obstetras e equipes qualificadas na assistência à gestação e
ao parto, além de ações de incentivo para que o parto seja tratado como um
processo fisiológico, conduzido a partir da perspectiva da humanização. (HELMAN,
2003; SPINK, 2013).
A atenção humanizada ao parto refere-se à necessidade de um novo olhar,
compreendendo-o como uma experiência verdadeiramente humana. Acolher, ouvir,
orientar e criar vínculo são aspectos fundamentais no cuidado às mulheres, nesse
contexto. O conceito de humanização, neste estudo, envolve atitudes, práticas,
condutas e conhecimentos pautados no desenvolvimento saudável dos processos
de parto e nascimento, respeitando a individualidade e valorizando as mulheres.7
Adotou-se o conceito de humanização conforme propõe o Programa de
Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN), o qual foi constituído em 2000,
com o intuito de qualificar a atenção pré-natal no que tange ao seu acesso e
cobertura, mas também aprimorar a atenção aos processos parturitivo e puerperal.
(HELMAN, 2003; SPINK, 2013).
De acordo com o PHPN, a humanização abrange o acolhimento digno à tríade
mulher-bebê-família a partir de condutas éticas e solidárias. Para isso, é necessária
a organização da instituição com um ambiente acolhedor em que prevaleçam
14
práticas que rompem como tradicional isolamento imposto à mulher. Também
abrange a incorporação de práticas e procedimentos que possam contribuir para o
acompanhamento e a evolução do parto e do nascimento, abandonando condutas
despersonificadas e intervencionistas, que acarretam em riscos à saúde materno-
infantil. O PHPN trouxe inúmeras recomendações de práticas clínicas e abordagens
terapêuticas com base em evidências científicas, como a inserção de um
acompanhante de livre escolha da mulher, a qualificação das relações interpessoais
entre profissionais e parturientes, a produção de espaços de construção de saberes
e informações, a participação, autonomia e maior controle decisório da mulher sobre
o seu corpo, entre outros. A humanização da assistência tem papel importante para
garantir que um momento único, como o parto, seja vivenciado de forma positiva e
enriquecedora. Nessa direção, este estudo orientou-se pela questão de pesquisa:
"Quais os significados atribuídos por enfermeiras de um centro obstétrico ao parto
humanizado?", sendo que o objetivo foi conhecer os significados atribuídos ao parto
humanizado por enfermeiras de um centro obstétrico. (HELMAN, 2003; SPINK,
2013).
A humanização do parto: desvelando significados entre enfermeiras que
quando o primeiro contato da parturiente com o serviço de saúde é baseado em
ações pautadas no acolhimento e atenção às demandas de saúde, contribui-se para
um cuidado humanizado e qualificado. Esclarecer sobre a rotina e os procedimentos
que serão realizados também auxilia para que o processo de parturição seja
vivenciado de maneira tranquila e confiante pela mulher. (HELMAN, 2003; SPINK,
2013).
3. PRÉ PARTO E PARTO NORMAL
É fundamental para a humanização do parto a adequado preparo da gestante
para o momento do nascimento, e esse preparo deve ser iniciado precocemente
durante o pré-natal. Isto requer um esforço muito grande, mas plenamente viável, no
sentido de sensibilizar e motivar os profissionais de saúde da rede básica e fornecer-
lhes instrumentos para o trabalho com as gestantes. Além dos aspectos técnicos
propriamente ditos, o preparo para o parto envolve, também, uma abordagem de
acolhimento da mulher e seu companheiro no serviço de saúde, incluindo o
fornecimento de informações desde as mais simples, de onde e como o nascimento
15
deverá ocorrer, o preparo físico e psíquico da mulher, idealmente uma visita à
maternidade para conhecer suas instalações físicas, o pessoal e os procedimentos
rotineiros, entre outros. STRIGHT, BR. E HARRISON, Enfermagem materna e
neonatal (1998)
O preparo da gestante para o parto abrange a incorporação de um conjunto de
cuidados, medidas e atividades que têm como objetivo oferecer à mulher a
possibilidade de vivenciar a experiência do trabalho de parto e parto como processos
fisiológicos, sentindo- se protagonista do e processo. Orientações sobre anatomia e
fisiologia maternas, os tipos de parto, as condutas que facilitam a participação ativa
no nascimento, sexualidade e outras. STRIGHT, BR. E HARRISON, Enfermagem
materna e neonatal (1998).
É importante considerar, nesse processo, os desejos e valores da mulher e
adotar uma postura sensível e ética, respeitando-a como cidadã e eliminando as
violências verbais e não verbais. Os serviços de pré-natal e os profissionais
envolvidos devem adotar as seguintes medidas educativas de prevenção e controle
da ansiedade: Manter o diálogo com a mulher e seu acompanhante, durante
qualquer procedimento realizado na consulta pré-natal, incentivando-os, orientando-
os e esclarecendo-lhes as dúvidas e seus temores em relação à gestação, trabalho
de parto, parto e puerpério; Informar sobre as rotinas e procedimentos a serem
desenvolvidos no momento do trabalho de parto e parto, a fim de obter colaboração
por parte da parturiente e de seu acompanhante; Promover visitas das gestantes e
acompanhantes às unidades de referência para o parto, no sentido de desmistificar e
minimizar o estresse do processo de internação no momento do parto; Informar as
etapas de todo o processo do trabalho de parto e parto, esclarecendo sobre as
possíveis alterações; Adotar medidas para o estabelecimento do vínculo afetivo
mãe- filho e o início do aleitamento materno logo após o nascimento; Dar à gestante
e seu acompanhante o direito de participar das decisões sobre o nascimento, desde
que não coloque em risco a evolução do trabalho de parto e a segurança da mulher
e do recém-nascido. STRIGHT, BR. E HARRISON, Enfermagem materna e neonatal
(1998).
A atenção ao parto normal, em seu sentido estrito, deve abranger a assistência
ao período expulsivo, à dequitação e ao pós-parto imediato ou 4° período. Entretanto,
deve-se considerar que é muito difícil separar a assistência ao parto propriamente
dito da prestada ao período de dilatação. O período expulsivo, ou seja, o segundo
16
período do parto, inicia-se com a dilatação total da cérvice termina com a expulsão
do feto. Caracteriza-se por esforços expulsivos maternos (puxos) e sensação de
preenchimento retal com desejo de evacuar, decorrente da pressão da apresentação
fetal sobre reto e músculos do assoalho pélvico. E a fase de mudanças no
comportamento materno - a mãe torna- se vulnerável e dependente daquele que a
assiste. E também o período de aumento dos riscos fetais - a compressão do polo
cefálico na passagem pelo canal de parto, associada à diminuição da circulação
útero- placentária, pelas contrações uterinas mais intensas e frequentes, favorece a
hipóxia e a acidose fetal. Impõe-se, portanto, a monitorização efetiva do bem-estar
fetal. STOPPARD, M. Da gravidez ao nascimento, (1990).
A humanização do parto contempla a criação das salas de parto, onde as
parturientes permanecem durante o trabalho de parto (fase de dilatação cervical),
parto (expulsão fetal e dequitação placentária) e puerpério imediato com seu
acompanhante. Em português a denominação oficial para este conceito (a exemplo
do labor and delivery room - LDR da língua inglesa), tem sido o de "sala PPP", ou
seja, de pré-parto, parto e puerpério imediato. Essa estratégia tem se mostrado
efetiva na humanização do parto e no incentivo ao parto normal, com consequente
redução nos índices de cesárea. STOPPARD, M. Da gravidez ao nascimento, (1990).
4. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO OBSTETRA NO TRABALHO DE PARTO
Humanização do parto: Significados e percepções de enfermeiras.
Objetivo: Conhecer os significados atribuídos ao parto humanizado por
enfermeiras de um centro obstétrico. Método: Pesquisa qualitativa descritiva,
realizada com enfermeiras de um hospital de ensino, localizado no sul do Brasil.
Utilizou-se a proposta operativa. Resultados: A humanização do parto foi
compreendida como um conjunto de práticas e atitudes pautadas no diálogo,
empatia e acolhimento; o fornecimento de orientações; a valorização da
singularidade da parturiente; a realização de procedimentos comprovadamente
benéficos à saúde materno-infantil e a constante atualização profissional. Conclusão:
A humanização do parto ainda representa um desafio na prática do profissional. O
protagonismo da mulher, o Respeito aos seus direitos e o comprometimento dos
profissionais de saúde constituem os alicerces para a humanização do parto.
17
SOCIETY OF OBSTETRICIANS and GYNECOLOGY of Canada (SOGC). (2002).
Assistência; Enfermagem. Ao longo do tempo, o partejar sofreu
inúmeras mudanças. No final do século XIX, as mulheres pariam seus filhos com o
auxílio de parteiras, em seu próprio domicílio.1 A presença dos médicos era
solicitada somente quando havia alguma intercorrência na hora do parto. SOCIETY
OF OBSTETRICIANS and GYNECOLOGY of Canada (SOGC). (2002).
Gradualmente, foram sendo introduzidas novas práticas no processo de
parturição, tornando o parto medicado. Após a segunda guerra mundial, no século
XX, com os avanços técnico-científicos e o desenvolvimento das ciências médicas, a
gestação e o nascimento tornaram-se eventos hospitalares, nos quais eramutilizados meios tecnológicos e cirúrgicos.1 Nessa época, a Igreja e o Estado
começaram a preocupar-se também com as questões relacionadas à saúde e
cuidados da população. SOCIETY OF OBSTETRICIANS and GYNECOLOGY of
Canada (SOGC). (2002).
A partir dessas modificações, o aumento de intervenções no ciclo gravídico-
puerperal e a excessiva medicalização contribuíram para um novo cenário de
parturição, noqual a mulher passou a ser submetida a procedimentos
desnecessários e sua autonomia deixou de ser respeitada. Os profissionais de
saúde, consequentemente, passaram a ganhar destaque ao realizar esses
procedimentos e tornaram-se os principais protagonistas deste evento. NICHD
Research Planning Workshop. (2008).
Ainda, nesse contexto, a mulher passou a ser internada precocemente no
hospital. Neste, recebe poucas informações sobre os procedimentos aos
quais será submetida, permanece sozinha ao longo do trabalho de parto (TP) e
tem sua privacidade invadida. NICHD Research Planning Workshop (2008).
Atualmente, sabe-se que essas intervenções e condutas têm o potencial de
desqualificar o cuidado fornecido à mulher durante o parto, desconsiderando os
seus direitos e de sua família nesse processo. Diante disso, mudanças têm sido
propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como pelo Ministério da
Saúde e alguns órgãos não governamentais. Essas mudanças enfatizam o cuidado
prestado às mulheres, incluindo o resgate do parto natural. Isso também têm
estimulado a atuação de enfermeiras obstetras e equipes qualificadas na assistência
à gestação e ao parto, além de ações de incentivo para que o parto seja
18
tratado como um processo fisiológico, conduzido a partir da perspectiva da
humanização. A atenção humanizada ao parto refere-se à necessidade de
um novo olhar, compreendendo-o como uma experiência verdadeiramente
humana. Acolher, ouvir, orientar, criar vínculo são aspectos fundamentais no
cuidado às mulheres, nesse contexto. NICHD Research Planning Workshop
(2008). O conceito de humanização, neste
estudo, envolve atitudes práticas, condutas e conhecimentos pautados no
desenvolvimento saudável dos processos de parto e nascimento, respeitando a
individualidade e valorizando as mulheres. Adotou-se o conceito de
humanização conforme propõe o Programa de Humanização do Pré-natal e
Nascimento (PHPN), o qual foi constituído em 2000, com o intuito de qualificar a
atenção pré-natal no que tange ao seu acesso e cobertura, mas também aprimorar a
atenção aos processos parturitivo e puerperal. GYNECOLOGY OF CANADA
(SOGC). (2002).
De acordo com o PHPN, a humanização abrange o acolhimento digno à
tríade mulher-bebê-família a partir de condutas éticas e solidárias. Para
isso, é necessária a organização da instituição com um ambiente acolhedor em
que prevaleçam práticas que rompem com o tradicional isolamento imposto à mulher.
Também abrange a incorporação de práticas e procedimentos que possam contribuir
para o acompanhamento e a evolução do parto e do nascimento, abandonando
condutas despersonificadas e intervencionistas, que acarretam em riscos à saúde
materno-infantil. GYNECOLOGY OF CANADA (SOGC). (2002).
O PHPN trouxe inúmeras recomendações de práticas clínicas e abordagens
terapêuticas com base em evidências científicas, como a inserção de um
acompanhante de livre escolha da mulher, a qualificação das relações
interpessoais entre profissionais e parturientes, a produção de espaços de
construção de saberes e informações, a participação, autonomia e maior controle
decisório da mulher sobre o seu corpo, entre outros. A humanização da assistência
tem papel importante para garantir que um momento único, como o parto, seja
vivenciado de forma positiva e enriquecedora. Nessa direção, este estudo orientou-
se pela questão de pesquisa: "Quais os significados atribuídos por enfermeiras de
um centro obstétrico ao parto humanizado?", sendo que o objetivo foi conhecer os
significados atribuídos ao parto humanizado por enfermeiras de um centro obstétrico.
19
GYNECOLOGY OF CANADA (SOGC). (2002).
A humanização do parto: desvelando significados entre enfermeiras, Infere
quando o primeiro contato da parturiente com o serviço de saúde é baseado em
ações pautadas no acolhimento e atenção às demandas de saúde, contribui-se
para um cuidado humanizado e qualificado. Esclarecer sobre a rotina e os
procedimentos que serão realizados também auxilia para que o processo de
parturição seja vivenciado de maneira tranquila e confiante pela mulher.
GYNECOLOGY OF CANADA (SOGC). (2002).
5 MECANISMO DA DOR NO PARTO E TRABALHO DE PARTO
O controle da dor no trabalho de parto: A dor, pelo seu caráter subjetivo, é um
sintoma de difícil avaliação. Estudos sobre a intensidade da dor no parto
demonstraram que, independentemente de influências sócio e culturais, ela pode ser
considerada insuportável para um grande número de mulheres. Portanto, é
imperativo que ações de saúde propiciem condições não somente seguras, mas
voltadas aos aspectos de humanização do parto, resgatando a verdadeira postura
da mulher, da família, da sociedade e dos profissionais de saúde, no que se refere
ao momento do nascimento de um filho, que representa um marco na vida de uma
família e não pode ser encarado apenas como um ato médico, com ênfase somente
nos seus aspectos técnicos ou clínicos. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa
de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Poder receber uma atenção durante o trabalho de parto que ofereça a
possibilidade de controle da dor quando, e, se necessário, é um direito da mulher
brasileira, garantido por portarias do Ministério da Saúde (na 2.815 de 1998 e,
posteriormente, a de no 572 de 2000), que incluem a analgesia de parto na tabela
de procedimentos obstétricos remunerados pelo SUS. (BRASIL. MINISTÉRIO DA
SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000).
Anatomia e Fisiologia: A dor representa um importante sinal do início do
trabalho de parto. O componente mais importante da dor é a dilatação do colo
uterino, somado a outros fatores como: contração e distensão das fibras uterinas,
20
distensão do canal de parto, tração de anexos e peritônio, pressão na uretra, bexiga
e outras estruturas pélvicas, e pressão sobre as raízes do plexo lombo-sacro. A
inervação uterina e anexial é autonômica, mediada principalmente pelo Sistema
Nervoso Simpático, que conduz estímulos de características viscerais, com
aferências no Sistema Nervoso Central no nível de T10, T11, T12, L1. Com a
evolução do trabalho de parto e progressão da apresentação, a dor assume
características somáticas em decorrência da distensão perineal. O nervo pudendo,
formado por fibras de S2-S3-S4, inerva a maior parte da região perineal. Esses
impulsos nociceptivos são conduzidos principalmente por fibras A-8 e C, que
penetram no corno dorsal da medula e fazem sinapses com neurônios que
prosseguem para centros superiores e outros envolvidos em arcos reflexos
medulares, sofrendo neste local um complexo processo de modulação. Este
processo, principalmente quando intenso, provoca respostas reflexas segmentares,
supra segmentares e corticais, que incluem estimulação respiratória, circulatória, de
centros hipotalâmicos de função neuroendócrina predominantemente simpática, de
estruturas límbicas e de mecanismos psicodinâmicos de ansiedade e apreensão.
(BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento.
Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Repercussões Materno-Fetais Dentre as alterações fisiológicas que
acompanham a dor, podem se destacar: Aumento do volume minuto, acompanhado
de aumento do consumo de oxigênio em torno de 40% acima dos níveis anteriores
ao trabalho de parto, podendo chegar até 100% durante o segundo estágio;
Aumento progressivo do débito cardíaco materno; Aumento dos níveis de adrenalina,
noradrenalina, cortisol e ACTH no sangue materno; Modificaçõesda função
gastrointestinal; Acidose metabólica materna progressiva. (BRASIL. MINISTÉRIO DA
SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000).
Tanto a dor como a ansiedade e o consequente aumento da secreção de
cortisol e catecolaminas podem afetar a contractilidade e o fluxo sanguíneo uterinos.
Uma vez diagnosticado o trabalho de parto e a regularidade das contrações, a dor
pode e deve ser aliviada, pois pode ser prejudicial tanto à mãe quanto ao feto,
principalmente quando incide sobre um organismo materno com patologia associada
ou unidade feto-placentária com baixa reserva. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
21
Métodos de Analgesia: Uma das considerações básicas sobre a analgesia e
anestesia obstétricas é o adequado preparo psicológico e fisiológico da parturiente.
Considera-se que a mulher de hoje é mais exigente quanto às informações que
necessita sobre a sua gestação e o parto. Preferencialmente durante o pré-natal, a
gestante deve ser esclarecida sobre as formas de analgesia disponíveis, suas
vantagens, desvantagens e limitações. Deve-se assegurar que existiam várias
opções para controlar a dor do trabalho de parto, e que todos os esforços
compatíveis com a segurança de ambos (mãe e filho), serão despendidos para
diminuir seu desconforto. Resumidamente, existem três métodos para o controle da
dor durante o trabalho de parto e o parto: não farmacológicos, farmacológicos
sistêmicos e farmacológicos regionais. MATHIAS RS, CARVALHO JCA. Analgesia e
anestesia em Obstetrícia. In: ORTENZI AV, TARDELLI MA. Anestesiologia SAESP, Rio de
Janeiro, Atheneu, pp 462-510.
Métodos não-Farmacológicos: Dentre eles destacam-se as técnicas
psicoprofiláticas, acupuntura e estimulação transcutânea elétrica (ETE). A
acupuntura produz analgesia através da liberação de endorfinas pelo Sistema
Nervoso Central. Na maioria dos casos, obtém-se alívio parcial da dor e muitas
parturientes necessitam de métodos complementares no segundo estágio do
trabalho de parto. A estimulação elétrica transcutânea produz analgesia através da
colocação de dois eletrodos superficiais nos dermátomos correspondentes a T10 a
L1 lateralmente à linha mediana e mais dois eletrodos no nível das vértebras S2 a
S4. O estímulo elétrico consiste de impulsos bifásicos que variam quando à
amplitude e frequência conforme a intensidade da dor. É uma forma de analgesia
segura, não invasiva e fácil de aplicar. MATHIAS RS, CARVALHO JCA. Analgesia e
anestesia em Obstetrícia. In: ORTENZI AV, TARDELLI MA. Anestesiologia SAESP, Rio de
Janeiro, Atheneu, pp 462-510.
Métodos Farmacológicos Sistêmicos: Geralmente utiliza-se a via parenteral e
raramente a via inalatória. Como vantagens pode-se citar a facilidade de
administração e a aceitação das parturientes. A administração sistêmica de fármacos
requer cautela para não provocar depressão respiratória materna e/ou neonatal.
MATHIAS RS, CARVALHO JCA. Analgesia e anestesia em Obstetrícia. In: ORTENZI AV,
TARDELLI MA. Anestesiologia SAESP, Rio de Janeiro, Atheneu, pp 462-510.
Métodos Farmacológicos Regionais: A analgesia produzida por bloqueios
regionais apresenta vantagens sobre os métodos sistêmicos. A deposição do
22
anestésico local próximo às vias de condução nervosa permite uma boa analgesia
seletiva, sem depressão do feto e permitindo a cooperação materna: A. Bloqueio do
Pudendo Os nervos pudendos têm sua origem nas raízes sacrais (S2-S4) e inervam
o períneo, vagina, reto e parte da bexiga, portanto o seu bloqueio está indicado
somente para o segundo estágio, propiciando anestesia adequada ao parto. B. A
analgesia peridural dentre as vantagens da analgesia peridural lombar contínua,
salientam-se cinco aspectos principais: ausência de dor, efeito prolongado, controle
da intensidade e extensão do bloqueio, ausência de depressão respiratória materna
e fetal e versatilidade em situações especiais, como cesárea de urgência e
eclâmpsia.
A analgesia peridural é citada como o grande recurso com que a equipe
profissional conta para controlar a dor do parto, nas suas diferentes fases.
YAMASHITAAM, GOZZANI JL. Anestesia em Obstetrícia. Rio de Janeiro, Atheneu, 1997.
Em comparação a métodos sistêmicos de analgesia, a técnica peridural provê
analgesia mais efetiva para o trabalho de parto, além de benefícios fisiológicos
potenciais. Através da redução das catecolaminas séricas maternas, a analgesia
peridural pode melhorar o fluxo e a atividade uterinos. Momento da analgesia: como
já explicado, a dor materna e o principal fator que deve ser considerado como
parâmetro de indicação quanto ao momento da analgesia, não a dilatação cervical. A
dilatação e importante apenas para a escolha da droga e da dose a ser usada. C.
Raquianestesia é adequada no final do primeiro estágio e durante o período
expulsivo. É efetiva quando se pretende ter um bom relaxamento perineal (aplicação
de Fórcipe) tendo a apresentação fetal já iniciado a progressão dentro do canal de
parto. Pode ser indicada também para manipulação e revisão do canal de parto e
Útero. D. Bloqueio combinado raqui-peridural. Atualmente, esta técnica vem
ganhando mais e mais adeptos. Basicamente, consiste na combinação das duas
técnicas anteriores. Através da deposição de um opióide associado ou não a AL no
espaço subaracnoideo, obtém-se analgesia satisfatória por cerca de duas horas,
sem comprometimento motor. À medida que as contrações dolorosas retornam, é
possível complementar a analgesia, através da injeção de uma solução diluída de AL
no espaço peridural. YAMASHITA AM, GOZZANI JL. Anestesia em Obstetrícia. Rio de
Janeiro, Atheneu, 1997.
23
6 MANOBRAS UTILIZADAS NO PARTO E TRABALHO DE PARTO QUE DEVEM
SER ABOLIDAS
Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas:
Uso rotineiro de enema (lavagem intestinal); Uso rotineiro de raspagem dos pelos
púbicos; Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto; Inserção profilática
rotineira de cânula intravenosa; Uso rotineiro da posição supina (deitada) durante o
trabalho de parto; Exame retal; Uso de pelvimetria radiográfica (radiografia da pelve);
Administração de ocitócicos (ocitocina ou derivados) a qualquer hora antes do parto
de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado; Uso rotineiro da posição de
litotomia (posição ginecológica, deitada com as pernas elevadas por apoios) com ou
sem estribos durante o trabalho de parto e parto; Esforços de puxo prolongados e
dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo; Massagens ou
distensão do períneo durante o parto; Uso de tabletes orais de ergometrina
(medicamento que provoca a contração do útero) na dequitação para prevenir ou
controlar hemorragias; Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação
(expulsão da placenta); Lavagem rotineira do útero depois do parto; Revisão
rotineira (exploração manual) do útero depois do parto. (UNASUS 2014).
Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriadas; Método não
farmacológico de alívio da dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em
água e estimulação nervosa; Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa
d’água) durante o início do trabalho de parto; Pressão no fundo uterino durante o
trabalho de parto e parto; Manobras relacionadas à proteção ao períneo e ao manejo
do polo cefálico no momento do parto; Manipulação ativa do feto no momento de
nascimento; Utilização de ocitocina rotineira, tração controlada do cordão ou
combinação de ambas durante a dequitação; Clampeamento (uso de grampo para
interromper o fluxo sanguíneo) precoce do cordão umbilical; Estimulação do mamilo
para aumentar contrações uterinas durante a dequitação. (UNASUS 2014).
A manobra de Kristeller é reconhecida como danosa à saúde e, ao mesmo
tempo, ineficaz, causando à parturiente o desconforto da dor provocada e também o
trauma que se seguirá indefinidamente(REIS, 2005).
Procedimentos como a manobra de Kristeller são realizadas com a finalidade
de acelerar o parto, porém, não respeitam o tempo fisiológico do parto. Na maioria
das vezes são resultados da impaciência dos profissionais (PEREIRA et al., 2016).
24
A manobra de Kristeller ainda está presente na assistência ao parto em
conjunto com outras intervenções inadequadas realizadas em cadeia, como
condução para mesa de parto antes da dilatação completa, imposição de posição
ginecológica (que prejudica a dinâmica do parto e prejudica a oxigenação do bebê),
comandos de puxo, mudança de ambiente, entre outros. Salienta-se que os próprios
profissionais de saúde reconhecem que a manobra de kristeller é proscrita, porém,
continuam a realizá-la, apesar de jamais a registrarem em prontuário (LEAL et al.,
2012).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o objetivo da assistência
ao parto é ter como resultado mulheres e bebês sadios, com o mínimo de
intervenção médica compatível com a segurança. Disso decorre que sempre deverá
haver uma razão válida para interferir no processo de trabalho de parto. (DORSI et
al., 2005).
O Brasil adota um modelo majoritariamente intervencionista quando se trata
de procedimentos durante o parto normal e estudos demonstram que tais
procedimentos levam a altos índices relacionados a consequências para o neonato
e até mesmo a mortalidade. Sabe-se que o parto normal, por ser o fisiológico, é o
mais indicado na troca da vida intrauterina para extrauterina do RN, quanto mais
natural melhor tanto para a vida da parturiente quanto do concepto. No entanto
ainda se encontra altos índices de partos cesarianos, em 2015 dos 3 milhões de
partos realizados no país 55% foram cesarianas e 45,5 partos normais. (DORSI et
al., 2005).
Diante disso observa-se ainda que desses 45,5% dos partos normais quase
que em sua maioria são utilizadas manobras de intervenção e exemplo da
episiotomia, uso indiscriminado da ocitocina, fórceps e a própria manobra de
Kristeller, técnicas que a propósito não tem comprovação científica alguma acerca
de sua real eficiência, por isso a importância de discorrer mais sobre o assunto. E no
que diz respeito a saúde privada a proporção entre cesariana e parto normal ainda é
maior sendo, 89,9% de partos cesarianos. (LEAL et al., 2014).
Hemorragia: De acordo com a Federação Internacional de Ginecologia e
Obstetrícia (FIGO), a hemorragia pós-parto é definida e diagnosticada clinicamente
como excessivo sangramento associado a outros sintomas como visão turva,
vertigem, síncope, e resulta em sinais de hipovolemia como hipotensão e taquicardia.
25
Essa perda é maior que 500ml após parto vaginal e maior que 1000ml após parto
cesáreo (OPAS, 2018).
Inversão Uterina A inversão uterina acontece quando o fundo do útero se
move para a parte interior da cavidade endometrial. Essa inversão pode ser
completa, quando o fundo invertido ultrapassa o orifício externo do colo uterino;
prolapsada, quando o fundo uterino invertido ultrapassa o introito vaginal; ou
incompleta, quando o fundo uterino se projeta para dentro da cavidade endometrial.
Se não for identificada corretamente e tratada a tempo, a inversão uterina pode levar
a hemorragia severa, choque e a morte materna. As principais causas são tração
excessiva do cordão umbilical pressão no fundo do útero (ZUGAIB, 2016).
7 MANOBRAS UTILIZADAS NO PARTO E PRÉ PARTO
É fundamental para a humanização do parto adequado preparo da gestante para o
momento do nascimento, e esse preparo deve ser iniciado precocemente durante o
pré-natal. Isto requer um esforço muito grande, mas plenamente viável, no sentido
de sensibilizar e motivar os profissionais de saúde da rede básica e fornecer-lhes
instrumentos para o trabalho com as gestantes. Além dos aspectos técnicos
propriamente ditos, o preparo para o parto envolve, também, uma abordagem de
acolhimento da mulher e seu companheiro no serviço de saúde, incluindo o
fornecimento de informações desde as mais simples, de onde e como o nascimento
deverá ocorrer, o preparo físico e psíquico da mulher, idealmente uma visita à
maternidade para conhecer suas instalações físicas, o pessoal e os procedimentos
rotineiros, entre outros. O preparo da gestante para o parto abrange a incorporação
de um conjunto de cuidados, medidas e atividades que têm como objetivo oferecer à
mulher a possibilidade de vivenciar a experiência do trabalho de parto e parto como
processos fisiológicos, sentindo se protagonista do e processo. (BRASIL. MINISTÉRIO
DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000).
Durante o pré-natal, a gestante deve receber orientações em relação aos
seguintes temas: processo gestacional, mudanças corporais e emocionais durante a
gravidez, trabalho de parto, parto e puerpério, cuidados com o recém-nascido e
amamentação. Tais conteúdos devem incluir orientações sobre anatomia e fisiologia
26
maternas, os tipos de parto, as condutas que facilitam a participação ativa no
nascimento, sexualidade e outras. Os serviços de pré-natal e os profissionais
envolvidos devem adotar as seguintes medidas educativas de prevenção e controle
da ansiedade: manter o diálogo com a mulher e seu acompanhante, durante
qualquer procedimento realizado na consulta pré-natal, incentivando-os, orientando-
os e esclarecendo-lhes as dúvidas e seus temores em relação à gestação, trabalho
de parto, parto e puerpério; informar sobre as rotinas e procedimentos a serem
desenvolvidos no momento do trabalho de parto e parto, a fim de obter colaboração
por parte da parturiente e de seu acompanhante; promover visitas das gestantes e
acompanhantes às unidades de referência para o parto, no sentido de desmistificar
e minimizar o estresse do processo de internação no momento do parto; informar as
etapas de todo o processo do trabalho de parto e parto, esclarecendo sobre as
possíveis alterações; adotar medidas para o estabelecimento do vínculo afetivo mãe
e filho e o início do aleitamento materno logo após o nascimento; dar à gestante e
seu acompanhante o direito de participar das decisões sobre o nascimento, desde
que não coloque em risco a evolução do trabalho de parto e a segurança da mulher
e do recém-nascido. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no
Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Uma série de dificuldades práticas pode surgir durante a reorganização dos
serviços de saúde para propiciar à gestante/parturiente uma assistência mais
humanizada. Para contorná-las, alguns serviços tem proposto a criação de grupos
de apoio. A implementação de grupos de apoio, com a participação de diferentes
profissionais da equipe de saúde, como enfermeira/o, psicóloga/o, assistente social,
são fundamentais para garantir uma abordagem integral, e, ao mesmo tempo,
específica para atender às necessidades das mulheres e de seus parceiros e
familiares durante a gravidez. Assim, o principal objetivo de um grupo de apoio como
este seria o de ajudar a mulher a lidar com as vivências, e cuidar de si durante sua
gravidez, bem como prepará-la para o parto e a maternidade. (BRASIL. MINISTÉRIO
DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000).
Além das medidas educativas que devem ser introduzidas nos programas de
pré-natal, durante a gravidez, a preparação da mulher para o nascimento
compreende principalmente a adoção de medidas referentes ao trabalho corporal. O
objetivo da implementação destas medidas é oferecer à mulher um melhor
27
conhecimento da percepção corporal, bem como do relaxamento e da respiração
para um melhor controle do trabalho de parto e parto. Para isso é necessário
trabalhar com a gestante com exercícios próprios para cada etapa da gravidez, com
o relaxamento e com os exercícios respiratórios. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde,2000).
Os exercícios de relaxamento têm como objetivo permitir que as mulheres
reconheçam as partes do corpo e suas sensações, principalmente as diferenças
entre relaxamento e contração, assim como as melhores posições para relaxar e
utilizar durante o trabalho de parto. Os exercícios respiratórios tem por objetivo
auxiliar as mulheres no controle das sensações das contrações durante o trabalho
de parto. Embora realizados ainda durante o pré-natal, são dirigidos à utilização
durante o trabalho de parto e parto. O ambiente acolhedor, confortável e o mais
silencioso possível, conduz ao relaxamento psicofísico da mulher, do acompanhante
e equipe de profissionais e indica qualidade da assistência. O recurso da música e
das cores representa formas alternativas de abordagem que buscam desenvolver
potenciais e/ou restaurar funções corporais da parturiente, acompanhante e da
equipe profissional. A utilização de roupas confortáveis também é uma medida
importante para favorecer o relaxamento. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa
de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Assistência à mulher no trabalho de parto: A atenção adequada à mulher no
momento do parto representa um passo indispensável para garantir que ela possa
exercer a maternidade com segurança e bem-estar. Este é um direito fundamental
de toda mulher. A equipe de saúde deve estar preparada para acolher a grávida,
seu companheiro e família, respeitando todos os significados desse momento. Isso
deve facilitar a criação de um vínculo mais profundo com a gestante, transmitindo-
lhe confiança e tranquilidade. A vivência que a mulher terá neste momento será mais
ou menos prazerosa, mais ou menos positiva, mais ou menos traumática, a
depender de uma série de condições, desde aquelas intrínsecas à mulher e à
gestação, até aquelas diretamente relacionadas ao sistema de saúde. (BRASIL.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília,
Ministério da Saúde, 2000).
Como condições intrínsecas à mulher e à gestação, pode-se mencionar sua
idade (ou maturidade), sua experiência em partos anteriores, a experiência das
mulheres que lhe são próximas (sua mãe, irmãs, primas, amigos, etc.) com seus
28
próprios partos, se a gravidez atual foi planejada (desejada), a segurança em
relação a si mesma no que concerne a seu papel de mulher e de mãe, dentre outros.
Como condições relacionadas ao sistema de saúde, vale mencionar a assistência
pré-natal (que pode ter incluído ou não o adequado preparo físico e emocional para
o parto) e a assistência ao parto propriamente dita. Existe necessidade de
modificações profundas na qualidade e humanização da assistência ao parto nas
maternidades brasileiras. Por humanização da assistência ao parto entende-se um
processo que inclui desde a adequação da estrutura física e equipamentos dos
hospitais, até uma mudança de postura/atitude dos profissionais de saúde e das
gestantes. A adequação física da rede hospitalar –para que a mulher possa ter um
acompanhante (também devidamente preparado) durante o trabalho de parto e para
os procedimentos de alívio da dor – requer, além de boa vontade, também
investimentos. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-
natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Entretanto, é conhecido que os hospitais também apresentam alguma
resistência em modificar suas “rotinas” de obstetrícia e poucos são os que têm
instalações/condições minimamente adequadas para, por exemplo, permitir a
presença de um acompanhante para a gestante do SUS em trabalho de parto ou
garantir sua privacidade. Dessa forma, é fundamental que não ocorra um
descompasso entre discurso e a prática e que a distância entre o que se recomenda
e que se faz possa ser reduzida através da adoção de um conjunto de medidas de
ordem estrutural, gerencial, financeira e educativa, de forma a propiciar às mulheres
brasileiras - sobretudo aquelas mais carentes - um parto verdadeiramente
humanizado. Nesse sentido, o respeito à mulher e seus familiares é fundamental:
chamá-la pelo nome (evitando os termos "mãezinha", "dona", etc.), permitir que ela
identifique cada membro da equipe de saúde (pelo nome e papel de cada um),
informá-la sobre os diferentes procedimentos a que será submetida, propiciar-lhe um
ambiente acolhedor, limpo, confortável e silencioso, esclarecer suas dúvidas aliviar
suas ansiedades são atitudes relativamente simples e que requerem pouco mais
que a boa vontade do profissional. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Aspectos Éticos: O trabalho de parto deve ser abordado com ética profissional
aplicável a todas as situações de atenção à saúde. A adequada identificação da
equipe médica, de enfermagem e outros profissionais de saúde, o vestuário
29
adequado desses profissionais, o respeito à intimidade e à privacidade da
parturiente, além dos demais aspectos que pautam a relação profissional de
saúde/parturiente/família devem ser obedecidos com rigor no manejo do parto.
(BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento.
Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Diagnóstico de Trabalho de Parto: O diagnóstico do trabalho de parto se faz,
em geral, pela presença das seguintes condições: presença de contrações uterinas
a intervalos regulares, que vão progressivamente aumentando com o passar do
tempo, em termos de frequência e intensidade, e que não diminuem com o repouso
da gestante. O padrão contrátil inicial é, geralmente, de uma contração a cada 3-5
minutos e que dura entre 20 e 60 segundos; Apagamento (esvaecimento) e
dilatação progressivos do colo uterino. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Nas fases mais iniciais do trabalho de parto, nem sempre é possível fazer o
diagnóstico diferencial entre verdadeiro e falso trabalho de parto com uma avaliação
isolada. Nesses casos, reavaliar a gestante 1 a 2 horas após o primeiro exame pode
ser necessário para confirmar o diagnóstico. Nesse sentido, faz-se necessário
adequar a estrutura física das salas de admissão das gestantes, para que a
reavaliação nesses casos seja viável. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
A perda do tampão mucoso ou “sinal” e a formação da bolsa das águas são
indicadores menos precisos do trabalho de parto, na medida em que existem
grandes variações individuais entre o aparecimento desses sinais e o início real do
trabalho de parto. Embora nas gestações a termo, a rotura das membranas ocorra
na maioria dos casos durante o trabalho de parto, ela pode ocorrer até vários dias
antes do início do mesmo (de 12 a 20%). Ainda não existem evidências claras sobre
qual a melhor conduta nesses casos e várias alternativas têm sido utilizadas no
manejo da rotura prematura de membranas em gestações de termo: indução
imediata do trabalho de parto; indução após 6-12 horas; conduta expectante por até
48 horas, com observação da gestante, seguida de indução se o trabalho de parto
não se inicia espontaneamente. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Qualquer que seja a conduta adotada, o toque vaginal deve ser evitado até
que a gestante esteja em franco trabalho de parto, para minimizar os riscos de
30
infecção ovular e puerperal. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Momento da internação: Não existe um "momento ideal" para internar a
gestante em trabalho de parto. Embora o desejável seja a internação já na fase ativa,
algumas gestantes poderão se beneficiar de uma internação mais precoce, ainda na
fase latente: as que têm dificuldade de acesso ao local do partoe aquelas que -
embora ainda não portadoras de condições que caracterizem gestação ou parto de
alto risco - têm um potencial um pouco maior de apresentar complicações no
trabalho de parto, como as parturientes com idade gestacional superior a 41
semanas, cesárea anterior, amniorrexe prematura e/ou patologias clínicas de grau
leve e puerperal. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-
natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
1. Procedimento na admissão/internação da parturiente: Anamnese, nenhum
atendimento em saúde, mesmo nos casos considerados de baixo risco, prescinde de
uma anamnese dirigida, onde serão avaliados: antecedentes mórbidos,
antecedentes obstétricos (onde se inclui também o levantamento de complicações
de partos em gestações anteriores), data da última menstruação, informações sobre
a movimentação fetal e dados e evolução de gestação atual. Estes dados já devem
rotineiramente fazer parte do Cartão da Gestante que todo serviço deveria fornecer
às mulheres em acompanhamento pré-natal. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
2. Exame clínico: Ainda que sumária nas gestações de evolução normal (ou
de baixo risco), a avaliação clínica da gestante deve incluir medida dos dados vitais
(pressão arterial, pulso e temperatura), avaliação das mucosas para inferir a
presença ou não de anemia, a presença ou não de edema e varizes nos membros
inferiores e a ausculta cardíaca e pulmonar. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
3. Exame Obstétrico: A ausculta da frequência cardíaca fetal (antes, durante e
após a contração uterina), a medida da altura uterina, a palpação obstétrica (para
determinar a situação, posição, apresentação e insinuação) são, procedimentos
obrigatórios na admissão da gestante. Se existe suspeita de amniorrexe prematura
ou sangramento genital, o exame especular deve ser rotina, precedendo a decisão
pela realização do toque. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização
no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
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Os toques vaginais subsequentes ao do diagnóstico podem ser postergados,
até que a gestante se encontre na fase ativa do trabalho de parto, e deve ser
utilizado com muita parcimônia nos casos de suspeita/confirmação de amniorrexe
prematura. Quando existe sangramento vaginal, o toque deve ser realizado em
condições controladas, pois pode se tratar de caso de placenta prévia, condição em
que o toque pode provocar piora da hemorragia, com possíveis repercussões
maternas e fetais.
4. Tricotomia: A tricotomia dos pelos pubianos tem sido utilizada
rotineiramente nos hospitais, visando a redução na incidência de infecções de
episiotomia, a facilitação da episiorrafia e uma melhor higiene no pós-parto. Não
existem evidências científicas claras sobre esses benefícios e sua utilização poderá
gerar desconfortos e riscos para a parturiente: o desconforto no momento da sua
execução e quando os pelos começam a crescer e o risco de transmissão de
doença, quando da utilização de lâminas não descartáveis. Por essas razões e
considerando o custo adicional para sua realização, recomenda-se que a tricotomia
só seja feita se esta for a opção da parturiente. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
5. Enteroclisma: Embora os benefícios tradicionalmente atribuídos à
realização de enteroclisma (ou enema) rotineiro no início do trabalho de parto
(menor risco de infecção local, major facilidade para a descida da apresentação e
influência positiva sobre a contratilidade uterina) venham sendo cada vez mais
questionados em vários escudos bem controlados, o abandono da sua prática
merece ainda alguma reflexão. Se por um lado, a realização da lavagem intestinal
gera a parturiente algum desconforto durante sua execução e incrementa os custos
de assistência ao parto, o conforto posterior da mulher e da própria equipe de saúde
deve ser valorizado. Evacuar no momento do período expulsivo, com a sua genitália
exposta, pode ser constrangedor para muitas mulheres. Por outro lado, nem sempre
a equipe de saúde presente na sala de parto consegue lidar bem com tal situação, o
que pode aumentar ainda mais o constrangimento da mulher. Dessa forma, a
decisão de realizar ou não o enteroclisma deve levar em conta essas condições,
valorizando principalmente a opinião da parturiente. Esta, para poder decidir de
forma consciente, deve receber orientação não tendenciosa durante o pré-natal,
para que no momento da internação para o parto possa fazer a sua escolha. Não se
deve onerar a gestante em trabalho de parto com um excesso de informações,
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obrigando-a a tomar decisões em um contexto onde ela necessitaria de um tempo
maior e de mais tranquilidade para fazê-lo. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
6. Alimentação: Na fase latente do trabalho de parto, as gestantes de baixo
risco para cesárea deve ser orientadas a ingerir apenas alimentos leves. Como
durante essa fase, a maioria das gestantes permanece em casa, essa orientação
deve ser dada ainda durante o pré-natal. Na medida em que ocorre a aproximação
da fase ativa do trabalho de parto, todos os alimentos sólidos devem ser suspensos,
sendo permitida, para as gestantes de baixo risco, a ingestão de pequenas
quantidades de líquidos claros (água, suco de frutas sem polpa, chá, café,
refrigerante). Evidentemente, o bom senso e uma decisão conjunta entre o obstetra
e o anestesista podem permitir a individualização de cada caso. Todavia, as
gestantes de maior risco para procedimentos anestésicos (obesas, diabéticas, com
vias aéreas de difícil acesso) ou para parto cirúrgico devem permanecer em jejum
durante todo o trabalho de parto, evitando-se inclusive a ingestão de líquidos claros.
Nos casos de cesáreas eletivas, o período de jejum para a realização do
procedimento anestésico deve ser similar àquele adotado no serviço para
procedimentos cirúrgicos em geral de mulheres não grávidas. (BRASIL. MINISTÉRIO
DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000).
7. Higiene da parturiente: Durante o trabalho de parto, a gestante perde
secreções pela vagina e frequentemente apresenta sudorese considerável. Ela deve,
portanto, ser estimulada a se higienizar e devem estar disponíveis para ela
condições
para tanto. Um banheiro com chuveiro, toalhas, sabonetes e troca frequente de sua
"bata" ou camisola, do "forro" e da roupa de cama gerarão uma sensação de maior
conforto e bem-estar, tão desejável durante esse período. Os banhos de chuveiro
com água morna têm sido utilizados, de forma empírica, para aliviar a dor do
trabalho de parto. Mesmo que não exista ainda comprovação científica em relação a
isso, a sensação de relaxamento físico e mental após um banho pode contribuir para
o bem estar das gestantes. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
8. Posição de parturiente: Salvo raras exceções, a parturiente não deve ser
obrigada a permanecer no leito. Deambular, sentar e deitar são condições que a
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gestante pode adotar no trabalho de parto de acordo com a sua preferência e, em
geral de forma espontânea, existe uma tendência à alternância de posições. As
mulheres devem ser apoiadas na sua escolha. Quando deitada, a gestante deve ser
orientada a não permanecer em decúbito dorsal horizontal porque essa posição
reduz o fluxo sanguíneo uterino e placentário. Ou seja, quando deitada, a gestante
deve adotar o decúbito lateral, tanto direito quanto esquerdo. A posição vertical
(parada ou deambulando) parece favorecer o trabalho de parto. Exceções a essa
regra são as gestantes queapresentam rotura de bolsa com cabeça não encaixada
(para evitar o prolapso do cordão) e aquelas que apresentem sangramento genital
moderado ou severo. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no
Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
9. Amniotomia: Embora existam evidências de que a amniotomia precoce
possa reduzir a duração do trabalho de parto em 60 a 120 minutos, efeitos
indesejáveis podem ocorrer com essa prática, como o incremento de
desacelerações precoces da FCF e alterações plásticas sobre o polo cefálico (bossa
serossanguínea). Existe também um risco aumentado de infecção ovular e puerperal
quanto maior for a duração do trabalho de parto com membranas rotas. Dessa forma,
a rotura artificial da bolsa deve ser evitada, reservando-se seu uso para aquelas
condições onde sua prática seja claramente benéfica, como é o caso de algumas
distócias funcionais. É importante esclarecer que a amniotomia não é um
procedimento obrigatório quando da realização de analgesia de parto. (BRASIL.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília,
Ministério da Saúde, 2000).
10. Vigilância da vitalidade fetal: O controle rigoroso da freqüência cardíaca
fetal (FCF) durante o trabalho de parto assegura, na quase totalidade dos casos, a
adoção de medidas apropriadas para garantir o nascimento de uma criança em boas
condições. Mesmo a gestação de baixo risco não prescinde do controle periódico da
FCF, quer com a utilização do estetoscópio de Pinard, quer com o uso do sonar-
doppler. Na fase latente do trabalho de parto e no início da fase ativa, esse controle
pode ser feito a cada 60 minutos, reduzindo-se esse intervalo para 30 minutos
conforme progride a fase ativa do trabalho de parto. Nas gestações de baixo risco, a
monitorização contínua da FCF pode ser contraproducente: limita a movimentação
da mulher, restringindo-a ao leito, e tem um potencial de gerar um maior número de
intervenções desnecessárias. É importante enfatizar que, quando existe excesso de
34
contratilidade uterina (taquissistolia, hipertonia), quer espontânea, quer iatrogênica,
o sofrimento fetal agudo pode se instalar em poucos minutos, o que exige uma
vigilância contínua da FCF até que o quadro seja revertido. Embora nestes casos
seja desejável o uso de monitores fetais na vigilância contínua da FCF, estes podem
ser substituídos pela presença do profissional de saúde ao lado da parturiente, com
a vantagem de que essa presença pode contribuir para a tranquilização da mulher e,
consequentemente, a resolução mais rápida da hipercontratilidade uterina. (BRASIL.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília,
Ministério da Saúde, 2000).
Acompanhamento durante o trabalho de Parto (suporte psicossocial): O
progresso técnico e cientifico da medicina em geral, e da Obstetrícia, Neonatologia e
Anestesiologia em particular, tornou o parto um procedimento mais seguro e menos
doloroso. A adequada assistência ao parto e o necessário respeito aos desejos e
direitos da mulher parturiente compreendem seu conforto, segurança e bem-estar.
Isto implica uma série de necessidades onde se incluiu o controle adequado da dor
do trabalho de parto e o acompanhamento do trabalho de parto por pessoa de sua
escolha, que lhe dê o apoio emocional necessário para este período. O parto
constitui um dos pontos fundamentais da vida psico-sexual da mulher. Assim,
quando é vivenciado com dor, angústia, medo e isolamento, pode levar a distúrbios
psicológicos, afetivos e emocionais, podendo influenciar o relacionamento mãe/filho,
além de sua vida afetiva e conjugal. 0 medo gera dor e a dor aumenta o medo.
(BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento.
Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
O acompanhamento pelo marido, companheiro, familiar próximo ou amiga não
envolve necessariamente nenhum preparo técnico. Representa, mais que nada, o
suporte psíquico e emocional da presença reconfortante, do contato físico, para
dividir o medo e a ansiedade, para somar forças, para estimular positivamente a
parturiente nos momentos mais difíceis. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa
de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000). As
técnicas de relaxamento e exercícios respiratórios associados às informações
recebidas pela gestante em seu preparo para o parto têm sido objeto de estudos
quanto à sua influência durante o trabalho de parto e parto. Existem algumas
evidências de que se associem a alguns efeitos benéficos, como a menor
necessidade de uso de drogas opióides e de analgesia peridural, com uma maior
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proporção de partos vaginais e com uma maior satisfação da mulher com o parto.
(BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento.
Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
É sabido, porém, que o apoio social em casa, para as gestantes socialmente
desfavorecidas, comparativamente à ausência deste apoio, associa-se com
melhores resultados da saúde da criança e sobre a experiência vivida. Não se sabe,
contudo, se a concomitância destas intervenções para o mesmo grupo de mulheres
possa ter efeito benéfico aditivo. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2000).
Atribuições da acompanhante treinada: A acompanhante treinada, além do apoio
emocional, deve fornecer informações à parturiente sobre todo o desenrolar do
trabalho de parto e parto, intervenções e procedimentos necessários, para que a
mulher possa participar de fato das decisões acerca das condutas a serem tomadas
durante este período. Durante o trabalho de parto e parto, a acompanhante: Orienta
a mulher a assumir a posição que mais lhe agrade durante as contrações; favorece a
manutenção de um ambiente tranquilo e acolhedor, com silêncio e privacidade;
auxilia na utilização de técnicas respiratórias, massagens e banhos mornos; orienta
a mulher sobre os métodos para o alívio da dor que podem ser utilizados, se
necessários; estimula a participação do marido ou companheiro em todo o processo;
apoia e orienta a mulher durante todo o período expulsivo, incluindo a possibilidade
da liberdade de escolha quanto à posição a ser adotada. (BRASIL. MINISTÉRIO DA
SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000).
Após o nascimento, a acompanhante ainda: Informa e orienta a mulher
quanto à dequitação e ao clampeamento do cordão; estimula a colocação do recém-
nascido sobre o abdome materno, num contato pele a pele, estimulando o início da
sucção ao peito materno e favorecendo o vínculo afetivo mãe-filho; e posteriormente,
informa e orienta também quanto ao início e manutenção do aleitamento materno.
Todas estas atividades, além de melhorar a vivência experimentada pelas mulheres
que dão à luz, parecem ter uma influência direta e positiva sobre a saúde das
mulheres e dos recém-nascidos. Devem, portanto, ser estimuladas em todas as
situações possíveis. Ao mesmo tempo, tais medidas deveriam ser objeto de estudos
detalhados sobre sua efetividade em diferentes contextos, com o objetivo de
aumentar o conhecimento real de seus efeitos sobre a saúde. (BRASIL. MINISTÉRIO
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DA SAÚDE. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000).
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o que foi compreendido para a elaboração desse trabalho é
possível chegar às seguintes considerações em relação a atuação do enfermeiro no
trabalho de parto e parto humanizado: A mudança de uma assistência tradicional
para forma de assistência humanizada traz benefícios tanto para a parturiente
quanto para a equipe. É gratificante proporcionar um cuidado em que é observado
no olhar da paciente o quanto sua assistência influência de forma positiva e
satisfatória. Porém, ao mesmo tempo, existem impasses e resistências vindos de
todas as partes. Cabe

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