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APOSTILA Humanização ao Parto

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MATERIAL DIDÁTICO
HUMANIZAÇÃO AO PARTO
POLITICAS DE HUMANIZAÇÃO E 
BOAS PRATICAS 
Observações e monitoração no 
primeiro período do parto
• Registrar as seguintes observações no primeiro período 
do trabalho de parto:
• - frequência das contrações uterinas de 1 em 1 hora;
• - pulso de 1 em 1 hora;
• - temperatura e PA de 4 em 4 horas;
• - frequência da diurese;
• - exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma 
preocupação com o progresso do parto ou em resposta 
aos desejos da mulher (após palpação abdominal e 
avaliação de perdas vaginais).
• Um partograma com linha de ação de 4 horas deve ser 
utilizado para o registro do progresso do parto, modelo 
da OMS ou equivalente
Medidas de Assepsia para o 
parto vaginal
• A água potável pode ser usada para a limpeza
vulvar e perineal se houver necessidade, antes do
exame vaginal.
• Medidas de higiene, incluindo higiene padrão
das mãos e uso de luvas únicas não
necessariamente estéreis, são apropriadas para
reduzir a contaminação cruzada entre as
mulheres, crianças e profissionais
Avaliação do Bem estar Fetal
• A avaliação do bem-estar fetal em parturientes de
baixo risco deve ser realizada com ausculta
intermitente, em todos os locais de parto:
• Utilizar estetoscópio de Pinard ou sonar Doppler:
- realizar a ausculta antes, durante e imediatamente
após uma contração, por pelo menos 1 minuto e a cada
30 minutos, registrando como uma taxa única;
- registrar acelerações e desacelerações se ouvidas;
- Palpar o pulso materno se alguma anormalidade for
suspeitada para diferenciar os batimentos fetais e da mãe
Falha de progresso no primeiro 
período do trabalho de parto
• Se houver suspeita de falha de progresso no primeiro estágio do 
trabalho de parto levar em consideração: 
- o ambiente onde a mulher está sendo assistida;
- a atitude da mulher, se postura mais ativa ou não;
- estado emocional da mulher;
- o tipo de apoio e suporte físico e emocional que a mulher estiver 
recebendo;
- paridade; 
- dilatação e mudanças cervicais; 
- contrações uterinas;
- altura e posição da apresentação;
- necessidade de referência ou solicitação de assistência profissional 
apropriada. 
Definição e duração do segundo 
período do trabalho de parto
o segundo período do parto deverá ser definido como:
• •fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem 
sensação de puxo involuntário ou parturiente com 
analgesia e a cabeça do feto ainda relativamente alta 
na pelve;
• •fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do bebê 
visível, contrações de expulsão ou esforço materno 
ativo após aconfirmação da dilatação completa do colo 
do útero, na ausência das contrações de expulsão.
Se houver suspeita de falha de 
progresso na fase ativa do trabalho de 
parto
• considerar também para o diagnóstico todos os 
aspectos da evolução do trabalho de parto , incluindo:
- dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas para as 
primíparas; 
- dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas ou um 
progresso lento do trabalho de parto para as multíparas;
- descida e rotação do pólo cefálico;
- mudanças na intensidade, duração e frequência das 
contrações uterinas.
Cuidados com o Períneo 
• Tanto a técnica de ‘mãos sobre’ (proteger o
períneo e flexionar a cabeça fetal) quanto a
técnica de ‘mãos prontas’(com as mãos sem
tocar o períneo e a cabeça fetal, mas
preparadas para tal) podem ser utilizadas para
facilitar o parto espontâneo.
Assistência no terceiro período do 
parto
• O terceiro período do parto é o momento desde o nascimento da 
criança até a expulsão da placenta e membranas. 
• • A conduta ativa no terceiro período envolve um conjunto de 
intervenções com os seguintes componentes: 
• - uso rotineiro de substâncias uterotônicas;
• - clampeamento e secção precoce do cordão umbilical; e
• - tração controlada do cordão após sinais de separação placentária. 
• • A conduta fisiológica no terceiro período do parto envolve um 
conjunto de cuidados que inclui os seguintes componentes: 
• - sem uso rotineiro de uterotônicos;
• - clapeamento do cordão após parar a pulsação;
• - expulsão da placenta por esforço materno.
O trauma perineal ou genital deve ser definido 
como aquele provocado por episiotomia ou 
lacerações, da seguinte maneira: 
• Primeiro grau – lesão apenas da pele e mucosas 
• Segundo grau – lesão dos músculos perineais sem atingir o esfínciter
anal 
• Terceiro grau – lesão do períneo envolvendo o complexo do esfíncter 
anal: 
• - 3a – laceração de menos de 50% da espessura do esfíncter anal 
• - 3b – laceração de mais de 50% da espessura do esfíncter anal 
• - 3c – laceração do esfíncter anal interno. 
• • Quarto grau – lesão do períneo envolvendo o complexo do 
esfíncter anal (esfíncter anal interno e externo) e o epitélio anal.
Assistência ao recém-nascido
• O atendimento ao recém-nascido consiste na
assistência por profissional capacitado, médico
(preferencialmente pediatra ou neonatologista) ou
profissional de enfermagem (preferencialmente
enfermeiro obstétrico/obstetriz ou neonatal), desde o
período imediatamente anterior ao parto, até que o RN
seja encaminhado ao Alojamento Conjunto com sua
mãe, ou à Unidade Neonatal, ou ainda, no caso de
nascimento em quarto de pré-parto parto e puerpério
(PPP) seja mantido junto à sua mãe, sob supervisão da
própria equipe profissional responsável pelo PPP
Próximos Passos 
Parto na Agua 
• Parece novidade, mas não é. O parto na água
remonta à Antiga Grécia, mas nos dias atuais
não é a primeira escolha da maioria dos
obstetras e dos pais por não ser um parto de
rotina.
• O ambiente ideal
deve ter
privacidade, pouca
luz, ser silencioso
para que a mãe e
seus acompanhantes
fiquem focados na
participação ativa e
intensa deste
momento tão
especial.
• Este é um tipo de 
parto onde a água 
é a co-
protagonista. 
Como meio de 
relaxamento para 
a mãe e é um dos 
mais naturais que 
existe, 
principalmente 
para o bebê.
• A água deverá ser potável e estar numa temperatura que
varia de 35 a 37º favorecendo a irrigação sanguínea,
reduzindo a pressão arterial e relaxando a musculatura o
que ajuda a atenuar as dores associadas ao trabalho de
parto.
Posições para o parto na Água 
• Essa é a graça de um parto na água, a liberdade
para se movimentar e encontrar a posição que
achar mais confortável.
• As principais posições são:
• 4 apoios: Se ajoelhar e ficar apoiada na borda da 
banheira;
• Cócoras, com a água fica mais fácil e menos 
cansativo se agachar ;
• Semi-sentada e olhando para frente.
4 apoios: Se ajoelhar e ficar apoiada 
na borda da banheira;
Cócoras, com a água fica mais fácil e 
menos cansativo se agachar ;
Semi-sentada
• É importante ter a noção de que, mesmo o parto
na água deve ser assistido por uma equipe médica
especializada que pode recorrer a outras técnicas
caso o parto se complique.
Há muitas vantagens deste parto
• A água promove o relaxamento materno, bem 
como dos ligamentos e músculos do períneo, 
o que leva a que a futura mamãe sinta:
– Menos dor, por uma menor pressão no útero e no 
abdómen durante o processo das contrações, 
tornando-as menos intensas;
– Aceleração do trabalho de parto;
– Transição mais suave da placenta para o exterior;
– Menor edema (inchaço) corporal;
– Sensação de maior privacidade;
• Maior libertação de ocitocina e endorfinas,
diminuindo o estresse em comparação com o
parto normal.
• Menor necessidade de episiotomia ou ocorrência
de laceração do períneo;
• Diminuição da necessidade de recorrer a uma
cesariana ou fórceps;
• O bebê, por breves segundos, sente-se num
ambiente mais próximo daquele em que estava
no interior da placenta;
• Normalmente, os partos na água são mais
rápidos.
Mas existem também algumas 
desvantagens
• Risco de infecção – quando do nascimento do 
bebê, é possível que aconteça uma perda da 
continuidade da mucosa do colo do útero ou 
mesmo de laceração perianal, o que aumenta 
o risco de infeção.
• Desapontamentopor
não sentir alívio ou
diminuição das dores
durante as contrações
– cada caso é um caso
e a tolerância à dor é
diferente de mulher
para mulher. Assim,
caso as dores sejam
difíceis de suportar,
pode existir a
necessidade de sair da
piscina, os imprevistos
acontecem e deve
estar preparada
mentalmente para
isso.
• Situação de emergência durante o parto – Pode ser mais
complicado lidar com complicações pelo simples fato da
mãe estar dentro de água e não numa cama do hospital.
• Risco mínimo de afogamento ou aspiração de
água pelo bebê – apenas pode ocorrer quando o
bebê é exposto ao ar antes do seu corpo todo
sair do corpo da mãe ou quando ocorre uma
falha no mecanismo respiratório, mas na
maioria dos casos não há qualquer risco de
afogamento, uma vez que nos primeiros
momentos fora do útero, a criança continua
respirando através do cordão umbilical.
Quando o parto na água não é 
recomendado?
• Quando a mãe deseja sair da água;
• Parto Prematuro;
• Expulsivo muito prolongado (descida e saída do bebê);
• Indícios de condição fetal não tranquilizadora – como 
liberação de mecônio dentro da água, frequência fetal 
não tranquilizadora;
• Parto pélvico, pois precisa de uma atenção maior e 
caso precise de manobras para a saída do bebê;
• Indícios de bebês grandes (macrossômicos), pela 
possibilidade maior de haver dificuldade na saída do 
bebê (distócia).
Barros TCX de, Castro TM de, Rodrigues DP et al. Assistência a mulher para a humanização... 
Português/Inglês 
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(2):554-8, fev., 2018 554 
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25368p554-558-2018 
 
 
ASSISTÊNCIA À MULHER PARA A HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO 
ASSISTANCE TO WOMEN FOR THE HUMANIZATION OF CHIDLBIRTH AND BIRTH 
ASISTENCIA A LA MUJER PARA LA HUMANIZACIÓN DEL PARTO Y NACIMIENTO 
Thais Cordeiro Xavier de Barros1, Thayane Marron de Castro2, Diego Pereira Rodrigues3, Phannya Gueitcheny 
Santos Moreira4, Emanuele da Silva Soares5, Alana Priscilla da Silva Viana6 
RESUMO 
Objetivo: analisar a assistência à mulher para a humanização do parto e nascimento. Método: estudo 
qualitativo, tipo análise reflexiva, originado na iniciação científica do curso de graduação em enfermagem, 
mediante as seguintes etapas: busca nas bases de dados; leitura do material selecionado; movimento da 
práxis analítica da temática; e formulação do material escrito. Resultados: a humanização constitui uma 
parte integrante para a qualidade da assistência dos indicadores obstétricos, que busca a autonomia da 
mulher, o seu direito a um parto respeitoso e abolição das intervenções desnecessárias no processo de 
nascimento. Conclusão: apesar de inúmeros esforços para a implantação da Humanização, ainda constitui 
uma grande causa a ser mobilizada no país, pois há inúmeras práticas promovidas na atenção ao parto e 
nascimento, principalmente a episiotomia e a manobra de Kristeller. Desse modo, o estudo contribui para 
como está sendo realizada a assistência com as mulheres, focalizando os princípios da humanização. Assim, 
faz-se necessários estudos com o propósito de compreender o processo de implantação da humanização. 
Descritores: Parto Normal; Trabalho de Parto; Parto Humanizado; Humanização da Assistência; Obstetrícia; 
Enfermagem Obstétrica. 
ABSTRACT 
Objective: to analyze the assistance to women for the humanization of childbirth and birth. Method: this is a 
qualitative study, type reflexive analysis, originated in the scientific initiation of the undergraduate nursing 
course, through the following steps: searching the databases, reading the selected material, moving the 
analytical praxis of the subject, and formulating written material. Results: humanization is an integral part of 
the quality of care of obstetric indicators, which seeks the autonomy of women, their right to a respectful 
birth, and the abolition of unnecessary interventions in the birth process. Conclusion: despite numerous 
efforts for the implementation of Humanization, it is still a great cause to be mobilized in the country, since 
there are many practices promoted in the delivery and birth care, especially the episiotomy and the Kristeller 
maneuver. In this way, the study contributes to how the assistance to women is being carried out, focusing on 
the principles of humanization. Thus, studies are needed to understand the process of humanization 
implementation. Descriptors: Natural Childbirth; Labor, Obstetric; Humanizing Delivery; Humanization of 
Assistance; Obstetrics; Obstetric Nursing. 
RESUMEN 
Objetivo: analizar la asistencia a la mujer para la humanización del parto y nacimiento. Método: estudio 
cualitativo, tipo análisis reflexivo, originada en la iniciación científica del curso de graduación en enfermería, 
mediante las siguientes etapas: búsqueda en las bases de datos, lectura del material seleccionado, 
movimiento de la práctica analítica de la temática, y formulación del material escrito. Resultados: la 
humanización constituye una parte integrante para la calidad de la asistencia de los indicadores obstétricos, 
que busca la autonomía de la mujer, o su derecho a un parto respetuoso, y abolición de las intervenciones 
desnecesarias en el proceso de nacimiento. Conclusión: apesar de innúmeros esfuerzos para la implantación 
de la Humanización, todavía constituye una grande causa a ser mobilizada en el país, pues, hay innúmeras 
prácticas promovidas en la atención al parto y nacimiento, principalmente la episiotomia y la maniobra de 
Kristeller. De este modo, el estudio contribuye para como está siendo realizada la asistencia junto a la mujer, 
focalizando los principios de la humanización. Así, son necesarios estudios con el propósito de comprender el 
proceso de implantación de la humanización. Descriptores: Parto Normal; Trabajo de Parto; Parto 
Humanizado; Humanización de la Atención; Obstetricia; Enfermería Obstétrica. 
1,2,4,5,6 Discentes, Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Anhanguera de Niterói. Niterói (RJ), Brasil. E-mail: 
thaiscordeiroxavier@hotmail.com ORCID iD: http://orcid.org/0000-0002-5929-1813; thayanemarron@hotmail.com ORCID iD: 
http://orcid.org/0000-0002-5251-6426; phannyagsmoreira@gmail.com ORCID iD: 
http://orcid.org/0000-0001-6178-6009; emanueledasilvasoares@hotmail.com ORCID iD: 
http://orcid.org/0000-0001-8398-7346; alanapriscilla28@yahoo.com.br ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-4591-786X; 3 Enfermeiro, 
Mestre em Enfermagem, Professor Adjunto do Centro Universitário Anhanguera de Niterói, Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: 
diego.pereira.rodrigues@gmail.com ORCID iD: http://orcid.org/0000-0001-8383-7663 
 
 
 
 
ARTIGO ANÁLISE REFLEXIVA 
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25368p554-558-2018
mailto:thaiscordeiroxavier@hotmail.com
http://orcid.org/0000-0002-5929-1813
http://orcid.org/0000-0002-5251-6426
mailto:phannyagsmoreira@gmail.com
http://orcid.org/0000-0001-6178-6009
mailto:emanueledasilvasoares@hotmail.com
http://orcid.org/0000-0001-8398-7346
https://orcid.org/0000-0003-4591-786X
mailto:diego.pereira.rodrigues@gmail.com
http://orcid.org/0000-0001-8383-7663
Barros TCX de, Castro TM de, Rodrigues DP et al. Assistência a mulher para a humanização... 
Português/Inglês 
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(2):554-8, fev., 2018 555 
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25368p554-558-2018 
 
O presente artigo tem como objeto de 
estudo a assistência humanizada à mulher no 
processo do parto e nascimento. 
A humanização no campo da saúde é 
descrita indiscutivelmente como um modelo 
baseado em uma abordagem centrada na 
mulher1 e como uma aposta ético-estético-
política. É uma aposta ética porque envolve a 
atitude de usuários, gestores e profissionais 
de saúde comprometidos e corresponsáveis. É 
estética porque se refere ao processo de 
produção da saúdee de subjetividades 
autônomas e protagonistas, e política porque 
está associada à organização social e 
institucional das práticas de atenção e gestão 
na rede do SUS.2 
Desse modo, definição de atenção 
humanizada durante o processo de gestação 
incorpora conhecimentos, práticas e atitudes, 
tendo em vista a garantia do parto e 
nascimento saudáveis, tendo como objetivo a 
prevenção da morbimortalidade materna e 
perinatal.3 Esse foco proposto tem na 
perspectiva do Programa de Humanização no 
Pré-natal e Nascimento (PHPN), criado pelo 
Ministério da Saúde (MS) por meio da 
Portaria/GM n° 569 de 1 de junho de 2000, 
com o objetivo específico de atenção à 
gestante, parturientes, puérperas e ao recém-
nascido, centralizando os esforços para 
diminuir as altas taxas de morbimortalidade 
materna e perinatal registradas no país; além 
de defender a prática que assegura o 
aperfeiçoamento, da garantia do acesso, 
capacidade de assistência do pré-parto, parto 
e puerpério.4 
Nesse sentido, o Programa de Humanização 
no Pré-natal e Nascimento se fundamenta nos 
preceitos da humanização da assistência 
obstétrica e sendo uma condição o adequado 
acompanhamento do parto. A humanização 
compreende pelo menos dois aspectos 
fundamentais. O primeiro diz respeito à 
convicção de que é dever das unidades de 
saúde receber com dignidade a mulher, seus 
familiares e o recém-nascido. Isto requer 
atitude ética e solidária por parte dos 
profissionais de saúde e a organização da 
instituição de modo a criar um ambiente 
acolhedor e a instituir rotinas hospitalares 
que rompam com o tradicional isolamento 
imposto à mulher. O outro se refere à adoção 
de medidas e procedimentos sabidamente 
benéficos para o acompanhamento do parto e 
nascimento, evitando práticas 
intervencionistas desnecessárias, que embora 
tradicionalmente realizadas não beneficiem a 
mulher, nem o recém-nascido, e que com 
frequência acarretam maiores riscos para 
ambos.5 
Nessa perspectiva, a humanização do parto 
é uma condição de respeito à mulher como 
pessoa única, em questão de cidadania. É o 
respeito, também, à família em formação e 
ao bebê, que tem direito a um nascimento 
sadio e harmonioso.6 Desta forma, a 
humanização do nascimento deve ser uma 
prática em que o profissional da saúde deve 
respeitar a fisiologia do parto, identificando 
os aspectos sociais e culturais do parto, 
promovendo apoio físico e emocional à 
mulher e sua família,3 e não um parto com 
inúmeras adoções de intervenções 
desnecessárias no parto e nascimento,7 visto 
que o parto tem se tornado a cada dia mais 
medicalizado e centralizado em processo 
patológicos, ao invés da fisiologia do 
nascimento.8 
Estudos mostram que a inserção do 
enfermeiro obstétrico no parto acarreta a 
melhoria da assistência.9 Para atuação do 
enfermeiro obstetra no modelo humanizado 
de parto foi criada a Resolução Cofen nº 
0516, 24 de junho de 2016, que normatiza a 
atuação do enfermeiro obstetra. Assim, no 
modelo do parto humanizado, os enfermeiros 
obstetras quando inseridos na assistência, 
supostamente, ocorre a melhora no auxílio ao 
parto humanizado.9 
Espera-se que este estudo possibilite aos 
profissionais da área de saúde, especialmente 
de obstetrícia, reflexão relacionada à 
humanização do parto e nascimento, 
proporcionando à gestante um parto 
humanizado, sem interferências 
desnecessárias. 
 
● Analisar a assistência à mulher para a 
humanização do parto e nascimento. 
 
Estudo qualitativo, do tipo análise 
reflexiva, a partir de revisão bibliográfica 
narrativa elaborada por meio de artigos 
científicos, manuais do Ministério da Saúde, 
livros, apoiados na assistência oferecida às 
mulheres no parto e nascimento focalizado na 
humanização da assistência, desenvolvido 
como um projeto de iniciação científica na 
área de saúde da mulher, do curso de 
enfermagem do Centro Universitário 
Anhanguera (UNIAN), com o propósito de 
responder à seguinte questão norteadora: 
como se configura a assistência prestada às 
mulheres no processo do parto e nascimento, 
com o foco da humanização da assistência? 
INTRODUÇÃO 
OBJETIVO 
MÉTODO 
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25368p554-558-2018
Barros TCX de, Castro TM de, Rodrigues DP et al. Assistência a mulher para a humanização... 
Português/Inglês 
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(2):554-8, fev., 2018 556 
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25368p554-558-2018 
A coleta de informações foi realizada no 
período de agosto a dezembro de 2016. Foram 
utilizados os seguintes descritores 
controlados: "Trabalho de Parto"; "Parto 
Humanizado"; "Humanização da Assistência"; 
"Enfermagem Obstétrica". Os artigos foram 
selecionados por meio das bases de dados: 
Literatura Latino Americana e do Caribe em 
Ciências da Saúde (LILACS), Bases de dados 
em Enfermagem (BDENF) e a biblioteca virtual 
Scientific Electronic Library Online (SciELo) 
disponíveis eletronicamente, publicados em 
língua portuguesa, inglesa e espanhola, no 
período de 2006 a 2016. 
Para a elaboração do estudo, verificou-se 
os artigos com informações relacionadas à 
assistência ao processo de abortamento, 
seguido da leitura e análise do material, o 
que permitiu a identificação do que seria 
utilizado, e posteriormente a montagem do 
estudo em questão, de acordo com todas as 
reflexões realizadas. 
 
Na assistência humanizada no parto e 
nascimento, as mulheres adquirem um 
importante sentimento de força e otimismo 
durante o processo parturitivo e no cuidado 
ao bebê. Humanizar o parto sugere conduzir 
a mulher como protagonista, interagindo 
estreitamente com as decisões que serão 
tomadas sobre o seu cuidado.10 
Essa humanização tem a finalidade de 
proporcionar à mulher autonomia e 
autoconfiança no trabalho de parto e parto, 
com o objetivo de respeitar os seus direitos. 
Para que a assistência à mulher seja 
humanizada é preciso que a equipe acolha 
essa gestante respeitando o processo 
fisiológico e biológico de parturição e não 
utilizar intervenções desnecessárias, 
principalmente sem o seu consentimento.11 
Além disso, a humanização da assistência 
possui como propósito proteger o caráter 
natural fisiológico no processo de nascer, 
propiciando à mulher experiência otimista 
sem traumas e sem manobras invasivas.12 
Mas, esta não constitui a realidade do 
país que cerca de 25% de mulheres sofrem 
algum tipo de violência durante o parto, 
sendo por condutas desrespeitosas e 
grosseiras, o que constitui as reclamações 
mais presentes entre as mulheres. A relação 
entre profissionais de saúde e pacientes de 
classes socioeconômicas desfavorecidas é 
apontada pela desconfiança, desrespeito, 
conflito e maus-tratos, tornando-se como 
uma razão o uso das intervenções 
desnecessárias.13 Pois, a conversão de uma 
diferença e uma assimetria em uma relação 
hierárquica de desigualdade com fins de 
dominação, de exploração e opressão, além 
de uma relação desigual entre o superior e o 
inferior, contribui para passividade14 e o 
modo opressivo para a escolha de como vai 
ocorrer o mecanismo do parto, estritamente 
relacionado pela escolha do profissional da 
saúde, e não da mulher. A esse respeito, 
uma relação desigual de poder permite a 
introdução de inúmeras práticas ao trabalho 
de parto e parto, conseguintemente 
imperando um modelo tecnocrático do parto 
e inibindo a humanização da assistência. 
Um dos pontos mais discutidos é a 
respeito da episiotomia,15 que constitui um 
dos procedimentos mais utilizados 
rotineiramente em todo o mundo, com a 
argumentação de diminuição da 
possibilidade de dilacerações perineais do 
terceiro grau, resguardo da musculatura 
perineal e atividade sexual, com isso 
restrição fecal e urinária.4 Os altos índices 
de episiotomia contrariam as diretrizespreconizadas pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS) que considera a episiotomia 
como prática frequentemente utilizada de 
modo inadequado e que deve ter seu uso 
limitado, em um limite de 15% dos casos.16 
O fundamento em uma ideologia 
humanizada deve sempre ressaltar suas 
práticas baseadas em confirmações 
científicas e custo-efetivas. A episiotomia 
deverá ser abolida das práticas rotineiras da 
obstetrícia moderna, quando o atendimento 
à gestante é realizado de forma humanizada 
a assistência passa a ser menos 
intervencionista.4,16 
O seu uso pode ser ponderado, mas não 
obrigatório, em eventos onde os proveitos 
possam ser maiores que os riscos, tais como 
distócia de ombro, parto pélvico, fórceps ou 
extrações a vácuo, variedades de posições 
posteriores ou em situações em que seja 
óbvio que a falha da sua realização possa 
resultar em trauma perineal maior.4 
Para a manobra de Kristeller, estudos não 
conseguiram demonstrar os benefícios destas 
práticas, tendo uma forte recomendação de 
evitá-la como uso rotineiro.17 A manobra de 
Kristeller é uma manobra obstétrica 
executada durante o parto que consiste na 
aplicação de pressão na parte superior do 
útero com o objetivo de facilitar a expulsão 
do bebê, no período expulsivo do parto. A 
manobra de Kristeller é descrita como 
danosa à Saúde da Mulher e não apresenta 
benefícios à segurança do paciente escrita 
na RDC nº 36 de 25 de julho de 2013.18 Do 
mesmo modo, o Conselho Federal de 
Enfermagem institui em seu parecer nº 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25368p554-558-2018
https://www.sinonimos.com.br/desfavorecido/
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Português/Inglês 
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338/2016 a proibição dos profissionais de 
enfermagem na realização da manobra de 
Kristeller. 
Para que ocorra uma transformação de 
práticas obstétricas e sejam fornecidas ações 
para a humanização da assistência, quanto à 
autonomia da mulher e de seu direito, o 
Ministério da Saúde lançou as Diretrizes 
Nacionais de Assistência ao Parto Normal 
com o intuito de contribuir para a ruptura da 
utilização de tecnologias invasivas do parto e 
muitas vezes desnecessárias, contribuindo, 
assim, para maiores riscos parinatais.19 A 
humanização do parto e nascimento deve 
tornar um modelo de atenção obstétrico,20 
nas unidades onde há atendimento ao 
processo de nascimento, para que seja 
respeitado o direito de escolhas das 
mulheres, um parto respeitoso e conforme 
as suas expectativas, além do direito à 
autonomia do próprio corpo, quanto a sua 
manipulação indevida, surgindo, dessa 
forma, a humanização como possibilidade de 
rompimentos de práticas danosas ao parto. 
 
Apesar de inúmeros esforços que vêm 
sendo realizados no âmbito na saúde 
obstétrica, com o esforço para a implantação 
da Humanização do Parto e Nascimento, ainda 
constitui uma grande causa a ser mobilizada 
no país, uma vez que há inúmeras práticas 
promovidas na atenção ao parto e 
nascimento, principalmente a episiotomia e a 
manobra de Kristeller, culminando com atos 
de violência, em muitos casos. Desse modo, 
deve-se repensar as práticas cotidianas no 
processo de cuidado da mulher na obstetrícia. 
Nesse sentido, apesar dos esforços da 
Organização Mundial da Saúde, a assistência à 
mulher não tem sido centrada na 
humanização e no seu respeito. Acredita-se 
ser necessário mais estudos que tenham o 
objetivo de compreender o processo de 
implantação da humanização do parto e 
nascimento como forma de avaliação do 
processo de inserção da humanização nas 
maternidades do país. 
Assim, o estudo contribui para uma 
reflexão de como está sendo oferecida a 
assistência à mulher, tendo o seu foco na 
humanização e favorecendo que esse processo 
deve permear o respeito da mulher, perante o 
seu direito, e a abolição de práticas 
intervencionistas, como a inserção de boas 
práticas no parto e nascimento. 
 
 
 
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Submissão: 16/09/2017 
Aceito: 09/01/2018 
Publicado: 01/02/2018 
Correspondência 
Diego Pereira Rodrigues 
Rua Desembargador Leopoldo Muylart, 307 
Piratininga 
CEP: 24350-450  Niterói (RJ), Brasil 
https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25368p554-558-2018
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35 Enferm. Foco 2018; 9 (2): 35-39
ARTIGO 7
EFICIÊNCIA DE MÉTODOS NÃO 
FARMACOLÓGICOS PARA ALÍVIO DA DOR 
NO TRABALHO DE PARTO NORMAL
Ernandes Gonçalves Dias1, Anailde Rosa Miranda Ferreira2, Ana Maria Cardoso Martins2, 
Mirlene Maria de Jesus2, Janine Cinara Silveira Alves3
1Faculdade Verde Norte,FAVENORTE,MG. Email: ernandesgdias@yahoo.com.br 
2Fundação Hospitalar de Janaúba, FUNDAJAN,MG.
3FAVENORTE,MG.
 
Objetivo: verificar a percepção das puérperas no pós-parto imediato sobre a eficiência do uso de métodos não farmacológicos 
para alívio da dor no trabalho de parto normal. Metodologia: Pesquisa descritiva, qualitativa, realizada com 40 puérperas na 
maternidade do Hospital e Maternidade Sagrado Coração de Jesus em Janaúba-MG. Os dados foram coletados entre março 
e abril de 2016 por meio de entrevista e analisados de acordo Análise do Conteúdo de Bardin. Resultados: o banho de aspersão 
foi o método mais utilizado, proporcionou alívio e conforto durante o trabalho de parto. Os métodos foram eficazes quanto a 
sua finalidade e associaram a eles sentimentos de satisfação, relaxamento e tranquilidade. O acompanhante e o profissional 
de saúde apareceram como estratégia de suporte para efetivação dos métodos usados. Conclusão: evidenciou-se que os 
métodos não farmacológicos produzem alívio dor durante o trabalho de parto normal e a importância da utilização desses 
métodos nos períodos pré e trans-parto para prestar assistência humanizada.
Descritores: Trabalho de Parto, Parto Normal, Dor do Parto.
EFFICACY OF NON-PHARMACOLOGICAL METHODS FOR PAIN RELIEF IN LABOR NORMAL OF PARTURITION
Objective: To verify the perception of puerperae in the immediate postpartum period on the efficiency of the use of non-
pharmacological methods for pain relief in normal labor. Methodology: This is a descriptive, qualitative study, carried out with 
40 puerperae in the maternity hospital and Maternity Sacred Heart of Jesus in Janaúba-MG. The data were collectedbetween 
March and April of 2016 through interview and analyzed according to the Bardin Content Analysis. Results: The sprinkler bath 
was the most used method, provided relief and comfort during labor. The methods were effective in their purpose and associated 
with them feelings of satisfaction, relaxation and tranquility. The companion and the health professional appeared as a support 
strategy to implement the methods used. Conclusion: It was shown that non-pharmacological methods produce relief during 
normal labor and the importance of using these methods in the pre- and trans-partum periods to provide humanized assistance.
Descriptors: Labor, Obstetric. Natural Childbirth, Labor Pain
EFICIENCIA DE MÉTODOS NO FARMACOLÓGICOS PARA EL ALIVIO DEL DOLOR EN EL TRABAJO DE PARTO NORMAL
Objetivo: verificar la percepción de las puérperas en el posparto inmediato sobre la eficiencia del uso de métodos no 
farmacológicos para alivio del dolor en el trabajo de parto normal. Metodología: Se trata de un estudio descriptivo, cualitativo, 
realizado con 40 puérperas en la maternidad del Hospital y Maternidad Sagrado Corazón de Jesús en Janaúba-MG. Los datos 
fueron recolectados entre marzo y abril de 2016 por medio de entrevista y analizados de acuerdo Análisis del Contenido de 
Bardin. Resultados: El baño de aspersión fue el método más utilizado, proporcionó alivio y confort durante el trabajo de parto. 
Los métodos fueron eficaces en cuanto a su propósito y asociaron a ellos sentimientos de satisfacción, relajación y tranquilidad. 
El acompañante y el profesional de salud aparecieron como estrategia de soporte para la efectividad de los métodos usados. 
Conclusión: se evidenció que los métodos no farmacológicos producen alivio dolor durante el trabajo de parto normal y la 
importancia de la utilización de estos métodos en los períodos pre y trans-parto para prestar asistencia humanizada.
Descriptores: Trabajo de Parto, Parto Normal, Dolor de Parto.
36 Enferm. Foco 2018; 9 (2): 35-39
ARTIGO 7 EFICIÊNCIA DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO NORMALErnandes Gonçalves Dias, Anailde Rosa Miranda Ferreira, Ana Maria Cardoso Martins, Mirlene Maria de Jesus, Janine Cinara Silveira Alves
INTRODUÇÃO 
Apesar das diretrizes da Organização Mundial da Saúde 
(OMS), que enfatizam boas práticas de atenção ao parto 
e ao nascimento baseadas em evidências científicas que 
afirmam que o parto é um evento natural que não necessita 
de controle, mas sim de cuidados, o modelo de atenção ao 
parto normal, mais comum no Brasil é tecnocrático, centrado 
no médico1.
Com a hospitalização do parto, década de 40, métodos 
intervencionistas rotineiros foram incentivados: como 
a medicalização, as cesáreas de rotina e a realização de 
episiotomias. A partir daí a mulher foi perdendo espaço, 
deixando de ser a protagonista do próprio parto, ficando a 
mercê de normas das instituições e dos profissionais que lhe 
prestam assistência2.
Conforme o uso de tecnologias foram aplicadas ao 
parto, o Ministério da Saúde fez recomendações relativas à 
assistência ao parto normal, no sentido de que as instituições 
e profissionais que prestam assistência ao parto, visem o 
respeito, a dignidade à parturiente, ao recém-nascido e 
aos familiares, através de mudanças nos paradigmas, nos 
protocolos e nas atitudes para proporcionar um trabalho de 
parto normal ativo e saudável3.
Por essa razão o Ministério da Saúde vem estimulando 
a implantação de políticas que promovam o parto normal 
humanizado, como a Estratégia Rede Cegonha e Política 
Nacional de Humanização do Parto e do Nascimento (PNHPN) 
para que o parto normal seja uma escolha segura para a 
mulher2.
Assim, o uso dos métodos não farmacológicos é 
importante por aliviar a dor, além de acarretar menos 
intervenções e retornar a essência da fisiologia que o parto 
representa para a mãe e o concepto4. Estes métodos além 
de estarem profundamente comprometidos com as políticas 
de humanização do decurso do nascimento, proporcionam às 
mulheres a diminuição do medo, autoconfiança e satisfação5.
Para isso é indispensável que os profissionais de 
saúde respeitem os anseios, desejos e direitos da mulher, 
identificando-a junto ao concepto como seres únicos no 
processo de nascimento para assegurar um parto mais 
fisiológico6.
Frente a essas considerações e ao uso dos métodos 
não farmacológicos utilizados na maternidade do Hospital 
e Maternidade Sagrado Coração de Jesus de Janaúba-MG, 
objetivou-se verificar a percepção das puérperas no pós-
parto imediato sobre a eficiência do uso de métodos não 
farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto normal.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo realizado 
com 40 puérperas da maternidade do Hospital e Maternidade 
Sagrado Coração de Jesus de Janaúba-MG, norte de Minas.
 Foram consideradas elegíveis as puérperas em pós-
parto normal imediato, internadas na maternidade com idade 
igual ou superior a 18 anos e que aceitaram o uso dos métodos 
não farmacológicos durante o trabalho de parto normal.
Para identificação das puérperas submetidas aos 
métodos não farmacológicas durante o trabalho de parto 
normal, entre as internadas na maternidade, diariamente, era 
realizada busca ativa nos prontuários das puérperas e então 
as submetidas a esses métodos eram convidadas a participar 
da pesquisa.
Os dados foram coletados pelos próprios pesquisadores 
entre março e abril de 2016, na maternidade do Hospital em 
estudo, no estágio puerperal imediato, no período diurno, 
por meio de uma entrevista semiestruturada aplicada 
individualmente, gravada em áudio mediante a autorização da 
entrevistada.
O roteiro foi elaborado pelos pesquisadores com o objetivo 
de disparar a conversa com as puérperas. As questões 
abordaram que vivências reconheciam como métodos não 
farmacológicos, para alívio da dor, foram usados durante o 
trabalho de parto e a percepção da mulher sobre o método.
As entrevistas foram transcritas na íntegra com o objetivo 
de honrar o pensamento e as opiniões de cada entrevistada. 
Para análise dos dados foram realizadas leituras sucessivas 
dos depoimentos buscando identificar os temas emergentes, 
estes foram analisados de acordo Análise do Conteúdo na 
perspectiva de Bardin7.
Todos os caminhos metodológicos deste estudo 
obedeceram às normas da Resolução 466/2012 do Conselho 
Nacional de Saúde, o projeto do estudo foi aprovado pelo 
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presidente 
Antônio Carlos pelo Parecer 1.561.207. As participantes 
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido 
consentindo sua participação no estudo e suas identidades 
foram resguardadas, sendo seus nomes substituídos por 
nome de flores.
RESULTADOS
A idade das puérperas variou entre 18 e 41 anos, sendo 
prevalente puérperas na faixa etária entre 18 e 22 anos. 
Verificou-se uma predominância de puérperas que se 
autodeclararam pardas, com ensino médio completo e 
casadas. Como ocupação são exclusivamente domésticas no 
lar e vivem com renda familiar de um salário mínimo.
Método não farmacológico utilizado para alívio da dor no 
trabalho de parto
Sobre os métodos utilizados pelas puérperas durante o 
trabalho de parto, identificou-se o uso de mais de um tipo 
37Enferm. Foco 2018; 9 (2): 35-39
ARTIGO 7EFICIÊNCIA DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO NORMALErnandes Gonçalves Dias, Anailde Rosa Miranda Ferreira, Ana Maria Cardoso Martins, Mirlene Maria de Jesus, Janine Cinara Silveira Alves
de método. Os métodos relatados foram banho de aspersão, 
deambulação, mudanças de posições (cócoras, sentada, 
agachamento), técnicas de controle da respiração, massagens 
e bola suíça, conforme se observa nos relatos das puérperas:
“Eu fiquei sentada, de cócoras, banhei e tive o 
acompanhante, foi bom” (Amarilis).
“[...] falou pra eu ficar de cócoras e controlar a respiração, 
tomei banho de chuveiro também” (Cerejeira).“[...] usei aquela 
bola, fiz agachamentoe andei [...]” (Centáurea).
“Me ensinou respirar direito, caminhei, fizeram massagens 
[...] (Cravo).
“[...] teve também o uso de massagens pra tá aliviando a 
tensão [...] a bola porque alivia a dor” (Estrelícia).
Observou-se que o método mais utilizado pelas puérperas 
foi o banho de aspersão e provocou relaxamento, calmaria, 
diminuição da dor e alívio conforme se observa nos trechos 
das entrevistas:
“O banho foi bom [...] alivia, [...] acalma [...]” (Flox).“[...] quando 
a água caia nas costas a dor diminuía” (Gardênia).“[...] o banho 
relaxa mesmo, alivia a dor” (Girassol).
 
Visão das puérperas sobre a eficiência dos métodos não 
farmacológicos
Os métodos não farmacológicos utilizados durante o 
trabalho de parto obtiveram efeitos satisfatórios, minimizaram 
a sensação dolorosa, deixou-as mais tranquilas e relaxadas, 
como mostra os relatos abaixo:
 “[...] aliviou, os dois que utilizei aliviou minha dor” 
(Cravo).“Ajudou bastante, quase não tive dor [...] eu ficava mais 
tranquila, ia descendo mais rápido (o bebê)” (Gravata).
“Ajudaram sim... foi bem mais aliviante, [...], eu me senti 
bem mais calma, bem mais relaxada, com isso meu parto 
evoluiu bem mais rápido [...]” (Estrelícia).
 Quanto ao método que as mulheres mais se 
identificaram, apareceu em seus relatos o banho de aspersão 
e relacionam ao fato desse método ter proporcionado alívio 
da dor, relaxamento, calmaria e redução da tensão, como 
mostra os relatos subsequentes:
“O banho, relaxa mais, melhora a tensão e acalma, [...]” 
(Lírio).“[...] O banho, porque realmente alivia [...]” (Estrelícia).
A colaboração do profissional de Enfermagem e do 
acompanhante
 Apareceu nos relatos das puérperas a colaboração 
do profissional de enfermagem e de um acompanhante como 
estratégia de suporte que efetivaram o uso dos métodos não 
farmacológicos no trabalho de parto como se observa nos 
fragmentos:
“Eu tive o apoio da enfermeira e meu acompanhante [...]” 
(Centáurea).“[...] minha mãe que me acompanhou foi muito 
importante também” (Lírio).“[...] e também a companhia de 
uma pessoa é boa pra nós [...]” (Estrelícia).
A presença do acompanhante e as orientações e apoio 
recebido dos profissionais proporcionou conforto, apoio, 
força, tranquilidade, confiança e ajuda às mulheres durante 
o trabalho de parto conforme se observa nos trechos abaixo:
“[...] o apoio da enfermeira foi bom” (Cravo). “[...] meu 
acompanhante me deu força e apoio, me ajudou e muito” 
(Delfin).“[...] colaborou muito, a gente fica mais tranquila [...] 
dá mais confiança pra gente né” (Cravo). “[...] não me deixava 
sozinha, me tranquilizava” (Girassol).“Foi ótimo, me orientava, 
me acalmava, conversava comigo, me ajudou bastante” (Iris).
DISCUSSÃO
A idade em que a mulher engravida sempre foi vista como 
um fator de risco para distorcias e malformações de feto, 
especialmente se tardiamente8, porém, atualmente a idade 
da mulher não implica em fator de risco, pois, tendo uma 
assistência adequada no período de pré-natal, durante e após 
o parto, os resultados condicionam prognósticos materno e 
perinatal iguais aos das mulheres mais jovens9.
A predominância de puérperas pardas neste estudo 
corrobora com os resultados de um estudo realizado em 
uma maternidade filantrópica, do norte do Estado do Espírito 
Santo, com uma amostra de 323 puérperas em que 49,5% 
declararam serem pardas10.
Quanto à escolaridade, sabe-se que esta influencia 
diretamente nas condições sociais, logo, quanto mais 
instruída a mulher for, tem condições socioeconômicas 
mais favoráveis11. Neste estudo observou-se que a maioria 
das puérperas tem nível de escolaridade compatível com 
capacidade de compreensão e adesão aos métodos não 
farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto.
A situação conjugal das puérperas pode ser vista como 
positiva, o fato de a puérpera ser casada pode influenciar no 
sentimento de segurança, devido a possibilidade da presença 
do companheiro durante o puerpério, proporcionando lhe 
conforto12. A presença do companheiro é um fator bastante 
positivo e aumenta as chances das mulheres terem o apoio e 
o suporte necessário durante a gestação e o parto13.
Em relação à ocupação das puérperas, a situação de 
serem trabalhadoras exclusivas do próprio lar pode torná-las 
dependentes financeiramente do companheiro ou da família. 
Não exercer nenhuma ocupação remunerada e dedicar-se 
exclusivamente a cuidar do lar, pode refletir negativamente 
na renda familiar14.
Observou-se, ainda, baixa renda familiar entre as 
entrevistadas, estes resultados corroboram com um estudo 
realizado em um hospital público de nível secundário de 
Fortaleza-CE, com 14 mulheres em puerpério imediato, 
38 Enferm. Foco 2018; 9 (2): 35-39
ARTIGO 7 EFICIÊNCIA DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO NORMALErnandes Gonçalves Dias, Anailde Rosa Miranda Ferreira, Ana Maria Cardoso Martins, Mirlene Maria de Jesus, Janine Cinara Silveira Alves
onde grande parte informou renda familiar igual a um salário 
mínimo15. Ressalta-se que as condições socioeconômicas é 
um fator de risco obstétrico11.
Método não farmacológico utilizado no trabalho de parto e 
estratégias de suporte
Um estudo realizado no Instituto de Saúde Elpídio de 
Almeida, Campina Grande-PB, com 18 puérperas, em relação 
aos métodos não farmacológicos utilizados durante o trabalho 
de parto, constataram que utilizavam o suporte contínuo, 
exercícios respiratórios, banho de chuveiro, massagem e 
exercício de relaxamento. Dentre as puérperas que utilizaram 
estas estratégias, 73%, fizeram uso de dois ou mais métodos 
não farmacológicos16, assim como neste estudo, onde as 
puérperas puderam experimentar mais de uma modalidade 
de método para aliviar a dor no trabalho de parto.
O alívio da dor para algumas mulheres pode ser obtido 
com um suporte físico e emocional adequado, que deve 
transmitir à parturiente segurança e prestar orientações 
sobre a evolução do trabalho de parto12. O uso dos métodos 
não farmacológicos contribui no alívio da dor, minimiza o nível 
de estresse e de ansiedade, promovendo satisfação21.
Os métodos não farmacológicos trazem benefícios que 
podem auxiliar na utilização de estratégias de cuidados que 
possam atender as necessidades específicas das parturientes 
e promoverem conforto e segurança, diminuindo o estado de 
ansiedade22.
O banho de chuveiro como método de preferência das 
puérperas deste estudo deve ser incentivado por oferecer 
privilégios com o bem estar fisiológico, desenvolvendo 
sensação de relaxamento e de conforto no trabalho de parto17.
Em um estudo realizado na maternidade-escola do 
município de Sorocaba-SP, com 120 puérperas, 64 citaram o 
banho de chuveiro como o preferido e resolutivo23. O banho 
traz benefícios no alívio da dor, reduz a pressão arterial, 
promove o aumento da dilatação do colo uterino e além de 
tudo é uma medida barata e fácil de ser empregada24. 
Situações que garante à mulher relaxamento, informações 
e contato com uma pessoa de sua confiança, facilitam 
que a gestante se sinta mais confortável para vivenciar o 
nascimento do filho. Especialmente se o acompanhante for 
pessoa próxima, ao qual já possui certo vínculo, que possa 
gerar sensação de apoio18.
O acompanhante é um personagem indispensável durante 
o TP e parto normal, pois fornece à mulher apoio emocional, 
tranquilidade, segurança, conforto, e assim minimiza suas 
preocupações e medos e torna o nascimento humanizado25.
A presença do acompanhante propicia à mulher no 
decurso do parto sensação de conforto e promove a 
redução de sentimentos de insegurança, medos e também 
as angústias19. Esta presença facilita a comunicação entre a 
parturiente e o profissional que lhe presta cuidados, trazendo 
lhe satisfação e segurança20.
Quanto aos profissionais de enfermagem, um estudo 
realizado com residentes do Programa de Residência 
Multiprofissional da Secretaria de Estado de Saúde do 
Distrito Federal, constatou-se que demonstraram possuir 
embasamentoteórico e humanização para apropriar de 
evidências científicas e usá-las para o emprego de métodos 
não farmacológicos para alívio da dor e em outras ações de 
enfermagem na atenção ao parto26.
CONCLUSÃO
As puérperas reconhecem os métodos não farmacológicos 
como eficazes quanto a sua finalidade e associam a eles 
sentimentos de satisfação, relaxamento e tranquilidade. 
Dessa forma, fica evidenciada a importância da utilização dos 
métodos não farmacológicos nos períodos pré e trans-parto.
Os resultados reforçam a importância de investimentos 
nas instituições hospitalares e casas de parto, para inserção 
de programas e protocolos de incentivo ao uso dos métodos 
não farmacológicos no trabalho de parto, para que possam 
prestar uma assistência humanizada e transformar esse 
fenômeno que é o parto em um evento não traumático na vida 
da mulher.
Sugere-se que estudos sejam realizados para verificar a 
disseminação de informações sobre estes métodos, ainda no 
pré-natal e o conhecimento dos profissionais de saúde sobre 
eles, haja vista que o conhecimento destes métodos, pelas 
gestantes, pode impactar diretamente na redução das taxas 
de cesarianas.
Espera-se que esse estudo conscientize profissionais e as 
mulheres sobre a utilização dos métodos não farmacológicos 
e que as instituições busquem a implementação desses para 
desmitificar questões relacionadas ao parto normal.
39Enferm. Foco 2018; 9 (2): 35-39
ARTIGO 7EFICIÊNCIA DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO NORMALErnandes Gonçalves Dias, Anailde Rosa Miranda Ferreira, Ana Maria Cardoso Martins, Mirlene Maria de Jesus, Janine Cinara Silveira Alves
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REFERÊNCIAS
RECEBIDO EM 11/09/2017.
ACEITO EM 17/04/2018.
1
Escola Anna Nery 21(4) 2017
Humanização do parto: significados e percepções de 
enfermeiras
Humanization of childbirth: meanings and perceptions of nurses
Humanización del parto: significados y percepciones de enfermeras
Andrêssa Batista Possati1
Lisie Alende Prates1
Luiza Cremonese1
Juliane Scarton2
Camila Neumaier Alves3
Lúcia Beatriz Ressel1
1. Universidade Federal de Santa 
Maria. Santa Maria, RS, Brasil.
2. Universidade Federal Rio Grande. 
Rio Grande,RS, Brasil.
3. Universidade Federal de Pelotas. 
Pelotas, RS, Brasil. 
Autor correspondente:
Lisie Alende Prates.
E-mail: lisiealende@hotmail.com
Recebido em 18/01/2017.
Aprovado em 15/06/2017.
DOI: 10.1590/2177-9465-EAN-2016-0366
PESQUISA | RESEARCH
Esc Anna Nery 2017;21(4):e20160366
Resumo
Objetivo: Conhecer os significados atribuídos ao parto humanizado por enfermeiras de um centro obstétrico. Método: Pesquisa 
qualitativa descritiva, realizada com enfermeiras de um hospital de ensino, localizado no sul do Brasil. Utilizou-se a proposta 
operativa. Resultados: A humanização do parto foi compreendida como um conjunto de práticas e atitudes pautadas no 
diálogo, empatia e acolhimento; o fornecimento de orientações; a valorização da singularidade da parturiente; a realização de 
procedimentos comprovadamente benéficos à saúde materno-infantil e a constante atualização profissional. Conclusão: A 
humanização do parto ainda representa um desafio na prática profissional. O protagonismo da mulher, o respeito aos seus 
direitos e o comprometimento dos profissionais de saúde constituem os alicerces para a humanização do parto.
Palavras-chave: Saúde da Mulher; Parto; Parto Humanizado; Humanização da Assistência; Enfermagem.
AbstRAct
Objective: To know the meanings attributed to humanized childbirth by nurses of an obstetric center. Method: A qualitative 
descriptive study was carried out with nurses from a teaching hospital, located in southern Brazil. An operational proposal was 
used. The participants were six nurses who worked in the service. Results: The humanization of childbirth was understood as 
a set of practices and attitudes based on dialogue, empathy and embracement; the provision of guidelines; the appreciation of 
parturients' singularities; the performance of procedures proven to be beneficial to maternal and child health and continuous 
professional updating. Conclusion: The humanization of birth is still a challenge in professional practice. The role of women, 
the respect for their rights and the commitment of health professionals are the foundation of the humanization of childbirth.
Keywords: Women's Health; Parturition; Humanizing Delivery; Humanization of Assistance; Nursing.
Resumen
Objetivo: Conocer los significados atribuidos por enfermeras de un centro obstétrico al parto humanizado. Método: Investigación 
cualitativa, descriptiva, realizada con enfermeras de hospital de enseñanza del Sur de Brasil. Se utilizó la propuesta operativa. 
Resultados: La humanización del parto fue comprendida como un conjunto de prácticas y actitudes pautadas en el diálogo, 
empatía y acogimiento; en brindar orientaciones; en valorar la singularidad de la parturienta; en realizar procedimientos de 
comprobado beneficio para la salud materno-infantil; y en la constante actualización profesional. Conclusión: La humanización 
del parto representa aún un desafío en la práctica profesional. El protagonismo de la mujer, el respeto por sus derechos y el 
compromiso de los profesionales de salud constituyen los fundamentos de la humanización del parto.
Palabras clave: Salud de la Mujer; Parto; Parto Humanizado; Humanización de la atención; Enfermería.
EEAN.edu.br
2
Escola Anna Nery 21(4) 2017
Humanização do parto na ótica de enfermeiras
Possati AB, Prates LA, Cremonese L, Scarton J, Alves CN, Ressel LB
INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo, o partejar sofreu inúmeras mudanças. 
No final do século XIX, as mulheres pariam seus filhos com o 
auxílio de parteiras, em seu próprio domicílio.1 A presença dos 
médicos era solicitada somente quando havia alguma intercor-
rência na hora do parto.
Gradualmente, foram sendo introduzidas novas práticas no 
processo de parturição, tornando o parto medicalizado. Após 
a segunda guerra mundial, no século XX, com os avanços 
técnico-científicos e o desenvolvimento das ciências médicas, 
a gestação e o nascimento tornaram-se eventos hospitalares, 
nos quais eram utilizados meios tecnológicos e cirúrgicos.1 
Nessa época, a Igreja e o Estado começaram a preocupar-se 
também com as questões relacionadas à saúde e cuidados da 
população.2
A partir dessas modificações, o aumento de intervenções 
no ciclo gravídico-puerperal e a excessiva medicalização con-
tribuíram para um novo cenário de parturição, no qual a mulher 
passou a ser submetida a procedimentos desnecessários e sua 
autonomia deixou de ser respeitada. Os profissionais de saúde, 
consequentemente, passaram a ganhar destaque ao realizar 
esses procedimentos e tornaram-se os principais protagonistas 
deste evento.3
Ainda, nesse contexto, a mulher passou a ser internada 
precocemente no hospital. Neste, recebe poucas informações 
sobre os procedimentos aos quais será submetida, permanece 
sozinha ao longo do trabalho de parto (TP) e tem sua privaci-
dade invadida.4
Atualmente, sabe-se que essas intervenções e condutas 
têm o potencial de desqualificar o cuidado fornecido à mulher 
durante o parto, desconsiderando os seus direitos e de sua 
família nesse processo. Diante disso, mudanças têm sido pro-
postas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como 
pelo Ministério da Saúde e alguns órgãos não governamentais. 
Essas mudanças enfatizam o cuidado prestado às mulheres, 
incluindo o resgate do parto natural. Isso também têm estimulado 
a atuação de enfermeiras obstetras e equipes qualificadas na 
assistência à gestação e ao parto, além de ações de incentivo 
para que o parto seja tratado como um processo fisiológico, 
conduzido a partir da perspectiva da humanização.5
A atenção humanizada ao parto refere-se à necessidade 
de um novo olhar, compreendendo-o como uma experiência 
verdadeiramente humana. Acolher, ouvir, orientar e criar vínculo 
são aspectos fundamentais no cuidado às mulheres, nesse 
contexto.6
O conceito de humanização, neste estudo, envolve atitudes, 
práticas, condutas e conhecimentos pautados no desenvolvi-
mento saudável dos processos de parto e nascimento, respei-
tando a individualidade e valorizando as mulheres.7 Adotou-se 
o conceito de humanização conforme propõe o Programa de 
Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN), o qual foi 
constituído em 2000, com o intuito de qualificar a atenção 
pré-natal no que tange ao seu acesso e cobertura, mas também 
aprimorar a atenção aos processos parturitivo e puerperal.8
De acordo com o PHPN, a humanização abrange o acolhi-
mento digno à tríade mulher-bebê-família a partir de condutas 
éticas e solidárias. Para isso, é necessária a organização da 
instituição com um ambiente acolhedor em que prevaleçam 
práticas que rompem com o tradicional isolamento imposto à 
mulher. Também abrange a incorporação de práticas e proce-
dimentos que possam contribuir para o acompanhamento e a 
evolução do parto e do nascimento, abandonando condutas 
despersonificadas e intervencionistas, que acarretam em riscos 
à saúde materno-infantil.8
O PHPN trouxe inúmeras recomendações de práticas 
clínicas e abordagens terapêuticas com base em evidências 
científicas, como a inserção de um acompanhante de livre 
escolha da mulher, a qualificação das relações interpessoais 
entre profissionais e parturientes, a produção de espaços de 
construção de saberes e informações, a participação, autonomia 
e maior controle decisório da mulher sobre o seu corpo, entre 
outros.9 A humanização da assistência tem papel importante 
para garantir que um momento único, como o parto, seja vi-
venciado de forma positiva e enriquecedora. Nessa direção, 
este estudo orientou-se pela questão de pesquisa: "Quais os 
significados atribuídos por enfermeiras de um centro obstétrico 
ao parto humanizado?", sendo que o objetivo foi conhecer os 
significados atribuídos ao parto humanizado por enfermeiras 
de um centro obstétrico.
MÉTODO
Esta pesquisa caracterizou-se como um estudo com abor-
dagem qualitativa, de campo e descritivo. O campo para a rea-
lização da pesquisa foi o Centro Obstétrico (CO) de um hospital 
de ensino do sul do Brasil. Destaca-se que, no município, este 
é o hospitalde referência em atendimento pelo Sistema Único 
de Saúde (SUS) para 42 municípios da região.
As participantes do estudo foram seis enfermeiras que 
atuavam no CO do hospital. Na época, ao todo, atuavam oito 
enfermeiras. As enfermeiras participantes atuavam em turnos de 
trabalho distintos. Como critérios de inclusão, elencaram-se as 
enfermeiras que possuíam curso de graduação em enfermagem 
e que atuavam no CO do hospital. Já como critérios de exclusão, 
as enfermeiras que estavam afastadas ou de férias no período 
da realização da coleta de dados.
A coleta dos dados se deu no mês de setembro de 2014, 
a partir do desenvolvimento da técnica de entrevista semies-
truturada. Nas perguntas, foram questionados o significado do 
termo "humanização" e os aspectos gerais que as enfermeiras 
consideravam importantes sobre a temática. As entrevistas ti-
veram cerca de 20 a 25 minutos de duração, sendo finalizadas/
interrompidas quando se deu a saturação dos dados, isto é, 
quando o objetivo foi respondido e verificou-se a redundância 
nos dados.10
A entrevista semiestruturada permitiu às entrevistadas a 
possibilidade de discorrerem acerca do objeto de estudo, sem 
se prenderem aos questionamentos formulados ou às respos-
tas e condições prefixadas pela pesquisadora. Configurou-se 
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Humanização do parto na ótica de enfermeiras
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um instrumento privilegiado para a coleta de dados, uma vez 
que permitiu fornecer uma representatividade do grupo de en-
fermeiras, revelando, assim, seus sistemas de valores, normas 
e símbolos.10
As entrevistas foram gravadas em áudio, com prévia autori-
zação e, após, foram transcritas visando à análise e interpreta-
ção. Destaca-se que foi sugerida às participantes a realização 
da entrevista em outro local e data. Contudo, de acordo com 
suas disponibilidades e respeitando o local definido por elas, 
as coletas ocorreram no local de trabalho das participantes, 
pois acreditavam que não comprometeriam a assistência às 
usuárias.
Adotou-se a proposta operativa como método de análise 
dos dados. Ela é dividida em dois níveis operacionais: explo-
ratório e interpretativo.10 O primeiro nível operacional incluiu o 
conhecimento do contexto sócio histórico do grupo estudado. 
Já o segundo nível operacional, definido como interpretativo, 
consistiu no encontro com os fatos empíricos, com o intuito de 
encontrar a lógica interna, as projeções e as interpretações dos 
depoimentos das participantes.
Essa fase foi dividida em duas etapas, que foram a orde-
nação e classificação dos dados. A ordenação compreendeu o 
momento no qual foram transcritas e organizadas as falas das 
participantes, criando, assim, um mapa horizontal das desco-
bertas no trabalho em campo; e a classificação de dados que 
consistiu no processo de construção do conhecimento de ma-
neira mais complexa, percorrendo as seguintes etapas: a leitura 
horizontal e exaustiva dos textos, em que ocorreu a construção 
das categorias empíricas; a leitura transversal, na qual houve a 
separação do material por temas, categorias ou unidades de 
sentido, e a aproximação de elementos semelhantes; a análise 
final que abrangeu a análise do material empírico ancorada no 
referencial teórico; e o relatório final que consistiu na síntese e 
apresentação dos resultados desta pesquisa.
Toda a pesquisa amparou-se na condução ética, sendo 
respeitados os dispositivos legais da Resolução nº 466/2012.11 
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa. Foi apresentado o Termo de Consentimento Livre 
e Esclarecido às participantes. Este documento foi elaborado 
em duas vias, das quais uma ficou em posse das participantes 
e a outra dos pesquisadores. Para preservar o anonimato, foi 
utilizado o sistema alfanumérico na apresentação das falas das 
enfermeiras, por meio da letra E, acompanhada de numeração 
(E1, E2, E3...), conforme a ordem das entrevistas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As enfermeiras encontravam-se na faixa etária compre-
endida entre os 24 e 52 anos. As participantes concluíram a 
graduação em enfermagem entre os anos de 1994 e 2013. Uma 
afirmou ter concluído o curso de especialização em enferma-
gem obstétrica e pediátrica, duas possuíam especialização em 
enfermagem obstétrica, uma fez a residência multiprofissional 
em saúde materno-infantil e duas estavam desenvolvendo a 
residência multiprofissional na mesma área.
Em relação ao estado civil, identificaram-se duas casadas, 
duas solteiras e duas em união consensual. O tempo de atua-
ção na área de saúde da mulher variou de um mês até 18 anos. 
Assim, a partir da análise do material coletado, emergiu o núcleo 
de sentido "A humanização do parto: desvelando significados e 
práticas assistenciais entre enfermeiras".
A humanização do parto: desvelando significados 
entre enfermeiras
Infere-se que, quando o primeiro contato da parturiente com 
o serviço de saúde é baseado em ações pautadas no acolhi-
mento e atenção às demandas de saúde, contribui-se para um 
cuidado humanizado e qualificado. Esclarecer sobre a rotina e 
os procedimentos que serão realizados também auxilia para que 
o processo de parturição seja vivenciado de maneira tranquila e 
confiante pela mulher.
Assim, ao conceituar a humanização do parto, pode-se 
entendê-la como um movimento pautado na individualidade e 
singularidade feminina, valorizando o protagonismo da mulher 
e permitindo uma maior congruência do cuidado com o sistema 
cultural de crenças e valores.7,8 Tal situação pode ser observada 
nas falas, a seguir:
A humanização do parto é um conjunto de condutas, 
atitudes, posturas, desde o acolhimento da paciente, na 
conversa, quando ela chega no hospital, a forma como 
tu aborda ela (E2).
É realizar um acolhimento integral, desde a porta de 
entrada do hospital, por parte da equipe médica e de 
enfermagem, para a paciente e familiares que estão 
acompanhando. A orientação da conduta, do que se vai 
fazer com ela, a internação, todo o trabalho de parto, tudo 
com orientação prévia, com explicação (E3).
Percebe-se que o acolhimento realizado e as orientações for-
necidas foram considerados pelas enfermeiras como meios para 
a humanização do parto. Nota-se, ainda, que essas ações são 
importantes no cuidado prestado, não só para a mulher que chega 
ao serviço de saúde, como também para a família que a acompanha.
O acolhimento compreende um momento oportuno para que 
a equipe de saúde possa demonstrar atenção, interesse e dispo-
nibilidade, buscando conhecer e compreender as expectativas da 
parturiente e sua família, esclarecendo as dúvidas relacionadas 
à gestação e ao parto. O acolhimento tende a facilitar a relação 
da parturiente com os profissionais, evitando, assim, situações 
de estresse e angústia para a mulher e sua família.12
Além do acolhimento relatado pelas enfermeiras, pode-se 
observar, nas entrevistas, o incentivo à deambulação, ao po-
sicionamento livre, à expressão de sentimentos e anseios e à 
participação ativa da mulher no processo de nascimento.
As técnicas não farmacológicas para o alívio da dor, como 
a deambulação e o posicionamento livre, na visão das entre-
vistadas, são práticas que devem ser realizadas no sentido de 
melhorar a assistência prestada e torná-la humanizada.
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Humanização do parto é tu saber quais são os anseios 
da gestante, permitir que ela se expresse, que ela pos-
sa gritar, se ela acha que aquilo vai aliviar. Ela também 
pode, sim, ter um posicionamento livre, não ficar presa 
no leito (E1).
É saber como que ela quer que seja esse parto, se ela 
quer um parto sentada, se ela quer de outra forma, ela 
que tem que escolher, não cabe a nós, como profissio-
nais, julgarmos isso (E5).
Compreende-se, a partir das falas das participantes, que a 
utilização de técnicas de conforto da

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