Buscar

Assistencia_de_enfermagem_ao_parto_human

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Assistência de enfermagem ao parto
humanizado
Isaqueline Sena Santos
Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem.
Egle de Lourdes Fontes Jardim Okazaki
Docente do Curso de Graduação em Enfermagem. Orientadora.
RESUMORESUMORESUMORESUMORESUMO
O estudo teve como objetivo descrever a assistência de enfermagem prestada durante o
parto normal humanizado. Trata-se de uma revisão bibliográfica, que visa explicar um
determinado questionamento de acordo com referencial teórico indexado. A pesquisa foi
realizada por via eletrônica, através de consulta de artigos científicos, veiculados na base de
dados Lilacs e SciELO. De acordo com a literatura estudada o parto normal humanizado tem
como propósito resgatar o caráter fisiológico no processo de nascer, proporcionando à mulher
vivência positiva sem traumas e sem manobras invasivas no momento do parto fazendo com
que a mulher, ao dar á luz, consiga atingir o mais alto grau de satisfação. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) preconiza algumas atitudes por parte dos profissionais e ressalta
também os direitos da mulher para um parto humanizado. Conclui-se que assistência
humanizada ao parto privilegia o respeito, dignidade e autonomia das mulheres, com resgate
do papel ativo da mulher no processo parturitivo.
Descritores: Parto humanizado; Parto normal; Cuidados de enfermagem.
Santos IS, Okazaki ELFJ. Assistência de enfermagem ao parto humanizado. Rev Enferm UNISA. 2012;
13(1): 64-8.
Rev Enferm UNISA. 2012; 13(1): 64-8.64
REVISÃO
INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) desde o inicío da
década de 1980 tem trazido contribuições importantes ao
propor o uso adequado de tecnologias para o parto e
nascimento, com base em evidências científicas que contestam
práticas preconizadas no modelo médico de atenção(1).
O termo humanização vem sendo utilizado há vários
anos, em especial na área da saúde, quando se fala em
humanização da assistência. No campo da assistência ao
parto, as discussões sobre a humanização trazem demandas
antigas e nos últimos anos vários autores e organizações
não governamentais têm demonstrado suas preocupações
com a medicalização excessiva do parto propondo
modificações no modelo de assistência ao parto(2).
O conceito de humanização da assistência ao parto inclui
vários aspectos, alguns estão relacionados a uma mudança
na cultura hospitalar, com a organização de uma assistência
realmente voltada para as necessidades das mulheres e suas
famílias. Mudanças na estrutura física também são
importantes, transformando o espaço hospitalar num
ambiente mais acolhedor e favorável à implantação de
práticas humanizadoras da assistência. Contudo, a
humanização da assistência ao parto implica também e,
principalmente, que a atuação do profissional respeite os
aspectos de sua fisiologia, não intervenha desnecessaria-
mente, reconheça os aspectos sociais e culturais do parto e
nascimento, e ofereça o necessário suporte emocional á
mulher e sua família, facilitando a formação dos laços afetivos
familiares e o vínculo mãe-bebê. Outros aspectos se referem
á autonomia da mulher durante todo o processo, com
elaboração de um plano de parto que seja respeitado pelos
profissionais que a assistirem; de ter um acompanhante de
sua escolha; de serem informados sobre todos os
procedimentos a que serão submetidas; e de ter os seus
direitos de cidadania respeitados(2).
Para a Organização Mundial de saúde (OMS), humanizar
o parto é adotar um conjunto de condutas e procedimento
que promovem o parto e o nascimento saudáveis, pois
respeita o processo natural e evita condutas desnecessárias
ou de risco para mãe e feto(3).
Cabe salientar que humanização não é meramente
cumprir normas, regras ou realizar procedimento. Mas afinal
o que é Humanização? Humanizar o parto é respeitar e criar
65Rev Enferm UNISA. 2012; 13(1): 64-8.
condições para que todas as dimensões do ser humano sejam
atendidas: espirituais, psicológicas, biopsicológicas e sociais(3).
A atenção ao parto normal está embasada em duas
concepções. A primeira, caracterizada pelo processo
intervencionista dentro de uma visão cartesiana, apoiando-
se no enfoque de risco e, uma segunda, seguindo um modelo
mais humano, onde o corpo é visto de maneira holística. O
primeiro modelo se adapta aos médicos com métodos
invasivos e o segundo, mais afeito às enfermeiras que atuam
de forma mais humana(4).
O parto é vivido como uma realidade distante em que se
encerram riscos, irreversibilidade e imprevisibilidade, sem
previsão de anormalidades. Essas situações podem ser
vivenciadas pela mulher de forma tranquila ou não,
dependendo de sua adaptação. Representa, ainda, uma
transição importante na vida da mulher e da família. Nesse
momento, a parturiente necessita de compreensão para
enfrentar naturalmente o trabalho de parto, o parto e o
nascimento, participar dele ativamente, obtendo assim,
conforto físico e psíquico(4).
Durante o período do parto há fatores como dor, sofri-
mento, solidão, o próprio parto, hospitalização, estado do
bebê, etc. que amedrontam a parturiente, resultando na
falta de controle das situações vivenciadas. Porém, as
orientações e apoio por parte dos profissionais de
enfermagem, fornecendo explicações sobre as condições de
evolução do parto, são estratégias apontadas para a
superação destas dificuldades. Se a equipe de enfermagem
não desenvolver um manejo correto, a experiência do parto
poderá ser traumatizante havendo maior probabilidade de
complicações obstétricas(5).
Portanto este estudo teve como objetivo descrever a
assistência de enfermagem prestada no parto normal
humanizado.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão bibliográfica, que visa explicar
um determinado questionamento. Para elaboração deste
tipo de pesquisa, foi necessário consultar trabalhos
publicados em livros e ou artigos científicos de acordo com a
proposta previamente selecionada.
A pesquisa foi realizada por via eletrônica, através de
consulta de 101 artigos científicos dos quais após a leitura
dos títulos e conteúdos foram utilizados 12 artigos,
veiculados nacionalmente na base de dados do BIREME, Lilacs
e SciELO, no período de 2001 a 2010 e um livro de obstetrícia
em enfermagem. Os artigos científicos selecionados
atenderam aos seguintes critérios de seleção: artigos
indexados no banco de dados em concordância com os
descritores escolhidos: Parto Humanizado, Parto Normal e
Cuidados de Enfermagem.
Após a seleção dos artigos, foi imediatamente feita uma
leitura superficial do material obtido, para selecionar o que
era de interesse para a pesquisa, em seguida foi realizado
uma leitura mais minuciosa, a fim de não serem perdidos
aspectos importantes para o enriquecimento do estudo e
confecção da redação final da pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Parto Humanizado
A assistência a saúde da parturiente vem sendo discutida
na perspectiva de tornar o processo de parir e nascer um
contexto de promoção à saúde da mulher e do recém
nascido(1).
Identificam-se como obstáculos para implantação do
cuidado humanizado: o desconhecimento das mulheres e
de seus familiares e de seus acompanhantes sobre os direitos
reprodutivos na atenção ao parto e nascimento; a atividade
da resignação das mulheres e de seus familiares; a falta de
orientação e preparo do acompanhante; a relação assimétrica
entre profissionais da saúde e parturiente; a insuficiência e
negação da informação; as más condições estruturais e a
falta de comunicação entre os profissionais da saúde com a
parturiente(1,6).
Acredita-se que a chave da humanização do parto é o
pré-natal pois neste período pode-se oferecer à mulher
orientações adequadas para todo o processo da gestação ao
puerpério seja e pode ser também conscientiza-lás de seus
direitos(3).
A “Humanização” da assistência ao parto tem sido definida
por vários autores como um resgate do acompanhamento
do trabalho de parto e da assistência ao parto ao parto
respeitando a fisiologia destes momentos, oferecendo o
necessário suporte emocional não só para a mulher, mas
também para a família ou para as pessoas que aparturiente
escolheu para estarem ao seu lado. Também faz parte deste
processo respeitar os desejos da mulher e o seu “plano de
parto”, propiciando que estes acontecimentos sejam
vivenciados em sua plenitude. Apesar do fato de preconizar
uma menor intervenção médica nestes processos, o conceito
de humanização prevê possibilidades de que toda a
tecnologia perinatal hoje existente, e que se empregada
apropriadamente garante maior segurança não só para as
mães como também para os bebês(7).
O conceito de atenção humanizada tem sido ampliado
para incluir também as características de espaço físico onde
o trabalho de parto e parto acontecerão, reforçando a idéia
de que esta não é uma situação de doença, a concepção do
espaço físico do pré-parto e da sala de parto como locais em
que não se perceba estar em um ambiente hospitalar, que
sejam mais acolhedores e que ofereçam mais liberdade de
movimentação para a parturiente foram incorporadas ao
conceito de humanização(7).
Para um parto humanizado as instituições deveriam
propor-se a organizar serviços de assistência obstétrica por
parte dos profissionais de enfermagem na perspectiva da
promoção e facilitação de um parto saudável, fisiológico e
da prevenção de possíveis intervenções e agravos, inclusive
aqueles resultantes da assistência como a dor iatrogênica e a
lesão genital da episiotomia desnecessárias entre outras(8).
Ao prestar assistência humanizada á mulher, que vivencia
o ciclo gravídico puerperal, os profissionais devem
desenvolver habilidades relacionadas ao contato com essa
mulher, favorecendo sua adequação emocional á gravidez e
ao parto, podem também ajuda lá a superar os medos as
Rev Enferm UNISA 2011; 12(2): 64-8.66
ansiedades e as tensões(2,8).
Ao assistir o indivíduo o prestador de cuidado deve
considerá-lo como um todo, com subjetividade e complexi-
dade sendo de um grupo familiar e de uma comunidade
deve ainda identificar as mensagens enviadas pelo cliente/
paciente e reconhecer seus códigos, compreendê-los e atuar
de maneira a satisfazer as necessidades de atenção e cuidado
da clientela. Neste processo de cuidar não se deve ser
esquecido os valores que o paciente traz, ou seja, saber
identificar as diferenças culturais e individuais de cada um,
neste sentido o cuidado deve ser oferecido de maneira
holística, valorizando-se a pessoa que o recebe(8,9).
Portanto, a parturiente deve ser considerada como um
ser bio-psico-sócio-espiritual, para qual a assistência de
enfermagem deve atender essas necessidades, essas
necessidades são universais e classifica-se em nível
psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual, diferenciando
apenas no modo de satisfazê-las para cada indivíduo(8).
A assistência humanizada tem caráter amplo e envolve
um conjunto de conhecimento, de práticas, de atitudes que
visam não só a promoção do parto, mas também um
nascimento saudável e a prevenção da morbimortalidade
materna e perinatal, com o início no pré-natal e garantir que
a equipe de saúde realize procedimentos comprovadamente
benéficos, para a mulher e para o recém-nascido, que evite
intervenções desnecessárias, que preserve sua privacidade e
autonomia, já que o nascimento é um evento fisiológico,
considerado um dos eventos mais marcantes da vida(8).
O parto normal humanizado tem como propósito
resgatar o caráter fisiológico no processo de nascer,
proporcionando à mulher vivência positiva sem traumas e
sem manobras invasivas no momento do parto fazendo com
que a mulher, ao dar á luz, consiga atingir o mais alto grau
de satisfação.
Lei do Parto Humanizado
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza algumas
atitudes por parte dos profissionais na assistência obstétrica
e ressalta também os direitos da mulher para um parto
humanizado com base nesses direitos. Entre as atitudes
estão:
- Respeitar a vontade da mulher em ter um
acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto e
o parto;
- Monitorar o bem estar físico e emocional, durante todo
o processo de atendimento;
- Responder as informações e explicações solicitadas;
- Permitir á mulher que ela caminhe durante o período
de dilatação a adote a posição que deseja no momento de
expulsão;
- Orientar e oferecer métodos de alívio da dor durante o
trabalho de parto como massagens, banho morno e outras
técnicas de relaxamento;
- Permitir o contato pele a pele entre mãe e criança e o
início do aleitamento materno, imediatamente após o
nascimento;
- Em relação específica aos serviços: possuir normas de
procedimentos e monitorar a evolução do parto pelo
partograma, oferecer alojamento conjunto e estimular o
aleitamento materno.
Quanto aos direitos da mulher:
- Estar acompanhada durante o trabalho de parto e o
parto, por alguém de sua escolha;
- Conhecer a identidade do profissional;
- Serem informadas pelos profissionais sobre os
procedimentos que serão realizados com ela e com seu filho;
- Receber líquidos e alimentos durante o trabalho de parto
sem excessos;
- Caminhar e fazer movimentos durante o trabalho de
parto;
- Receber massagens ou outras técnicas relaxantes;
- Tomar banhos mornos;
- Adotar a posição que desejar na hora da expulsão;
- Receber o recém-nascido na hora de amamentar,
imediatamente após o parto;
- Ser chamada pelo nome(1,10).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda ainda
que procedimentos que já são considerados como danosos
ou ineficazes: tricotomias, episiotomias, enemas,
cateterismos venosos, jejum, ruptura precoce de membranas
e monitorização eletrônica fetal não sejam feitos rotinei-
ramente(1,10).
Condutas de Enfermagem durante o Trabalho de
Parto (TP) e Técnicas para Alívio da Dor
A dor durante o TP é real, não devemos subestimar a
agonia que algumas mulheres sentem nessa hora, mesmo
assim, não há razão para que o parto envolva sofrimento
para a mulher. A dor que é parte natural do parto pode ser
administrada, o parto pode ser uma experiência positiva e
alegre(3).
Ainda hoje ao ser admitida em trabalho de parto (TP) em
um hospital público, de um modo geral a mulher é afastada
de seus familiares e submetida uma série de procedimentos
de indicação e resultados duvidosos, como forma de adequar
o TP ao funcionamento do hospital e aos horários dos
profissionais sua fisiologia é modificada por intervenções
que tem o objetivo de acelerá-lo, independente dos desejos
da mulher ou eventuais riscos para ela ou para o bebê. Estas
intervenções são executadas geralmente sem que a mulher
seja informada sobre o que está sendo feito e é comum que
permaneça abandonada no pré parto sem nenhum tipo de
suporte físico ou emocional, com dor, em jejum, seminua,
em um ambiente estranho e com profissionais des-
conhecidos(7).
A condução impessoal do TP e o excesso de intervenções
que são utilizadas no intuito de acelerar o TP são práticas
condenadas pela OMS em 1996, como prejudiciais e
ineficazes, as múltiplas intervenções que caracterizam nosso
modelo de atenção nas maternidades têm como objetivo
conformar o TP, um processo fisiológico e de duração
bastante variável de mulher para mulher(7).
Durante o período de dilatação, sendo diagnosticado o
TP, é realizada a admissão da paciente no centro obstétrico.
A assistência prestada pelo enfermeiro será ajustada as
condições da mulher e do feto e a evolução do TP. Se a
67Rev Enferm UNISA 2011; 12(2): 64-8.
gestação e o início do período de dilatação ocorrem sem
intercorrências patológicas, o enfermeiro realiza o histórico
de enfermagem com o objetivo de buscar informações sobre
a realização do pré-natal(7).
O enfermeiro deve estar alerta ás queixas e outras
manifestações que possam indicar algum tipo de intercor-
rências, informando a gestante sobre a evolução do TP e
ensinando-lhe as condutas a serem tomadas durante período
de dilatação, tais como as técnicas respiratórias a cada
contração e relaxamentos nos intervalos. Esse profissional
atua também na sala de parto assistindo a mulher no parto
normal ou acompanhando a evolução do parto. No primeiro
caso, o enfermeiro deve ser especialista em obstetrícia,
assumindo ascondutas indicadas para a execução do parto
sem distócias(11).
De forma geral o pré-parto é um local de difícil perma-
nência para os profissionais de enfermagem, pois a dor do
TP é considerada como um “sofrimento” contra o qual pouco
se pode fazer. Não se oferece apoio emocional e medicaliza
em excesso. Para muitos profissionais, portanto, permanecer
no pré-parto ao lado de mulheres queixando se de dores,
que não conseguem evitar, torna-se um sacrifício. O grande
desafio que se coloca, para todos os profissionais de
enfermagem que prestam essa assistência, é o de minimizar
o sofrimento das parturientes tornando a vivência do TP e
parto e experiência de crescimento e realização para a mulher
e sua família(2,12).
Entres as condutas de enfermagem no TP e alívios da dor
estão:
- Estimular a participação ativa da mulher e seu
acompanhante durante o TP;
- Priorizar a presença do profissional junto da parturiente
proporcionando segurança para a paciente;
- Estimular utilização de recursos alternativos para a
condução do TP como: as bolas de fisioterapia, massagens,
banho de chuveiro ou banheira.
- Encorajar a mulher a adotar a posição como a de cócoras;
- Estimular a mulher adotar á posição vertical durante o
TP;
- Permitir a deambulação;
- Permitir que a mulher sinta-se preparada e coopere
com o processo de parir;
- Ensinar exercícios respiratórios durante o TP;
- Realizar massagem especialmente na região sacrolombar,
poderão ser bastante úteis quando as dores se intensi-
ficarem;
- Oferecer apoio emocional durante o TP pode ajudar no
desconforto em mulheres não preparadas;
- Condicionar a parturiente a responder ás contrações
com exercícios respiratórios e relaxamentos.
- Ensinar exercícios que fortaleçam os músculos
abdominais e relaxem o períneo;
- Nunca dizer para a paciente que o TP e o parto serão
indolores, mas ensinar ou realizar os métodos para alívio da
dor;
- Assegurar a paciente que ela terá compreensão e apoio
por parte da equipe de enfermagem;
- Não permitir que o paciente suporte o parto como um
fenômeno involuntário e desagradável, mas ensina-lá a
desempenhar um papel ativo, lúcido, facilitando o parto;
- Permitir banho de imersão ou de aspersão: os banhos
preferencialmente os de imersão são de grande ajuda quando
as contrações se intensificarem;
- Além de outras técnicas para relaxamento e alívio da
dor como: A acupuntura, musicoterapia, cromoterapia,
fitoterapia, as quais ainda não tem comprovação cientifíca
da sua eficácia(2-4).
Essa nova visão sobre o trabalho de parto humanizado,
portanto, baseia-se na tecnologia apropriada para nasci-
mento e parto, que recomenda não se colocar as parturientes
em posição de litotomia dorsal durante o TP, deve-se
encorajar a mulher a andar e ter liberdade para escolher a
posição a ser adotada quando está parindo, deve-se proteger
o períneo sempre que possível, não se justificando o uso
sistemático de episiotomias, não há justificativa para a
ruptura artificial da bolsa amniótica como procedimento de
rotina, o recém-nascido sadio deve permanecer com a mãe
sempre que possível, estimulando-se a amamentação
imediatamente após o nascimento, técnicas de comunicação
devem ser incluídas no treinamento dos profissionais de
enfermagem, para promover troca sensível de equipe que
assiste o nascimento saudáveis, promover a saúde perinatal,
a relação custo-afetividade e o atendimento ás necessidades
e desejos da comunidade(4).
A importância de a enfermeira promover participação da
mulher no seu TP, eliminando as sensações de medo, dor,
angústia, pânico, tão comumente referidas pelas
parturientes, por meio de uma comunicação efetiva pode
não só resultar em modificação do comportamento da
mulher, mas também proporcionar-lhe uma experiência
menos amedrontadora, gerando sentimento de confiança e
segurança(13).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Humanizar é, portanto respeitar a individualidade das
pessoas é saber ver e escutar o outro, permitindo a
adequação da assistência segundo sua cultura, crenças,
valores e diversidades de opiniões das mulheres. É necessário
encontrar novas formas para que a mulher possa ter mais
controle sobre o processo de nascimento e parto, que seja
respeitada enquanto cidadã, tendo o direito de escolha e,
sobretudo, esteja ciente de todos os seus direitos
padronizados pela Organização Mundial de Saúde.
Os profissionais de saúde precisam olhar a mulher como
um ser único, respeitando suas vontades e direitos,
reconhecendo a mulher e o seu filho como peças
fundamentais no evento do nascimento e compreendendo
que não basta somente proporcionar á mulher um parto
por via natural, se não levar em conta os seus sentimentos e
desejos da parturiente e seus familiares.
Dentro deste contexto, cabe aos gestores, profissionais
de saúde e comunidade reivindicarem a implantação de
políticas públicas, destinadas ao atendimento da mulher de
forma mais humanizada no momento em que ela se encontra
mais vulnerável e carente de apoio emocional, como durante
Rev Enferm UNISA 2011; 12(2): 64-8.68
a maternidade. Neste sentido, a enfermeira tem sido
reconhecida pelo Ministério da Saúde e outros órgãos não
governamentais, como a profissional que possui formação
holística e procura atuar de forma humanizada no cuidado à
parturiente.
O profissional de enfermagem deve-se conscientizar da
sua importância na assistência a parturiente e ao neonato
durante todo o processo gravídico puerperal educando,
promovendo a saúde, prevenindo e diagnosticando
intercorrências na gravidez durante o pré-natal, a equipe de
enfermagem deve ser parte integrante da equipe de saúde
na assistência integral á mulher, usando seu conhecimento
técnico científico em conjunto com seus preceitos éticos e
de compromisso com a profissão e com a vida humana,
proporcionando uma assistência digna e com qualidade.
REFERÊNCIAS
1. Costa T, Oliveira FC, Lima MOP. Aplicação das ações
preconizadas pelo Ministério da Saúde para o parto
humanizado, conflitos e dificuldades institucionais na
implantação da lei do acompanhante. Enferm. Brasil.
2010; 9(3): 140-7.
2. Dias MAB, Domingues RMSM. Desafios na implantação
de uma política de humanização da assistência hospitalar
ao parto. Ciên. Saúde Coletiva. 2005; 10(3): 669-705.
3. Carvalho GM. Enfermagem em obstetrícia. 3ª ed. São
Paulo: EPU; 2007.
4. Davim RMB, Bezerra LGM. Assistência á parturiente
por enfermeiras obstétricas no projeto Midwifery: um
relato de experiência. Rev. Latino-am. Enfermagem.
2002; 10(5): 727-32.
5. Ceccato SR, Pacheco IC. O cuidado humano como
princípio da assistência de enfermagem á parturiente e
seus familiares. Rev. Eletrôn. Enferm; 2001. [citado 2001
Jun 16]. Disponível em URL: http://www.revistas.
ufg.br/index.php/fen
6. Diniz CSG. Humanização da assistência ao parto no
Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc.
Saúde Coletiva. 2005; 10(3): 627-37.
7. Dias MAB. Humanização da assistência ao parto:
conceitos, lógicas e práticas no cotidiano de uma
maternidade pública [tese]. Rio de Janeiro: Fundação
Oswaldo Cruz; 2006.
8. Machado NXS, Praça NS. Centro de parto normal e
assistência obstétrica centrada nas necessidades da
parturiente. Rev. Esc. Enferm USP. 2006; 40(2): 274-9
9. Narchi NZ. Atenção ao parto por enfermeiras na zona
leste do município de São Paulo. Rev. Bras. Enferm.
2009; 62(4): 546-51.
10. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Programa
Humanização do Parto: humanização no pré natal e
nascimento. Brasília: Ministério da Saúde; 2002.
11. Marques FC, Dias IMV, Azevedo L. A percepção da equipe
de enfermagem sobre humanização do parto e
nascimento. Esc. Ana Nery Rev. Enferm. 2006; 10(3):
439-47.
12. Rattner D. Humanização na atenção a nascimentos e
partos: ponderações sobre políticas públicas. Interface.
2009; 13(1): 759-68.
13. Caron OAF, Silva IA. Parturiente e equipe obstétrica: a
difícil arte da comunicação. Rev. Latino-am.
Enfermagem. 2002; 10(4): 485-92.

Continue navegando

Outros materiais