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Medicina legal

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Julia Ladeira de Moraes - 09/02/2022
MED LEGAL 
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
TRAUMATOLOGIA/LESIONOLOGIA:
~ É o ramo da medicina legal que estuda as lesões e estados patológicos imediatos ou tardios produzidos por violência sobre o corpo humano, além de tratar das diversas modalidades de energias causadoras desses danos
~ Trauma: É uma energia física, química, biológica e mista que, quando transferida para o corpo, é capaz de alterar seu estado fisiológico ou orgânico, causando ou não lesão
~ Lesão: É uma alteração morfológica, fisiológica ou mista que ocorre no organismo, sendo causada por um trauma
- O trauma é a causa da lesão, logo a lesão é a consequência do trauma
- Existe trauma sem lesão, sendo classificado mesmo assim como trauma por existir energia envolvida
- É na pele que a maioria das lesões são observadas
- Lesões de defesa: Lesões na borda ulnar do antebraço 
- Lesão consolidada: Lesão que parou de evoluir e pode ser com ou sem cura
- Energia vulnerante: Nome dado a qualquer tipo de energia que causa lesão
- Agente vulnerante mecânico: Nome dado a qualquer tipo de agente que utiliza energia mecânica que causa lesão
- A produção de lesões depende do tipo de energia vulnerante sobre um corpo que a causa e depende da extensão da área sobre a qual atua um agente vulnerante/mecânico
~ Tipos de energia:
- Elétrica: Eletroplessão e eletrofulguração
- Térmica: Calor e frio
- Barométrica: Pressão
- Radiante: Radiação solar
- Biológica: Bactérias, vírus e protozoários
- Física: Mecânicas (energia que coloca um corpo em movimento: energia elétrica, ou seja, massa x velocidade ao quadrado, tudo isso dividido por 2) e não mecânicas
- Química: Ácidos e alcalinos
- Mista: Físico-químicas (asfixia), bioquímicas, biofísicas e biodinâmicas 
~ Tipos de agente vulnerante mecânico:
- Instrumentos simples:
. Contundente: O contato ocorre por meio de uma superfície, não havendo ponta ou gume/borda aguçada. Ex: cassetete, veículo, chão, martelo, pedra e taco de beisebol. Provoca lesão contusa
. Perfurante: O contato ocorre por meio de uma ponta. Ex: alfinete, agulha, tachinha e prego. Provoca lesão punctória/puntiforme (profundidade > comprimento)
. Cortante: O contato ocorre por meio de um gume/borda aguçada. Ex: navalha, vidro, papel e lâmina de barbear. Provoca lesão incisa (sangra muito; comprimento > profundidade)
- Instrumentos compostos:
. Perfuro-cortante: O contato ocorre por meio de uma ponta e de um gume/borda aguçada. Ex: faca, peixeira, punhal, tesoura e estrela ninja. Provoca lesão perfuro-incisa
. Perfuro-contundente: O contato ocorre por meio de uma ponta romba. Ex: projétil de arma de fogo, estacas (no empalamento), ferro cilíndrico (no encravamento) picador de gelo. Provoca lesão perfuro-contusa 
. Corto-contundente: O contato ocorre por meio de um gume/borda aguçada com grande massa. Ex: machado, facão, foice e guilhotina. Provoca lesão corto-contusa
~ Agentes vulnerantes quanto à origem da energia vulnerante:
- Ativo: Quando o instrumento está em movimento e o corpo que ele atinge está em repouso
- Passivo: Quando o instrumento está em repouso e o corpo que ele atinge está em movimento
- Misto: Quando o instrumento e corpo que ele atinge estão em movimento
~ Sinal de Chavigny: Lesão formada quando uma segunda ferida incide sobre o tecido já seccionado
~ Leis de Filhós e Langer:
- São leis que se baseiam em feridas provocadas por instrumentos perfurantes de médio calibre as quais possuem forma biconvexa alongada (em botoeira), bordas regulares e simétricas, ângulos muito agudos e que conservam a mesma direção das fibras da pele
. Lei da semelhança: Lesões produzidas por instrumento perfurante de médio calibre são semelhantes às produzidas por instrumento perfuro-cortante de dois gumes
. Lei do paralelismo: Lesões produzidas por instrumento perfurante de médio calibre em uma mesma região são paralelas entre si
. Lei do polimorfismo: Lesões produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre em uma região de entrecruzamento e superposição de fibras elásticas, mostram aspecto estrelado, anômalo/irregular e polimorfo (vários formatos)
Empalamento Encravamento Lesão com instrumento perfuro-cortante Sinal de Chavigny
Lesão com instrumento corto-contundente Lei de Filhós e Langer
 
~ Rubefação: 
- É a lesão mais simples de ocorrer dentre todas as lesões corporais
- Ocorre pela hiperemia (aumento do fluxo de sangue nos vasos sanguíneos) observada no local de impacto de um agente contundente (ex: por uma bofetada na região bucinadora, que é a região da bochecha) por uma vermelhidão na pele, a qual resulta da dilatação dos capilares e vênulas locais em virtude da liberação de mediadores químicos (ex: histamina)
- Essa lesão se caracteriza por apresentar vasodilatação periférica, por só ocorrer em vivos (e não em cadáveres), por desaparecer rapidamente (ou seja, ser fugaz por ser uma lesão passageira), por provocar eritema (manchas vermelhas na pele) e por não haver extravasamento de sangue (logo o sangue permanece dentro dos vasos)
- Seu valor médico-legal consiste no fato de sua presença no corpo poder caracterizar que houve ou não uma ação de um agente contundente nele
- Por ser fugaz (persistindo por cerca de 10 minutos somente), sua comprovação pericial por uma vítima é quase impossível, logo, se for feito um exame de corpo de delito, é mais provável que resulte em um laudo negativo
 Região bucinadora
Rubefação
~ Ferida: 
- Lesão na qual ocorre o arrancamento traumático da epiderme com a exposição da derme, ultrapassando-a
- Ocorre cicatrização
- Se consolida por meio da cicatrização
- O tecido é recomposto de forma diferente, ou seja, por um grupo de células distintas em relação as quais haviam no tecido original anterior à lesão
Ferida
~ Escoriação/Erosão epidérmica/Abrasão/Arrancadura: 
- Lesão na qual ocorre o arrancamento traumático da epiderme com a exposição da derme, sem ultrapassá-la 
- Ocorre regeneração
- Se consolida por meio da cura
- O tecido é recomposto integralmente de forma igual, ou seja, pelo mesmo grupo de células em relação as quais haviam no tecido original anterior à lesão (sendo que as células do epitélio vizinho, que serão as mesmas que irão regenerar a lesão, levam de 18 a 24 horas para cobrir a zona lesada)
- Nas mais superficiais, verifica-se apenas a crosta sérica formada no local da lesão
- Pode ocorrer em cadáver, mas, diferentemente do que ocorre nos vivos, não haverá crosta, pois o arrancamento da epiderme dele não produz extravasamento de
líquido, sendo, portanto, leito da escoriação produzida no cadáver seco e apergaminhado (placa amarelada, de consistência firme ao toque, semelhante ao couro)
- Dependendo do local, esse tipo de lesão pode sugerir o tipo de crime praticado na vítima
- Algumas lesões desse tipo tem forma característica, permitindo reconhecer o agente contundente (ex: unhas provocam lesão em formato côncavo-convexo) 
- Seu valor médico-legal consiste no fato de sua presença no corpo poder confirmar a existência de reação vital, apresentar nexo temporal pelo aspecto da crosta, e sugerir um tipo de agressão pela forma e local (ex: em forma de sulco no pescoço: estrangulamento; ex: estigmas ungueais no pescoço: esganadura; ex: nas regiões erógenas: crimes sexuais; ex: lineares ao redor dos punhos: algemas)
Escoriação/Erosão epidérmica/Abrasão/Arrancadura
~ Equimose: 
- Lesão por extravasamento de sangue dos capilares (logo há sangue fora dos vasos), se infiltrando nas malhas dos tecidos de regiões adjacentes a lesões
- Ocorre em qualquer local do corpo
- Não ocorre em cadáver (logo só ocorre em vivo)
- Em geral, é traumática, ou seja, oriunda de um trauma, por ser causada por uma ruptura de capilares, vênulas e arteríolas,mas pode se formar por diapedese, por doenças hemorrágicas (ex: púrpuras, epilepsia e varíola), por pele com pouca resistência em pessoas idosas e por questões emocionais
- Tipos de equimose:
. Petéquia: Equimose puntiforme (ou seja, em forma de ponto)
. Sugilação: Equimose formada pela confluência de numerosas petéquias em uma área bem delineada. É chamada popularmente de ”chupão” 
quando ocorre no pescoço
. Sufusão/Equimona: Equimose representada por uma hemorragia extensa de tamanho variado (ex: equimose na região periorbital)
- Formato de equimose:
. Forma pouco definida
. Excepcionalmente pode denunciar o instrumento causador dela
. Víbice: Lesão com assinatura (equimose em dupla faixa)
- Equimose à distância: 
. Sinal do zorro/guaxinim: É quando a vítima sofre um trauma do crânio, havendo extravasamento de sangue que se deposita na região das pálpebras 
- Espectro equimótico de Le Gran du Saulle: Evolução cromática das equimoses (1º dia vermelha, 2º ao 3º dia violácea, 4º ao 6º dia azul, 7º ao 10º dia esverdeada, e 12º dia amarelada, nessa ordem, até sumir) que possui importância medico legal por definir o nexo temporal da lesão, não ocorrendo nas equimoses conjuntivais 
- Seu valor médico-legal consiste no fato de sua presença no corpo poder atestar que houve ação contundente, demonstrar que havia vida no momento da sua produção (já que não ocorre em cadáver), identificar o agente traumatizante, sugerir um tipo de agressão pela forma e local, e apresentar nexo temporal pela cor
 
Sinal do zorro/guaxinim
Sugilação 
 Petéquia 
 Sufusão/Equimona 
Víbice 
~ Livores hipostáticos:
- Lesão que se caracteriza por não haver extravasamento de sangue (logo o sangue permanece dentro dos vasos) e por se depositar nas regiões de maiores declives do cadáver (ex: membros inferiores ou regiões da face, dependendo da posição em que ele se encontra)
- É um sinal de certeza de morte
- Eles se fixam no corpo com o passar das horas
Livores hipostaticos
~ Hematoma:
- É uma coleção hemática produzida pelo sangue extravasado dos vasos mais 
caliborosos que desloca a pele e afasta a trama dos tecidos, formando uma cavidade circunscrita
- Não há infiltração de sangue nas malhas dos tecidos (o que ocorre na equimose)
~ Entorse: É caracterizada pela ruptura parcial ou completa dos ligamentos que envolvem uma articulação 
~ Luxação: É caracterizada pelo impacto violento em uma articulação que faz com que ocorra a perda completa de contato entre duas extremidades ósseas 
Entorse Luxação 
~ Fraturas: 
- São soluções de continuidade do osso que podem ser dar por compressão, flexão ou torção
~ Exemplos de ações contundentes passivas:
. Precipitação: Queda de algum lugar alto
. Defenestração: Queda pela janela
Tipos de fratura 
~ Lesão e morte por energia térmica:
- Termoses:
. Lesões oriundas do calor na qual a fonte de calor não encosta na pessoa
. Ocorre ação da onda térmica, podendo ser por intermação (a qual a fonte de calor não é o Sol; e acontece quando há mal funcionamento do sistema cardiovascular) ou insolação (a qual a fonte de calor é o Sol; e acontece quando há mal funcionamento do hipotálamo que altera a termorregulação do corpo)
- Queimadura:
. Lesões oriundas do calor na qual a fonte de calor encosta na pessoa
. Classificação de Lussena-Hoffmann : Classifica os tipos de queimadoras: De 1º grau (eritema), 2º grau (flictena), 3º grau (escarificação da derme) e 4º grau (carbonização)
. Classificação de Krisek: Classifica como são as queimaduras: Superficiais (eritema), parciais superficiais e profundas (flictenas), e totais (escarificação da derme)
. Eritema: Vermelhidão
. Flictena: Bolhas que são integras ou rotas; reação de Chambert (presença de albumina dentro da bulha, o que significa que ela foi oriunda de queimadura do 2º grau com a pessoa viva, e não de putrefação com cadáver)
. Escarificação da derme: Lesões nas camadas mais profundas da pele e tecidos subjacentes
. Carbonização: É um excelente isolante térmico e elétrico
- Sinal de Montalti: Presença de foligem na traqueia da vítima viva no incêndio - Sinal de Devergie/do lutador: Flexão da musculatura do cadáver no incêndio
 Eritema Flictena Escarificação da derme 
 Carbonização
 Sinal de Montalti Sinal de Devergie/do lutador
~ Lesão e morte por energia elétrica:
- Eletro fulguração: Lesão oriunda de energia elétrica na qual a vítima não morre e que provoca o Sinal de Lichtenberg
. Sinal de Lichtenberg: Lesão nos vasos superficiais (e não na pele, por mais que seja visível nela por meio de um desenho arboriforme e ramificado, 
reproduzindo a trama vascular subjacente) que é decorrente de uma vasculite elétrica, que é temporária/fugaz e que não leva a vítima a óbito
- Eletro fulminação: Lesão oriunda de energia elétrica na qual a vítima morre
- Eletro perfuração: Variação do diâmetro dos poros da membrana celular, ocasionando desequilíbrio químico entre o sódio e o potássio 
~ Lesão e morte de origem por energia elétrica industrial:
- Eletroplessão:
. Ferir por meio da eletricidade, formando uma lesão dura, de bordos elevados, seca, indolor, de profundidade variável e que pode 
reproduzir a forma do condutor elétrico
. Sinal de Jellinek: Marca de entrada da corrente elétrica na pele
 
Sinal de Lichtenberg
 Sinal de Jellinek
- Efeito Joule: Transformação de energia elétrica em calor
- Resistências corporais:
. U= R. i 
. A amperagem (i) que é a responsável por provocar a morte
. Causa da morte em eletroplessão de alta amperagem: Passa pelo encéfalo, podendo afetar o tronco encefálico e causar parada cardiorrespiratória central e hipertermia; ou passa pelo coração, causando parada cardíaca periférica em assistolia e parada respiratória periférica por espasmo muscular
. Causa da morte em eletroplessão de média amperagem: Não passa pelo encéfalo e pelo coração, e ocorre tetanização da musculatura intercostal, o que gera asfixia por espasmo prolongado da musculatura respiratória, levando a pessoa à morte 
. Causa de morte em eletropressão de baixa amperagem: Passa pelo coração, causando fibrilação ventricular (na autópsia/necropsia/exame cadavérico será visto pelo sinal de Jellineck), o que gera choque cardiogênico, levando a pessoa à morte
~ Lesão e morte por energia barométrica:
- Percentagem de gases em pressão atmosférica de 76 mmHg:
. Oxigênio: 21% 
. Nitrogênio/Azoto: 78% 
. Outros gases: 1% 
- Lei de Boyle Mariotte:
. Sob temperatura constante, o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão exercida sobre ele 
- Mergulho em grande profundidade
. Quanto maior a profundidade, maior a pressão, e vice-versa
- Lei de Dalton:
. A pressão exercida por uma mistura gasosa é igual a soma das pressões parciais de cada um dos gases que compõem a mistura
. A pressão parcial de um gás é a pressão que ele exerceria se estivesse sozinho
- Lei de Henry:
. A concentração de um gás dissolvido em uma massa líquida é diretamente proporcional à pressão exercida pelo gás na mistura líquido-gás
. Quanto maior for a compressão/pressão sofrida por um gás, maior será a quantidade de gás que poderá ser dissolvida na massa liquida, e vice-versa
. Para isso, deve-se baixar ao máximo a temperatura
11
- Diminuição da pressão atmosférica (problemas na subida):
. Mal das montanhas/dos aviadores: É um quadro agudo; acima de 3000 m o ar é rarefeito;21% de O2; provoca hipóxia relativa, edemas cerebral e pulmonar, fortes dores de cabeça, náuseas, tonteiras, dispneia, tendência a reter líquidos e espessamento perialveolar; o indivíduo melhora após alguns dias, o indivíduo vai à coma ou o indivíduo vai à morte
. Doença de Monge: É um quadro crônico do mal das montanhas; atividade de eritropoietina (EPO) a qual é produzida pelo corpo quando o indivíduo está em um lugar com pouco oxigênio, já que ela tem a função de aumentar a produção de glóbulos vermelhos (5 milhões de glóbulos vermelhos por milímetro de sangue), ou seja, de promover a hematopoese compensadora, a fim de elevar a capacidade de captação de O2, o que aumenta a densidade do sangue, gerando uma circulação mais lenta e a possível obstrução de alguns vasos sanguíneos, ocasionando risco de trombose; e essa doença tem como característica causar baqueteamento digital no indivíduo
 - Aumento da pressão atmosférica (problemas na descida):
. No fundo do mar, os problemas dependerão da profundidade, do tempo de mergulho e do tempo de retorno à superfície
. A cada 10,33 m de profundidade, a pressão sobre o mergulhador aumenta de 1 atm com relação à pressão atmosférica (1 atm = 760 mmHg)
. O equipamento de mergulho joga ar dentro do mergulhador com a mesma pressão à qual ele está sendo submetido pelo volume de água em que se encontra. O ar que entra no corpo do mergulhador fica dissolvido no sangue dele, já que, como esse estará em grande profundidade, a pressão sobre ele será alta, logo maior será a quantidade de gás que ficará dissolvida nesse líquido, de acordo com a Lei de Henry. O retorno do indivíduo à superfície aquática tem de ser realizado de forma lenta e gradual, pois, se for feito de modo rápido, a pressão diminuirá bruscamente pela redução do valor da profundidade, o que formará bolhas do gás presente no ar introduzido no mergulhador, podendo cair na circulação sanguínea dele e causar obstruções (embolia traumática pelo ar, a qual é um quadro agudo que pode ser mortal por provocar a ruptura das paredes alveolares; a hemorragia intrapulmonar; e a passagem de gases, como o nitrogênio, para a circulação arterial, o que gera a intoxicação pelo nitrogênio, embriaguez nos mergulhos mais profundos e mais demorados, e a misturas de nitrox, heliox e trimix), o que caracteriza a doença da descompressão/mal dos caixões/mal dos mergulhadores (quadro crônico que decorre da descompressão inadequada, a qual provoca o acúmulo de gases descomprimidos nas articulações, gerando contraturas dolorosas e maior concentração de nitrogênio na mistura gasosa)
. Mergulho em apneia: O grande problema dele é o retorno à superfície, ou seja, na subida do mergulhador, pois há risco de apagamento (que se dá quando uma determinada quantidade de gás exerce certa pressão em um recipiente e, se o volume do recipiente aumentar, a pressão parcial do gás diminuirá proporcionalmente, o que é explicado pela Lei de Boyle Mariotte), de afogamento (a mancha de Paltauf é o sinal patognomônico de afogamento) e de barotrauma de ouvido (a cavidade bucal comunica-se com o ouvido médio através das trompas auditivas; o meio externo comunica-se com o ouvido médio através do conduto auditivo externo; separando os dois condutos existe a membrana do tímpano; na grande altitude, a pressão externa fica menor, logo a pressão no interior do corpo torna-se maior, empurrando o tímpano para fora, pois o ar sempre vai da alta para a baixa pressão; o indivíduo abre a boca ou, então, ele realiza a manobra de valsalva, na qual deve-se fechar as narinas e a boca, assoprando forte para forçar o ar a entrar em suas trompas auditivas, com o objetivo de equilibrar as pressões interna e externa sobre o tímpano)
. Mergulho com scuba: Os problemas relacionam-se com as grandes quantidades de gases que serão dissolvidos nos líquidos orgânicos do mergulhador se o retorno à superfície não for criterioso
~ Lesões por projéteis de arma de fogo (PAF):
- Balística terminal: Ramo da balística que estuda a interação entre o projétil e o alvo, realizando o estudo do projétil, sendo isso importante na investigação criminal 
- Arma: Artefato (instrumento perfuro-contundente) que tem por objetivo causar dano (lesão perfuro-contusa), permanente ou não, a seres vivos e a coisas
. Arma de fogo: Arma que arremessa projéteis/balas empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil
- Trajetória: Percurso do projétil/bala até a vítima, logo ocorre fora do corpo dela (sua análise é feita pelo perito criminal)
- Trajeto: Percurso do projétil/bala dentro do corpo da vítima (sua análise é feita pelo perito/médico legista)
- Presença de energia físico-mecânica, em que há a transferência de energia cinética (Ec = m.v /2), a partir de sua velocidade, causando alteração da homeostasia corporal, gerando lesão ou morte da vítima (sendo que o que a mata é a velocidade da energia cinética do projétil) 
. Os projéteis podem ser de baixa (abaixo da velocidade do som no ar, ou seja, com valor abaixo de 340 m/s), média (entre uma a duas vezes da velocidade do som no ar, ou seja, com valor entre 340 m/s e 680 m/s) ou alta (acima duas vezes da velocidade do som no ar, ou seja, com valor acima de 680 m/s) velocidade
- O tiro pode ser feito à curta distância/queima roupa (podendo ser ou não com o cano encostado na pele da vítima, sendo que nesse caso haverá ou não plano ósseo por baixo) ou à distancia 
. O projétil sai de dentro do cano da arma, percorrendo uma trajetória à curta distância/queima roupa (até 30 cm entre o cano da arma e a vítima, juntamente com os elementos secundários do tiro/elementos do cone de dispersão, como pólvora incombusta, micropartículas de metal do cano da arma, pólvora combusta, vapor superaquecido e língua de fogo) ou à distância (acima de 30 cm entre o cano da arma e a vítima, sem os elementos secundários do tiro/elementos do cone de dispersão), chegando à pele da vítima 
- Quando o projétil entra no corpo da vítima, ele gera duas cavidades: Cavidade permanente (formada por um túnel retilíneo gerado pelo trajeto do projétil dentro do corpo da vítima) e cavidade temporária (formada por uma onda de pressão pulsátil e, portanto, não retilínea, gerada pelo trajeto do projétil dentro do corpo da vítima; depende da velocidade do projétil, sendo que quanto maior a energia cinética, maior a velocidade, maior a cavidade e maior a lesão de saída; depende da densidade do órgão, sendo que quanto maior a densidade, maior a resistência à passagem, maior a energia cinética, maior a velocidade, maior a cavidade e maior a
2
lesão de saída; e depende do tamanho do trajeto, sendo que quanto maior o tamanho do trajeto, maior a energia cinética no início, menor a energia cinética no final, menor a velocidade no final, menor a cavidade e menor a lesão de saída)
- Laudo/Auto do exame de corpo de delito: Documento médico legal no qual, na parte de descrição, que é a mais importante, o médico realiza uma descrição objetiva da lesão causada pelo PAF
- Lesão de entrada: Tem borda invertida, ou seja, voltada para dentro do corpo (com exceção na qual o cano da arma está encostado na pele da vítima com plano ósseo por baixo, havendo lesão em boca de mina de Hoffmann com borda evertida na lesão de entrada que será em cratera e, portanto, irregular); é elíptica regular; possui diâmetro menor do que o calibre do projétil (por entrar no corpo de forma mais estável); e ocorre quando o tiro é à curta distância ou à distancia 
- Lesão de saída: Tem borda evertida, ou seja, voltada para fora do corpo; é irregular; e possui diâmetro maior do que o calibre do projétil (por sair do corpo de forma menos estável)
- Orlas formadas pelo projétil (ocorrendo tanto à curta distância/queima roupa como à distância, por não dependerem do tamanho da trajetória):
. Orla de enxugo/alimpadura: Área queo projétil deixa no corpo da vítima ou no anteparo (objeto) que ele passa antes de atingi-la, logo é onde ele se limpa (portanto se houver anteparo, essa orla estará presente somente nele, e não na vítima); sua importância médico legal está no fato de ela denunciar que a lesão é de entrada; e é a primeira orla provocado pelo tiro
. Orla de escoriação/contusão: Ocorre em detrimento do arrancamento traumático da epiderme com exposição da derme, sem ultrapassá-la, devido ao movimento de rotação do projétil antes de penetrar no corpo (logo a lesão não é feita pela rotação do projetil); sua importância médico legal está no fato de ela indicar a incidência do tiro; só provoca lesão de entrada, mas se houver anteparo encostado atrás da vítima, impedindo a saída do projétil e causando arranhadura da pele dela, essa orla provocará lesão de saída também; e é a segunda orla provocado pelo tiro
. Anel de Fisch: É o somatório da orla de enxugo/alimpadura com a orla de escoriação/contusão produzidas pelo projétil; sua importância médico legal está no fato de ele indicar a incidência do tiro e denunciar que a lesão é de entrada; se for um anel de Fisch concêntrico, formará 90 graus na pele, ou seja, o projétil entra perpendicularmente na vítima, possuindo o mesmo centro ao comparar a orla de enxugo com a orla de escoriação, mas se for um anel de Fisch excêntrico, não formará 90 graus na pele, ou seja, o projétil entra em diagonal na vítima, não possuindo o mesmo centro ao comparar a orla de enxugo com a orla de escoriação
. Orla de equimose: Equimose feita na vítima pelo projétil ao passar pela derme dela, rompendo os capilares nela presentes, provocando o extravasamento de sangue que ficará infiltrado ao redor da borda da lesão de entrada 
- Orlas formadas pelo elementos do cone de dispersão (ocorrendo, portanto, somente à curta distância/queima roupa):
- Orla de tatuagem: Pólvora incombusta e micropartículas de metal do cano da arma (ex: chumbo) saem cano da arma e atingem a vítima, se impregnando na derme dela; e é a última a desaparecer quando a distância vai aumentando
- Orla de esfumaçamento/tisnado: Pólvora combusta que gera fumaça que sai cano da arma e atingem a vítima, se impregnando na epiderme dela, ao redor da lesão de entrada
- Zona de queimadura/chamuscamento: Vapor superaquecido e língua de fogo saem cano da arma e atingem a vítima, se impregnando na epiderme dela, ao redor da lesão de entrada, e gerando queimadura nela
- Se o tiro for à curta distância/queima roupa com anteparo na frente da vítima, das seis orlas (enxugo, escoriação, equimose, tatuagem, esfumaçamento e queimadura) que existem, somente duas delas, sendo uma a orla de escoriação e a outra a orla de equimose, poderão estar presentes só na pele da vítima, enquanto as quatro restantes poderão estar presentes só no anteparo
- Tiro com cano encostado sem plano ósseo por baixo:
. Sinal de Puppe-Werkgaertner: Tiro com cano encostado na pele da vítima, não havendo plano ósseo por baixo, formando um decalque da boca da arma na pele da vítima
- Tiro com cano encostado com plano ósseo por baixo:
. Tronco de cone de Bonnet: Tronco de cone no osso perfurado por projétil de arma de fogo, estando esse cone com sua base maior para dentro do crânio na lesão de entrada e com sua base maior para fora do crânio na lesão de saída; e sua importância médico legal está no fato de ele indicar a incidência da trajetória, sem determinar a distância entre o cano da arma e a vítima. Se na autópsia o médico legista verificar que nos ossos do crânio havia troncos de cones com mais bases maiores para fora do que para dentro do crânio, ou seja, com maior número de lesões de saída do que de entrada, significa que alguns troncos de cone treparam um
por cima do outro ao serem atirados, entrando no corpo da vítima pelo mesmo orifício, ou significa que alguns troncos de cone entraram no corpo da vítima por uma cavidade natural (ex: boca). Se na autópsia o médico legista verificar que nos ossos do crânio havia troncos de cones com mais bases maiores para dentro do que para fora do crânio, ou seja, com maior número de lesões de entrada do que de saída, significa que alguns troncos de cone ficaram estacionados dentro do crânio da vítima
. Lesão em boca de mina de Hoffmann: Gera uma lesão de entrada com borda evertida (ao invés de invertida) e em cratera, portanto, irregular (ao invés de regular), na pele (logo, depois de uns 5 anos da morte da vítima, essa lesão já não será mais visível, já que o cadáver estará completamente esqueletizado)
. Sinal de Benassi: Tiro com cano encostado na pele da vítima, havendo plano ósseo por baixo, formando um decalque da pólvora no osso (logo, depois de uns 5 anos da morte da vítima, essa lesão ainda será visível, já que o cadáver estará completamente esqueletizado e ela se dá no osso, e não na pele)
Trajetória e trajeto do projétil 
Sinal de Bonnet Sinal de Benassi
ASFIXIOLOGIA FORENSE:
~ Estudo das causas de asfixia (quadro orgânico marcado pela hipóxia ou anóxia conjugado pela hipercapneia/hipercarbia por impedir a célula de utilizar o oxigênio, deixando a queima da glicose muito reduzida, o que faz com que a produção de energia para as funções celulares tenda a zero, logo as células param de funcionar e, consequentemente, o organismo morre) e de asfixiofilia/asfixia autoerótica por autópsia psicológica (quando a asfixia provoca uma vasodilatação generalizada que poderia afetar os vasos das áreas genitais e causar estímulos sexuais, sendo que o FBI constata mais de 500 mortes por ano por essa causa)
~ Asfixias mecânicas:
- Podem ser primárias quanto ao tempo (em que a causa primária da asfixia é o processo que impede o O2 de ingressar no organismo por uma ação mecânica), violentas quanto ao modo (em que a origem da morte por asfixia se deu em virtude de uma morte violenta) ou mecânicas quanto ao meio 
- O tipo de energia vulnerante em ação nesses tipos de asfixias é físico-química
- Sinais gerais que compõem a tríade da asfixia e que não são sinais de certeza (portanto não são sinais patognomônicos): 
. Sangue fluido e escuro [pois ocorre ação de um sistema fibrinolítico em que a fibrinolisina destrói a fibrina, logo provoca uma alta concentração de HB H+ (hemoglobina reduzida), gerando cianose quando existe mais de 5% de hemoglobina reduzida na circulação de uma pessoa normal]
. Congestão polivisceral [com a progressiva falta de oxigênio (hipóxia) e o excesso de gás carbônico (hipercapnia), o organismo provoca uma vasodilatação generalizada e, com isso, as vísceras, muito vascularizadas, ficam repletas de sangue que está contido nos vasos que as constituem, gerando congestão]
. Petequias disseminadas/manchas de Tardieu (equimoses puntiformes ou com o aspecto de lentilha, disseminadas na epiderme e nas membranas que envolvem os diversos órgãos)
- As modalidades de asfixia são impedimento do fluxo de ar aos pulmões, modificação do ambiente respirável, constrição do pescoço ou outras formas 
- Impedimento do fluxo de ar aos pulmões:
. Sufocação: Sufocação direta [pode ser por obstrução dos orifícios respiratórios naturais (ex: nariz e boca) ou por obstrução das vias aéreas superiores (a violência para introduzir objetos pode causar escoriações, hemorragias e fratura de dentes; presença de corpo estranho nas vias respiratórias; espuma rósea na traqueia; petequeias subpleurais; e congestão pulmonar e visceral)] ou sufocação indireta [pode ser por compressão do tórax (gera impossibilidade de movimentos respiratórios; cor
violácea intensa da face, do pescoço e da parte superior do tórax, o que recebe o nome de máscara equimótica de Morestin/cianose cérvico-facial de Le Dentut, a qual é considerada uma asfixia mecânica produzida pelo impedimento da passagem do ar por compressão do tórax; escoriações, equimoses e feridas contusas por ação contundente; fraturas de arcoscostais; e roturas pulmonares), por fraturas múltiplas do gradil costal, por crucificação (o que gera exaustão da musculatura respiratória) ou por paralisia da musculatura respiratória (devido à eletroplessão de média amperagem, atingindo o tronco durante alguns minutos e provocando espasmo da musculatura respiratória de origem periférica)]
- Constrição do pescoço:
. O quadro de asfixia por constrição do pescoço pode causar hipóxia (baixa concentração de oxigênio no sangue), hipercapnia (elevação da pressão arterial de dióxido de carbono) e hemorragia subconjuntival 
. A morte por asfixia por constrição do pescoço pode ser por fatores circulatórios, respiratórios, neurológicos e mecânicos 
. Esganadura: É quando alguém ataca o pescoço da vítima utilizando as mãos, o que deixa nele estigmas digitais e ungueais como lesões externas, além de fratura do osso hióide, cartilagem laríngea, cartilagem cricóide e equimose retrofaringeana de Brouardel (mancha equimótica na parte posterior da faringe provocada pela pressão da faringe contra a coluna vertebral em razão da compressão na parte anterior do pescoço) como lesões internas, sendo classificada como homicídio (uma pessoa mata a outra)
. Enforcamento: É quando o próprio peso da vítima traciona um laço (ex: corda e fio) presente em seu pescoço, logo é uma força passiva, sendo típico (quando o nó do laço fica atrás do pescoço da vítima, portanto a cabeça dela fica virada para frente) ou atípico (quando o nó do laço fica na frente e nas laterais do pescoço da vítima, portanto a cabeça dela fica virada para o lado oposto ao nó), e pode ser classificada como suicídio, homicídio, acidente ou execução judicial
. Estrangulamento: É quando alguém traciona um laço (ex: corda, fio, braços e pernas) no pescoço da vítima, logo é uma força ativa, pode ser classificada como homicídio (ex: por golpe conhecido popularmente como mata-leão) ou acidente
. Sinal de Bonnet: Marca de trama no laço
. Variados aspectos dos sulcos no pescoço: Muito visíveis ou pouco visíveis, duros ou moles, simples ou múltiplos, completos ou incompletos, com profundidade homogênea ou com profundidade heterogênea 
. Sulco do enforcamento (podas): Oblíquo, ascendente, descontínuo, com profundidade heterogênea, supra-laríngeo, alto/acima do osso hiódeo e pode revelar o decalque do laço
. Sulco do estrangulamento (capha): Horizontal, completo, com profundidade homogênea, abaixo da laringe, baixo/abaixo do osso hióide e pode revelar o decalque do laço
 
 Esganadura Enforcamento Estrangulamento com sinal de Bonnet
- Outras formas de asfixia 
. Envenenamento pelo cianeto
. Intoxicação pelo monóxido de carbono 
. Envenenamento pelo curare
- Modificação do ambiente respirável:
. Confinamento: Ar ambiental trocado por outro gás (sem ser tóxico); pode ser em local aberto sem circulação e renovação de ar e com pequena quantidade de O2 (ex: em um poço artesiano muito profundo) ou em local fechado sem circulação e renovação de ar (ex: em uma geladeira antiga); a teoria física do confinamento afirma que o corpo humano normalmente é mais quente que o ambiente, que sem renovação do ar há o aumento da temperatura ambiental, que o suor evapora e
aumenta a umidade do ar ambiental, que a umidade do ambiente retarda a evaporação do suor, que a temperatura corporal aumenta, e que ocorre morre por hipertermia; e a teoria química do confinamento afirma que sem renovação de ar ambiental os níveis de gás carbônico aumentam, que o centro respiratório bulbar estimulado pelo CO2 acelera o ritmo respiratório, que o consumo de oxigênio aumenta, que surgem os sinais de hipóxia e hipercapnia que causam morte 
. Soterramento: Ar ambiental trocado por sólido pulverulento/granular; alterações cardiorrespiratórias misturam ar com água; poder haver a presença de cogumelo de espuma; pode ser soterramento em sentido amplo (basta que o cadáver esteja recoberto pelo agente pulverulento sólido, logo esse material não é encontrado nas cavidades respiratórias) ou em sentido estrito (presença de resíduos sólidos pulverulentos nas porções mais internas da árvore respiratória)
. Afogamento: Ar ambiental trocado por água; pode ser em água doce ou em água salgada, sendo que a crioscopia de Carrara serve para indicar afogamento nesses dois tipos de água, diferenciando-os, por ela se tratar de uma propriedade coligativa que avalia o abaixamento do ponto de congelamento do solvente, sendo que a presença de sal eleva o ponto de congelamento do sangue; em relação à densidade dos átrios, no afogamento em água doce o sangue no átrio esquerdo fica mais diluído (hemodiluição maior) do que o sangue no átrio direito, logo a densidade no AE é menor (hemoconcentração menor) do que a do AD, ocorre a passagem da água dos pulmões para o sangue, e provoca a fibrilação ventricular a qual será o motivo da morte, enquanto que no afogamento em água salgada o sangue no átrio esquerdo fica menos diluído (hemodiluição menor) do que o sangue no átrio direito, logo a densidade no AE é maior (hemoconcentração maior) do que a do AD, ocorre a passagem da água do sangue para os pulmões, ocorre a presença do cogumelo de espuma (finas bolhas de coloração branca ou rósea que se estendem do trato aéreo respiratório inferior ao ambiente através das cavidades bucal e nasal); tem como sinais de certeza/patognomônicos a alteração nas densidades dos átrios, a alteração no ponto de congelamento, a presença de algas diatomáceas, o enfisema hidroaéreo e a mancha/sinal de Paltauf (sinal patognomônico de afogamento); no afogado em putrefação ocorre a presença de algas diatomáceas na medula óssea dos ossos longos, como o fêmur; e no afogado branco/falso de Parrot ocorre o reflexo vagal e o espasmo de glote, não havendo a presença de cogumelo de espuma e nem a presença de algum dos sinais patognomônicos de afogamento
TANATOLOGIA FORENSE:
~ Estudo dos sinais que se relacionam com a morte 
- Sinais abióticos imediatos de morte: São sinais de probabilidade da morte (não havendo certeza, portanto, se ela ocorreu ou não)
. Perda da consciência
. Imobilidade
. Abolição do tônus muscular/Relaxamento muscular generalizado
. Relaxamento dos esfíncteres
. Fácies hipocrática/Máscara cadavérica
. Inexcitabilidade elétrica
. Cessação da respiração
. Cessação da circulação
. Máscara cadavérica
- Sinais abióticos tardios/consecutivos de morte: Sinais de certeza de morte
. Evaporação tegumentar: É um fenômeno físico; e provoca apergaminhamento da pele, dissecação das mucosas e sinais oculares de morte (ex: mancha negra ocular chamada Larcher-Sommer; ex: tela albuminoide ou viscosa chamada Stenon-Louis)
. Resfriamento cadavérico/Algor mortis: É um fenômeno físico decorrente do fluxo de temperatura entre o cadáver e o ambiente
. Rigidez cadavérica/Rigor mortis: É um fenômeno químico decorrente das reações entre as proteínas musculares e os líquidos cadavéricos; o 1º músculo a ficar rígido é um na boca, chamado de masseter; ocorre das menores para as maiores massas musculares (Lei de Nysten-Sommer-Larcher), ou seja, na mandíbula e nuca de 1 a 2 horas após o óbito, nos membros superiores de 2 a 4 horas, nos músculos torácicos e abdominais 4 a 6 horas, e nos membros inferiores de 6 e a 8 horas; e a instalação da putrefação (de 24 a 36 horas após a morte) no cadáver desfaz a rigidez
. Livores cadavéricos/Livor mortis: São manchas arroxeadas resultantes do acúmulo de sangue no interior dos vasos sanguíneos que aparecem nas regiões de maior declive do cadáver; e se instalam de forma completa de 12 a 14 horas após a morte
~ Exemplos de fenômenos transformativos conservadores do cadáver: 
- Mumificação: 
. Ocorre em ambiente muito arejado, seco e quente com a acentuada perda de líquidos, o que cessa a proliferação bacteriana e, consequentemente, a putrefação, iniciando-sea mumificação
- Saponificação/Adipocera (cera de gordura): 
. Cobertura do cadáver, por inteiro ou em parte, por um material gorduroso que parece cera, pois, assim, a decomposição é interrompida
. Pode começar 2 meses após o falecimento e, com o tempo, a massa de adipocera passa a apresentar uma coloração mais escura, tornando-se mais dura e quebradiça
~ Exemplos de fenômenos transformadores destruidores do cadáver:
- Autólise: 
. Após cumprir o seu ciclo vital, deixando de ter utilidade para o organismo, a célula libera as enzimas dos seus lisossomos e sofre autodestruição, logo os resíduos celulares servem de alimento para as demais células da região 
- Maceração: 
. Destruição dos tecidos moles do feto pela ação do líquido amniótico
. Pode começar 24 horas após o falecimento 
. Sinal de Spalding: É quando se observa o cavalgamento dos ossos do crânio em razão da maceração das membranas inter-suturais, e pode começar a mais de 7 dias após o falecimento 
- Putrefação: 
. Primeira fase: Fase cromática/de coloração (mancha verde de Brouardel: reação do h2s + hemoglobina = sulfoxiemoglobina). Segunda fase: Fase enfisematosa/ gaseificação (reação de Chambert). Terceira fase: Fase redutora/de coliquação (dissolução dos tecidos moles). Quarta fase: Fase de esqueletização (exposição parcial ou total do esqueleto)
~ Tipos de morte: 
- Morte natural: É por mal funcionamento do organismo, ou seja, possui causas internas (energia interna); e é de responsabilidade do médico assistente (que assiste o paciente) atestar o óbito desse tipo de morte
- Morte súbita: É um tipo de morte natural (e não violenta); é inesperada; pode ser agônica (a qual leva um tempo; ex: pessoa morreu depois de 2 semanas por um tumor que apareceu do nada) ou fulminante (a qual é instantânea; ex: professor teve um infarto do nada na sala e morreu); se for por inibição vagal haverá síncope
- Morte violenta: Ocorre por suicídio, acidente/desastre ou crime/homicídio, ou seja, possui causas externas (energia externa); e é de responsabilidade do médico legista atestar o óbito desse tipo de morte, sendo isso feito no IML 
- Morte suspeita: É quando não se sabe se ela é natural ou violenta por possuir causa desconhecida 
- Declaração de Óbito: É o documento que possui os dados preenchimentos pelo médico assistente que atestou a morte natural
- Serviço de Verificação de Óbito (SVO): É quando não há médico assistente para atestar o óbito da vítima por morte natural, logo a Declaração de Óbito deve ser fornecida pelos médicos do SVO que serão os responsáveis por preencher os dados dela
- O médico assistente não pode atestar o óbito da vítima que chegou ao hospital ainda viva por ter sofrido um acidente (caso ela morresse dessa causa seria morte natural), mas que depois foi infectada nesse local, morrendo (morte violenta). Só quem poderá atestar esse óbito é o médico legista, pois considera-se a causa final da morte que, nesse caso, é violenta
- Morte fetal:
. Prematura: Feto com menos de 500g, menos de 5 meses e menos de 25 cm; é facultativo o médico atestar o óbito desse tipo de morte fetal
. Intermediária: Feto com menos de 1000g, menos de 6 meses e menos de 35 cm; é obrigatório o médico atestar o óbito desse tipo de morte fetal
. Tardias: Feto com mais de 1000g, mais de 6 meses e mais de 35 cm; é obrigatório o médico atestar o óbito desse tipo de morte fetal
. Fórmula de Haase: É usada para calcular a idade da morte fetal até o quinto mês de idade do fato, sendo feita pela raiz quadrada do comprimento dele em centímetros, logo o resultado dará a idade que ele possuía quando faleceu; ex: feto com 25cm teria 4 meses ao morrer, já que a raiz quadrada de 25 é 4
~ Perícia: Zelo com a finalidade de estabelecer a veracidade ou a falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, por meio de prova com base na análise de toda matéria colhida como vestígio de uma infração, ou seja, no exame de corpo de delito
- A perícia criminal faz a análise no vivo (ex: por acidente em violência ou quando ela vai iniciar um novo trabalho) e no cadáver
~ Perito: Pessoa qualificada ou experiente em certos assuntos, a quem cabe a tarefa de esclarecer um fato de interesse da justiça, quando solicitado
~ Corpo de delito: Conjunto de elementos materiais, perceptíveis pelos nossos sentidos, resultantes da infração penal/fato criminoso, que devem ser alvo de prova
~ Relatório médico-legal:
- É a narração escrita e minuciosa de todas as operações de uma perícia médica determinada por autoridade policial ou judiciária
- Laudo: Se o relatório é escrito depois de terminada a perícia do exame de corpo de delito
- Auto: Se o relatório é ditado a um escrivão durante o exame de corpo de delito
- Pode ser dividido em 7 partes: Preâmbulo, quesitos, histórico, descrição (parte mais importante), discussão, conclusão e resposta aos quesitos
ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL:
~ Visa às questões relativas com a identidade médico-legal e a identidade judiciária ou policial
~ Estatuto da Criança e do Adolescente (EAC):
- Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe
~ Identidade médico legal: Conjunto de caracteres que individualiza uma pessoa ou uma coisa
~ Identificação médico legal: Método objetivo para estabelecer a identidade 
~ Reconhecimento médico legal: Método subjetivo para estabelecer a identidade 
~ Sistema dactiloscópico de Vucetich:
- Só a partir de 5 meses de vida que a digital se forma na pessoa
- Impressão digital: É o ajuntamento das linhas brancas e pretas sobre determinado suporte
- Desenho digital: Conjunto de cristas e sulcos existentes nas polpas dos dedos, sendo o delta um dos elementos mais importantes
. A presença de um, dois ou nenhum delta em uma impressão digital estabelece os quatros tipos fundamentais do Sistema dactiloscópico de Vucetich
- Fórmula papiloscópica:
. O polegar é identificado por letra (V, E, I e A) e os outros dedos são representados por números (4, 3, 2 e 1)
. Caso haja dificuldade para classificar o dedo, utiliza-se X
. Caso haja ausência da falange distal, utiliza-se 0
. Os numeradores na fórmula são representados pela mão direta
. Os denominadores na fórmula são representados pela mão esquerda
. Na fórmula, tanto a parte dos numerados como a parte dos numeradores segue a ordem do polegar ao dedo mínimo 
. Vericilo: V; A; 2 deltas; e 1 círculo
. Presilha externa: E; 3; 1 delta na esquerda; e 1 laçado na direita
. Presilha interna: I; 2; 1 delta na direta; e 1 laçado na esquerda
. Arco: A; 1; e 1 arco

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