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01 Traumatologia Forense

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Aula 01
Medicina Legal p/ PC-PB (Delegado)
2021 Pré-Edital
Autores:
Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo
Bilynskyj
Aula 01
5 de Janeiro de 2021
.
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3 
1 – Introdução ao Estudo da Traumatologia Forense ........................................................................................ 4 
2 – Energia De Ordem Física .............................................................................................................................. 5 
2.1 – Energia Mecânica .................................................................................................................................. 5 
2.1.1 – Ação Contundente: Lesão Contusa ....................................................................................................................... 7 
2.1.2 – Instrumentos Cortantes: Lesão Incisa ................................................................................................................. 15 
2.1.3 – Instrumentos Perfurantes: Lesão Punctória Ou Lesão Em Fenda Ou Botoeira .................................................. 16 
2.1.4 – Instrumentos Perfuro-Cortantes: Lesão Perfuro-Incisa ...................................................................................... 18 
2.1.5 – Instrumentos Corto-Contundentes: Lesão Corto-Contusa ................................................................................. 19 
2.1.6 – Instrumentos perfuro-contundentes: lesão perfuro-contusa ............................................................................ 20 
2.2 – Energia Barométrica (Pressão Atmosférica) ....................................................................................... 34 
2.2.1 – Hipobarismo ....................................................................................................................................................... 35 
2.2.2 – Hiperbarismo ...................................................................................................................................................... 35 
2.3 – Energia Térmica ................................................................................................................................... 36 
2.3.1 – Calor .................................................................................................................................................................... 36 
2.3.2 – Frio ...................................................................................................................................................................... 40 
2.4 – Energia Elétrica ................................................................................................................................... 41 
2.5 – Energia Radiante ................................................................................................................................. 44 
2.5.1 – Raio X .................................................................................................................................................................. 44 
2.5.2 – Rádio ................................................................................................................................................................... 45 
2.5.3 – Energia atômica .................................................................................................................................................. 45 
2.6 – Energia Química .................................................................................................................................. 45 
2.6.1 – Ação interna ........................................................................................................................................................ 45 
2.6.2 – Ação Externa ....................................................................................................................................................... 46 
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2.7. – Sevícias / Maus Tratos................................................................................................................... 47 
2.7.1. Síndrome da Criança maltratada ...................................................................................................................... 47 
2.7.2. Síndrome do ancião maltratado ....................................................................................................................... 49 
Resumo ............................................................................................................................................................. 50 
Destaques à legislação e jurisprudências......................................................................................................... 64 
Considerações finais ......................................................................................................................................... 69 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 70 
Instrumentos perfuro-contundentes: lesão perfuro-contusa ........................................................................................ 98 
Lista de questões ............................................................................................................................................ 126 
Gabarito.......................................................................................................................................................... 159 
 
 
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Olá, Guerreiros. 
Estamos de volta com Medicina Legal para Delegado Civil. Hoje trabalharemos o tema de lesões, 
trabalhado especialmente pelo capítulo de Traumatologia Forense. 
Trabalharemos temas importantes e específicos. Assim, conceitos, teorias, classificações, serão vistos. Por 
esta razão, ao longo do curso utilizaremos inúmeras citações de doutrinadores consagrados. Dentre eles, 
destacamos em especial as bibliografias dos Mestres: Genival Veloso de França, Delton Croce além da 
clássica e moderna doutrina escrita por Neusa Bittar, entre outros doutrinadores. 
Antes de iniciar, gostaria de deixar um convite a vocês: Sigam-me nas redes sociais. Lá teremos diversas 
informações úteis, provas comentadas, artigos, tudo sobre provas de Medicina Legal. Aproveitem! 
Portanto, aproveite o curso e atente-se aos destaques. 
E-mail: pbilynskyj@gmail.com 
Instagram: @paulobilynskyj 
Youtube: Projeto Policial 
Facebook: Paulo Bilynskyj 
Boa aula! 
 
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1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA TRAUMATOLOGIA 
FORENSE 
Guerreiros, 
Podemos conceituar trauma como sendo a atuação de uma energia externa sobre o indivíduo, com 
intensidade o bastante para causar desvio da normalidade ou alterar o funcionamento do organismo. 
Por outro lado, quanto à lesão, podemos dizer que é uma alteração estrutural oriunda de uma agressão 
ao organismo. 
 
Uma lesão é considerada violenta quando é causada por traumatismo. 
Agentes de lesão são os instrumentos ou meios que atuam no organismo dando origem à lesão. 
As energias vulnerantes podem ser divididas em três: 
1. Ordem Física: mecânica, barométrica, térmica, elétrica e radiante; 
2. Ordem Química: cáusticos e venenos; 
3. Ordem Físico-Química: asfixias. 
O estudo das lesões se dá com base no modo de ação dos instrumentos. 
Espécies de lesão: 
 
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Outra classificação das lesões é em: 
a) Linha: ação cortante; 
b) Ponto: ação perfurante; e 
c) Plano: ação contundente. 
Dito isso podemos conceituar Traumatologia como sendo o ramo da Medicina Legal que estuda os 
traumas, as lesões, os instrumentos e as ações vulnerantes com o objetivo de esclarecer como se deram 
os fatos. 
 
2 – ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 
Energias físicas são aquelas que modificam o estado físico do corpo ou de parte do corpo 
sobrevindo lesões orgânicas e até a morte da vítima. São consideradas energias de ordem 
física: mecânica, barométrica, térmica, elétrica e radiante. 
 
2.1 – ENERGIA MECÂNICA 
Agentes mecânicos são aqueles que transferem energia cinética para a parte do corpo com que tenha 
contato, ou seja, ao incidir sobre o corpo são capazes de modificar o seu estado de repouso ou 
movimento. Assim, por exemplo, se você colocar um tijolo sob sua cabeça não haverá lesão, mas se esse 
mesmo tijolo for atirado e atingir sua cabeça, certamente lhe causará uma lesão, já que a energia gerada 
no movimento será transmitida ao organismo (no ponto em que houver o impacto). 
Lesões
Ativa: o agente 
vulnerante está em 
movimento 
Passiva:o agente 
vulnerante está 
parado
Mista: ambos os 
agentes estão em 
movimento
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 Leis de Newton 
I. Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a 
menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele. 
II. A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida e é produzida na direção de 
linha reta na qual aquela força é aplicada. 
III. A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade. 
IV. Vamos relembrar uma fórmula que aprendemos quando estudamos física: 
E = m.v² 
O que essa fórmula nos diz? 
Essa fórmula nos diz que energia é igual à massa multiplicada pela velocidade ao quadrado. Assim, 
podemos concluir que a intensidade da lesão vai variar de acordo com a massa do objeto e com a 
velocidade que este atinge o organismo; sendo perfeitamente possível que um objeto com pequena massa 
cause uma lesão intensa se estiver em alta velocidade. 
As lesões poderão ser causadas por diferentes agentes físicos que vão agir essencialmente pela alteração 
da inércia. 
As contusões poderão ser ativas/diretas (o instrumento vulnerante vem de encontro ao corpo) ou 
passivas/indiretas (o corpo vai de encontro ao instrumento). 
As ações mecânicas podem ser simples ou mistas. 
As simples podem ser de 03 (três) espécies: contundentes, cortantes e perfurantes e as mistas resultam da 
combinação das simples podendo ser: corto-contundentes, perfuro-cortantes e perfuro-contundentes. 
A forma das lesões (desenho, extensão, profundidade etc.) pode auxiliar na identificação do instrumento 
utilizado. 
Obs.: Lesão com assinatura é aquela em que o instrumento deixa marca própria e inconfundível. Ex.: salto 
de sapato, ferro de passar roupa. 
As lesões podem ser feitas na pessoa viva ou morta e é possível diferenciá-las já que quando feitas em 
pessoa viva, têm-se reações vitais (camada seroalbuminosa, sangue, crosta...) que não existem quando 
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feitas na pessoa morta (quando as lesões são feitas no cadáver ou a pessoa morre logo após a agressão, 
as escoriações assumem aspecto de pergaminho). 
Vale lembrar que é a ação produzida e não o instrumento que determinará a espécie de lesão. 
Dito isso vamos passar ao estudo das ações e respectivas lesões produzidas por agentes mecânicos. 
 
2.1.1 – Ação Contundente: Lesão Contusa 
A primeira coisa que você deve decorar: agente contundente NÃO é aquele que contunde, é aquele que SÓ 
contunde. Assim, agente contundente será, geralmente, um objeto rombo capaz de agir de forma 
traumática sobre o organismo. Ex.: paus, pedras, barra de ferro, chutes, socos, cabeçadas, parede, chão. 
A ação contundente resulta da transferência da energia cinética para o corpo por meio de uma 
superfície. Essa ação poderá ser por pressão, por deslizamento ou ambas. 
Pode ocorrer de modo ativo (o corpo é atingido pela superfície do objeto, p. ex.: pedaço de pau) ou de 
modo passivo (o corpo é lançado contra a superfície, p. ex.: contra a parede). 
Curiosidade! Excepcionalmente a água e o ar podem causar lesões contundentes. 
As lesões contusas poderão ser: 
 
❖ Fechadas (a pele da região atingida se mantém íntegra, há resistência da pele): 
 
1. Rubefação – trauma leve sem extravasamento de sangue; é aquele vermelhão que aparece no 
local atingido. Esse vermelhão aparece em razão da dilatação dos vasos pequenos e desaparece 
em cerca de 10 (dez) minutos a 24 (vinte e quatro) horas dependendo da área que foi atingida, 
da irrigação sanguínea e da intensidade da ação contundente. A rubefação, por óbvio, somente 
é possível em pessoa viva. Ex. tapa de mão aberta. Não configura lesão corporal, mas pode 
configurar vias de fato. 
 
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Figura 01: Rubefação 
 
2. Tumefação – é aquela palidez com elevação da pele (inchaço) no local atingido com hiperemia 
ao redor; é um trauma mais intenso que a rubefação. 
 
 
Figura 02: Tumefação 
 
 
3. Equimose – é a infiltração hemorrágica nas malhas do tecido de sangue que extravasou de 
pequenos vasos que se romperam, com preservação da elasticidade e integridade da pele. A 
pele não se arrebenta, mas sim os vasos abaixo dela e em razão disso é dada coloração à pele. 
Só aparece se a lesão foi feita com a pessoa viva. Elas podem ser superficiais ou profundas 
(estas podem demorar de 4 a 5 dias para aparecer). De acordo com a forma recebe diferentes 
nomes: 
 
 Petéquias: equimoses puntiformes, pontos de sangue do tamanho da cabeça de um 
alfinete, frequentes nas mortes rápidas, asfixias e coqueluche. Decorrem do aumento 
da permeabilidade dos vasos capilares por hipóxia (diminuição de oxigênio) e/ou 
aumento da pressão nestes vasos (hipertensão capilar). 
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Figura 03: Petéquias 
 Sugilação: é o agrupamento desses pontos (petéquias). 
 Sulfusão: é uma mancha roxa formada em razão de um sangramento mais intenso; um 
exemplo é a mancha negra de Sommer. 
 Manchas equimóticas lenticulares de Tardieu: possuem o tamanho de uma lentilha e 
são características de asfixia mecânica do tipo sufocação direta. 
 Manchas subpleurais de Paltauf: comum nos casos de afogamento e insuficiência 
respiratória aguda; caracterizam-se por serem extensas e com contornos irregulares. 
 Cianose cérvico-facial ou máscara equimótica de Morestin: característica nos casos de 
compressão do tórax (sufocação indireta). A pressão exercida no tórax mantém os 
vasos cervicais e faciais cheios de sangue, causando a equimose. 
 Equimoses perianais ou vulvo-vaginais: são decorrentes de parasitoses locais ou 
alterações dermatológicas provenientes de coceira. 
 Mobilidade equimótica: são as equimoses que se deslocam do ponto de contusão para 
regiões mais afastadas e as equimoses profundas que somente se tornam visíveis após 
cerca de 4 a 5 dias. 
 Equimose retrofaringeana de Brouardel: comum em situações de constrição do 
pescoço (constrição da faringe contra a coluna vertebral). 
 Equimose nos tecidos moles subjacentes à pele do pescoço: indica estrangulamento, 
enforcamento, esganadura ou contusão local. 
 Equimosede etiologia não mecânica: equimoses não traumáticas, chamadas de 
púrpura e decorrem de entidades mórbidas que evoluem deixando manchas arroxeadas 
pelo corpo. 
Obs.: Existem equimoses causadas pela emoção (equimoses emotivas). 
4. Hematoma – o sangue extravasado dos vasos, em razão de terem um maior volume, 
comprime (afasta) os tecidos e ocupam o espaço, formando uma cavidade e infiltrando-se nos 
tecidos ao redor da lesão, formando equimose periférica (bolsas de sangue). Os hematomas 
são coleções sanguíneas produzidas pelo sangue derramado. Poderá ser fatal dependendo de 
onde ocorrer, como, por exemplo, na cabeça. 
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Figura 04: Hematoma 
 
5. Sufusão - é uma equimose extensa, que se espalha pela superfície do corpo. Aparece quando a 
vítima é atingida por uma superfície plana e larga. 
6. Bossa – aparecem nos locais em que há osso embaixo do local da lesão, o qual impossibilita o 
extravasamento do sangue em razão da compressão. O hematoma faz protrusão na pele. São os 
famosos “galos”. 
A bossa pode ser: 
o Sanguínea – arroxeada (contém sangue) 
o Linfática – incolor ou amarela (contém linfa) 
7. Entorse – estiramento da cápsula de uma articulação, com ou sem rupturas dos ligamentos. 
8. Luxação – desarticulação total ou parcial (sub-luxação) do osso. 
Obs.: A luxação sempre vem acompanhada do entorse, mas o entorse nem sempre vem 
acompanhado da luxação. 
9. Fratura – É a ruptura dos ossos causada por ação direta (o trauma atinge o local fraturado) ou 
indireta do agente contundente. Pode ser aberta (a ferida permite ver o foco da fratura) ou 
fechada (não se comunica com a parte externa do corpo) ou fragmentadas. As fraturas podem 
ocorrer por compressão, flexão ou torção. 
Obs.: Fratura exposta é aquela em que os fragmentos ósseos extrapolam os limites do corpo da 
vítima; já fratura cominutiva é aquela em que fragmentos ósseos ficam isolados do osso fraturado. 
10. Rupturas (roturas) Viscerais – o trauma aqui atinge as vísceras, ocorre a ruptura dos órgãos 
internos em razão de impacto ou por compressão forte e progressiva. Pode ocorrer em 
decorrência da ação de expansão gasosa e onda de vácuo (sucção), causadas, sequencialmente 
por explosão (blast). É possível que haja rotura parcial e que os sinais apareçam após algumas 
horas. 
Ao longo dos dias as equimoses mudam de cor até finalmente desaparecerem, momento em que o sangue 
extravasado dos vasos sanguíneos é reabsorvido (decomposição do sangue). Essa mudança nos dá indícios 
sobre a recenticidade (nexo temporal) da lesão. Este fenômeno só ocorre nos vivos. 
Assim, de acordo com o “Espectro equimótico de Legrand du Saulle”: 
Vermelha: 1º dia; 
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Violácea: 2º - 3º dia; 
Azulada: 4º - 6º dia; 
Esverdeada: 7º - 10º dia; 
Amarelada: 10º - 15º dia 
Normal: de 15º - 20º dia. 
*Exceções: 
▪ Equimoses conjuntivais (olhos) - permanecem vermelhas até desaparecerem em razão da densa 
vascularização. 
Obs.: No globo ocular a lesão aparece vermelha, se desenvolve vermelha e até a cura permanece vermelha 
devido à grande oxigenação no olho que mantém viva a hemoglobina. 
▪ Bolsa escrotal - permanecem vermelhas até desaparecerem em razão da densa vascularização. 
 
▪ Couro cabeludo – quando recentes são de cor vermelho escuro e quando antigas possuem 
contorno amarelado. 
Obs.: se a morte ocorrer após os golpes as equimoses terão a cor vermelho escura. 
O que as equimoses nos trazem de informação? 
✓ Que havia vida no momento da agressão já que o extravasamento depende de haver circulação; 
 
✓ Quando tomam o formato do agente causador acabam por identificá-lo; 
 
✓ Em razão do local em que se localizam podem sugerir o tipo de agressão, p. ex. crime sexual, lesão 
de defesa etc.; 
 
✓ Pelo exame da coloração nos dá indícios de quando a agressão foi causada. 
 
Obs.: Lesão por contragolpe ou equimose à distância: são aquelas que não aparecem no local da lesão; 
por exemplo, uma lesão na cabeça que deixa o globo ocular arroxeado. Isso acontece em razão da ação da 
gravidade sobre o sangue ou em razão do efeito sistêmico que o trauma exerce no organismo. 
Sinal do Zorro ou do Guaxinim – os olhos ficam arroxeados, porém a lesão não é nos olhos e sim na 
cabeça. 
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Figura 05: Sinal do Zorro 
Atenção! Víbice: é a equimose em forma de faixa. Cada duas faixas equivalem a uma pancada, isso porque 
a compressão brusca e superficial fecha os vasos do local atingido esvaziando o sangue para as regiões 
vizinhas de forma rápida e com aumento da pressão fazendo com que eles se rompam, formando-se duas 
faixas de petéquias e sugilações de cada lado. Ocorre quando um objeto cilíndrico atinge a pele. São 
comuns, por exemplo, quando o instrumento utilizado é um cassetete. 
 
Figura 06: Víbice 
DIFERENÇA ENTRE EQUIMOSE E HEMATOMA 
EQUIMOSE HEMATOMA 
O sangue se infiltra nas malhas do tecido 
subcutâneo. 
O sangue se aglomera em determinado ponto, 
formando bolsas. 
A. Abertas (há rompimento da pele): 
 
1. Escoriação – é o arrancamento da epiderme com exposição da derme, em razão do deslizamento 
do agente contundente que atua tangencialmente. A epiderme é a primeira camada da pele e a 
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derme a segunda, entre uma e outra estão as cristas da papila onde estão localizados os vasos 
sanguíneos, linfáticos e as terminações nervosas. 
Na pessoa viva forma-se uma crosta avermelhada no local da lesão em razão da secreção 
(exsudação), que ao secar forma a crosta. Após a primeira semana a crosta começa a se destacar 
pelas bordas e na segunda semana se destaca totalmente deixando uma cicatriz de cor rósea 
esbranquiçada (marca de escoriação) que desaparece com o tempo. Daí podemos concluir que pela 
análise da crosta é possível dizer aproximadamente quando se deu a lesão. No cadáver, não haverá 
secreção e, não haverá crosta, o local da lesão ficará com aspecto apergaminhado em razão da 
desidratação do local, já que o rompimento faz com que a água evapore mais rapidamente. 
 
Figura 07: escoriação 
Obs.: Estigmas ungueais são as escoriações feitas pelas unhas. 
2. Ferida contusa – É o rompimento que atinge todas as camadas da pele, incluindo o tecido 
subcutâneo. O agente agressor promove a perda da integralidade da pele ou vence sua 
elasticidade. Atinge a derme, camada abaixo da epiderme e possuí várias graduações que vão variar 
de acordo com a profundidade atingida. Nesse caso não há cura e sim cicatrização e haverá 
consequências penais a depender da gravidade, poderá considerar-se lesão grave ou gravíssima, 
conforme o artigo 129 e parágrafos do Código Penal. A ferida contusa se caracteriza por ter bordas 
irregulares com feridas escoriadas ou equimosadas. Os tecidos apresentam traves de tecido 
íntegro e de tecido ferido; o fundo da lesão é desigual (sujo). A pele próxima ao ferimento se 
descola e formam feridas de difícil cicatrização. 
3. Esmagamento – a lesão atinge todos os planos de um segmento do corpo pelo agente vulnerante 
incluindo ossos em razão de ter grande massa e grande energia cinética. Consiste na compressão 
completa e destrutiva do corpo, resultando da grande pressão uma massa disforme. 
Obs.1: Síndrome de Crush ou síndrome do esmagamento, em razão do esmagamento é liberada pelos 
tecidos substâncias nocivas que levam à insuficiência renal (entopem os túbulos renais). Assim, diante do 
esmagamento de extremidades, como braços ou pernas, se aplique imediatamenteum garrote ou 
torniquete, impedindo que as substâncias nocivas cheguem à corrente sanguínea e ocorram as 
consequências letais. 
Curiosidade! Mioglobina é uma proteína presente nos músculos dos vertebrados. Ela é responsável pelo 
transporte de oxigênio molecular. Quando há o esmagamento do tecido muscular essa proteína se espalha 
pela corrente sanguínea e provoca a necrose tubular aguda nos rins. Daí a necessidade do uso de 
torniquete quando há esmagamento do membro. 
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Obs.2: Blast Injury ou síndrome explosiva, uma onda de choque que se desloca de forma rápida e brusca 
que atinge a vítima provocando lesões em diversos órgãos. Ocorre na água, mas é mais grave em 
ambientes fechados. 
4. Encravamento – penetração, com permanência, de objeto afiado em qualquer parte do corpo. 
5. Empalamento – penetração de objeto no ânus ou no períneo. 
Obs.: Lesões com assinatura são aquelas lesões que tomam a forma do agente. Porém, o mais comum é 
não ser possível a identificação do instrumento com base na lesão e por isso o mais correto é dizer ação 
contundente e não instrumento contundente. 
Dissemos acima que a ação contundente resulta da transferência de energia. Essa transferência pode se 
dar por compressão, descompressão, tração, deslizamento, percussão, explosão e torção. 
A ação poderá ser direta (a lesão será no ponto de contato entre o objeto e o corpo) ou indireta (a lesão 
será no lado oposto ao ponto de contato). 
 
Precipitação: é o nome dado à lesão de queda de lugar alto. 
Defenestração: é o nome dado quando a queda é da janela. 
 
 
Ano: 2018 Banca: NUCEPE Órgão: PC-PI Prova: Perito Médico Legista 
 
Assinale a alternativa INCORRETA entre a consequência da ação contundente e as 
características: 
 
a) Rubefação: congestão de leve intensidade, se constituindo numa mancha avermelhada 
muito fugaz. Para alguns autores, não é lesão corporal. 
 
b) Sufusão: quando as equimoses são pequenas. 
 
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c) Equimose: provocada por trauma em que as hemácias extravasam nas malhas dos tecidos, 
sem formar coleção. Em coloração violácea, avermelhada e outras variações, tais como 
esverdeada, amarelada, a depender do tempo de evolução. 
 
d) Hematomas: provocados por traumas em que extravasa sangue dos capilares, formando 
coleção por agrupamento sanguíneo, em determinado ponto. 
 
e) Petéquias: são equimoses puntiformes, por aumento de permeabilidade vascular naquele 
local. São encontrados normalmente nas asfixias, mortes rápidas, septicemia, etc. 
 
Gabarito:B 
 
2.1.2 – Instrumentos Cortantes: Lesão Incisa 
Não é aquele que corta, mas sim aquele que SÓ corta. Transferem a energia cinética por deslizamento e 
leve pressão, por meio de um gume, fio ou corte, gerando secção dos tecidos. Ex.: navalha, vidro. 
O ferimento tem sangramento em abundância porque os vasos estão abertos. As feridas incisas 
caracterizam-se por terem as bordas regulares, nítidas e lisas; ausência de outros vestígios traumáticos em 
torno da lesão; regularidade do fundo da ferida a qual não apresenta pontes de tecido nem regiões 
mortificadas, predominando a extensão sobre a profundidade, sendo certo que a profundidade é maior no 
terço inicial, superficializando-se a seguir, terminando em uma escoriação linear (cauda de escoriação ou 
de rato). Essa cauda nos diz onde o instrumento saiu (onde foi o final do movimento do golpe). 
Tipos de feridas incisas: 
1) Ferida incisa simples: tem maior comprimento do que profundidade, com bordas regulares, fundo 
liso e brilhante. Geralmente é superficial (tegumentar). 
2) Ferida em biesel ou em bico de flauta ou ferida com retalho: a ação se faz obliquamente e destaca 
uma porção do tecido lesado. 
3) Ferida mutilante: aquela em que há perda de um pedaço do corpo pela ação tangencial em relação 
ao ponto atingido. Ex.: arrancamento de orelha. 
A ferida incisa é mais profunda na porção inicial e mais superficial na porção distal, formando 
uma cauda de escoriação. 
Nos ferimentos feitos em vida, o sangue infiltra os tecidos sendo certo que se a lesão foi debaixo da água a 
infiltração poderá ser discreta, se a lesão for feita no morto, como não há circulação de sangue não haverá 
infiltração. 
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✓ Feridas incisas localizadas na parte anterior do punho sugerem suicídio, especialmente 
se já houver cicatriz no local; 
✓ Multiplicidade de golpes é comum em caso de homicídio; 
✓ Lesões de hesitação indicam que o indivíduo testou a sensibilidade da pele se for o caso 
de suicídio e indicam sadismo e tortura se tratar-se de homicídio. 
 
Feridas incisas (recebem nome específico a depender da localização) 
1. Esgorjamento – ferimento na face anterior e lateral do pescoço. 
2. Degola – ferimento profundo na parte posterior do pescoço. 
3. Decapitação – é a secção total do pescoço. 
4. Esquartejamento – é a separação do corpo em 4 (quatro) partes. 
5. Espostejamento – é a separação do corpo em diversas partes irregulares. 
Obs.: Lesão de defesa - feridas localizadas nas mãos ou antebraços da vítima. 
 Curiosidade! Nos cadáveres as feridas serão mais fechadas em razão de os tecidos estarem menos 
elásticos e nas feridas profundas a retração dos músculos é menor em decorrência da rigidez cadavérica. 
Porém, se a lesão for no pescoço ou nas mãos e pés, será difícil precisar se a lesão foi feita antes ou após a 
morte, pois no pescoço a retração é muito grande e nas mãos e pés é muito pequena. 
Sinal de Chavigny: duas lesões cortantes se sobrepondo, a primeira será de bordos fechados com a 
contração da pele, pois a segunda foi realizada já com o tecido cortado. 
 
2.1.3 – Instrumentos Perfurantes: Lesão Punctória Ou Lesão Em Fenda Ou Botoeira 
Não é aquele que perfura, mas sim o que SÓ perfura, ex.: agulha, furador de gelo. É todo instrumento que 
possui uma haste cilíndrico-cônica dotada de uma ponta. 
São instrumentos que transferem a energia cinética por meio de uma ponta e, essa ponta afasta as fibras 
do tecido por pressão para dar passagem à haste cilíndrica. Atuam de forma ativa (quando atinge o corpo 
em repouso) ou passiva (quando o corpo em movimento atinge o instrumento). 
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Os instrumentos perfurantes podem ser: 
➢ De pequeno calibre (alfinetes e agulhas p.ex): produzem feridas punctórias (um ponto), com 
profundidade variável de acordo com a intensidade de penetração. Em razão da elasticidade da 
pele o orifício deixado pelo instrumento se fecha. 
 
➢ De médio calibre (furador de gelo): produz feridas em fenda ou botoeira (casa de botão), com 
bordas regulares e simétricas que seguem a direção das linhas de forma da pele. Não havendo 
corte do tecido, terão ângulo arredondado e geralmente forma de gota. Enquanto estiver fincado 
no corpo o orifício de entrada será circular, porém quando retirado as linhas de força da pele 
entram em ação e o ferimento assume forma alongada bem semelhante àquela deixada por 
instrumento perfuro-cortante de dois gumes ou de um gume (botoeira). 
As lesões produzidas por instrumento perfurante de médio calibre em uma mesma região do corpo terão 
a mesma direção em razão das fibras que são perfuradas (Lei de Filhos). E, a depender da área a lesão 
terá forma de bico, quadrada ou estrelar (Lei de Langer). 
De acordo com o professor José Mauro de Moraes, citado por Rogério Greco e outros na obra “Medicina 
Legal à luz do Direito Penal e do Direito Processual Penal”: 
• Lei de Filhos:as feridas deixadas pelos instrumentos perfurantes são semelhantes às produzidas 
por instrumento de dois gumes (lei da semelhança). 
• Lei de Filhos: na mesma região, o maior eixo das feridas estará orientado no mesmo sentido das 
fibras musculares subjacentes (lei do paralelismo). 
• Lei de Langer: nas regiões onde há cruzamento de muitas fibras, as feridas tomam a forma de 
quadrilátero, triângulo ou seta, resultante do equilíbrio dessas forças (lei da elasticidade). 
 
 
 
Com relação à profundidade, temos que as lesões poderão ser: 
Instrumento 
Perfurante
Calibre
Pequeno
Ferida 
punctória
Médio 
Ferida em fenda 
ou botoeira
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o Superficiais; 
o Penetrantes; e 
o Transfixantes. 
 
Obs.: Lesão em acordeão - ferimento mais profundo que o comprimento do instrumento em razão de o 
instrumento, após penetração total em região do corpo depressível, sofrer uma pressão adicional. 
Não confundir ferimentos causados por instrumentos perfuro-cortantes com ferimentos causados por 
instrumentos perfurantes: 
 
 
2.1.4 – Instrumentos Perfuro-Cortantes: Lesão Perfuro-Incisa 
Transferem sua energia cinética por pressão por meio de uma ponta, e por deslizamento, por meio de um 
ou mais gumes que seccionam os tecidos. As lesões causadas apresentam predomínio de profundidade 
sobre a extensão, assim a gravidade da lesão vai variar de acordo com o grau de profundidade. 
➢ Instrumento com um gume. Geram lesão em botoeira (fenda com um ângulo agudo e outro 
arredondado). Ex.: faca de cozinha, canivete; 
➢ Instrumento com dois gumes. Geram lesão com dois ângulos agudos. Ex.: punhal, espada; 
➢ Instrumentos com mais de dois gumes. Ex.: alguns tipos de lima. 
Obs.: Se houver torção do instrumento antes da retirada do corpo, a borda onde houve a torção 
apresentará um entalhe que permitirá identificar o número de gumes, já que só haverá entalhe onde 
houver gume cortante. 
Pergunta: Instrumentos perfuro-cortantes de dois gumes geram lesão em fenda, independentemente da 
tração já que secciona as fibras dos tecidos, então como diferenciar essa lesão daquela lesão produzida por 
instrumentos perfurantes? 
Resposta: Leis ou princípios de Filhós e Langer (instrumentos perfurantes). 
Instrumentos
Perfurantes
Transfere energia cinética 
por meio de uma ponta 
que afasta as fibras do 
tecido por pressão
Perfuro-cortantes
Transfere energia cinética 
por pressão através de um 
ponto e por deslizamento
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E o que dizem esses princípios? Os princípios de Filhós e Langer nos dizem que: 
 
Feridas causadas por instrumentos perfurantes têm aspecto semelhante àquelas causadas por 
instrumentos perfuro cortantes de dois gumes ou têm formato de botoeira (1º Lei – Filhós – 
Semelhança); 
Feridas causadas por instrumentos perfurantes têm sempre a mesma direção, ficando as linhas 
de força paralelas entre si. (2ª Lei - Filhós – Paralelismo) 
Instrumentos perfurantes formam feridas com formatos diferentes nos pontos de encontro das 
linhas de força em razão da elasticidade da pele (3ª Lei – Langer – Elasticidade) 
Macete: PES – *Paralelismo, Elasticidade e Semelhança. 
Nas feridas causadas por instrumentos perfuro-cortantes há corte dos tecidos fazendo com que a lesão 
mantenha sua posição original, ficando mais alongada ou mais aberta a depender da tração das linhas de 
força e não ficam paralelas. 
E se houver apenas uma lesão? Como diferenciar? 
Se essa única lesão estiver na direção das linhas de força o instrumento causador poderá ser perfurante ou 
perfuro-cortante; porém se a lesão for contrária às linhas de força só poderá ter sido causada por 
instrumento perfuro-cortante. 
 
2.1.5 – Instrumentos Corto-Contundentes: Lesão Corto-Contusa 
São instrumentos com grande massa que transferem sua energia cinética geralmente por um gume não 
afiado, agindo por pressão. As lesões geralmente são profundas, graves e mutilantes. As bordas das 
lesões são afastadas, escoriadas, permitindo que se veja laceração de outros planos. Ex. machado; 
enxada. 
Obs.: Flamínio Fávero entende que os dentes causam lesão corto-contundente, porque não possuem gume 
vivo. 
 
 
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2.1.6 – Instrumentos perfuro-contundentes: lesão perfuro-contusa 
São aqueles que atuam sobre o alvo perfurando-o e contundindo. Atingem a vítima através de uma ponta 
não afiada (romba) e agem por pressão. 
Ex.: projétil de arma de fogo, vergalhão, flecha, lança. 
 
 
Ano: 2018 Banca: NUCEPE Órgão: PC-PI Prova: Perito Médico Legista 
 
Assinale a opção em que as correspondências estão INCORRETAS quanto aos mecanismos, 
feridas e instrumentos predominantes na maioria dos casos: 
 
a)Instrumento cortocontundente/mecanismo de ação: perfura e corta ao mesmo tempo. 
Ferida: perfuro-cortante. Exemplo de instrumento: machado. 
 
b)Instrumento perfurante/mecanismo de ação: pressão em um ponto. Ferida punctória. 
Exemplos de instrumentos: Estilete, agulha. 
 
c)Instrumento contundente/mecanismo de ação: pressão e deslizamento em superfície 
irregular. Ferida contusa. Exemplos de instrumentos: mão, pedra, madeira, solo. 
 
d)Instrumento cortante/mecanismo de ação: pressão e deslizamento sobre o seu gume; ferida 
incisa. Exemplos de instrumentos: navalha, bisturi. 
 
e)Instrumento perfuro-cortante/mecanismo de ação: perfurando e cortando ao mesmo tempo. 
Ferida perfuro-cortante. Exemplo de instrumento: faca. 
 
Gabarito: A 
 
2.1.6.1 – ARMAS DE FOGO 
Em razão da importância do assunto abriremos tópico específico para tratar das armas de fogo. 
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O que é arma? 
Temos dois conceitos que deverão ser considerados conjuntamente para chegarmos à resposta. 
Conceito técnico: arma é todo objeto criado com a finalidade de ataque ou defesa. 
Conceito jurídico: arma é todo objeto criado com a finalidade de matar, sendo que este conceito pode ser 
entendido em dois sentidos: 
• Em sentido estrito (próprio): qualquer objeto definido como arma pelo legislador (espada, arma de 
fogo); 
• Em sentido amplo (impróprio): qualquer objeto utilizado na prática de um delito (navalha, chave de 
fenda). 
De acordo com Eraldo Rabelo, citado por Neusa Bittar, p. 74, as armas classificam-se em: 
- Manuais: usadas no combate corpo a corpo, como espadas e punhais; 
- De arremesso: usadas no combate à distância e dividem-se em: 
➢ Simples: a própria arma funciona como projétil, uma lança, por exemplo; 
➢ Complexas: quando arremessam projéteis, como a arma de fogo. 
O que é arma de fogo? 
É a arma criada pelo homem com capacidade de lançar projéteis usando para tanto a força expansiva de 
gases resultantes da queima controlada de determinado propelente (gases que ficam no ESTOJO). São 
instrumentos formados essencialmente por um cano de aço (ou similar) com uma extremidade aberta e 
outra obliterada onde se coloca a munição, sendo que a atividade básica é a combustão de misturas 
explosivas que formarão gases que irão se expandir lançando o projétil através do cano. 
Arma que arremessa projétil empregando a força expansiva de gases gerados pela combustão de um 
propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de 
propiciar continuidade à combustão do propelente. 
 
a. PARTES FUNCIONAIS DAS ARMAS DE FOGO 
1. A armação (forma própria) e os acessórios; 
2. O cano da arma 
3. O depósito (onde estão os cartuchos com as munições) 
4. O mecanismo (possibilita o funcionamento). 
 
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b. PARTES DO CARTUCHO 
1. Projétil; 
2. Estojo; 
3. Carga de projeção (pólvora); e 
4. Espoleta (armas de alma raiada) 
 
 
Figura 08: Cartucho 
O cartucho é a munição inteira; o conjunto todo. O estojo (feito de liga metálica, geralmente latão), se 
expande em razão do calor ocasionando a vedação do cano da arma na porção posterior impedindo a 
passagem de qualquer material pela parte de trás da arma (culatra). 
A espoleta nada mais é do que uma mistura explosiva (fulminato de mercúrio) contida em uma pequena 
cápsula metálica na base do estojo. A percussão da cápsula de espoletamento detona a espoleta 
produzindo uma faísca a qual passará pelo evento (orifício) até chegar ao compartimento onde está a 
pólvora. 
A pólvora (composto químico inflamável formado de carvão, enxofre e salitre) queima quando é atingida 
pela faísca da espoleta o que gera uma grande quantidade de gases. 
Em razão de o estojo ser hermeticamente fechado na parte de trás (isso impede que o tiro saia pela 
culatra) a pressão dos gases força o projétil para fora através do cano da arma. 
O projétil (geralmente de chumbo) é a única parte da munição que percorre o cano da arma. Poderá estar 
revestido por uma liga metálica que se deformará quando encontrar o alvo (projétil encamisado). 
O projétil pode ser: 
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a) PENETRANTES: entram nos alvos, mas não saem (liberam toda a energia dentro do alvo) 
b) TRANSFIXANTES: entram e saem. 
Obs.: O projétil não pode ser penetrante e transfixante ao mesmo tempo. 
Tecnicamente o tiro só é considerado acidental quando feito sem o acionamento do gatilho. 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO 
 
a. QUANTO À ALMA DO CANO (SUPERFÍCIE INTERNA DO CANO) 
• Lisa – sem raiamento (sem estrias ou sulcos). A munição tem vários balins de chumbo. Ex.: 
espingardas. 
Obs.: Balins é o conjunto de projéteis em cada disparo (projéteis múltiplos). 
As espingardas têm cano liso, razão pela qual fica impossibilitado o exame de microcomparação com os 
projéteis. Como a espingarda possui cano de alma lisa, não é o diâmetro interno do cano que é examinado, 
mas o número de esferas de chumbo do calibre, que formará uma libra. 
Armas de cano cerrado/curto: os balins dispersam precocemente. 
Armas de cano longo: os balins dispersam tardiamente. 
Se os balins dispersarem menos é porque o tiro foi de uma distância mais curta; ao passo que quanto 
mais dispersos estiverem maior será a distância do disparo. São as chamadas “rosas de tiro”, como os 
projéteis são múltiplos quanto maior a distância, maior a dispersão. Ainda, nesses casos se a distância for 
curta pode haver um orifício central (rodeado por orifícios menores) ou um único orifício, como se o 
projétil fosse único. 
• Raiada – com raias (sulcos) helicoidais que imprimem ao projétil movimento de rotação sobre seu 
próprio eixo, aumentando o alcance e a precisão do disparo. Esse raiamento deixa marcas de 
“identidade” do cano no projétil o que permite a identificação da arma usada no disparo (exame de 
comparação). Obviamente esse exame depende da apreensão do projétil e da arma para que se 
efetue novo disparo e compare-se as marcas. 
 
 
b. QUANTO AO SISTEMA DE CARREGAMENTO 
• De antecarga: a munição é colocada pela parte anterior da arma. 
• De retrocarga: a munição é colocada pela parte posterior da arma. 
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c. QUANTO AO SISTEMA DE IGNIÇÃO (DETONAÇÃO) 
• Por mecha ou pavio (obsoletas); 
• Por atrito; 
• Por percussão (maioria das armas usadas hoje); 
• Elétrica 
 
d. QUANTO AO FUNCIONAMENTO 
• De tiro unitário: tem que ser carregada a cada disparo efetuado; 
• De repetição: uma vez carregada permite efetuar vários disparos; 
• Não automática: a apresentação da munição ao cano da arma ocorre de forma mecânica quando 
acionado o mecanismo de disparo. Ex.: Revólver. 
• Semiautomática: quando a energia oriunda do disparo já coloca a próxima carga em posição no 
cano, dependendo de cada tiro do acionamento do gatilho pelo atirador. Ex.: Pistolas. 
• Automática: difere da semiautomática pelo fato de que uma vez acionada pelo primeiro tiro 
continuará a atirar enquanto o atirador mantiver o gatilho pressionado. Ex.: Metralhadora. 
 
e. QUANTO À MOBILIDADE 
• Fixas: montadas sobre um suporte. 
• Móveis: quando a base é móvel. 
• Semi portáteis: que podem ser movimentadas por mais de uma pessoa. 
• Portáteis: de cano longo (para tiros de longa distância) de cano curto (para tiros de média e curta 
distância). 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DE UMA ARMA DE FOGO 
É realizada pelo Instituto de Criminalística de forma direta ou indireta. 
• Direta: sobre a arma em questão. Temos a identificação direta quando o exame é realizado na 
própria arma com suas características e qualidades próprias. 
• Indireta ou mediata: mediante o confronto balístico das deformações examinadas nos estojos de 
munição disparada. Ocorre quando é realizada diante de um estudo comparativo das características 
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gerais e peculiares, das deformações impressas pela arma nos elementos de sua munição (espoleta, 
projétil). 
Com relação aos dados de qualificação de uma arma de fogo portátil, podem ser considerados os 
seguintes: nome, tipo, marca, calibre nominal, número de série, naturalidade e nacionalidade. 
As marcas deixadas no projétil são chamadas de ESTRIAS; as marcas no cano da arma são chamadas RAIAS. 
As armas de alma lisa deixam deformações no estojo e na cápsula de espoletamento; já as de alma raiada 
causam deformações no projétil em razão do raiamento (estrias) ou em razão da má apresentação do 
projétil no cano. 
Em situações onde não se encontram os projéteis, faz-se a análise das deformações causadas no estojo e 
na cápsula de espoletamento em razão da ação do percussor da arma. Também será possível a 
identificação, se tratar-se de arma automática ou semiautomática, a análise do extrator e do ejetor no 
culote dos estojos da munição. 
➢ Calibre real = diâmetro medido entre pontos cheios opostos. 
➢ Calibre nominal = diâmetro medido entre sulcos das raias opostos (calibre do projétil). 
 
Calibre permitido X Calibre restrito 
• Uso restrito: pelas Forças Armadas, Instituições de Segurança, pessoas jurídicas habilitadas, pessoas 
físicas habilitadas. 
-Arma curta: 454 casull 
- Arma longa: 5.56, 308 e 454 casull 
 
 
• Uso permitido: utilização permitida a pessoas físicas e jurídicas. 
-Arma curta: 22, 635, 32, 765, 380, 38SPL. 
-Arma longa: 22, 32-20, 38-40, 44-40. 
 
IMPORTANTE: A partir do Decreto Nº 9.845/19, os seguintes calibres que antes eram de uso restrito, 
passaram a ser de uso permitido: 9mm, 357, 38 Super Auto, .40SW, .44spl, 44 Magnum, 45ACP, 45 Colt. 
 
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IDENTIFICAÇÃO DO ATIRADOR 
As peles das mãos do atirador são atingidas pelos gases resultantes da explosão da espoleta e da queima 
da pólvora, bem como por partículas de chumbo dos projéteis ogivais. 
Esses resíduos podem formar manchas acinzentadas nas mãos do atirador, manchas essas geralmente 
invisíveis a olho nu. 
As partes das mãos mais atingidas são o dedo indicador, a dobra entre este e o polegar e o dorso da mão. 
A prova da parafina nos permite identificar agentes oxidantes (nitratos) resultantes da queima de qualquer 
dos componentes e não somente da pólvora sendocomum os resultados falsos positivo ou negativo. 
Poderá se positiva a prova em até 3 (três) a 5 (cinco) dias após o disparo. A ausência ou presença de 
resíduos não deve ser utilizada como elemento definitivo, mas sim como orientação. 
 
 
BALÍSTICA 
Balística é a parte da física que estuda o movimento dos corpos e projéteis no espaço. 
Divide-se em: 
➢ Balística interior: estuda o mecanismo, funcionamento e técnica do disparo da arma, a mecânica do 
disparo e os efeitos da munição dentro das armas. 
Mecânica do disparo: 
- Percussão: ocorrerá quando o gatilho for acionado fazendo com que o percussor bata na espoleta da 
munição que fica na porção inicial do cano da arma (câmara não tem raiamento). 
- Iniciação da espoleta: uma vez atingida a espoleta detona produzindo a faísca que passa pelo evento 
e atinge a pólvora. 
- Queima da carga de projeção: em contato com a faísca há o aquecimento da pólvora que começa a 
queimar, aumentando a temperatura, gerando gases que se expandem dentro do estojo, aumentando-
se a pressão de forma gradual e progressiva deslocando o projétil. 
- Voo livre e tomada do raimento pelo projétil: o projétil é forçado de encontro às raias, pois seu 
calibre é nominal (tem que vencer a resistência já que é mais calibroso que os pontos cheios), gira no 
sentido imprimido pelo raiamento e se desloca no interior do cano. 
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- Aceleração do projétil: o projétil ganha velocidade. 
- Saída do projétil: o projétil e os gases que foram produzidos saem do cano da arma, diminuindo a 
pressão e o estojo (vazio e já com seu tamanho normal) é expulso pela arma ou no caso de revólver 
ficará preso no tambor. 
- Passo de raiamento: o projétil se desloca no ar e gira em torno de seu eixo, de acordo com o sentido 
dado pelas raias da arma. 
 
➢ Balística exterior: estuda a trajetória dos projéteis desde a saída da arma até o alvo. Estuda os 
movimentos dos projéteis no espaço, de propulsão, rotação, vibração e a relação destes 
movimentos de força própria com a ação da gravidade e a resistência do ar. 
 
Vamos relembrar as aulas de física: Todo corpo que se desloca no espaço em razão de um impulso tem a 
trajetória de uma curva. 
Obs.: Trajetória é o percurso desenvolvido pelo projétil desde o disparo até atingir o alvo. 
Tiro para o alto: No momento em que o projétil sai do cano da arma sua velocidade é máxima, ao subir 
encontra resistência do ar e a força da gravidade o atrai para o centro da terra; a velocidade vai diminuindo 
até que para e começa a cair, existe resistência do ar na queda, mas a força da gravidade estará a seu 
favor, logo o projétil, durante a descida, adquire velocidade suficiente para atingir o alvo. Obviamente essa 
velocidade não será a mesma de quando sai da arma. A velocidade inicial do projétil é a sua velocidade 
máxima. 
 
➢ Balística terminal: estuda os efeitos dos projéteis no seu impacto contra o alvo. 
 
O projétil, durante a trajetória sofre deformações: 
a) Deformações normais; aquelas provocadas pela raia do cano; 
b) Deformações periódicas; aquelas provocadas pelo choque do projétil com o cano da arma devido à 
má apresentação da munição; 
c) Deformações acidentais: aquelas que ocorrem quando um projeto expansivo se choca com o alvo 
(projéteis encamisados). 
 
EFEITOS DOS PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO NO CORPO HUMANO 
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Os projéteis de arma de fogo geram lesão no corpo humano. Devemos considerar os seguintes pontos ao 
se estudar a lesão: 
 
a) Orifício de entrada (OE). É o ponto de ingresso do projétil. Não confundir com ferida de entrada 
que é o conjunto de lesões. 
b) Trajeto. É a linha seguida pelo projétil no interior do corpo. 
c) Orifício de saída (OS). Por onde o projétil saiu do corpo, somente será verificado nos casos de tiros 
transfixantes. 
Obs.: Trajeto em chuleio: Trata-se de ferimento produzido por um único golpe que transfixa várias partes 
do corpo. Ex: Lesão por PAF que transfixa o braço, penetra no tórax, podendo transfixá-lo, ou não, e entra 
no outro braço, podendo transfixá-lo, ou não. 
 
1. EFEITOS PRIMÁRIOS 
São os responsáveis pela eficiância dos projéteis e ocorrem por: 
 
a) AÇÃO DIRETA: aquela gerada pelo choque provocado pelo projétil. O projétil empurra e abre os 
tecidos, rompendo-os no seu trajeto no corpo, formando o canal de ferida permanente (canal de 
destruição). 
b) AÇÃO INDIRETA: é a cavidade aberta pelo choque do projétil que gera ondas de pressão 
hidrostática que afastam os tecidos por frações de segundo e após retornam a seu estado anterior 
devido a elasticidade, formando uma cavidade temporária. Essa ação lesa tecidos não atingidos 
pelo projétil. 
Obs.: Os efeitos primários, em especial a cavidade temporária, são os principais responsáveis pelo poder de 
parada. 
Curiosidade! Poder de parada ou stopping power: relação entre o calibre e a munição ideais para 
incapacitar o oponente com um só disparo. 
Obs.: O índice de incapacitação de determinada munição é sempre relativo (RII) já que depende das 
condições do oponente. 
 
2. EFEITOS SECUNDÁRIOS 
São os efeitos permanentes sobre o corpo humano de interesse médico legal. 
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Obs.: Cone da explosão: elementos que saem da arma além do projétil, quais sejam: pólvora queimada, 
pólvora em combustão, pólvora incombusta e fogo (chama). 
 
➢ Efeitos decorrentes do projétil 
Estarão presentes sempre que o corpo humano for atingido, não importando a distância da arma. 
 
a) Orifício de entrada – o projétil ao tocar a pele com sua ponta a empurra até o máximo de sua 
elasticidade sempre girando em seu próprio eixo. Como para romper a pele, o projétil a 
distende ao máximo, o orifício produzido fica menor que o diâmetro do projétil, já que a pele 
distendida volta ao normal, porém nos tiros próximos o diâmetro da ferida é maior do que o do 
projétil. As bordas ficam invertidas (voltadas para dentro), será produzida ferida circular se o 
tiro for perpendicular ou oval se o tiro for inclinado (oblíquo). Seja qual for a distância do tiro o 
orifício de entrada apresentara orla de contusão e orla de enxugo. 
 
• Orla de escoriação, orla de contusão ou orla de Fisch: o movimento giratório escoria a pele, o 
projétil entra arranca a pele e expõe a epiderme formando uma ferida escura. 
 
• Orla, contorno, halo, margem de enxugo: é uma zona escura, mais interna, formada pela “sujeira” 
(resíduos do cano da arma), resíduos do projétil que ficam impregnados na borda do ferimento de 
entrada. 
• Quando for a “queima roupa” a fumaça e os grãos se espalham para o lado oposto. 
 
• Orla ou auréola equimótica: geralmente de tonalidade violácea, causada em razão da infiltração 
dos tecidos ocasionada pela ruptura dos vasos sanguíneos vizinhos à lesão decorrentes da pressão e 
contusão exercida pelo projétil. Essa orla não aparecerá se o tiro for contra um cadáver, pois não 
haverá circulação de sangue. 
 
• Zona de tatuagem: decorre da incrustação de grânulos e fragmentos de pólvora não combusta pelo 
disparo, se aloja na derme e não é removível. 
 
• Zona de esfumaçamento: se forma a partir do depósito de pólvora combusta e impurezas, podendo 
ser removida com água. 
 
• Zona de chamuscamento ou queimadura: produzida pelos gases superaquecidos que queimam a 
vestimenta, os pelos a epiderme etc. Só se forma nos casos de tiros muito próximos. 
 
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Figura 09: orifício de entrada 
Obs.1: essasorlas poderão ser concêntricas ou não, variando de acordo com a direção do tiro, se 
perpendicular ou obliqua. Se for oblíqua a escoriação será maior do lado de ângulo mais agudo em razão 
do maior contato do projétil com a pele, orientando a direção do disparo. 
Obs.2: Incidência do disparo: é de onde veio, considerando-se o cadáver deitado na mesa de autópsia. Se o 
orifício estiver igual é porque o projétil entrou perpendicularmente (90º); a espessura da orla de escoriação 
é maior de onde veio o tiro “de cima para baixo, da esquerda para a direita”. 
Obs.3: As zonas de queimadura, tatuagem e esfumaçamento podem não estar presentes no caso de tiro à 
curta distância, pois pode ter havido um anteparo, como por exemplo um travesseiro. 
Após a entrada o projétil pode ou não sair, bem como pode fragmentar-se dando origem a vários orifícios 
de saída. 
b) Trajeto: o projétil segue um caminho dentro do corpo formando um canal que poderá terminar 
em um orifício de saída ou em um fundo de saco ou cego (o projétil permanece no corpo) ou 
pode inexistir como nos casos de tiro de raspão. Neste canal podem ser encontrados 
fragmentos das vestes da vítima e outros elementos 
 
c) Orifício de saída: para sair o projétil forçará os tecidos de dentro para fora rasgando e 
evertendo as bordas da pele. Esse orifício geralmente é maior que o de entrada (devido à 
movimentação e fragmentação do projétil) e poderá apresentar fragmentos de ossos e/ou 
tecidos. Não haverá orla de enxugo, pois o projétil já estará limpo; nem orla de escoriação já 
que o projétil gira abaixo da pele, de dentro para fora, rasgando-a; ao menos que o projétil 
encontre resistência como uma vestimenta ou superfície já que o projétil continuará girando até 
que consiga sair. Poderá haver orla de equimose na saída. 
 
*Excepcionalmente o orifício de saída pode apresentar orla de escoriação quando o plano 
cutâneo encontra-se em contato com um anteparo, conhecido como sinal de Romanesi. 
 
 
➢ Efeitos decorrentes do cone de explosão 
 
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Dependem da distância do disparo. Além do projétil, saem pela boca do cano da arma outros elementos 
como pólvora já queimada, pólvora em combustão, pólvora incombusta e chama, que constituem o cano 
de explosão. Basta a presença de um desses elementos para se afirmar que o tiro foi a curta distância; não 
sendo necessária a presença de todos eles. 
 
A pólvora não queimada ou em combustão é mais pesada e penetra na pele formando a zona de tatuagem, 
chegando de 25 a 30 centímetros. 
 
Já a pólvora queimada, mais leve, apenas se deposita sobre a pele, saindo facilmente com água e sabão, 
atingindo cerca de 15 a 20 centímetros formando a zona de esfumaçamento. 
 
A chama, por sua vez somente atingirá alvos muito próximos, até 5 centímetros dando origem à zona de 
chamuscamento (orla de queimadura) onde os gases superaquecidos queimam a pele e os pelos. 
Obs.: o ideal é testar a arma em questão para se saber exatamente o alcance de seu cone de explosão. 
 
Distância do disparo: Será verificada a partir do orifício de entrada; que também nos dirá a angulação 
em que o PAF penetrou no organismo, classificando-se, assim, os disparos em: 
1. A longa distância (ou à distância): somente terá os efeitos decorrentes do projétil, quais sejam: 
- Orla de escoriação ou de Fisch 
- Orla de enxugo ou limpadura 
- Orla ou auréola equimótica 
- O orifício de entrada apresentará diâmetro menor que o do projétil, forma arredondada ou 
ovalar e bordas reviradas para dentro. 
2. A curta distância (ou à queima roupa – quando presente todas as zonas): haverá efeitos 
decorrentes do projétil e do cone de explosão, podendo estar presente uma ou todas as zonas a 
depender da proximidade do alvo: 
-Orla de escoriação ou Anel de Fisch 
-Orla de enxugo ou alimpadura 
- Orla ou auréola equimótica 
-Zona de tatuagem 
-Zona de esfumaçamento ou de tisnado 
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-Zona de chamuscamento 
Obs.: A zona de chamuscamento define o disparo à queima roupa, já que a zona de esfumaçamento pode 
ter sido lavada. Devemos lembrar que nem sempre as zonas estarão presentes no orifício de entrada já que 
podem ficar retidas nas roupas, encontrando-se apenas as zonas decorrentes do projétil. 
 
3. Disparo encostado: a boca do cano da arma é pressionada contra o corpo da vítima, de forma que 
nenhum dos elementos do cone de explosão escapa, penetrando através da pele juntamente com o 
projétil. 
Se a pele ficar marcada por um desenho que reproduz a “boca” da arma (queimadura no orifício de 
entrada) formará o sinal de PUPPE-WERKGAERTNER (cano encostado no corpo). O tiro é dado em lugares 
em que os gases podem entrar e se espalhar. Ex. na barriga. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 10: Sinal de werkgaertner 
Se o tiro for com o cano encostado em um lugar com osso, por exemplo, o crânio, os gases não terão para 
onde ir e irão estufar a pele até estourar formando um buraco com a pele virada para fora (pele evertida-
banana descascada), a que se dá o nome de “CÂMARA OU BOCA DE MINA DE HOFFMAN”. O orifício de 
entrada será maior do que o diâmetro do projétil (estrelado) 
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Figura 11: Câmara de mina de Hoffman 
SINAL DE BENASSI: é a zona de esfumaçamento em superfície óssea onde o projétil penetrou que 
demonstra que o tiro foi encostado. 
TRONCO DE CONE DE BONNET: marca existente no caso de tiro transfixante na cabeça, tem importância, 
pois indica a entrada e saída do projétil, quando houver osso, porém não possibilita indicar a distância. O 
osso da cabeça é esponjoso, possui duas tábuas compactas e no meio uma camada esponjosa, o projétil 
fura a camada compacta externa, fragmentando o osso, após o projétil e os fragmentos de ossos atingem a 
camada interna, assim o orifício por onde entrou o projétil é menor do que o orifício do lado de saída do 
projétil, formando no trajeto um cone com bico cortado (truncado). 
Assim, no orifício de entrada a parte mais estreita do cone está na camada externa do osso enquanto no 
orifício de saída a parte mais estreita está na camada interna do osso. 
Obs.: No disparo encostado perfeito não existem na pele as zonas provocadas pelo cone de 
explosão. 
 
Atenção! Nos disparos com armas que possuem compensadores de recuo (orifício perto da 
boca do cano para escape de gases) o cone de explosão não atinge o alvo. 
Obs.: O teste residuográfico na mão de alguém não prova que a substância é pólvora; ele comprova que há 
substâncias químicas que fazem parte da composição da pólvora, mas que também podem estar em outras 
substâncias. Não é prova de certeza é prova indiciária. 
Armas de fogo de alma lisa: a munição é composta por uma base metálica onde se encontra a espoleta e a 
pólvora e um estojo plástico contendo balins de chumbo (múltiplos projéteis) agrupados por uma bucha. 
As lesões vão variar de acordo com o calibre da arma e com a distância do disparo. Quanto maior a 
distância do disparo maior a dispersão formando o que se chama de “rosa de tiro” nos disparos a longa 
distância. Já se o disparo for a curta distância haverá um orifício central em razão da maior concentração 
de balins rodeados por orifícios menores ou um orifício central como se o projétil fosse único. 
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Lesões em razão de projéteis de alta energia: projéteis de alta velocidade e de grande amplitude de 
movimento com alto poder de destruição e de cavitação. O orifício de entradaconsiste em um grande 
buraco que expõe os tecidos mais profundos cujo diâmetro ultrapassa o do projétil. A orla de escoriação é 
praticamente inexistente ou pouco nítida e as bordas serão irregulares. O orifício de saída assemelha-se a 
um rasgo. Nos tecidos que oferecem resistência, como nos ossos, por exemplo, haverá uma explosão já 
que a colisão do projétil irá gerar ondas que se potencializam (fenômeno das ondas pressóricas e de 
choque). 
O fenômeno da cavitação existente nos projéteis de baixa energia da origem a cavidades temporárias em 
dois sentidos: transversal e longitudinal; além de dar causa a várias expansões e colapsos (fechamentos) 
dessas cavidades (cavidades temporárias pulsantes). 
Assim, em regra temos como mecanismos básicos de lesão por PAF: penetração, cavidade permanente, 
cavidade temporária e fragmentação. 
Quanto maior a velocidade do PAF maior será a transmissão de energia cinética transmitida ao alvo e 
maior será a lesão produzida. 
Observações: 
a) Na pele e nos tecidos moles, o orifício de entrada terá suas bordas invertidas, haverá cone de 
explosão e o orifício de saída terá as bordas evertidas. 
b) No crânio o orifício de entrada tem as bordas evertidas e o orifício de saída igual ao dos tecidos 
moles. 
c) Um mesmo projétil pode fazer mais de um orifício de saída em razão da fragmentação do projétil 
ou de tecido ósseo. 
 
 
Diferenças entre orifício de entrada e orifício de saída 
ORIFÍCIO DE ENTRADA ORIFÍCIO DE SAÍDA 
Regular Dilacerado 
Invaginado Evertido 
Proporcional ao projétil Desproporcional ao projétil 
Com orlas e zonas Sem orlas e zonas 
2.2 – ENERGIA BAROMÉTRICA (PRESSÃO ATMOSFÉRICA) 
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Baropatias são as alterações provocadas no corpo humano em razão da permanência em 
ambientes com pressão muito alta, muito baixa ou com brusca variação de pressão. 
 
2.2.1 – Hipobarismo 
✓ Pressões muito baixas (aumento da altitude em relação ao nível do mar): Estamos adaptados à 
atmosfera de onde vivemos e a mistura de gases desse ambiente exerce pressão sobre nosso corpo. 
Ao nível do mar essa pressão é de 1 atmosfera (760 milímetros de mercúrio). Quanto maior a 
altitude menor será a pressão atmosférica e consequentemente menor será a pressão de oxigênio 
no ar até se tornar insuficiente para oxigenar o sangue. Ao se deslocar para um lugar de maior 
altitude é necessário um período de adaptação para evitar que ocorra hipóxia (diminuição do 
oxigênio nos tecidos e no sangue) que gera falta de ar fazendo com que a pessoa passe a respirar 
mais vezes na tentativa de inalar mais oxigênio, ao fazer isso o indivíduo acaba por expelir mais gás 
carbônico levando a uma queda do seu teor no organismo (hipocapnia). Esse quadro caracteriza o 
chamado “mal das montanhas” = hipóxia + Hipocapnia, o qual ocorre com os alpinistas que não se 
aclimataram ou nos casos em que a montanha é tão alta que não permite a adaptação. Os sintomas 
do mal da montanha são: excitação mental, tagarelice, crises de riso ou choro, irritabilidade, ideias 
fixas, confusão mental (semelhante a embriaguez alcoólica). Na sua prova pode vir com o nome de 
mal dos aviadores já que estes quando operam em cabines sem recursos sofrem os mesmos efeitos. 
 
2.2.2 – Hiperbarismo 
✓ Pressões muito altas (abaixo do nível do mar): Ocorre em locais abaixo do nível do mar. Os tecidos 
do nosso corpo apresentam diferenças de elasticidade e dureza. E, em razão do aumento da pressão 
sofrem compressões externa caso não haja compensação pelo aumento da pressão nas cavidades e 
órgãos que contém ar; em razão disso, por exemplo, mergulhadores utilizam roupas especiais com 
bombas de pressão em seu interior para contrabalancear a pressão ambiental, se não houver essa 
compensação a energia mecânica do meio hiperbárico pode causar esmagamento do tórax e 
alterações bioquímicas causadas pela descompressão. 
 
✓ Descompressão rápida: pode ocorrer em razão da passagem brusca de um ambiente de pressão 
normal para um ambiente de pressão baixa (descompressão de cabine de avião, p. exemplo) ou de 
ambientes hiperbáricos para o nível do mar (mergulhadores, mineiros que sobem rapidamente). 
 
✓ Doença da descompressão ou doença dos mergulhadores ou mal dos caixões: o aumento da 
pressão faz com que os gases respirados se dissolvam em maior quantidade no sangue, esses gases 
geralmente se desprendem em forma de bolhas que se alojam nos tecidos. 
 
✓ Embolia traumática pelo ar: acidente de mergulho que ocorre quando há subida muito rápida em 
consequência da ruptura dos alvéolos pulmonares que permitem a passagem do ar para os vasos 
sanguíneos formando bolhas que entopem os vasos (como se fossem coágulos). 
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✓ Explosões: a grande força expansiva dos gases liberados em uma explosão é transmitida em todas 
as direções causando impacto (blast) sobre os corpos que entrarem em contato podendo ocorrer 
por 3 (três) formas: pelo ar, pela água e pelos sólidos. As lesões provocadas dependerão do tipo de 
blast. 
 
O ambiente de alta pressão exerce no organismo efeitos compressivos e efeitos 
descompressivos, denominados de barotrauma. 
 
2.3 – ENERGIA TÉRMICA 
Tanto o calor como o frio podem lesar o organismo, seja de forma difusa, seja de forma localizada. 
Sabemos que o corpo humano precisa manter sua temperatura em cerca de 36,5º para que continue 
funcionando de forma correta, sendo certo que o corpo humano não resiste às temperaturas abaixo de 32º 
e acima de 42º. 
Obviamente possuímos mecanismos que mantém a nossa temperatura, já que o ser humano é 
homeotérmico (temos temperatura estável que não varia de acordo com o meio ambiente). 
2.3.1 – Calor 
➢ AÇÃO DO CALOR DIFUSO, o qual causa termonoses (doenças causadas pelo calor), que são: 
- Insolação ou ação do calor cósmico: é causada pelo calor natural decorrente de altas temperaturas, raios 
solares, excesso de vapor d´água atrelado a problemas de saúde como doenças respiratórias e 
circulatórias. Vale lembrar que pelo critério antigo considerava-se como fonte térmica o sol, pois não se 
levava em consideração o hipotálamo que é o nosso centro termo regulador. Pelo critério atual, levando-se 
em consideração o hipotálamo o critério é a temperatura e não o sol; o que permite que haja insolação à 
noite. 
- Intermação: excesso de calor artificial como, por exemplo, falta de ventilação e renovação do ar (situação 
de confinamento). 
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O nosso corpo elimina o calor através da transpiração entre outros mecanismos. Assim, se, por exemplo, 
um ambiente não permite a circulação de ar, mesmo sem ser hermeticamente fechado, o aumento do 
vapor d’água será tão grande que irá impedir a transpiração e, consequentemente a eliminação do calor 
fazendo com que a temperatura corporal se eleve gerando desidratação, convulsões e morte. 
 
➢ AÇÃO DO CALOR DIRETO (LOCAL): provocam queimaduras que causam a morte instantânea das células 
que estejam no ponto mais quente e morte tardia de outras além de outras consequências. Tem como 
agentes os materiais em combustão: chamas, gases, líquidos ou metais aquecidos. 
Curiosidade! Queimadura fotodérmica é aquela causada pela reação dos raios solares sobre a pele 
contendo suco de determinadas frutas, como o limão p. ex. Poderá ser fatal a depender da extensão. 
 
a. Classificação das queimaduras (HOFFMAN): 
1º GRAU: ERITEMA OU RUBEFAÇÃO (vermelhidão). A pele apresenta edema e aumento da temperatura 
local. A pele descasca de 3 (três) a 4 (quatro) dias. Ex.: queimadura do sol. Esse eritema também é 
chamado de “Sinal de Christinson”.2º GRAU: FLICTENAS (BOLHAS) OU VESICAÇÃO. São as chamadas “bolhas” contendo líquido amarelado 
rico em proteínas (exudato). Também é chamado de “Sinal de Chambert”. 
3º GRAU: ESCARIFICAÇÃO. A queimadura vai da pele ao plano muscular gerando uma placa de necrose 
dura e de cor preta que, ao ser retirada, deixa uma úlcera (ferida). Geralmente a cicatrização se dá 
colocando enxerto, porém em razão da retração na pele fica uma cicatriz chamada sinéquia. São as 
chamadas escarificarão do derma, elas não se curam, se cicatrizam. 
4º GRAU: CARBONIZAÇÃO: nesse caso a queimadura atinge o osso, poderá ser total ou parcial. A 
queimadura pode destruir todo o corpo de forma generalizada, permanecendo alguns tecidos que 
permitem a identificação, a carbonização total é rara, pois exigem longo tempo exposto ao fogo como no 
caso de incineração em que haverá destruição dos tecidos. 
O volume do corpo diminui no caso de carbonização generalizada chegando de 100 a 120 centímetros a 
depender da condensação dos tecidos. 
Se um indivíduo for carbonizado vivo ou logo após a morte, a retração dos músculos leva à 
posição de boxeador ou atitude de saltimbanco, ou atitude de epistótomo. Os membros 
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superiores ficam semi fletidos, os dedos das mãos posicionados em garra, o cadáver fica na posição de 
lutador de boxe, é chamado Sinal de Devergie. 
Obs.: Pode haver o rompimento da cavidade abdominal e do crânio em decorrência da explosão de gases. 
Segundo Roberto Blanco à carbonização pode funcionar como isolante térmico e como isolante elétrico 
impedindo que após totalmente carbonizada que se queime a parte de dentro. 
 
FARMACODERMITES são lesões que se confundem com queimaduras, porém são causadas por 
medicamentos. 
 
Obs. Sinal de Janesie-Jeliac: ausência de leucócitos nas bolhas, mostrando que no momento da 
carbonização o indivíduo já estava morto. 
 
b. Mecanismos de morte dos grandes queimados 
Vai depender da ação térmica ou da ação química dos gases, conforme seja aberto ou fechado o local do 
acidente. Ex.: incêndio em edifícios, casas, aviões, veículos. 
As partículas de carvão existentes no ar inalado levam ao pulmão substâncias irritantes causando lesão de 
inalação. 
Tanto o ar quente como os gases superaquecidos só queimam a mucosa da entrada do aparelho 
respiratório, não chegando aos pulmões. 
Em se tratando de recinto fechado a morte se dará por asfixia porque o fogo consumirá o oxigênio do ar o 
que levará a uma queda de sua concentração no ar inspirado, além disso haverá intoxicação por monóxido 
de carbono produzido por combustão incompleta dos compostos orgânicos presentes no ambiente. 
Nas mortes por calor (queimadura - agente vulnerante térmico) temos a presença de ao menos três 
características: 
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1. Sinal de Montalti – Presença de marca enegrecida na árvore respiratória em decorrência da aspiração de 
fuligem; 
2. Presença de fuligem nas vias digestivas; 
3. Presença de carboxihemoglobina (HbCO) no sangue, em percentual acima de 50%. 
 
▪ Agentes Térmicos: 
- Chama: além do corpo, as roupas também são carbonizadas, com tendência de baixo para cima. 
- Gases ou vapores superaquecidos: atingem as partes descobertas do corpo. 
- Líquidos escaldantes: queimaduras de cima para baixo (o líquido escorre). Se o indivíduo estiver deitado o 
lado de baixo ficará protegido. 
- Sólidos: metálico. Ex. ferro em brasa, ferro de passar. 
 
▪ Causa jurídica: 
 
✓ Acidental: crianças, velhos, alcoólatras, fumantes, acidentes aéreos e terrestres. 
✓ Criminosa: tortura, castigo corporal, homicídio, incêndios criminosos. 
Obs.: Nos casos de incêndios criminosos (fraude contra a seguradora, ocultação de outro crime, 
vingança...) é importante verificar se as queimaduras ocorreram em vida ou após a morte (reação vital). 
▪ Diagnóstico da reação vital: 
- Pode ser difícil se o tempo decorrido entre a lesão e a morte for mínimo ao ponto de não ocorrer 
nenhuma reação inflamatória, que só poderá ocorrer no vivo. 
Obs.: no caso de área de carbonização parcial pode haver falsa reação inflamatória com hiperemia ao redor 
da lesão, porque os vasos sanguíneos são espremidos pela retração dos tecidos. 
- A dosagem de monóxido de carbono no sangue dos pulmões e coração é sinal de que o indivíduo inalou o 
produto da combustão, ou seja, estava vivo. A presença de fuligem e fumaça nas vias respiratórias também 
demonstram que houve inalação. 
- A carbonização de um corpo para ocultar homicídio mantém geralmente os órgãos preservados o que 
possibilita identificar o agente causador da morte, também a parte do corpo voltada para o solo está 
preservada, pois não se movimenta. 
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- Fraturas ocasionadas pela ação do calor podem ser confundidas com lesões contundentes causadas em 
vida. 
- Nos corpos com carbonização generalizada o sexo pode ser identificado pelos genitais internos (útero e 
próstata); a fórmula dentária, as calosidades ósseas e o DNA também podem contribuir para a 
identificação. 
 
Atenção: Nas queimaduras a gravidade é determinada mais pela extensão do que pela profundidade, 
especialmente se atingirem mais de 40% (quarenta por cento) da superfície do corpo pois levam à morte 
por insuficiência renal. 
 
2.3.2 – Frio 
➢ Ação do frio difuso: Quando a temperatura do corpo cai abaixo de 35ºC haverá hipotermia. A 
hipotermia pode ocorrer pela exposição à temperatura ambiente muito baixa ou porque o ajuste 
térmico do organismo estava prejudicado pelo efeito de alguma droga como o álcool ou a pessoa 
estava doente. É possível que se induza a hipotermia como forma de procedimento terapêutico para 
reduzir o metabolismo, diminuindo assim, a necessidade de oxigênio, evitando-se a morte celular 
quando a concentração de oxigênio estiver reduzida, como nos casos de edema cerebral em que há 
compressão dos vasos sanguíneos. 
 
Mecanismos de morte: 
O frio leva a uma debilidade progressiva das funções vitais até chegar à parada cardíaca por arritmia. 
Também ocorre uma diminuição da função cerebral que gera sonolência, convulsões, delírios, alteração 
dos movimentos e anestesia. 
Exame do cadáver: a pele está clara, há saída de sangue pelas vias respiratórias, o resfriamento é rápido e 
o início da putrefação é tardio. 
 
➢ Ação do frio local: provoca geladuras (lesões de necrose da pele) causadas pelo contato de substâncias 
muito frias por curto tempo. 
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1º grau: Eritema. O local pode ficar pálido ou avermelhado, com inchaço e aspecto anserina (pele 
arrepiada), que duram algumas horas e a seguir a pele descasca. 
2º grau: Flictena. O frio mais intenso provoca a destruição da epiderme, formando bolhas. 
3º grau: Necrose. O frio intenso leva ao congelamento e necrose dos tecidos por falta de 
circulação (os vasos sanguíneos se contraem circulando pouco sangue) originando úlceras. 
4º grau: Gangrena. A pessoa permanece com os membros em contato direto com o frio o que 
resulta gangrena (pé de trincheira). 
Obs.: As geladuras podem ocorrer como complicação do uso de hipotermia em cirurgia cardíaca e do 
resfriamento inadequado de órgãos destinados ao transplante. 
▪ Hipotermia letal 
Afeta: doentes mentais, alcoólatras e idosos. 
▪ Paradoxo da nudez 
- Corpos encontrados parcialmente nus. 
1ª Teoria: o 1º estágio da hipotermia provoca vasoconstrição gerando aumento da temperatura corpórea e 
sensação de calor. 
2ª Teoria: o frio

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