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Transporte e logística no comércio exterior APRESENTAÇÃO O ambiente de negócios logístico é muito dinâmico, pois apresenta inúmeras modificações em resposta às diversas mudanças no mercado. Planejar ações logísticas que possam viabilizar negócios é imprescindível para a montagem de uma estratégia sólida que proporcione ganhos de escala em curto e longo prazo. Trabalhar com comércio e logística internacional é uma tarefa complexa e que, normalmente, demanda conhecimentos multidisciplinares. Diferentes tipos de legislações, teorias a respeito do comércio internacional, bem como as melhores práticas em logística são parte desse conteúdo, indispensável ao profissional da área. Nesta Unidade de Apredizagem, você conhecerá os diversos aspectos legais e burocráticos para a concretização das atividades relacionadas ao comércio internacional. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Aplicar os termos de comércio internacional (Incoterms).• Explicar questões legais dos contratos internacionais.• Descrever os documentos comerciais internacionais.• DESAFIO Há uma forte relação entre a compreensão da sistemática dos tributos e a mensuração dos estoques de uma empresa. Entender como uma afeta a outra é de fundamental importância para adquirir um amplo conhecimento financeiro, necessário à condução dos negócios. Imagine-se como proprietário de uma empresa com negócios internacionais. Diante dessa situação, qual o custo incorrido na aquisição das mercadorias? INFOGRÁFICO O Brasil tem os países do Mercosul como seus principais parceiros comerciais. Tais países têm uma série de regulamentações que visam ao bom andamento e à gestão do comércio realizado entre eles. Nesse contexto, surge a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). A NCM foi criada em 1995 e tem como base o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), que é um método internacional de classificação de mercadorias que se utiliza de apenas 6 dígitos. Veja, no Infográfico, esse sistema de nomenclatura. Maycon Carbone Caixa de texto A doutrina contábil-financeira diz que: "O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao Fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição." (CPC 16 - Normas de Pronunciamentos Contábeis) Conforme informado, o ICMS, o PIS a Cofins incidentes na compra são impostos recuperáveis. Logo, não devem ser incluídos no custo de aquisição das mercadorias. Maycon Carbone Carimbo CONTEÚDO DO LIVRO O comércio exterior tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da competitividade econômica global e, com ele, a logística internacional. Esse intercâmbio internacional de mercadorias entre países já é parte da vida cotidiana de quase todos os cidadãos, sendo comum para qualquer pessoa o consumo de produtos importados, muitas vezes a preços módicos. Assim, diversos agentes econômicos, de grande e de pequeno porte, fazem parte do dia a dia operacional do comércio exterior. Nesse contexto, surge o questionamento: quais os aspectos legais relacionados com as atividades de exportação e importação? No capítulo Transporte e logística no comércio exterior, da obra Gestão da distribuição física, você verá os principais assuntos relacionados à burocracia do comércio internacional, dando ênfase especialmente aos termos comuns (International Commercial Terms - Incoterms), contratos internacionais e principais documentos. Boa leitura. GESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA Thiago Costa Holanda Transporte e logística no comércio exterior Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Aplicar os termos de comércio internacional (Incoterms). Explicar questões legais dos contratos internacionais. Descrever os documentos comerciais internacionais. Introdução Hoje, o comércio exterior é uma realidade em âmbito global, visto que praticamente todos os países do mundo o praticam. A partir da metade do século XX, isso intensificou-se ainda mais, devido aos fortalecimentos relativos aos veículos de transporte, bem como aos acessos facilitados aos novos meios de comunicação. Nesse contexto, o ambiente de negócios logísticos se tornou muito dinâmico, pois passa por inúmeras atualizações, em resposta às diversas modificações provocadas pelo mercado. Assim, planejar ações logísticas que possam viabilizar negócios é im- prescindível para a montagem de uma estratégia sólida que proporcione ganhos de escala não somente no curto, mas também no longo prazo. Trabalhar com a logística do comércio internacional é algo que exige do profissional inúmeros conhecimentos em diversas áreas, que vão desde a economia até aspectos burocráticos da legislação. Neste capítulo, você estudará sobre os termos internacionais de co- mércio, bem como conhecerá inúmeros aspectos legais relacionados aos contratos internacionais. Além disso, conhecerá os principais documentos que são utilizados nas negociações internacionais. 1 Termos de comércio internacional Quando se trata de logística internacional, um fator muito importante que envolve todas as operações são os termos comuns, ou seja, os códigos padrões de comércio que precisam ser utilizados para que os agentes se certifi quem de que estão falando a “mesma linguagem”. Nesse contexto, de acordo com Giacomelli, Fraporti e Fonseca (2018), surgiram os International Comercial Terms (Incoterms), normas padronizadas que se aplicam entre exportado- res e importadores, cuja fi nalidade é regular alguns aspectos do comércio internacional. A era da comunicação integrada já não é mais uma novidade no mundo dos negócios. Desde a revolução da comunicação e dos transportes, o mundo vive um período de crescimento exponencial de integração social, econômica e cultural. Do ponto de vista econômico, essa integração cria tanto oportunidades quanto desafios. As oportunidades criadas dizem respeito à possibilidade de conquistar novos mercados, aplicar novas técnicas produtivas e adquirir insumos mais baratos para integrar no processo produtivo. Contudo, os desafios também são muitos, pois tal integração pode expor a fragilidade de inúmeras empresas que estão “acomodadas” com as peculiaridades locais, principalmente pela possibilidade de concorrência com empresas vindo de outros locais. Desse modo, pode-se definir o comércio internacional como a troca de bens, serviços e capitais entre fronteiras internacionais, tanto no sentido de venda (exportação) quando de compra (importação). Essa modalidade de comércio é praticada há muitos séculos, mas somente a partir do último século passou a ter sua dinâmica mais intensificada, sobretudo devido à revolução tecnológica dos transportes e dos meios de comunicação. Nesse contexto, o transporte internacional consiste no descolamento de mercadorias entre dois países que estão se submetendo a um contrato interna- cional. Ao falar desse aspecto internacional do transporte, faz-se necessário levar em consideração a representatividade quase total do transporte marítimo. Evidentemente, existem operações aéreas, rodoviárias e ferroviárias no trans- porte internacional, mas estas possuem baixa representatividade, visto que a maior parte dos produtos comercializados no mundo passam pelos portos. A navegação marítima de mercadorias pode ser dividida em três tipos: de cabotagem (entre portos do território brasileiro), de navegação interior (em hidrovias terrestres) e de navegação de longo curso (entre portos de diferentes países). No que diz respeito ao tipo de serviço, os mais comuns são: regular Transporte e logística no comércio exterior2(rota comercial rotineira), irregular (rotas baseadas em contratos estabelecidos por negócio) e afretamento (utilizado quando o embarcador fecha contrato com grande quantidade de mercadorias, lotando a capacidade do navio). O pagamento desse tipo de transporte pode ser efetuado de duas formas: frete pré-pago (prepaid), que é pago no próprio embarque das mercadorias; e frete a pagar (collect), em que o transportador geralmente recebe do desti- natário. É prática comum do comércio internacional o frete a pagar, ou seja, o comprador é quem costuma arcar com esse ônus. No transporte marítimo, tem-se, com frequência, uma grande quantidade de carga por viagem. Por se tratar de um modal que possui riscos inerentes de perdas e danos, é ponto comum dos contratantes deliberar sobre aspectos relativos ao seguro no transporte. Vale salientar que isso não costuma ser uma cláusula obrigatória para as partes, porém possui muita importância. Como o seguro costuma ser medido pelo período de tempo em que a mercadoria fica sob a posse do transportador internacional, é comum que o valor do seguro esteja incluído no preço do contrato. No momento de determinar o valor do prêmio do seguro, as seguradoras levam em considerações impor- tantes variáveis, como perecibilidade da mercadoria, destino final, tipo de mercadorias, entre outras. Com o crescente desenvolvimento do comércio internacional, surgiu a necessidade de instituições transnacionais que pudessem criar modelos de regulação desses contratos. Nesse contexto, em 1936, a Câmara de Comércio Internacional (CCI) instituiu os Incoterms (Figura 1), que têm como objetivo unificar as práticas utilizadas por compradores e vendedores no mercado internacional, sobretudo quanto à responsabilização sobre a movimentação da carga e o pagamento do seguro. Os Incoterms são divididos em 11 tipos. São eles: EXW (Ex works): na origem (local de entrega nomeado). FCA (Free carrier): Livre no transportador (local de entrega nomeado). FAS (Free alongside ship): Livre ao lado do navio (porto de embarque nomeado). FOB (Free on board): Livre a bordo (porto de embarque nomeado). CPT (Carriage paid to): Transporte pago até (local de destino nomeado). CIP (Carriage and insurance paid to): Transporte e seguro pagos até (local de destino nomeado). CFR (Cost and freight): Custo e frete (porto de destino nomeado). 3Transporte e logística no comércio exterior CIF (Cost insurance and freight): Custo, seguro e frete (porto de destino nomeado). DAP (Delivered at place): Entregue no local (local de destino nomeado). DPU (Delivered at place unloaded): Entregue no local desembarcado (local de destino nomeado). DDP (Delivered duty paid): Entregue com direitos pagos (local de destino nomeado). Figura 1. Termos do comércio e abrangência das responsabilidades. Fonte: Franceschett (2019, documento on-line). Um bom domínio dos termos de troca internacionais é fundamental para que o gestor logístico possa incluir todos os seus gastos nas transações com o exterior. Qualquer interpretação errônea sobre os direitos e as obrigações do comprador e vendedor pode causar grandes prejuízos comerciais para uma ou ambas as partes. Dessa forma, é importante o estudo cuidadoso sobre o termo mais conveniente para cada operação comercial, de modo a evitar incompatibilidade com cláusulas pretendidas pelos negociantes. A Figura 2, a seguir, apresenta um resumo da história do surgimento dos Incoterms. Transporte e logística no comércio exterior4 Figura 2. História dos Incoterms. Fonte: Fazcomex (2020, documento on-line). 2 Questões legais dos contratos internacionais Trabalhar com comércio internacional é uma atividade complexa que exige conhecimento e capacitação em diversas áreas. O senso comum acredita que as negociações podem ser bem resolvidas com o simples conhecimento da língua do cliente/fornecedor com o qual se está negociando. Assim, é exigido dos gestores um corpo de diversos outros conhecimentos e técnicas para a boa negociação entre agentes econômicos (ROJAS, 2014). 5Transporte e logística no comércio exterior Nesse contexto, surgiu a importância de se entender os contratos inter- nacionais como instrumentos intermediários e auxiliares na construção de um comércio global. Sabe-se que cada país tem suas leis e regulamentações relativas ao comércio internacional, e isso, no passado, causou inúmeros pro- blemas nos acordos realizados, pois nem sempre havia um claro entendimento do que se estava gerindo (GIACOMELLI; FRAPORTI; FONSECA, 2018). Com isso, surgiu a necessidade de criar termos comuns que pudessem reger o bom andamento de tais contratos, de forma que, não importando a língua ou a cultura diferenciada entre os negociadores, houvesse entendimento comum dos termos do negócio. Portanto, os contratos internacionais são instrumentos jurídicos capazes de formalizar os padrões de um acordo de comércio entre agentes econômicos distintos. Ludovico (2012) afirma que tais contratos devem ser claros (evitar ambiguidade) e dispor detalhadamente sobre alguns aspectos, como preços, prazos, formas de pagamento, atribuições de responsabilidade de entrega e contratação de seguro, além de outros que possam ser específicos para uma negociação em particular. Dessa forma, os contratos possibilitam uma minimização de riscos e conferem maior segurança jurídica nas transações. Ao longo das últimas décadas, foram criados diversos tipos de contratos com ampla gama de atuação, bem como surgirem diretrizes internacionais e órgãos reguladores de jurisdição internacional que auxiliam na consolidação desses instrumentos. Giacomelli, Fraporti e Fonseca (2018) afirmam que os principais contratos internacionais são os listados a seguir: Contrato de transporte marítimo: contrato efetuado entre o embar- cador e o transportador. O embarcador é a pessoa física ou jurídica que contrata o espaço para sua carga em um navio, ao passo que o transportador é a empresa proprietária do navio que disponibiliza o espaço. Esse contrato é mais conhecido como Bill of Landing (BL) ou carta de fretamento. Os termos desse tipo de contrato começam a valer a partir do momento da entrega ao fretador. Contrato de fretamento e afretamento: o objeto do contrato é o alu- guel do navio, e ele pode ter caráter total (frete do navio inteiro). É comumente considerado um contrato de aluguel, mas também pode ser parcial, chamado de transporte por praça, que é mais comum. O contrato de afretamento por tempo (Time Charter Party) visa a realizar a contratação da embarcação por todo o tempo necessário para o trans- Transporte e logística no comércio exterior6 porte da mercadoria, considerando, em geral: viagem para carregamento ou de aproximação ao portão, operação de carregamento, viagem de transporte em si e operação de descarga. Contrato de transporte aéreo internacional: possui semelhanças com a modalidade marítima, pois também tem figuras como embarcador, destinatário e transportador. Contudo, suas regulações mais comuns surgem da Convenção de Varsóvia e das diretrizes da IATA (Interna- tional Air Transport Association). Os tipos de contratos aéreos mais conhecidos são: fretamento (a aeronave é contratada especificamente para aquela operação de transporte) e charter (contratos de voos irregu- lares realizados para determinados fins, sendo que a aeronave se sujeita a itinerários e horários). A Figura 3, a seguir, apresenta um exemplo de cargueiro aéreo em operação. Figura 3. Cargueiro aéreo em operação. Fonte: tratong/Shutterstock.com. Contratos de transporte rodoviário internacional: no Brasil, são mais comuns entre os países ligados ao Mercosul. É regulado pelo Decreto nº. 99.704, de 1990, que dispõe sobre regras e acordos entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. 7Transporte e logística no comércio exterior A Convenção de Varsóvia foi um marco histórico, pois definiu e uniformizou, emescala mundial, as regras relativas à responsabilidade civil no transporte aéreo internacional. É o Decreto nº. 20.704, de 24 de novembro de 1931, que promulga em nosso ordenamento nacional a Convenção de Varsóvia. 3 Documentos utilizados no comércio internacional É importante que todo agente econômico envolvido em tarefas relativas ao comércio internacional conheça, em detalhes, os documentos que são utilizados nas operações de importação e exportação. No caso específico da importação, os principais documentos necessários são listados a seguir: Licença de importação (LI): trata-se de um documento eletrônico processado pelo Siscomex, cuja finalidade principal é licenciar as im- portações de produtos em que a natureza, ou tipo de operação, está sujeita a controle governamental. Existem três tipos de LI: ■ Dispensada: nesse caso, o procedimento aduaneiro é mais rápido, pois basta uma consulta rápida à Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). ■ Licenciamento automático: torna desnecessária a abertura de pro- cesso documental. É deferida de forma automática pelo Siscomex, e as importações não sofrem nenhum efeito restritivo. ■ Licenciamento não automático: produtos em que se exige um controle maior e, por conta disso, demandam maiores exigências burocráticas, tais como autorizações provenientes de órgãos reguladores, como Anvisa, Ibama, entre outros. Declaração de importação (DI): documento formulado no Siscomex, baseado nas exigências estabelecidas pela Instrução Normativa SRF nº. 680/06, que trata sobre detalhes a respeito do despacho aduaneiro. Esse documento tem como objetivo formalizar e unificar as informações relativas ao processo de importação e serve como base para o despacho aduaneiro. Em geral, está relacionado com importações de grande porte. Transporte e logística no comércio exterior8 Declaração simplificada de importação (DSI): também formulado no Siscomex, é de responsabilidade da Receita Federal, sendo baseado nas exigências estabelecidas pela Instrução Normativa SRF nº. 611/06 e suas alterações. Esse documento tem como objetivo simplificar o processo de declaração, ou seja, é uma alternativa mais simples que a DI. Comprovante de importação: emitido pelo Siscomex após o registro do desembaraço da mercadoria. Permite que o importador retire a mercadoria da alfândega. É quando a entrega efetiva da mercadoria é autorizada. Vale lembrar que essa lista não é exaustiva, ou seja, existem outros docu- mentos que dizem respeito a aspectos de importação, mas que são específicos. Neste capítulo, foram apresentados os documentos mais comuns do processo. A importação de produtos com exigências específicas apresentará, também, documentações específicas. A Figura 4, a seguir, apresenta um exemplo de fluxo de importação para fins didáticos. Figura 4. Fluxo de importação. Fonte: Ettica International Trade (2015, documento on-line). Para os exportadores, é preciso, também, uma documentação de amparo legal para suas atividades. Os documentos mais importantes são: 1. Fatura proforma: formaliza a oferta perante o importador. Nela, en- contram-se informações básicas, como produto, preço unitário, formas de pagamento, prazos para entrega, entre outras. 9Transporte e logística no comércio exterior 2. Fatura comercial: é um segundo passo relativo ao documento anterior, pois essa fatura já formaliza a negociação. Trata-se de uma confirmação de aceite das informações na fatura proforma. 3. Packing list ou romaneio de carga: descreve detalhadamente a carga. Esse documento dá suporte à logística, pois permite que o importador conheça detalhes relativos à estrutura física do lote e se prepare para recebê-los. 4. Nota fiscal: documento utilizado na circulação de mercadorias ou serviços que deve ser apresentado à Receita Federal. 5. Instrução de embarque: descreve como a operação será realizada. Em geral, contém informações relativas ao exportador e ao importador, bem como os documentos que precisam ser emitidos. 6. Registro de exportação: o despachante aduaneiro solicita essa autori- zação. É um conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracteriza a operação de exportação de uma mercadoria e define o seu enquadramento. 7. Declaração de exportação: também realizada por meio de despachante aduaneiro. É nesse momento que se dá início ao despacho perante as autoridades aduaneiras. 8. Conhecimento de transporte ou carga: é emitido pelo transportador da carga e contém as seguintes informações: dados do exportador e do importador, local de embarque e desembarque, tipo de embalagem, valor da mercadoria e valor do frete. 9. Certificado de origem: atesta a origem da mercadoria. Por meio dele, os exportadores e importadores podem obter vantagens em decorrência de acordos internacionais ou de legislação específica. No site da Receita Federal do Brasil, é disponibilizado o Manual de Importação, que tem como objetivo orientar os importadores nas atividades relativas ao despacho de importação. Esse manual poderá ser útil aos transportadores, depositários e demais intervenientes, pois, por meio dele, é possível consultar assuntos relacionados ao despacho aduaneiro de importação por tópicos, saber como preencher uma DI, pesquisar a legislação aplicável, entre outras opções. Transporte e logística no comércio exterior10 ETTICA INTERNATIONAL TRADE. Fluxo de importação. Recife, 2015. Disponível em: http:// www.ettica.com.br/wp-content/uploads/2015/06/ettica-importacao1.jpg. Acesso em: 9 mar. 2020. FAZCOMEX. Incoterms 2020: todos os termos. São Leopoldo, 2020. Disponível em: https:// www.fazcomex.com.br/blog/incoterms-2020-todos-termos. Acesso em: 5 jan. 2020. FRANCESCHETT, E. Incoterms 2020. São Paulo: Konfere, 2019. Disponível em: https:// www.konfere.com.br/incoterms-2020. Acesso em: 9 abr. 2020. GIACOMELLI, G.; FRAPORTI, S.; FONSECA, J. J. R. (org.). Logística internacional. Porto Alegre: SAGAH, 2018. LUDOVICO, N. Logística internacional: um enfoque em comércio exterior. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. ROJAS, P. R. A. Introdução à logística portuária e noções de comércio exterior. Porto Alegre: Bookman, 2014. Leituras recomendadas BRASIL. Decreto nº. 20.704 de 24 de novembro de 1931. Promulga a Convenção de Varsovia, para a unificação de certas regras relativas ao transporte aéreo internacional. Rio de Janeiro, 1931. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/ D20704.htm. Acesso em: 9 abr. 2020. BRASIL. Decreto nº 99.704 de 20/11/1990. Dispõe sobre a execução no Brasil do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre, entre o Brasil, a Argentina, a Bolívia, o Chile, o Paraguai, o Peru e o Uruguai. Brasília, DF, 1990. Disponível em: https://www.diariodasleis. com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-96-13-1990-11-20-99704. Acesso em: 9 abr. 2020. BRASIL. Ministério da Economia. Manuais aduaneiros. Brasília, DF, 2020. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais. Acesso em: 9 mar. 2020. BRASIL. Receita Federal. Instrução normativa SRF nº 611, de 18 de janeiro de 2006. Dispõe sobre a utilização de declaração simplificada na importação e na exportação. Brasília, DF, 2006. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.act ion?idAto=15544&visao=anotado. Acesso em: 9 abr. 2020. BRASIL. Receita Federal. Instrução normativa SRF nº 680, de 02 de outubro de 2006. Disciplina o despacho aduaneiro de importação. Brasília, DF, 2006. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/imprimir.action?visao=anotado &idAto=15618. Acesso em: 9 abr. 2020. INTERNATIONAL CHAMBER OF COMMERCE. Incoterms 2020. Paris, 2020. 11Transporte e logística no comércio exterior Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantementemudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Transporte e logística no comércio exterior12 DICA DO PROFESSOR A Declaração de Importação (DI) é um dos documentos mais importantes para o comércio exterior. Conhecer bem os detalhes da sua elaboração, bem como seus prazos e vedações é fundamental para os agentes econômicos envolvidos no comércio internacional. Nesta Dica do Professor, você verá a dinâmica da DI e suas principais características. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Com o crescente desenvolvimento do comércio internacional, surgiu a necessidade de instituições transnacionais que pudessem criar modelos de regulação de contratos. Nesse contexto, em 1936, a Câmara de Comércio Internacional (CCI) instituiu os Incoterms. Qual opção assinala melhor o objetivo dos Incoterms? A) Registrar todas as práticas diferenciadas utilizadas por compradores e vendedores para agilizar a responsabilização sobre a movimentação da carga e o pagamento do seguro. B) Unificar as práticas utilizadas por compradores e vendedores no mercado internacional, especialmente quanto à responsabilização sobre a movimentação da carga e o pagamento do seguro. C) Fortalecer os vínculos entre os países exportadores e seus sindicados de trabalhadores da exportação, visando ao melhor aproveitamento da força de trabalho. Maycon Carbone Realce D) Criar novas práticas utilizadas por empresas de tecnologia no mercado internacional, especialmente quanto à responsabilização das patentes e à alocação de riscos. E) Buscar alternativas ambientalmente sustentáveis para o desempenho das atividades de logística internacional, sem agredir o meio ambiente, e que tragam descontos em contratos. 2) Trabalhar com comércio internacional é uma atividade complexa que exige conhecimento e capacitação em diversas áreas. Nesse contexto, surge a importância de se entender os contratos internacionais como instrumentos intermediários e auxiliares na construção de um comércio global. Qual opção define corretamente o Contrato de Fretamento e Afretamento? A) É um contrato efetuado entre o embarcador e transportador. O embarcador é a pessoa física ou jurídica que contrata o espaço para sua carga em um navio. O transportador é a empresa proprietária do navio que disponibiliza o espaço. B) Suas regulações mais comuns surgem da convenção de Varsóvia e das diretrizes da International Air Transport Association (Iata). C) É mais comum entre os países ligados ao Mercosul. É regulado pelo Decreto n.o 99.704/1990, que dispõe sobre regras e acordos entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. D) O objeto do contrato é o aluguel do navio. Tal contrato pode ter caráter total (frete do navio inteiro) ou parcial. E) Trata-se de um documento eletrônico processado pelo Siscomex, cuja finalidade principal é licenciar as importações de produtos cuja natureza ou tipo de operação estão sujeitos a controle governamental. 3) Maycon Carbone Realce A CCI publicoua, em 1936, um conjunto de regras internacionais para a interpretação dos termos mais usados no comércio exterior. Segundo essas regras, conhecidas como Incoterms, o único termo, dentre os indicados a seguir, que contempla exclusivamente o transporte marítimo é: A) CIP (Carriage and Insurance Paid to), que significa "Transporte e Seguro Pagos até". B) CIF (Cost, Insurance and Freight), que significa "Custo, Seguro e Frete". C) DAF (Delivered At Frontier), que significa "Entregue na Fronteira". D) FCA (Free Carrier), que significa "Livre no Transportador". E) CPT (Carriage Paid to), que significa "Transporte Pago até". 4) É importante que todo agente econômico envolvido em tarefas relativas ao comércio internacional conheça, com detalhes, os documentos utilizados nas operações de importação e exportação. Com relação a tais documentos, qual das opções conceitua corretamente a Fatura Comercial? A) Formaliza a oferta perante o importador. Nela, encontram-se informações básicas, tais como: produto, preço unitário, formas de pagamento, etc. B) Formaliza a negociação com o Governo Federal. Trata-se de uma confirmação de aceite das informações na Fatura Proforma. C) Formaliza a negociação com o importador. Trata-se de uma confirmação de aceite das informações na Fatura Proforma. Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce D) Descreve como a operação será realizada. Geralmente, contém informações relativas ao exportador e ao importador, bem como os documentos necessários. E) É emitido pelo transportador da carga e contém informações como: dados do exportador e do importador, local de embarque e desembarque, valor do frete. 5) Em contratos de compra e venda internacional, pode ser adotada a cláusula Incoterms EXW - Ex works (significando Na Origem). Assinale a opção correta sobre essa cláusula: A) Ex works significa que o vendedor entrega as mercadorias quando ele as coloca à disposição do comprador, em suas dependências, na origem, ou em outro local designado, desembaraçadas para exportação. B) Ex works significa que o vendedor entrega as mercadorias quando ele as coloca à disposição do comprador, no porto de embarque designado, não desembaraçadas para exportação e não carregadas em qualquer veículo. C) Ex works significa que o vendedor entrega as mercadorias quando ele as coloca à disposição do comprador no porto de embarque desembaraçadas para exportação e não carregadas em qualquer veículo coletor. D) Ex works significa que o vendedor entrega as mercadorias quando ele as coloca em dependências, na origem, ou em outro local designado pelo comprador, como armazéns e galpões. E) Ex works significa que o vendedor entrega as mercadorias quando ele as coloca à disposição do comprador, em suas dependências, na origem, ou em outro local designado. NA PRÁTICA Maycon Carbone Realce Um grande desafio para as empresas nacionais que vão ingressar no mercado internacional é conhecer os aspectos legais e burocráticos desses procedimentos, especialmente no que diz respeito à parte financeira. Assim, na hora de dar início às operações de importação ou exportação, toda empresa precisa entender o corpo de exigências tributárias que envolvem as operações que vão empreender, especialmente no que se refere a dois impostos muito importantes: Imposto de Importação e Imposto de Exportação. Acompanhe, em Na Prática, o caso de Márcia, uma profissional que investigou as regulamentações que envolvem o procedimento de exportação para a empresa em que trabalha. SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Custos fixos de importação - Como calcular em 5 passos Neste vídeo, você conhecerá os principais aspectos financeiros relacionados a custos envolvidos no processo de importação. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Os contratos internacionais de importação e exportação de mercadorias à luz das recentes alterações da legislação brasileira Este estudo tem como objetivo contextualizar as alterações no Direito Internacional privado brasileiro, pontuando seus impactos na prática dos nossos tribunais. Confira. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Percepção de consumidores e-commerce do Estado de São Paulo com a compra de produtos importados Neste link, você acessará um estudo que traz a percepção dos próprios consumidores sobre o mercado consumidor de importação. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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