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DCV0115 - Teoria Geral do Direito Privado I - Cristiano Zanetti - 185-13

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Direito Privado (DCV115) - 1º semestre
Professor: Cristiano de Souza Zanetti
Elaboração do caderno: Luana Szymonowicz, Juliana Burjato, Juliana Nakano e Leonardo Dantas Costa
Introdução ao curso:
Direito civil – direito comum a todo cidadão 
Direito - Público - obrigações 
 - Privado - Civil - coisas
 - família
 - sucessões 
 - Comercial - empresarial
LEIS:
Preliminar: 
-Epígrafe: Tudo em letra maiúscula, nomeação numérica (número e ano da promulgação)
-Ementa: Caracteres que realçam e explicam os objetivos da lei
-Preâmbulo: Órgão ou instituição competente para a prática da lei
-Enunciado do objeto
-Indicação do âmbito de aplicação
Normativa: Texto das normas e compreensão.
Parte final: como será implantada a lei e indicação da sua vigência.
Semana 1 – Eficácia da lei no tempo. 
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. I: parte geral, 10ª ed., São Paulo, Saraiva, 2012, pp. 32/33, 48/49, 59/70 e 83/86.
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
Legislação anexa ao código civil, mas autônoma, dele não faz parte.
Disciplina as próprias normas jurídicas “normas sobre normas”.
Aplica-se a todo ordenamento jurídico, exceto ao direito penal e tributário.
Funções: 
- regular vigência e eficácia das normas (1º e 2º)
- solução ao conflito de normas no tempo (6º) e no espaço (7º a 19º)
-mecanismo de integração de normas, quando houver lacunas (4º)
-garantir eficácia global, não admitindo erro de direito (3º) (ignorantia legis nominen excusat), e também garantir segurança e estabilidade do ordenamento (6º)
 
Vigência da Lei:
Inicio da vigência: 
-criação da lei: elaboração, promulgação e publicação. Só começa a vigorar a partir da publicação no Diário Oficial.
-O intervalo entre a publicação e a entrada em vigor denomina-se vacatio legis;
-Vigência = tempo de duração da lei
-Vigor = força vinculante
-Prazo de 45 dias para a entrada em vigor não se aplica aos decretos e regulamentos (determina-se pela publicação oficial), mas se a lei não avisa nada sobre sua vigência, é aplicado o prazo de 45 dias para a entrada em vigor desta.
Revogação da lei:
-quando não há vigência temporária;
-princípio da continuidade: o costume não tem força para revogar a lei, nem esta perde a eficácia pelo não uso.
-a lei pode ter vigência temporária e cessará por causas intrínsecas como:
1. o advento de termo ficado para sua duração
2. implemento de condição resolutiva: vinculada a uma situação determinada, são chamadas circunstanciais (ex: guerra)
3. consecução de seus fins (ex: indenizações às pessoas envolvidas na revolução de 1964)
Para leis de vigência temporária, não há necessidade de norma revogadora.
-As leis de vigência permanente não podem ser extintas pelo costume, jurisprudência regulamento, decreto, portaria e simples avisos.
-A revogação só pode ser feita por outra lei, da mesma hierarquia ou superior
a) revogação parcial: derrogação
b) revogação total: abrrogação
-Mandato de injunção: pode ser utilizado por todo aquele que se julgue prejudicado pela omissão legislativa e impossibilidade de exercer seus direitos.
-A revogação pode ser:
a) expressa – quando a lei nova relata a revogação da antiga
b) tácitos – quando a lei nova não descreve a revogação, mas ela ocorre por critérios cronológicos (prevalência da mais nova), hierárquicos, ou especialidade (quando a norma especial revoga a geral) 
-Antinomia é a presença de duas normas conflitantes.
Obrigatoriedade das leis:
art.3º LINDB
o juiz não é obrigado a conhecer o direito alienígena, então o pressuposto de que o juiz tenha que conhecer as leis não se aplica ao direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário. 
erro de fato: noção falsa das circunstâncias.
erro de direito: desde que não se objetive descumprir a lei ou subtrair-ser à força imperativa e seja o motivo único e principal do negocio jurídico.
Hierarquia das leis:
Constituição > Leis complementares > Leis ordinárias, Leis delegadas, Medidas provisórias
Conflito das leis no tempo
Maneiras de resolver problemas temporais das leis são:
-Disposições transitórias: elaboradas pelo próprio legislador a fim de solucionar eventuais problemas relacionados à temporalidade de determinadas leis.
-Irretroatividade das normas: irretroativa é a lei que não se aplica a situações constituídas anteriormente. Objetiva garantir a segurança e a certeza do ordenamento jurídico.
Obs¹: como regra, aplica-se a lei nova a casos pendentes (facta pendentia) e aos futuros (facta futura).
Obs²: é justa a retroatividade quando não se ofende o fato juridico perfeito, coisa julgada ou direito adquirido.
Ato jurídico perfeito: já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou (LINDB art6o §1º), produzindo seus efeitos jurídicos. Ex: contrato
Direito adquirido: aquele que já se incorporou ao patrimônio de seu titular, não podendo nenhuma lei posterior mudar a situação jurídica do fato.
Coisa julgada: imutabilidade dos efeitos da sentença.
Semana 2 – Interpretação e integração da lei
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. I: parte geral, 10ª ed., São Paulo, Saraiva, 2012, PP 70/82.
 Origem da lei
Autêntica: feita pelo próprio legislador
Jurisprudencial: Interpretação do judiciário
Doutrinária: Jurista (estudioso do direito) interpreta
Métodos de interpretação
Sistemático: parte do pressuposto de que a lei não existe isoladamente. Desse modo, as leis devem ser interpretadas em conjunto com outras pertencentes à mesma província do direito, podendo ser recorridos livros, capítulos, seções, etc.
Gramatical
Histórico: baseia-se na investigação de antecedentes da norma, afim de se descobrir o seu exato significado. Consiste na pesquisa das circunstancias que nortearam sua elaboração (políticas, sociais, econômicas).
Teleológico ou sociológico: tem por objetivo adaptar o sentido ou finalidade da norma às novas exigências sociais
Resultados da interpretação 
Interpretação declarativa: o resultado confirma o que está na norma, corresponde ao pensamento do legislador.
Interpretação extensiva ou ampliativa:quando o intérprete conclui que o alcance da lei é mais amplo do que indica seu texto
Interpretação restritiva: contrário da extensiva; quando impõe-se limitações no campo da aplicação da lei.
Integração das normas jurídicas
Parte-se do pretexto de que a lei é omissa, e deve valer-se de métodos destinados para suprir suas lacunas (analogia, costumes e princípios gerais de direito). A lei pode ser lacunosa, mas o sistema não. Por isso, cabe ao juiz a integração das normas jurídicas a fim de não deixar casos sem solução.
Analogia: Ela ocupa o principal mecanismo de suprir as lacunas das leis. Somente se ela não solucionar o caso, são utilizados os outros métodos. Para ser utilizada, são necessários três requisitos: 1.Inexistência de requisito legal disciplinando a hipótese do caso concreto; 2.Semelhança entre a situação contemplada e outra regulamentada em alguma lei existente; 3.Identidade de fundamentos lógicos e jurídicos no ponto comum às duas situações.
-Analogia legis: aplicação de uma norma existente para solucionar caso semelhante ao previsto. Sua fonte é a norma jurídica isolada, aplicada em casos idênticos.
-Analogia júris: Mais complexa que a primeira, baseia-se não somente em uma, mas em um conjunto de normas jurídicas a fim de solucionar um caso similar. É um tipo de analogia que requer muito cuidado para não ser afastar da vontade legal. Constrói-se a partir de váeias normas jurídicas
Obs: Limites da analogia (onde ela não pode ser utilizada) são: Direito Civil em liberdades e renúncias; Direito Penal em condutas criminosas; Direito Tributário em imposição de tributos.
Costumes: outra fonte supletiva no direito, colocado em plano secundário, em relação à lei. O juiz só pode recorrer ao costume, se a analogia nãosuprir o caso.
-Definição: prática uniforme, constante, pública e feral de determinado ato, com a convicção de sua necessidade. Para que se converta em costume jurídico, é necessário que a autoridade judiciária tenha conhecimento de sua existência e o aplique, declarando-o obrigatório. Espécies de costume:
a) Secundum legem: quando se acha expressamente referido na lei. Nesse caso, não é mais um costume propriamente dito, já que passa a ter caráter de lei.
b) Praeter legem: quando se destina a suprir a lei, nos casos omissos.
c) Contra legem: que se opõe à lei. Não tem poder revogador de leis e é refutado por muitos autores já que não é compatível com a tarefa do Estado.
Princípios gerais de direito: Regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo não escritas. Para que possam ser empregados como direito supletório, os princípios gerais de direito devem ser reconhecido como direito aplicável, dotados, assim, de juridicidade
Observações finais
Os diversos modos de interpretação das leis não são isolados, já que há o complemento entre os métodos para a descoberta do sentido e alcance da norma de direito.
Em resumo, “O interprete procura, inicialmente, compreender o significado das palavras, que formam o enunciado da proposição, dando-lhe sentido jurídico, não vulgar. Se necessário, passa à pesquisa do espírito da lei, identificando a relação de autonomia ou subordinação com as diversas normas do mesmo ordenamento. Aplica as regras da lógica jurídica, recusando a interpretação que leve a resultado contrario a outras normas ou ao próprio sistema, ou que conduza à conseqüência absurda, levando em conta o contexto histórico de sua elaboração e os fins sociais a que se destina.”.
Semana 3 – Formação do direito privado brasileiro
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. I: parte geral, 10ª ed., São Paulo, Saraiva, 2012, PP 35/44.
Direito Romano Direito Português Direito das Colônias Direito Brasileiro
- Após a independência houve a manutenção das Leis Portuguesas no Brasil, pois não havia outra estrutura jurídica para o país. O Código Civil só foi redigido em 1916. (o código comercial foi feito antes, em 1850, pois era necessário após a abertura dos portos)
Consolidação das Leis Civis: organização das leis em tópicos, entretanto não é um código. Um código é uma lei muito extensa. A consolidação não cria, apenas organiza várias leis 
Código: visa à organização sistematicamente.
-O primeiro foi feito por Clóvis Beviláqua e já era composto pela parte geral e pela parte especial.
-Em 1972, foi redigido o anteprojeto do novo Código Civil. 
-De 1975 até 2002, tramitou no Congresso. Durante esse tempo, muitas leis foram criadas. A Constituição de 1988 entrou em vigor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Código de Defesa do Consumidor, etc.
-O Código Civil de 2002, portanto, já nasce com certas incompatibilidades em relação ao Direito Brasileiro.
-Ele é dividido em: Parte geral ( pessoas, bens e fatos jurídicos ) e Parte especial ( obrigações, família, empresa, sucessões e coisas)
	- A Parte Geral tem uma abrangência maior. Muitas regras da Parte Geral nasceram na Parte Especial, mas devido a relevância, migraram de posição no Código.
	- Prevalece a Parte Geral, salvo se a Parte Especial disser algo em contrário.
Características do Código de 2002
Preserva as estruturas do código de 1916, modificando algumas coisas de acordo com a sistemática civil atual.
Mantém o código civil como lei básica.
Aproveita aspectos dos trabalhos anteriores.
Acrescenta leis posteriores a 1916, como as contribuições de jurisprudência.
Apresenta cláusulas gerais de caráter abstrato e genérico.
Semana 4 – Surgimento e extinção da personalidade
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. I: parte geral, 10ª ed., São Paulo, Saraiva, 2012, PP 93/109 e 142/145. 
Pessoa
Conceito de pessoa:
-Origem do termo ‘pessoa’: máscaras usadas no teatro; papel representado pelo autor; para designar o próprio ser humano.
-Filosofia: “pessoa é a substancia indivisível de natureza racional”
-Direito: pessoa é ser dotado de direitos e deveres determinados pela lei.
No Código Civil, a parte geral é constituída por três livros. O primeiro deles é referente às pessoas, e este, é divido em: pessoas naturais (o ser humano, também chamado em alguns países de pessoa física), pessoas jurídicas (agrupamentos de pessoas naturais visando alcançar fins de interesse comum, pessoa coletiva e domicílio).
O título das pessoas naturais, por sua vez, divide-se em três capítulos: personalidade e capacidade; os direitos da personalidade; e ausência.
As pessoas são o sujeito do direito, desse modo, o sujeito da relação jurídica é sempre o ser humano, na condição de ente social.
Obs: Os animais não são considerados sujeitos de direitos e não tem capacidade para adquirir direitos (ex: testamentos, a não ser indiretamente.). Para as entidades místicas, como almas e santos, também se segue a mesma idéia.
Personalidade Jurídica
A Personalidade começa com o nascimento – separação do ventre materno e respiração.
É a fonte e pressuposto dos direito subjetivos (facultas agentdi) – direito de invocar a norma a seu favor.
O direito reconhece personalidade também, a certas entidades morais, denominadas pessoas jurídicas.
Personalidade é: “aptidão reconhecida pela ordem jurídica a alguém para exercer direitos e contrair obrigações.”
Capacidade Jurídica e legitimação
Capacidade: aptidão para ser sujeito de direitos e deveres e exercer por si ou por outrem os atos da vida civil.
Pode-se falar que a capacidade é a medida da personalidade. A que todos têm, e adquirem ao nascer com vida, é a capacidade de direito ou de gozo, também denominada capacidade de aquisição de direitos.
A personalidade e a capacidade jurídica se completam.
Capacidade de fato ou capacidade de exercício: aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Certas pessoas não têm requisitos para adquirir a capacidade de fato. (maioridade, saúde, desenvolvimento mental, entre outros)
Quem possui as duas espécies de capacidade (de gozo + de fato) tem capacidade plena. Quem só tem a de gozo, tem capacidade limitada e nesse caso, necessita de outra pessoa para completar suas vontades. São denominados ‘incapazes’.
Personalidade Natural	
O termo ‘Pessoa Natural’ faz menção ao ser humano tal e como ele é. Pessoa natural, então, é o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações. Para qualquer pessoa ser assim designada, basta nascer com vida e, desse modo, adquirir personalidade.
O começo da personalidade natural:
-Art 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direito do nascituro.”
-Nascimento: ocorre com a separação do ventre materno, não importando o tipo de parto. É necessária que se desfaça a unidade biológica de modo que a mãe e o filho constituam dois corpos distintos, não importando o corte ou não do cordão umbilical.
-Vida: Para se dizer que o bebê nasceu com vida, é necessário que ele tenha respirado. Não importa se o nascimento foi antecipado.
Obs: Para o nosso direito, qualquer criatura que venha a nascer com vida, será uma pessoa, sejam quais forem as anomalias e deformidades que apresente.
Situação jurídica do nascituro: A lei não lhe concede personalidade, no entanto, o ordenamento jurídico desde logo, preserva seus interesses futuros, tomando medidas para salvaguardar os direitos que, muito em breve, serão seus.
O nascituro tem os direitos de personalidade e patrimoniais assegurados, mas não possui a capacidade de exercê-los
Se a criança nasce morta (natimorto) não recebe nem transmite direitos. (Pericias médias e legais podem verificar o nascimento com vida ou não da criança). 
O Natimorto tem alguns direitos de personalidade: nome, imagem e sepultura.
Extinção da personalidade natural
Art 6º do Código Civil: “A existência da pessoa natural termina com a morte;presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.”
Morte real:
-Sua prova se faz pelo atestado de óbito ou pela ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência. Art 7º do Código Civil.
-Morte real: paralisação da atividade encefálica. O morto não é mais sujeito de direitos e obrigações.
Comoriência:
-Art 8º do Código Civil: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.”
-Utilizado em casos de sucessão. 
Morte presumida: 
-Pode ser com, ou sem declaração de ausência. 
-No caso da ausência, é presumida morte, com a abertura da sucessão definitiva.
-Sem a declaração de ausência, é válida o art 7º do Código Civil: “I- se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II- se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração de morte presumida, nesses casos somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.”
Semana 5 – Ausência
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. I: parte geral, 10ª ed., São Paulo, Saraiva, 2012, PP 207/214.
Ausente: pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar seus bens.
-Art 22 C.C.
Curadoria
Inicia-se com a declaração de ausência pelo juiz. Esta etapa da ausência tem função de proteger os bens, caso o ausente retorne.
Nomeação do curador: cônjuge (ou companheiro, com questionamentos), ascendentes, descendentes (prevalecendo os mais próximos), curador dativo.
Duração da curadoria: 
-Um ano desde a declaração da ausência pelo juiz;
-Se o ausente tiver nomeado um representante ou procurador, duração de três anos desde a declaração da ausência. 
-Passado esse tempo, os interessados podem requerer a abertura da sucessão provisória.
Término da curadoria:
- reaparecimento do ausente;
- morte real;
- abertura da sucessão provisória.
Sucessão provisória
Quem pode requerer a abertura da sucessão provisória? Art 27: “I- o cônjuge não separado judicialmente; II- os herdeiros presumidos legítimos ou testamentários; III- os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV- os credores de obrigações vencidas e não pagas.”
Posse: Os bens do ausente são divididos como se ele estivesse morto. 
-Herdeiros necessários: herdam sem prestação de garantia e podem ter a apropriação integral dos frutos.
-Demais herdeiros (ex: testamentários): herdam, porém com prestação de garantias da restituição dos bens. Essas garantias têm a função de assegurar os bens do ausente, caso ele volte. Em relação aos frutos, os demais herdeiros têm direito, mas a metade deles precisa ser capitalizada (compra de imóveis ou títulos da união).
No caso do retorno do ausente, depois de estabelecida posse provisória, cessarão as vantagens dos sucessores nela imitidos. ‘Sobra’ para o ausente as capitalizações, mas os frutos já garantidos aos herdeiros não podem ser devolvidos. 
Obs: Se o desaparecimento for por má-fé e for devidamente provado, o ausente não terá mais direito nem mesmo às capitalizações. Ele tem direito somente aos frutos futuros.
Término da sucessão provisória: - reaparecimento do ausente;
- morte real;
-abertura da sucessão definitiva (dez anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória ou quando o ausente contar oitenta anos de idade e houverem decorridos cinco anos das últimas notícias).
Sucessão definitiva
Interessados podem requerer a abertura da sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Aberta a sucessão definitiva, os sucessores deixam de ser provisórios e adquirem domínio dos bens, mas de forma resolúvel, pois a lei ainda permite a hipótese do retorno do ausente.
Bens: Se o ausente retornar na fase da sucessão definitiva, ele terá direito aos bens existentes no estado em que se encontrem, ou seja, não pode requerer indenização por eventuais danos. Caso os bens tiverem sido alienados, o ausente terá direito ao dinheiro recebido pelos herdeiros pela venda deles, seja todo o dinheiro ou o que restou.
Término da sucessão definitiva: - reaparecimento do ausente;
- morte real;
-dez anos da abertura da sucessão definitiva.
Caso de dissolução da sociedade conjugal
Quando se abre a sucessão definitiva, o ausente tem morte presumida. Assim, desde que preenchidos os requisitos para a abertura, é rompido o vinculo matrimonial. Nesse caso, o cônjuge é considerado viúvo e poderá habilitar-se a novo casamento.
O cônjuge não precisa esperar todo esse tempo para requerer o divórcio. De acordo com o art 1580 C.C., após dois anos da separação de fato do casal, pode se pedir o divórcio, mesmo que só por uma das partes. 
Semana 6-8 – Direitos da Personalidade
Pessoas tem importância prioritária e central no Código Civil
Resistência aos Direitos
Estado: uso de expressões que abrem margem p/ abusos
Poder Econômico
Mídia: liberdade de expressão x direito de privacidade
Direitos de Personalidade tiveram desenvolvimento na Alemanha, devido aos resquícios da Segunda Guerra
Constituição de 1988: Fundamento da República (cláusula pétrea) – dignidade da pessoa humana (resquícios da Ditadura geram mais direitos individuais).
Teoria das Esferas
Biológica: Direito à vida, integridade, saúde
Moral: Honra, respeito, integridade física
Social: Reputação, nome em público, intimidade, imagem
Características
Dupla Inerência: sujeito e objeto (bem jurídico que protege)
Duração: desde o nascituro e mesmo depois da morte (de cujo) 
Absolutismo: devem ser respeitados por todos: são Erga Omnes
Imprescritibilidade: não são perdidos por falta de uso
Classificação
Extensão: 
-intransmissível e irrenunciável: vida
 -disponível a título gratuito: Integridade Física (pode-se doar órgãos, por ex.)
 -disponível a título oneroso: imagem (pode ser comercializado) 
Presença: 
-necessários: direito à vida
-eventuais: direitos autorais, por ex;
Proteção
Preventiva, ou inibitória 
Específica
Compensatória 
Legitimados
Nascituro: pais 
Pessoa : titular
De cujus: cônjuge, ascendente, descendente e colateral até 4º grau 
Semana 9 – Capacidade.
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro cit., v. I, pp. 110/142.
Das Incapacidades:
Todas as pessoas têm capacidade de direito havendo, portanto, somente a incapacidade de fato ou de exercício. Os indivíduos não possuidores da capacidade de fato têm capacidade limitada e são os incapazes.
Incapacidade: restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, imposta pela lei somente aos que necessitam de proteção. 
Espécies: Absolutas e relativas.
Incapacidade Absoluta: 
Leva à proibição total do exercício, por si só, do direito; necessitando de um representante legal para praticar os atos jurídicos. A inobservância dessa regra provoca a nulidade do ato.
Art3o CC: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I- os menores de dezesseis anos; 
II- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 
III- os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.”
I- Menores de 16 anos: 
-O código de 1916 foi o primeiro a fixar os 16 anos como idade limite da incapacidade absoluta. Antes disso, o requisito necessário era a aptidão de procriar; já no direito moderno, se tomou o desenvolvimento intelectual e o poder de adaptação às condições da vida social. 
-Os menores impúberes são representados na vida jurídica por seus pais, tutores ou curadores.
II- Os privados do necessário discernimento por enfermidade ou deficiência mental: 
- A enfermidade é aquela na qual a pessoa perde sua capacidade de discernimento ao longo do tempo, enquanto a deficiênciavem com a pessoa desde seu nascimento.
-São incapazes aqueles que não gozam de equilíbrio mental e clareza de razão suficiente para se conduzirem nas ações da vida social. Mesmo que a pessoa tenha alguns momentos de lucidez, isso não pode reverter a incapacidade.
-Envelhecer não é motivo para a declaração da incapacidade, no entanto, se com a idade, doenças degenerativas interfiram no comportamento lúcido da pessoa, ela poderá ser declarada incapaz (pela doença, não pela idade, propriamente dita).
-O juiz designa um julgamento a fim de comprovar a incapacidade. Sendo comprovada, é nomeado um curador, junto à interdição. 
-Problema: Como saber se são válidos ou não, os atos praticados pelos alienados antes da interdição? Colisão de interesses: do amental, que poderia ser prejudicado com a anulação do ato; e de terceiros de boa-fé que tinham desconhecimento sobre as debilidades mentais do individuo. Entende-se que, embora os negócios jurídicos tenham sido realizados antes da interdição judicial, os atos podem ser considerados nulos, se à época de sua celebração, era notória e inequívoca a incapacidade de uma das partes. Por outro lado, podem ser considerados validos os atos para evitar injustiças com terceiros de boa fé quando a falta de discernimento não seja visível ou evidente. 
III- Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade:
- O negócio jurídico é um ato de vontade. Pode, no entanto, ocorrer por um motivo transitório, uma falha na manifestação da vontade. Quando isso ocorre, o ato não pode prevalecer já que carece de seu elemento gerador que é a manifestação valida de vontade. Ex: é nulo o ato jurídico exercido pela pessoa de condição psíquica normal, mas que se encontrava completamente embriagada no momento em que a praticou e que, em virtude dessa situação transitória, não se encontrava em perfeitas condições de exprimir a sua vontade.
- Podem ser considerados, aqui, faltas de expressão circunstanciais, como no caso de embriaguez.
Incapacidade relativa:
Na incapacidade relativa a pessoa é incapaz apenas para certos atos da vida civil.
Os indivíduos estão em uma situação intermediária entre a capacidade plena e a incapacidade total. Essas pessoas podem praticar os atos da vida civil, desde que assistidas por outrem legalmente autorizado.
Podem, contudo, praticar certos atos sem representação legal como, por exemplo, ser testemunha, aceitar mandato, fazer testamento, casar, ser eleitor, celebrar contrato de trabalho, etc..
Os atos praticados pelos relativamente incapazes são anuláveis.
Obs: Os atos anuláveis só deixam de gerar efeito após a sentença de nulidade, enquanto no ato nulo, é como se ele nunca tivesse existido.
Segundo o Art 4º CC: “São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I- os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II- os ébrio habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
III- os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV- os pródigos. 
Parágrafo único: A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.”
I- Os maiores de 16 e menores de 18 anos: 
-Podem praticar alguns atos sem assistência de seus representantes como já foi visto, no entanto, não se tratando dos casos especiais, necessitam da assistência, sob pena de anulabilidade do ato, se o lesado tomar providências nesse sentido e o vício não houver sido sanado.
-Note-se que diferente do caso do impúbere, aqui é o próprio menor que atua no negócio jurídico, sendo a sua vontade a mola geradora dos atos.
-Se houver conflito de interesses entre o menor e seu representante legal, o juiz pode nomear um curador especial. 
-Art. 180 CC: “o menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.”
II- Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os deficientes mentais de discernimento reduzido: 
-Cabe ao juiz a avaliação do caso com ajuda de pericia médica a fim de definir o grau limitação mental que autorize definir a incapacidade relativa.
-A dependência de álcool e tóxicos pode ser tal que iniba totalmente a compreensão dos fatos da vida, o que pode implicar a incapacidade absoluta (circunstancial). Pela mesma razão, não é sempre que a situação de ebriedade ou toxicomania será tal que implique qualquer ‘capitis deminutio’. 
-A redução da capacidade mental, em qualquer situação, pode desaparecer mediante tratamento ou educação adequada. Perante essa contingência, a interdição deve ser levantada, desaparecendo a ‘capitis deminutio’.
III- Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo:
-Expressão de caráter genérico permite incluir aos relativamente capazes não só os portadores da síndrome de Down, como também todos os excepcionais sem completo desenvolvimento mental que têm dificuldade em expressar a própria vontade. 
-Excepcional é o individuo que tem deficiência mental, deficiência física, ou deficiência sensorial; e por isso, incapacitado de participar em termos de igualdade do exercício de atividades normais. Só os que não têm desenvolvimento mental completo são os considerados relativamente capazes, sendo essa uma atribuição que cabe ao juiz com ajuda de pericia médica. 
IV- Os pródigos: 
-Pródigos são aqueles que, por um defeito de personalidade, gastam imoderadamente, dissipando seu patrimônio com o risco de reduzir-se à miséria. 
-O pródigo só passa à condição de relativamente incapaz depois de declarada como tal, em sentença de interdição. Justifica-se essa interdição sua possível redução à miséria em detrimento de sua pessoa e de sua família, podendo ainda se transformar em um encargo para o Estado. Essa interdição só interfere em atos de disposição e oneração de seu patrimônio, não havendo limites concernentes à pessoa do prodigo, podendo ele votar, testemunhar, fixar domicilio, exercer profissão que não seja a de comerciante e até se casar (com assistência de um curador para celebrar o pacto antenupcial).
Cessação da incapacidade:
Cessa a incapacidade, desaparecendo os motivos que a determinaram. No caso da loucura e da surdo-mudez, desaparece a incapacidade cessando a enfermidade físico-psíquica que as determinaram. Quando a causa é a menoridade, desaparece pela maioridade ou pela emancipação.
Art.5º CC: “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à pratica de todos os atos da vida civil.”
Emancipação: Art5o CC: “Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I- pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II- pelo casamento; 
III- pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV- pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V- pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor, com dezesseis anos completos tenha economia própria.”
I- Emancipação voluntária:
-Decorre de ato unilateral dos pais, reconhecendo ter seu filho, maturidade necessária para reger sua pessoa e seus bens e não necessitar mais da proteção que o Estado oferece ao incapaz. 
-Só pode ser concedida por quem esteja na titularidade do poder familiar (Deve ser feito por ambos os pais, ou por um deles na falta do outro). Mister ter-se em vista que a emancipação só deve ser concedida em consideração ao interesse do menor.
-Esse tipo de emancipação não produz o efeito de isentar os pais da obrigação de indenizar as vítimas dos atos ilícitos praticados pelo menos emancipado, para evitar emancipações maliciosas.
-A emancipação, em qualquer de suas formas, é irrevogável.
II- Emancipação judicial:
-A única hipótese de emancipação judicial é a do menor sob tutela que já completou 16 anos. Essa espécie de emancipação deve ser submetida ao crivo do magistrado, assim,o tutor não pode emancipar o tutelado.
-Quando se prova que o menor tem capacidade de reger sua própria pessoa e seus bens, o juiz lhe concederá a emancipação. Ela só deve ser concedida em considerações aos interesses do menor.
-As emancipações voluntárias e judiciais devem ser registradas em livro próprio da comarca do domicílio menor, já a emancipação legal independe de registro, tendo seus efeitos válidos desde logo, isto é, a partir do ato ou do fato que a provocou.
III- Emancipação legal:
-Decorre de determinados acontecimentos a que alei lhe atribui esse efeito de emancipação.
-Casamento: 
1. O casamento válido produz o efeito de emancipar o menor. Caso a sociedade conjugal se dissolva, ele não retornará à condição de incapaz. 
2. Aquele que assume a responsabilidade do casamento e constitui a própria família não deve, pois, simultaneamente permanecer submetido à autoridade alheia.
3. A idade mínima para o casamento é 16 anos, com autorização dos representantes legais. Há casos, no entanto, nos quais é concedida a possibilidade de casamento antes dessa idade pelo juiz, como, por exemplo, no caso da jovem que tem sua idade suprida em caso de gravidez, e se casa com menos de 16 anos.
4. O casamento nulo, mas putativo, produzindo em relação ao cônjuge de boa fé todos os efeitos do casamento válido, naturalmente o emancipa.
-Exercício de emprego público efetivo: A regra inspira-se na ideia de que, se o próprio poder publico reconhece no individuo a maturidade para representá-lo, ainda que numa área pequena da sua atividade, incompreensível seria continuar a tratá-lo como incapaz.
-Colação de grau em curso de ensino superior.
-Estabelecimento civil ou comercial, ou existência de relação de emprego (desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria): A iniciativa do menor, nesse sentido, revela maturidade adequada para passar ao rol dos capazes. Não se exige que o menor seja registrado como empregado, admitindo-se, pois, a relação de emprego informal.
Semana 10 – Domicílio.
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro cit., v. I, pp. 171/179.
Domicílio da pessoa natural:
Domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde a pessoa estabelece residência com ânimo definitivo, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos ou de sua atividade profissional. 
Art. 70 CC: “O domicilio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.”
Art. 72 CC: “É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.”
Distinções importantes: morada é o lugar onde a pessoa natural se estabelece provisoriamente, enquanto residência é o lugar onde a pessoa natural se estabelece habitualmente.
Uma pessoa pode ter um domicílio e mais de uma residência, assim como pode ter mais de um domicílio. O código civil brasileiro admite a pluralidade de domicílios.
Domicílio aparente ou ocasional:
Art. 73 CC: “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.”
Esse artigo é útil no caso de ciganos e andarilhos por exemplo.
Mudança de domicílio: 
Art. 74 CC: “Muda-se o domicílio transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.”
Espécies:
Domicílio de origem é o que se prende ao nascimento do indivíduo e corresponde ao de seus pais, à época.
Domicílio voluntário geral ou comum: é aquele escolhido livremente, dependendo exclusivamente da vontade do interessado, quando a pessoa não está sujeita a domicílio necessário e tem a liberdade de estabelecer o local onde pretende instalar residência com ânimo definitivo, bom como mudá-lo. 
Domicílio voluntário especial: fixado conforme o contrato, podendo ser denominado, conforme o caso, foro contratual ou de eleição. O do contrato é a sede jurídica ou local especificado no contrato para o cumprimento de obrigações dele resultantes; e o foro de eleição é o escolhido pelas partes para propositura de ações relativas às referidas obrigações e direitos recíprocos. 
Domicílio necessário ou legal: determinado pela lei em razão da condição ou situação de certas pessoas. 
- Art. 76 CC: “Tem domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exerce permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir sentença.”
Domicílio da pessoa jurídica:
Em regra, o domicílio civil da pessoa jurídica de direito privado é a sua sede, indicada em seu estatuto, contrato social ou ato constitutivo equivalente.
Trata-se de domicílio especial, que pode ser livremente escolhido. Não o sendo, o seu domicílio será “o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações”.
O Código Civil admite a pluralidade de domicílios dessas entidades.
Art. 75 CC: “Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I- da União, o Distrito Federal; 
II- dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III- do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV- das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicilio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
§1.o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§2.o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sitio no Brasil, a que ela corresponder.”
Semana 11 – Pessoa jurídica: conceito e espécies.
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro cit., v. I, pp. 215/249 e 270/272.
Conceito:
O homem é dotado de capacidade jurídica. No entanto, isoladamente é pequeno demais para a realização de grandes empreendimentos. Desde cedo percebeu a necessidade de conjugar esforços e de unir-se a outros homens. Por meio dessa união, conseguiu uma polarização de atividades em torno do grupo reunido.
Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta personalidade, isto é, são seres que atuam na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que a compõe, capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações da ordem civil.
Características: unidade (grupo de pessoas que, em busca de uma finalidade comum, se unificam), autonomia (independência entre as pessoas naturais que formam a personalidade jurídica e a entidade em si) e fim (interesse a que se busca dar vazão).
Requisitos para a constituição da pessoa jurídica:
Vontade humana criadora (intenção de criar uma pessoa jurídica): O animus de constituir um corpo social diferente dos membros integrantes é fundamental. São necessárias duas ou mais pessoas com vontades convergentes ligadas por uma intenção comum.
Observância das condições legais para a formação: É a lei que diz a quais requisitos a vontade preexistente deve obedecer, se tal manifestação pode ser efetivada por documento particular ou se será exigido documento público.
- O ato constitutivo é requisito formal exigido pela lei e se denomina estatuto no caso de associações; contrato social para sociedades simples ou empresárias; e escritura pública ou testamento em se tratando de fundações.
-O ato constitutivo deve ser levado para registro para que comece a existência legal da pessoa jurídica. 
Liceidade da finalidade: A atividade do novo ente deve dirigir-se para um fim licito.Não se adapta à ordem jurídica, a criação de uma pessoa que não tenha finalidade licita. Essa finalidade deve ser determinada e possível. Objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa da extinção da personalidade jurídica. 
Começo da existência legal:
A pessoa jurídica de direito público externo deve ser reconhecida internacionalmente.
A pessoa jurídica de direito público interno pode ter sua criação regulada pela constituição ou por determinação de lei.
A pessoa jurídica de direito privado começa com a inscrição dos seus contratos, atos constitutivos, estatutos ou compromissos em seu registro público peculiar.
Elementos de uma pessoa jurídica: 
	Materiais
	Formais
	Pluralidade de pessoas
	Estatuto
	Conjunto de bens 
	Registro
	Finalidade específica
	Autorização
	- É necessário que existam os elementos materiais e formais para que possa ter inicio uma pessoa jurídica.
	-Art. 45 CC: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respeito registro, procedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se, no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.”
A capacidade jurídica adquirida com o registro estende-se a todos os campos do direito, não se limitando à esfera patrimonial. Art. 52 CC: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.”As pessoas jurídicas têm portanto, direito à nome, à boa reputação, à própria existência, bem como de ser proprietária e usufrutuária (direitos reais), de contratar (direitos obrigacionais) e de adquirir bens por sucessão causa mortis.
Elementos que devem conter no registro são especificados no Art. 46 CC: 
“O registro declarará: 
I- a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver
II- o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III- o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; 
IV- se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V- se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
VI- as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.”
Grupos despersonalizados:
Nem todo grupo social constituído para a consecução de um fim comum é dotado de personalidade. Alguns carecem de requisitos necessários à personificação. 
A esses grupos é reconhecido, contudo, o direito de representação processual. A lei prevê que mesmo não tendo personalidade jurídica, podem gozar de capacidade processual e ter legitimidade ativa e passiva para acionar e serem acionadas em juízo.
Dentre os grupos despersonalizados estão:
-A família: caracterizada pelo conjunto de pessoas e pela massa comum de bens. Não constitui uma pessoa jurídica. Cada membro familiar conserva a sua individualidade e os seus bens próprios, apesar de haver identidade de interesses e, por vezes, vinculo sanguíneo.
-A massa falida: é o acervo de bens pertencentes ao falido após sentença declaratória de falência, decretando perda do direito à administração e à disposição do referido patrimônio.
-As heranças jacente e vacante: constituem os bens deixados pelo de cujos enquanto não entregue a sucessor devidamente habilitado. A herança jacente é aquela na qual não há o conhecimento dos herdeiros (não possui personalidade jurídica, constituindo um acervo de bens administrados por um curador até a habilitação dos herdeiros), já a herança vacante é aquela na situação de que, mesmo após promovida a arrecadação e todas as práticas legais exigidas não apareça herdeiros ou se os herdeiros encontrados dela renunciarem.
-O espólio: é o complexo de direitos e obrigações do falecido. Não tem legitimidade para propor ação depois de julgada a partilha.
-As sociedades de fato ou irregulares: são aquelas sem personalidade jurídica. São as entidades já criadas e em funcionamento que, no entanto, não tem existência legal por falta de registro ou autorização.
-O condomínio (geral ou edilício): o condomínio feral não tem personalidade jurídica, pois não passa de propriedade comum de determinada coisa, cabendo a cada condômino uma parte ideal. No segundo tipo de condomínio (edilício) a doutrina diverge.
Classificação da pessoa jurídica:
Quanto à nacionalidade:
-Nacional: sociedade organizada segundo à lei brasileira e que tenha no pais a sede de sua administração.
-Estrangeira: não pode funcionar no país sem a autorização do poder executivo.
Quanto à estrutura interna:
-Corporação: caracterizada por um aspecto pessoal já que visa ao bem estar de seus membros e a atingir fins internos e comuns. Podem se dividir em: 1. Associações – não tem fins lucrativos, mas religiosos, morais, culturais, assistenciais, desportivos ou recreativos. 2. Sociedades: podem ser simples ou empresárias. As simples têm fins econômicos e visam ao lucro, que deve ser distribuídos entre os sócios. As sociedades empresarias também visam ao lucro, no entanto, têm por seu objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto no art. 967 do CC.
-Fundações: nelas, o aspecto dominante é o material, compõe-se de um patrimônio personalizado, destinado a um determinado fim. Recebe personalidade para a realização de fins determinados. Compõe-se de dois elementos: patrimônio + fim.
Quanto à função ou à órbita de sua atuação: 
-Direito privado: são as corporações (associações, sociedades simples e empresárias) e as fundações.
-Direito público: 1. Direito público externo: são os Estados da comunidade internacional. Estão incluídos nele organismos internacionais como a ONU, Unesco, etc... 
- Art. 42 CC: “São pessoas jurídicas de direito publico externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.”
2. Direito público interno (previsto pelo art. 41 CC): classificam-se em da administração indireta (autarquias, fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por lei) e da administração direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios). 
Pessoas jurídicas de direito privado
Art. 44 CC: “São pessoas jurídicas de direito privado: 
I- as associações;
II- as sociedades; 
III- as fundações; 
IV- as organizações religiosas;
V- os partidos políticos;
VI- as empresas individuais de responsabilidade limitada.
§1º. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 
§2º. As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
§3º. Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.”
As associações: Art. 53 CC: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há entre associados, direitos e obrigações recíprocas.” Não há também a intenção de dividir resultados.
- Toda e qualquer associação pode exercer ou participar de atividades econômicas. O que deve ser vedado é que essas atividades tenham finalidade lucrativa.
- Vale notar que as associações podem ter funcionários que recebam salários.
- O instrumento próprio para se criar associações é o estatuto. O artigo 54 do Código Civil estabelece o conteúdo dos estatutos das associações sob pena de nulidade. 
- A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa. Não é possível desligar um sócio sem que haja apuração de que ele haja infringido uma das regras do estatuto.
- É permitido ao associado retirar-se a qualquer tempo, sem necessidade de justificar o pedido pois: “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado” (CF, art. 5º , XX)
- Na dissolução da associação, retirada a parte que cabe aos associados, o restante do patrimônio será destinado a uma entidade de finsnão econômicos, pública.
- Não se pode criar status especiais na associação. Todos os associados têm o mesmo status.
- Art. 55 CC: “Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.”
- Art. 56 CC: “A qualidade do associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrato.”
- Art. 57 CC: “A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.”
- Art. 58 CC: “Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma prevista na lei ou no estatuto.”
- Art. 60 CC: “A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.”
As sociedades: Celebram contrato de sociedade aquelas pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
- Sociedades podem ser simples ou empresariais como já foi visto no item classificação da pessoa jurídica.
- Sociedade civil: não está focada na circulação e produção de produtos.
- Sociedade simples: exerce atividade de prestação de serviços intelectuais de natureza científica, artística ou literária.
- Sociedade empresária: tem por objeto social o exercício de atividade econômica organizada para a produção de bens ou serviços.
- Diferença entre sociedade e associação: Não há entre associados direitos e obrigações recíprocas, enquanto a sociedade é um contrato plurilateral. 
- As sociedades empresariais assumem formas de: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade em comandita por ações,
Semana 13 – Bens considerados em si mesmos.
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro cit., v. I, pp. 275/300
Bens - Conceito:
São coisas matérias ou imateriais, uteis e raras que contem valor econômico, e são susceptíveis de apropriação pelo homem. Constituem-se objeto do direito subjetivo.
Para a economia política, bens são aquelas coisas que, sendo uteis aos homens provocam a sua ambição e, por conseguinte, são objeto de apropriação privada. Entretanto, ainda dentro do conceito econômico, nem todas as coisas uteis são consideradas bens, pois, se existirem em grande abundancia na natureza, ninguém se dará ao trabalho de armazená-las. Assim, nada mais útil ao homem, do que o ar atmosférico, mas, como ele abunda na natureza, não é um bem econômico. (RODRIGUES, Silvio, 2005)
Patrimônio: O patrimônio de um individuo é representado pelo acervo de seus bens, conversíveis em dinheiro. Há ligada à noção de patrimônio, a ideia de valor econômico, suscetível de ser cambiado, de ser convertido em dinheiro. Beviláqua define o patrimônio como “o complexo das relações jurídicas de uma pessoa que tiverem valor econômico”. 
Bens considerados em si mesmos:
Nesta classificação estuda-se o bem como entidade própria, sem levar em conta suas relações. Pode ser:
Bens imóveis:
não podem ser deslocados do espaço sem alteração da sua substancia ou perda da sua destinação econômica. 
-Art. 79 CC: “São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.”
Imóvel por natureza: O solo, a rigor é o único imóvel por natureza. 
-Limitações: CC art. 1.299 e art.1.230; C.F. art. 176 §1º a §4o – O limite do bem do solo é a utilidade do bem, alem disso, os bens minerais do solo são propriedade da união.
-Nos componentes do solo, algumas partes são solidas, outras são líquidas, umas formas a superfície, outras o subsolo. Se alguma das partes é separada pela força humana, passa a constituir-se em unidade distinta, mobilizando-se, como a arvore que se converte em lenha, e assim por diante. A água. enquanto pertencente a um imóvel, será imóvel; destacada pelo homem torna-se móvel.
-As árvores e os arbustos, ainda que plantados pelo homem, deitando suas raízes nos solos, são imóveis. Não serão assim considerados se plantados em vasos e recipientes removíveis, ainda que de grandes proporções.
-As riquezas minerais ou fosseis, que no regime do Código anterior pertenciam ao proprietário do solo, passaram a constituir propriedade distinta do patrimônio da União a qual pode outorgar ao particular mera concessão de exploração de jazidas.
-Portanto, embora se considerem propriedade o subsolo e o espaço aéreo, tais pontos apenas se consentirão presos à propriedade na medida de sua utilização pelo proprietário do solo. Já não se considera que a propriedade se debruce usque ad sidera et usque ad ínferos (até o céu e até o inferno). A utilização do solo e do espaço aéreo, pois, não pode ser ilimitada. A lei só ampara o direito de propriedade enquanto de utilidade para o titular.
Imóvel por acessão: Aquilo que se incorpora ao imóvel de forma permanente é considerado imóvel.
-Acessão significa justaposição, aderência de uma coisa à outra, de modo que a primeira absorva a segunda. Na hipótese figurada, trata-se das coisas moveis por sua natureza, tais como os tijolos, canos, etc., mas que, incorporados em caráter permanente ao solo, adquiriam a categoria de imóveis. Para que isso ocorra, entretanto, é necessário que a coisa incorporada não possa ser retirada sem que sofra modificação, fratura ou dano. Caso contrário, não se consuma a acessão.
-As construções que se agregam ao solo participam de sua natureza jurídica, porem, se se tratar de construções ligeiras e provisórias, apenas acostadas ao solo, a sua superfície, como barracas, barracões e construções provisórias, não devem ser consideradas imóveis. 
-Uma vez que se agregarão ao solo, as sementes são consideradas imóveis se lançadas para germinar.
-Os chamados prédios de apartamentos, propriedade em planos horizontais criados pela necessidade urbana moderna, são considerados também imóveis presos ao solo, ainda que os planos acima do andar térreo não estejam diretamente ligados a ele. Trata-se de uma propriedade superposta.
-Nem sempre a imobilização das partes que se aderem ao solo será de propriedade do titular do domínio do solo. Habitualmente, ocorre isso, no entanto, pode acontecer que a semente lançada ao solo seja de proprietário diverso, assim como os matérias de construção do edifício. Nesse caso, haverá perda dos moveis em favor do proprietário do solo, com direito à indenização a quem construiu ou plantou em terreno alheio de boa fé (C.C. art. 1254), ou sem nenhum direito em caso de má fé.
-Acessão significa justaposição. Aderência de uma coisa a outra de modo que haja absorção de uma coisa por outra. Na hipótese ora tratada, as sementes, os materiais de construção são originalmente coisas móveis, que aderem definitivamente ao solo, passando à categoria de imóveis. Aqui se aplica o principio de que o acessório segue o principal.
Imóvel por acessão intelectual: tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em sua exploração industrial, aformoseamento, ou comodidade. 
-Apenas o proprietário ou seu representante, pode imobilizar esses objetos. Não pode fazê-lo o mero locatário ou detentor, cuja relação com o imóvel é transitória.
-Em primeiro lugar, a lei falava em objetos mantidos intencionalmente no imóvel para sua exploração industrial. Seriam assim considerados maquinas, ferramentas, adubos. Contudo, o simples fato de esses objetos serem encontrados no imóvel não levava à automática conclusão de que foram imobilizados. É a circunstancia de cada caso que define sua situação. A dificuldade estava em saber quais utensílios são necessários à exploração do imóvel. Por isso, o atual Código preferiu suprir essa classificação.
-Em segundo lugar, falava a lei em objetos empregados para aformoseamento do imóvel. São vãos, estatuas e estatuetas nos jardins e parques, quadros, cortinas, etc. nos prédios de modo geral. Como nem sempre é fácil definir a imobilização, vale o que foi dito no parágrafo anterior.
-Em terceiro lugar,mencionava alei anterior os objetos destinados à comodidade do imóvel. Incluíam-se nessa categoria: geradores, circuladores de ar, aparelhos de ar condicionado, escadas de emergência justapostas ao edifício, equipamentos de incêndio, etc.
-Os bens de acessão intelectual distinguiam-se dos bens das classes anteriores, porque, ao contrario da acessão física, não havia justaposição material da coisa móvel ao imóvel. Ocorria tão-só um vinculo de ordem subjetiva. Como se tratava de idealização, esses bens não eram permanentemente imobilizados e podiam readquirir, a qualquer tempo, a condição de móveis. Isso tinha importância prática no momento da alienação do imóvel. Se o proprietário o aliena sem fazer ressalva dos imóveis desta categoria, presume-se que na alienação também tais objetos estivessem englobados. Note que a imobilização por acessão intelectual apenas ocorria quando os bens são colocados a serviço do imóvel e não de determinada pessoa. Modernamente, na nova lei, cumpre que esses objetos sejam devidamente discriminados ou que se analise a vontade dos interessados.
Imóveis por destinação legal: Não são imóveis, mas são elevados a tal por força de lei.
-Os direitos são bens imateriais e, destarte, não poderiam ser entendidos como coisas móveis ou imóveis. Contudo, para maior segurança das relações jurídicas, a lei considera os direitos sobre imóveis (enfiteuse, servidões, usufruto, uso, habitação, rendas constituídas sobre imóveis, penhor, anticrese e hipoteca, alem da propriedade) como imóveis, e, como tal, as respectivas ações, que são a própria dinâmica desses direitos (ações de reivindicação, confessória e negatória de servidão, hipotecarias, pignoratícias, de nulidade ou rescisão de compra e venda etc.)
-Art. 81 CC: “Não perdem o caráter de imóveis: 
I- as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade forem removidas para outro local;
II- os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.”
Bens móveis:
Art. 82 CC: “São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substancia ou da destinação econômico-social.”
Dividem-se em dois grupos: 
Móvel por natureza: São aqueles que podem ser movimentados fisicamente, por força própria ou alheia, sem alteração da sua substancia ou da destinação econômico- social.
-Os bens suscetíveis de movimento próprio, isto é, os animais, chamam-se semoventes. Os que se movem por força alheia, são os móveis propriamente ditos.
-São, portanto, as coisas corpóreas que podem se movimentar, por força própria ou alheia, com exceção daquelas que se agregam aos imóveis. Existem bens móveis que a lei imobiliza para fins de hipoteca, como é o caso dos navios. O atual Código particulariza com sucesso a noção de bens móveis, inserindo na parte final do artigo a expressão “sem alteração da substancia ou da destinação econômico-social deles”. Essa noção é importante e resulta em utilidade prática, pois não pode ser considerado móvel aquele bem que, uma vez deslocado, perde sua finalidade.
-Modernamente, os bens mobiliários ganham maior dimensão, embora as fortunas ainda se façam com bens imóveis. Avulta, pois, de importância o regime jurídico a ser atribuído a determinados bens moveis. O direito moderno reconhece a categoria dos móveis por antecipação. São bens que, incorporados ao solo, destinam-se à separação e serão convertidos em móveis. A qualidade mobiliaria de seu objeto retroage à data do contrato, em face de seu caráter.
Móvel por destinação legal: Se os direitos sobre coisas imóveis são imóveis, os direitos sobre moveis devem ser moveis, assim como as respectivas ações. 
-Art.84 CC: “Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de moveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.”
Bens fungíveis e infungíveis:
Bens infungíveis: são aqueles corpos certos, que não admitem substituição por outros do mesmo gênero, quantidade e qualidade, como um quadro, uma escultura ou qualquer obra de arte.
-Coisa não fungível é aquela considerada em sua individualidade. O objeto da obrigação infungível é caracterizado por uma coisa em si, a qual o credor almeja. Assim, por exemplo, um determinado cavalo de corridas, um violino Stradivarius.
Bens fungíveis: São aqueles que podem ser substituídos por outros do mesmo gênero qualidade e quantidade, tais como cereais, peças de maquinas, gado, etc. 
-Art. 85 CC: “São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie qualidade e quantidade.”
-As coisas fungíveis são encaradas através de seu gênero e especificadas por meio de quantidade e qualidade. Como são homogêneas e equivalentes, a substituição de umas por outras é irrelevante.
-A vontade das partes não pode tornar fungíveis coisas infungíveis, por faltar praticidade material, mas a infungibilidade pode resultar de acordo de vontades ou das condições especiais da coisa, à qual, sendo fungível por natureza, se poderá atribuir o caráter de infungível. Assim, uma garrafa de vinho pode ser emprestada apenas para uma exposição: por vontade da parte, o que é fungível torna-se infungível, no empréstimo ad pompan vel ostentationem (para pompa ou ostentação).
-A fungibilidade é qualidade da própria coisa. Haverá situações em que apenas o caso concreto poderá classificar o objeto. Desse modo, uma garrafa de vinho raro, de determinada vindima, da qual restam pouquíssimos exemplares, será infungível, enquanto o vinho, de maneira geral, é fungível.
-OBS: As obrigações de fazer também podem ser consideradas infungíveis.
-A distinção interessa precipuamente ao Direito das Obrigações. A prestação do devedor, se for obrigação de fazer, poderá ser personalíssima, como o é a obrigação de um pintor famoso fazer um retrato. Tal prestação não pode ser substituída por outro artista, sendo, portanto, infungível. No mesmo diapasão, na obrigação quanto ao objeto do pagamento, “o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
Bens consumíveis e Inconsumíveis:
São inconsumíveis: os bens que admitem uso reiterado, sem destruição de sua substancia. Tal qualidade deve ser entendida no sentido econômico e não no sentido vulgar, pois tudo que existe na face da terra inexoravelmente será consumido, ou ao menos deixará de ser o que é, para ser transformado.
São consumíveis: os bens cujo uso destrói a sua substancia ou destinação econômica.
-Art. 86 CC: “São consumíveis os bens moveis cujo uso importa destruição imediata da própria substancia, sendo também considerados tais os destinados à alienação.”
-Devem-se entender como bens consumíveis todos aqueles que podem desaparecer por um só ato de utilização. Inconsumíveis são aqueles que permitem uso continuado, sem acarretar sua destruição total ou parcial. Note que o importante é a destruição “jurídica”. As mercadorias destinadas à venda no estoque do comerciante são sempre consideradas consumíveis. Poderão deixar de sê-lo no momento em que forem adquiridas.
-A distinção se funda numa consideração econômico jurídica, pois há coisas que se destinam ao simples uso, delas tirando-se as utilidades, sem lhes destruir a substancia – são coisas não consumíveis; e há outras que se destroem imediatamente, à medida que são utilizadas ou aplicadas – são as consumíveis.
-Da mesma forma que expusemos ao tratarmos das coisas fungíveis, pode a coisa consumível tornar-se inconsumível por vontade das partes: se empresto uma garrafa de vinho raro tão só para uma exposição. Todavia, essa estipulação só tem efeito para com os contratantes, sendo ineficaz em relação a terceiros.
Bens divisíveis e indivisíveis:
Fisicamente todas as coisas são suscetíveis de divisão. Todavia coisas há que, divididas deixam de ser o que eram.
Bens divisíveis: nos bens divisíveis, cada segmento repartido mantém as mesmas qualidades do todo. O bem indivisível não admite fracionamento.
-Art. 87 CC: “Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteraçãona sua substancia, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Bens indivisíveis: é aquilo que não se pode partir sem alteração de sua substancia. Daí decorre serem divisíveis as coisas que se podem fragmentar sem lesão para referida substancia. 
-No entanto, que uma coisa material ou legalmente indivisível pode ser dividida em partes ideais, mantendo-se as partes em condomínio sem ocorrer a decomposição. O atual Código Civil, como se nota, tornou mais clara a noção da redação anterior. Portanto, não mais repete o atual diploma o “todo perfeito” de uma inteligência obscura. Refere-se a nova lei à alteração da substancia, diminuição de valor considerável ou prejuízo do uso, o que fica muito mais fácil de perceber no caso concreto.
-“Pró-diviso” – apesar de ser um bem único, pode ser destacado. (Ex: condomínio)
-“Pró-indiviso” – as quotas partes são indivisíveis e não podem ser destacadas.
-Art. 88 CC: “Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.”
-Os bens podem ser Indivisíveis por natureza (como é o caso de animais de tração); Indivisíveis por vontade das partes (em um negocio jurídico decidem que certo bem será indivisível); Indivisíveis por determinação legal (quando a lei determina que certa coisa será indivisível, como é o caso da hipoteca).
Bens singulares e coletivos:
A derradeira distinção feira pelo legislador, ao considerar os bens em si mesmos, é a referente às coisas singulares e coletivas. Diz ele que as coisas simples ou compostas, materiais ou imateriais, são singulares ou coletivas.
Art. 89 CC: “São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.”
Os bens singulares podem ser simples e compostos.
-Singulares simples são as coisas constituídas de um todo formado naturalmente ou em conseqüência de um ato humano, sem que as respectivas partes integrantes conservem sua condição jurídica anterior, como por exemplo, um livro.
-Singulares compostas são as coisas que se juntam, unindo diferentes objetos corporeamente, em um só todo, sem que desapareça a condição particular de cada um. Surge aqui, mais propriamente, o conceito já visto de parte integrante, essencial e não essencial.
-Art. 90 CC: “Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.”
Os bens coletivos são uma reunião de bens singulares, que em conjunto tenham a mesma destinação e pertinentes à mesma pessoa.
Universalidade de fato: Cada bem singular não perde essa singularidade de ser objeto jurídico.
As coisas coletivas são chamadas universalidades, e a coletividade se têm por extinta quanto desaparecem todos os indivíduos que as compõe, menos um. Em rigor, e como se disse, elas são compostas de coisas singulares, que conversam sua autonomia, mas que se agrupadas através do ângulo em que se colocou o observador, ou as colocou a lei.
Universalidade de Direito: complexidade de relações jurídicas. Na universalidade de direito contempla-se um todo que emerge das unidades que a compõem, constituindo, por força da lei, uma coisa nova. Assim o patrimônio e a herança, que a são a reunião de varias relações jurídicas ativas ou passivas.
-Art. 91 CC: “Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotada de valor econômico.”
Semana 14 – Bens reciprocamente considerados.
Leitura Sugerida: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro cit., v. I, pp. 300/314.
Bens principais e acessórios:
Art.92 CC: “Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.”
Bem principal: é aquele que se basta por si mesmo. Com efeito, a coisa principal é aquela que não depende do conceito de qualquer outra coisa para definir-se.
Bem acessório: É aquele cuja existência depende da existência do principal. Para que se configure o acessório, há necessidade de pressupor a existência de um bem principal, ficando assentado que o bem acessório não tem autonomia. Não basta a simples relação de dependência da coisa, pois não deve se confundir acessório com a noção de parte integrante, que é parte constitutiva da própria coisa.
Identifica-se o bem acessório e o principal, perguntando-se se, ao destacar determinado bem de outro, ele perde sua qualidade.
Presume-se que aquele que tem a propriedade do bem principal também seja proprietário dos bens acessórios a ele ligados. A regra de que o acessório segue o principal tem inúmeros efeitos, lembrando-se de que a acessão é modo de aquisição da propriedade. Todas as regras da acessão se escudam no princípio da acessoriedade. (obs: a regra não é válida para as pertenças que, segundo o Art.94 do CC, não são abrangidas).
Classes dos bens acessórios:
Pertenças: As pertenças têm vida jurídica própria. Suas principais características são: 
1. um vinculo intencional, material ou ideal, estabelecido por quem faz uso da coisa, colocado a serviço da utilidade do principal; 2. um destino duradouro e permanente ligado à coisa principal e não apenas transitório; 3. uma destinação concreta, de modo que a coisa fique efetivamente a serviço da outra.
-A pertença forma, juntamente com a coisa, unidade econômico social. 
-Art. 93 CC: “São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.”
-Art. 94 CC: “Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrario resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.”
-Conclui-se, pois, que muito dependerá do caso concreto para uma definição do conceito de pertença, ainda porque a própria lei aponta que se examinem as “circunstancias do caso”. Quando se tratar de negocio jurídico, que envolva transferência de posse ou propriedade, é portanto conveniente que as partes se manifestem expressamente sobre os acessórios, sejam tidos como benfeitorias ou pertenças, evitando situações dúbias. Na alienação de imóvel, por exemplo, devem as partes mencionar se a linha telefônica ou de televisão a cabo estão incluídas; na alienação de um automóvel, deve o vendedor mencionar se o equipamento de som está incluso no negócio.
Frutos: são as utilidades que a coisa periodicamente produz.
-Art. 95 CC: “Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negocio jurídico.”
-Frutos naturais: resultam do desenvolvimento próprio da força da coisa. 
-Frutos industriais: os devidos à intervenção do esforço humano, como os produtos manufaturados.
-Frutos civis: os rendimentos tirados da utilização da coisa frugífera por outrem que não o proprietário, com as rendas, alugueis, foros e juros.
-Frutos pendentes: aqueles que não foram separados da coisa que os produziu.
-Frutos separados: aqueles que já se desligaram do bem principal, sem nenhuma agregação econômica ou jurídica, ou seja, naturalmente separados.
-Frutos percebidos ou colhidos: separados e possuídos por alguém, possuindo uma destinação jurídica.
-Frutos consumidos: que já perderam a sua substancia pelo uso.
-Frutos percipiendos: que já poderiam ter sido colhidos, mas ainda não foram percebidos.
-Frutos estantes: separado ou colhido, mas reservado, aguardando uma destinação.
Obs: Produtos são bens acessórios que não se renovam automaticamente, como os minerais. Ao retirar-se as utilidades da coisa se lhe diminui a quantidade.
Benfeitorias: sempre serão bens agregados ao principal, tornando-se, em alguns casos, parte integrante deste.
-Art. 96 CC: “As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§1º. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§2º. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§3º. São necessáriasas que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.”
-É uma espécie de acessório, constante de obra levada a efeito pelo homem, com propósito de conservar, melhorar ou simplesmente embelezar uma coisa determinada.
-Art. 97 CC: “Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.”
-Benfeitorias são obras, portanto, decorrentes da ação humana. Excluem-se de sua noção os acréscimos naturais ou cômodos, que se acrescem à coisa sem intervenção humana.
Bens considerados quanto ao titular do domínio:
Bens públicos: de acordo com nosso direito, são bens públicos as coisas corpóreas e incorpóreas pertencentes ao Estado, em geral, com suas subdivisões administrativas. Tais bens estão submetidos a regime especial. São três as categorias em que se dividem.
1. Bens de uso comum do povo: são aqueles bens que qualquer pessoa, cumprindo os regulamentos, pode utilizar. A utilização dessa espécie independe, via de regra, de retribuição; mas pode ser exigido, por lei da união, do Estado, ou do município, conforme pertençam a uma dessas pessoas jurídicas, pagamento para seu uso.
2. Bens de uso especial: são os bens destinados a algum serviço da pessoa jurídica de direito publico. São reservados a determinada espécie de serviço publico, como os edifícios destinados aos ministérios ou secretarias de Estado, as escolas públicas, os presídios, etc. São bens que têm, portanto, aplicação especial. Esses bens distinguem-se dos anteriores, porque o Poder Público não tem apenas a titularidade, mas também sua utilização. Seu uso pelos particulares é regulamentado, e a Administração tanto pode permitir que os interessados ingressem em suas dependências, como proibir.
3. Bens dominicais: são os que constituem o patrimônio da pessoa jurídica de direito público. São bens dos quais o poder publico é titular, da mesma maneira que a pessoa de direito privado é dona de seu patrimônio.
-Art. 98 CC: “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito publico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencem.”
-Art. 99 CC: “São bens públicos:
I- os de uso comum do povo, tais como rios mares, estradas, ruas, praças;
II- os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III- os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrario, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito publico a que se tenha dado estrutura de privado.”
-Art. 100 CC: “Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.”
-Art. 101 CC: “Os bens publico dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.”
-Os bens de uso comum e especial são inalienáveis enquanto forem afetados. Para que percam sua afetação, ou seja, sua qualidade especial, é necessário que uma lei os torne dominicais.
-Os bens públicos dominicais podem ser alienados normalmente por licitação.
-Art. 102 CC: “Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.”
-Art. 103 CC: “O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.”
Bens privados: são os bens que não pertençam a nenhuma pessoa jurídica de direito público.
Coisa arrendada e coisa de ninguém.
Bens de família:
Bens de família convencional.
Bens de família legal – lei 8009/90
Bens quanto à alienabilidade:
Bens fora do comercio: são aqueles que não podem ser apropriados.
Bens inaproveitáveis por sua natureza: são: o ar, o mar em geral, o sol. Isto sem falar na captação de energia dessas fontes que, uma vez captadas são alienáveis. 
Bens inalienáveis por força de lei: são aqueles que normalmente poderiam ser alienados, mas a lei proíbe. Inserem-se nessa categoria os bens públicos, os bens das fundações já examinados, os bens de menores, assim considerados em sua própria proteção etc. Não se trata de bens propriamente fora do comercio. Sua inalienabilidade pode desaparecer sob certas circunstâncias, uma vez que os bens das fundações e os bens públicos, de acordo com o devido processo legal, podem ser alienados. “Inalienabilidade” não é, portanto, expressão equivalente a “comerciabilidade”.
Bens inalienáveis pela vontade humana: São aqueles bens aos quais se opõe a clausula de inalienabilidade, nas doações ou testamentos. Ninguém pode gravar os próprios bens. Só nos atos de disposição mencionados o interessado poderá gravá-los, mas tais bens irão para as mãos de terceiros.

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