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TXXIV Larissa Cardeal 8. DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO ESTATURAL E PUBERAL - a velocidade de crescimento é muito pronunciada nos 2 primeiros anos de vida, sendo maior ainda no 1º ano de vida - após 3a de idade, fica praticamente estável, com crescimento de cerca de 5cm - as meninas entram na puberdade e fazem o seu estirão puberal antes dos meninos, sendo que o estirão é mais pronunciado nos meninos - as meninas, no geral, tendem a ser menores que os meninos, visto que entram antes no estirão puberal e ele é mais curto do que o dos meninos - limite inferior de crescimento dos 3a até a puberdade é de 4cm/ano > menos do que isso já é muito pouco crescimento - estímulo hipotalâmico pelo GHRH que vai para a hipófise, que produz GH > o GH estimula o fígado a produzir IGF-1, que é o hormônio ativo que estimula o crescimento linear e desenvolvimento do organismo > o IGF-1 faz o feedback negativo hipofisário e hipotalâmico, inibindo a secreção de somatostatina, que inibe a secreção de GH - a secreção do GH é mais importante no período noturno, pela madrugada - período noturno, na madrugada, ocorre certa hiperglicemia, em decorrência de maior liberação de GH e cortisol, que são hormônios contrarreguladores da insulina - crianças devem ser acompanhadas com curvas de crescimento - há diferenças nas curvas de crescimento de meninos e meninas, devendo-se utilizar a específica para cada um dos gêneros - um dos critérios de baixa estatura é a criança estar abaixo de P3 > podendo ser patológica, ou não TXXIV Larissa Cardeal - outro critério de avaliação da baixa estatura é o cálculo do canal familiar > a altura é relacionada à genética - outra forma de avaliar a estatura é avaliar a velocidade de crescimento > crianças com velocidade diminuída podem ter baixa estatura no futuro - deve-se avaliar a história da gestação e dos eventos perinatais - crianças que nascem pequenas, doenças crônicas, ambientes inóspitos (desestruturados) > há impacto no crescimento - deve-se avaliar o histórico do crescimento > avaliar a curva do crescimento auxilia nessa análise - avaliar histórico puberal dos pais > pais com puberdade mais tardia tendem a ter filhos que também possuem puberdade mais tardia - importante ser cuidadoso e medir a criança > tirar o tênis, posição correta > medir os pais também para avaliar o canal familiar de forma adequada - sempre avaliar a puberdade em crianças com baixa estatura - a radiografia de mão e punho deve ser da mão não dominante, para avaliar a idade óssea – se é compatível ou não com a idade cronológica - menina com baixa estatura e atraso puberal = pode ser Sd de Turner - Sd de Cushing (hipercortisolismo) na criança cursa com obesidade e baixa estatura | crianças com obesidade primária tendem a ficar mais altas e têm avanço na idade óssea - hemograma > avaliar se criança tem anemia crônica - VHS > avaliar atividade inflamatória – as vezes a criança pode ter alguma doença crônica > criança com raquitismo, doença renal crônica, hipotireoidismo, DM tipo 1 > doenças crônicas que, se não controladas, podem produzir baixa estatura - cariótipo > excluir síndrome de Turner (45, XO); dosagem de cortisol > excluir Cushing; dosagem do Ca > excluir raquitismo; anemia e aumento de VHS com diarreia > doença celíaca - a avaliação do hormônio do crescimento deve ser realizada após a avaliação de todas essas possíveis etiologias | obs: o IGF-1 nas doenças crônicas vêm baixos > deve-se tratar a causa base, e o IGF-1 tende a aumentar novamente e a criança volta a crescer novamente - após a exclusão das etiologias mais comuns, pode-se dosar o GH, o IGF-1 e a IGFBP-3 TXXIV Larissa Cardeal > deve-se fazer testes funcionais para avaliar se as dosagens estiverem alteradas e só depois disso é que se solicita RM | retardo constitucional de crescimento e puberdade é a causa mais comum de baixa estatura > criança demora mais pra entrar na puberdade, tem estatura um pouco baixa, IO um pouco atrasada, geralmente está abaixo da curva familiar ou da curva normal de crescimento, mas mantendo uma velocidade de crescimento constante, geralmente há história familiar de pais que entraram mais tardiamente na puberdade > essa paciente irá se desenvolver e crescer, ele só tem uma velocidade mais diminuída no crescimento > pode-se acompanhar a criança – geralmente ela alcança o desenvolvimento “normal” e cresce | baixa estatura psicossocial > criança não tem histórico de baixa estatura familiar ou de puberdade tardia, não tem alteração laboratorial, não tem alteração de IO > a história é de ambiente social desorganizado > deve-se acionar assistente social ou conselho tutelar > crianças voltam a crescer quando saem desse ambiente desestruturado | retardo do crescimento intrauterino > crianças nascem pequenas para a IG > essas crianças podem fazer catch up e chegar na curva de crescimento nos 2 primeiros anos > há outras crianças que não fazem o catch up e chegam aos 2 a 4a e permanecem abaixo da curva - tratamento com hormônio do crescimento > mas obs: não se trata de deficiência de GH | baixa estatura idiopática > crianças que têm baixa estatura, mas sem conseguir identificar a etiologia - pode-se tratar com hormônio do crescimento > mas obs: não se trata de deficiência de GH | Turner: menina fica baixa e com atraso puberal > há benefício no tratamento com GH (mas não se trata de deficiência de GH) | desnutrição > pode-se acionar a assistente social – que pode tentar auxiliar a família | asma grave, uso de corticoide frequente, doença celíaca, fibrose cística, cardiopatias congênitas, doenças renais crônicas > descontrole impacta no crescimento da criança > tratar doença de base > crianças com nefropatia crônica em diálise podem ter baixa estatura – nesse caso, pode-se associar GH ao tratamento do paciente (não se trata de deficiência de GH) TXXIV Larissa Cardeal | nanismo hipofisário > baixa estatura por deficiência do GH > anões de Itabaianinha – população com mutação do receptor GHRH – pós reposição do GH, crescem normalmente | adquiridas, ex: > criança com neuroblastoma com necessidade de radioterapia em encéfalo, com dano hipofisário pela radioterapia e evoluiu com déficit de GH - nanismo hipofisário com déficit de GH puro - manifestações de velocidade baixa no desenvolvimento começa aparecer aos 2a de idade > na vida intrauterina até os 2a de idade há ação do IGF-2 (que independe do GH) - pode ter achados ao nascimento > meninos podem ter micropênis > em ambos os gêneros: nistagmo congênitos, hipoglicemia neonatal, icterícia prolongada - IO com atraso de anos (atraso importante) - voz fina e de timbre alto - baixa estatura proporcionada > indivíduo tem proporções semelhantes entre todo o seu corpo > é diferente da acondroplasia, que não possuem essa proporção > indivíduos têm o tronco grande, mas braços e pernas não desenvolvem - o IGF-1 é o mais importante para o rastreio - se o IGF-1 vier baixo, deve-se seguir com a investigação > se vier normal, é improvável a deficiência de GH - o ITT é um teste confirmatório, que deve ser feito > provocação de hipoglicemia, que gera estímulo de liberação de GH > indivíduo normal secreta GH, indivíduos com deficiência de somatotrofina têm pico de GH reduzido > teste confirmatório é necessário para fechar o diagnóstico > deve-se fazer exame de imagem para avaliar presença de lesão encefálica - tratamento com GH recombinante (canetas de aplicação subcutânea) pela noite > para mimetizar ação noturna do GH TXXIV Larissa Cardeal - excesso de IGF-1e GH na infância > indivíduo cresce e desenvolve o acrogigantismo - excesso de IGF-1 e GH no adulto > indivíduo não cresce mais, já fechou as cartilagens de crescimento e desenvolve a acromegalia (mais comum) - pode ser que haja um tumor secretor de GH - o excesso de GH é uma condição diabetogênica > predispõe ao DM - a interpretação do IGF deve ser cuidadosa > é diferente para a faixa etária e para o sexo do indivíduo - tumor hipofisário grande > sintomas de efeito de massa - alterações cutâneas: acrocordons - fácies acremegálica > pode haver afastamento dentário - manifestações musculoesqueléticas > artroses, frouxidão ligamentar, problemas de mobilidade articular - voz “cavernosa” - hiperprolactinemia > pode ser por acremegalia co-secretora ou por compressão da haste hipofisária - colonoscopia periódica pelo risco da CA de cólon - pode haver prognatismo, alargamento nasal - aumento de extremidades - com a suspeita clínica, deve-se solicitar dosagem de GH e de IGF-1 > IGF-1 virá elevado e o GH virá detectável - vindo o IGF elevado, deve-se fazer o teste confirmatório: GTT para GH > mesmo GTT para o diabetes, mas para avaliar o GH > faz-se uma curva glicêmica (já se avalia diabetes também) com avaliação em vários TXXIV Larissa Cardeal momentos do teste e avalia-se paralelamente o GH > quando o indivíduo recebe glicose, há mecanismos de liberação de insulina e de diminuição do GH, para que ocorra a metabolização do açúcar em excesso >> indivíduo normal | indivíduo acromegálico não possui essa queda, pois o tumor está hipersecretando o GH >> padrão ouro para o diagnóstico > após o diagnóstico, deve-se solicitar a RM para avaliar o tamanho do tumor (micro ou macroadenomas hipofisários – não há relação de tamanho tumoral com nível hormonal) - tratamento cirúrgico > retirada do tumor com espera de cura com a cirurgia - se paciente não se curar, pode-se fazer tratamento medicamentoso, para evitar complicações - somatostatina consegue inibir liberação tumoral de GH - agonista dopaminérgico pode ser associado à somatostatina - i. hipogonadismo hipergonadotrófico > criança não entra na puberdade, fica infantilizada, pré púbere TXXIV Larissa Cardeal > dosagem de LH e FSH – estão altíssimos > doença nas gônadas - ii. Hipogonadismo hipogonadotrófico > doença hipofisária > LH e FSH não se elevam > deve-se fazer avaliação clínica cuidadosa para avaliar se há ou não doença presente - i. eixo HH em funcionamento normal: a hipófise irá secretar FSH e LH (gonadotrofinas), que estimularão as gônadas (ovários e testículos), que irão secretar seus hormônios (testosterona e estrógeno) - ii. Hipogonadismo hipergonadotrófico > hipófise começa secretar as gonadotrofinas; as gônadas, por sua vez, são disfuncionantes, de forma que não secretam os esteroides sexuais, promovendo ausência de feedback negativo >> na ausência desse feedback negativo, a hipófise mantém a secreção de FSH e LH de forma elevada | hipogonadismo primário – gônadas disfuncionantes | hipergonadotróficos – gonadotrofinas elevadas | investigar patologias das gônadas: criptorquidia (nos meninos), Sd de Turner (menina tem ovário em fita) - iii. Hipogonadismo hipogonadotrófico > doença hipofisária – não ocorre secreção hormonal hipofisária de gonadotrofinas – sem gonadotrofinas, as gônadas não irão produzir os esteroides sexuais (pela ausência de hormônios que estimulam o funcionamento desses órgãos) | hipogonadismo secundário – gônadas disfuncionantes | hipogonadotróficos – gonadotrofinas ausentes ou anormalmente normais - avaliação da envergadura: distância entre as extremidades dos braços - hábito eunucoide (veio dos eunucos – indivíduos castrados que cuidavam dos haréns) > ausência do esteroide sexual, demoram mais para fechar as epífises e o resto normal (LH e FSH) > tende, a ter braços maiores, envergadura maior e podem ser até mais altos > são chamados de hábito eunucoide > se o hábito eunucoide for identificado em crianças em desenvolvimento, deve-se alertar, pois é um indício de que pode haver alguma patologia - hiperprolactinemia pode dar hipogonadismo hipogonadotrófico - cariótipo é importante principalmente nas meninas, pelo risco da Sd. de Turner - paciente da foto com hábito eunucoide > alto, braços e pernas mais compridas e com hipogonadismo TXXIV Larissa Cardeal > se for hipogonadrotrófico pode-se pensar em Sd. de Kallman: hipogonadismo hipogonadotrófico + anosmia ou hiposmia >> causada por um defeito de migração dos neurônios que produzem o GnRH e dos neurônios que formam os nervos olfatórios por um defeito em um gene denominado Kallman - há indivíduos que podem ter o hábito eunucoide com hipergonadismo hipergonadotrófico (FSH e LH altos) > Sd de Klinefelter (47, XXY) – gônada não responde de forma adequada - Turner e Noonan são casos de hipergonadismo hipergonadotróficos, mas não cursam com hábito eunucoide - sempre isosexual quando ocorre puberdade precoce central - não se trata da ativação do eixo HH - SNC > por aumento dos esteroides sexuais - geralmente o que dá isossexual na menina dá heterossexual no menino e vice-versa
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