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Adolescencia, Fisiologia da Puberdade e Distúrbios Puberais

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NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
 
• Período de transição complexo entre a infância e a idade adulta, englobando profundas modificações nos contextos 
físico, psicológico e social do indivíduo e sua relação com a coletividade. 
o OMS propõe como definição entre os 10 e 19 anos, e considera juventude a fase de 15-24 anos 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), define a adolescência entre os 12 e 18 anos 
• A puberdade é uma fase biológica de crescimento e desenvolvimento físico e psicológico, que culmina com a 
maturidade sexual-reprodutiva e estabelecimento da estatura final 
o Inicia-se com o aparecimento do broto mamário nas meninas e aumento do volume testicular nos meninos 
e termina com a fusão das epífises e crescimento final do indivíduo 
• A primeira consulta pode ser feita com o adolescente e sua família, em seguida outra com o paciente individualmente 
e a terceira com todos para que as orientações necessárias sejam dadas 
• Durante o atendimento reservado com o adolescente, o pediatra pode aprofundar-se em questões sobre 
sexualidade, uso de drogas, violência e projetos futuros 
o O conteúdo das consultas somente é revelado aos pais com expressa autorização do adolescente 
• O exame físico pode ou não ser feito na presença dos pais, cabendo ao paciente a decisão de limitar sua intimidade. 
 
• Puberdade apresenta 2 modificações típicas → maturação sexual e crescimento físico (estirão da puberdade). 
o É a fase que o indivíduo mais cresce, com exceção do primeiro ano de vida 
❖ Velocidade de crescimento → é o melhor parâmetro para se avaliar crescimento 
• Definida pelo aumento da estatura medido em ce ntímetros durante um ano 
o Não deve ser aferida em menos do que seis meses 
▪ Meninas: 8-9 cm/ano 
▪ Meninos: 9-10 cm/ano 
❖ Idade-Estatural e Idade-Peso → idade cronológica na qual a média da população apresenta estatura/idade ou 
peso/idade igual a do paciente avaliado (idade na qual a estatura/peso do pcte cruza a média (p50)) 
❖ Proporções corporais → relações entre Segmento Superior/Segmento Inferior e Envergadura/Estatura são medidas 
que avaliam a proporcionalidade do crescimento 
o Ao nascimento, o segmento superior é maior que o inferior, na adolescência, a relação SS/ SI passa a ser 
próxima a 0,9-1 → discrepâncias sugerem malformações ósseas, displasias ou raquitismo 
❖ Maturação óssea → o fechamento das epífises ósseas determina a estatura final, independente da idade cronológica. 
• Análise da maturação óssea feita através do cálculo da idade óssea, obtida por RX da mão e punho esquerdos 
o As falanges e ossos do carpo e metacarpo do pcte são comparados a fotos de amadurecimento ósseo em 
várias idades pelo método de Greulich-Pyle. 
 
• Os eventos biológicos da puberdade são provocados pela ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal-gônadas, 
sendo influenciado por inúmeros fatores: 
• Genética → exerce grande influência no desenvolvimento puberal do indivíduo 
o Gêmeas monozigóticas e irmãs não univitelinas apresentam a menarca muito próxima 
o Pais e filhos têm características sexuais semelhantes (distribuição de pelos, tamanho das mamas). 
• Ambiente 
o Nutrição → melhoria do estado nutricional foi fundamental p aceleração temporal da puberdade. 
o Esportes → prática vigorosa de esportes retarda a puberdade 
o Urbanização → melhoria de habitação, segurança, saúde e higiene são facilitadores do desenvolvimento. 
 
❖ Três eventos endócrinos são fundamentais para a deflagração da puberdade 
 Aumento da secreção hormonal pela adrenal (adrenarca) 
o Iniciada aos 6-8 anos, com a produção de andrógenos (DHEA e SDHEA) da glândula suprarrenal, os quais 
contribuem para a desinibição do hipotálamo 
▪ Permitindo pulsos noturnos cada vez mais frequentes de LHRH e posteriormente de LH. 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
o A leptina secretada pelo tecido adiposo, tem também contribuído para diminuição da inibição do hipotálamo. 
 Aumento das gonadotrofinas hipofisárias (ativação ou desinibição dos neurônios hipotalâmicos secretores de LHRH). 
 Aumento dos esteroides sexuais (gonadarca). 
o Estimulam a secreção de GH e IGF-1, os quais agem sobre a cartilagem de crescimento proporcionando o 
alongamento ósseo. 
 
• As mudanças sexuais podem ser acompanhadas pelos “Estágios de Tanner”, que avaliam nas meninas a variação 
de mama e pelos pubianos, e nos meninos o tamanho de pênis e testículo e pelos pubianos. 
 
• O primeiro sinal de puberdade é o aparecimento do broto mamário – telarca (Estágio M2 de Tanner), que ocorre 
entre 8 e 12 anos e depende principalmente da secreção de estrógenos 
• Em seguida ocorre a pilificação pubiana – pubarca, dependente dos andrógenos adrenais 
o Por último, ocorre a pilificação axilar. 
• A menarca acontece nas fases mais avançadas da maturação sexual (M3 e M4 de Tanner), cerca de 2-2 anos e ½ 
após a telarca → acontecendo 1 ano após o pico da velocidade de crescimento 
o A ovulação pode ocorrer desde a menarca, mas normalmente os ciclos menstruais dos 2 primeiros anos 
após a menarca são anovulatórios e irregulares. 
• O crescimento estatural começa a acelerar na época do aparecimento do broto mamário (M2), e a velocidade 
máxima do crescimento em geral ocorre no estágio M3 
o Já a menarca marca o início da fase de desaceleração do crescimento estatural 
▪ Ocorrendo em fases mais tardias da maturação sexual, comumente estágio M4 de Tanner. 
 
• O primeiro sinal de puberdade é o aumento testicular aos 9½ anos, marcando o estágio G2 de Tanner, sendo 
resultado do aumento de tamanho dos túbulos seminíferos 
• O crescimento testicular é importante na puberdade, antes de seu início o volume é 1-3 ml → 4 ml ou mais é 
indicativo de puberdade, sendo que no adulto os volumes variam de 12,5 a 25 ml. 
• Segue-se o aparecimento dos pelos pubianos e o aumento do pênis 
o Após o desenvolvimento dos túbulos seminíferos, ocorre a maturação das células de Leydig e a produção 
de andrógenos testiculares → por isso os pelos pubianos aparecerem depois do crescimento dos testículos 
• Os pelos axilares usualmente surgem após 2 anos da pubarca, junto do desenvolvimento das glândulas sudoríparas 
o A pilosidade facial desenvolve-se depois da axilar 
• O estirão puberal ocorre quando o volume testicular alcança 9-10 cm³ no estágio 4 de Tanner 
o Em média o pico ocorre aos 13 ½ anos e alcança velocidade de 9,5 cm/ano, terminando aos ~18 anos 
▪ Os meninos iniciam o pico de crescimento 2-3 anos mais tarde que as meninas, mas este 
crescimento é prolongado por mais 2-3 anos depois que elas pararam de crescer 
• O estirão acontece de modo assimétrico → extremidades (mãos e pés, depois braços e pernas) crescem primeiro e 
o tronco se alonga no final, conferindo ao adolescente uma aparência “desengonçada” 
• A massa muscular aumenta 6 meses após o aumento do comprimento, com aumento proporcionalmente maior 
quando comparado ao sexo feminino 
o A massa magra, que correspondia a 80% no período pré-puberal para ambos os sexos, aumenta para 90% 
nos meninos e diminui para 75% nas meninas pelo acúmulo de tecido adiposo. 
• Um aumento no tamanho da faringe, laringe e pulmões é responsável pela modificação na qualidade da voz 
• A ginecomastia no sexo masculino é normal na puberdade, acometendo 40-65% dos meninos → devido a um 
excesso de estimulação estrogênica nos estágios 2-3 de Tanner 
o Geralmente bilateral, e se < 4 cm de diâmetro tem 90% de chance de resolução espontânea em 3 anos. 
▪ Aumentos mamários > 4 cm podem necessitar de tratamento hormonal ou cirúrgico. 
 
• Na busca pela identidade adulta, existem três grandes perdas pelas quais o adolescente tem de passar → perda do 
corpo infantil, da personalidade infantil e separação dos pais 
• A “síndrome da adolescência normal” é formada por 10 itens 
 
NEONATOLOGIAE PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
❖ Busca de si mesmo e da identidade adulta → é a característica mais relevante, através da qual o adolescente 
busca respostas sobre quem é e aonde quer chegar 
• No processo de autoconhecimento, o jovem contesta padrões vigentes e busca por novos modelos 
• É frequente que assuma personalidades “transitórias” influenciadas pela figura de um artista, professor... 
o São também identidades de caráter “ocasional”, adotadas em situações novas (primeiro beijo, primeiro 
baile) e “circunstancial”, que depende do local onde esteja o adolescente (sala de aula, academia) 
▪ Muitas vezes surpreendem os pais pelas diferenças com a personalidade vivenciada em casa. 
❖ Separação dos pais → na infância o núcleo social mais importante é a família e os referenciais são os pais 
• Na adolescência ocorre um progressivo distanciamento dos pais, e a formação do grupo com indivíduos de mesmo 
interesse e características semelhantes 
o Esta separação é muitas vezes interpretada pelos pais como uma manifestação de desacato e perda de 
importância na vida dos filhos, o que pode gerar conflitos internos graves 
▪ Atitudes como a não demonstração de afeto na frente de amigos, distanciamento dos pais na busca 
ao colégio ou festas são exemplos desta “desagregação progressiva”. 
❖ Formação de grupos → se formam nas escolas, nos bairros, nos cursinhos, nos clubes, e têm papel fundamental 
ao dar suporte emocional e tornar cada um dos componentes mais forte 
• Nem sempre os “grupos” têm uma influência negativa na formação do indivíduo, ratificando comportamentos 
antissociais e de risco → fortalece o espírito de equipe, solidariedade e proporciona lideranças construtivas. 
❖ Desenvolvimento do pensamento abstrato, necessidade de intelectualizar e fantasia 
• No estágio operatório formal (6-12 anos) de Piaget, a criança começa a raciocinar lógica e sistematicamente 
• Esse estágio é definido pela habilidade de engajar-se no raciocínio abstrato → o jovem passa a criar hipóteses para 
tentar explicar e resolver seus problemas, e os conceitos abstratos aparecem nessa etapa do desenvolvimento 
o Enquanto a criança aprende manipulando objetos, o adolescente o faz manipulando ideias 
• A necessidade de intelectualizar e fantasiar é expressa através do uso de diários, agendas e páginas de internet → 
que permite que o adolescente reflita sobre si e consiga dar maior contorno a sua personalidade em formação. 
❖ Contradições de conduta → também fazem parte desse desenvolvimento e são necessárias para que o indivíduo 
possa experimentar e decidir suas preferências 
• Por outro lado, adolescentes com comportamentos muito rígidos e inflexíveis devem preocupar pais e médicos, pois 
não terão espaço para amadurecer. 
❖ Crises religiosas → o confronto religioso com as crenças paternas é outra característica do período. 
• Movimentos radicais desde a fé inabalável até o niilismo são vistos, e suas posições defendidas com veemência 
o Ao final da adolescência, o período de críticas e questionamentos dá lugar a uma reformulação mais estável 
das crenças religiosas. 
❖ Vivência temporal singular → o adolescente tem uma interpretação do tempo distorcida, ora parecendo o momento 
próximo, distante, ora parecendo o distante muito perto. 
❖ Atitude social reivindicatória → expressa através de contestações, agressividade, impetuosidade, argumentações 
sobre várias questões da vida 
o Essa aparente violência deve ser conduzida pelos pais com diálogo e propostas, reduzindo-se as decisões 
baseadas no autoritarismo. 
❖ Flutuações de humor e ânimo → as variações constantes e voláteis de tristeza versus alegria, energia versus 
desânimo são provocadas pela dificuldade em lidar com os sentimentos trazidos pela experiência adulta 
o Com o tempo, o amadurecimento emocional permite que dar lugar a um humor mais estável. 
❖ Evolução sexual → no início da adolescência existe grande interesse pelas transformações nos órgãos sexuais, e 
atividades masturbatórias e de autoerotismo são a marca 
• Outro aspecto é a falta de separação do homo e heterossexualismo → é frequente a prática de manipulação do 
corpo de outro indivíduo do mesmo sexo sem que isto signifique inclinação homossexual 
o Esta pode ser apenas uma prática transitória, destituída de maior importância na definição sexual 
 
• Na primeira etapa da adolescência (10 aos 13 anos) ocorrem modificações no próprio corpo e curiosidade sexual 
• Atividade masturbatória e fantasias são comuns, e podem produzir sentimentos de culpa 
o A automanipulação é uma prática de conhecimento dos órgãos genitais e das sensações físicas 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
o Relações sentimentais dessa fase são do tipo platônica (conversas intermináveis ao telefone, admirações 
veladas e à distância) ou monossexuais (somente entre meninos; somente entre meninas). 
• Na segunda etapa (14 aos 16) o desenvolvimento dos caracteres sexuais é profundo e a energia sexual está no 
auge → surgem os primeiros contatos físicos homo/heterossexuais e experimentam-se as primeiras relações 
o É um momento vulnerável em relação à adoção de comportamentos de risco. 
• Na etapa tardia (17 aos 20 anos) as relações são menos exploratórias e mais fundamentadas no afeto pelo outro. 
o Fase em que se delimitam as preferências hetero ou homossexuais. 
o Há maior consciência sobre riscos de DSTs e gravidez, com adoção de práticas de proteção. 
❖ A escolha de um método anticoncepcional deve considerar → maturidade psicológica do adolescente, capacidade 
de compreensão, motivação para uso, frequência das relações, adesão do parceiro, conceitos éticos, custo e eficácia. 
• Devido à alta prevalência de ISTs, estabeleceu-se a necessidade da “dupla proteção” → conceito que coloca no 
mesmo grau de importância a prevenção de doenças e a gravidez. 
o Pode ser realizada com o uso único e correto do preservativo, ou a associação de um método de barreira 
mais outro método anticoncepcional. 
 
❖ Vacina hepatite B (recombinante) → administrar em adolescentes não vacinados ou sem comprovante de 
vacinação anterior, seguindo o esquema de três doses (0, 1 e 6) 
• Com intervalo de 1 mês entre a primeira e a segunda dose e de 6 meses entre a primeira e a terceira dose 
o Aqueles com esquema incompleto, completar o esquema 
o É indicada para gestantes não vacinadas e que apresentem sorologia negativa para o VHB após o 1º tri 
❖ Vacina adsorvida difteria e tétano - dT (Dupla tipo adulto) → adolescente sem vacinação anteriormente ou 
sem comprovação de 3 doses da vacina, seguir o esquema de três doses 
• O intervalo entre as doses é de 60 dias e no mínimo de 30 (trinta) dias 
o Vacinados anteriormente com 3 (três) doses das vacinas DTP, DT ou dT, administrar reforço, a cada 10 
anos após a data da última dose 
o Em caso de gravidez, ferimentos graves e pessoas comunicantes de casos de difteria, antecipar a dose de 
reforço quando a última dose foi administrada há mais de 5 (cinco) anos. 
❖ Vacina febre amarela (atenuada) → indicada uma dose aos residentes ou viajantes para áreas endemicas 
• Administrar a vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem 
o A vacina é contraindicada para gestante e mulheres que estejam amamentando. 
❖ Vacina Sarampo, Caxumba e Rubéola (SCR) → considerar vacinado o adolescente que comprovar 2 doses 
• Em caso de apresentar comprovação de apenas uma dose, administrar a segunda 
o Intervalo entre as doses é 30 dias. 
❖ Vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano) 
o Meninas (9-14 anos) → 2 doses, 0-6 meses 
o Meninos (9-10 anos) → 2 doses, 0-2-6 meses 
❖ Vacina anti-meningocócica C conjugada → dose única ou reforço. 
 
• Época de grandes modificações físicas e psicológicas, com necessidades nutricionais e metabólicas aumentadas 
• Os meninos aumentam mais massa muscular, comaumento de 35 kg versus 18 kg em meninas 
o Também, crescem por um período mais prolongado 
• As meninas acumulam tecido adiposo em maior proporção 
• O pico da densidade mineral óssea ocorre no final da puberdade, coincidente com o estágio 4 de Tanner 
o As necessidades de cálcio (99% deste elemento está presente no osso) são evidentes neste período de 
aumento da massa óssea 
▪ Recomenda-se que 60% da ingestão de cálcio seja feita através do consumo de leite e derivados. 
• As necessidades de ferro também aumentam devido ao aumento da mioglobina e de 33% do número de hemácias. 
• As meninas são mais suscetíveis à depleção de ferro pelas perdas menstruais → necessidade do elemento 3x maior 
o Na dieta, dar sempre preferência à ingestão de ferro heme, presente em alimentos de origem animal 
• Adolescentes já podem praticar esportes competitivos 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
 
• Define-se nas meninas como ausência da telarca após os 13 anos OU da pubarca após os 14 OU menarca após 16 
• Nos meninos quando há ausência de pubarca após os 14,5 anos OU ausência de volume testicular após os 14 anos. 
o Divido em 3 grupos etiológicos → retardo puberal, hipogonadismo hipogonadotrófico ou hipergonadotrófico 
 
• São as doenças que promovem um atraso temporário na puberdade. 
 
ATRASO CONSTITUCIONAL DA PUBERDADE 
• É a causa mais frequente de atraso puberal 
• Variante do desenvolvimento, tendo em vista que os pacientes são normais do ponto de vista clínico e procuram o 
atendimento médico porque se acham “pequenos” para a idade cronológica 
• Ocorre lentificação em todo processo fisiológico de crescimento e desenvolvimento, mas não ultrapassa 2-4 anos. 
• Eles possuem velocidade de crescimento lenta anterior à puberdade, diminuição da secreção de GH, resposta 
adequada à administração de estrogênio ou andrôgenio e HF de maturação física mais lenta 
o Ao iniciar o processo de desenvolvimento puberal e maturação sexual, eles retornam ao ritmo de 
crescimento normal com recuperação da estatura, alcançando a estatura alvo-familiar. 
 
DOENÇAS CRÔNICAS 
• A presença de doenças crônicas em atividade (DII, fibrose cística, asma grave, cardiopatias, anemia falciforme, 
desnutrição, anorexia) limita a utilização de substratos pelo organismo 
o Isso desvia toda sua bioquímica para o controle do processo patológico 
▪ Vias metabólicas menos vitais ficam estagnadas até ser possível o retorno à fisiologia normal 
 
ENDOCRINOPATIAS 
• A deficiência de GH, hiperprolactinemia, hipotireoidismo e diabetes mellitus são alguns exemplos 
 
• Doenças que cursam com alterações a nível hipotalâmico ou hipofisário, resultando em diminuição das 
gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH) 
o Pode ocorrer por doenças no SNC (tumores, traumas, infecções), deficiência de gonadotrofinas (hipoplasia 
suprarrenal congênita) e outros (Cushing, desnutrição, hipotireoidismo, Síndrome de Prader-Willi etc). 
• A principal queixa nesses pacientes não é baixa estatura, mas o atraso no desenvolvimento puberal 
 
HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO IDIOPÁTICO (DEFICIÊNCIA CONGÊNITA DE GNRH) 
• É a forma mais comum de deficiência isolada de gonadotrofinas → resulta de incapacidade de produção de GnRH 
pelos neurônios hipotalâmicos ou de mutação no receptor de GnRH hipofisário 
• Afeta mais homens, e as manifestações clínicas podem ocorrer em qualquer idade 
• No período neonatal provoca micropênis e/ou criptorquidismo 
• Na infância, quando associado à anosmia, fenda labiopalatina e sindactilia é referida como a Síndrome de Kallmann. 
o No adolescente manifesta-se como atraso puberal. 
• Na síndrome de Kallmann ocorre malformação dos bulbos olfatórios, levando a hiposmia/anosmia e atraso puberal, 
provocado por falha de migração dos neurônios secretores de GnRH 
 
❖ A deficiência de GnRH no período pré-puberal tem velocidade de crescimento normal e idade óssea compatível com 
a idade cronológica → achados laboratoriais 
o Testosterona < 100 ng/dl em meninos e estradiol < 20 pg/dl 
o Níveis de FSH e LH subnormais, geralmente < 4-5 IU/L 
• O principal e mais difícil diagnóstico diferencial é com o atraso puberal constitucional 
o É frequente que apenas a observação clínica ao longo do tempo e o desenvolvimento normal da puberdade, 
selem o diagnóstico de retardo constitucional. 
 
 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
AUSÊNCIA ISOLADA DE LH OU FSH 
• A ausência isolada de LH no sexo masculino produz a síndrome do eunuco fértil 
o Indivíduo masculino com testosterona diminuída e espermatogênese preservada pelo estímulo do FSH 
• Ausência isolada de FSH produz nas meninas o nao desenvolvimento folicular e nos meninos oligo/azoospermia. 
 
OUTRAS CONDIÇÕES 
• Displasia septo-óptica, síndrome de prader-will, craniofaringioma, radiação, doenças infecciosas e traumas 
 
• Desordens das gônadas, com produção pequena ou ausente de esteroides sexuais 
o Como consequência ocorrem altos níveis de gonadotrofinas pela falta do feedback negativo dos esteroides 
sobre a hipófise. 
❖ No sexo feminino → disgenesia gonadal e variantes 
o Síndrome de Turner, Síndrome do Ovário Policístico, pós-quimioterapia 
❖ No sexo masculino → Síndrome de Klinefelter, disgenesia de túbulos seminíferos, insuficiência testicular, pós-
quimioterapia. 
 
• Hábitos nutricionais, prática de exercícios, doenças preexistentes e medicações que possam atrasar a puberdade. 
o Muitas vezes a queda na velocidade de crescimento e retardo da maturação sexual podem ser os primeiros 
indícios de uma doença metabólica subjacente, como doença inflamatória intestinal e hipotireoidismo 
• Anormalidades de linha média (fenda labial, palatina), epilepsia, retardo mental, distúrbios visuais, anosmia 
apontam para doença de SNC 
• Exame físico → atentar para crescimento, presença de estigmas sindrômicos, aferição de PA, palpação da tireoide 
e estadiamento sexual. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
o Solicitar RX de punhos e mãos, RX de crânio (sela túrcica, calcificações) → idade óssea 
o Dosagens de LH, FSH, testosterona e/ou estradiol 
• De acordo com a suspeita clinica, solicita-se outros exames: 
o TC ou RNM de crânio 
o USG pélvica para avaliar gônadas e útero 
o Dosagem de prolactina → apresentações clínicas em que a puberdade iniciou-se, mas foi interrompida. 
▪ Adenoma produtor de prolactina pode inibir a secreção de GnRH 
o TSH, T3 e T4 → atrasos puberais com velocidade de crescimento muito reduzida e idade óssea atrasada 
o Dosagem de sulfato de deidroepiandrosterona (S-DHEA) → androgênio adrenal que pode auxiliar na 
diferenciação entre retardo constitucional e hipogonadismo hipogonadotrópico. 
o Cariótipo → para diagnóstico da síndrome de Klinefelter nos homens e Turner nas mulheres 
 
❖ No atraso constitucional recomenda-se acompanhamento dos casos por 6-12 meses antes de iniciar a terapêutica 
hormonal, com tolerância até os 16 anos 
o Depois, pode-se instituir diminuição das doses de enantato de testosterona/estrogênio diário por 2-3 meses 
• Em pacientes com hipogonadismo, a indução hormonal deve ser iniciada aos 14 anos e IO < 14 anos. 
 
• Direcionado para causa básica do atraso puberal 
• A distinção entre retardo constitucional e deficiência de GnRH não é fácil, e muitas vezes apenas o tempo e a 
evolução podem auxiliar na elucidação diagnóstica. 
• No APC com grandes repercussões psicossociais, pode ser indicada terapia hormonal de curta duração 
o Para meninos após 14 anos, o ciprionato ou enantato de testosterona (50mg IM/mês) por 3-6 meses. 
o Para meninas há possibilidade de início de estrogênios a partir de 13 anos em baixas doses associadas ou 
não a progestagênio 
 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Início dos eventos puberais commenos de 8 anos no sexo feminino, e antes dos 9 anos no sexo masculino 
• As causas variam desde uma variante normal do desenvolvimento (adrenarca isolada) até causas patológicas com 
importante risco de morbimortalidade 
o Existe maior incidência de precocidade puberal em meninas que em meninos 
• Grande parte dos pctes com puberdade precoce apresenta perda da estatura final prevista, sendo importante avaliar 
a velocidade de progressão dos sinais e o potencial de comprometimento da estatura. 
o O ritmo de evolução dos estágios puberais deve ser controlado (entre 2 estágios, o intervalo é de 
aproximadamente 1 ano) e deve ser investigado quando o período for inferior ou igual a 6 meses. 
 
❖ Sinais puberais isolados (telarca ou pubarca) podem estar presentes sem que ocorra aceleração da idade óssea e 
da velocidade de crescimento (adrenarca e telarca prematuras). 
• Acontece por secreção hormonal da suprarrenal → geralmente a partir de 6 anos 
• Para tratamento se analisa o início da puberdade, aumento acelerado da idade óssea e rapidez da progressão dos 
sinais puberais com previsão de perda da estatura final. 
o Não precisa de intervenção se não tiver 
 
• Nesse caso, a velocidade de crescimento é maior que a média para a idade e ocorre antes do início puberal, com 
avanço da idade óssea e da estatura, que é proporcional ao padrão familiar e com previsão de estatura fina normal. 
 
• Decorre do estímulo precoce do eixo hipotálamo-hipófise, com aumento da secreção das gonadotrofinas, gerando 
aumento de hormônios esteroides sexuais. 
o Idiopática → 90% dos casos e é mais comum no sexo feminino 
o Anóxia perinatal, quimioterapia, radioterapia 
o Tumores de SNC → hamartomas de túber cinéreo são os principais, geralmente antes de 3 anos 
▪ Eles são formados por neurônios secretores de GnRH em localização ectópica. 
• Há desenvolvimento de pelos pubianos e mamas nas meninas e pelos pubianos e aumento testicular nos meninos 
• As características sexuais são sempre apropriadas ao sexo (isossexuais). 
 
DIAGNOSTICO 
• Dosagens de gonadotrofinas incompatíveis com a idade criança, havendo aceleração da idade óssea em relação à 
cronológica (i. óssea > i. cronológica), com súbita aceleração da v. de crescimento e distúrbios de relacionamento. 
o Dosagem de gonadotrofinas basais que indicam início da puberdade: 
▪ LH > 0,6 UI/L, FSH > 1,1 UI/L (meninos) e > 1,9 (meninas) UI/L. 
❖ Teste de estímulo com LHRH ou GnRH 
• Admn de LHRH (75 mcg/m2 EV) seguida das dosagens sanguíneas de LH e FSH, nos tempos 0, 30 e 60 minutos 
o No padrão puberal, existe predomínio do LH sobre o FSH → responsivos quando LH > 5-8 UI/L 
• Admin de análogo de GnRH (3,75 mg EV) seguida das dosagens sanguíneas de LH e FSH 2 horas depois 
o No padrão puberal existe elevação do LH > 10 UI/L e relação LH:FSH > 1 
• Métodos de Imagem → RNM deve ser indicada 
 
TRATAMENTO 
• Feito com análogos do GnRH → estimulação inicial do análogo sobre a hipófise, seguido de dessensibilização dos 
receptores hipofisários (down-regulation) → secreção das gonadotrofinas reduz substancialmente 
o Ocorre a parada ou até mesmo involução de muitas características sexuais secundárias 
• Existem formulações de depósito para uso nasal e intramuscular, administrados a cada 4 semanas 
o Níveis de LH abaixo de 3 mU/ml indicam boa resposta aos análogos 
 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Aumento da secreção dos esteroides sexuais, independentemente do aumento das gonadotrofinas 
o Maturação hipotalâmica secundaria à exposição precoce aos esteroides sexuais endo ou exógenos 
▪ Nesses casos, é necessária a avaliação da fonte desses hormônios. 
• O diagnóstico irá depender da história clínica, revisão dos sistemas, estadiamento puberal e dosagens hormonais. 
• A USG e a TC afastam presença de tumores gonadais, intra-abdominais ou cerebrais 
• Exames laboratoriais para detectar →hiperplasia de suprarrenal, síndrome dos ovários policísticos etc. 
 
DIAGNOSTICO 
• Identificar se a puberdade é precoce central ou periférica, dosando-se gonadotrofinas basais LH e FSH. 
o Relação LH/FSH > 1 → sugere puberdade precoce central. 
o Relação for LH/FSH < 1 → sugere secreção pré-puberal. 
• Teste de estímulo com GnRH → avalia ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. 
• Dosagem de esteroides sexuais e outros hormônios → 17-OH-progesterona, androstenediona, DHEA. 
• Idade óssea, RM de crânio, RX de crânio, USG pélvico 
 
TRATAMENTO 
• Depende da causa → remoção cirúrgica em casos de tumores e tratamento hormonal. 
• Tratamento hormonal feito com análogos agonistas do GnRH → causam estímulo inicial seguido de supressão 
mantida de gonadotrofinas. 
o Feito principalmente para recuperação da estatura final, tendo melhores resultados no sexo feminino 
▪ Obtidos com IC menor que 6 anos e tratamento até que a IO seja ~12 anos. 
• Contrapontos do tratamento → tendência à redução da mineralização óssea 
o Evitada com suplementação oral de gluconato e carbonato de cálcio 
• Pode diminuir a velocidade de crescimento, a ponto de impedir a recuperação estatural durante o tratamento e a 
estatura final permanecer menor que a estimada. 
 
LITERATURA: 
- Tratado de Pediatria da SBP 4ª Ed. – 2017 
- Nelson Tratado de Pediatria 20ª Ed 
- MEDCURSO 2019

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