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TXXIV Larissa Cardeal 10. DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DO CÁLCIO - são também conhecidos como doenças osteometabólicas - as paratireoides, classicamente, são em número de 4 pequenas glândulas, localizadas nas regiões posterosuperior e posteroinferior da tireoide - há uma grande variabilidade anatômica, sendo que há indivíduos que possuem de 6 a 8 paratireoides e há indivíduos que essas glândulas estão localizadas intratireoideanas ou na região mediastinal > importante: pois há indivíduos que possuem paratireoidismo I e a glândula responsável pela doença estará localizada no mediastino – em casos de conduta cirúrgica, o médico deve se atentar à variabilidade anatômica - o Ca é importante para uma série de funções no organismo, sendo sua manutenção em níveis séricos estreitos fundamental - Ca é importante para: > contração muscular, inclusive a miocárdica > excitabilidade neuromuscular > coagulação sanguínea > secreção hormonal > mineralização óssea - as paratireoides são “sensores” do Ca, de forma que percebem alterações do Ca e alteram sua função para estabilizá-lo - analogamente, o Ca é visto para as paratireoides como um hormônio (mas é um mineral), de forma que exerce um feedback negativo para as paratireoides > se o Ca está tendendo a subir ou se os seus níveis estão altos – inibição do PTH (feedback negativo) > se o Ca está tendendo a cair ou se os seus níveis estão baixos – secreção do PTH pelas paratireoides - o PTH tem várias formas de atuação objetivando manter os níveis de Ca estáveis > I. Forma mais rápida e primária de ação: nos ossos – estímulo à reabsorção óssea pela ação dos osteoclastos e, com isso, há liberação do Ca | obs: 99% do reservatório de Ca no organismo encontra-se nos ossos > II. Ação de médio prazo – atuação sobre os rins: aumento da reabsorção de Ca que já foi filtrado – o PTH controla quanto de Ca pode ser perdido na urina – se houver necessidade de Ca pelo organismo, o PTH estimula a reabsorção renal de Ca > iii. Ação de longo prazo e indireta do PTH: estimulação, no rim, da 1-alfa-hidroxilase (enzima expressa no rim) – essa enzima converte a 25- hidroxi-vitamina D circulante a 1,25-dihidroxi- vitamina D (CALCITRIOL – hormônio “vit D”) – que irá no intestino promover um aumento na absorção ativa de Ca e fósforo do alimento que vem na dieta TXXIV Larissa Cardeal | obs: os ossos sofrem mais na escassez de Ca no organismo – se o indivíduo possui baixa ingesta de Ca (comum na população) há maior risco de osteoporose pela mais frequência de osteólise > impacto a longo prazo | a ingesta de Ca pela alimentação promove uma absorção passiva do Ca pelo intestino, sem que haja necessidade de ativação do eixo do PTH – dieta rica em Ca, há maior absorção de Ca, com menor necessidade de osteólise para liberação de Ca para a circulação > orientar a ingesta de leite e derivados (alimentos lácteos) – pacientes com alergias ou intolerância, deve-se procurar substitutos, como leite de soja, leite de amêndoas, leite de arroz, que são extratos de componentes vegetais que serão enriquecidos com Ca e outras vitaminas > indivíduos que não possam fazer a ingesta nem dos alimentos lácteos e nem dos substitutos, deve-se fazer a suplementação com comprimidos (carbonato de cálcio, citrato de cálcio, cálcio malato e fosfato de cálcio), que são enriquecidos com vit. D também | obs: vegetais verde escuros possuem porção de Ca, mas pouca se comparada à necessidade do organismo e, além disso, o organismo humano é incapaz de absorver de forma adequada esse Ca advindo dos vegetais | obs: o gergelim pode ser uma fonte alternativa de Ca, mas o paciente deve ingerir 100g de gergelim por dia e triturado (a cápsula não permite a absorção do Ca) - pode ser ocasionado por um adenoma na paratireoide, em que haverá uma secreção excessiva de PTH, o que ocasionará uma hipercalcemia excessiva no organismo do indivíduo e todos os efeitos deletérios do excesso de PTH e de Ca no organismo - não havia, à época, dosagem do Ca sérico e nem do PTH - só se diagnosticava casos extremos, em que já havia as consequências do excesso de Ca e de PTH no organismo do paciente > nefrolitíase de repetição, deterioração da função renal, osteoporose, fraturas, deformidades ósseas, miopatias (perda de massa muscular e de força muscular – paciente pode parar de andar e ter que ficar acamado) - importância do diagnóstico precoce - após a possibilidade de dosagem de Ca, foi permitida a realização do diagnóstico de hiperparatireoidismo primário (principalmente as formas assintomáticas) > atualmente, 99% dos pacientes diagnosticados com hiperparatireoidismo primário são ainda assintomáticos – ganho de tempo para tratar e evitar as consequências da patologia | sintoma do hiperparatireoidismo atualmente tende a ser AUSENTE, pelo diagnóstico precoce TXXIV Larissa Cardeal - pacientes que têm dosagem de Ca aumentada em consulta ambulatorial, de 50 a 60% dos casos estarão envolvidos com hiperparatireoidismo primário > PRÓXIMA CONDUTA: SOLICITAR DOSAGEM DE PTH – objetivo de avaliar se a hipercalcemia é PTH dependente – se for, trata-se de um caso de hiperparatireoidismo primário; se não for, deve-se buscar outras causas de hipercalcemia (neoplasias malignas, doenças granulomatosas, intoxicação pela vit. D) - pacientes internados por quadros de doenças (ex: fratura de fêmur) e que possuem dosagem de Ca realizada e elevada > 1/3 desses pacientes terão elevação do Ca sérico por hiperparatireoidismo primário > dosagem do PTH é fundamental - o hiperparatireoidismo primário é uma importante causa de hipercalcemia > na grande maioria das vezes, ocorre em sua forma esporádica, geralmente dos 45 aos 65a - quando se encontra hipercalcemia em pacientes mais jovens, deve-se pensar primeiro em neoplasias endócrinas múltiplas - a osteoporose menopáusica é a causa mais comum de osteoporose na mulher; mas a osteoporose na mulher pode ser também por hiperparatireoidismo primário e esse deve ser um diagnóstico pesquisado - maioria (85 a 90%) dos hiperparatireoidismos esporádicos (40 a 65a – sem risco familiar associado) são em decorrência da presença de adenomas solitários - hiperplasia > quando atinge mais do que uma paratireoide > mais comum em indivíduos mais jovens e, geralmente, são de causas genéticas e, dentre elas, as neoplasias endócrinas múltiplas | NEM TIPO 1 - síndrome dos 3 “P’s”: tumores de Pituitária (hipófise); tumores enteroPancreáticos e tumores das Paratideoides (hiperplasia da Paratireoides) > dentre os tumores de Pituitária, o mais comum na NEM tipo 1 é o Prolactinoma > é indicado fazer a dosagem do Ca em pacientes que sejam diagnosticados com prolactinoma, em decorrência da possibilidade de o prolactinoma ser associado à NEM tipo 1 | se hiperprolactinemia + hipercalcemia = NEM tipo 1 | obs: pode ser por outros tumores hipofisários também (associação à Cushing, Acromegalia) > dentre os tumores enteroPancreáticos, podem haver tumores pancreáticos não secretores, carcinomas pancreáticos, insulinomas, glucagonomas (raros) e outros tumores gastrointestinais (gastrinomas, vigomas, e tumores não secretores) >> o mais comum é o tumor pancreático TXXIV Larissa Cardeal > hiperparatireoidismo primário por tumores da paratireoide | NEM TIPO 2A: > carcinoma medular da paratireoide > feocromocitoma > hiperparatireoidismo primário por hiperplasia das paratireoides | NEM TIPO 2B: (não tem haver com hiperparatireoidismo) > carcinoma medular da paratireoide > feocromocitoma > neuromas mucosos || o hiperparatireoidismo pode estar dentro das síndromes genéticas