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Investigação criminal II

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Investigação criminal II 
Noções Básicas de Observação 
“Se você não sabe para onde vai, todos os ventos parecerão desfavoráveis” - Sêneca, 
filósofo romano 
“Na investigação de natureza policial, metodologia é a técnica de adestramento do 
agente, civil ou militar, para o desenvolvimento pleno de suas potencialidades psíquicas 
e de ação, de observar e raciocinar sobre um fato que está apurando e de realizar o seu 
trabalho com segurança e precisão.” - Luiz Carlos da Rocha 
 
A investigação criminal apresenta um processo correspondente ao 
da produção científica, uma vez que depende de raciocínio 
ordenado e observação de fatos. Essa observação servirá para a 
criação de uma ou mais hipóteses testáveis, que expliquem o ato 
investigado, possibilitem a coleta de provas e, combinando as 
informações, permitam auxiliar na formulação de um julgamento 
final. 
O processo investigatório não se aprende sem a prática, porém a 
base teórica fornecerá conhecimento para que o investigador 
desenvolva e exercite habilidades necessárias a uma boa 
investigação. 
Estar ciente da multidisciplinaridade do processo é pré-requisito 
fundamental para que se amplie a possibilidade de uma 
investigação ser finalizada com o resultado positivo. 
Além disso, o bom uso da lógica e da percepção sistêmica do fato a 
ser investigado também serão exigidos do investigador. 
Assim temos que, logo após o conhecimento do fato a ser 
investigado, ir até o local do ocorrido e levantar o máximo de dados 
para que estes sejam organizados como informações, e que essas 
informações sejam promovidas a conhecimento. 
Qualquer investigação tem por finalidade alcançar informações 
sobre determinados fatos ou coisas e detém sua essência no 
exercício da inteligência enquanto produção de conhecimento, 
elucidando aquilo que gerou a investigação. Para isso, o 
investigador precisa responder inicialmente às seguintes perguntas: 
- O que deve ser observado? 
- Como registrar as informações? 
- Quais processos devem ser adotados para garantir a exatidão? 
- Qual é a relação existente entre o observador e o observado? 
Posteriormente, de posse do conhecimento obtido, realiza-se a 
etapa de planejamento da investigação, que pode ser baseada em 
ferramentas adequadas. Para a elaboração deste planejamento 
operacional é possível utilizar algumas ferramentas; entre elas a 5W 
1H, que se refere às perguntas: 
 
Tabela 1 - 5W1H 
 
Ao realizar o planejamento da investigação, da forma como serão 
observados os dados, fatos e tudo relacionado a ela, é preciso saber 
o que se quer e como conseguir, calculando riscos e minimizando-
os, além de bom preparo tático. 
De forma didática, a sequência da investigação será desenvolvida 
em quatro etapas sistêmicas: 
• Planejamento; 
• Coleta de dados; 
• Análise de dados; 
• Elaboração do relatório. 
Compreende-se assim que, dentre vários métodos de raciocínio, a 
investigação fará uso de operações mentais baseadas nos aspectos 
do que se observa (vê, ouve e sente), levando o interessado a 
elaborar uma proposta que o induz a seguir para determinado 
caminho, tendo-o considerado como verdadeiro, desde que não 
haja prova segura em contrário. O juízo do observador é baseado 
nas aparências que conduzem a uma suspeita. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: A Ação Controlada e a Infiltração Policial na 
Nova Lei do Crime Organizado. WENDT, Emerson; LOPES, Fábio 
Motta. Investigação Criminal – Ensaios sobre a arte de investigar. 
Rio de Janeiro: Brasport Livros e Multimídia, 2014. Biblioteca 
Virtual. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
O planejamento da investigação é uma etapa de grande 
importância. A partir do que foi explanado, até que ponto você 
considera interessante o uso de ferramentas como a 5W1H 
no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
De acordo com os princípios do planejamento, o princípio da 
precedência significa que: 
a) 
O planejamento deve procurar maximizar os resultados e 
minimizar as deficiências. 
b) 
O planejamento deve ser a função administrativa que vem antes 
das outras, na busca da resolução dos problemas. 
c) 
A atividade de planejamento deve procurar uma série de 
modificações nas características do sistema, com envolvimento 
https://dombosco.instructure.com/courses/9361/discussion_topics/33544
na conduta das pessoas e atividades na absorção de novas 
tecnologias. 
d) 
As coisas devem ser feitas de maneira adequada, resolver 
problemas, cuidar dos recursos aplicados cumprir o dever e 
reduzir custos. 
 
A resposta é B 
Comentário: O princípio da precedência responde a “o que vai ser 
feito” dentro da metodologia 5W1H, assumindo o princípio do 
processo de planejamento. 
 
Referências 
WENDT, Emerson; LOPES, Fábio Motta. Investigação Criminal – 
Ensaios sobre a arte de investigar. Rio de Janeiro: Brasport Livros 
e Multimídia, 2014. Biblioteca Virtual. 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São 
Paulo: Saraiva, 1998 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. 
EAD/Senasp, 2009 
 
Noções Básicas de Observação – 
Coleta de dados 
A coleta de dados constitui a etapa inicial de produção do 
conhecimento que pode levar o investigador ao caminho mais 
assertivo, condizente com a realidade e que tende a resultar em 
sucesso investigativo. É a fase que busca obter informações sobre 
a realidade específica da situação. 
As formas de realizar a coleta de dados são diversas, com grande 
variedade de ferramentas para sua execução. Dentre estas, temos 
a entrevista, a análise de vestígios, a interceptação telefônica, 
análise de imagens e análise de sinais. 
O que determina quais e como serão utilizadas essas formas de 
coleta é o fenômeno investigado, pois aquilo que for levantado 
necessariamente deve ter relação com o fato, para que venha a ser 
validado como prova. 
A obediência estrita da legislação promoverá o sucesso da 
investigação, do contrário será apenas conhecimento sem validade 
legal. 
Logo, coletar dados é produzir conhecimento para que este sirva 
como meio probatório de um delito, desenvolvido por meio de 
metodologia investigatória apropriada, que englobará métodos e 
técnicas próprios, adequados ao contexto do fato a ser investigado. 
De início é recomendável que o investigador realize um estudo 
exploratório, processo de observação e reflexão sobre o que 
aconteceu, partindo de onde se está e como se está, utilizando-se 
de fontes secundárias, estudos de caso e observação informal. 
O estudo exploratório permite levantar os meios e modos aplicados 
na prática do fato investigado, ou seja, o modus 
operandi empregado, os meios ou a técnica utilizada e o modo como 
o fato aconteceu. 
Após o estudo exploratório torna-se mais fácil formular as 
hipóteses acerca da ocorrência, se é crime e que tipo, quem teria 
interesse, meios e oportunidade para praticá-lo, quando, onde e 
como aconteceu. 
O estudo exploratório também favorecerá a escolha da técnica a 
ser adotada para a investigação. Durante o estudo exploratório 
acontece o uso da primeira técnica: o reconhecimento, que busca 
as primeiras informações sobre as atividades do investigado, as 
características ambientais e geográficas de um determinado sítio. 
O reconhecimento fornece informações sobre a localização exata 
do alvo da investigação, endereço completo com mapas, fotos, 
croquis, pontos de referência; enfim, tudo que possa auxiliar o 
planejamento da investigação elaborando um retrato fiel do cenário 
da investigação. É uma técnica de observação visual direta ou por 
meios eletrônicos, requer memorização e descrição dos dados 
observados, que fornece parâmetros para a percepção do grau de 
risco da investigação. 
O grau de risco caracteriza-se pela probabilidade de uma 
ocorrência, multiplicada pelo impacto que ela terá sobre a 
investigação. Dessa forma, é interessante aplicar o reconhecimento 
e conhecer o grau de risco para planejar a sequência de 
investigação. 
Dependendo do grau de risco, oreconhecimento poderá ser 
ostensivo ou velado, com ou sem meios de disfarce do observador. 
Mapeado o grau de risco por meio do reconhecimento, parte-se 
para a escolha das técnicas em função do objetivo da investigação. 
Independente do que se está investigando, os elementos básicos 
de uma investigação envolvem o trinômio Observação, 
Memorização e Descrição (OMD). 
O registro que auxiliará a OMD pode ser feito em gravador de voz, 
filmagens, fotos etc. Na maioria das vezes, um simples bloco de 
notas deve sempre estar ao alcance do investigador, para que seja 
possível anotar sua percepção sobre a ocorrência ou outros dados 
que ele note que são interessantes. 
Tendo em mãos as ferramentas que julgar necessárias, o 
investigador define o que observar e qual a finalidade da 
observação, quais serão os procedimentos previstos no plano de 
investigação que deverão garantir a confiabilidade dos dados 
coletados, tempo de permanência em campo, solicitar colaboração 
de outros investigadores envolvidos na análise dos dados, 
triangular a investigação e analisar outras hipóteses cabíveis para o 
caso. Dessa forma, o início e o avanço das investigações podem ser 
sentidos e encaminhados de modo satisfatório. 
Por fim, de posse de um bom planejamento da investigação, é feita 
a escolha dentre as técnicas de investigação mais adequadas ao 
caso. 
Dentre elas, temos: 
- Entrevista; 
- Infiltração; 
- Interceptação de comunicações; 
- Campana; 
- Acompanhamento de alvos etc. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: A Ação Controlada e a Infiltração Policial na 
Nova Lei do Crime Organizado. WENDT, Emerson; LOPES, Fábio 
Motta. Investigação Criminal – Ensaios sobre a arte de investigar. 
Rio de Janeiro: Brasport Livros e Multimídia, 2014. Biblioteca 
Virtual. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
 A investigação depende da integração de diversos fatores e 
técnicas. Disserte brevemente sobre o motivo para que as técnicas 
de investigação não serem excludentes entre si. Aproveite o 
conteúdo indicado no capítulo norteador para apontar outras 
técnicas que podem ser usadas em consórcio com a ação 
controlada no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
https://dombosco.instructure.com/courses/9361/discussion_topics/33544
Considerando a metodologia de escolha da técnica de 
investigação criminal, é correto afirmar: 
a) 
Que a técnica que será empregada em cada investigação não 
depende do problema que está sendo investigado, dos 
objetivos e da disponibilidade de recursos para a realização 
do projeto. 
b) 
Que não é recomendável iniciar a investigação por um estudo 
exploratório, para tomar conhecimento da situação. 
c) 
Que o estudo exploratório impossibilitará ao investigador 
decidir quais serão os métodos necessários às fases 
posteriores. 
d) 
As técnicas não se excluem, poderão ser empregadas em uma 
mesma investigação, metodologias e diversas técnicas. 
 
A resposta é Letra D 
Comentário: Uma investigação apresenta diversos aspectos, o que 
possibilita escolher as técnicas adequadas ao caso sem que isso 
provoque a opção por apenas uma técnica, uma vez que a 
combinação de duas ou mais permitirá avanços e diminuição de 
erros. 
 
 
Referências 
WENDT, Emerson; LOPES, Fábio Motta. Investigação Criminal – 
Ensaios sobre a arte de investigar. Rio de Janeiro: Brasport Livros 
e Multimídia, 2014. Biblioteca Virtual. 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São 
Paulo: Saraiva, 1998 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. 
EAD/Senasp, 2009 
Os Cinco Sentidos 
Os sentidos do investigador são seus instrumentos primários de trabalho e o sucesso de uma 
investigação está diretamente ligada à intensidade sensorial. Uma maior capacidade de percepção 
global do ambiente possibilita maior probabilidade de compreensão do ocorrido e consequente 
resolução do caso. 
Manter a mente aberta para estímulos recebidos durante a observação direta dos fatos leva a uma 
investigação bem-sucedida, o que depende da capacidade do investigador de observar tudo que 
estiver intimamente ligado ao tema investigado durante o processo. 
Relembrando o que foi visto na Aula 01, há quatro questões básicas que o investigador precisa 
responder para atingir o objetivo da investigação. Todas estão diretamente ligadas à capacidade 
sensorial, pela interdependência de todos os fatores envolvidos. Buscar observar o que for 
respondido nessas questões vai auxiliar no planejamento da investigação, e, consequentemente, na 
forma como o investigador fará uso de seus cinco sentidos durante a investigação. 
Observar, na investigação, envolve reflexão, capacidade de sentir e ver problemas e respostas, por 
mais obscuras que estejam. 
As faculdades da memória, influenciadas pela visão, ofato, audição, paladar e tato, são 
responsabilidades do córtex cerebral, pois tudo que é sentido pelo corpo, toda sensação percebida 
pelos nossos órgãos sensoriais, é enviado para o córtex. 
Ainda que nosso cérebro receba uma quantidade imensa de estímulos, temos uma área dentro dele 
responsável por filtrar aquilo que nos interessa ou que seja importante para nossa sobrevivência. 
Trata-se do hipocampo, que armazena aquilo que será necessário ser relembrado em algum momento 
futuro e onde são realizados os processos de associação multissensorial, que permite recordar 
informações arquivadas. 
Em algumas técnicas, como a infiltração, o papel dos sentidos é de vital importância para a 
memorização de tudo que for importante e que o investigador presenciar, pois assim diminuem as 
chances de memorizar algo equivocadamente e pôr a perder etapas importantes da investigação. 
Quanto maior o número de sentidos utilizado para reter informações sobre um objeto, pessoal, local 
ou seu conjunto, maior será a probabilidade de registrá-las mentalmente e utilizá-las de imediato, 
quando for necessário. 
Esse uso consciente de processos associativos e estímulos sensoriais facilita a consolidação das 
memórias, e que deve ser exercitado diariamente, realizando sua manutenção e fortalecimento. 
Uma boa memória não é somente útil para uma determinada investigação, mas também para todo 
trabalho investigativo em geral e tem efeitos positivos também no aumento da confiança do 
investigador em suas habilidades profissionais, eficiência nos trabalhos principalmente pela 
diminuição do tempo gasto para resgatar informações vitais, na descrição de pessoas, objetos, 
ambientes e circunstâncias. 
Para que essa melhor condição de memória seja alcançada, pode-se recorrer a técnicas específicas. 
De início, o mais importante é manter o bem-estar físico e psíquico geral. 
Práticas esportivas e mentais, boa alimentação, horas de sono adequadas e de qualidade, manutenção 
de atitudes positivas e organização na vida pessoal e profissional contribuem de forma fundamental 
para uma boa memória em geral. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Técnicas de treinamento da memória. Araújo, Francisco das Chagas Soares. 
Investigação Criminal II. Senasp/MJ, 2009. Biblioteca Virtual. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
Uma cena de crime, ou o ambiente onde ocorreu a situação de interesse da investigação, pode 
fornecer diversos estímulos sensoriais que podem auxiliar no trabalho de investigação. Para isso, o 
investigador deve estar atento a tudo que ocorre à sua volta. Aponte como a memória do 
investigador interfere na sua capacidade de reter o que está sendo observado em um local de crime, 
no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
Considerando o processo de coleta de dados na investigação criminal, assinale a alternativas 
corretas: 
a) Fontes secundárias referem-se ao material conhecido e organizado, segundo um 
esquema determinado como os depoimentos de testemunhas. 
b) Fontes secundárias são informações que não têm relação direta com o caso, mas dizem do caso ou do ambiente onde ele ocorreu. 
c) 
O reconhecimento é uma atividade preliminar de investigação. Ele busca as primeirasinformações sobre as atividades do investigado, as características ambientais e 
geográficas de um determinado sítio, mas não oferece parâmetros para a percepção do 
grau de risco do procedimento investigatório. 
 
A resposta é B 
Comentário: Fontes secundárias são informações que não têm relação direta com o caso, mas dizem 
do caso ou do ambiente onde ele aconteceu. Já o reconhecimento oferece parâmetros para a 
percepção do grau de risco do procedimento investigatório. 
 
 
 
 
Referências 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 1998 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. EAD/Senasp, 2009 
COBRA, Coriolano Nogueira. Manual de investigação policial. São Paulo: Escola de Polícia de São 
Paulo 
Técnicas de Descrição de um Ambiente Interno e Externo 
https://dombosco.instructure.com/courses/9361/discussion_topics/33544
A vasta miríade de possibilidades sobre o cometimento de crimes impede que seja possível delimitar 
de forma específica a dinâmica destes. Cada situação envolve suas peculiaridades e estas serão 
fatores usados pela equipe de investigação na busca pela elucidação dos fatos. 
Mesmo assim, há uma sequência de passos a serem seguidos a partir do conhecimento do fato e o 
primeiro e mais importante deles é a preservação da cena do crime. 
Se pensarmos de maneira aberta, uma cena de crime não é apenas o local final onde este foi 
cometido. Ela teria início em outros ambientes, com outras pessoas e objetos, mas que só serão 
correlacionados ao evento final pelo trabalho da investigação, se assim o caso permitir. 
Porém, para definir o ambiente inicial da investigação, a cena de crime estará delimitada pelo local 
onde ocorreu toda a ação, de forma que a doutrina especifica alguns parâmetros que auxiliam na sua 
descrição. 
Para executar o isolamento correto e completo do local, o agente de segurança pública deverá adotar 
algumas medidas preliminares antes de efetivar o isolamento propriamente dito: 
- Reconhecer os reais limites; 
- A primeira coisa a fazer é um reconhecimento dos reais limites do local. Esvaziar a maior área 
possível da presença de pessoas; 
- Avaliação detalhada do espaço; 
- Efetuar criteriosa observação do local levando em consideração o cadáver, se for o caso, outros 
vestígios que precisam ser preservados, as primeiras informações colhidas e os limites naturais da 
área onde ocorreu o delito, como um quarto, uma casa, um parque de diversões etc; 
- Constatar se há indicação de outros locais; 
- Verificar se há indicação da existência de outras cenas do crime (local mediato ou relacionado), para 
adotar medidas de isolamento e preservação. É necessário delimitar toda a área onde haja qualquer 
vestígio do delito. Se possível identificar as rotas de entrada e fuga do infrator na cena, pois sempre 
estarão repletas de informações sobre ele. Inicialmente, tudo o que está na cena do crime é vestígio 
dele. Feito isso, o investigador terá clara ideia da natureza do local (imediato, mediato ou relacionado), 
cuja importância é ajudar na formulação das hipóteses iniciais; 
- Isolar fisicamente o local; 
- O isolamento físico do local do delito é a garantia de preservação dos vestígios. Deve ser 
efetivamente físico, com obstáculos que impeçam qualquer acesso indevido. 
Dessa forma, um local de crime pode ser interno ou externo, imediato ou mediato, preservado ou 
não preservado, ainda que esses termos não sejam unânimes na doutrina. 
- Local interno: são locais fechados, delimitados fisicamente por paredes ou outros obstáculos que 
definam o interior de algo ou de um lugar, tais como o interior de um veículo ou de um imóvel. O 
caminho até o ambiente e as áreas correlatas no imóvel onde ocorreu o fato delituoso serão 
conhecidos como área mediata aberta. Já o espaço onde efetivamente deu-se o fato será a área 
imediata interna; 
- Local externo: são locais abertos, onde não haja delimitações físicas que impeçam o contato com o 
meio ambiente em geral, tais como ruas, rodovias, praças, matagais, rios ou qualquer lugar em campo 
aberto. As áreas de acesso até o local da ocorrência será conhecida como área mediata externa e o 
local do crime propriamente dito é a área imediata externa. 
- Local relacionado: são aqueles que, apesar de diferentes da cena de crime, apresentam relação 
direta com o fato. Por exemplo: um motorista atropela e mata uma vítima em via pública, e retorna 
para casa estacionando o veículo do crime em casa. O local relacionado é a garagem onde encontra-
se o veículo, pois ali podem eventualmente serem encontrados indícios do crime; 
- Preservado ou idôneo: são aqueles mantidos exatamente inalterados após a ocorrência, sem 
qualquer alteração direta deliberada no ambiente. O fato de poder ser considerado idôneo é 
demonstração de ótimo trabalho inicial do agente de segurança pública que prestou o atendimento 
inicial; 
- Não preservado ou inidôneo: são os locais que sofrem alterações que prejudicam a coleta de 
vestígios e evidências. A falta de preservação pode ocorrer pela ação direta do criminoso, na tentativa 
de eliminar vestígios que posam levar à autoria; para preservar a vida, seja dos agentes de segurança 
pública que foram atender a ocorrência, da vítima ou de terceiros; ou pode ocorrer pela falta de 
isolamento adequado da cena, permitindo que curiosos, familiares ou outras pessoas que ali não 
deveriam estar acabem manipulando objetos, pisando em evidências e provocando prejuízos periciais 
que não podem ser medidos. Independente do que aconteceu, a falta de preservação deve estar 
consignada no laudo dos peritos e no relatório dos investigadores, para que isso seja levado em 
consideração em todo processo de investigação e julgamento do fato. 
Assim, uma cena de crime preservada adequadamente é aquela acessada pelo menor número de 
pessoas onde as evidências estejam em seus devidos locais, evitando que estas sejam manipuladas 
ou até destruídas pela manipulação indevida. Ali o trabalho de coleta de evidências poderá ser feito 
de forma abrangente e tranquila pelos peritos. 
Não há prazo para a realização das perícias, porém quanto menor o intervalo de tempo entre a 
execução do delito e a coleta de evidências, maiores serão as chances de sucesso da investigação. 
Compreendidos os conceitos sobre uma cena de crime, é importante diferenciar o que são indícios, 
vestígios e evidências. 
Indício, de acordo com o artigo 239 do Código de Processo Penal, é circunstância conhecida e 
provada, que tendo relação com o fato principal (a ser provado), autorize, por indução, concluir-se a 
existência de outra ou outras circunstâncias. Indícios são, assim, elementos de extrema importância, 
presentes na cena de crime, que permitem a concepção racional do que aconteceu e constituem meio 
de prova, equiparado em tese aos documentos, à perícia, à confissão e aos testemunhos. 
Vestígio e indício são comumente confundidos pelos leigos, porém no contexto pericial e sentido 
jurídico, apresentam diferenças significativas. 
Vestígio é, de maneira objetiva, o produto de um agente ou de um evento provocador, presente em 
local de crime potencialmente relacionado ao fato em si. 
Evidências são elementos que, após análises periciais meticulosas e detalhadas, estão atreladas 
inequívoca e objetivamente a um fato delituoso. É possível afirmar que toda evidência é um indício, 
porém o contrário nem sempre se apresenta. 
Em termos técnicos, é equivocado dizer que exista grau hierárquico entre vestígio, indício e 
evidência. São eventualmente complementares, mas jamais sinônimos e assim devem ser 
compreendidos, evitando prejuízos na persecução penal. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Capítulo 1 – Perícia criminal e criminalística, Conceito de local de crime, 
isolamento e preservação. Lipinski, Antonio Carlos. Perícias criminais. Biblioteca Virtual. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
No Fórum da Disciplina aponte as diferenças entre vestígio,indício e evidência, demonstrando os 
prejuízos para a persecução penal caso esses conceitos sejam colocados de forma equivocada em 
laudos e relatórios. 
 
Questão para Simulado 
Em relação aos conceitos de vestígio, indício e evidência, assinale V, para as alternativas 
verdadeiras, e F, para as falsas. 
( ) Vestígio é o material bruto encontrado no local de crime, como por exemplo, objetos, marcas, 
sinais, etc que possam ter relação com o fato. 
( ) É correto afirmar que o vestígio pode ser considerado como o produto da ação do agente 
provocador. 
( ) Um material antes de se tornar uma evidência deve ser reconhecido como índicio. 
( ) Quando os peritos chegam a conclusão que determinado vestígio está relacionado ao evento 
periciado, ele passa a denominar-se evidência. 
( ) Indício é a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize concluir-se 
a existência de outras circunstâncias. 
 
A resposta é V, V, F, V e V 
Comentário: Deve-se sempre lembrar que não há hierarquia entre indício, vestígio e evidência. 
 
Referências 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 1998 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. EAD/Senasp, 2009 
GARCIA, Tiago Mikael e RÉGIS, Jonathan Cardoso. Local do crime: a preservação e o isolamento e 
seus reflexos na persecução penal. Revista Jurídica da Unisul, Tubarão, 2016. 
COBRA, Coriolano Nogueira. Manual de investigação policial. São Paulo: Escola de Polícia de São 
Paulo 
ESPÍNDULA, Alberí. Curso de Preservação de Local de Crime. Senasp/MJ, 2009. Biblioteca Virtual. 
Técnicas de descrição de um ambiente interno e externo 
Sabendo que as interações ambientais entre o local da ocorrência e o investigador são de grande 
relevância, o investigador também deve auxiliar sua memória com ferramentas para a descrição do 
local, evitando assim que detalhes possam ser perdidos. 
Um simples croqui do local pode conter diversas informações, que podem ser enriquecidas com uma 
caderneta para anotações diversas. Fazer uso de uma máquina fotográfica, trenas, marcadores e 
https://dombosco.instructure.com/courses/9361/discussion_topics/33544
outras ferramentas facilita ainda mais o trabalho. Porém esse material é geralmente de uso de 
investigadores técnico-científicos, ou peritos criminais. 
A perícia criminal parte da premissa de que todo local de crime conversa com aquele que sabe ouvir 
o que está sendo dito. Assim, quanto melhor preservado for o local, maior o diálogo entre o ambiente 
e o perito. 
A interação entre investigador cartorário e investigador técnico-científico promove maior 
probabilidade de uma investigação bem-sucedida e a consequente punição de quem cometeu o delito 
investigado. 
Nesse sentido, a descrição dos ambientes externos e/ou internos colabora com a investigação ao 
trazer aqueles que na cena do crime não estiveram, mas precisam entender a dinâmica dos fatos. 
De início, o local de crime é um ambiente que, independente de ser interno ou externo, necessita da 
máxima preservação, para que todas as evidências existentes possam ser coletadas pelos 
investigadores técnico-científicos, os peritos. 
É atribuição do primeiro profissional de segurança pública preservar o local, de acordo com 
orientações específicas que devem sempre ser repassadas e revisadas por sua instituição, em 
cooperação com as demais. Grosso modo, o caso mais fácil de preservação do local são os crimes 
onde não haja vítimas. 
Nos casos onde haja vítimas e que estas não estejam em condições de serem movidas ou que se faça 
necessária verificação de suas condições de saúde, o profissional que realiza o primeiro atendimento 
deve prestar atenção no trajeto que realiza no ambiente, para que não prejudique evidências ali 
existentes. As evidências serão secundárias somente nos casos em que a preservação de vidas, de 
vítimas ou do próprio agente de segurança pública estiverem em risco. 
Conforme o Código Processual Penal, em seu artigo 6º, é dever da autoridade policial dirigir-se ao 
local da ocorrência, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até 
a chegada dos peritos criminais. 
Estes farão as análises pertinentes ao modo como o ambiente se encontra, quais são os objetivos da 
investigação em face do ocorrido, como se encontravam os indícios existentes no momento da 
chegada da equipe de perícia e levantar evidências. 
Para a perícia serão tomadas imagens do local, desenhados croquis, verificados objetos que tenham 
vínculo com o crime, quais serão as perícias que serão realizadas em local, quais serão as perícias que 
serão realizadas em laboratório e, com todo o procedimento pericial em local realizado, confeccionar 
os laudos pertinentes. 
Após a perícia, continuam os procedimentos elencados no CPP sob responsabilidade da autoridade 
policial, quais sejam: 
- apreender objetos relacionados ao fato, após liberação pelos peritos; 
- coleta de provas que servirem para esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
- ouvir a vítima; 
- ouvir o suspeito, quando possível; 
- proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e acareações; 
- determinar novas perícias se for o caso; 
- ordenar a identificação do suspeito e averiguar sua vida pregressa; 
- havendo necessidade, proceder com simulação da ocorrência para maiores esclarecimentos. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Módulo II, Curso de Preservação de Local de Crime. Espíndula, Alberí. 
Senasp/MJ, 2009. Biblioteca Virtual. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
A chegada do primeiro profissional de segurança pública na cena de crime deve acontecer com os 
cuidados para preservar a incolumidade física deste profissional, para preservar e/ou salvar a vida de 
eventuais vítimas e preservar ao máximo a cena, de forma a evitar que vestígios possam ser perdidos. 
No Fórum da Disciplina aponte como o primeiro profissional deve se portar, para que não aconteça 
prejuízo à investigação, com relação à preservação e descrição da cena de crime. 
 
Questão para Simulado 
Exames periciais devem ser realizados de forma sistêmica e em sequência correta. Assim, coloque 
na sequência correta as fases relativas aos exames nos vestígios. 
( ) Busca e constatação 
( ) Registro 
( ) Encaminhamentos 
( ) Identificação 
 
A resposta é 1, 2, 4, 3 
Comentário: a sequência correta dos exames periciais evita a quebra da cadeia de custódia e, por 
consequência, a perda do valor probatório das evidências coletadas. 
 
Referências 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 1998 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. EAD/Senasp, 2009 
COBRA, Coriolano Nogueira. Manual de investigação policial. São Paulo: Escola de Polícia de São 
Paulo 
ESPÍNDULA, Alberí. Curso de Preservação de Local de Crime. Senasp/MJ, 2009. Biblioteca Virtual. 
Descrição física de um indivíduo 
A capacidade de descrever pessoas e locais é um dos fatores que permite maiores avanços durante 
uma investigação. Ao coletar informações sobre pessoas presentes em uma cena de crime é possível 
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determinar se há algum suspeito cuja descrição seja compatível com a do autor, ou se essa descrição 
se encaixa em alguma pessoa detida em outro período, quer seja pelo mesmo tipo de crime ou por 
outros. 
Via de regra, a descrição começa pela cabeça, depois segue para os membros superiores e, por fim, 
membros inferiores, de forma mais detalhada possível. Quanto maior o grau de detalhes observados 
e descritos, menores as chances de imputar suspeitas à pessoa errada. 
De forma geral, a descrição deve observar a cor da pele, o sexo, idade aparente, estatura, peso, 
compleição, cor e tipo de cabelos, ausência ou presença de pelos faciais, condição dentária, cicatrizes, 
marcas ou tatuagens, uso de óculos ou outros adereços, tais como piercings, alargadores etc. 
Nos aspectosespecíficos da descrição, a pessoa que está descrevendo o indivíduo fornecerá maiores 
detalhes, tais como: 
Nome – verdadeiro, falso, apelido etc; 
Cabelo – comprido, curto, claro, escuro, preto, loiro, liso, ondulado, calvo etc; 
Rosto – bonito, feio, magro, gordo, redondo, oval, pálido, corado etc; 
Testa – alta, baixa, larga, lisa, enrugada etc; 
Olhos – grandes, pequenos, claros, escuros, vivos, brilhantes, mortiços etc; 
Nariz – arrebitado, achatado, grande, pequeno, fino, grosso etc; 
Boca – sorridente, séria, grande, pequena, rasgada etc; 
Lábios – finos, grossos, vermelhos, rosados, recortados, entreabertos etc; 
Dentição – perfeita, falha entre dentes, com dentes faltando, dentes amarelados etc; 
Modo de falar – forte, suave, rouco, grosso, fino, lento, rápido, gagueira, sotaques, gírias etc; 
Modo de se movimentar – coxeando, tiques, cacoetes etc; 
Pele – manchada, bronzeada, clara, escura, com machucados, com pintas, tatuada etc; 
Tatuagens – tipo do desenho e localização; 
Piercings e alargadores – localização e tipo de piercing. 
Mesmo que não seja possível obter uma descrição precisa, qualquer informação sobre a pessoa que 
tenha cometido o delito já tem grande validade, pois a investigação tem alguém a ser procurado. 
Importante é registrar os dados imutáveis, pois se o suspeito tentar usar disfarces, terá menor 
sucesso. A descrição deverá ser honesta, realista, sem influências pessoais ou preconceituosas. 
Imprescindível a descrição ser particularizada, pois uma descrição genérica tem pouca validade para 
uma investigação. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Módulo II, Investigação Criminal II. Araújo, Francisco das Chagas Soares. 
Senasp/MJ, 2009. Biblioteca Virtual. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
A descrição não só de indivíduos, mas de objetos, locais e situações depende de uma memória que, 
quanto melhor, maior o grau de detalhes fornecidos sobre o que está sendo descrito. 
Indique no Fórum da Disciplina que tipo de técnica de memorização você utiliza, como a descobriu 
e de que forma poderia utilizar para situações de uma investigação. 
 
Questão para Simulado 
De acordo com o que estudou-se, observe a imagem a seguir e elabore um relato minucioso do que 
você vê. 
 Comentário: Lembre-se que a descrição de um indivíduo deve ser o mais realista e detalhada 
possível. 
Referências 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 1998 
ARAÚJO, Francisco das Chagas Soares. Investigação Criminal 2. EAD/Senasp, 2009 
COBRA, Coriolano Nogueira. Manual de investigação policial. São Paulo: Escola de Polícia de São 
Paulo 
Retrato Falado 
O retrato falado é mais uma das diversas ferramentas aliadas à investigação, mas que possui dois 
lados. Quando confeccionado o mais próximo possível da data da ocorrência, de forma responsável 
e técnica, o retrato falado possibilita a busca por suspeitos com bastante eficiência, em função da 
elevada reincidência de criminosos em nosso país. 
Um dos fatores que devem ser observados, sempre que houver a possibilidade de confeccionar um 
retrato falado, é não apresentar à vítima ou à testemunha o álbum de fotos de indiciados. Isso 
contamina a memória visual de quem vai descrever o suspeito, comprometendo a qualidade final, 
pois a subjetividade do recurso é muito grande. 
Dessa forma, quando um criminoso é descrito em retrato falado, suas características marcantes 
devem ser apontadas pelo descritor e estas serão aproveitadas pela equipe de investigação e nortear 
os trabalhos. 
Assim, a responsabilidade sobre o bom uso dessa ferramenta não é de quem descreveu o suspeito, 
desde que essa descrição tenha sido real, conforme vimos na aula de descrição de pessoas, mas sim 
da autoridade policial e sua equipe. 
Em algumas instituições de Polícia Judiciária ou de Perícia Forense, ainda são utilizados os talentos 
de peritos em representação facial humana artística, por meio de desenhos à mão. Essa técnica vem 
caindo em desuso, pois exige do perito sensibilidade e habilidades artísticas elevadas, visto que 
precisa realizar uma entrevista com a vítima ou testemunha a ponto de deixá-la confortável suficiente 
para trazer a maior quantidade de detalhes para bem executar o desenho. 
Já em um número crescente de unidades de Polícia Judiciária já é possível contar com papiloscopistas 
habilitados para uso de ferramentas digitais de criação dos retratos falados. Nesses casos, a 
habilidade artística do profissional que eventualmente não a possua pode ser desenvolvida mais 
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facilmente por meio do uso de softwares específicos para manipulação de imagens, tais como o 
Adobe Photoshop, combinado com um banco de dados de imagens previamente desmembradas em 
peças que, aos serem combinadas, formarão a base do rosto a ser criado. 
Assim temos dois tipos de técnicas de retrato falado: 
- Artístico: onde o profissional faz uso apenas de suas habilidades artísticas e técnicas de entrevista 
ou, além das habilidades, também adota um banco de imagens impressas para a montagem do retrato; 
- Composição fotográfica: onde o profissional faz uso de um banco de imagens digital, escolhidas 
pela testemunha ou vítima e realiza a composição final em programa para manipulação de imagens. 
É importante deixar claro que a distância temporal entre o fato e a confecção do retrato falado 
influem diretamente em sua qualidade, pois a vítima ou a testemunha podem acabar esquecendo 
detalhes importantes, que farão falta na confecção do retrato. Além disso, é bastante comum em 
intervalos de tempo elásticos as vítimas ou testemunhas desistirem de confeccionar o retrato falado, 
por diversas razões, tais como receio de represálias, sensação de impotência e de que tal retrato não 
adicionará nada à investigação ou quaisquer outros motivos aleatórios. 
A vítima ou testemunha devem ser levadas a um ambiente onde sintam-se seguras e à vontade, sem 
circulação de pessoas e o mais calmo possível. Tudo isso auxilia na extração de informações que 
serão incluídas na representação facial. 
Antes de iniciar a confecção propriamente dita do retrato falado, o perito realiza uma entrevista, 
onde busca deixar a vítima ou testemunha segura a ponto de novamente descrever todo o fato que 
presenciou e assim ajudar a trazer à memória detalhes sobre quem praticou o delito. 
Após a entrevista, quando utilizada a combinação do software de peças e o de manipulação de 
imagens, explica-se a quem esteja descrevendo o suspeito como é realizado esse processo e é dada 
sequência na montagem da imagem base. 
 
Figura 1 – Tela do software de peças para confecção de retrato falado 
 
Fonte: Instituto Nacional de Identificação 
 
Figura 2 – Combinação de características pré-tratamento 
Fonte: Instituto Nacional de Identificação 
 
Após essa combinação, o perito realiza a equalização dos elementos para harmonizar o rosto descrito, 
no tom de pele mais próximo ao descrito pela vítima ou testemunha, retira ou adiciona elementos 
tais como pelos faciais, pintas, manchas ou outras cicatrizes, e inclui acessórios, se for o caso, tais 
como óculos, bonés, piercings etc. 
 
Figura 3 – Imagem final, equalizada 
Fonte: Instituto Nacional de Identificação 
 
Após finalizar o procedimento, o perito solicita que o descritor dê uma nota, em forma de 
porcentagem, da similaridade entre o retrato falado e o rosto da pessoa descrita. Essa porcentagem 
vai auxiliar na decisão de divulgação ou não do retrato, por parte da autoridade policial. Quanto maior 
a porcentagem, maior a proximidade com o rosto descrito e, assim, menor a probabilidade de apontar 
falsamente um suspeito. Porém, porcentagem baixa não é motivo para descarte do retrato falado, 
visto que este pode conter elementos peculiares do suspeito que ainda assim poderão auxiliar na sua 
identificação. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Sketchcop – Drawing a line against crime. Streed,Michael W. Evergreen, 
Wildblue Press. 2015 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
A entrevista com a vítima ou testemunha para confecção de retrato falado é um momento de 
necessidade de demonstração de empatia, para que venha a ser quebrada qualquer barreira entre o 
entrevistado e o perito. 
No Fórum da Disciplina aponte, de seu ponto de vista, que tipos de equívocos o perito pode cometer 
e que trarão prejuízos à confecção do retrato falado. 
 
Questão para Simulado 
A confecção de retrato falado pode ser realizada de duas formas: 
a) Artística e emoldurada 
b) Eletrônica e mecânica 
c) Artística e Composição fotográfica 
d) Nenhuma das alternativas 
A resposta é Letra C. 
Comentário: As técnicas de confecção de retrato falado em uso pelas unidades periciais no Brasil, 
atualmente, são a artística, que está caindo em desuso, e a composição fotográfica, que permite maior 
acuracidade na representação de suspeitos. 
 
Referências 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 1998 
https://dombosco.instructure.com/courses/9361/discussion_topics/33544
COBRA, Coriolano Nogueira. Manual de investigação policial. São Paulo: Escola de Polícia de São 
Paulo 
Streed, Michael W. Sketchcop – Drawing a line against crime. Evergreen, Wildblue Press. 2015 
Retrato Falado 
Após confeccionado o retrato falado, o perito também redigirá um breve relatório contendo dados 
sobre a ocorrência, sobre o suspeito, número do retrato falado – geralmente para controle interno 
da unidade para a qual foi solicitado o retrato – e a porcentagem de similaridade fornecido pelo 
descritor. 
De posse desse retrato falado e a complementação feita pelo relatório, a equipe de investigação 
decide como o material poderá auxiliar nos trabalhos, se haverá divulgação maciça, a qual geralmente 
acontece quando não há nenhuma pista sobre o suspeito; ou somente interna, quando já existe uma 
linha de investigação e qualquer divulgação sobre suspeitos pode vir a prejudicar os trabalhos. Ainda 
poderá ser discutido se haverá necessidade de encaminhar o retrato para outras unidades de polícia 
etc. 
Uma vez que nem toda pessoa possui capacidade para descrição de características de modo a serem 
utilizadas para a confecção de retratos falados, a equipe de investigação, em casos de similaridade 
de modus operandi, pode apresentar o retrato falado do suspeito para aquelas vítimas ou 
testemunhas que não conseguiram fornecer elementos suficientes para a confecção da 
representação facial e apontam se o retrato se aproxima da pessoa que foi vista. 
O retrato falado, independente de apresentar-se ferramenta útil ou não para a investigação, será 
anexado ao boletim em análise e, posteriormente ao inquérito, caso este seja instaurado. De qualquer 
forma, permanecerá arquivado na delegacia responsável. 
Não há estatísticas precisas apontando qual tipo de crime apresenta maior número de suspeitos 
descritos, uma vez que a vítima ou a testemunha nem sempre se apresenta para fazer a descrição, 
ou, quando comparece para a entrevista, não consegue realizar uma descrição minimamente 
aproveitável. 
O uso do retrato falado contribui, também, como ferramenta para aprimoramento da memória do 
investigador, pois sempre que a delegacia recebe uma representação facial, as equipes de 
investigação podem vir a se lembrar, pelo modus operandi ou pelas características fisionômicas, de 
outras pessoas que já foram detidas. 
As características a serem observadas são as mesmas apontadas no módulo em que foi estudada a 
técnica de descrição de pessoas, tais como presença de marcas, cicatrizes, tatuagens, formato dos 
olhos, nariz e boca, tamanho das orelhas, tipo e cor dos cabelos etc. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Sketchcop – Drawing a line against crime. Streed, Michael W. Evergreen, 
Wildblue Press. 2015 
 
 
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Interação 
No Fórum da Disciplina discorra sobre os prós e contras da divulgação maciça de um retrato falado 
apontando, dentre os diversos aspectos de uma investigação, a gravidade do crime cometido e tipo 
físico do suspeito descrito. 
 
Questão para Simulado 
Das circunstâncias envolvidas na confecção de um retrato falado, aponte quais NÃO interferem 
diretamente na qualidade final deste. 
a) Apresentação do álbum de fotos de indiciados 
b) Tempo decorrido entre o fato delituoso e a entrevista com a vítima/testemunha 
c) O local onde será realizada a entrevista com a vítima/testemunha 
d) Coleta de informações pessoais do entrevistado. 
A resposta é Letra D. 
Comentário: há diversos fatores que podem contribuir para que uma entrevista para confecção de 
retrato falado caminhe para frustração. Por isso é importante que o profissional que fará o retrato 
falado seja muito bem treinado, para extrair durante a entrevista o maior número de características 
físicas do suspeito, para serem colocadas no retrato falado e no relatório. 
Referências 
ROCHA, Luiz Carlos. Investigação Policial: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 1998 
COBRA, Coriolano Nogueira. Manual de investigação policial. São Paulo: Escola de Polícia de São 
Paulo 
Streed, Michael W. Sketchcop – Drawing a line against crime. Evergreen, Wildblue Press. 2015 
Ação Controlada e Infiltração Policial 
Todo o trabalho realizado durante uma investigação tem, via de regra, o objetivo de trazer à luz a 
realidade dos fatos investigados, pela violação da legislação. Portanto, nada mais justo do que levar 
à Justiça aqueles que cometem tais quebras, de forma tal que não restem dúvidas a quem os julga. 
Durante o curso, temos visto diversas formas de realizar o intento das investigações criminais, 
observando sempre o estrito cumprimento das leis e as ferramentas disponíveis para tal. 
Ocorre que, por vezes, a equipe de investigação se vê em situação ambígua, onde para combater o 
crime deverá deixá-lo ser cometido, nos casos de ação controlada; e onde deverá realizar 
procedimentos criminosos, visando colher elementos probatórios da conduta de organizações 
criminosas que estejam sendo investigadas, no caso das infiltrações. 
O fato das investigações terem a permissão de uso dessas ferramentas não implica na inobservância 
de alguns parâmetros, para que o trabalho não corra o risco de ser perdido. 
Antes de mais nada, vejamos alguns aspectos do que será estudado no presente módulo: 
- Ação controlada: retardo da ação policial relativa à ação praticada por organização criminosa, 
mantida sob observação, para que a equipe de investigação realize a ação no momento mais eficaz à 
https://dombosco.instructure.com/courses/9361/discussion_topics/33544
coleta de provas e evidências do crime sob investigação, bem como a prisão do maior número 
possível de envolvidos; 
- Infiltração: introdução do policial em determinados meios, onde conviverá temporariamente, em 
busca de elementos úteis para as investigações. 
A lei nº 12.850/13, que revogou a lei nº 9.034/95, trouxe mecanismos mais adequados às 
investigações de organizações criminosas, os quais antes de entrar em vigor, não estavam presentes 
na legislação brasileira e dependiam de interpretações diversas baseadas no Direito Comparado. 
O fato de haver a legislação evoluído, descrevendo quais seriam as condutas onde as ferramentas 
ora estudadas, fez com que o trabalho de investigação fosse beneficiado, agregando um 
encaminhamento mais eficiente. 
Fica claro, assim, que a ação controlada, consubstanciada no Art. 3º, inciso III a outras ferramentas 
de investigação, buscará agir quando a obtenção de provas, evidências e objetos referentes à 
organização criminosa enxerga o direito à segurança pública como o maior beneficiário. O flagrante 
puro e simples, no momento inicial em que a equipe de investigação percebe que algum ilícito esteja 
sendo cometido, nem sempre trará ganhos substanciais ao inquérito. 
Também cumpre realçar que o flagrante retardado, ou ação controlada, não pode ser enquadrado 
como prevaricação,ainda que o objetivo esperado não seja alcançado. Porém, se o investigador 
obtiver vantagem pessoal indevida por meio do retardamento da ação deve-se analisar a situação e 
sendo o caso, de acordo com a conclusão, punir o agente. Tal previsão consta no Art. 2º §7º da lei nº 
12.850/13. 
Como a lei nº 12.850/13 traz em seu bojo a definição de organização criminosa e estas 
eventualmente atuam em crimes além do território nacional, as ações de flagrante retardado em 
situações de transposição de fronteiras deve acontecer com as forças de segurança do suposto 
destino dos criminosos ou do produto do crime, evitando assim prejuízos à investigação e à coleta de 
provas. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: A ação controlada e a infiltração policial na nova lei do crime organizado. Wendt, 
Emerson e Lopes, Fábio Motta. Investigação criminal: ensaios sobre a arte de investigar 
crimes. Brasport, 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
Com base na leitura do Capítulo Norteador dessa aula, discorra no Fórum da Disciplina sobre a 
questão dos limites da ação controlada. 
 
Questão para Simulado 
Leia a Seção II da lei nº 12.850/13 e responda: 
“Da Ação Controlada 
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação 
praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e 
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de 
provas e obtenção de informações. 
1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz 
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam 
indicar a operação a ser efetuada. 
3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e 
ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações. 
4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada. 
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção 
policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que 
figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e 
extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.” 
A ação controlada poderá ocorrer: 
1) A qualquer momento, sob rígido controle do Poder Judiciário, somente com prévia autorização do 
Ministério Público e à revelia da autoridade policial 
2) Somente em crimes transnacionais. 
3) Sempre que houver interesse para a investigação, desde que previamente comunicada ao juiz 
competente, o qual estabelecerá seus limites, se for o caso, e comunicará ao Ministério Público. 
4) De modo a garantir que a soberania nacional não seja ferida, por meio da cooperação das 
autoridades dos países onde a atuação da organização se dará. 
A resposta é 3 e 4. 
Comentário: a ação controlada demanda a observância da legislação de forma a não ocorrer excessos 
ou desvirtuamentos da ação policial, sem criar incidentes internacionais, buscando provas e 
evidências robustas e, sempre que possível, a prisão do maior número de criminosos envolvidos. 
 
"Organize-se: 6 horas semanais – mínimo sugerido para autoestudo" 
 
Referências 
WENDT, Emerson; LOPES, Fábio Motta. Investigação Criminal – Ensaios sobre a arte de 
investigar. Rio de Janeiro: Brasport Livros e Multimídia, 2014. Biblioteca Virtual. 
SANNINI NETO, Francisco. Nova lei de Organização Criminosa (Lei nº 12.850/13): primeiros 
comentários. Disponível em <http://marioleitedebarrosfilho.blogspot.com/2013/08/nova-lei-de-
organizacao-criminosa-lei.html (Links para um site externo.)>. Acesso em 23/09/20 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. EAD/Senasp, 2009 
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado: procedimento investigatório. São Paulo: Atlas, 2003 
 Ação Controlada e Infiltração Policial 
http://marioleitedebarrosfilho.blogspot.com/2013/08/nova-lei-de-organizacao-criminosa-lei.html
http://marioleitedebarrosfilho.blogspot.com/2013/08/nova-lei-de-organizacao-criminosa-lei.html
A infiltração, modalidade de investigação de grande complexidade técnica em virtude da necessidade 
de decisão judicial prévia e manifestação técnica da autoridade polícia, podendo ser requerida 
somente pelo Ministério Público e pelo Delegado de Polícia. Estes deverão expor o motivo da 
infiltração, qual será o alcance da tarefa dos agentes e, quando possível, o local da ação. O agente a 
ser infiltrado necessita ser experiente e bem treinado. 
Assim como a ação controlada, a infiltração está descrita no texto da lei nº 12.850/13, 
especificamente no Art. 3º, inciso VII. disciplinando que somente membros das Polícias Judiciárias 
poderão realizar tal intento, sendo proibido incumbir essa tarefa a colaboradores, informantes ou 
agentes públicos de outras áreas. 
A autorização judicial para a infiltração deve ser apreciada 24 horas após a manifestação do 
Ministério Público, junto à representação do delegado de polícia. O prazo de validade da autorização 
é de seis meses, podendo ser renovada mediante comprovação dessa necessidade, não excedendo o 
prazo máximo de setecentos e vinte dias. 
O agente destacado para a operação terá resguardados diversos direitos, para que sua integridade 
física não seja ameaçada, tais como recusar-se ou cessar a ação de infiltração, ter sua identidade 
alterada aplicando-se, no que couber, medidas de proteção à testemunha, ter o nome, qualificação, 
imagem, voz e demais informações pessoais preservados durante a investigação, não ser filmado, 
fotografado ou ter a identidade revelada por meios de comunicação, sem sua prévia autorização por 
escrito. 
Buscando o menor risco ao infiltrado e maior sucesso para a operação, deve-se observar os seguintes 
aspectos: 
- Escolher um agente adequado para cada situação; 
- O infiltrado deverá utilizar documento adequado à sua nova identidade, evitando despertar 
suspeita; 
- O agente deve assumir um comportamento perfeitamente normal e compatível com o meio onde 
for infiltrado; 
- O agente preferencialmente deverá ter um tipo físico que se ajuste ao meio; 
- O agente necessitará assumir o mesmo nível cultural do meio, tornando-se mais um naquele local; 
- Deverá conhecer com profundidade as atividades desenvolvidas no meio em que estiver 
introduzido, nomes e atuações de militantes do grupo, o modus operandi de cada modalidade 
infracional do meio; e 
- Por fim, o agente obrigatoriamente terá que ser desconhecido do grupo a ser observado, para não 
ser identificado como policial e colocar todo o trabalho sob risco. 
Uma vez infiltrado, o agente também terá proteção do princípio da proporcionalidade, nas situações 
em que praticar determinados atos tidos como infrações penais. Tal proteção não implica, no entanto, 
que todo ato praticado pelo policial será perdoado. Cabe ao infiltrado perceber os limites de ação, de 
acordo com o equilíbrio da situação. O agente poderá, por exemplo, comercializar objetos roubados, 
mas não poderá executar assassinatos a mando da organização criminosa se o cabeça desta assim o 
determinar. Cabe aqui uma ressalva, visto ser um exemplo extremo. Se o infiltrado for induzido a 
cometer homicídio sob ameaça de perder a própria vida se não obedecer, assim agindo em legítima 
defesa ou de terceiros, o crime não será julgado. 
Obtendo o infiltrado os elementos que constavam no planejamento da ação, finaliza-se o trabalho 
desse agente. A equipe de investigação realizará, então, os procedimentos para que ocorra a prisão 
dos membros da organização criminosa sem que haja riscos para o infiltrado. 
O agente infiltrado repassa informações para que esse trabalho final possa ser realizado de modo a 
prender o máximo de criminosos e coletarquantidade compatível de provas para o sucesso da 
operação. Isso se dará respondendo às seguintes perguntas: 
- Quando deverá ocorrer a prisão do(s) infrator(es) observado(s)? 
- Quando e como deverá ocorrer o resgate do infiltrado? 
O infiltrado deve evitar a todo custo realizar operações no final da diligência que o coloquem em 
risco e comprometam todo o trabalho. 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: A ação controlada e a infiltração policial na nova lei do crime organizado. Wendt, 
Emerson e Lopes, Fábio Motta. Investigação criminal: ensaios sobre a arte de investigar 
crimes. Brasport, 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
No Fórum da Disciplina, escolha um dos aspectos a serem observados sobre o agente a ser infiltrado 
e disserte sobre os riscos que tal aspecto mapeia e permite evitar para o insucesso da missão. 
 
Questão para Simulado 
O Art 10, em seu §2º, determina que a infiltração será admitida se a prova não puder ser produzida 
por outros meios disponíveis. Dessa forma, podemos admitir como outros meios disponíveis: 
1) Somente as fontes abertas. 
2) Entrevistas com testemunhas, suspeitos e vítimas. 
3) Filmagens, escutas ambientais e telefônicas. 
4) Campanas e acompanhamentos. 
 
A resposta é 2, 3 e 4. 
 
Comentário: Fontes abertas não são o único meio disponível em investigações, bem como não há 
restrições a essas. As restrições acontecem, nos casos de infiltração, para minimizar os riscos ao 
agente infiltrado, à operação e à investigação como um todo. 
 
"Organize-se: 6 horas semanais – mínimo sugerido para autoestudo" 
 
Referências 
WENDT, Emerson; LOPES, Fábio Motta. Investigação Criminal – Ensaios sobre a arte de 
investigar. Rio de Janeiro: Brasport Livros e Multimídia, 2014. Biblioteca Virtual. 
SANNINI NETO, Francisco. Nova lei de Organização Criminosa (Lei nº 12.850/13): primeiros 
comentários. Disponível em <http://marioleitedebarrosfilho.blogspot.com/2013/08/nova-lei-de-
organizacao-criminosa-lei.html (Links para um site externo.)>. Acesso em 23/09/20 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. EAD/Senasp, 2009 
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado: procedimento investigatório. São Paulo: Atlas, 2003 
Perícia Papiloscópica e Investigação Criminal 
A perícia papiloscópica é uma ferramenta que vem ganhando força nas investigações criminais nos 
últimos anos, em virtude da modernização dos Institutos de Identificação do país. Essa modernização 
compreende a adoção de sistemas de busca automatizada de impressões digitais, o que agiliza 
sobremaneira buscas por pessoas em bancos cadastrais. 
Essas buscas permitem que um suspeito, ao ser detido, tenha sua identidade confirmada com mais 
rapidez, por exemplo, ou que uma vítima desconhecida de homicídio possa ter seu nome fornecido 
pela equipe de necropapiloscopia aos investigadores, para que seja adotada uma linha de trabalho 
mais eficiente. 
Justamente a necessidade de diferenciar as pessoas, em especial aquelas que não apresentavam 
capacidade de viver em sociedade, fez com que fossem adotadas diversas formas de marcação, desde 
ferro em brasa, tatuagens ou mensuração de membros do corpo humano. Mas os criminosos sempre 
conseguiam descobrir formas de burlar essas tentativas, até a adoção da identificação datiloscópica. 
No Brasil seu uso teve início em 1903, com a fundação do Gabinete de Identificação no Rio de 
Janeiro, então capital do país. Na época a Papiloscopia era uma ciência em expansão, principalmente 
após acontecer a primeira resolução de um crime usando impressões digitais, fato registrado na 
Argentina, em 1892 e que teve grande repercussão nos meios de combate à criminalidade. 
Porém, à medida que o banco de impressões digitais aumentava, mais difícil ficava a verificação 
manual de fraudes, pois mesmo uma impressão digital sendo praticamente impossível de se repetir 
em pessoas distintas, o modelo de arquivamento era facilmente burlado. 
Ainda assim, a papiloscopia pode ser considerada a forma mais segura de identificação humana, 
justamente porque seus postulados – variabilidade, perenidade e imutabilidade – garantem que 
mesmo gêmeos idênticos não tenham impressões iguais. 
Para que a identificação datiloscópica atinja seu sucesso, é necessário que a coleta das impressões 
digitais seja realizada de maneira tecnicamente adequada, ou seja, que a maior parte da pele onde 
haja cristas papilares seja capturada, seja em papel, ou em leitor biométrico específico. 
No caso da coleta em papel, a tinta é a mesma utilizada para a impressos como jornais, dada sua 
melhor aderência e durabilidade no papel. Isso permite, por exemplo, que impressões coletadas há 
mais de cem anos continuem sendo legíveis aos papiloscopistas. Exige concentração e habilidade do 
papiloscopista, para que detalhes do datilograma, ou impressão digital, sejam capturados com o 
máximo de qualidade. 
Já para a coleta por meio eletrônico é importante que o software de captura das impressões digitais 
tenha certificação internacional, pois isso permite eventual intercâmbio de banco de dados ou, no 
caso de migração de um fornecedor para outro da solução de software, a base é preservada, não 
havendo necessidade de realizar o processo de coleta do zero. Também é possível converter as 
impressões digitais coletadas em papel para o banco eletrônico, por meio da escanerização e 
conversão do acervo. 
Considerando o cenário brasileiro atual, diversos Institutos de Identificação já adotaram a tecnologia 
de coleta por meio eletrônico e busca automatizada de impressões digitais, cuja sigla em inglês é 
AFIS. O AFIS permite que sejam feitas buscas no banco de dados, independente da quantidade de 
http://marioleitedebarrosfilho.blogspot.com/2013/08/nova-lei-de-organizacao-criminosa-lei.html
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pessoas cadastradas, de forma rápida e segura, não só de impressões digitais completas, mas também 
de meros fragmentos destas, deixados em uma cena de crime. 
A partir dessa facilidade, as autoridades policiais perceberam que a papiloscopia novamente tornou-
se uma ferramenta que traz segurança aos trabalhos investigatórios. Como dito anteriormente, se 
um suspeito detido mente o nome e tem suas impressões digitais buscadas no banco de pessoas, é 
possível descobrir seu nome verdadeiro e se eventualmente ele mentiu o nome para encobrir um 
mandado de prisão em aberto ou uma extensa ficha criminal. 
Não raro um detido usa o nome de irmão ou parente próximo para evitar ficar preso, no caso do nome 
falso usado ser de pessoa que a legislação considera ré primária. Porém, ao ter sua mentira 
descoberta, o detido terá mais um crime incorporado àquele pelo qual foi detido. 
Em situação de cadáveres que tenham sido encaminhados aos Institutos de Medicina Legal, para que 
seja apontada a causa mortis e, dessa forma, fornecer elementos de prova para um inquérito policial 
que porventura esteja sendo conduzido para apurar as circunstâncias da morte, é sempre 
recomendável o uso da perícia papiloscópica para determinar a quem pertencia aquele corpo. Isso 
permite evitar fraudes de troca de cadáveres, fato que pode acontecer com grande facilidade se não 
for realizada a devida coleta das impressões digitais. 
Cabe ressaltar que os cadáveres podem apresentar-se nos mais diversos estados de decomposição e 
necessitar de técnicas específicas para a coleta de suas impressões digitais, técnicas essas de 
conhecimento dos papiloscopistas especializados em identificação cadavérica, também conhecidos 
como necropapiloscopistas. 
Portanto, quando um cadáver tem sua identidade informada por veículos de imprensa, não foi o IML 
que realizou sua identificação, mas tão somente a forma como aquela pessoa morreu. Quem 
determina a identidade do cadáver é o Instituto de Identificação, cuja equipe trabalha em conjunto 
nas instalações do IML. 
Temos então duas situações amplas, uma de falsidadeideológica e outra de cadáver desconhecido, 
onde a aparente mera coleta de impressões digitais permitem evitar que uma pessoa inocente tenha 
seu nome usado indevidamente por um criminoso e, na outra situação, permitir que a correta 
identificação de uma vítima de morte violenta traga agilidade à investigação do caso. 
Ainda assim, não é raro notícias na mídia informando sobre a prisão equivocada de pessoas inocentes, 
de troca de detentos em unidades prisionais ou de pessoas que foram dadas como mortas por erros 
cometidos pela falta da coleta papiloscópica, prerrogativa da autoridade policial. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: As modernas técnicas de investigação policial. Marques, José Guilherme Pereira 
da Silva. <https://jus.com.br/artigos/64402/as-modernas-tecnicas-de-investigacao-policial (Links 
para um site externo.)>, acesso em 24/09/2020 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
A perfeita identificação de uma pessoa evita que injustiças sejam cometidas. 
https://jus.com.br/artigos/64402/as-modernas-tecnicas-de-investigacao-policial
https://jus.com.br/artigos/64402/as-modernas-tecnicas-de-investigacao-policial
Com base no Art. V da CF/88 e na Lei Nº 12037/2009, que dispõe sobre a identificação criminal do 
civilmente identificado, especificamente os artigos 1º e 2º conforme abaixo: 
Art. 1º  O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos 
previstos nesta Lei. 
Art. 2º  A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: 
I – carteira de identidade; 
II – carteira de trabalho;        (Revogado pela Medida Provisória nº 905, de 2019) (Links para um site 
externo.) 
II – carteira de trabalho; 
III – carteira profissional; 
IV – passaporte; 
V – carteira de identificação funcional; 
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
Parágrafo único.  Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis 
os documentos de identificação militares. 
Discorra no Fórum da Disciplina se você concorda ou discorda do elencado na legislação e os 
motivos para sua opinião. 
 
Questão para Simulado 
 Com base no Art. 307 do Código Penal Brasileiro, o crime de falsa identidade é caracterizado pela: 
1) Escolha de nomes para seus descendentes que já são utilizados por outrem, quando do registro do 
recém-nascido. 
2) Atribuição a si ou a terceiro de nome falso, com a intenção de obter vantagem em proveito próprio 
ou alheio. 
3) Atribuição a si ou a terceiro de nome falso, ainda que sem intenção de obter vantagem em proveito 
próprio ou alheio, mas tão somente para causar prejuízo a outrem. 
4) Todas as alternativas anteriores. 
A resposta é 2 e 3. 
Comentário: o uso de nome falso, com a intenção de obter vantagem para si ou para outros, ou ainda 
para causar prejuízo a terceiros é prática criminosa e constitui delito cuja pena é detenção de três 
meses a um ano, ou multa, se não constitui elemento de crime mais grave. Portanto os itens 2 e 3 
estão englobados na caracterização do crime de falsa identidade. 
 
"Organize-se: 6 horas semanais – mínimo sugerido para autoestudo" 
 
Referências 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm%22%20/l%20%22art51
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm%22%20/l%20%22art51
Manual de Identificação Papiloscópica. Instituto Nacional de Identificação (INI). Brasília: Academia 
Nacional de Polícia. DPF, 1987 
ARAÚJO, Francisco das Chagas S. Investigação Criminal 2. EAD/Senasp, 2009 
ARAÚJO, Clemil. Papiloscopia 1. EAD/Senasp, 2009 
 
 
Perícia Papiloscópica e Investigação Criminal 
O rol de perícias auxiliares em uma investigação é vasto o suficiente para que a autoridade policial 
não abra mão destas, salvo em casos onde não sejam evidentemente necessárias. 
Dentre esse rol, a perícia papiloscópica traz em seu bojo a possibilidade de apontar quais foram as 
pessoas que estiveram em contato com objetos e materiais na cena do crime e, com base na 
investigação, determina-se o papel de cada uma delas na dinâmica do crime ou verificar que 
estiveram naquele local, mas não têm correlação direta com a ocorrência. 
O primeiro caso criminal resolvido por meio de impressões digitais aconteceu na Argentina em 1892, 
quando Juan Vucetich, croata naturalizado argentino, responsável pelo setor de identificação da 
polícia de La Plata. 
 
Figura 1 – Juan Vucetich 
 
Vucetich, entusiasta das ciências criminais, acompanhava os estudos realizados por Francis Galton e 
outros cientistas da época com relação às impressões digitais e, com base em observações a partir 
dos estudos de Galton e outros, criou um sistema próprio de classificação datiloscópica. 
Figura 2 – Sistema de classificação de Vucetich 
 
O caso solucionado por Vucetich popularizou a identificação criminal, que foi responsável pela 
criação dos bancos de impressões monodatilares, ou seja, além da coleta dos dez dedos em uma ficha, 
conhecida como individual datiloscópica, também era feita a coleta de cada dedo, separadamente, e 
seu arquivamento seguia uma disposição diferente. Isso permitiria o uso desse banco monodatilar no 
confronto com fragmentos de impressões revelados em cenas de crime. 
Porém, esse processo foi se tornando cada vez mais difícil e demorado à medida que o 
banco monodatilar aumentava. Assim, não raro a perícia papiloscópica em local de crime foi sendo 
abandonada, em função da demora na emissão dos laudos e devido ao fato de que as positivações, 
ou seja, a confirmação sobre o proprietário de determinada impressão digital, eram baixas. 
A partir dos anos 1960, nos EUA, foram iniciados os estudos sobre automação nas buscas de 
impressões digitais, cujo sucesso foi alcançado em 1977, com o início da conversão de 15 milhões de 
individuais datiloscópicas. 
Assim, a partir da adoção do AFIS também pelas forças de segurança pública no Brasil, a perícia 
papiloscópica volta a ser eficiente e retoma-se seu uso nas investigações policiais. No final dos anos 
2000 a Polícia Civil do Distrito Federal era referência mundial, com quase 25% dos casos criminais 
resolvidos com auxílio da perícia papiloscópica. 
O modo de funcionamento de um AFIS dá-se pelo algoritmo que busca minúcias nas impressões 
digitais e as mapeia, quando de seu cadastramento na base de dados. Quando é inserida uma nova 
impressão digital, o sistema realiza buscas para verificar se há uma impressão idêntica na base de 
dados e aponta para o papiloscopista a ocorrência. O papiloscopista, por sua vez, verifica se trata-se 
da mesma pessoa ou se são impressões com caracteres cujo mapeamento pelo software induziu o 
sistema a acreditar que são a mesma pessoa. Dessa forma, fica claro que o componente humano 
ainda se faz necessário, visto que os sistemas automatizados de busca não possuem, ainda, a 
capacidade para definir se duas impressões digitais são ou não da mesma pessoa. 
Figura 3 – Verificação 1:1 AFIS 
 
Essa busca é realizada dedo a dedo, ou seja, um bom sistema AFIS cujo algoritmo seja amplo, não 
confrontará uma nova individual datiloscópica de forma a comparar um polegar direito somente com 
os polegares direitos da base, mas sim com todos os dedos da base. Dessa forma qualquer tentativa 
de fraude será frustrada. Esse confronto é denominado 1 para N (1:N). Se fosse confrontar apenas 
polegares entre si, ou indicadores entre indicadores, médios entre médios e assim por diante, seria 
confronto 1 para 1 (1:1). 
Já com os fragmentos de impressões revelados e levantados em uma cena de crime o confronto é 
sempre 1:N. Quando o fragmento é inserido, o papiloscopista ainda pode, dependendo de sua 
capacidade de análise sobre como a superfície ou o objeto foram tocados, auxiliar o sistema indicando 
o suposto dedo que aquele fragmento pode ser, promovendo um confronto 1:1, mas essa não é a 
regra. 
Com o fragmento inserido, o sistema traz uma quantidade de prováveisdonos daquela impressão, 
para análise do papiloscopista. Caso esse fragmento apresente uma quantidade de minúcias 
compatíveis com alguma impressão de pessoa cadastrada no AFIS, o papiloscopista fará a aferição e 
determinará se pertence ou não ao suspeito apontado pelo sistema. 
Os novos fragmentos inseridos podem não encontrar dono, mas permanecem arquivados na base de 
dados, quer seja pela expectativa de no futuro seu dono ser cadastrado, quer seja pela perspectiva 
de haver outros fragmentos cujo dono não foi cadastrado, mas cometeu crimes diversos que 
proporcionaram a revelação e o levantamento de fragmentos. Assim, no futuro, caso essa pessoa seja 
incluída na base de dados, já haverá uma ou mais ocorrências onde deve ser averiguada sua 
participação. 
A legislação e os sistemas também permitem que sejam coletadas as impressões palmares de 
indiciados, aumentando a gama de confrontos entre fragmentos coletados e cadastros criminais. 
Porém, os fragmentos palmares exigem mais experiência e paciência do papiloscopista, pois a 
qualidade de fragmentos palmares nem sempre permite um confronto confiável aos olhos de quem 
não tenha capacidade para realizar o trabalho. 
Além de agilizar nas buscas por tentativas de fraudes aos bancos de dados civis ou criminais e na 
busca pelos donos de fragmentos de impressões papilares em local de crime, as bases de dados AFIS 
também permitem que um banco de dados seja compartilhado entre instituições – como ocorre entre 
os Institutos de Identificação e os Detrans, em alguns estados. Dessa forma, é possível também 
cruzar informações e evitar que uma pessoa tenha um cadastro civil no Instituto de Identificação e 
tenha se cadastrado com outro nome no Detran. 
Nos últimos anos, a busca automatizada vem sendo ampliada, não ficando restrita somente às 
impressões papilares (dedos, palmas e inclusive planta dos pés – dependendo do caso). A tecnologia 
está incorporando também a análise facial dos cadastrados, cuja tecnologia é conhecida como ABIS 
– Sistemas Automatizados de Identificação Biométrica, na sigla em inglês, permitindo que seja 
realizada também análise de íris, de retina, de voz etc. 
Além disso, a papiloscopia também é responsável pela perícia prosopográfica, que além de comparar 
imagens de vídeos gravados em uma cena de crime com fotos de bancos dos Institutos de 
Identificação, também podem auxiliar nas técnicas de progressão e regressão de idade, muito úteis 
em casos de desaparecimento de pessoas, ou de reconstituição facial de cadáveres. 
De tudo apresentado, pode-se inferir que os sistemas biométricos apresentam grandes possibilidades 
de uso e a segurança de um sistema depende da forma como este será utilizado. 
Por fim, tem-se que os custos de implantação podem apresentar-se relativamente elevados, mas 
quando se analisa o benefício que a tecnologia adquirida traz em seu bojo, bem como a facilidade de 
administração, os valores implantados referenciem mais a investimentos do que gastos. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: As modernas técnicas de investigação policial. Marques, José Guilherme Pereira 
da Silva. <https://jus.com.br/artigos/64402/as-modernas-tecnicas-de-investigacao-policial (Links 
para um site externo.)>, acesso em 24/09/2020 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
Aponte no Fórum da Disciplina como o confronto 1:N impede o cometimento de fraudes contra 
sistemas de identificação datiloscópica. 
 
Questão para Simulado 
https://jus.com.br/artigos/64402/as-modernas-tecnicas-de-investigacao-policial
https://jus.com.br/artigos/64402/as-modernas-tecnicas-de-investigacao-policial
De acordo com as aplicações da papiloscopia, marque (V) para as sentenças verdadeiras e (F) para as 
falsas: 
( ) A tecnologia da Biometria utiliza o corpo como senha. 
( ) O identificador biométrco pode ser físico ou comportamental. 
( ) A Biometria oferece a possibilidade de salvaguardar ativos de informação por meio de um 
identificador teoricamente irrefutável e sempre presente: aquilo que o usuário é. 
( ) A aplicação da Biometria na segurança é promissora. Contudo, o custo de administração é 
altíssimo. 
A resposta é V, V, V, F. 
Comentário: sendo somente a última alternativa falsa, o motivo para isso é que o custo de 
administração não é alto. 
"Organize-se: 6 horas semanais – mínimo sugerido para autoestudo" 
 
Referências 
Manual de Identificação Papiloscópica. Instituto Nacional de Identificação (INI). Brasília: Academia 
Nacional de Polícia. DPF, 1987 
ARAÚJO, Clemil. Papiloscopia 2. EAD/Senasp, 2009 
 
Estudo de Caso 
Fernando Correia 
1515 respostas não lidas1515 respostas 
A equipe da Delegacia de Homicídios recebeu uma ligação às 9h informando avistamento de 
suposto cadáver, uma vez que a pessoa avistada apresentava a cabeça ensanguentada, sem a parte 
de baixo das roupas e não respondeu aos chamados do informante. O local ficava na rua Herculano 
Escolástico, sem número, na base de uma coluna de sustentação do viaduto que passa sobre a via. 
Dois investigadores se deslocaram ao local e sabia-se que as equipes de perícia haviam sido acionadas 
e estavam a caminho. O local apresenta baixo índice de transeuntes e não havia aglomeração ao redor 
da ocorrência, salvo por um pequeno grupo de trabalhadores que estavam na ponte sobre o rio que 
também corta a região. 
A pessoa que avistou o suposto cadáver, chefe da equipe de trabalhadores, aguardava os policiais e, 
após ter seus dados pessoais coletados, foi brevemente entrevistada e disse que por volta das 
8h15min daquela manhã chegou ao ponto onde iniciariam a construção de uma cerca entre o terreno 
e o rio, momento em que avistou o homem inconsciente e com a cabeça ensanguentada. O chefe 
entrou em contato com a Guarda Municipal e esta, em contato com a delegacia. A testemunha 
também respondeu aos investigadores que nem ele e nenhum membro de sua equipe aproximou-se 
do corpo ou mexeu em nada na área onde este se encontrava. 
Os investigadores, então, adentraram no terreno e chegaram próximo ao homem, confirmando que 
estava em óbito. Supuseram que ali deveria ser ponto de encontro de moradores de rua, visto que 
havia sinais de consumo de bebidas alcoólicas, drogas e alimentos, que próximo ao local onde 
encontrava-se o corpo havia diversos tipos de detritos e resíduos de queima de lixo diverso. 
https://dombosco.instructure.com/courses/9361/users/6
Também perceberam que havia um morador de rua dormindo a pouco mais de quatro metros do local 
onde o corpo encontrava-se. Foram até ele, o acordaram, perguntaram quem ele era, o que fazia e se 
havia visto ou ouvido algo durante a noite, mas essa pessoa disse que chegara ali às 5h da manhã e 
não havia ouvido nada e nem visto o corpo, mas que sempre havia moradores de rua circulando por 
aquela região, pois ali próximo havia um centro de auxílio da Fundação de Ação Social – FAS – onde 
recebiam refeições e abrigo. Conduzido até o cadáver para ver se o reconhecia, o morador de rua 
afirmou que, pelas tatuagens nas mãos, o morto era conhecido dele e dizia chamar-se Jeremias, 
porém nada mais sabia sobre o indivíduo. Seus dados pessoais foram coletados pelos investigadores. 
Nesse ínterim, do outro lado do rio, um rapaz tentava gritar algo para os investigadores, mas devido 
ao barulho provocado pelo tráfego intenso de veículos não conseguiam entender. Os investigadores 
solicitaram que ele atravessasse a ponte e viesse ao encontro deles. Ao aproximar-se dos policiais, 
afirmou que ouviu o barulho da queda, quando descansava na outra margem e que isso acontecera 
por volta das 4h da madrugada. Perguntado o que fazia ali, a testemunha disse ser usuário de drogas 
e morador de rua. Ele também teve seus dados pessoais coletados e, por ter presenciado o ocorrido, 
foi conduzido até a delegacia por um dos investigadores para ser ouvido como testemunha. 
Quarenta minutos depois da chegada dos investigadores, chegou a equipe do Instituto de 
Criminalística e

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