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Vitimologia

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Vitimologia 
A Construção da Vitimologia 
A Vitimologia: conceitos, objeto e história 
Este Guia de Aprendizagem tem o objetivo de direcionar os seus estudos ao longo do desenvolvimento da disciplina 
de Vitimologia. Assim, nesta aula, intitulada A Construção da Vitimologia, falaremos sobre o conceito de vitimologia, 
a forma com a qual esta foi absorvida pela sociedade, bem como o momento da história na qual ela se fez necessária. 
Ainda, compreenderemos qual é o objeto desta ciência, ou seja, para o que ou quem, ela foi consolidada. Ao final 
desta unidade você poderá dialogar com a ciência da vitimologia no que tange os seus elementos introdutórios. 
O Conceito e o Objeto da Vitimologia 
Para compreender a disciplina, torna-se necessária a análise da etimologia da palavra Vitimologia, que é uma junção 
da palavra vítima e do pós fixo logia, portanto, para construirmos um completo conceito da ciência vitimológica, torna-
se necessário primeiro compreender a palavra vítima, no latim victima, que significa, de acordo com o dicionário: 
1 – Pessoa ou animal que se imolava a uma divindade. 2 – Pessoa morta por outra. 3 – Pessoa sacrificada às paixões 
ou aos interesses de outrem. 4 – Pessoa passiva de um crime. 5 – Pessoa que sofre o resultado funesto das próprias 
paixões ou a quem são fatais os seus bons sentimentos. 6 – Qualquer coisa que sofre dano ou prejuízo[1]. 
Ao analisar a palavra vítima, torna-se possível vislumbrar o seu conceito em sua literalidade, fora dos estudos jurídicos. 
Em sua amplitude, é possível constatar que o conceito de vítima se dá sob diversos signos e significados que dependem 
do caso concreto para que tenham sentido. 
Após analisarmos a palavra vítima, é necessário que lancemos o nosso olhar para o pós fixo logia[2], que significa, 
simplesmente, estudo. Assim, podemos extrair a primeira grande compreensão do que é a Vitimologia, uma ciência 
que estuda a vítima enquanto aspecto global, que transcende a seara jurídica e dialoga com outras ciências, como as 
biológicas e as sociais, por exemplo. Portanto, é preciso compreender que a Vitimologia é uma ciência interdisciplinar 
que se constrói sob diversos aspectos, materiais e teóricos. 
Antes de continuarmos, é importante sinalizar que a Vitimologia pode ser enquadrada, por uma parte da doutrina, 
enquanto um ramo da criminologia, porém, uma outra parte a compreende enquanto uma ciência 
independente.[3] Mas, seja como braço da criminologia ou como autônoma, pode-se conceituar a Vitimologia como 
o estudo da vítima, de sua personalidade, estatuto psicossocial, seus efeitos psicológicos e todos os aspectos que 
circundam este sujeito que foram provocados, antes, durante e depois, do crime de que foram alvo.[4] 
 
VITIMOLOGIA: Vítima + Logia = estudo da vítima 
 
Portanto, a Vitimologia é o estudo da vítima sob todos os aspectos dentro da gênese do crime. Este caráter 
multidisciplinar e interdisciplinar, descritos acima, dão para a disciplina uma subjetividade da conduta da vítima, tais 
aspectos subjetivos são traçados com o objetivo de identificar os fatores que motivaram não apenas o agente do 
crime, mas, também, a vítima, cada qual em sua medida contributiva para o delito.[5] 
Neste momento do conteúdo você deve estar se perguntando o motivo pelo qual a Vitimologia foi considerada uma 
ciência nova, uma vez que o elemento vítima sempre fez parte do cenário criminal. A resposta é muito simples, a 
vítima sempre foi um elemento do crime, porém, sempre foi relegada frente a outros elementos desta dinâmica, o 
estudo da vítima começa, enquanto ciência contributiva para a sociedade, apenas no século XX. 
 
A História da Vitimologia 
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Em verdade, existiram antecedentes históricos remotos da ciência vitimológica, uma vez que a preocupação com a 
reparação dos danos sofridos pelas vítimas se origina na época identificada como "Idade de Ouro", quando a vítima 
possuía posição de destaque no delito. Esta época remonta aos tempos do Direito Penal bárbaro, no qual as ações 
criminais eram castigadas por meio da vingança privada, a escolha das penas aplicadas era, em sua maioria, feita de 
forma desproporcional e selvagem.[6] 
É possível perceber a presença deste modo de reparação de dano à vítima nos códigos de Hamurabi, o mais conhecido 
pela famosa frase “olho por olho, dente por dente”[7] que sustentava a Lei do Talião, no código de Ur-Nammu e 
nas Leis de Eshnunna. Porém, mesmo sendo consideradas formas primitivas, essas leis são a gênese embrionária de 
reparação do dano sofrido que servem de base para alcançarmos uma Vitimologia contemporânea.[8] 
Ainda nos antecedentes remotos, é possível identificar no Código de Manu um processo reparatório vinculado ao valor 
pecuniário, muito próximo da concepção de Vitimologia que se conhece hoje, uma vez que há a substituição da 
vingança privada, e por consequência da violência.[9] No Direito Romano, havia uma distinção entre os danos de 
natureza material e os danos de natureza moral, o que, também, se aproxima da diferenciação efetuada 
atualmente.[10] 
Aqui faremos um salto da Idade Antiga para a Idade Moderna a fim de ilustrar os antecedentes históricos próximos da 
vitimologia, uma vez que é com a Idade Moderna que nascem as escolas penais, e, portanto, um olhar acadêmico para 
os elementos que constituem o crime, sendo as que merecem destaque a Escola Clássica e a Escola Positivista.[11] 
A Escola Clássica, inspirada pelos preceitos iluminista trouxe a preocupação vitimológica de maneira ainda 
embrionária, pois, restringiu sua análise ao crime, excluindo o fator humano, tanto do agente como da vítima, que, se 
limitou marginalizada do drama penal. 
Mesmo assim, é inegável a contribuição de Beccaria, o autor obra intitulada Dei Delitti e delle Pene[12], de 1764, que 
se tornou a grande bandeira da Vitimologia, sem que no livro seja encontrada a palavra “vitimologia” ou “vítima', isso 
se deu porque a Escola Clássica marcou a história por lutar pela liberdade por meio do exercício da justiça, ou seja, 
com os preceitos de justiça consolidados torna-se -ia possível uma reparação justa a possível vítima.[13] 
Já a Escola Positiva surgiu no final do século XIX e por meio de uma nova corrente filosófica, oposta às manifestações 
trazidas pela Escola Clássica, seus precursores compreendiam que o crime deveria ser examinado por um viés 
sociológico. Assim, o criminoso passou a ser estudado, se tornando, assim, o centro das investigações denominadas 
de biopsicológicas.[14] 
Mesmo sendo o criminoso o centro e o objetivo dos estudos da Escola Positiva, ela se tornou basilar para a Vitimologia, 
uma vez que o fator humano passou a ser cada vez mais conhecido e, por consequência, a vítima, que por mais que 
não se enquadrasse nos postulados dos positivistas, era interesse central do criminoso, sendo, portanto, estudada de 
forma indireta.[15] 
Ainda, é preciso mencionar o Direito Canônico, que colaborou para humanização das penas, ao fortalecer o caráter 
Público do Direito Penal, impondo limites à vingança privada, ao valorizar a pena pública.[16] 
Neste rápido histórico é possível ilustrar que, mesmo que pequena e em segundo plano, a vítima era vislumbrada 
como um elemento que necessitava de uma devida reparação, assim, preocupação da Vitimologia, se fez presente nos 
principais códigos e ordenamentos que se tem conhecimento, desde os primórdios da civilização.[17] 
Porém, o nascimento da vitimologia, é metodologicamente dividida em três grandes fases, a primeira tem seu início 
em 1931, quando Henrique Ferri inicia os seus estudos sobre Vitimologia, esboçando pela primeira vez uminteresse 
científico sob o tema, porém, os estudos verdadeiramente aprofundados sobre a matéria surgiram com o fim da 
Segunda Guerra Mundial. Com Benjamin Mendelson, o tema e passou a ser ampliar, inaugurando a segunda fase da 
matéria nos idos de 1947.[18] 
A terceira fase é identificada quando Hans Von Henting deu continuidade aos trabalhos relacionados às vítimas, 
baseando-se em estudos interdisciplinares. Deste modo, com esses três grandes pesquisadores, a Vitimologia 
efetivamente nasceu para as ciências.[19] 
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É importante identificar que foi no período pós Segunda Guerra Mundial, devido aos terríveis acontecimentos do 
Holocausto e das situações desumanas em que as vítimas da guerra eram tratadas, mais precisamente prisioneiros 
Judeus, que houve a necessidade de um estudo mais amplo sobre a vítima, seu comportamento e sua relação com o 
agressor.[20] 
No Brasil, o professor Paul Cornil foi o pioneiro da Vitimologia quando da publicação do artigo Contribuição da 
Vitimologia para as Ciências Criminológicas, em 1958, a partir daí o assunto sobre a Vitimologia passou a ser cada vez 
mais abordado e debatido no país.[21] 
 
Breve Considerações Finais 
Finalmente, é possível compreender que a Vitimologia é uma ciência multidisciplinar, que com a colaboração de 
inúmeros saberes, tem por objetivo o estudo da conduta da vítima e sua cooperação na gênese do crime. A Vitimologia 
nasce efetivamente no pós Segunda Guerra, porém, é possível vislumbrar uma atenção às vítimas desde os primórdios 
da civilização. 
 
[1] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2018. 
[2] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2018. 
[3] GONÇALVES, Victor Minarini. Vitimologia: Conceituação e Aplicabilidade. 2015. Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade. Acesso em: 03 julho 2020. 
[4] GONÇALVES, Victor Minarini. Vitimologia: Conceituação e Aplicabilidade. 2015. Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade. Acesso em: 03 julho 2020. 
[5] PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
[6] JORGE, Alline Pedra. Em Busca da Satisfação dos Interesses da Vítima Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. 
[7] PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
[8] JORGE, Alline Pedra. Em Busca da Satisfação dos Interesses da Vítima Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005 
[9] PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
[10] AGUIAR, Leonardo. Escolas Penais. 2016. Disponível em: 
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais. Acesso em: 05 julho 2020. 
[11] AGUIAR, Leonardo. Escolas Penais. 2016. Disponível em: 
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais. Acesso em: 05 julho 2020. 
[12] Tradução: Dos delitos e das penas. 
[13] LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da 
influência da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. 
n. 6. p. 183-194. jul. dez. 2009. 
[14] LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da 
influência da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. 
n. 6. p. 183-194. jul. dez. 2009. 
[15] HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: 
Encontro de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: . 
Acesso em 18 junho 2020. 
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[16] HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: 
Encontro de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: . 
Acesso em 18 junho 2020. 
[17] HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: 
Encontro de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: . 
Acesso em 18 junho 2020. 
[18] LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da 
influência da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. 
n. 6. p. 183-194. jul. dez. 2009. 
[19] HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: 
Encontro de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: . 
Acesso em 18 junho 2020. 
[20] LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da 
influência da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. 
n. 6. p. 183-194. jul. dez. 2009. 
[21] HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: 
Encontro de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: . 
Acesso em 18 junho 2020. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Capítulo 7-Vitimologia. BACILA, Carlos Roberto. Manual de Criminologia e Política Criminal. 
Curitiba: InterSaberes, 2020. Biblioteca Virtual. 
BARROS, Ana Paula Alves. A Segunda Guerra Mundial: para entender o nascimento da vitimologia. Revista Jus 
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 20, n. 4365, 14 jun. 2015. 
LEMOS, Airton; SILVA, ReinaldoAndres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da influência 
da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
Você já questionou o motivo pelo qual o grande marco da vitimologia se dá após a segunda guerra mundial? Durante 
o holocausto o papel da vítima foi duramente questionado, principalmente quando da inércia frente ao seus algozes. 
Com base nos textos indicados relacione o papel da vítima com a ação dos criminosos neste momento de mundo e 
deixe a sua opinião no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
Assinale a alternativa que contém os nomes dos precursores da vitimologia do século XX: 
a) Hans Von Hentig e Benjamin Mendelsohn. 
b) Cesare Bonesana e Raffaele Garofalo. 
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c) Émile Durkheim e Cesare Lambroso. 
d) Francesco Carrara e Enrico Ferri. 
e) Michel Foucault e John Locke. 
 
A resposta é Letra A. 
Comentário: É importante o conhecimento e a fixação destes autores para que seja traçado um marco teórico nos 
estudos da vitimologia. Assim, torna-se possível separar os estudos que olhavam para as vítimas daqueles que 
realmente a analisavam como parte do sistema criminológico, dando, assim, a real importância que a vítima 
desempenha nesta dinâmica. Além disso, o reconhecimento destes autores leva ao questionamento o momento em 
que a vitimologia ganha espaço como ciências, qual seja, o pós Segunda Grande Guerra. Não obstante estes autores 
serão cruciais para as próximas aulas. 
 
Referências 
AGUIAR, Leonardo. Escolas Penais. 2016. Disponível 
em: https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais (Links para um site externo.). 
Acesso em: 05 julho 2020. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2018. 
GONÇALVES, Victor Minarini. Vitimologia: Conceituação e Aplicabilidade. 2015. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade (Links para um site externo.). Acesso 
em: 03 julho 2020. 
HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: Encontro 
de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: Acesso em 18 
junho 2020. 
LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da influência 
da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. n. 6. p. 183-
194. jul. dez. 2009. 
PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
A Vítima 
A VÍTIMA 
Este Guia de Aprendizagem tem o objetivo de direcionar os seus estudos ao longo do desenvolvimento da disciplina 
de Vitimologia. Nesta aula, intitulada A Vítima, iremos compreender o sujeito e o objeto da vitimologia a fundo, 
dissecaremos o seu conceito e a sua dinâmica dentro do crime. 
Ainda, iremos observar o conceito de vítima penal, ao final desta unidade você identificará com clareza o papel da 
vítima quando do crime e o motivo pelo qual a vitimologia foi, de fato, construída. 
 
CONCEITO DE VÍTIMA 
Como vislumbrado na aula anterior a palavra vítima é vinculada a diversos significados, dentre eles há o significado de 
perda, de inércia, de sofrimento. Diante disso, o entendimento geral é de que a vítima é aquela que perde, o elo frágil, 
por isso, há uma resistência humana em ser vítima, em se colocar neste lugar de fragilidade. Mas, em verdade, 
ninguém está isento desta posição.[1] 
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais
https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-2#_ftn1
O conceito de vítima ganha uma pluralidade ainda maior quando Benjamin Mendelsohn interpreta a vítima de modo 
a adentrar na personalidade não apenas do indivíduo, como, também, da coletividade, na medida em que afetada 
pelas consequências sociais. 
Para Mendelsohn, os elementos coletivos, que favorecem o sofrimentos, podem ser determinados em origens 
diversificadas, perpassando até por ambientes econômicos, políticos e sociais.[2] Assim, para o autor, a vítima não é 
só a pessoa que está sujeita a danos causados por terceiros, mas também, aquela sujeitas aos danos dos ambientes 
externos.[3] 
É possível entender que Mendelsohn acreditava que, também, eram consideradas vítimas quem padecia por doenças, 
preconceito, desigualdade social, sob uma perspectiva universal, uma vez que abrangia toda a externalidade de 
situações.[4] 
A vítima é aquela que sofreu qualquer tipo de dano de ordem física, mental, econômica ou que, ainda, tenha tido seus 
Direitos Fundamentais ceifados, seja por meio da violação de Direitos Humanos, seja como sujeito passivo de um 
crime. 
Na concepção contemporânea de vítima, é possível conceitua-la conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), 
que em 29 de novembro de 1985 ao comungar com as definições de Mendelsohn, instituiu que vítimas são aquelas 
que sofreram, de maneira individual ou coletiva, um prejuízo de qualquer natureza, incluindo o dano físico ou mental, 
o sofrimento emocional, a perda econômica ou ainda, um prejuízo substancial dos seus direitos fundamentais, 
decorrente da prática de infração penal, ou seja, da infringência às leis penais vigentes, por ação ou omissão, inclusive 
pela violação das leis que vedam o abuso de poder.[5] 
Assim, mais uma vez é possível asseverar que a vítima pode ser tanto direta, aquele que sofre diretamente os 
resultados lesivos, os danos, como indireta, isto é, a família imediata e também os dependentes da vítima, assim como 
terceiros que intervêm para proteger a vítima em risco ou para prevenir que ocorra a vitimização.[6] 
 
A VÍTIMA PENAL 
Durante muito tempo dentro das ciências criminais, a vítima não era considerada elemento fundamental dentro do 
decorrer do processo penal, sua atuação além de estagnada, era ignorada, uma vez que havia uma centralização 
apenas do delinquente para apuração do crime. A vítima foi totalmente menosprezada pelo direito penal, e como já 
visto, somente com os estudos criminológicos de vitimologia é que seu papel foi resgatado.[7] 
Hoje, a vítima se apresenta como componente para se chegar à dosimetria da pena no quantum justo para o réu. Uma 
pessoa pode ser considerada como "vítima", quer o autor seja ou não identificado, preso, processado ou declarado 
culpado, e quaisquer que sejam os laços de parentesco deste com a vítima.[8] O termo vítima, assim como na 
generalidade, para o direito penal incluirá, também, os terceiros. 
A Declaração da ONU para as Vítimas de Delito define como vítima penal quem é afetado por meio de uma violação 
de lei penal, seja algo que acarrete dano à integridade física ou mental, um sofrimento moral, a perda de um bem 
material e, ainda, ato que ofenda Direitos Fundamentais.[9] 
 
VÍTIMA É AQUELA QUE SOFRE DANOS, INDEPENDENTE DA NATUREZA DA AGRESSÃO 
 
 
Breve Conclusão 
Diante de tantos conceitos, resta a conclusão de que uma unicidade para a definição de vítima, mas sim, um conjunto 
de fatores interno, externos, econômicos, sociais e ambientais que definirão quem são as vítimas, assim, é preciso 
propor uma definição ampla que esclareça o objeto de estudo principal da Vitimologia. Portanto, pode-sedefinir 
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vítima como um indivíduo ou grupo que sofre um dano, por ação ou omissão, própria ou alheia, ou por caso 
fortuito.[10] Dessa forma, resta nítido que a Vitimologia se preocupa com os diversos tipos de vítimas, e que a 
necessidade deste estudo para a sociedade é latente, não apenas na seara Penal. 
 
[1] FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: os reflexos da Vitimologia na 
Política Criminal, na Segurança Pública e no Sistema Processual Penal. Disponível 
em https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-
reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal (Links para um site 
externo.). Acesso em 06 julho de 2020. 
[2] FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: os reflexos da Vitimologia na 
Política Criminal, na Segurança Pública e no Sistema Processual Penal. Disponível 
em https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-
reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal (Links para um site 
externo.). Acesso em 06 julho de 2020. 
[3] SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
[4] MAZZUTTI, Vanessa De Biassio. Vitimologia e Direitos Humanos: o processo penal sob a perspectiva da vítima. 
Curitiba: Juruá, 2012. 
[5] ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). “Declaration of Basic Principles of Justice for Victims of Crime and 
Abuse of Power”. 29 de novembro de 1985. Disponível em: 
<http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm (Links para um site externo.)>. Acesso em: 06 junho 2020. 
[6] MAZZUTTI, Vanessa De Biassio. Vitimologia e Direitos Humanos: o processo penal sob a perspectiva da vítima. 
Curitiba: Juruá, 2012. 
[7] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[8] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[9] ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). “Declaration of Basic Principles of Justice for Victims of Crime and 
Abuse of Power”. 29 de novembro de 1985. Disponível em: 
<http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm (Links para um site externo.)>. Acesso em: 06 junho 2020. 
[10] SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Capítulo 7-Vitimologia. BACILA, Carlos Roberto. Manual de Criminologia e Política Criminal. 
Curitiba: InterSaberes, 2020. Biblioteca Virtual. 
FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: os reflexos da Vitimologia na 
Política Criminal, na Segurança Pública e no Sistema Processual Penal. Âmbito Jurídico. 
MELLO, César Antônio. Vitimologia no Direito Penal: Importância da Vítima no Delito. Âmbito Jurídico. 
 
 
Agora é sua Vez 
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https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal
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Interação 
Com a definição do conceito de vítima e diante da amplitude desta definição, é possível perceber o motivo pelo qual 
a vitimologia é uma ciência necessária para a sociedade, seja na seara judicial ou para outros saberes. Diante disso, 
formule um conceito de vítima e a coloque no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
Sobre o conceito de vítima, assinale a alternativa correta: 
a) O comportamento da vítima em nada contribui para a ocorrência do crime contra si praticado. 
b) A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o modo pelo qual participa, bem como sua contribuição na ocorrência do delito. 
c) 
A Vitimologia nasceu como ramo das ciências jurídicas, por conta das observações feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da vítima perante o ordenamento 
jurídico em vigor. 
d) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio da obra “O Homem Delinquente”, de Cesare Lombroso. 
e) O comportamento da vítima sempre contribui para a ocorrência do crime contra si praticado. 
 
A resposta é Letra B. 
Comentário: Diante da pluralidade do conceito de vítima, é importante perceber que a disciplina visa estudar o papel 
da vítima diante da ocorrência danosa, seja qual for o dano ocorrido. Aqui, torna-se possível vislumbrar que a dinâmica 
da vitimologia visa compreender o papel da vítima, seja para a solução, constatação e, até mesmo, para a prevenção 
do crime. 
 
Referências 
AGUIAR, Leonardo. Escolas Penais. 2016. Disponível 
em: https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais (Links para um site externo.). 
Acesso em: 05 julho 2020. 
BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2018. 
FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: osreflexos da Vitimologia na 
Política Criminal, na Segurança Pública e no Sistema Processual Penal. Disponível 
em https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-
reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal (Links para um site 
externo.). 
GONÇALVES, Victor Minarini. Vitimologia: Conceituação e Aplicabilidade. 2015. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade (Links para um site externo.). Acesso 
em: 03 julho 2020. 
HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: Encontro 
de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: Acesso em 18 
junho 2020. 
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/discussion_topics/33685
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal
https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade
LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da influência 
da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. n. 6. p. 183-
194. jul. dez. 2009. 
MAZZUTTI, Vanessa De Biassio. Vitimologia e Direitos Humanos: o processo penal sob a perspectiva da vítima. Curitiba: 
Juruá, 2012. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). “Declaration of Basic Principles of Justice for Victims of Crime and Abuse 
of Power”. 29 de novembro de 1985. Disponível em: <http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm (Links 
para um site externo.)>. 
PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
A vitimização 
Este Guia de Aprendizagem tem o objetivo de direcionar os seus estudos ao longo do desenvolvimento da disciplina 
de Vitimologia. A terceira aula intitulada A Vitimização, irá demonstrar que a vítima, ao se tornar vítima, passa por um 
processo de vitimização, que é causado por uma complexidade de fatores internos e externos. 
Ainda, iremos observar que a vitimização possuí 4 classificações, que dialogam com a sociedade e com o sistema 
criminal que impactará diretamente naquilo que se compreende enquanto vítima. 
 
O Conceito de Vitimização 
A vitimização é a ação de tornar alguém vítima, ou, melhor, vitimar um indivíduo ou grupo, é um fenômeno amplo e 
complexo, como tudo aquilo que circunda a vitimologia. Neste sentido, é possível compreender a vitimização como 
um processo, no qual uma pessoa, grupo ou segmento social, são protagonistas de algum dano, dano este que pode 
ser causado pelas categorias de agentes.[1] 
Enquanto um processo, a vitimização não é um fenômeno isolado, mas sim, uma relação de alternância de papeis, 
entre todos os seus agentes diretos e indiretos. Diante do conceito de vítima, estudado na aula anterior, é possível 
categorizar que a vitimização ocorre quando do prejuízo ou dano a alguém, sendo este alguém, a vítima, sendo este 
dano não apenas material, como, também imaterial.[2] 
Está vitimização, o processo de tornar-se vítima pode ser objeto, como o descrito acima, no qual é percebido de forma 
concreta o dano causado e a quem este dano foi causado, como também, é possível vislumbrar um tipo subjetivo da 
vitimização. A espécie subjetiva se manifesta quando alguém, se tornar vítima de uma ofensa, e o impacto desta 
ofensa, na vítima, é desproporcional e desconexa à realidade.[3] Aqui, entende-se como subjetiva a o impacto do ato 
na vítima. 
 
As Espécies de Vitimização 
Existem três espécies clássicas de vitimização, isso decorre porque o criminoso desencadeia diferentes formas de 
vitimização, contribuindo para a formação do fenômeno complexo que é a classificação vitimológica.[4] 
Diante disso, é possível compreender que a sociedade está suscetível à ocorrência de quatro danos distintos, 
chamados de: vitimização primária, secundária, terciária e a quaternária. 
A vitimização são as consequências negativas de um fato traumático, a partir de um processo classificatório, é possível 
perceber que os resultados não se organizam de maneira isolada, por meio do qual um indivíduo vitimiza outro. Em 
realidade, a vitimização, decorre de uma relação de cumplicidade, de complementariedade e alternância de papéis, 
ou seja, o criminoso e a vítima agem um sobre o outro de forma inconsciente.[5] 
 
http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm
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Primária 
Consiste na vitimização decorrente do próprio fato crime e nos resultados diretos que este irá gerar na vítima. Reflete, 
portanto, as experiências pessoais do ofendido e os mais variados reflexos produzidos pelo delito.[6] 
 
Secundária 
A vitimização secundária é o produto da relação entre a vítima e o sistema jurídico penal. Ou seja, é a funcionalidade 
das instâncias formais de controle social, e se concretiza com a ação dos responsáveis pelo processo de resolução de 
conflito.[7] 
 
Terciária 
A vítima sofre consequências que vão além daquelas decorrentes do delito e da ausência da assistência necessária por 
parte do Estado. A vítima padece de afastamento social, a categoria terciária é decorrente da pressão sobre à vítima 
pela meio social; a simbologia de negatividade carregada pela vítima.[8] 
 
Quaternária 
A última categoria classificatória, é a mais atual e dialoga com a sociedade da informação, pois se desenvolve a partir 
da tecnologia e da insegurança do uma vez que o indivíduo frente a toda modernização tecnológica, que transformam 
qualquer um passível de se tornar vítima. Nesta classificação cabe revisitar a ideia de vitimização subjetiva, por ser um 
ambiente extremamente sensível ao processo de vitimização.[9] 
 
Breve Conclusão 
Até o momento, é possível perceber que a vitimologia tem como objetivo o estudo da vítima e sua colaboração, 
mesmo que inconsciente, para o ato danoso. Ainda, conceituamos a pluralidade do que é ser vítima, e nesta aula 
compreendemos que o processo de se tornar vítima é chamado de vitimização e que este se divide em 4 categorias. 
 
TORNAR-SE VÍTIMA É UM COMPLEXO PROCESSO 
 
 
[1] OLIVEIRA, Ana S. S. de. A vítima e o direito penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no 
direito penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. 
[2] OLIVEIRA, Ana S. S. de. A vítima e o direito penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no 
direito penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. 
[3] OLIVEIRA, Ana S. S. de. A vítima e o direito penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no 
direito penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. 
[4] SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal ePenitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
[5] SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
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[6] SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
[7] SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
[8] SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
[9] SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Capítulo 7-Vitimologia. BACILA, Carlos Roberto. Manual de Criminologia e Política Criminal. 
Curitiba: InterSaberes, 2020. Biblioteca Virtual. 
HAIDAR, Caio. Redescobrindo a vitimologia: estudos contemporâneos da vitimização quaternária e da influência 
quaternária e da influência midiática na criminologia. USP Acadêmico. 
KUME, Leandro. Uma estimativa dos determinantes da taxa de criminalidade brasileira: uma aplicação em painel 
dinâmico", in Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. Anais do XXXII Encontro Nacional de 
Economia, São Paulo: ANPEC, 2004. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
A vitimização é um processo pelo qual aquele que sofre dano se torna, de fato, vítima. Diante desta classificação é 
possível perceber que diversos fatores influenciam diretamente na dinâmica da vitimização. Dentre as 4 classificações, 
escolha a que você identificaria como a mais impactante e explique o motivo no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
O Estado é um dos componentes do processo de vitimização, tanto a sua ação quanto a sua inércia impacta 
diretamente no desencadeamento no tornar-se vítima. Diante disso, qual é a classificação de vitimização da qual 
faz parte o Estado. 
a) Primária 
b) Quaternária 
c) Terciária 
d) Secundária 
e) Nenhuma das anteriores 
 
A resposta é Letra C 
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Comentário: Todo o entorno social é responsável pelo processo de vitimização daquele que sofre dano. Neste 
momento o Estado desempenha um papel de extrema importância, pois será aquele que desempenhará o papel de 
reparação da vítima, no que tange o sentido de justiça, por isso é importante identificar onde é posicionado o Estado 
na dinâmica da vitimização. 
 
Referências 
AGUIAR, Leonardo. Escolas Penais. 2016. Disponível 
em: https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais (Links para um site externo.). 
Acesso em: 05 julho 2020. 
BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2018. 
FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: os reflexos da Vitimologia na 
Política Criminal, na Segurança Pública e no Sistema Processual Penal. Disponível 
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em: 03 julho 2020. 
HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: Encontro 
de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: Acesso em 18 
junho 2020. 
LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da influência 
da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. n. 6. p. 183-
194. jul. dez. 2009. 
MAZZUTTI, Vanessa De Biassio. Vitimologia e Direitos Humanos: o processo penal sob a perspectiva da vítima. Curitiba: 
Juruá, 2012. 
OLIVEIRA, Ana S. S. de. A vítima e o direito penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no 
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ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). “Declaration of Basic Principles of Justice for Victims of Crime and Abuse 
of Power”. 29 de novembro de 1985. Disponível em: <http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm (Links 
para um site externo.)>. 
PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
As Classificações da Vítima 
Este Guia de Aprendizagem tem o objetivo de direcionar os seus estudos ao longo do desenvolvimento da disciplina 
de Vitimologia. A presente aula, intitulada a Classificação da Vítima, irá demonstrar que os pensadores da vitimologia, 
quando do estudo da vítima e diante de suas multiplicidades e amplitude de significados, desenvolveram classificações 
para os diversos perfis de vítima quando do processo de vitimização. 
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal
https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade
http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm
http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm
 
Variedade de Classificações 
A diversidade do conceito de vítima e a influência do processo de vitimização na dinâmica vitimológica fez com que 
seus pensadores obtivessem várias contribuições em relação à investigação do crime, da culpa e da dosimetria da 
pena, como estudado nas aulas anteriores.Diante disso, os especialistas formularam múltiplas classificações de vítimas, a fim de contribuírem para a 
compreensão das diversas formas de danos e de uma possível prevenção da diminuição da criminalidade.[1] 
 
A Classificação de Benjamin Mendelsohn 
A classificação mais estudada é do pai da vitimologia, Benjamin Mendelsohn. Para o autor, as vítimas podem ser 
classificadas como: 
 
• Vítima completamente inocente ou vítima ideal. 
Nesta categoria, a vítima é completamente estranha à ação do criminoso, não provoca nem colabora para a realização 
do delito. Como exemplo, pode ser citado o caso hipotético de uma senhora que tem sua bolsa furtada na rua.[2] 
 
• Vítima de culpabilidade menor ou por ignorância. 
Neste caso, há um impulso não voluntário para o delito, identifica-se um grau de culpa que leva à vitimização. Como 
exemplo, tem-se o caso hipotético de um casal de namorados que mantém relação sexual na varanda do vizinho e lá 
são atacados por ele, por não aceitar a ação.[3] 
 
• Vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator. 
Neste cenário ambos podem ser o criminoso ou a vítima. O exemplo mais utilizado pela doutrina é o da Roleta Russa.[4] 
 
• Vítima mais culpada que o infrator 
Aqui, vislumbra-se o papel das vítimas que são provocadoras, incitam o autor do crime. Mendelsohn as denomina por 
sua imprudência. Aqui, há a culpa do autor, que não é anulada.[5] 
 
• Vítima unicamente culpada. 
Nesta modalidade, as vítimas são classificadas em: Vítima infratora, ou seja, a pessoa comete um delito e no fim se 
torna vítima, aqui enquadra-se a legítima defesa; Vítima Simuladora, que induz um indivíduo a ser acusado de um 
delito; Vítima imaginária, portadores de um grave transtorno mental que conduzem o judiciário ao erro.[6] 
 
A Classificação de Edmundo de Oliveira 
Outra classificação importante para o estudo da vitimologia é o do autor Edmundo Oliveira, que vislumbra o cenário 
da seguinte maneira: 
 
• Vítima programadora 
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Trata-se da vítima que planeja a situação da qual nascerá um ato criminoso, exercendo o papel de autor, a vítima serve 
de munição para que se configure com culpabilidade, dolosa ou culposa, a ação do indivíduo que será acusado como 
autor do delito[7]. 
 
• Vítima precipitadora 
É a vítima que, de algum modo, contribui de forma dolosa ou culposa para que haja a ação ou omissão do autor. Neste 
caso a vítima despertará a vontade do delinquente, ou seja, ela se torna a isca do autor do delito.[8] 
 
• Vítima de caso fortuito 
É aquela atingida por um fenômeno da natureza ou por uma fatalidade do acaso, aqui prevalece a imprevisibilidade. 
Um exemplo típico de vítima de caso fortuito é o do indivíduo que ao caminhar por uma avenida é atingido por um 
raio e acaba falecendo.[9] 
 
• Vítima por força maior 
É a vítima que não tendo condições de opor resistência, acaba realizando atos contra a sua vontade, muitas vezes 
contrários a moral.[10] 
 
A Classificação de Hans Von Henting 
Outro precursor da vitimologia foi Hans Von Henting, e ele também elaborou uma classificação própria para as vítimas 
que abarca 18 categorias, aqui, vamos focar nas principais, sendo elas: 
 
• Vítima isolada 
É a pessoa que vive em uma situação de isolamento social, solidão, e em decorrência desse modo de vida, a pessoa se 
coloca em situações de risco.[11] 
 
• Vítima por proximidade 
Este grupo de vítimas subdivide-se em: Vítima por proximidade espacial; Vítima por proximidade familiar; Vítima 
por proximidade profissional.[12] 
 
• Vítima pelo estado emocional 
São classificadas pelos caráter subjetivo dos sentimentos, seja ele quais forem.[13] 
 
• Vítima por mudança da fase de existência 
Quando a pessoa passa pela situação de vítima em virtude de alguma mudança de vida.[14] 
 
• Vítima perversa 
São vítimas psicopatas, pessoas que não possuem limite algum de respeito em relação às outras.[15] 
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• Vítima voluntária 
São as que não demonstram resistência à violência sofrida, acabam permitindo que o autor do delito o realize sem 
qualquer tipo de obstáculo.[16] 
 
• Vítima falsa 
São aquelas pessoas que, por sua livre e espontânea vontade se autovitimam para que possam se valer de 
benefícios.[17] 
 
Breve Conclusão 
É incontestável que a noção de vítima é diversa e que o processo de vitimização impacta diretamente em sua 
modulação, diante das inúmeras e diversas classificações de vítimas, é possível perceber que a ação criminosa, nem 
sempre é uma ação unilateral. 
 
HÁ UMA DIVERSIDADE NA CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS: QUEM É A VÍTIMA QUEM É O AGENTE DANOSO 
 
 
[1] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[2] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[3] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[4] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
 
[5] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[6] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[7] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[8] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[9] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[10] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971.https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-4#_ftn16
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[11] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[12] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[13] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[14] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[15] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[16] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
[17] BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Capítulo 7-Vitimologia. BACILA, Carlos Roberto. Manual de Criminologia e Política Criminal. 
Curitiba: InterSaberes, 2020. Biblioteca Virtual. 
JUNIOR, Antonio Augusto Costa Everton. Aspectos da Vitimologia. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 08 julho 2020. 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
Nesta etapa da disciplina já é possível aprofundar os estudos em vitimologia. Escolha uma das classificações da vítima 
e a relacione com o conceito de vítima e com o processo de vitimização. Poste a sua atividade no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
As vítimas podem ser classificadas da seguinte maneira: vítima completamente inocente ou vítima ideal; vítima de 
culpabilidade menor ou por ignorância; vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator; vítima mais culpada que 
o infrator e vítima unicamente culpada. No estudo da vitimologia, essa classificação é atribuída a: 
a) Benjamin Mendelsohn 
b) Enrico Ferri 
c) Cesare Bonesana 
d) Cesare Lombroso 
e) Raffaele Garofalo 
 
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A resposta é Letra A 
Comentário: É importante identificar a teoria de Benjamin Mendelsohn, uma vez que ele é considerado o pai da 
vitimologia. 
 
Referências 
AGUIAR, Leonardo. Escolas Penais. 2016. Disponível em: 
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais. Acesso em: 05 julho 2020. 
BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2018. 
FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: os reflexos da Vitimologia na 
Política Criminal, na Segurança Pública e no Sistema Processual Penal. Disponível em 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-
reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal. 
GONÇALVES, Victor Minarini. Vitimologia: Conceituação e Aplicabilidade. 2015. Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade. Acesso em: 03 julho 2020. 
HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: Encontro 
de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: Acesso em 18 
junho 2020. 
LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da influência 
da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. n. 6. p. 183-
194. jul. dez. 2009. 
MAZZUTTI, Vanessa De Biassio. Vitimologia e Direitos Humanos: o processo penal sob a perspectiva da vítima. Curitiba: 
Juruá, 2012. 
OLIVEIRA, Ana S. S. de. A vítima e o direito penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no 
direito penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). “Declaration of Basic Principles of Justice for Victims of Crime and Abuse 
of Power”. 29 de novembro de 1985. Disponível em: <http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm>. 
PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
 
Os Fatores Sociais de Vulnerabilidade da Vítima 
Nesta unidade será estudada a existência e a influência de fatores externos e internos que propiciam a vulnerabilidade 
nos agentes criminológicos, em especial, da vítima. Assim, esta percepção levará a compreensão de que é inegável a 
necessidade de análise destes fatores. 
É certo que nada na sociedade é fator isolado, assim como todos os sistemas, a vitimologia e o processo de vitimização 
ocorrem baseados em aspectos não apenas internos, como e principalmente, externos, sendo estes últimos fatores 
que permeiam os meios sociais, econômicos, que vulnerabilizam seus atores. Determinados grupos são mais 
vulneráveis, dependendo de suas características, profissões, personalidades, são, assim, suscetíveis ao processo de 
vitimização.[1] 
As estatísticas de risco demonstram que há grupos humanos especialmente propensos a se converterem em vítimas 
de delito (crianças e adolescentes, anciãos, marginalizados, estrangeiros etc.) e situações nas quais o cidadão – sem 
dúvida, legitimamente, porém nem sempre de forma consciente– contribui para sua própria vitimização.[2] 
Devido ao risco de vitimização de gruposou de subgrupos de vítimas em potencial, são instituídos programas de 
prevenção com o objetivo de de informá-las e de conscientizá-las sobre os riscos, e assim, com a consciência de sua 
vulnerabilidade, desenvolver uma nova responsabilidade e autocontrole, na defesa dos interesses destes mais 
frágeis.[3] 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 1º, elenca a cidadania e a dignidade da pessoa humana como dois fatores 
fundamentais, assim, deve ser desenvolvido pelo Poder Público ferramentas às vítimas diretas e indiretas 
transformando a máquina estatal em um aparato a fim de assegurar os direitos das vítimas. Assim, torna-se possível 
uma verdadeira ressocialização, já que, muitas vezes, além de perdas materiais, apresentam danos físicos, psicológicos 
e morais, necessitando de assistência, e em alguns casos, até mesmo da proteção contínua por parte do Estado.[4] 
 
Fatores Que Influenciam o Comportamento Humano 
A base dos estudos vitimológicos encontra respaldo no comportamento humano, com um enfoque maior para o 
comportamento do agente vítima, que é na qual se concentram as pesquisas mais significativas desta matéria. Nesse 
momento da disciplina, já se pode perceber que é sobre a vítima, durante anos isolada do processo criminal, que 
atuam diversos fatores que formam o caráter e revelam a natureza de ser vitimada.[5] 
Com a evolução dos estudos da vitimologia, surgiram orientações da influência de condutas externas e de ciências 
externas que relativamente explicam, justificam e auxiliam o entendimento da matérias, são estas ciências as 
biológicas, as psicológicas e as sociológicas, que de forma conjunta, estudam a morfo-físicos-psicológicos do indivíduo, 
que se relacionam e se completam.[6] 
De acordo com a doutrina, as duas primeiras orientações dizem respeito as influências de cunho interno, resultado de 
distúrbios psicológicos, consequência de alguma patologia, disfunção ou transtorno orgânico.[7] 
Apesar de haver uma resistência ao entendimento de que os fatores genéticos e biológicos influenciam no 
comportamento do ser humano, estudos científicos recentes comprovam e concluem que esses componentes 
participam de forma potencial no processo de formação do caráter de cada pessoa, mas aqui, torna-se necessário 
distanciar-se das ideias de Lombroso.[8] 
No que tange os fatores externos, é importante observar que a convivência em sociedade influência de forma 
significativa no comportamento de qualquer ser humano, uma vez que meio no qual a pessoa vive apresentam 
particularidades que podem influenciar no processo de vitimização.[9] 
Certamente a raça, a etnia e o país de origem nos influenciam, mas o mesmo acontece com relação a nosso histórico 
religioso, idade, origem regional, condição econômica e orientação sexual. Existem até influências profissionais – entre 
atletas, médicos, caminhoneiros, atores, militares, acadêmicos e quase qualquer outro grupo identificável.[10] 
Da combinação dos fatores genéticos, psíquicos e externos podem surgir personalidades diversas, que podem 
desenvolver predisposição tanto para cometer crimes quanto para se portarem como vítimas, pois sofrem uma forte 
influência de suas heranças biológicas e sociais.[11] 
Essa entendimento, da existência de fatores externos e internos, seriam uma justificativa para a compreensão 
daquelas pessoas que, mesmo em condições ambientais favoráveis, são inadaptáveis e retratadas como antissocial, 
pois as circunstâncias socioambientais não favorecem ou impedem o afastamento de sua verdadeira personalidade, 
fazendo com que esse indivíduo não siga as regras de convivência ditadas no conjunto social.[12] 
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Como exemplo, é possível vislumbrar os casos de pessoas que possuem uma personalidade psicopática, que se 
caracteriza por meio de uma conduta antissocial com origem em anomalias internas e dificuldades para assimilar as 
normas de sociabilidade e bom senso, tornando-se desse modo um alvo fácil para a vitimização de cunho social.[13] 
 
Conclusão 
Diante do explanado nesta unidade, torna-se possível compreender que os agentes criminológicos se encontram 
cercado por fatores de influências, e que cabe ao poder público a identificação destas fragilidades e vulnerabilidades 
para a prevenção ou a solução. Assim, diante de uma análise contemporânea, distanciando-se da criminologia de 
Lombroso, torna-se necessário pensar em componentes biológicos, sociais e ambientais tanto para o tornar-se vítima 
como para o tornar-se agente ativo do crime. 
 
O AMBIENTE, A PSIQUE E SOCIAL: O INTERNO E O EXTERNO COMO FATORES VITIMOLÓGICOS 
 
 
[1] FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: Os reflexos da vitimologia na 
política criminal, na segurança pública e no sistema processual penal, Teresina, ano 21, n. 4721, 4 jun. 2016. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/49457. Acesso em: 19 jul. 2020. 
[2] FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: Os reflexos da vitimologia na 
política criminal, na segurança pública e no sistema processual, Teresina, ano 21, n. 4721, 4 jun. 2016. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/49457. Acesso em: 19 jul. 2020. 
[3] FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: Os reflexos da vitimologia na 
política criminal, na segurança pública e no sistema processual penal.Teresina, ano 21, n. 4721, 4 jun. 2016. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/49457. Acesso em: 19 jul. 2020. 
[4] FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: Os reflexos da vitimologia na 
política criminal, na segurança pública e no sistema processual penal. Teresina, ano 21, n. 4721, 4 jun. 2016. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/49457. Acesso em: 19 jul. 2020. 
[5] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
[6] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
[7] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
[8] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
[9] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
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https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-5#_ftnref8
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-5#_ftnref9
[10] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
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[11] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
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[12] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
[13] MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador: Capítulo 2 - Relações entre direito e sociedade. BACILA, Carlos Roberto. Introdução ao direito 
penal e à criminologia. Curitiba: InterSaberes, 2016. Biblioteca Virtual. 
SARTI, Cynthia. A vítima como figura contemporânea. Cad. CRH, Salvador, v. 24,n. 61,p. 51-61, Apr. 2011 . 
 
 
Agora é sua Vez 
Interação 
Os estudos em vitimologia já estão aprofundados, diante do explanado nesta unidade, os fatores externos são 
influenciadores na construção dos agentes criminológicos? Dê a sua opinião com base nos conteúdos já estudados 
também em outras unidades e poste o seu texto no Fórum da Disciplina. 
 
Questão para Simulado 
A base dos estudos criminológicos encontra respaldo no comportamento humano, sendo assim, é necessário 
analisar os fatores: 
a) Sociais 
b) Ambientais 
c) Econômicos 
d) Psicológicos 
e) Todas as alternativas 
 
A resposta é Letra E 
Comentário: A percepção de que a vitimologia, assim como a criminologia, não é uma disciplina isolada torna-se cada 
vez mais necessária nesta altura do conteúdo. Apenas com a compreensão multidisciplinar torna-se possível adentrar 
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-5#_ftnref10
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-5#_ftnref11
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-5#_ftnref12
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/pages/aula-5#_ftnref13
https://dombosco.instructure.com/courses/9364/discussion_topics/33685
na análise do Direito Penal (próxima unidade) com assertividade, por isso, é preciso reafirmar a interdisciplinaridade 
da matéria e suas ramificações. 
 
Referências 
AGUIAR, Leonardo. Escolas Penais. 2016. Disponível em: 
https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333110363/escolas-penais. Acesso em: 05 julho 2020. 
BITTENCOURT, Edgard de Moura. Vítima: vitimologia, a dupla penal delinquente-vítima, participação da vítima no 
crime, contribuição da jurisprudência brasileira para a nova doutrina. São Paulo: Universitária de Direito Ltda., 1971. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2018. 
FREITAS, Viviane de Andrade. A vítima no contexto da criminologia contemporânea: os reflexos da Vitimologia na 
Política Criminal, na Segurança Pública e no Sistema Processual Penal. Disponível em 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-vitima-no-contexto-da-criminologia-contemporanea-os-
reflexos-da-vitimologia-na-politica-criminal-na-seguranca-publica-e-no-sistema-processual-penal. 
GONÇALVES, Victor Minarini. Vitimologia: Conceituação e Aplicabilidade. 2015. Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/36073/vitimologia-conceituacao-eaplicabilidade. Acesso em: 03 julho 2020. 
HAMADA, Fernando Massami; AMARAL, Jose Hamilton do. Vitimologia: conceituação e novos caminhos. In: Encontro 
de Iniciação Científica - Etic, vol. 4, n.º 4, 2008, Presidente Prudente, SP. Anais (on-line). Disponível em: Acesso em 18 
junho 2020. 
LEMOS, Airton; SILVA, Reinaldo Andres Marques da. Breve histórico da vitimologia: análise de caso acerca da influência 
da conduta da vítima para o ato ilícito do agente. Revista do Curso de Direito da FSG. Caxias do Sul. ano. 3. n. 6. p. 183-
194. jul. dez. 2009. 
MARINHO, Juliana Costa Tavares. A importância da análise do comportamento da vítima no direito penal. Âmbito 
Jurídico. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-importancia-da-analise-do-
comportamento-da-vitima-no-direito-penal/ Acesso em: 18 de julho de 2020. 
MAZZUTTI, Vanessa De Biassio. Vitimologia e Direitos Humanos: o processo penal sob a perspectiva da vítima. Curitiba: 
Juruá, 2012. 
OLIVEIRA, Ana S. S. de. A vítima e o direito penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no 
direito penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). “Declaration of Basic Principles of Justice for Victims of Crime and Abuse 
of Power”. 29 de novembro de 1985. Disponível em: <http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r034.htm>. 
PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia: Evolução no Tempo e no Espaço. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1993. 
SÁ, Alvino Augusto de. Vitimização no sistema penitenciário. Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, Brasília, v. 1, n. 8, p.15-32, jul./dez. 1996. 
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. 
A Vítima no Direito Penal 
Nesta unidade a ciência da vitimologia será colocada em contato com a ciência do direito penal, assim, por meio do 
diálogo e da complementação destas matérias, será possível perceber como a vítima é identificada e “utilizada” 
quando da identificação do crime e na punição do agente criminoso. 
 
Vitimodogmática 
Os estudos da vitimologia contribuíram de inúmeras maneiras para a reformulação do sistema penal, dentro destas 
mudança encontra-se a ideia da vitimodogmática, como ramo da vitimologia que estuda de forma analítica a 
participação da vítima no delito, verificando sua real contribuição no fato.[1] 
A vítima não deve ser vislumbrada como um ser inerte, que não influencia no evento criminoso, uma vez que interage, 
de alguma forma, com o autor do delito, sendo que em alguns casos pode até ser um elemento que gera a situação 
de risco, levando a uma participação no resultado.[2] 
Este rompimento com a visão anteriormente preestabelecida de vítima inocente e autor culpado é um avanço 
grandioso, pois o comportamento da vítima passou a fazer parte de um importante foco de análise no campo da 
dogmática penal e permitindo uma melhor avaliação da responsabilidade da vítima e avaliação da responsabilidade 
do autor, determinando o grau de responsabilidade de cada um.[3] 
Porém, mesmo diante da colaboração, consciente ou inconsciente da vítima, é preciso cuidado em não desvalorizar o 
agente criminoso e valorizar a vítima

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