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Os músculos da respiração também são chamados de “músculos da bomba respiratória“, formam um arranjo complexo na forma de foles semi-rígidos ao redor dos pulmões. Todos os músculos que estão ligados à caixa torácica humana têm o potencial inerente de causar uma ação de respiração, mas os músculos que ajudam na expansão da cavidade torácica são chamados de músculos inspiratórios, porque ajudam na inspiração, enquanto aqueles que comprimem a cavidade torácica são chamados de músculos expiratórios e induzem a expiração. A especialidade desses músculos é que eles são compostos de fibras musculares resistentes à fadiga, eles são controlados por mecanismos voluntários e involuntários (se quisermos respirar, podemos, mesmo se não pensarmos em respirar o corpo automaticamente). Inspiratórios Os músculos inspiratórios se contraem para atrair ar para os pulmões. -Diafragma -Intercostais externos Os músculos acessórios de inspiração, contribuem menos durante os períodos normais de respiração e mais durante os períodos de respiração ativa, por exemplo, durante as manobras de exercício e de respiração forçada. Eles são: -Esternocleidomastóideo -Escalenos. Expiratórios A expiração é um processo passivo porque os pulmões naturalmente querem recuar e colapsar. -Intercostais internos -Reto abdominal -Oblíquos externos e internos -Transverso abdominal Intercostais externos Têm origem na borda inferior de uma costela e dirigem-se em sentido ventro-caudal para a borda superior da costela inferior. Ventralmente eles são limitados pela fáscia torácica externa. Inervação: nervos intercostais Função: eleva a costela durante a inspiração Esternocleidomastóideo Origem: cabeça esternal no manúbrio do esterno e cabeça clavicular na porção média da clavícula Inserção: processo mastóide do osso temporal e na linha nucal superior do osso occipital. Inervação: nervo acessório (nervo craniano XI) e ramos diretos do plexo cervical (C1-C2) Vascularização: artéria occipital, artéria tireóidea superior (ramos da artéria carótida externa) Função secundária: auxiliar na inspiração. Escalenos Os músculos escalenos (do latim: “escada”) são três músculos cervicais pareados, correndo das vértebras cervicais para as duas costelas superiores, que levam à elevação da primeira ou segunda costelas e podem estar ativos durante a inspiração. *Anterior Origem: tubérculo anterior das apófises transversas de C3 a C6 Inserção: primeira costela (tubérculo anterior) Inervação: nervos espinais cervicais de C4 a C6 Função: elevação da 1ª costela e inclinação do pescoço (inspiração forçada) *Médio Origem: tubérculo posterior das apófises transversas de C3 a C7 Inserção: primeira costela posteriormente ao músculo escaleno anterior Inervação: ramos anteriores dos nervos espinais cervicais Função: flexão lateral do pescoço e elevação da 1ª costela na inspiração forçada *Posterior Origem: tubérculo posterior das apófises transversas de C5 a C7 Inserção: segunda costela Inervação: ramos anteriores dos nervos espinais cervicais C6 e C7 Função: flexão lateral do pescoço e elevação da 2ª costela na inspiração forçada Intercostais internos Se originam na borda superior da costela e inserem-se ventro-cranialmente na borda inferior da costela superior. Inserção: nervos intercostais Função: abaixa as costelas durante a expiração Anatomia dos Músculos Respiratórios (Heloá Kapor de Brito) Página 1 de Anatomia Reto abdominal Origem: púbis Inserção: 5ª a 7ª cartilagens costais e apófise xifóide Inervação: nervos intercostais Função: flexão do tronco, estabilização da coluna vertebral, compressão da parede abdominal, aumento da pressão intra- abdominal e respiração Oblíquo externo do abdómen Origem: 5ª a 12ª costelas Inserção: crista ilíaca e linha alba Inervação: nervos intercostais inferiores Função: manter o tónus abdominal, compressão e suporte das vísceras, rotação contralateral Oblíquo interno do abdómen Origem: fáscia toracolombar, crista ilíaca e ligamento inguinal Inserção: cartilagens costais inferiores e linha alba Inervação: nervos intercostais inferiores, Ílio-hipogástrico e ilioinguinal Função: compressão das vísceras e rotação ipsilateral do tronco Transverso abdominal Origem: superfície interna das cartilagens costais inferiores, fáscia toracolombar e crista ilíaca Inserção: linha alba Inervação: nervos intercostais inferiores, Ílio-hipogástrico e ilioinguinal Função: compressão das vísceras abdominais Diafragma O diafragma é o principal músculo da inspiração, é uma divisória musculotendínea, com dupla cúpula, que separa as cavidades torácica e abdominal. A face superior basicamente convexa fica voltada para a cavidade torácica, e a face inferior côncava fica voltada para a cavidade abdominal. Desce durante a inspiração; entretanto, apenas a parte central se movimenta, porque a periferia, como a origem fixa do músculo, está fixada à margem inferior da caixa torácica e às vértebras lombares superiores. Curva-se superiormente nas cúpulas direita e esquerda; normalmente, a cúpula direita é mais alta do que a esquerda devido à presença do fígado. Durante a expiração, a cúpula direita alcança até a costela V e a cúpula esquerda ascende até o 5o espaço intercostal. O nível das cúpulas do diafragma varia de acordo com: -fase da respiração (inspiração ou expiração) -postura (p. ex., decúbito dorsal ou ortostática) -tamanho e grau de distensão das vísceras abdominais. A parte muscular do diafragma está situada na periferia com fibras que convergem radialmente na parte aponeurótica central trilaminar, o centro tendíneo, que não tem fixações ósseas e é dividido incompletamente em três partes, semelhante a uma folha de trevo larga. Embora esteja perto do centro do diafragma, o centro tendíneo está mais próximo da parte anterior do tórax. O forame da veia cava, que a parte terminal da VCI atravessa para entrar no coração, perfura o centro tendíneo. A parte muscular adjacente do diafragma forma uma lâmina contínua; entretanto, para fins descritivos é dividida em três partes, de acordo com suas fixações periféricas: -parte esternal: formada por duas alças musculares que se fixam à face posterior do processo xifoide; essa parte nem sempre está presente -parte costal: formada por alças musculares largas que se fixam às faces internas das seis cartilagens costais inferiores e suas costelas adjacentes de cada lado; as partes costais formam as cúpulas direita e esquerda -parte lombar: originada de dois arcos aponeuróticos, os ligamentos arqueados medial e lateral, e das três vértebras lombares superiores; a parte lombar forma os pilares musculares direito e esquerdo que ascendem até o centro tendíneo. Os pilares do diafragma são feixes musculotendíneos que se originam das faces anteriores dos corpos das três vértebras lombares superiores, do ligamento longitudinal anterior e dos discos intervertebrais. -pilar direito, maior e mais longo do que o pilar esquerdo, origina-se das três ou quatro primeiras vértebras lombares. -pilar esquerdo origina-se das duas ou três primeiras. Como está situado à esquerda da linha mediana, é surpreendente constatar que o hiato esofágico é uma formação no pilar direito; entretanto, ao se acompanharem inferiormente as fibras musculares que limitam cada lado do hiato, observa-se que elas passam à direita do hiato aórtico. Os pilares direito e esquerdo e o ligamento arqueado mediano fibroso, que se une a eles enquanto se curva sobre a face anterior da aorta, formam o hiato aórtico. O diafragma também está fixado de cada lado aos ligamentos arqueados medial e lateral. O ligamento arqueado medial é um espessamento da fáscia que recobre o músculo psoas maior, estendendo-se entre os corpos das vértebras lombares e a extremidade do processo transverso de L I. O ligamento arqueado lateral cobre o músculo quadrado do lombo, continuando do processo transverso de L XII até a extremidade da costela XII. A face superior do centro tendíneodo diafragma está fundida à face inferior do pericárdio fibroso, a parte externa e forte do saco pericárdico fibrosseroso que envolve o coração. Página 2 de Anatomia Vascularização As artérias do diafragma formam um padrão ramificado nas faces superior (torácica) e inferior (abdominal). A face superior do diafragma é irrigada pelas artérias pericardicofrênica e musculofrênica, ramos da artéria torácica interna, e pelas artérias frênicas superiores, ramos da parte torácica da aorta. A face inferior do diafragma é irrigada pelas artérias frênicas inferiores, que tipicamente são os primeiros ramos da parte abdominal da aorta; entretanto, podem originar-se do tronco celíaco. As veias que drenam a face superior do diafragma são as veias pericardicofrênica e musculofrênica, que desembocam nas veias torácicas internas e, no lado direito, uma veia frênica superior, que drena para a VCI. Algumas veias da curvatura posterior do diafragma drenam para as veias ázigo e hemiázigo (ver Capítulo 1). As veias que drenam o sangue da face inferior do diafragma são as veias frênicas inferiores. A veia frênica inferior direita geralmente desemboca na VCI, ao passo que a veia frênica inferior esquerda geralmente é dupla, um ramo passa anteriormente ao hiato esofágico e termina na VCI e o outro ramo, mais posterior, geralmente se une à veia suprarrenal esquerda. As veias frênicas direita e esquerda podem se anastomosar entre si. Drenagem Linfática Os plexos linfáticos nas faces superior e inferior do diafragma comunicam-se livremente. Os linfonodos frênicos anteriores e posteriores estão na face superior do diafragma. A linfa desses linfonodos drena para os linfonodos paraesternais, pré- vertebrais e frênicos. Os vasos linfáticos da face inferior do diafragma drenam para os linfonodos frênicos e lombares (cavais/aórticos) superiores. Os capilares linfáticos são densos na face inferior do diafragma, constituindo o principal meio de absorção de líquido peritoneal e de substâncias introduzidas por injeção intraperitoneal (IP). Inervação Toda a inervação motora do diafragma provém dos nervos frênicos direito e esquerdo, que se originam dos ramos anteriores dos segmentos C3–C5 da medula espinal e são distribuídos para a metade ipsilateral do diafragma a partir de sua face inferior. A inervação sensitiva (dor e propriocepção) do diafragma também é feita principalmente pelos nervos frênicos. As partes periféricas do diafragma recebem sua inervação sensitiva dos nervos intercostais (seis ou sete inferiores) e dos nervos subcostais. Aberturas do diafragma As aberturas do diafragma (forames, hiatos) permitem a passagem de estruturas (vasos, nervos e linfáticos) entre o tórax e o abdome. Existem três grandes aberturas para a VCI, o esôfago e a aorta, e diversas aberturas pequenas. Forame da veia cava: é uma abertura no centro tendíneo basicamente para a VCI. Também atravessam o forame da veia cava os ramos terminais do nervo frênico direito e alguns vasos linfáticos em seu trajeto do fígado até os linfonodos frênicos médios e mediastinais. O forame da veia cava está localizado à direita do plano mediano na junção das lâminas direita e média do centro tendíneo. O forame da veia cava, a mais superior das três grandes aberturas do diafragma, situa-se no nível do disco entre as vértebras T VIII e T IX. A VCI está aderida à margem do forame; consequentemente, quando o diafragma se contrai durante a inspiração, alarga a abertura e dilata a VCI. Essas alterações facilitam o fluxo sanguíneo através dessa grande veia até o coração. Hiato esofágico: abertura oval para o esôfago no músculo do pilar direito do diafragma no nível da vértebra T X. Também dá passagem aos troncos vagais anterior e posterior, aos ramos esofágicos dos vasos gástricos esquerdos e a alguns vasos linfáticos. Há decussação (cruzamento) das fibras do pilar direito do diafragma inferiormente ao hiato, formando um esfíncter muscular para o esôfago que o constringe quando o diafragma se contrai. O hiato esofágico está situado superiormente e à esquerda do hiato aórtico. Na maioria dos indivíduos (70%), as duas margens do hiato são formadas por feixes musculares do pilar direito. Em outros (30%), um feixe muscular superficial do pilar esquerdo contribui para a formação da margem direita do hiato. Página 3 de Anatomia Hiato aórtico: abertura posterior ao diafragma para a aorta descendente. Como a aorta não perfura o diafragma, os movimentos do diafragma não afetam o fluxo sanguíneo através dela durante a respiração. A aorta passa entre os pilares do diafragma, posteriormente ao ligamento arqueado mediano, que está no nível da margem inferior da vértebra T XII. O hiato aórtico também dá passagem ao ducto torácico e, algumas vezes, às veias ázigo e hemiázigo. Trígono esternocostal: uma pequena abertura entre as fixações esternal e costal do diafragma. Esse trígono dá passagem aos vasos linfáticos da face diafragmática do fígado e aos vasos epigástricos superiores. Os troncos simpáticos seguem profundamente ao ligamento arqueado medial, acompanhados pelos nervos esplâncnicos imos. Há duas pequenas aberturas em cada pilar do diafragma; uma dá passagem ao nervo esplâncnico maior e a outra, ao nervo esplâncnico menor. Ações do diafragma Quando o diafragma contrai, suas cúpulas são puxadas inferiormente, de modo que a convexidade do diafragma é um pouco achatada. Embora esse movimento frequentemente seja descrito como a “descida do diafragma”, apenas as cúpulas descem. A periferia permanece fixada às costelas e cartilagens das seis costelas inferiores. Quando desce, o diafragma empurra as vísceras abdominais inferiormente. Isso aumenta o volume da cavidade torácica e reduz a pressão intratorácica, resultando em entrada de ar nos pulmões. Além disso, o volume da cavidade abdominal diminui um pouco e a pressão intra-abdominal aumenta um pouco. Os movimentos do diafragma também são importantes na circulação porque o aumento da pressão intra-abdominal e a diminuição da pressão intratorácica auxiliam o retorno do sangue venoso para o coração. Quando o diafragma contrai, comprimindo as vísceras abdominais, o sangue na VCI é forçado superiormente para o coração. O diafragma alcança o nível superior máximo quando a pessoa está em decúbito dorsal (com a parte superior do corpo mais baixa, a posição de Trendelenburg). Nessa posição, as vísceras abdominais empurram o diafragma superiormente na cavidade torácica. Quando uma pessoa está em decúbito lateral, o hemidiafragma alcança um nível superior porque as vísceras o empurram mais naquele lado. Por outro lado, o nível do diafragma é inferior quando a pessoa está sentada ou de pé. Por essa razão, pessoas com dispneia preferem ficar sentadas, não deitadas; o volume pulmonar não corrente (de reserva) aumenta e o diafragma trabalha a favor da gravidade em vez de se opor a ela. Página 4 de Anatomia
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