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Autoria: Me. Pablo Mateus dos Santos Jacinto Revisão técnica: Ma. Luana Pinto Moraes TEMAS CONTEMPORÂNEOS EM PSICOLOGIA ATUAÇÃO JUNTO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCD) E TRABALHO VOLTADO À TEMÁTICA DA DROGADIÇÃO E MEDICALIZAÇÃO Introdução Durante a graduação, você já se questionou se aquilo que estava sendo ensinado, de fato, teria aplicação em contextos reais? Refletiu sobre como a Psicologia deixa os laboratórios e se insere na função de colaboração com o desenvolvimento social? Indagou sobre demandas contemporâneas que se reconfiguram com o cenário sócio-histórico e político e como pensar intervenções nesses cenários? Provavelmente, a resposta para essas perguntas será “sim”. De fato, conforme se fortalece como campo científico e profissional, a Psicologia é demandada a contribuir com temas e campos que se distanciam da perspectiva tradicional de atuação. Por isso, nesta disciplina, discutiremos uma parcela desses contextos, questionando, conjuntamente, como construir uma Psicologia implicada com o desenvolvimento social e a garantia dos Direitos Humanos; conheceremos as políticas públicas implantadas para buscar efetivar esses direitos e discutiremos sobre formas de intervenção. Nesta unidade, abordaremos dois conjuntos de temas fundamentais para o profissional psicólogo contemporâneo: atuação junto às pessoas com deficiência (PCD) e trabalho voltado à temática da drogadição e medicalização. Esperamos que você colabore e adquira saberes sobre esses campos. Bons estudos! Tempo estimado de leitura: 47 minutos. 1.1 Atuação da(o) psicóloga(o) em contextos contemporâneos Apesar de ter chegado anteriormente ao Brasil, a Psicologia só passa a ser regulamentada no país em 1962. De lá para cá, tem se demonstrado um campo científico e profissional extremamente dinâmico, evoluindo conforme o fluxo da história e trazendo contribuições para diversos temas de interesse social. Mesmo em contextos de atuação tradicionais, a exemplo da clínica, educação e organizações, a(o) psicóloga(o) se vê posta(o) a refletir constantemente sobre o contexto sociocultural em que se insere e seus impactos na realidade de trabalho. Dentre os temas de importância, inclui-se o debate sobre Direitos Humanos e suas reverberações na Psicologia. Você já deve ter observado como a Psicologia é uma profissão dinâmica e em constante desenvolvimento, não só seguindo o avanço da ciência psicológica, mas dos contextos de atuação que se complexificam. Agora que você conhece um pouco sobre a configuração da Psicologia no Brasil, vamos falar sobre algumas especificidades dessa profissão na contemporaneidade. 1.2 Noções básicas de Direitos Humanos Os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) são órgãos autárquicos que têm como objetivo orientar, disciplinar e fiscalizar a profissão de psicólogo no Brasil. No site do Conselho Federal de Psicologia (CFP) você tem acesso ao CRP do seu estado. O Sistema Conselhos (CFP e CRPs) oferece muitos recursos oficiais e atuais sobre a atuação da Psicologia, além de eventos e organização de grupos de trabalho voltados a temas contemporâneos. Que tal procurar o seu CRP e saber sobre as atividades disponíveis? https://site.cfp.org.br/cfp/sistema-conselhos/conselhos-pelo-brasil/ (https://site.cfp.org.br/cfp/sistema-conselhos/conselhos-pelo-brasil/) VOCÊ SABIA? https://site.cfp.org.br/cfp/sistema-conselhos/conselhos-pelo-brasil/ Os Direitos Humanos são um conjunto de princípios e direitos convencionados internacionalmente pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Fortalecida após a Segunda Guerra Mundial, a cultura dos Direitos Humanos contempla a defesa de direitos universais, indivisíveis interdependentes e inter- relacionados, atribuídos a toda pessoa humana (SCARANO, 2018). Figura 1 - Declaração Universal dos Direitos Humanos Fonte: corgarashu, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer A imagem apresenta uma representação de documento no qual está escrito “Universal Declaration of Human Rights” (em português: “Declaração Universal dos Direitos Humanos”). No campo jurídico, é identificada uma série de gerações (ou dimensões) dos direitos fundamentais humanos (DIÓGENES JR., 2012; OLIVEIRA [S. d.]). Observe como foi necessária uma longa trajetória histórica para um reconhecimento social minimamente igualitário entre os sujeitos. Primeira geração/dimensão Refere-se a direitos que precedem o contrato social. Envolvem, por exemplo, o direito à liberdade, ao voto e demais direitos civis e políticos. Engloba direitos referentes ao chamado bem-estar social: saúde, educação e trabalho, por exemplo. Fundamenta-se no ideário da igualdade. Baseia-se nos princípios da solidariedade e fraternidade. São direitos de titularidade coletiva, envolvendo garantias a públicos específicos (crianças, idosos, deficientes) e contextos comuns, como o meio ambiente e o direito do consumidor. Envolve questões relativas à vida que emergem com a evolução da genética e das ciências da saúde. Há vertentes que incluem o direito à democracia, informação e pluralismo nessa geração. Segunda geração/dimensão Terceira geração/dimensão Quarta geração/dimensão Quinta geração/dimensão Ao longo do século XX, o Brasil se tornou signatário de diversos tratados e convenções que reforçam o compromisso da nação para com os Direitos Humanos. Esse cenário se reflete no ordenamento jurídico brasileiro, favorecendo a promulgação de algumas leis. Essas, dentre outras legislações, impactam de modo direto ou indireto em diversos contextos de trabalho da Psicologia. Por isso, ao longo da disciplina, conheceremos algumas dessas reverberações. Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990). Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde (BRASIL, 1990). Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (BRASIL, 1993). Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003). Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, o Estatuto da Igualdade Racial (BRASIL, 2010). Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015). Ainda não propriamente consensual, essa geração envolve, dentre outros, os direitos relacionados à vivência em contexto virtual e as implicações da alta tecnologia na vida humana. Em outra vertente, essa geração tem como centralidade o direito à paz. Dentre as comissões permanentes do Conselho Federal de Psicologia e Conselhos Regionais de Psicologia, destaca-se a Comissão de Direitos Humanos (CDH). Criada em agosto de 1997 e regionalizada em 1998, a CDH possui os seguintes objetivos, dentre outros: - incentivar a reflexão e o debate sobre os direitos humanos inerentes à formação, à prática profissional e à pesquisa em Psicologia; - intervir em situações concretas, em que existam violações dos direitos humanos que estejam produzindo sofrimento mental; - estudar os múltiplos processos de exclusão como fonte de produção de sofrimento mental, evidenciando não apenas seu modo de produção socioeconômico como também os efeitos psicológicos que constituem sua vertente subjetiva. Fonte: CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). O que é a Comissão de Direitos Humanos. Brasília [S. d.]. Disponível em: https://site.cfp.org.br/cfp/comissao-de-direitos-humanos/ (https://site.cfp.org.br/cfp/comissao-de-direitos-humanos/). (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SEUS CONHECIMENTOS https://site.cfp.org.br/cfp/comissao-de-direitos-humanos/ Mais de vinte anos depois, é possível refletir sobre as ações dessa comissão ao orientar interesses do CFP perante contextos contemporâneos de atuação nesse período. Tomando por base essa possível reverberação, assinale a opção correta. a) É evidente o compromisso institucional da Psicologia com os Direitos Humanos ao se observar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, no qual os artigos refletem sobre a Psicologia como orientada ao cuidado da pessoa humana e aocombate a opressões e violações de direitos. b) O Sistema Conselhos de Psicologia é desvinculado dos Direitos Humanos como instância legal, já que compreende a Declaração Universal dos Direitos Humanos como campo do Direito, e não da Psicologia. c) Apesar da ligação com os Direitos Humanos, é observado no Código de Ética Profissional do Psicólogo que as escolhas profissionais são soberanas, por isso, esse profissional deve determinar quais são as melhores formas de atuação. d) O compromisso com os Direitos Humanos é fundamental na atuação em políticas públicas, por serem orientadas constitucionalmente. Entretanto, o fazer clínico desobriga o profissional de acatar esse posicionamento. e) Seguindo a Declaração Universal de Direitos Humanos, a Psicologia se compromete com atuação que respeite os públicos vulnerabilizados, exceto aqueles que cometeram atos que ocasionaram a privação de liberdade. VERIFICAR 1.2.1 Ética em Psicologia alinhada aos Direitos Humanos Além de manter um compromisso político com a defesa dos Direitos Humanos, como você pôde observar, essa categoria de direitos é base para a condução de diversas políticas públicas nas quais a Psicologia se insere. A própria Constituição Federal de 1988 assimila princípios da DUDH ao determinar direitos fundamentais que foram operacionalizados com leis conseguintes. Desse modo, não é possível pensar uma prática psicológica apartada dessa base. Fortalecido na década de 1980, um movimento interno da Psicologia se firmou no espaço acadêmico e político da profissão: a defesa do compromisso social. Isso porque pensar no compromisso social da Psicologia envolve delinear uma prática que não seja imparcial frente a situações de violações de direitos. Bock et al. (2007) ressaltam que, para além de uma defesa política, discutir e praticar o compromisso social da Psicologia se pauta em evidências históricas e teórico- metodológicas que revelam a relação dialética entre a concretude do mundo social vivido pelos sujeitos e a construção da subjetividade humana. De fato, o debate aqui apresentado reflete também nas regulamentações internas da Psicologia como profissão no Brasil. Você já teve a oportunidade de ler o Código de Ética Profissional do Psicólogo (CFP, 2005)? Essa resolução magna, que embasa as demais normativas a serem seguidas por todos os psicólogos, explicita seu compromisso com os Direitos Humanos e a análise crítica do cenário sociocultural como orientação à prática psicológica independentemente da área de atuação. É inegável que, na história da Psicologia, características que fugissem à norma social esperada foram tratadas como foco de intervenção. Quando falamos sobre deficiências, fica evidente um alinhamento dessa ciência com paradigmas médicos que associavam as deficiências a patologias e posições de desvantagem com base na consideração de fatores orgânicos. 1.3 Psicologia e atuação com pessoas com deficiência Acesse o Código de Ética Profissional do Psicólogo e a Declaração Universal de Direitos Humanos. Marque, no Código de Ética, quais artigos você identifica como intimamente associados à DUDH. Confira você mesmo(a) esse compromisso estabelecido na nossa profissão! https://site.cfp.org.br/wp- content/uploads/2012/07/codigo-de-etica- psicologia.pdf (https://site.cfp.org.br/wp- content/uploads/2012/07/codigo-de-etica- psicologia.pdf) VAMOS PRATICAR? https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf Marchesi (2007) revela que foi na área da educação que se passou a questionar com maior veemência o modo como as ciências concebiam as deficiências. Paulatinamente, foram sendo deslocadas as críticas, revelando que os obstáculos vivenciados pelas PCD são resultados de uma interseção entre as peculiaridades de cada indivíduo e aspectos sociais e institucionais. Esses, sim, determinantes no modo como as PCD vivenciam o mundo. Figura 2 - Representação sobre inclusão Fonte: Vikky Mir, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem, é apresentada uma representação do Planeta Terra sob várias silhuetas de pessoas, em cores diversas, compostas por homens e mulheres. Dentre eles, há um cadeirante. Vamos, na sequência, discutir sobre alguns conceitos que orientaram essa crítica e compreender como a Psicologia se propõe a analisar o fenômeno das deficiências, bem como pautar ações inclusivas. Em 2015, foi promulgado o Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), o qual firma um compromisso da sociedade para com as PCD e reafirma direitos que devem ser garantidos para que essa relação seja realmente igualitária. 1.3.1 Psicologia e inclusão Dentre os diversos avanços apresentados pela lei, há a definição das barreiras que devem ser rompidas para que sejam alcançados seus objetivos. De acordo com o documento, barreiras são: O Estatuto da Pessoa com Deficiência explicita sete tipos de barreiras: Embora a Psicologia possa contribuir com a redução de todas essas barreiras, especialmente quando inserida nos espaços de planejamento e gestão, é importante enfatizar as barreiras atitudinais, as quais consistem em “[...] urbanísticas; arquitetônicas; nos transportes; nas comunicações; na informação; atitudinais; tecnológicas. [...] qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros. (BRASIL, 2015). atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas” (BRASIL, 2015). Já parou para pensar como, em qualquer espaço de trabalho da Psicologia, podemos perceber de que modo as barreiras atitudinais podem ser empecilhos para uma vivência comunitária saudável? O desconhecimento e a aversão às pessoas com deficiência podem ser observados nas escolas, organizações, comunidades e, até mesmo, em espaços de saúde. A Psicologia que pensa a inclusão busca quebrar essas barreiras. Entretanto, nem sempre essa ciência atuou colaborando com a inclusão das PCD. Ao contrário, Marchesi (2007) revela como a Psicologia foi alinhada ao saber médico no início do século XX buscando fortalecer o diagnóstico das deficiências que justificasse práticas segregacionistas, como a criação de instituições especializadas voltadas para as PCD, de modo que outras instituições não se comprometessem com mudanças internas que garantissem a inclusão. Um exemplo caricato é observado na educação. O boom de escolas “especiais”, paulatinamente, perde força quando a ciência e os movimentos sociais revelam que seus resultados não são promissores, além de estes desobrigarem as escolas regulares a atuar em uma perspectiva inclusiva (MARCHESI, 2007). Como, então, orientar uma prática psicológica que não seja excludente? Em 2009, o Conselho Federal de Psicologia publicou o livro “Educação Inclusiva: experiências Profissionais em Psicologia” (CFP, 2009). No texto, apresenta uma série de práticas exitosas nesse campo. Apesar de enfatizar a educação, o material demonstra como, em qualquer instância de atuação, a Psicologia pode reproduzir ações excludentes e construir rupturas para essas ações. Orienta-se pensar as diferenças como parte da natureza humana, sem, com isso, negligenciar as particularidades de cada sujeito. É evidente que as adaptações arquitetônica, atitudinal, regimental e institucional são necessárias para dar conta de cada especificidade. Acresce-se aqui a necessidade de pensar ações que não sejam exclusivamente voltadas às PCD, sem envolver a comunidade e as instituições em que a pessoa transita. Mariana tem 15 anos e possui diagnóstico de Síndrome de Down. Estuda em uma escola regular e, atualmente, está no nono ano do Ensino Fundamental. Particularmente neste ano, ela tem apresentado muitas dificuldades em cumprir as demandas da escola, comohorários e quantitativo de atividades. A diretora acionou a psicóloga da instituição para saber quais propostas poderiam ser aplicadas nessa situação, de modo a garantir uma experiência escolar adequada para a adolescente. Diante da situação, a psicóloga realizou um exame psicométrico, identificando que os índices de atenção, inteligência e memória de Mariana são condizentes com a média da turma. Isso demonstra que as intervenções realizadas devem envolver toda a comunidade escolar, e não serem centradas no estudante. Em seu parecer, sugere: ampliação dos prazos especificamente para a adolescente, tolerância maior nos atrasos, ampliação da realização de trabalhos em grupo e adaptação das avaliações, de modo a dar conta das especificidades da estudante. ESTUDO DE CASO Partindo desses princípios, pode-se mencionar as seguintes atividades executadas nesse contexto: atendimentos individuais e grupais; avaliação psicológica; realização de grupos operativos; apoio às famílias; mediação das demandas da PCD com a instituição; realização de oficinas; promoção de palestras e grupos de discussão voltados à instituição e comunidade; adaptação de materiais (como recursos educacionais, por exemplo); supervisão às equipes profissionais que atuam com as PCD (médicos, professores, dentre outros) (CRP-03, 2008). Muitos estudantes de Psicologia conhecem a obra de Lev Vigotski sobre infância, especialmente sua compreensão sobre a relação entre cultura e desenvolvimento. Menos conhecida, mas ainda fundamental, é a trajetória da(o) psicóloga(o) nos estudos sobre deficiência. Vigotski escreveu sobre esse tema, demarcando como a deficiência é uma expressão das limitações sociais e abordando como essa condição modifica a relação da pessoa com o mundo físico e relacional. VOCÊ O CONHECE? Um alerta aos estudantes! As atividades mencionadas devem ser elencadas por cada profissional conforme o contexto demande. Não há receita pronta para essa atuação e a avaliação técnica é soberana. Por outro lado, de posse dessas informações, você saberá de onde partir caso haja tal demanda. Uma temática que vem sido trabalhada, puxada principalmente por PCD na ciência, são as discussões sobre capacitismo. Esse termo se refere não apenas à aversão social às PCD, mas à manutenção e estereótipos de incapacidade ou heroísmo que, segundo Dias (2013), tem base nos discursos eugenistas propagados a partir do século XX, bem como nos ideais de normalidade estabelecidos em cada sociedade. Nesse sentido, Vendramin (2019) critica as práticas sociais que demandam ações físicas e seus moldes pensados para um ideal de corpo, limitando a participação de sujeitos que se distanciam desse ideal por alguma deficiência. Quando pensamos nos pontos de interseção com a Psicologia, podemos ainda incluir nessa análise os espaços sociais que excluem pessoas que não se encaixam no padrão típico de funcionamento mental/cognitivo. Poucos estudos no Brasil têm se voltado à compreensão e mensuração dos impactos do capacitismo na trajetória desenvolvimental das PCD. Apesar disso, nota-se um crescimento do interesse na área, sendo o tema trabalhado em campanhas adotadas pelo Conselho Federal de Psicologia, conforme a figura seguinte. 1.3.2 Psicologia e capacitismo Figura 3 - Campanha do Conselho Federal de Psicologia em alusão ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência Fonte: CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2020. #PraCegoVer Na imagem, são apresentadas onze pessoas de distintas etnias, algumas com e outras, aparentemente, sem deficiência. Possui como título “Lutar porque é preciso. Incluir porque é Direito!” e o lema “nada sobre nós sem nós”. Informa que dia 3 de dezembro é o dia internacional das pessoas com deficiência e encerra com o logotipo do Conselho Federal de Psicologia. Muito dos efeitos do capacitismo retroalimentam as associações entre deficiência e suas explicações biomédicas, desconsiderando as barreiras institucionais e sociais que, de fato, prejudicam a vivência comunitária de todos. A Psicologia pode adentrar nesse cenário expondo tais barreiras e desenvolvendo linhas de ação voltadas a toda a comunidade, de modo a contribuir com a quebra de estereótipos negativos associados às PCD. O uso de drogas acompanha a história da humanidade. Sem abandonar o cenário cultural, esse comportamento paulatinamente se firma como área de interesse das ciências da saúde, tomando como base a utilização de substâncias para fins medicinais e pesquisas associadas a essa prática. No último século, também sob influência das ciências humanas e sociais, temas como reações adversas, abusos e padrões de uso de substâncias psicoativas ganham fôlego no cenário acadêmico. 1.4 Uso de drogas lícitas e ilícitas na sociedadecontemporânea Figura 4 - Proibição do álcool nos Estados Unidos, em 1922 Fonte: Everett Collection, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem, é apresentada uma fotografia tirada nos Estados Unidos, em 1922, com várias caixas contendo bebidas alcoólicas sendo descartadas por sete homens, após a proibição do consumo de álcool em alguns estados do país. Nesse intervalo, observa-se mundialmente uma tendência à regulamentação da produção e uso de drogas, sendo algumas enquadradas como lícitas, e outras, proibidas. Estudos apontam que as decisões dos estados sobre o processo de regulamentação das drogas envolvem contextos políticos e sociais por vezes discriminatórios e pouco aderentes às contribuições da ciência (TRAD, 2009). No Brasil, a lei mais recente e incisiva que orienta a intervenção estatal perante as drogas ilícitas é a Lei nº 11.343, de 2006 (BRASIL, 2006). Ainda que em um cenário com políticas públicas bem estabelecidas na área da saúde voltadas especificamente a essa questão (a exemplo dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas – CAPSad – e os Consultórios na Rua – CnaR), a promulgação da Lei das Drogas (conforme é conhecida) demarca um posicionamento do Estado brasileiro em enquadrar essa questão na seara da segurança pública e da justiça. Como psicólogas(os), de que forma podemos observar essa situação avaliando a complexidade do fenômeno das drogas sem, com isso, contribuir com a perpetuação de estigmas que cristalizam e dificultam a atuação profissional? Como pensar, a partir de uma posição de profissionais preocupados com a saúde, a manutenção dos vínculos sociais e comunitários e a garantia de direitos fundamentais à população que, em alguma medida, sofre as consequências do uso de substâncias psicoativas (seja pelo efeito da substância, padrão de uso ou reação institucional)? Em 2017, foi publicado o III Levantamento Nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira, contemplando 351 municípios de todos os estados do país (BASTOS et al., 2017). A tabela seguinte sintetiza o percentual total de uso de substâncias nos 12 meses. Tabela 1 - Percentual da população que consumiu alguma droga nos 12 meses anteriores à pesquisa Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em BASTOS et al., 2017. #PraCegoVer Na tabela, são apresentados os percentuais de usuários de drogas, nos últimos 12 meses: álcool = 43,1; tabaco = 15,4; medicamentos não prescritos = 3; maconha = 2,5; cocaína = 0,9 e crack = 0,3. O documento revela que 3,5% da população que consumiu álcool no último ano de referência relatou dependência. Já os respondentes que consumiram alguma droga que não álcool ou tabaco nos 12 meses anteriores à coleta e relataram dependência somam 0,8%. Você provavelmente se surpreendeu com os números apresentados. De fato, toda pesquisa que envolve informações sobre padrões de uso de drogas apresentam um viés decorrente da desejabilidade 1.4.1 Medicalização da sociedade e da vida social, já que temas tabus nem sempre são encarados como confortáveis de serem dialogados. Porém, o rigor metodológico permite revelar um panorama satisfatoriamente preciso. Um aspecto fundamental dessa discussão se refere a considerar que nem todos os usuários de drogas, lícitas ou ilícitas, apresentam padrões de consumoque prejudique significativamente sua saúde física, psicológica e social. Muito da percepção do senso comum sobre essa parcela da população é impregnada de estereótipos que, conforme apontaremos, não contribuem positivamente para a atuação psicológica. De acordo com as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) em Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas (CFP, 2019), isso não se resume a apresentar posicionamentos favoráveis (ou contrários) ao consumo de substâncias psicoativas, mas pautar avaliações e intervenções em saberes cientificamente construídos e eticamente embasados. Por isso, é imprescindível pensar sobre as formas de atuação em relação à questão das drogas desde que se conheça os padrões de uso e os condicionantes socioculturais que os envolvem. Quebrar o senso comum é desconfortável, mas a Psicologia é ciência e deve ser seguida como tal, ainda que a temática trabalhada se configure um tabu. Apesar de relevantes para a formulação de estratégias de Estado no sentido de lidar com a questão das drogas no país, os dados de padrão de uso não explicitam algumas respostas necessárias ao profissional de Psicologia. 1.4.2 Drogadição e políticas públicas O documentário “Dirijo: a maconha antes da proibição”, produzido pela Organização dos Professores Indígenas Mura (Opim) e Raoni Valle, apresenta o relato de uma comunidade tradicional e sua relação com o uso da Cannabis Sativa. A narrativa permite conhecer o padrão de uso da droga naquela comunidade e os seus efeitos no contexto pré e pós- proibição. Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=QgMIbL_NZXI&t=2s) VOCÊ QUER VER? https://www.youtube.com/watch?v=QgMIbL_NZXI&t=2s Vamos por partes. Um modelo comum que pode ser utilizado por profissionais para entender a experiência do usuário de drogas (lícitas ou ilícitas), identificando os efeitos da substância, engloba a consideração de três elementos: propriedades farmacológicas da droga, pessoa usuária e contexto de uso (BRASIL, 2014). Em que se sustentam esses padrões? Por que pessoas diferentes sofrem distintas reações ao consumirem a mesma substância? Por que a mesma pessoa reage de modo diferente em cada ocasião de uso? Como identificar, acolher e, se preciso, encaminhar casos que envolvam queixas referentes ao uso ou abuso de drogas? Figura 5 - Componentes de análise do efeito do uso de uma droga Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em BRASIL, 2014. #PraCegoVer Esquema composto de três quadros contendo os elementos que interferem na análise do efeito do uso de uma droga. Abaixo de cada elemento, há exemplos que se enquadram nas categorias. Propriedades farmacológicas: depressora, estimulante, alucinógena. Pessoa usuária: condição física, psicológica e experiência com a substância. Contexto: companhias, ambiente e percepção social sobre a droga. Como todo fenômeno, é papel da(o) psicóloga(o) analisar de maneira crítica e contextualizada histórico-socialmente o uso de drogas. O acolhimento deverá ser prioridade, e qualquer trabalho diagnóstico deverá ter como pressuposto a garantia de uma continuidade de atuação visando ao melhor benefício à pessoa. Encarar o uso de drogas a partir de um olhar estigmatizante não traz qualquer benefício ao usuário (BRASIL, 2014). As políticas públicas de saúde ainda são as principais vias de cuidado para pessoas usuárias de drogas no Brasil. Atualmente, é evidente o paradigma dual de intervenção em situações de uso de drogas. Por um lado, há estratégias centradas na institucionalização, inclusive compulsória, que têm como dinâmica o uso de hospitais e comunidades terapêuticas voltados às pessoas dependentes. Por outro, despontam as estratégias centradas na educação e convivência comunitária, que visam romper os estigmas que envolvem o uso de drogas e garantir uma assistência à saúde que não se confunda com uma intervenção policialesca. Os serviços mais capilarizados que se baseiam nessa vertente são os CAPSad e os Consultórios na Rua (CnaR), os quais potencializaram a estratégia de redução de danos como forma de cuidado. De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2019), a atuação com usuários de drogas é desenvolvida em uma rede de atenção psicossocial que deve buscar garantir a integralidade do cuidado. Desse modo, mesmo que o foco seja no fenômeno da drogadição, não é possível desvincular esse comportamento de um contexto de saúde geral, o que demanda trabalho multiprofissional, interdisciplinar e em rede. Ademais, especialmente quando inserido nas políticas públicas voltadas à atenção a esses sujeitos, a(o) psicóloga(o) deve realizar algumas atividades. Conheça-as! Atividades individuais e grupais com base na lógica da clínica ampliada. Realização de oficinas terapêuticas. Visitas e atendimentos domiciliares e às famílias. Atividades de fortalecimento comunitário. Atendimentos de desintoxicação. Abordagem na rua orientada pela estratégia de redução de danos. Essas atividades devem ser orientadas pelos princípios dos Direitos Humanos e estar alinhadas aos compromissos éticos da Psicologia (CFP, 2019). Considerando que o uso de drogas pode vir a ser um fator de risco pessoal para outros comportamentos (ABREU; EISEINSTEIN; ESTEFENON, 2013), é imprescindível que, estando o sujeito usuário em atendimento psicológico, exista uma atuação em conjunto com uma equipe multiprofissional que abarque distintas linhas de cuidado com vistas a uma integralidade. É provável que você já tenha conhecido algum adulto que depende de medicações para executar funções básicas na sua vida. É também provável que você conheça alguma criança que recebe medicações sob a argumentação da busca de um melhor aproveitamento na escola, principalmente no combate ao chamado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Buscamos introduzir brevemente esse tema porque uma faceta correlata à questão da drogadição se refere ao uso de ferramentas médicas na intervenção perante a questões comportamentais. Mais do que isso, estudiosos da área demonstraram haver uma transposição da explicação de lógica médica a fenômenos originalmente não visualizados por essa perspectiva (CFP, 2015). Os debates sobre medicalização se intensificaram na Psicologia, no campo da educação. Estudos dessa área passaram a verificar que, paulatinamente, as demandas de ordem escolar ganharam interesse e explicações médicas, demonstrando nos manuais uma evolução na nosologia de cada diagnóstico que buscava explicar o porquê de crianças (em sua maioria) não aprenderem os conteúdos formais. No contexto da educação, o principal diagnóstico que atualmente insere crianças e adolescentes no consumo de medicamentos controlados é o TDAH. Silva et al. (2012) apresentaram um estudo revelando o aumento do consumo da Ritalina, principal medicamento ministrado nesses casos, tendo crescido sua produção em 400% entre 2002 e 2006. Para as autoras, essa patologia se baseia em um caráter descritivo de sintomas extremamente abrangentes que, além de englobarem grande parte do comportamento de uma extensa população de crianças, alinha-se a anseios de escolas, pais e professores que acreditam que um comportamento mais contido revela um maior aproveitamento escolar. Inserção do usuário na rede socioassistencial. 1.4.3 Medicalização da educação e da sociedade Figura 6 - Intervenção medicamentosa para pessoas com TDAH Fonte: tomertu, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem, é apresentada a sigla ADHD (TDAH, em inglês) e uma descrição da patologia em papel impresso. Sobre o papel, há duas cartelas de comprimidos, representando a intervenção medicamentosa. No entanto, Moysés e Collares (1992) chamam atenção para a construção histórica da definição desse transtorno. As autoras comprovam que as bases para sua elaboração vieram de estudos com pouca fundamentação científica, muitas vezes, pautando-se em consensos médicos que, em tese, não são suficientes para provar uma condição patológica. A Psicologia escolar crítica se opõe veementemente à inserção da lógica medicalizante nas práticaspsicológicas no contexto da educação. Isso porque essas práticas se baseiam em uma compreensão de que os dificultadores da aquisição do conhecimento escolar se encerram no estudante, visto com polo do insucesso, o qual só é resolvido com intervenções diretamente associadas a ele, como o uso do medicamento. Desse modo, comumente, são apartadas as reflexões sobre o papel da escola, das políticas públicas e os condicionantes sócio-históricos que envolvem as situações de aprendizagem. Orientação à Queixa Escolar Autor: Beatriz de Paula Souza (org.). Editora: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP) Ano: 2020 Comentário: A obra apresenta um método de atuação não medicalizante desenvolvido pela professora Beatriz Souza e sua equipe de pesquisadoras. O método foi desenvolvido a partir da experiência do grupo no serviço de Psicologia da Universidade de São Paulo e auxilia profissionais dessa área, mesmo em contexto clínico, a lidarem de modo crítico e efetivo sobre demandas de queixa escolar. Acesse (https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/wp- content/uploads/sites/462/2020/10/Livro-OQE.pdf) VOCÊ QUER LER? (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SEUS CONHECIMENTOS https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/wp-content/uploads/sites/462/2020/10/Livro-OQE.pdf “Nas escolas, segundo Moysés (1997), há uma construção falsa entre doença e não aprendizado, essa construção corresponde a um modelo positivista de ciência e tal modelo leva em conta apenas o ponto de vista biológico. Um ponto de vista que desconsidera completamente o âmbito social no qual o indivíduo está inserido, tornando o social algo secundário e abstrato. A autora ressalta que são esses fatores, não explanados, não somente do âmbito social, mas também do político, econômico e cultural, que têm gerado um crescimento dessa forma de olhar o ser humano, sob a ótica da biologização, o que intensifica o processo de medicalização da sociedade”. Fonte: BENEDETTI, M. D. et al. Medicalização e educação: análise de processos de atendimento em queixa escolar. Psicol. Esc. Educ., Maringá, v. 22, n. 1, p. 73-81, abr. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1413- 85572018000100073&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 3 maio 2021. O trecho apresentado reflete sobre a argumentação utilizada no cenário educacional atual acerca das possíveis causas de um baixo aproveitamento escolar de crianças e adolescentes, bem como possíveis formas de intervenção. Com base no material estudado e considerando o fenômeno da medicalização da educação e da sociedade, analise as afirmativas a seguir. I. A resposta/intervenção de ordem médica a diagnósticos escolares se relaciona com a chamada biologização das demandas escolares. II. Por ser base componente do saber médico, a Psicologia como ciência deve se alinhar à medicalização e desconsiderar os condicionantes sociais do fracasso escolar. III. Apesar de as explicações médicas que frequentemente associam a patologias comportamentos outrora observados como normais (como a agitação em crianças), não se observa um aumento de uso de medicamentos buscados a sanar essas questões. IV. A Psicologia escolar crítica compreende a medicalização como uma reafirmação dos problemas observados na escola como originados no indivíduo supostamente doente, portanto, opõe-se a esse discurso. Está correto o que se afirma em: a) I, II e III. b) I e III. c) II, III e IV. d) I e IV. e) I, III e IV. VERIFICAR CONCLUSÃO Nesta unidade, iniciamos o estudo sobre os temas contemporâneos que abarcam a atuação da(o) psicóloga(o). Nas unidades seguintes, serão apresentados novos temas que complementam esse saber, todos demonstrando a íntima relação entre a Psicologia e os Direitos Humanos. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: conhecer as relações entre Psicologia e Direitos Humanos; relembrar dos fundamentos éticos da profissão de psicólogo no Brasil; identificar como a Psicologia atua perante as Pessoas com Deficiência; desenvolver saberes sobre o uso de drogas no Brasil, identificando padrões de consumo, políticas públicas e formas de intervenção psicológica nesse contexto; conhecer os debates sobre medicalização que permeiam a atuação crítica da Psicologia. Clique para baixar conteúdo deste tema. ABREU, C.; EISEINSTEIN, E.; ESTEFENON, S. Vivendo esse Mundo Digital Impactos na Saúde, na Educação e nos Comportamentos Sociais. Porto Alegre: Artmed, 2013. Referências BASTOS, F. I. P. M. et al. (orgs.). III Levantamento Nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira. Rio de Janeiro: Fiocruz/ICICT, 2017. 528 p. BOCK, A. M. B. et al. Sílvia Lane e o projeto do "Compromisso Social da Psicologia". Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 19, n. spe. 2, p. 46-56, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0102-71822007000500018&lng=en&nrm=iso (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 71822007000500018&lng=en&nrm=iso). Acesso em: 21 abr. 2021. BRASIL. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Brasília: DOU, 2006. BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília: DOU, 2015. BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Sistema para detecção do uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas: encaminhamento, intervenção breve, reinserção social e acompanhamento. Módulo 1: o uso de substâncias psicoativas no Brasil. Brasília: SENAD, 2014. BENEDETTI, M. D. et al. Medicalização e educação: análise de processos de atendimento em queixa escolar. Psicol. Esc. Educ., Maringá, v. 22, n. 1, p. 73-81, abr. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1413-85572018000100073&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 3 maio 2021. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). Conselhos pelo Brasil. Brasília [S. d.]. Disponível em: https://site.cfp.org.br/cfp/sistema- conselhos/conselhos-pelo-brasil/. Acesso em: 27 maio 2021. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). Comissão de Direitos Humanos. Brasília [S. d.]. Disponível em: https://site.cfp.org.br/cfp/comissao-de-direitos-humanos/. Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822007000500018&lng=en&nrm=iso 27 maio 2021. 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