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Economia e Ética – P2 Economia das fraudes inocentes Introdução: Para ser correto e útil, é preciso aceitar uma divergência permanente entre as crenças estabelecidas e a realidade. Esta é mais obscurecida por preferencias sociais e rotineiras e por vantagens pecuniárias ou e grupos. Tendemos a acreditar no que é conveniente e não há sentimento de culpa real, mas auto aprovação. A natureza da fraude inocente: Ninguém reconhece a relevância da fraude inocente na vida privada e no discurso publico. Algumas dessas fraudes decorrem da economia tradicional e de seu ensino e outras das visões habituais da vida econômica, resultando em um forte amparo aos interesses individuais ou coletivos; o que beneficia os interesses particulares é capaz de refletir apenas a tendência normal a manifestação e ações em beneficio próprio. O que prevalece na vida real não é a realidade, mas os modismos e os interesses financeiros, capaz de influenciar até mesmo a caracterização cotidiana do sistema econômico. O novo nome do sistema: o sistema econômico praticado confere o mais alto poder econômico aqueles que dominam as industrias, os equipamentos, as terras de maior importância e controlam os recursos financeiros. Agora as grandes empresas possuem administradores como donos ( antigamente os donos eram os chefes), desse modo quem detém o poder real não são os donos do capital, mas os administradores e é por essa razão que atualmente fala-‐se sistema de mercado, pois o termo capitalismo está desgastado. Na Europa, o capitalismo sugere revolução, pois evoca o poder da propriedade e a magnitude da submissão dos trabalhadores; enquanto nos EUA provoca controles legais, decisões judiciais e regulamentações, pois significa a exploração nos preços e nos custos, fazendo com que seja criado leis antitruste, forças controladoras (FED – banco central norte-‐ americano) e reguladores ( Comissão Federal de Comércio), tornando o capitalismo negativo e devido as repercussões mundiais e grande depressão do crash da Bolsa de 1929, buscou-‐se um novo nome para o capitalismo, pois este não poderia ser aceito devido o seu mal funcionamento. Como expressão favorável surgiu Sistema de Mercado, cujo não havia nenhum passado e era uma designação inexpressiva. A inovação e a modificação de produtos são uma função econômica importante e nenhum fabricante expressivo lança um produto novo sem antes estimular a demanda por seu consumo, por meio da propaganda. Esta é uma agressão à soberania do consumidor e do mercado. As empresas para estabelecer preços e definir a demanda, empregam por meio de monopólio e oligopólio a diferenciação do produto e a propaganda para influenciar e até controlar a demanda do consumidor. Logo a propaganda é uma fraude. Porém, com a mudança de nomenclatura, nenhum capitalista, pode ser acusado de ter poder individualmente, pois o mercado está sujeito a manipulações especializadas e abrangentes, outra fraude. A economia da acomodação: o poder máximo na economia de mercado, está com aqueles que compram ou decidem não comprar; desse modo, com algumas restrições, o consumidor detém o poder mais alto, pois sua escolha traça a curva de demanda. Assim como o voto dá autoridade ao cidadão, a curva confere autoridade ao consumidor. Mas estas se caracterizam como duas fraudes, pois há um controle bem financiado da resposta do público, por meio da propaganda, para persuadir e controlar a escolha. À medida que o poder sobre a inovação, produção e a venda de bens e serviços para as mãos do produtor e se afastou do consumidor, o volume desta produção se tornou a primeira indicação do sucesso social. Os avanços econômicos e sociais são medidos pelo aumento da produção total de bens e serviços (PIB) e sua composição é determinada por aqueles que produzem as coisas que o compõem, assim, o bom desempenho é medido pela produção de bens e serviços materiais e não pelo nível de educação, literatura e artes. Logo, mede-‐se o sucesso econômico e não o social. O enganoso mundo do trabalho: o trabalho é algo imposto, pois é o que os seres humanos devem fazer: sofrer para poder ter uma existência. Ele é suportado para que se possa atender as necessidades e obter alguns prazeres, além de reputação na sociedade. A palavra trabalho inclui aqueles que para eles o ato é exaustivo, desagradável e aqueles que não precisam trabalhar. Logo, a fraude é ter um mesmo termo designando duas condições , pois Trabalho descreve tanto o que é obrigatório (trabalhar) como o que é fonte de prestigio e do alto salário (aqueles que não precisam trabalhar). É no topo da cadeia, que a remuneração, salários, bônus e opções de compras de ações são mais generosos. O ócio é uma alternativa aceitável para os abastados, mas é moralmente prejudicial aos pobres. Portanto,a preguiça é condenada aos povos de baixa renda. A empresa como burocracia: Para o comando bem sucedido de uma grande SA são é necessário uma burocracia, isto é, o esforço, a inteligência e a especialização de um grupo. A burocracia das empresas, isto é, a administração empresarial ( pois burocracia é coisa do Governo) apresenta uma forte tendência de se expandir, pois o pagamento de alguém é determinado pelo numero de seus subordinados, assim, o planejamento e a ação são delegados para os níveis mais baixos. Para esta expansão ocorrer é necessário a ação do downsizing (redução de quadros e salários pelo afastamento provisório ou definitivo) para uma maior eficiência e melhoria dos salários, produzindo equipes redundantes, que refletem novas necessidades e erros não corrigidos. A ironia e fraude é que os membros podem ser desnecessários, ineptos, egoístas, mas não burocratas. Talento criativo não é suficiente, é preciso capacitação administrativa e experiência em negócios. A administração é uma burocracia e não admitir isto é uma fraude. O poder da empresa: Com a mudança da nomenclatura do sistema econômico, a fraude passou a ser a preservação de uma imagem capitalista rotineira: as empresas não poderiam ser controlados por seus donos: os acionistas, mas pelos administradores (burocratas). Desse modo, o poder passou para os executivos mais inteligentes e participativos, mas a crença de que os proprietários que possuem a autoridade final ainda persiste. É devido a isso que foi criado a Assembleia Anual dos Acionistas. O mito dos dois setores: o setor publico é controlado pelo o setor privado, pois este possui um papel dominante por arcar com as despesas e financiar o público. Desse modo, há influencia dos administradores no setor publico, fazendo com que haja uma privatização deste setor e influenciando a politica e o governo. O mundo das finanças: é marcado pelas previsões e envolve uma combinação complexa de ações governamentais incertas, comportamentos desconhecidos de empresas e indivíduos, paz e guerra. Logo, o que não é conhecido não pode ser conhecido. Uma vez que a previsão é aquilo que os outros querem ouvir, aquilo que querem lucrar e aquilo que lhes dará retorno, a esperança e a necessidade encobrem a realidade. A elegante fuga da realidade: EUA para limitar o desemprego, a recessão e o risco de inflação, entidade terapêutica é o FED, banco central, que aplica ações econômicas ineficazes (gastos do consumidor e investimento das industrias), mas possuem credibilidade e são bem controladas; todos os participantes estão de acordo e há aprovação do mundo financeiro. A recuperação acaba chegando, porém não pela sua atuação. Ele não pode aparentar conflito com o bem estar econômico. O fim para inocência da empresa: O impulso dos administradores para o poder e o enriquecimento próprio levaram aos escândalos empresariais. Por consequência são feitas auditorias que acabam por dar cobertura a ações tortuosas que se estenderam até o furto assumido. Assim, não há alternativa para fiscalização eficiente, pois a influencia da empresa se estende até para aqueles que a regulamentam. Política externa e militar: diz respeito e a subordinação do setor publico ao privado e como este a influencia na politica e na guerra para busca de seus interesses. É por isso que nas duas guerras mundiais os objetivos militares determinaram a politica externa. Busca-‐se o interesse da empresa nos contratos a serem ganhos. Ultima palavra: • aceita-‐se uma participação no establishment militar, nas finanças publicas, e no meio ambiente. • O PIB é a medida do reconhecida do sucesso econômico. • O sucesso social consiste na obtenção de volume maior de todos os bens de consumo. • O poder das empresas moldou os desejos do publico a suas próprias capacidades e necessidades. • O Conselho de Administração é subordinado ao poder real dos administradores • As consequências não podem ser conhecidas antecipadamente • Os executivos acreditam que o dinheiro que recebem representa um grande bem publico. • A única solução totalmente confiável para a recessão é um fluxo forte de demanda, porém sob esse aumento o Estado e os governos locais cortam os gastos sociais. • Nega-‐se dinheiro a quem realmente precisa. Justiça: o que é fazer a coisa certa Lei da oferta e demanda é quem define os preços e autorregula o mercado em situações difíceis. Porém para quem está em uma condição de extrema necessidade da mercadoria, não há tempo para essa autorregulação, pois em uma situação de emergência compradores coagidos não tem liberdade; a compra de artigos básicos e a busca de abrigos é algo imposto. Bem estar geral: deve supor a dor e sofrimento daqueles que são obrigados a pagar mais por suas necessidades básicasdurante uma emergência. Mercado livre não é verdadeiramente livre: compradores sob coação não possuem liberdade. Ganância: é um defeito moral, um modo mau de ser, especialmente quando torna as pessoas indiferentes ao sofrimento alheio. Contrapõe a virtude cívica e se caracteriza como um vicio, falha moral que a boa sociedade deve procurar desencorajar. Leis dos abusos de preços: não colocam fim a ganancia, mas restringe e demonstra o descontentamento da sociedade, punindo ao invés de recompensá-‐lo. Virtude: é o incentivo a atitudes e disposições, a qualidade de caráter das quais depende uma boa sociedade. Teorias de Justiça: as antigas partem da virtude, enquanto as modernas começam pela liberdade. Coração purpura: medalha aos soldados feridos ou mortos pelo inimigo durante um combate que além da homenagem, permite privilégios especiais para os veteranos. Quem obteve danos mentais devido a guerra não a ganha, pois atribui-‐se os danos mentais a fraqueza de caráter que não é merecedora de honrarias. A crítica é para quem determina quem pode ou não pode ganhar a honraria, sem questionar as virtudes que tal condecoração realmente exalta (ética de honra e virtude). Valores da crise de 2008: os bancos e financeiras cresceram tanto que seu colapso poderia provocar a quebra de todo o sistema financeiro. Eles são grandes demais para falir. Com a crise em 2008, o presidente Bush pediu dinheiro emprestado ao Congresso para socorrer os bancos e instituições financeiras do país, mas ninguém os achou merecedores do dinheiro, pois suas ações precipitadas originaram a crise, relutante o Congresso autorizou o socorro. Porém, as companhias ao receber o dinheiro estavam agraciando seus executivos que haviam precipitado a crise com milhões de dólares em bônus. Desse modo, o bailout de maneira perversa premiava o comportamento ganancioso ao invés de puni-‐lo, mas a verdadeira objeção era recompensar a incompetência, isto é, constatar que os dólares de seus impostos eram utilizados para recompensar o fracasso, pois pessoas que derrubam as empresas que dirigem por meio de investimentos arriscados não merecem ser recompensados com bônus. A justificativa por parte dos administradores eram que foram vitimas e não responsáveis pela crise, logo não haviam fracassado. 3 abordagens da justiça: • Campo laissez-‐faire: a justiça consiste em respeitar e preservar as escolhas feitas por adultos conscientes. • Campo equanimidade: há uma tendência mais igualitária, pois o mercado sem restrição não é justo nem livre. Logo a justiça requer diretrizes que corrijam as desvantagens sociais e econômicas e que deem a todos oportunidades justas de sucesso. • Justiça intimamente relacionada à virtude e a uma vida boa: legislar sobre a moralidade oferece o risco de derivar para a intolerância e coerção. Logo a reflexão moral e politica nasce da divergência. Dilemas morais: Expostos a tensão, podemos rever nossa opinião sobre a coisa certa a fazer ou repensar o principio que inicialmente tínhamos. Ao nos deparar com novas situações, recuamos e avançamos em nossas opiniões e princípios, revisando cada um deles. Isto consiste a Reflexão moral: ela é uma busca coletiva e requer um interlocutor. Quando se torna politica precisa ter alguma ligação com as questões e os incidentes que perturbam a mente publica. Em busca do tempo perdido Trabalho para Smith: • Os que trabalham mais obtém menos • O homem se torna estupido e ignorante, por passar a vida realizando poucas operações simples • A rotina embrutece o espirito Trabalho para Diderot: • a repetição permite a aprendizagem • o trabalho permite alcançar a paz consigo mesmo Para criar uma sociedade livre, é preciso criar riqueza, para se distribuir de acordo com as necessidades individuais livremente desenvolvidas. Porém, é indispensável possibilitar que escravos e trabalhadores aprendam, para decidir com lucidez o que fazer para mudar o estado das coisas. Logo, os meios materiais e intelectuais são organizados e utilizados em quantidade e qualidade, para que assegurem a máxima satisfação e desenvolvimento das necessidades e faculdades individuais, com um mínimo de labuta e miséria. 1. MARX: força do trabalho é o que caracteriza o trabalhador no sistema capitalista. 2. WEBER: o capitalismo só é possível pelo racionalização (organização cientifica). 3. FROYD: a disciplina do trabalho disciplina a sexualidade, pois tira o prazer. Logo, o trabalho é disciplina. Maquinaria: liberta de restrições e destruições irracionais, mantendo a sociedade igualitária. A máquina é apenas um meio, pois o potencial libertador da técnica é a instrumentalização do homem. A tecnologia reduziu ao mínimo o tempo do trabalho humano, no qual se apoia a riqueza social. Portanto, a legitimidade da dominação e o horizonteinstrumentalista da razão se abre sobre uma sociedade racionalmente totalitária. Logo, o capitalismo ao se modernizar cessou o tempo das pessoas. Os capitalistas ao diminuírem a jornada de trabalho, incorporaram a alta tecnologia.
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