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BIOSSEGURANÇA - PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS EM ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE Tiago Teles Ribeiro Prof. Márcio Paiano de Souza Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Biomedicina/Bacharelado (BBI0086) – Seminário Interdisciplinar 30/06/2020 1 INTRODUÇÃO Neste trabalho faremos uma breve análise dos conceitos básicos relacionados à prevenção e combate a incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), bem como apontaremos sua grande importância para preservar vidas. A prevenção de incêndios envolve as edificações e sua ocupação, o controle de manutenção de máquinas e equipamentos em geral e sistemas elétricos, controle de materiais combustíveis e inflamáveis, instalação de sistemas e equipamentos que permitam o combate rápido a princípios de incêndio, treinamento de pessoas no uso desses equipamentos e nos procedimentos de abandono das edificações sinistradas. (VALOR CRUCIAL, 2020). O acontecimento de um incêndio em um EAS coloca em risco a saúde de todos os seus ocupantes, em especial dos pacientes que se encontram enfraquecidos devido às suas frágeis condições de saúde. No dia 12 de setembro de 2019, o bairro do Maracanã, mais uma vez, estava cheio de pessoas, porém, desta vez, para testemunhar um episódio muito triste de sua história, o incêndio do hospital Badim. Neste terrível incêndio doze pessoas, todos pacientes e idosos, morreram asfixiados pela fumaça que invadiu os corredores e quartos. Cirurgias que estavam em andamento tiveram que ser interrompidas e o hospital foi evacuado às pressas em meio ao caos que se instalou. Uma mulher, acompanhante de um paciente, desesperada por não conseguir respirar, se jogou do terceiro andar e fraturou as duas pernas. (G1 RIO DE JANEIRO, 2019). O evento de incêndio narrado acima, e tantos outros que acontecem todos os anos, nos traz a necessidade de uma reflexão mais aprofundada sobre a importância da vigilância às normas técnicas e ainda irmos além, no que se refere a treinamento de funcionários em relação à prevenção e combate a incêndios em ambientes hospitalares. 2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA De acordo com matéria publicada no site Saúde Business (2020), somente no ano de 2019 foram registrados 32 casos de incêndios em unidades hospitalares no Brasil, mas a matéria chama atenção para o fato de existir uma grande subnotificação de casos desses acidentes no país, informação que é corroborada pela ANVISA (2014, p.9), em seu Manual de Segurança Contra Incêndio em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde: [...] pode-se considerar que os incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde no Brasil podem representar 3.200 ocorrências ao ano, ou cerca de 270 incêndios ao mês. Ainda sobre os dados oficiais da SENASP citados anteriormente, acredita-se que deva ser considerado um número relevante de subnotificações, ou “princípios” de incêndio que não foram formalmente comunicados às autoridades responsáveis e, assim, não foram contabilizados nos dados apresentados, quer por terem sido debelados por brigadistas ou por terem se auto extinguido sem maiores consequências civis ou patrimoniais. De fato, incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde acontecem com bastante periodicidade, independente das proporções, causas e consequências, ainda que não ganhem repercussão na mídia. (ANVISA, 2014). Levando em consideração as características desses estabelecimentos, principalmente as dificuldades de possíveis evacuações de pacientes que, na maioria dos casos, estão debilitados e sem condições de se locomover por meios próprios, tornam-se necessárias medidas extremamente eficazes de prevenção e combate de possíveis focos de incêndio no intuito de minimizar, ao máximo, os riscos e a necessidade de retirada de pessoas. Isso só se torna possível com treinamentos constantes de todos os colaboradores, não somente das equipes de brigadistas. Uma das principais providências que a Comissão Interna de Biossegurança pode tomar, para que qualquer acidente seja controlado, é alertar todos os trabalhadores sobre as devidas precauções quando http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/hipertexto.html ocorrer algum distúrbio ou tumulto, causados por incidentes, como por exemplo vazamentos de gás, fumaça, fogo e vazamento de água. O primeiro passo é detalhar em procedimentos operacionais padrões que deverão ser distribuídos para todos os trabalhadores, contendo informações sobre todas as precauções necessárias, como: os cuidados preventivos; a conscientização sobre o planejamento de como atuar na hora do abandono do local de trabalho; a indicação de medidas práticas sobre o combate e a retirada. (FIOCRUZ, 1995). 3 SISTEMA BÁSICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS 3.1 ACESSO DE VIATURAS AO ESTABELECIMENTO Logo na definição do projeto, é recomendável que seja assegurado o livre acesso de viaturas de emergência ao EAS e a todas as suas edificações, considerando as necessidades de utilização tanto em situação normal como também em situação de emergência. (ANVISA, 2014). Recomenda-se que todo Estabelecimento Assistencial de Saúde tenha pelo menos uma de suas fachadas com acesso direto, livre e desimpedido reservado aos veículos de resgate do Corpo de Bombeiros, através de uma faixa de estacionamento dedicada, localizada a menos de 8,00 m da projeção da edificação. Essa faixa de estacionamento, paralela a uma fachada acessível, deve ser alcançada preferencialmente através da via pública ou ainda através de pelo menos uma via de acesso de emergência. (ANVISA, 2014). Figura 1 - Vias de acesso: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/fogo.html Fonte: Instrução Técnica nº 06/2011 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Se o acesso de emergência for provido de portão, esse deve possuir passagem livre com largura mínima de 4,00 m e altura mínima de 4,50 m. (ANVISA, 2014). Figura 2 – Acesso por Portão: Fonte: Instrução Técnica nº 06/2011 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. No caso do município do EAS ser atendido por Corpo de Bombeiros Militar, sugere-se que seja realizada consulta formal quanto à possibilidade do abrandamento dos requisitos mínimos de altura, largura e peso definidos nessa seção em razão das viaturas efetivamente disponíveis para atendimento do EAS. Na ausência de Corpo de Bombeiros Militar, recomenda-se que sejam seguidos os parâmetros mínimos aqui estabelecidos. Os registros externos de recalque do sistema de chuveiros automáticos e do recalque do sistema de combate por hidrantes devem ser preferencialmente disponibilizados junto à “faixa de estacionamento” mais favorável. Objetivando facilitar os serviços de coordenação numa situação de sinistro, recomenda-se que a sala (central) de segurança ou a sala da brigada de incêndio do Estabelecimento Assistencial de Saúde seja localizada o mais próxima possível da “faixa de estacionamento” mais favorável. (ANVISA, 2014). 3.2 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA É recomendável que todo Estabelecimento Assistencial de Saúde possua um sistema de sinalização de emergência adequado. Deve-se levar em consideração, que grande parte dos usuários dos EAS não se encontra familiarizada com o estabelecimento, com seus equipamentos de segurança e com suas saídas. A sinalização de emergência numa edificação tem múltipla finalidade. Inicialmente visa reduzir a probabilidade de ocorrência de um “princípio” de incêndio, alertando para os diversos riscos existentes, prezando para que sejam adotadas ações adequadas específicas para cada risco verificado, contribuindo de forma eficaz com as ações de prevenção. A sinalização de emergência tem também por finalidade orientar as ações de combate, facilitando a localização de equipamentos específicos para tal e, por fim, tem por finalidade principal a função de orientar o acesso às rotas de fuga e saídas de emergência para abandono seguro da edificação em caso de sinistro. A sinalização desegurança contra incêndio e pânico faz uso de símbolos, mensagens e cores objetivamente definidos conforme constante na Parte 2 da ABNT NBR 13.434 e, assim, não variam em razão da localidade da edificação e não devem ser alterados, permitindo que os usuários possam facilmente reconhecê-los e interpretá-los corretamente. (ANVISA, 2014). Figura 3 – Sinalização de Emergência Fonte: Everlux & Masterlux Indústria de Sinalização Ltda. 3.3 INSTRUÇÕES EM CASOS DE EMERGÊNCIAS De acordo com Simiano e Baumel (2013), siga os seguintes passos: ● Mantenha a calma! ● Ligue para o Corpo de Bombeiros, telefone 193. ● Acione o botão de alarme mais próximo de você. ● Use extintores para apagar o fogo. ● Se não conseguir combater o incêndio, providencie a retirada de todas as pessoas do local e tente isolar os materiais combustíveis. ● Desligue o quadro de luz. ● Existindo muita fumaça no ambiente ou no local atingido, use um pano molhado como máscara (fronhas, pedaço de lençol, camiseta, etc.), cobrindo o nariz e a boca. ● Para se proteger do calor emitido pelo fogo, sempre que possível, mantenha molhadas as roupas, cabelos, sapatos ou botas. REFERÊNCIAS CRUCIAL, Valor. Noções básicas de combate a incêndio. 2020. Disponível em: https://valorcrucial.com.br/prevencao-e-combate-a-incendios/#:~:text=A%20preven%C3%A7%C3 %A3o%20de%20inc%C3%AAndios%20envolve,treinamento%20de%20pessoas%20no%20uso. Acesso em: 17 jul. 2020. G1 RIO DE JANEIRO (Rio de Janeiro). Incêndio no Hospital Badim: vítimas morreram por asfixia e desligamento de aparelhos. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/09/13/oito-corpos-sao-retirados-do-predio-incend iado-do-hospital-badim-no-rio-numero-de-mortos-vai-a-nove.ghtml. Acesso em: 17 jul. 2020. BUSINESS, Saúde. 32 casos de incêndios hospitalares são registrados em 2019 e apenas 10% são noticiados. 2020. Disponível em: https://saudebusiness.com/gestao/32-casos-de-incendios-hospitalares-sao-registrados-em-2019-e-ape nas-10-sao-noticiados/. Acesso em: 17 jul. 2020. ANVISA. Segurança contra Incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. 2014. 141p. Redação: Marcos Linkowski Kahn. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271892/Manual+Seguran%C3%A7a+contra+Inc%C3 %AAndio+em+Estabelecimentos+Assistenciais+de+Sa%C3%BAde/b3d5c2ff-ffaa-4da3-a9e5-5cc9 568ff8aa. Acesso em: 17 jul. 2020. FIOCRUZ. Prevenção de Incêndio. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/prevencao_de_incendio.html. Acesso em: 18 jul. 2020. SIMIANO, Lucas Frates; BAUMEL, Luiz Fernando Silva. Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio. 2013. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/marco2015/cursobrigada/modulo6_combatei ncendios.pdf. Acesso em: 18 jul. 2020.
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