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ESTÉTICA INTEGRADA E HUMANIZADA Aline Andressa Matiello Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as normas pertinentes ao funcionamento de serviços de estética. Identificar os principais pontos a respeito da estrutura física funcional, de produtos e de equipamentos para atender à legislação vigente. Avaliar a atuação do profissional da estética dentro dos preceitos de bioética e biossegurança. Introdução A profissão de esteticista foi reconhecida no ano de 2012, por meio da de Lei nacional nº. 12.592, que reconheceu os profissionais de beleza e regulamentou a profissão de cabeleireiro, barbeiro, manicure, pedicure, depilador, maquiador e esteticista (BRASIL, 2012). Após o reconhecimento da profissão de esteticista, esses profissionais passaram a obedecer às normas sanitárias vigentes no País e regula- mentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e do consumo de produtos e serviços nesta área. Esse controle ocorre por meio da vigilância sanitária e abrange as normas relativas aos ambientes, processos e tecnologias utilizadas em todo o País. A Anvisa é uma agência vinculada ao Ministério da Saúde e foi criada pela Lei nº. 9.782, de 26 de janeiro de 1999 (ANVISA, 2019). É extremamente importante que os profissionais da área da estética conheçam todas as normas estabelecidas pela Anvisa, uma vez que elas regulamentam aspectos da prática do profissional de estética, além de que visam garantir a segurança do paciente e do profissional. Neste capítulo, você conhecerá as principais normas que regulamen- tam os serviços de estética no Brasil, desde os aspectos físicos necessários para o funcionamento desses serviços, até o uso de produtos e equipa- mentos. Além disso, reconhecerá os principais aspectos relacionados à bioética e à biossegurança, os quais os profissionais de estética devem respeitar. Normas relacionadas ao funcionamento de serviços de estética Há uma crescente demanda por serviços e produtos estéticos que atendam às necessidades da população e promovam melhoria na qualidade de vida. Em contrapartida ao aumento da demanda por esses serviços, há também um aumento crescente das possibilidades de problemas e danos que estes podem causar à saúde humana, principalmente quando são praticados por profi s- sionais não capacitados ou negligentes. Diante dessa problemática, todos os estabelecimentos que prestam serviços relacionados à área da estética devem seguir regras e critérios que garantam um serviço prestado com segurança e qualidade, atendendo às necessidades da população (BALDIGEN, 2012). No Brasil, é atribuição do Poder Público, por meio das três esferas do go- verno — federal, estadual e municipal —, a tarefa de regulamentar, fiscalizar e controlar as ações e os serviços de saúde, incluindo, nesses serviços, a atividade estética. Para tanto, na esfera federal, o órgão responsável por regulamentar os serviços de saúde é a Anvisa. Trata-se de uma agência regulamentadora que possui atuação ampla, em diversas áreas, relacionadas direta ou indiretamente à saúde da população. São exemplos da atuação da Anvisa: área de produtos e serviços de saúde; área da beleza, limpeza e higiene, incluindo a forma de produção, armazenamento, o transporte e a utilização de produtos pelo cliente, como cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal, produtos ou equipamentos utilizados na atenção à saúde; e também na área de lazer, incluindo espaços em que se exercem atividades que interferem na saúde das pessoas, como institutos de beleza (ANVISA, 2019). Dessa maneira, pode-se dizer que a Anvisa busca regulamentar produtos e serviços relacionados, de maneira direta ou indireta, com a saúde da população, de modo a permitir um amplo exercício das funções na estética, mas garantindo, primeiramente, a segurança da saúde da população. Nesse contexto, vale ressaltar que a mesma lei que instituiu a criação da Anvisa (Lei nº. 9.782/99) também criou o Sistema Nacional de Vigilância Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética2 Sanitária (SNVS). Esse sistema é integrado pelas três esferas do governo, que atuam conjuntamente para garantir os objetivos da Anvisa. Integram o SNVS na esfera federal, a Anvisa, na esfera estadual, os órgãos de Vigilância Sanitária das Secretarias de Estado de Saúde, e, na esfera municipal, os serviços prestados pela Vigilância Sanitária das Secretarias Municipais de Saúde (MARINHOS; COVEN, 2015). Na Figura 1, a seguir, é possível entender essa organização. Figura 1. Organização da Anvisa. Fonte: Adaptada de Marinhos e Coven (2015). Anvisa (Vinculada ao Ministério da Saúde) Esfera Federal Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) Esfera Estadual Secretarias Estaduais de Saúde (Vigilância Sanitária Estadual) Secretarias Municipais de Saúde (Vigilância Sanitária Municipal) Esfera Municipal Mesmo que a coordenação do SNVS seja exercida pela Anvisa, ela se dá a partir de um processo de negociação entre os integrantes desse sistema, ou seja, não há uma relação de subordinação entre os entes federais, estaduais e municipais, mas sim o compartilhamento de competências entre eles. Além disso, compete às três esferas que compõem o SNVS a elaboração de normas que regulamentem o funcionamento dos estabelecimentos que desenvolvem processos e serviços à população, dentro da sua área de abrangência (BRASIL, 2011). Nesse sentido, os estabelecimentos que prestam serviços na área estética devem submeter-se ao controle da Anvisa, por meio da fiscalização pela vi- gilância sanitária. Essa necessidade se dá porque, se houvesse liberdade total no exercício dessa atividade, quando praticada por profissionais negligentes e não capacitados, poderia vir a causar prejuízos à saúde dos indivíduos que utilizam os serviços. Por isso, esses estabelecimentos devem seguir regras de higiene e critérios de procedimentos que garantam um serviço prestado de acordo a legislação vigente no País. 3Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Para isso, a Anvisa elaborou um manual de recomendações técnicas sobre normas de funcionamento para os serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica, que, neste caso, destina-se a estabelecimentos que realizam atividades de cabeleireiro, barbearia, depilação (com exceção da depilação a laser), manicure e pedicure, podologia, estética facial, estética corporal, massagem relaxante, banho de ofurô, drenagem linfática, massagem estética e outras atividades similares. Essas recomendações têm por objetivo estabelecer o padrão mínimo de funcionamento para os serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica (ANVISA, 2009). Entre as normas estabelecidas pela Anvisa, todo estabelecimento que preste serviços de estética deve possuir, obrigatoriamente, um responsável legal. Esta pessoa responderá por todos os atos praticados, por ela ou por seus funcionários, no interior de seu estabelecimento, administrativa e legalmente. Nesse sentido, vale ressaltar que, quando o estabelecimento de estética é classificado como uma clínica, há necessidade de o responsável legal pelo estabelecimento ser médico, ao passo que, para estabelecimentos de estética enquadrados como centros de estética, há necessidade de um responsável legal, mas não neces- sariamente um médico (BALDIGEN, 2012). Os estabelecimentos que prestam serviços na área da estética, sem presença de direção médica, devem se limitar aos serviços compatíveis com sua finalidade, sendo proibida aos que neles trabalham a prática de intervenções médicas, como cirurgia plástica, por mais rudimentares que sejam (SANTOS, [2012?]). Sobre a prescrição e a adminis- tração de produtos por profissionais da área deestética e embelezamento, é proibida a realização de prescrição ou a administração de medicamentos, seja através de via tópica, oral, injetável ou outra (ANVISA, 2009). Para que estabelecimentos de estética possam funcionar regularmente, necessitam, ainda, de modo obrigatório, possuir alvará sanitário, também chamado de licença sanitária, que se trata de um documento de licenciamento expedido pelo órgão sanitário competente, seja na esfera estadual, municipal ou do distrito federal, que libera o funcionamento do estabelecimento que exerce as atividades sob o regime de vigilância sanitária. Normas relacionadas a estrutura física funcional, produtos e equipamentos nos centros de estética A Anvisa (2009) estabelece alguns critérios relacionados à estrutura física e funcional dos serviços de estética, sendo que todos os estabelecimentos pres- Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética4 tadores de serviços estão sujeitos às normas gerais e específi cas relacionadas às edifi cações, tanto na esfera municipal, como estadual ou federal. Essas edifi cações devem seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que regulamentam aspectos relacionados a engenharia e arquitetura, com a adoção de procedimentos que garantam a segurança tanto do trabalhador como do paciente. Além de seguirem as normas propostas pela ABNT, esses espaços devem seguir código, leis e normas municipais vigentes, de acordo com a região (BRASIL, 1994a). Quanto às recomendações da Anvisa (2009) e da ABNT sobre a estrutura física dos estabelecimentos que prestam serviços estéticos, cita-se principal- mente que esses locais não podem ser utilizados para outras finalidades, assim como todas as instalações locais, incluindo instalações de água, telefonia, energia elétrica, esgoto, proteção e combate a incêndio, e outras instalações necessárias, deverão obrigatoriamente atender às exigências dos códigos de obras e posturas locais existentes, bem como deverão atender às normas téc- nicas pertinentes a cada uma das instalações. Quanto às instalações elétricas, recomenda-se que estas deverão possuir fiação toda embutida, além de que há necessidade de tomadas com indicação de voltagem e quadro de força, que deve ser devidamente identificado, com acesso totalmente desobstruído (ANVISA, 2009). As instalações de estabelecimentos de estética devem contar com proteção contra incêndios, uma vez que, por contarem com equipamentos elétricos e, em muitos casos, em grande quantidade, os riscos de incêndio elétrico, choques, queimaduras e explosões aumentam. Sobrecarga nas instalações elétricas ou falta de manutenção preventiva também aumentam os riscos. Além disso, os incêndios, quando ocorrem nesses espaços, costumam ser iniciados por falta de cuidados ou por práticas de trabalho incorretas (IFOULD; FORSYTHE- -CONROY; WHITTAKER, 2015). No que se refere à arquitetura, os estabelecimentos de estética devem possuir identificação visível na área externa, além de entrada com acesso fácil, com portas de acesso com, no mínimo, 0,80 m de vão livre, além de adequações aos portadores de necessidades especiais, garantindo livre acesso a todas as pessoas. Todas as áreas do estabelecimento, seja de uso profissional ou de pacientes, devem possuir paredes e teto revestidos ou pintados com material liso, resis- tente e impermeável, bem como piso de material antiderrapante, resistente, impermeável e de fácil higienização. Além disso, é indicado que todos os ralos instalados nos estabelecimentos sejam de fecho hídrico e que possuam tampa. Assim como devem dispor de paredes e pisos que facilitem a limpeza, os es- 5Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética tabelecimentos devem dispor também de equipamentos e mobiliário (cadeira, armário, macas, colchões) revestidos de materiais resistentes, impermeáveis e de fácil limpeza. Quanto à higienização de paredes e pisos, recomenda- -se que esta seja realizada regularmente, para que não haja contaminação e proliferação de microrganismos. Indica-se, neste caso, para a higienização de pisos e paredes, o uso de hipoclorito de sódio a 1% de concentração, e, para higienização de bancadas, macas e mobílias, é indicado o uso de álcool 70% (GARCIA; MOSER; BETTEGA, 2007). Sugere-se que a limpeza das paredes e janelas dos estabelecimentos de estética sejam feitas semanalmente, ao passo que outras tarefas de higienização devem ser feitas diariamente. Ifould, Forsythe-Conroy e Whittaker (2015) citam a importância também da sinalização adequada dentro dos estabelecimentos estéticos, indicando, além da finalidade de cada espaço, os perigos que podem ser encontrados. Ao sinalizar adequadamente os perigos, a prevenção ocorre de forma mais efetiva, reduzindo, assim, os riscos. A Figura 2, a seguir, mostra exemplos de sinalizações que podem auxiliar na prevenção de acidentes dentro de estabelecimentos de estética. Figura 2. Sinalização adequada em centros de estética. Fonte: Ifould, Forsythe-Conroy e Whittaker (2015, p. 50). Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética6 Os estabelecimentos deverão, ainda, possuir equipamentos de proteção contra incêndio, de acordo com as orientações atuais, mantidos sempre den- tro do prazo de validade. Sinalização de saídas de emergência e alarme de incêndio também são importantes na prevenção de acidentes e são exigidos pela fiscalização (ANVISA, 2009). Para garantir que os estabelecimentos que prestam serviços de estética tenham condições básicas que proporcionem prevenção e proteção contra incêndios, a Anvisa solicita que haja um comprovante ou alvará de prevenção e proteção contra incêndios nesses espaços, emitido pelos órgãos competentes (SANTOS, [2012?]). Instalações físicas destinadas ao público geral A Anvisa recomenda que as instalações destinadas ao público, como salas de recepção ou salas de espera, devem ser de livre acesso às pessoas e devem garantir conforto ao usuário, por isso, é necessário condições de ventilação e iluminação mínimas. A iluminação e a ventilação podem ser naturais ou artifi ciais, de acordo com a disponibilidade, de forma a proporcionar, além de conforto, condições de segurança. Além disso, nestes espaços destinados ao público, deve ser disponibilizada uma área com água potável e copos (descartáveis), bem como lixo com saco plástico para descarte dos copos. Ifould, Forsythe-Conroy e Whittaker (2015) citam que as salas de recepção podem contar com bebidas e alimentos, e, nesses casos, deve haver um con- trole mais rigoroso das medidas de higiene do local. Na presença de bebidas e alimentos, estes devem ser preparados em um espaço adequado, longe de produtos químicos ou cosméticos. Entre as instalações destinadas ao público, encontram-se ainda as insta- lações sanitárias. Estas deverão, obrigatoriamente, ser separadas por gênero. O piso deve ser de material liso, resistente, antiderrapante e de fácil higieni- zação, assim como as paredes também devem ser de material liso, resistente, impermeável e de fácil higienização. Devem possuir pias de lavatório, suporte para toalha descartáveis (papel) e sabão líquido. O vaso sanitário deve possuir tampa, e é necessário, ainda, um recipiente coletor de lixo com saco plástico, tampa e com acionamento por pedal, evitando o contato das mãos com o coletor (ANVISA, 2009). 7Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Instalações destinadas ao atendimento do paciente As salas destinadas à realização de procedimentos estéticos ou de embeleza- mento devem possuir uma área mínima de 10 m2, com largura mínima de 2,50 m. Contudo, as salas de atendimento sofrem mudanças consideráveis conforme o serviço que é desempenhado naquele espaço e conforme o serviço que prestam. Visando a garantir a privacidade do cliente durante os procedimentos estéticos, o estabelecimento deve disponibilizar salas ou boxes individuais (ANVISA, 2009). Essas salas devem ser bemventiladas, e os aparelhos de ar- -condicionado são uma maneira efi ciente de garantir um ar limpo, assim como janelas abertas também auxiliam na eliminação de odores fortes que possam ocorrer em virtude do uso de produtos químicos e cosméticos. A iluminação das salas de atendimento é primordial, sendo necessária a conferência e a troca de lâmpadas regularmente, para garantir uma iluminação apropriada. Além disso, pode-se instalar interruptores de alterações de intensidade de iluminação, para que o profi ssional possa alterar a intensidade da luz de acordo com o tratamento realizado. Quanto à temperatura adequada para esses locais, indica-se que a temperatura mínima seja de 16°C. No entanto, uma temperatura média entre 20 e 23°C é indicado para salas de atendimento, uma vez que, em muitos tratamentos, os pacientes necessitam permanecer com quantidade de roupas reduzidas. Essas salas devem contar também com carrinhos e superfícies de trabalho, para organizar os equipamentos e produtos a serem utilizados nos tratamentos. Estes devem ser higienizados antes e após cada tratamento, evitando, além do aspecto visual desagradável, a disseminação de microrganismos. Para superfícies sujas, faça o uso de detergente e álcool 70%, e para limpeza de equipamentos elétricos utilizados no tratamento, faça o uso de um pano úmido (IFOULD; FORSYTHE-CONROY; WHITTAKER, 2015). Nos estabelecimentos onde é exercida a atividade de podologia, o ambiente deverá ter área mínima total de 10 m2, com largura mínima de 2,5 m2 e área mínima de 5 m2 para cada cadeira adicional. Os compartimentos de atendimento deverão ser separados por divisórias de, no mínimo, 2 m de altura. Para estabelecimentos que possuem serviços de cabeleireiro, deverá haver obrigatoriamente a presença de, no mínimo, um lavatório de cabelos, que disponibilize água corrente e mecanismo de temperatura ajustável (ANVISA, 2009). Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética8 Área destinada aos funcionários As instalações sanitárias destinadas aos profi ssionais e funcionários do estabe- lecimento também deverão ser separadas por gênero, assim como as instalações destinadas aos pacientes, e devem ser providas da mesma estrutura e, ainda, oferecerem armário destinado ao armazenamento de pertences individuais. Além disso, deve ser disponibilizado ao profi ssional um local adequado para a realização de refeições. Este local não poderá ter comunicação direta com os locais de trabalho, instalações sanitárias ou locais insalubres, e deve possuir, no mínimo, piso revestido com material resistente, liso e impermeável, pia com bancada, armário para armazenamento de alimentos e utensílios, geladeira utilizada exclusivamente para armazenamento dos alimentos e equipamento para aquecimento. Em espaços onde for necessário o preparo de alimentos, o estabelecimento fi ca obrigado a instalar cozinha, de acordo com a legislação local específi ca (ANVISA, 2009). Área destinada a processamento, armazenamento e limpeza de materiais Nesses espaços, serão armazenados e manuseados os materiais utilizados comumente em estabelecimentos de estética. Esse local deverá possuir uma pia com bancada destinada à limpeza de materiais ou para o preparo, a desin- fecção ou a esterilização dos materiais. Em estabelecimentos em que não for possível essa área destinada ao processamento de materiais exclusivamente, essa atividade poderá ser realizada em uma área menor dentro da sala de procedimentos, desde que haja uma separação entre elas. Estabelecimentos que façam uso de materiais esterilizados devem disponibilizar uma área exclusiva para armazenar esses materiais, com armário fechado, higienizado e sem umidade. É necessário, ainda, que o local possua um depósito de ma- terial de limpeza, onde seja possível a higienização de materiais e utensílios. Nesse espaço, deve haver um tanque com profundidade mínima superior a 35 cm. Para estabelecimentos que necessitem realizar a higienização de roupas, deverá ser disponibilizada uma área exclusiva para lavanderia, com máquina de lavar roupa (ANVISA, 2009). 9Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética A Anvisa proíbe a lavagem de roupas utilizadas por pacientes, incluindo vestimentas, lençóis e toalhas em estabelecimentos estéticos de forma manual. Apenas a lavagem mecânica é indicada dentro dos estabelecimentos. Esgotamento sanitário, abastecimento de água e destinação de resíduos de saúde É obrigatório que todo o esgoto sanitário seja destinado à rede coletora de esgotos, sendo absolutamente proibido a eliminação no sistema de coleta de águas pluviais. É de responsabilidade do estabelecimento realizar a manutenção periódica de caixas de gordura também, evitando, assim, maiores problemas (ANVISA, 2009). Os cuidados no manejo e na eliminação de resíduos provenientes das ativida- des desempenhadas em estabelecimentos de estética também é regulamentada pela Anvisa, pela ABNT, pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente e pelas legislações municipais e estaduais e possuem importância relevante no que diz respeito aos estabelecimentos de estética. São chamados de resíduos de serviços de saúde todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo, em alguns casos, cuidados ou tratamentos prévios e diferenciados do lixo comum (FERREIRA et al., 2014). A destinação de resíduos produzidos no estabelecimento deverá ser feita por meio do acondicionamento em sacos plásticos, devidamente identificados com simbologia de substância infectante quando se tratar de lixo contaminado, ou sacos sem simbologia, para lixo comum. Quando for feita a utilização de mate- riais perfurantes ou cortantes, estes devem ser descartados em recipiente rígido, vedado e com a identificação de produto infectante. Posterior à colocação em sacos de lixo identificados, os resíduos sólidos deverão ser acondicionados em recipientes coletores de material liso, resistente e sem arestas, além de possuírem tampa. É de responsabilidade do estabelecimento acondicionar adequadamente os resíduos sólidos após embalados, em local apropriado, sendo proibido o acúmulo, em locais impróprios, de detritos que possibilitem a proliferação de vetores. Viana et al. (2013) explicam a classificação desses resíduos, classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E, de acordo com as características e os riscos ao meio ambiente e à saúde que representam. O Quadro 1 mostra resumida- mente essas informações. Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética10 Fonte: Adaptado de Viana et al. (2013). Classificação Simbologia Características A Refere-se a resíduos infectantes, com rótulos de fundo branco e desenho e contornos na cor preta. Resíduos com sangue são exemplos. B Refere-se a risco associado, com discriminação de substância química e frase de risco. São resíduos com capacidade de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade, como resíduos químicos, restos de produtos químicos utilizados em tratamentos. C REJEITO RADIOATIVO Refere-se à presença de radiação ionizante nos resíduos, e sempre é apresentada com fundo em cor amarelo, contornos pretos e descrição de rejeito radioativo. D Refere-se a material reciclável. E RESÍDUO PERFUROCORTANTE Refere-se à substância infectante, acrescida do risco de presença de objetos perfurantes e/ou cortantes (por isso, adiciona-se o termo “perfurocortante” à simbologia). Materiais como: lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, espátulas e outros similares. Quadro 1. Classificação, simbologia e características dos resíduos 11Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Na área da estética, os grupos B e E são os que se apresentam com maior importância, pois são os mais utilizados, apresentando riscos de contaminação em sua manipulação (FERREIRA et al.,2014). Para aprofundar o assunto acerca do gerenciamento dos resíduos nos estabelecimentos de estética, você pode fazer a leitura da RDC da Anvisa nº. 306, de 2004, e da resolução 358, de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que dispõem sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde (FERREIRA et al., 2014). Para o fornecimento de água no estabelecimento de estética, é obrigatória a presença de um reservatório de água potável, com capacidade suficiente de acordo com a necessidade do local, que deverá ser limpo com regularidade, sendo que essa limpeza deve ser registrada em um formulário específico, con- tendo data, método de lavagem utilizado, produtos de higienização utilizados e informações, confirmado pela assinatura do responsável pela limpeza. Para evitar a proliferação de vetores, os estabelecimentos deverão instituir rotinas de desinsetização e desratização, conforme orientações da vigilância sanitária local e ter registros desse processo. Os estabelecimentos que prestam serviços na área da estética devem possuir registros atualizados acerca de manutenções preventivas e certificados de desinsetização, desratização e limpeza da caixa d’água, assim como certificado de limpeza/manutenção do aparelho de ar-condicionado, pois normalmente são documentos solicitados pela vigilância sanitária em fiscalizações regulares (SANTOS, [2012?]). Ifould, Forsythe-Conroy e Whittaker (2015) citam que é de suma impor- tância que todas as normas da Anvisa sejam seguidas, uma vez que, ao não as atender, aumenta-se a chance de perigos. São exemplos de perigos presentes em serviços de saúde onde as normas da Anvisa não são respeitadas: equi- pamento elétrico defeituoso, líquidos derramados no chão, produtos tóxicos mal armazenados, iluminação deficiente, uso errado de produtos químicos, piso irregular, mobílias não adaptadas, instalações sanitárias não bem higie- nizadas, entre outros. Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética12 Normas relacionadas a equipamentos, instrumentos e produtos em centros de estética Além da estrutura físico-funcional dos estabelecimentos de estética, a Anvisa ainda regulamenta a gestão de produtos e equipamentos destinados aos trata- mentos nesses espaços. Sobre os equipamentos utilizados em um estabeleci- mento de estética, estes devem estar sempre devidamente limpos e em ótimas condições de funcionamento. É de responsabilidade do estabelecimento realizar a manutenção preventiva e corretiva, quando necessária, desses equipamentos, mantendo um registro das manutenções (ANVISA, 2009). Além disso, os equipamentos e máquinas presentes em centros de estética devem ser regulamentos pela Norma Regulamentadora (NR) 12, que esta- belece que todas as máquinas e equipamentos devem ser de fornecedores confiáveis e possuir o selo de certificação emitido pelo Inmetro, que indica a conformidade com o padrão exigido no Brasil, além de garantir a segurança e a confiabilidade. Ifould, Forsythe-Conroy e Whittaker (2015) comentam, ainda, sobre a importância do profissional seguir a NR 10, que estabelece medidas de segurança em instalações e serviços em eletricidade, em que se indica que todos os equipamentos sejam vistoriados por um eletricista a cada 5 anos, no mínimo, e em intervalos menores quando o uso do equipamento for feito com mais regularidade. Após a vistoria, deve-se colocar uma etiqueta no equipamento com a data da vistoria e o responsável por ela. A vigilância sanitária solicita, ainda, que seja emitido um comprovante da manutenção preventiva dos equipamentos, assim como nota fiscal e número de registro na Anvisa (SANTOS, [2012?]). Para garantir a segurança no uso de equipamentos e maquinas elétricas, alguns cuidados são de responsabilidade do profissional: o equipamento não deve ser utilizado perto de locais onde há risco de escoamento de líquidos; os cabos, fios, tomadas e plugues devem estar intactos, sem fios expostos; deve-se evitar o uso de adaptadores em tomadas, devendo ter uma tomada para cada equipamento; os aparelhos devem estar desligados quando não estão em uso, bem como os fios jamais devem estar espalhados pelo chão, pelo risco de acidentes. Os instrumentos utilizados em procedimentos estéticos deverão ser inicial- mente higienizados e descontaminados e, depois, desinfectados ou esterilizados de acordo com o tipo de instrumento (PEREIRA et al., 2012). O processo pelo qual os instrumentos utilizados na área da estética passam por limpeza, descontaminação, desinfecção e esterilização é denominado pela Anvisa processamento de materiais, e é uma etapa de fundamental importância no controle de riscos dentro de um serviço de estética (BRASIL, 1994b). 13Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Para todos esses itens, é necessária uma limpeza prévia, que pode ser me- cânica, por meio do uso de lavadoras ou manual. Na modalidade manual, o procedimento consiste em fazer a lavagem do material por meio de fricção, em que se pode fazer o uso de escova macia com cerdas de nylon (PEREIRA et al., 2012). Pode-se, ainda, empregar, nesta fase de lavagem, o uso de esponjas ou panos. Posterior à limpeza, é necessário fazer a descontaminação dos equi- pamentos, que pode ser feita por: fricção auxiliada por esponja, pano, escova, etc., desde que associados com produto para essa finalidade, ou alguns produtos que possibilitam a imersão completa do equipamento em solução desinfetante acompanhada ou não de fricção com escova/esponja; pode-se utilizar pressão de jatos d’água com temperatura entre 60 e 90°C, durante 15 minutos; imersão do equipamento na água em ebulição por 30 minutos; ou, ainda, realizar a auto- clavagem prévia do equipamento ainda contaminado, sem o ciclo de secagem. A escolha do método de descontaminação deve ser pautada na natureza do artigo em processamento e na disponibilidade de serviços no estabelecimento (BRA- SIL, 1994b). Após a lavagem, deve se proceder o enxágue em água corrente e a secagem, com uso de pano limpo e seco ou toalhas descartáveis. Para realizar a higiene dos instrumentos, o profissional deve estar sempre utilizando luvas. Vale ressaltar que instrumentos utilizados e que tenham tido contato com sangue ou secreções devem ser descartados ou esterilizados. Quando esterili- zados, devem passar, primeiramente, por processo de desinfecção, que é capaz de eliminar a maior parte dos microrganismos patogênicos, e, posteriormente, ser esterilizados em autoclaves ou estufas. Esses equipamentos podem ser esterilizados pelo calor seco (estufa) ou pelo vapor de água sob pressão (au- toclave), que são os dois processos físicos de esterilização (PEREIRA et al., 2012). Posterior à esterilização, estes devem ser acondicionados em embalagem específica e conter informações relativas à data da esterilização. A Anvisa, por meio da vigilância sanitária, solicita que haja um controle e registro organizado do processo de esterilização, que deve constar em um documento de boas práticas, o qual deve ser de conhecimento de todos os profis- sionais do estabelecimento (SANTOS, [2012?]). As vestimentas e roupas de cama e banho destinadas aos atendimentos devem ser de uso individual, e, quando limpas, devem estar guardadas em sacos plásticos ou recipientes fechados. Quando sujas, estas devem ser armazenadas em um recipiente identificado, de plástico e com tampa. Os materiais utilizados em tratamentos capilares, como pentes e escovas, por entrarem em contato com o couro cabeludo, devem ser higienizados a cada cliente. A limpeza deve ser específica para estes materiais, realizando a imersão desses pentes e escovas em uma solução de água e sabão em pó por 30 minutos, após o uso em cada cliente. Após a lavagem do material, Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética14 deve-se efetuar um cuidadoso enxágue, para remover completamente os resíduos de sabão, e proceder com a secagem manual (PEREIRA etal., 2012). Nos serviços de barbearia, as lâminas utilizadas são de uso único e não po- dem ser reprocessadas, e devem ser descartadas como material perfurocortante. Serviços de manicure e pedicure devem utilizar materiais de proteção descartáveis para bacias e macas, bem como o uso de lixas para unhas, lixa para pés, espátulas, esponjas e palitos são de uso único e devem ser descartadas após o uso. Os produtos para a saúde, tanto os que estão em uso nos protocolos de tratamentos estéticos como os armazenados no estabelecimento, devem obrigatoriamente atender o preconizado na legislação sanitária específica sobre registro no órgão competente do Ministério da Saúde, neste caso, a Anvisa (PEREIRA et al., 2012). Devem, ainda, estar obrigatoriamente dentro do prazo de validade (ANVISA, 2009). Assim como os equipamentos utilizados em estética, os produtos utilizados em estética que pertencem à categoria dos cosméticos também são regula- mentados pela Anvisa. Todos os rótulos dos produtos utilizados ou a serem utilizados no estabelecimento devem conter obrigatoriamente informações, como: nome do produto, marca, lote, prazo de validade, conteúdo, país de origem, nome do fabricante, composição, finalidade e número do registro na Anvisa. O número de registro na Anvisa aparece no rótulo, logo abaixo do registro de responsabilidade técnica, e é visualizado como: Reg. MS nº: x.xxxx.xxxx.xxx-x. Produtos não cosméticos, mas destinados a cuidados com a saúde, como os destinados a tratamentos estéticos, também devem possuir registro na Anvisa. Exemplos desses produtos são os equipamentos utilizados para eletroterapia e equipamentos utilizados para tratamentos como o microagulhamento (roller e dermapen). O registro desses produtos pode ser consultado no link a seguir. https://qrgo.page.link/mjCtz Acerca do uso de produtos químicos, deve-se ter um cuidado especial no manuseio, na armazenagem e no descarte desses produtos, em virtude do risco de lesões. O Quadro 2, a seguir, apresenta um resumo dos principais produtos químicos utilizados em centros de estética e traz informações relativas a perigos, manuseio, armazenamento, descarte e cuidados no uso. 15Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Fo nt e: A da pt ad o de If ou ld , F or sy th e- Co nr oy e W hi tt ak er (2 01 5) . P ro d u to e e sp ec if ic aç õ es P er ig o à s aú d e U so /m an u se io A rm az en am en to D es ca rt e (A er os só is) S pr ay p ar a ca b el o, sp ra y se ca nt e pa ra u nh as , p ro du to s de li m p ez a de s up er fíc ie . In fla m áv ei s. N ão fu m ar . M an te r lo ng e do s ol ho s. U til iz ar e m á re as b em v en til ad as . Lo ca l s ec o e fr es co . Ev ita r a lu z so la r e o ca lo r e xc es si vo . N ão p er fu ra r o u qu ei m ar o re ci pi en te (e xp lo si vo ). (C au st ic o) R em ov ed or d e cu tíc ul as . Su bs tâ nc ia s qu e p od em qu ei m ar a p el e. M an te r l on ge d os ol ho s. N ão u til iz ar em p el es s en sí ve is . Lo ca l s ec o e fr es co . U sa r l uv as . Q ua nd o ho uv er de rr am am en to , p as sa r pa no ú m id o e se ca r b em . (In fla m áv ei s) A ce to na , a ds tr in ge nt e, p er fu m es , e qu ip am en to s de li m p ez a, re m ov ed or d e es m al te , d ilu en te s de es m al te s, ág ua d e ro sa s, so lv en te s, ál co ol . Va p or es in fla m áv ei s. N ão fu m ar . I de nt ifi ca r co rr et am en te . F ac ili ta r a b oa v en til aç ão . D ife re nc ia r i nf la m áv ei s de n ão in fla m áv ei s. A rm az en ar e m lo ca l fr es co . M an te r l ac ra do . Co ns ul ta r ó rg ão s an itá rio pa ra d es ca rt e de gr an de q ua nt id ad e. (S en si bi liz an te s) P ó ac ríl ic o pa ra u nh as , pe el in gs q uí m ic os , e qu ip am en to s de li m p ez a, so lu çã o de g lu ta ra ld eí do , c ol or aç ão p ar a cí lio s, co la p ar a un ha s, re m ov ed or d e un ha s, ba se p ar a un ha s e ge l d e re si na . Po de m c au sa r re aç õe s al ér gi ca s. U til iz ar lu va s de sc ar tá ve is . Lo ca l s ec o e fr es co . U sa r m ét od o de d es ca rt e co m um , e , p ar a de sc ar te s em g ra nd e qu an tid ad e, co nt at ar o ó rg ão s an itá rio . (C la re ad or es d e p el o) P er óx id o de hi dr og ên io . T od os o s cl ar ea do re s de p el os . Po de m c au sa r irr ita çã o. U sa r l uv as . E vi ta r in al aç ão . Lo ca l s ec o e fr es co . N ão in ci ne ra r, de sc ar ta r o p ó p el o ra lo . (P ós fi no s) P ó ac ríl ic o pa ra u nh as , cl ar ea do re s, p ós b ro nz ea do re s, p ó fa ci al . A in al aç ão p od e ca us ar ir rit aç ão . Ev ita r a in al aç ão us an do m ás ca ra s. Re ci pi en te fe ch ad o. Lo ca l s ec o e fr es co . Tr at ar c om o lix o do m és tic o. Q u ad ro 2 . P ro du to s qu ím ic os e m c en tr os d e es té tic a Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética16 Vale ressaltar que o uso de algumas substâncias é proibido pela Anvisa. Um dos produtos proibidos nos estabelecimentos de estética é o uso do formol como alisante capilar, sendo seu uso vetado pela Anvisa. De acordo com a regulamentação, o uso do formol só é permitido pela Anvisa em cosméticos desempenhando apenas funções de conservação, num limite máximo permitido de 0,2%, sendo que, nessa concentração, não tem função de alisante capilar. Dessa maneira, é possível encontrar produtos registrados pela Anvisa que apresentam o formol em sua composição, entretanto, apenas nas concentrações da substância dentro dos limites previstos nas legislações. O uso do formol está associado a perigos à saúde, tanto para o profissio- nal que aplica o produto como para o paciente, uma vez que os riscos estão relacionados à inalação dos gases emitidos e o contato da substância com a pele. O formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de modo que a exposição prolongada está relacionada ao desenvol- vimento de doenças. Por isso, qualquer produto alisante capilar que tenha concentração maior que a permitida de formol, está absolutamente proibido nos estabelecimentos de estética (BALDIGEN, 2012). A proibição de produtos capilares com formol em sua compo- sição é vetada em virtude dos riscos inerentes ao seu uso. O link ou código a seguir traz uma reportagem sobre os perigos do formol. https://qrgo.page.link/VVktj Para produtos que necessitem ser mantidos refrigerados, estes devem ser armazenados em geladeira exclusiva para essa finalidade, com rigoroso con- trole e registro de temperatura. Esses produtos jamais devem ser guardados nos refrigeradores destinados ao armazenamento de alimentos, em virtude do risco de contaminação. Quando do uso de produtos químicos, se estes necessitarem ser fracionados ou diluídos para o uso, deverão ser guardados em recipientes devidamente identificados, com presença de etiqueta que contenha dados, como: nome do produto, a composição química, a concentração encontrada, data de envase, 17Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética validade, número do lote e nome do responsável pelo fracionamento ou diluição (ANVISA, 2009). O fracionamento de produtos em centros de estética pode ser visto no uso de ceras para depilação. Estas devem ser obrigatoriamente fracionadas em porções menores e suficientes para uso individual, sendo proibida a reutilizaçãode sobras. A Anvisa solicita que, para garantir que essas medidas relacionadas a cuidados com a estrutura física e funcional de materiais, equipamentos, pro- dutos, processamento de materiais e biossegurança sejam de conhecimento dos profissionais, deve-se elaborar um manual de boas práticas para cada estabelecimento, em que estejam descritos os cuidados orientados pela Anvisa (SANTOS, [2012?]). Atuação do profissional de estética nos preceitos de bioética e biossegurança O termo bioética trata, de forma geral, dos aspectos e dos problemas éticos relacionados às ciências biomédicas. Essa área está ganhando cada vez mais espaço, considerando-se que o desenvolvimento tecnológico na área biomédica e a procura crescente por tratamentos que melhorem as condições estéticas resultaram numa mudança relacionada às maneiras de agir e decidir em relação ao tratamento, envolvendo tanto o profi ssional como o paciente. A bioética se pauta em quatro deveres fundamentais: beneficência, não maleficência, justiça e respeito à autonomia. Todos esses deveres devem ser respeitados por todos os profissionais da área da estética. Esses princípios de bioética são fundamentais na prática do profissional de estética, que lida diariamente com pacientes que têm buscado cada vez mais procedimentos para melhorar padrões, e, em muitos casos, não há indicações para esses tratamentos, fazendo muitos pacientes serem submetidos a tratamentos com riscos associados, para tratar problemas também muitas vezes sem signifi- cância. Nesse momento, cabe ao profissional assumir uma postura eticamente correta, respeitando a autonomia do paciente e seu valores, mas, sobretudo, Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética18 levando em consideração as indicações, os riscos e os benefícios da aplicação de tratamentos, respeitando os princípios da bioética, objetivando o bem-estar do paciente, com o mínimo de riscos e o máximo de benefícios (WEBER, 2011). Entre os deveres da bioética, o dever do respeito à autonomia é a base de um documento bastante utilizado na área da estética, chamado de termo de consentimento informado. Esse termo assemelha-se a um contrato entre o profissional e o paciente, onde são descritas as informações acerca do trata- mento, os cuidados necessários por parte do paciente e do profissional, bem como os riscos envolvidos. Após o preenchimento desse termo, ele é lido e assinado por ambas as partes (SMALL; HOANG; LINDER, 2014). O termo de consentimento, além de ser um aspecto legal da relação entre profissionais da área da estética e pacientes, é uma atitude eticamente correta. Outro fator importante relacionado à bioética é a ética no sigilo profissional. Durante a avaliação, realizada previamente à realização do tratamento, o profissional de estética questiona o paciente, buscando inúmeras informações que possam, de alguma forma, interferir no tratamento. Entre as informações coletadas, destacam-se perguntas acerca de doenças, história de problemas de saúde, uso de medicações, hábitos de vida, entre outros. Essas informações compartilhadas pelo paciente deverão ser utilizadas apenas para o fim que foram reveladas, e devem ser mantidas em sigilo absoluto pelo profissional. No Brasil, o sigilo é garantido por lei. Sobre a biossegurança aplicada aos estabelecimentos de estética, vale lembrar que os profissionais de estética, durante sua prática diária, estão expostos a diferentes riscos. A redução desses riscos pode ser conseguida por meio do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e dos equipa- mentos de proteção coletiva (EPCs), além dos cuidados citados anteriormente, relacionados ao manuseio de equipamentos, produtos e resíduos. Quando são tomadas medidas de precaução que reduzam ou eliminem esses riscos, tem-se uma maior proteção da saúde humana (DIAS; SILVA, 2018). Nessa perspectiva, a biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessário para a manipulação de agentes e materiais biológicos, capaz de prevenir, reduzir, controlar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal, bem como o meio ambiente. 19Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Para ampliar os estudos acerca de biossegurança, você pode fazer a leitura da Lei nº. 11.105, de 24 de março de 2005, que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança (BRASIL, 2005). Em geral, a biossegurança atua com o propósito principal de reduzir riscos inerentes à atuação dos profissionais. O risco do surgimento de agravos à saúde nos estabelecimentos de estética é, em geral, variado e cumulativo, em sua maioria, tanto para os profissionais como para os pacientes. Por isso, é essencial que todos os profissionais tenham acesso as informações e adotem o conceito de biossegurança, a fim de se obter um ambiente de trabalho livre de riscos para o profissional e para o paciente (PEREIRA et al., 2012). Mas, em geral, o que são os riscos nos quais a biossegurança atua? Segundo Pires (2019), os riscos são definidos como a exposição a perigos que existem em um ambiente. Nesse caso, o termo perigo refere-se a toda fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos, doenças ou lesões. Um exemplo da relação entre esses termos é exemplificado na Figura 3, a seguir. O perigo, nesse caso, refere-se a um agente biológico, o vírus da hepatite C, que repre- senta uma fonte potencial de doença, ao passo que o risco biológico se refere à possibilidade de acidente com uma agulha contaminada com esse vírus. Figura 3. Definições de perigo e riscos em centros de estética. Fonte: Kateryna Kon/Shutterstock; sarocha wangdee/Shutterstock.com; texto adaptado de Pires (2019). Perigo: toda fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos em termos de lesão ou doença. Risco: associado à exposição ao perigo. Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética20 Vieira e Andrade (2017) classificam os riscos em: riscos de acidentes, riscos ergonômicos, riscos biológicos, riscos químicos e riscos físicos. Quanto aos riscos ergonômicos, cita-se, como exemplo: as posturas inadequadas, que podem desencadear o surgimento de problemas de coluna, assim como o ritmo de trabalho e a realização de movimentos repetitivos. Os riscos biológicos referem-se à exposição a microrganismos que podem se tronar patogênicos. Já os riscos químicos estão relacionados à exposição a substâncias toxicas, como tinturas e substância químicas. Os riscos biológicos e químicos se referem aos mais comuns em estabelecimentos de estética. Além destes, ainda há os riscos relacionados à ocorrência de acidentes e riscos físicos, como acidentes com objetivos cortantes. Os riscos biológicos são de grande relevância na área da estética, e os cuidados com a segurança do profissional e o paciente vêm chamando cada vez mais a atenção, uma vez que os profissionais lidam com contato direto com o paciente e estão sujeitos a contato com diferentes microrganismos, que podem se tornar agentes infecciosos, como vírus, bactérias, fungos, proto- zoários, etc. O ambiente e as atividades realizadas nos estabelecimentos de estética são propícios para a transmissão de microrganismos, tanto por contato direto quanto indireto, e esse risco é aumentado quando há precariedade de infraestrutura e despreparo técnico. Em geral, a transmissão de infecções em estabelecimentos de estética está relacionada à execução inadequada das práticas e rotinas de trabalho, principalmente nos procedimentos de higienização, desinfecção e eliminação dos resíduos. Nessas situações, aumenta-se os riscos biológicos relacionados ao contato com material contaminado por microrganismos, como secreções, sangue, pele não íntegra, ou, ainda, com pelos, unhas, cutículas, etc. Quanto aos riscos aos pacientes nos estabelecimentos de estética, o mais preocupante é a possibilidade de se contrair doenças infecciosas, como, porexemplo, Aids, hepatites B e C. Além dessas doenças infecciosas, existe ainda o risco de se adquirir dermatoses ocupacionais, como, por exemplo, dermatites de contato, que podem surgir em virtude do manuseio inadequado de produtos químicos comumente utilizados. Além disso, o surgimento de abscessos purulentos e as doenças fúngicas causadas por acidentes com ma- teriais perfurocortantes contaminados, como alicates de cutículas, navalhas, lâminas de barbear, entre outros, quando esterilizados de forma inapropriada, também são comuns nesses estabelecimentos. 21Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética Você sabia que, quando algum acidente ocorre dentro de um estabelecimento de estética, este deve ser notificado? Todo acidente deve ser registrado em um documento, chamado de livro de acidentes, onde constam informações sobre o nome da pessoa lesada, data do acidente e descrição do acidente e dos primeiros socorros, além de ser comunicado ao responsável pelo estabelecimento. Nos casos de acidentes sérios e que envolvam algum incidente, como doenças, deve-se preencher um formulário, chamado de Formulário de Comunicação de Acidente de Trabalho, que deverá ser enviado, posteriormente, à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) (IFOULD; FORSYTHE-CONROY; WHITTAKER, 2015). Em geral, a biossegurança atua principalmente sobre os riscos biológicos, e riscos existentes em estabelecimentos de estética são reduzidos à medida que há bons conhecimentos acerca dos cuidados por parte dos profissionais, boa gestão dos resíduos gerados pelos estabelecimentos, de modo a descartá- -los corretamente, bem como uma infraestrutura adequada, que possibilite a redução dos riscos (RAMOS, 2009). Por isso, além de o profissional seguir as orientações acerca da estrutura físico-funcional e normas relacionadas a produtos, máquinas e equipamentos, é necessário que ele siga as normas estabelecidas de biossegurança. Dentre elas, citam-se as normas descritas também nas diretrizes estabelecidas pela NR 06, que se referem ao uso de EPIs e EPCs. Quanto ao uso de EPIs, é necessário que o profissional faça uso de roupas e equipamentos de forma adequada, visando à segurança e à proteção dele e de seu paciente. Dentre as vestimentas, destaca-se a importância do jaleco, que deve ser trocado diariamente e utilizado apenas no ambiente da estética, para evitar sujidades do meio externo. Além dos jalecos, na área da estética, indica-se o uso de luvas e máscaras descartáveis (IFOULD; FORSYTHE-CONROY; WHITTAKER, 2015). Os EPIs devem estar sempre armazenados em locais acessíveis e devem estar presentes em quantidade suficiente para sua imediata substituição, segundo as exigências do procedimento ou em caso de contaminação ou dano. Um exemplo prático de como as medidas de biossegurança adotadas pe- los profissionais, como o uso de EPIs, podem atuar diretamente na redução de riscos é destacada a seguir. Profissionais de estética possuem riscos de contaminação biológica ao cuidarem de pacientes contaminados por algum patógeno, como vírus ou bactéria, por terem contato com pele e secreções Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética22 durante tratamentos estéticos. Nesse caso, para diminuir os riscos de exposição ocupacional aos fluidos orgânicos potencialmente contaminados, o profissional deve fazer o uso de EPIs, como luvas e jaleco, por exemplo, reduzindo, assim, o risco de contaminação biológica. Quanto ao uso de EPCs, esses equipamentos, diferentes dos EPIs, que são de uso individual, são de uso coletivo e utilizados para proteção de segurança enquanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa ou atividade em um espaço (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS [Unicamp], 2019). Na área da estética, dentro de um estabelecimento, pode-se citar como EPC: esterilizador, estufas, autoclaves, torneiras com acionamento por pedal, extintor de incêndio, material para descarte e kit de primeiros socorros. Outra medida de biossegurança muito simples e que auxilia na redução de riscos é a lavagem adequada das mãos. Mãos bem higienizadas previnem uma infinidade de doenças que são causadas por infecções cruzadas, cuja transmissão de agentes infecciosos ocorre através das mãos (VIEIRA; ANDRADE, 2017). É essencial que os profissionais que atuam na área da estética entendam seu papel na manutenção da saúde e na segurança no local de trabalho. Para isso, além dos estabelecimentos de estética cumprirem as regulamentações da Anvisa sobre estrutura física, funcionamento, produtos e equipamentos, os profissionais também devem cumprir algumas medidas, fazendo os pro- cedimentos realizados terem a máxima segurança, tanto para o profissional quanto para o paciente (IFOULD; FORSYTHE-CONROY; WHITTAKER, 2015). Por isso, cabe ao profissional de estética seguir rigorosamente as normas estabelecidas pela legislação vigente sobre os riscos e cuidados nos estabele- cimentos de estética, bem como usar equipamentos de proteção e segurança. Lembre-se de que não é exclusividade das agências regulamentadoras, como a Anvisa, a responsabilidade pela biossegurança, e sim de grande parte dos profissionais que atuam em estabelecimentos estéticos. Profissionais que adotam hábitos de trabalho biosseguros durante a prática profissional atuam conjuntamente para promover a redução de riscos e a segurança e a saúde da população. 23Normas da Anvisa para funcionamento de serviços de estética AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA — ANVISA. Institucional. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/institucional. Acesso em: 25 jun. 2019. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA — ANVISA. Referência técnica para o fun- cionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica. Brasília: ANVISA, 2009. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33856/2054354/ Refer%C3%AAncia+t%C3%A9cnica+para+o+funcionamento+dos+servi%C3%A7os+ de+est%C3%A9tica+e+embelezamento+sem+responsabilidade+m%C3%A9dica/ e37a023b-91c0-4f07-993a-393d041156ab. Acesso em: 25 jun. 2019. BALDIGEN, S. A. O poder normativo do estado regulador e a vigilância sanitária na área estética. 2012. 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