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08 - Dos Atos Administrativos

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DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Professora Joana Alves
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Conceito
	
	“Ato administrativo é ato jurídico, por meio do qual o agente publico, no desempenho de uma determinada função administrativa, exterioriza, com observância das normas legais, sob certa forma e com autoridade, o querer do Estado, consistente em, juridicamente, criar, reconhecer, enunciar, modificar e extinguir vantagens ou impor sanções.” (Dirley da Cunha) 
	
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IMPORTANTE 
	
	
	Embora os atos administrativos sejam atos típicos do Poder Executivo no exercício de suas funções próprias, não se deve esquecer que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo também praticam atos administrativos, relacionados principalmente ao exercício de suas atividades internas. Ex.: contratação de seu pessoal, aquisição de material, realização de obras, etc. 
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Elementos do ato Administrativo
Sujeito (Competência) 
Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo.
Sujeito é aquele a quem a lei atribui competência para a pratica do ato.
Regras aplicáveis a competência 
a) decorre sempre de lei
	b) é inderrogável
	c) pode ser objeto de delegação ou de avocação
	
	Lei 9.784/99:
	
	“Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.”
Exceção a delegação: atos normativos, decisões de recursos e aqueles de competência exclusiva (art. 13 da Lei 9.784/99).
 Em caso de omissão da lei, cabe ao Chefe do Executivo. 
 
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 Forma 
 sentido restrito: exteriorização do ato
 sentido amplo: também as formalidades 
 A lei 9.784/99 – adota o informalismo do ato.
“Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.”
 Regra: a forma escrita
 Excepcionalmente: Atos orais, gestos, placas, cartazes, semáforo. 
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Objeto (Conteúdo)
 efeito jurídico imediato que o ato produz
 o que o ato enuncia, prescreve, dispõe.
 deve ser lícito, certo (definido), possível e moral. 
 Motivo 
 pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo
A ausência dos motivos ou a indicação de motivo falso invalidam o ato.
O motivo antecede a prática do ato
Motivo e Motivação
Teoria dos Motivos Determinantes
Finalidade
 Resultado específico que o ato deve produzir.
 Sentidos diversos: 
 Sentido amplo – “finalidade”: interesse público.
 Sentido restrito – “fim” : resultado específico de cada ato.
Desvio de poder – ilegalidade do ato
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Ex1: em um ato de remoção de oficio de um servidor, por necessidade de serviço:
 	Motivo - necessidade de serviço;
	Objeto – a remoção
	Finalidade – melhoria da prestação do serviço para atender ao interesse público.
	Ex.2: Dissolução de uma passeata tulmutuosa
	Motivo: Tumulto 
	Objeto: dissolução da passeata
	Finalidade: Proteção da ordem publica
	Ex3: Interdição de uma fabrica poluidora
	Motivo: Poluição causada pela fabrica
	Objeto: fechamento ou interdição da empresa
	Finalidade: Proteção da salubridade pública.
	 
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Atributos ou características 
Presunção de legitimidade e veracidade 
Presunção relativa 
 Imperatividade 
Consiste no fato de que os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.
Existe apenas nos atos que impõem obrigações.
Poder extroverso
Coercibilidade – exige o cumprimento da conduta imposta. 
Uso da força
Sanção 
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Atributos
Auto-Executoriedade 
Consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial. 
Caberá desde que seja prevista em lei e se trate de medida urgente. 
São os chamados meios direitos de coerção administrativa.
Há atos que são exigíveis, mas não são executáveis diretamente pela Administração.
 Não exclui a apreciação do Judiciário.
Tipicidade 
Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato previamente definido em lei. 
Decorrência da legalidade.
 
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CLASSIICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
ATOS VINCULADOS E ATOS DISCRICIONARIOS 
 ATOS VINCULADOS: são os que a Administração pratica sem margem alguma de liberdade de ação, pois a lei previamente determinou o único comportamento possível a ser obrigatoriamente adotado sempre que se configure a situação objetiva descrita na lei.
 ATOS DISCRICIONÁRIOS: são aqueles que a Administração pode praticar com uma certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e sua conveniência administrativa. 
Obs.: a doutrina também considera a existência de atos discricionários quando a lei usa conceitos jurídicos indeterminados na descrição do motivo que enseja a pratica do ato.
 Discricionariedade implica liberdade de atuação nos limites traçados pela lei.
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ATOS SIMPLES, COMPLEXOS OU COMPOSTOS 
 simples: decorre da declaração de vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado. Ex.: Ato de exoneração de um servidor ocupante de cargo em comissão (ato singular); um acórdão administrativo do conselho administrativo de recursos fiscais, órgão colegiado do Ministério da Fazenda (ato colegiado). 
 complexos: é o que necessita para sua formação, da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridades. Ex.: concessão de determinados regimes especiais de tributação que dependem de aprovação cumulativa do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior, do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ministério da Fazenda. 
compostos: é aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas sua edição ou produção de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove. Assim existe uma vontade principal, que é expressa por um órgão, sendo que para ela ter eficácia depende da vontade acessória externada por outro órgão. O ato será composto sempre que a sua eficácia somente puder ser obtida pela ratificação ordenada por outro órgão ou agente que não aquele que emitiu inicialmente a vontade do Estado. Ex.: O ato de nomeação do Procurador Geral da República, precedida de aprovação pelo Senado. 
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ATOS GERAIS OU INDIVIDUAIS 
 gerais: atingem todas as pessoas que se encontram na mesma situação. 
individuais: tem por destinatário pessoas certas e determinadas, produz efeitos jurídicos no caso concreto. 
ATOS INTERNOS OU EXTERNOS 
Internos: os que produzem efeitos internos a pessoa ou órgão que o pratique.
Externos: aqueles que produziram efeitos externos, que atingem os administrados em geral. São também considerados externos os atos que embora não destinados aos administrados, devem produzir efeitos fora da repartição que os editou ou onerem o patrimônio público. 
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ATOS PERFEITOS, IMPERFEITOS, PENDENTES E CONSUMADOS
 perfeito - é aquele que se encontra em condições de produzir efeitos jurídicos, porque já completou todo o seu ciclo de formação.
 imperfeito - é o que não está apto a produzir efeitos porque não completou o seu ciclo de formação. Ex.: quando falta a publicação, a homologação, a aprovação, desde que estas etapas façam parte da sua formação.
 pendente - é o que está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos. Nesse caso já completou o seu ciclo de formação, mas ficam suspensos enquanto ocorra a condição ou termo.
 consumado - É o que já produziu todos os seus efeitos. Se tornando definitivo, por isso mesmo irretratável ou imodificável.
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Extinção ou desfazimento dos Atos Administrativos
Anulação: ocorre quando há vicio no ato relativo
a legalidade ou legitimidade (ofensa a lei ou ao direito como um todo).
 
 Revogação: é a retirada do mundo jurídico de um ato válido, mas que segundo critério discricionário da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente. 
 Cassação: é a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos. 
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ATOS NULOS X ATOS ANULÁVEIS 
Ato nulo: significa um ato que possui vicio grave/insanável quanto aos elementos de validade. Tem que ser desfeito (anulado)
Ato anulável: significa um ato que possui vicio leve/sanável quanto aos elementos de validade. Pode ser desfeito ou pode ser confirmado. 
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DEFEITOS INSANÁVEIS 
 Quanto ao objeto, ao motivo, a finalidade – sempre. Quando a competência – se esta for indelegável. Quanto a forma se está for essencial. 
DEFEITOS SANÁVEIS 
Quanto a competência, desde que não se trate de competência exclusiva; Quanto a forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial à validade do ato.
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Convalidação 
 Regra geral os atos praticados com inobservância de qualquer dos elementos ou requisitos de validade implica considerar o ato nulo. 
Em algumas hipóteses os vícios de legalidade dão origem a atos meramente anuláveis. 
Convalidar uma ato é corrigi-lo, regularizá-lo, desde a origem, de modo que os efeitos já produzidos possam ser considerados válidos, e ainda que este ato possa ser considerado no mundo jurídico como um ato válido.
Ver art. 55 da lei 9784/99 – convalidação por decurso do prazo 
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ANULAÇÃO 
Os efeitos da anulação retroagem ao momento da pratica do ato (efeito ex tunc);
Devem ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé; 
A anulação pode ser feita pela Administração de oficio ou por provocação ou pelo Poder Judiciário, por provocação. 
Prazo: 5 anos (art. 54, lei 9784/99).
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REVOGAÇÃO
Tem fundamento no poder discricionário;
Somente produz efeitos prospectivos, para frente (ex nunc);
Ato privativo da Administração Pública que praticou o ato administrativo; 
Limites da revogação:
 Há atos administrativos que não podem ser revogados, quais sejam:
	a) O ato já exaurido;
	b) O ato que gera direito adquirido;
	c) O ato vinculado, uma vez que este ato está calcado na lei, não havendo liberdade da Administração Pública;
	d) Não pode ser revogado ato meramente enunciativo, como, por exemplo, as certidões, os atestados.
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Outras formas de extinção 
Extinção natural: desfazimento do ato pelo mero cumprimento dos seus efeitos. Ex.: uma permissão de uso concedida por dois anos, serão extinta, naturalmente, no termo final desse prazo. 
Extinção subjetiva: ocorre quando há o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato. Ex.: uma autorização para o porte de arma para particular extingue-se com seu falecimento. 
Extinção objetiva: quando desaparece o próprio objeto do ato praticado. Ex.: O ato de interdição de um estabelecimento é desfeito se este vem a ser extinto pela Empresa a que ele fazia parte. 
Caducidade: acontece quando uma nova legislação impede a permanência de situação anteriormente consentida pelo Poder Publico. Ex.: uma permissão de uso de bem público, se supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior de desfaz. 
Contraposição: ocorre quando um ato , emitido com fundamento em uma determinada competência , extingue outro anterior, editado com base em competência diversa, ocorrendo a extinção porque os efeitos daquele são opostos ao s deste. Ex.: O ato de exoneração desfaz os efeitos do ato de nomeação. 
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