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RESUMO – TECIDO CARTILAGINOSO |LUÍS EDUARDO A. C. VASCONCELOS TECIDO CARTILAGINOSO DEFINIÇÃO E CARATERÍSTICAS GERAIS É um tipo de tecido conjuntivo especializado e com MEC abundante em fibras que conferem resistência e elasticidade. Sem vasos sanguíneos e linfáticos Não é inervado (exceto nas articulações) A nutrição ocorre por difusão através da matriz a partir dos capilares do pericôndrio adjacente, com exceção das articulações que são nutridas pelo líquido sinovial. FUNÇÕES É um tecido com rápido crescimento e ótima resistência (mas não tanta quanto o ósseo) e seu crescimento ocorre do período fetal ate 21-22 anos. No desenvolvimento fetal serve como molde para a formação de boa parte do esqueleto (ossificação endocondral). Participa do crescimento dos ossos longos No adulto está presente em articulações no pavilhão auricular e nas vias aéreas. COMPOSIÇÃO Matriz extracelular – Composta por glicosaminoglicanos, proteoglicanos e acido hialurônico + fibras colágenas e elásticas Condroblasto – Células cartilaginosas primordiais (mais ativas metabolicamente da linhagem) Condrócito – Célula cartilaginosa madura (-50% da atividade metabólica do condroblasto) Lacuna – Cavidades na MEC nas quais ficam os condrócitos (tem composição diferente da MEC) *Condroblasto – Camada de tecido conjuntivo, vascularizada e rica em colágeno I que envolve as cartilagens e realiza o suporte na nutrição, manutenção, crescimento e regeneração (fonte de novos condrócitos) do tecido cartilaginoso. Divide- se em duas camadas: uma fibrosa externa e uma interna de células que secretam MEC na cartilagem). TIPOS DE CARTILAGEM Características gerais Tipo de cartilagem Características Pericôndrio Hialina Colágeno II, Condrócitos agrupados Sim Elástica Colágeno II, fibras elásticas Sim Fibrosa Colágeno I, condrócitos em fileiras com tec. conjuntivo denso modelado ou cartilagem hialina Não CARTILAGEM HIALINA Mais comum entre os tipos Abundante de colágeno do tipo II Tem aspecto branco-azulado quando fresca Esse tipo que é responsável pelo molde da ossificação endocondral embrionária. Além de compor o disco epifisário dos ossos longos Está nas cartilagens costais, esqueleto nasal, superfícies articulares, traqueia, brônquios RESUMO – TECIDO CARTILAGINOSO |LUÍS EDUARDO A. C. VASCONCELOS Histogênese (origem histológica) Células mesenquimais indiferenciadas - I ⇀ Condroblasto - II ⇀ Condrócito (quando já agrupados nas lacunas) - III As células mesenquimais, por ativação genética, perdem seus de diversos prolongamentos e assume um aspecto globoso, além de sofrerem modificações internas que as transformam nos condroblastos. A atividade metabólica do condroblasto é significativa, eles começam a produzir e secretar a matriz extracelular cartilaginosa ao seu entorno. Simultaneamente são formadas lacunas ao redor deles e quando os condroblastos se encontram dentro das lacunas e em grupos, no caso da cartilagem hialina, estes são denominados condrócitos. Já o pericôndrio tem sua origem da diferenciação das células mesenquimais periféricas a cartilagem que se transformam em fibroblastos, produzindo essa membrana. Células mesenquimais Condroblastos Condrócitos RESUMO – TECIDO CARTILAGINOSO |LUÍS EDUARDO A. C. VASCONCELOS CARTILAGEM ELÁSTICA Amarelada e opaca quando fresca Presença de muitas fibras elásticas entrelaçadas, diferentemente da cartilagem hialina, o que confere maior flexibilidade e elasticidade. Condrócitos maiores e em maior quantidade. MEC mais escassa e com colágeno do tipo II. Presente na laringe, na orelha externa, no conduto auditivo externo e na tuba auditiva (trompa de Eustáquio). CARTILAGEM FIBROSA/FIBROCARTILAGEM Transição entre tecido conjuntivo denso e cartilagem hialina Pouca MEC e poucos feixes de colágeno (tipo I) Condrócitos alinhados em fileiras paralelas Presente nos discos intervertebrais, sínfise púbica, cartilagens articulares (ex.: meniscos) RESUMO – TECIDO CARTILAGINOSO |LUÍS EDUARDO A. C. VASCONCELOS Obs.: Esse tipo de cartilagem não tem pericôndrio, logo não tem capacidade regenerativa como as outras cartilagens. DEGENERAÇÃO E REGENERAÇÃO I. Degeneração Com a idade, ocorre acumulo de P e Ca nas cartilagens o que gera a calcificação da MEC. Ocorre hipertrofia dos condrócitos para compensar a insuficiência de MEC e, posteriormente, sua morte Isso gera redução da mobilidade articular e dores articulares II. Regeneração Não é tão eficiente, principalmente em lesões extensas, é muito melhor na infância do que na fase adulta. No caso de pequenas lesões, nas cartilagens com pericôndrio, essa estrutura promove a regeneração. Já em lesões extensas, há o preenchimento da lesão com tecido conjuntivo denso modelado, o que reduz causa prejuízos funcionais as cartilagens regeneradas. CRESCIMENTO DO TEC. CARTILAGINOSO I. Crescimento intersticial Divisão e multiplicação (mitose) dos condroblastos. Só ocorre na fase fetal. II. Crescimento aposicional Acontece na fase fetal, infância e puberdade. Os condroblastos presentes na camada condrogênica do periósteo (camada celular composta por condroblastos, fibroblastos e células mesenquimais) iniciam a produção de MEC e se diferenciam em condrócitos O TEMPO E A INTEGRIDADE DAS CARTILAGENS O avanço da idade promove alterações degenerativas nas cartilagens (geralmente por déficit nutricional). Essas alterações são seguidas de calcificação do tecido, o que compromete a nutrição dos condrócitos, promovendo a degeneração dessas células. (pode ocorrer substituição do tec. cartilaginoso por tecido ósseo) APLICADO A PRÁTICA • Hernia de disco intervertebral O disco intervertebral é uma estrutura de cartilagem do tipo fibrosa posicionado entre duas vertebras consecutivas. Como os feixes colágenos são menos densos na região posterior do anel fibroso do disco RESUMO – TECIDO CARTILAGINOSO |LUÍS EDUARDO A. C. VASCONCELOS intervertebral pode ocorrer achatamento nessa região. Quando o disco se desloca pode haver a compressão de nervos o que causa fortes dores, podendo se estender até a região lombar. A pratica de atividades de alto impacto, obesidade e fatores genéticos influenciam diretamente no acometimento por essa patologia Mais sobre: https://bvsms.saude.gov.br/hernia-de- disco/ • Transplante de cartilagem É um transplante altamente eficiente e com uma taxa de rejeição muito baixa. A baixa rejeição se deve a 3 fatores: Baixo metabolismo dos condrócitos (-50% em relação aos condorblastos), baixo poder antigênico das cartilagens (pouca resposta imunológica) e a dificuldade de passagem dos anticorpos pela matriz extracelular das cartilagens. Mais sobre: https://ijsp.com.br/transplante- cartilagem/ https://bvsms.saude.gov.br/hernia-de-disco/ https://bvsms.saude.gov.br/hernia-de-disco/ https://ijsp.com.br/transplante-cartilagem/ https://ijsp.com.br/transplante-cartilagem/
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