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AP3 LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO RESPONDIDA

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação Presencial 3 (APX3) – 2021.01
Disciplina: Língua Portuguesa na Educação 1
Coordenadora: Profa. Janaína Moreira Pacheco de Souza 
Aluno(a): 
Matrícula: 
Polo: 
ANTES DE RESPONDER AS QUESTÕES, OBSERVE AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:
· A prova contém três questões. Você precisará responder APENAS DUAS delas, pois cada uma vale 5,0 pontos no total. Uma questão, portanto, deverá ficar SEM RESPOSTA;
· É possível escolher as questões livremente, ou seja, não é obrigatória a seleção das duas proposições do mesmo texto de referência, por exemplo – as questões a serem respondidas são de sua responsabilidade e podem ser de maneira aleatória;
· Não se esqueça de escrever nitidamente, em sua folha de respostas, quais questões foram escolhidas/respondidas, de maneira que a equipe de LPE1 consiga identificar suas escolhas;
· Preste atenção ao que é solicitado no enunciado;
· Responda com calma e com atenção.
CRITÉRIOS OBSERVADOS PARA CORREÇÃO:
· Todas as questões devem estar respondidas à caneta azul ou preta, caso não responda no computador;
· Procure respeitar o limite de linhas colocado na prova; se precisar ultrapassar, trabalhe com o bom senso;
· Situações de zero:
· Provas com respostas discursivas iguais;
· Responder mais de duas questões;
· Desenvolvimento textual totalmente fora do tema proposto;
· Ausência de linha argumentativa própria: cópia do texto de outro autor;
· Texto com incoerência generalizada;
· Texto com estruturação caótica de períodos;
· Prova feita a lápis ou com letra ilegível.
Boa prova!
TEXTO 1: 
Língua brasileira
 "Outro dia encontrei um mandinho, um guri desses que andam pela rua sem carpim, de bragueta aberta, soltando pandorga. Eu vinha de bici, descendo a lomba pra ir na lancheria comprar umas bergamotas...".
Se você não é gaúcho, provavelmente não entendeu nada do que eu estava contando. No Rio Grande do Sul a gente chama tangerina de bergamota e carne moída de guisado. Bidê, que a maioria usa no banheiro é o nome que nós demos para a mesinha de cabeceira, que em alguns lugares chamam de criado mudo. E por aí vai. A privada nós chamamos de patente. Dizem que começou com a chegada dos primeiros vasos sanitários de louça, vindos da Inglaterra, que traziam impresso "Patent" número tal. E pegou. [...]
[...] O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de dialetos diferentes.
No Rio de Janeiro é “e aí merrmão! CB, sangue bom!” Até eu entender que merrmão era “meu irmão” levou um tempo. Para conseguir se comunicar, além de arranhar a garganta com o erre, você precisa aprender a chiar que nem chaleira velha: “vai rolá umasch paradasch ischperrtach”.
Na cidade de São Paulo eles botam um “i” a mais na frente do “n”: “ôrra meu! Tô por deintro, mas não to inteindeindo o que eu tô veindo”. E no interiorr falam em erre todo enrolado: “a Ferrrnanda marrrcô a porrrteira”. Dá um nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima.
Em Mins, quer dizer em Minas, eles engolem letras e falam Belzonte, Nossenhora, Doidemais da conta sô! Qualquer objeto é chamado de trem. Lembrei daquela história do mineirinho da plataforma da estação. Quando ouviu o apito, falou apontando as malas: “Muié, pega os trem que o bicho tá vindo”.
No Nordeste é tudo meu rei, bichinho, ó xente. Pai é painho, mãe é mainha, vó é voinha. E pra você conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar a primeira sílaba de qualquer palavra numa nota mais aguda que as seguintes. As frases são sempre em escala descendente, ao contrário do sotaque gaúcho.
Mas o lugar mais interessante de todos é Florianópolis, um paraíso sobre a terra [...]. Os nativos tradicionais, conhecidos como Menezinhos da Ilha, têm o linguajar mais simpático da nossa língua brasileira. Chamam lagartixa de crocodilinho de parede. Helicóptero é avião de rosca (que deve ser lido rôschca). Carne moída é boi ralado. Se você quiser um pastel de carne precisa pedir u, lope de prosa e a ficha de telefone é pastilha de prosa. Ovo eles chamam de semente de galinha e motel é lugar deinstantinho. [...]
RAMIL, Kledir. Tipo assim. Porto Alegre: RBS Publicações, 2003.
Questão 1: 
 (valor: 5,0)
“A caracterização de uma variante regional por meio de clichês e exageros costuma vir associada a um tipo de preconceito linguístico que costumamos reconhecer”. Com base nestaafirmação, disserte sobre o texto, correlacionando sua resposta com o estudo das variedades regionais e do preconceito linguístico. 
Quando Ramil narra sobre o guri que viu soltando pandorga enquanto ia comprar umas bergamotas, ou quando fala que demorou para entender o “merrmão” do carioca, ou onde cita o “orra meu” do paulistano e a “porrrteira” do paulista do interior, ou dos “trem de Mins”, de “mainha” e “painho” com a primeira sílaba cantada numa nota mais aguda que as demais no Nordeste e sobre o “boi ralado” e o “avião de rosca” de Florianópolis, o autor nos instiga a observar a variação línguística do nosso Brasil continental.
Como um povo falante arranja e desconcerta a língua de acordo com a sua necessidade de interação social e como os contextos histórico, geográfico e socioculturais nos quais estão inseridos são responsáveis por esses dialetos regionais.
Deixemos claro que nenhuma dessas formas e variações podem ser consideradas erros, pois se assim o fizéssemos, estaríamos cometendo uma forma de preconceito linguístico.
O autor se posicionou com relação à sua preferência à forma de falar dos nativos Menezinhos da Ilha de Florianópolis, mas em momento algum apontou como erradas as outras variações linguísticas regionais.
É importante termos em mente que o preconceito linguístico e o julgamento criam barreiras num processo educacional democrático e constrói muros que barram o enriquecimento de nosso patrimônio cultural.
Questão 2:
 (valor: 5,0)
 Leia atentamente os textos abaixo para responder à questão seguinte: 
 “Na escola, o aluno geralmente reescreve a informação obtida ou assimilada sem verdadeiramente dar o seu ponto de vista pessoal, o qual se enquadra no discurso erudito [...]. O contexto escolar às vezes esconde do aluno os aspectos mais comuns. Assim, a redação aparece como um exercício puramente escolar, dirigido ao mestre, o único representante dos objetivos da instituição (saber exprimir razoavelmente um pensamento, de acordo com o que se supõe serem os critérios da escola para obter boa nota, o que diminuirá os efeitos desagradáveis do fracasso escolar). Onde se percebe pois o fracasso, senão pelas notas obtidas com base nos trabalhos escritos?” 
 (Miniac, Cros e Ruiz, 1993, p.157, tradução livre)
“ [...] o desempenho linguístico na modalidade escrita revela um processo de desaparecimento da autoria à medida que a escolaridade avança.”
 (Geraldi, 1999, p.34)
O trechos acima apresentam uma reflexão sobre o ensino da escrita como forma de expressão na escola. Tendo por base tudo que você aprendeu e discutiu com seu(sua) mediador(a) sobre o assunto, apresente um pequeno texto autoral, de 10 a 15 linhas, que demonstre sua visão sobre a “função da escrita no processo de aprendizagem”. 
1. __________________________________________________________________
2. __________________________________________________________________
3. __________________________________________________________________
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7. __________________________________________________________________
8. __________________________________________________________________
9. __________________________________________________________________
10.__________________________________________________________________
11. __________________________________________________________________
12. __________________________________________________________________
13. __________________________________________________________________
14. __________________________________________________________________
15. __________________________________________________________________
Questão 3: 
 (valor: 5,0)
Leia o trecho de um poema do cordelista Patativa do Assaré em que o eu-lírico comenta sua experiência com dois livros didáticos do professor Felizberto de Carvalho.
	Poetas niversitário,
Poetas de Cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.
Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá
No verdô de minha idade,
	Só tive felicidade
De dá um um pequeno insaio 
In dois livro do iscritô,
O famoso professô
Filisberto de Carvaio.
Foi os livro de valô
Mais maiô que vi no mundo,
Apenas daquele autô
Li o premêro e o segundo;
Mas, porém, esta leitura,
Me tirô da treva escura,
Mostrando o caminho certo,
Bastante me protegeu;
Eu juro que Jesus deu 
Sarvação a Filisberto.
[...]
Fonte: https://contobrasileiro.com.br/tag/aos-poetas-classicos/ acesso em: 14/10/2020)
No Poema, o eu lírico pede licença para, “mesmo sem o português”, falar sobre sua experiência de poeta camponês. Comente essa afirmação do ponto de vista da variação linguística.
Patativa do Assaré, em seu eu lírico, versa sobre seu encanto e sobre o prazer de poder ter acesso à leitura de dois livros do professor Felizberto de Carvalho, que segundo o autor, o tirou da treva escura.
Mesmo com a sua variação linguística regional, contando sobre a sua vida dura e falta de acesso à educação formal, os livros de Felizberto trouxeram a ele a luz da línguagem culta e seus aprendizados, agregaram conhecimento e puderam mostrar como é linda a nossa língua e como, mesmo de formas diferentes, não existem barreiras quando o objetivo é adquirir conhecimento.
Segundo Biderman (1899) “a língua é responsável por tranmitir a herança cultural de um povo que carrega aspectos de vida, das crenças e valores de uma sociedade.”
O poema apresentado é uma obra que também tira o leitor da treva escura e mostra o quão rica e valiosa são as variações linguísticas do nosso país continente

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