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Caderno Processo Penal

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Gran Cursos
DIREITO PROCESSUAL PENAL
ISOLADA 2021.2
PROFS. NESTOR TÁVORA, GEILZA DINIZ E DANIELLE ROLIM
GRAN CURSOS

1 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
ÍNDICE
I - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
1. ATUALIZAÇÕES LEGAIS E JURISPRUDENCIAIS 10 
- 1.1 Presunção de inocência x presunção de não culpabilidade	 10 
- 1.2 Execução provisória da pena	 11 
- 1.3 Derrubada de vetos do Pacote Anticrime	 14 
2. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E FONTES DO PROCESSO PENAL 17 
- 2.1 Introdução	 17 
- 2.2 Disposições preliminares do CPP	 18 
- 2.3 Fontes do Direito Processual Penal	 18 
3. PRINCÍPIOS 19 
- 3.1 Introdução	 19 
- 3.2 Princípio da inércia	 20 
- 3.3 Princípio do devido processo legal	 20 
- 3.4 Princípio do contraditório	 21 
- 3.5 Princípio da ampla defesa	 22 
- 3.6 Princípio da presunção de inocência ou presunção da não culpabilidade	 24 
- 3.7 Princípio do devido processo legal	 27 
- 3.8 Princípio da publicidade	 28 
- 3.9 Princípio do duplo grau de jurisdição	 29 
- 3.10 Princípio do juiz natural	 29 
- 3.11 Princípio da vedação das provas ilícitas	 31 
- 3.12 Princípio da vedação da autoincriminação	 31 
- 3.13 Princípio da igualdade	 36 
- 3.14 Princípio da busca da verdade	 36 
- 3.15 Princípio da instrumentalidade processual penal	 37 
- 3.16 Princípio da instrumentalidade processual penal	 38 
- 3.17 Princípio da identidade física do juiz	 38 
- 3.18 Princípio da intranscedência	 38 
- 3.19 Princípio da vedação do bis in idem	 38 
4. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL 38 
- 4.1 Aplicação da lei processual penal no espaço	 38 
- 4.2 Aplicação da lei processual penal no tempo	 40 
- 4.3 Vigência, validade e revogação	 41 
5. SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 41 
- 5.1 Conceito	 41 
- 5.2 Sistema inquisitorial	 41 
- 5.3 Sistema acusatório puro	 42 
- 5.4 Sistema misto ou francês	 42 
II - SISTEMA DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR E INQUÉRITO POLICIAL 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 44 
- 1.1 Enquadramento da disciplina	 44 
2 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
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- 1.2 Filtro quanto ao Pacote Anticrime	 44 
- 1.3 Papel da polícia no Brasil (art. 144, CF e Lei 12.830/2013)	 45 
2. CONCEITO E FINALIDADE 46 
- 2.1 Natureza jurídica	 46 
3. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 46 
- 3.1 Procedimento inquisitivo	 46 
- 3.2 Procedimento discricionário	 48 
- 3.3 Procedimento sigiloso	 49 
- 3.4 Procedimento escrito	 50 
- 3.5 Procedimento temporário	 50 
- 3.6 Procedimento unidirecional	 50 
- 3.7 Procedimento indisponível	 50 
- 3.8 Procedimento dispensável	 51 
4. VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO 53 
- 4.1 Conceito	 53 
- 4.2 Elementos de investigação x elementos de prova	 53 
- 4.3 Elementos migratórios	 53 
5. VÍCIOS OU IRREGULARIDADES DO INQUÉRITO 54 
- 5.1 Conceito	 54 
- 5.2 Consequências	 54 
6. PRAZOS 55 
- 6.1 Prazo do delegado estadual	 55 
- 6.2 Prazo para o delegado federal	 55 
- 6.3 Tráfico de drogas	 55 
- 6.4 Crimes contra a economia popular	 55 
- 6.5 Esfera militar	 56 
- 6.6 Excesso	 56 
- 6.7 Compensação de prazos	 56 
- 6.8 Influência da prisão temporária	 56 
- 6.9 Forma de contagem	 56 
7. ATRIBUIÇÃO /“COMPETÊNCIA" 57 
- 7.1 Conceito	 57 
- 7.2 Critérios de definição da atribuição	 57 
8. INCOMUNICABILIDADE 58 
- 8.1 Conceito	 58 
- 8.2 Requisitos	 58 
- 8.3 Filtro constitucional	 58 
- 8.4 Legislação especial	 58 
9. INDICIAMENTO 58 
- 9.1 Conceito	 58 
- 9.2 Legitimidade	 59 
- 9.3 Momento	 59 
3 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- 9.4 Requisitos	 59 
- 9.5 Classificação	 59 
- 9.6 Afastamento do funcionário público	 59 
- 9.7 “Menor"	 60 
- 9.8 Limitações	 60 
- 9.9 Desindiciamento	 60 
10. PROCEDIMENTO 61 
- 10.1 Primeira etapa: início	 61 
- 10.2 Segunda etapa: evolução do Inquérito Policial	 63 
- 10.3 Terceira etapa: encerramento do inquérito	 64 
- 10.4 Desdobramento do procedimento	 64 
11. QUESTÕES COMPLEMENTARES 71 
- 11.1 Consequência do arquivamento	 71 
- 11.2 Definitividade do arquivamento	 72 
- 11.3 Papel da polícia	 73 
- 11.4 Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)	 73 
- 11.5 Arquivamento originário	 74 
- 11.6 Arquivamento implícito	 74 
- 11.7 Arquivamento indireto	 75 
- 11.8 Esfera federal	 75 
- 11.9 Questões remanescentes de jurisprudência	 75 
12. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 77 
- 12.1 Introdução	 77 
- 12.2 Natureza jurídica	 78 
- 12.3 Aplicação no tempo	 78 
- 12.4 Requisitos para o ANPP	 80 
- 12.5 Vedações ao ANPP	 84 
- 12.6 Condições para efetivação do ANPP	 86 
- 12.7 Homologação pelo juiz	 88 
- 12.8 Recusa da homologação	 89 
- 12.9 Consequências do ANPP	 90 
III- AÇÃO PENAL 
1. CONCEITO 92 
2. MODALIDADES DE AÇÃO PENAL (CLASSIFICAÇÃO) 92 
3. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PÚBLICA 92 
- 3.1 Conceito	 92 
- 3.2 Princípios	 93 
- 3.3 Modalidades (classificação)	 94 
4. AÇÃO PENAL DE INCIATIVA PRIVADA 99 
- 4.1 Conceito	 99 
- 4.2 Princípios	 99 
- 4.3 Modalidades (classificação)	 101 
4 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
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5. QUESTÕES COMPLEMENTARES 103 
- 5.1 Ação de prevenção penal	 103 
- 5.2 Ação penal “ex officio”	 103 
- 5.3 Ação penal secundária	 103 
- 5.4 Legitimidade concorrente	 103 
- 5.5 Ação penal de segundo grau	 104 
- 5.6 Ação penal por extensão	 104 
- 5.7 Ação penal adesiva	 104 
- 5.8 Ação pública subsidiária da pública	 104 
IV - JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
1. CONCEITO 105 
2. CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA 105 
- 2.1 Competência material	 105 
- 2.2 Competência funcional	 105 
3. COMPETÊNCIA “RATIONE MATERIAE” (EM RAZÃO DA MATÉRIA) 105 
- 3.1 Conceito:	 105 
- 3.2 Estrutura	 105 
- 3.3 Competência pela natureza da infração	 106 
4. COMPETÊNCIA “RATIONE LOCI” (EM RAZÃO DO LUGAR) 107 
- 4.1 Conceito	 107 
- 4.2 Regras	 107 
- 4.3 Questões complementares	 108 
5. COMPETÊNCIA “RATIONE PERSONAE” (EM RAZÃO DA PESSOA) 110 
- 5.1 Conceito	 110 
- 5.2 Regras de interpretação	 110 
- 5.3 Enquadramento da prerrogativa	 112 
6. COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA 113 
- 6.1 Aspectos distintivos	 113 
- 6.2 Enquadramento	 114 
- 6.3 Consequência	 114 
- 6.4 Prorrogação de competência	 114 
7. CONEXÃO E CONTINÊNCIA 115 
- 7.1 Conceito	 115 
- 7.2 Conexão	 115 
- 7.3 Continência	 116 
8. FORO PREVALENTE 116 
- 8.1 Conceito	 116 
- 8.2 Regras de prevalência	 116 
9. SEPARAÇÃO DE PROCESSOS 118 
- 9.1 Conceito	 118 
- 9.2 Modalidades	 118 
10. PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO 119 
5 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- 10.1 Conceito	 119 
- 10.2 Regra especial do Júri	 119 
11. COMPETÊNCIA FUNCIONAL 120 
- 11.1 Conceito	 120 
- 11.2 Critérios	 120 
V - PROVAS 
1. TEORIA GERAL DA PROVA (ARTS. 155 AO 157, CPP) 121 
- 1.1 Conceito	 121 
- 1.2 Destinatários da prova	 121 
- 1.3 Nova análise	 121 
- 1.4 Natureza jurídica da prova	 121 
- 1.5 Objeto	 121 
- 1.6 Meios de prova	 122 
- 1.7 Sistemas de valoração probatória	 129 
- 1.8 Procedimento probatório	 130 
- 1.9 Cadeia de custódia	 131 
2. PROVAS EM ESPÉCIE (ARTS. 158 AO 250, CPP) 138 
- 2.1 Prova pericial	 138 
- 2.2 Interrogatório do réu	 142 
VI - PRISÕES 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 148 
- 1.1 Conceito	 148 
- 1.2 Enquadramento	 148 
- 1.3 Execução provisória da pena	 148 
2. PRISÃO EM FLAGRANTE 149 
- 2.1 Conceito	 149 
- 2.2 Natureza jurídica da prisão em flagrante	 150 
- 2.3 Modalidades de flagrante (classificação)	 150 
- 2.4 Procedimento do flagrante	 153 
- 2.5 Questões complementares	 156 
3. PRISÃO PREVENTIVA 157 
- 3.1 Conceito	 157 
- 3.2 Requisitos de admissibilidade da prisão preventiva	 158 
- 3.3 Infrações que comportam preventiva (art. 313, CPP)	 160 
- 3.4 Questões complementares	 160 
4. PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI 7.960/89) 162 
- 4.1 Conceito	 162 
- 4.2 Requisitos	 162 
- 4.3 Procedimento	 163 
5. LIBERDADE PROVISÓRIA 164 
- 5.1 Considerações iniciais	 164 
- 5.2 Liberdade provisória sem fiança	 165 
6 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
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- 5.3 Liberdade provisória mediante fiança	 166 
VII - PROCEDIMENTOS CRIMINAIS 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 171 
- 1.1 Enquadramento terminológico	 171 
- 1.2 Classificação dos procedimentos criminais:	 171 
- 1.3 Escolha do rito no procedimentocomum (art. 394, §1º, CPP)	 171 
2. ESTRUTURA DO PROCEDIMENTO COMUM DO RITO ORDINÁRIO 173 
- 2.1 Primeira etapa: fase postulatória	 173 
- 2.2 Segunda etapa: fase intermediária (fase do julgamento antecipado do mérito - decisão de 
absolvição sumária)	 180 
- 2.3 Terceira etapa: fase de instrução, debates e julgamento	 181 
- 2.3 Questões complementares	 183 
3. JÚRI 188 
- 3.1 Considerações iniciais	 188 
- 3.2 Características do júri	 190 
- 3.3 Procedimento do júri	 191 
4. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DO CPP 209 
- 4.1 Introdução	 209 
- 4.2 Crimes funcionais	 210 
- 4.3 Crimes contra a honra	 215 
VIII - TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
1. NOÇÕES GERAIS 219 
- 1.1 Conceito	 219 
- 1.2 Fundamentos	 219 
- 1.3 Constatações	 219 
2. NATUREZA JURÍDICA 219 
3. PRINCÍPIOS RECURSAIS 219 
- 3.1 Princípio da voluntariedade	 219 
- 3.2 Princípio da unirrecorribilidade	 220 
- 3.3 Princípio da fungibilidade/teoria do recurso indiferente/princípio da permutabilidade/princípio da 
conversibilidade/teoria do recurso sem rosto/teoria do tanto vale	 221 
- 3.4 Princípio da taxatividade	 221 
- 3.5 Princípio da conversão	 221 
- 3.6 Princípio da non reformatio in pejus (princípio da proibição da reforma para pior)	 221 
- 3.7 Princípio da reformatio in mellius (princípio da reforma para melhor)	 222 
- 3.8 Princípio da dialeticidade	 222 
- 3.9 Princípio da complementariedade	 222 
- 3.10 Princípio da suplementaridade	 223 
- 3.11 Princípio da variabilidade	 223 
- 3.12 Princípio da colegialidade	 223 
4. EFEITOS RECURSAIS 223 
- 4.1 Efeito obstativo	 223 
- 4.2 Efeito devolutivo	 223 
7 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
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- 4.3 Efeito suspensivo	 224 
- 4.4 Efeito iterativo/reiterativo/diferido/regressivo	 225 
- 4.5 Efeito extensivo	 226 
- 4.6 Efeito substitutivo	 226 
- 4.7 Efeito translativo	 226 
5. PROCEDIMENTO RECURSAL 226 
- 5.1 Juízo “a quo” (órgão que proferiu a decisão impugnada)	 226 
- 5.2 Juízo “ad quem” (órgão competente para julgar o recurso)	 227 
6. DIREITO INTERTEMPORAL 227 
- 6.1 Conceito	 227 
- 6.2 Parâmetro de interpretação	 227 
IX - RECURSOS EM ESPÉCIE 
1. MAPA GERAL 229 
- 1.1 Atos judiciais passíveis (ou não) de impugnação	 229 
2. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 234 
- 2.1 Conceito	 234 
- 2.2 Hipóteses de cabimento (regras de interpretação)	 234 
- 2.3 Procedimento	 236 
- 2.4 Efeitos	 237 
3. APELAÇÃO 237 
- 3.1 Conceito	 237 
- 3.2 Hipóteses de cabimento (art. 593, CPP)	 238 
- 3.3 Procedimento	 240 
- 3.4 Efeitos recursais	 241 
X - AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO 
1. HABEAS CORPUS 245 
- 1.1 Conceito	 245 
- 1.2 Natureza jurídica	 245 
- 1.3 Legitimidade	 245 
- 1.4 Modalidades de HC (classificação)	 246 
- 1.5 Competência para o julgamento do Habeas Corpus	 247 
- 1.6 Concessão de liminar	 248 
- 1.7 Hipóteses de cabimento	 248 
- 1.8 Questões complementares	 249 
2. REVISÃO CRIMINAL 249 
- 2.1 Conceito	 249 
- 2.2 Natureza jurídica	 249 
- 2.3 Revisão criminal x ação rescisória	 250 
- 2.4 Pressupostos	 251 
- 2.5 Hipóteses de cabimento	 251 
- 2.6 Efeitos e consequências do julgamento	 253 
- 2.7 Competência	 253 
8 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- 2.8 Justa indenização	 253 
- 2.9 Questões complementares	 254 
3. MANDADO DE SEGURANÇA 254 
- 3.1 Introdução e natureza jurídica	 254 
- 3.2 Legitimação passiva	 255 
- 3.3 Direito líquido e certo	 257 
- 3.4 Prazo decadencial	 257 
- 3.5 Cabimento do Mandado de Segurança	 258 
- 3.6 Procedimento	 258 
- 3.7 Competência	 260 
- 3.8 Recursos	 261 
XI - NULIDADES 
1. TEORIA GERAL DAS NULIDADES 263 
- 1.1 Conceito	 263 
- 1.2 Sistema de aferição das nulidades	 263 
- 1.3 Tipicidade x atipicidade	 264 
- 1.4 Classificação das nulidades	 264 
- 1.5 Princípios	 265 
- 1.6 Reconhecimento das nulidades	 267 
2. NULIDADES EM ESPÉCIE 267 
- 2.1 Introdução	 267 
- 2.2 Incompetência	 268 
- 2.3 Impedimento e suspeição. Suborno do juiz	 269 
- 2.4 Ilegitimidade de parte	 269 
- 2.5 Ausência de denúncia ou queixa, ou de representação ou requisição	 270 
- 2.6 Ausência de exame de corpo de delito	 270 
- 2.7 Ausência de defesa ao réu e de nomeação de curador	 271 
- 2.8 Falta de citação, ampla defesa e contraditório	 272 
- 2.9 Nulidades no procedimento do Tribunal do Júri	 272 
- 2.10 Ausência de sentença	 275 
- 2.11 Não intervenção do Ministério Público	 276 
- 2.12 Falta de recurso de ofício, nos casos previstos em lei	 276 
- 2.13 Ausência de intimação para recurso	 277 
- 2.14 Falta de quórum legal para o julgamento nos Tribunais Superiores e nos Tribunais de Justiça e 
Tribunais Regionais Federais	 277 
- 2.15 Falta de formalidade essencial ao ato	 277
9 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
I - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1. ATUALIZAÇÕES LEGAIS E JURISPRUDENCIAIS
- 1.1 Presunção de inocência x presunção de não culpabilidade 
a) Introdução: 
• Presunção de inocência: o diploma que o garante afirma que o réu é 
presumido inocente.
• Presunção de não culpabilidade: o diploma normativo que o prevê vai afirmar 
que o réu não pode ser considerado culpado.
• A diferença é muito mais terminológica. Como a nossa Constituição dispõe 
sobre “não será considerado culpado”, os ministros do Supremo passaram a 
utilizar muito mais esta terminologia, falando, então, que, tecnicamente, o mais 
adequado seria que, no ordenamento brasileiro, adota-se a presunção da não 
culpabilidade.
b) Pacto de São José da Costa Rica x CF: 
- Artigo 8º - Garantias judiciais do Pacto: 
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for 
legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às 
seguintes garantias mínimas... 
• O art. 8 traz o princípio da presunção de inocência.
- Constituição Federal
“Art. 5º (...) LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória” 
• O art. 5º da CF traz o princípio de não culpabilidade.
• Na prática não há diferença. É mais uma diferença teórico, trazido pela 
doutrina.
- O Pacto de São José da Costa Rica coloca como marco final da presunção a 
comprovação da culpa, enquanto, a nossa Constituição Federal coloca 
como marco final o trânsito em julgado. 
• Para ele, comprovação da culpa acontece quando não cabe mais recurso 
com efeito suspensivo. 
10 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• Se uma pessoa subtraiu coisa alheia, móvel, com violência ou grave 
ameaça, ou seja, um crime de roubo, quando não cabe mais nenhum que 
discuta se a coisa era alheia, ou não, de que era aquele objeto, como que 
foi empregada violência, ou seja, os fatos em si está comprovada a culpa. 
Ainda que caiba recurso judicial, recurso extraordinário.
• Esses recursos são apenas de direito e relação a violação da lei ou da 
Constituição. Após a decisão em segunda instância, ou seja, teve uma 
sentença condenatória confirmada pelo tribunal, ou teve um decisão 
absolutória e o tribunal reformou para condenar aquela pessoa, houve a 
comprovação da culpa.
- A Constituição Federal vai dispor sobre a comprovação da culpa a partir do 
trânsito em julgado da sentença penal.
- 1.2 Execução provisória da pena 
• A Constituição Federal vai dispor sobre a comprovação da culpa a partir do 
trânsito em julgado da sentença penal.
• A Constituição coloca marco para a presunção de não culpabilidade, mas o 
Supremo trabalhava com a execução provisória da pena.
• Prisão pena: aquela que vai decorrer do Código Penal, ou das lei penais. Em 
cada artigo vai estar previsto em relação a cada um dos crimes. 
- Exemplo: sou art. 157, que define o roubo e uma pena de 4 a 10 anos. O juiz 
chega a uma quantidade, decreta a prisão pena, que decorre diretamente de 
um crime praticado. É a pena prevista pelo legislador que o juiz está 
concretizando no caso concreto.
• A prisão pena é a que a constituição trabalha no art. 5º. E, o Supremo decidiu 
quando essa pena determinada pelo juiz na sentença penal pode ser 
executada. Toda a discussão sobre o trânsitoem julgado refere-se a prisão 
pena. 
• Prisão processual: prisão que se refere a uma necessidade para o processo. 
- Exemplo: prisão provisória, prisão temporária, prisão preventiva, prisão em 
flagrante. Não é a essa prisão que o STF se refere. A prisão processual não 
está em discussão. Ela continua tendo os mesmos requisitos que a lei já 
prevê para ela.
• A discussão refere-se a prisão pena, quando ela vai começar a ser executada 
conforme o ordenamento jurídico e o Supremo Tribunal.
11 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• STF Até fev/2009 → É possível a execução provisória da pena - (STF. Plenário. 
HC 68726, Rel. Min. Néri da Silveira, julgado em 28/06/1991).
- Execução provisória da pena: pessoa foi condenada a cinco anos e multa 
por um crime de roubo. Houve a sentença do juiz condenando. Depois o TJ 
a confirmou os cinco anos e multa. Até 2009, o Supremo entendeu que após 
essa decisão do TJ seria possível começar a cumprir a pena, ou seja, 
quando não couber recurso com efeito suspensivo, apesar do princípio da 
não culpabilidade do art. 5º da CF.
• De fev/2009 a fev/2016 → NÃO é possível a execução provisória da pena - HC 
84078 (Rel. Min. Eros Grau)
- Ao entender que não é possível a execução provisória da pena, o Supremo 
faz significar que somente com o trânsito em julgado, ou seja, quando não 
houver recurso, independente de efeito suspensivo ou não, é que a pessoa 
poderia ir para a cadeia. A pessoa só vai para a cadeia quando não cabe 
mais recurso, todos foram interpostos, tudo já foi discutido.
- Exemplo:
• Pessoa foi condenada por homicídio: enquanto couber qualquer recurso 
que seja, ela não poderia ir para a cadeia, conforme o entendimento usado 
entre 2009 e 2016. A pessoa só iria para a cadeia quando nenhum recurso 
fosse mais cabível.
• De fev/2016 a nov/2019 → É possível a execução provisória da pena - HC 
126292 (Rel. Min. Teori Zavascki)
- Em 2016, o Supremo mudou novamente o entendimento, voltando para o 
mesmo que havia até 2009.
- Quando estivesse comprovada a culpa, ou seja, com a decisão de segunda 
instância, a pessoa poderia começar a cumprir provisoriamente a pena.
- Caso mais famoso: caso Lula. Ainda cabia recurso ao STJ e STF, mas a pena 
começou a ser cumprida provisoriamente devido ao entendimento vigente. O 
juiz Sergio Moro condenou o ex-presidente Lula, depois dessa condenação, 
o tribunal, a segunda instância manteve a condenação e, com isso, como a 
culpa estava comprovada, como não cabia mais recurso com efeito 
suspensivo, foi possível que ele começasse a executar provisoriamente a 
sua pena. Era provisoriamente, porque ainda não havia transitado em 
julgado.
12 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- O ex-presidente foi colocado em Liberdade, porque o Supremo mudou mais 
uma vez o seu entendimento por três ações declaratórias de 
constitucionalidade.
• Nov/ 2019 → não é possível a execução provisória - ADCs 43, 44 e 54 (Rel. 
Min. Marco Aurélio)
- O Supremo voltou a entender que não cabe a execução provisória da pena, 
que só pode ser cumprida a partir do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória.
- Com a decisão de 2ª instância, se houver recurso com efeito suspensivo ou 
não, o réu não pode cumprir a pena.
- Chama a atenção que essa decisão do Supremo foi em três ações 
declaratórias de constitucionalidade, ou seja, ela tem efeito vinculante. Todos 
os juízes e tribunais têm que obedecer essa decisão. Afinal, a Constituição é 
o que o Supremo diz que ela é. O Supremo é o intérprete da Constituição, 
logo se ele muda de entendimento, todos têm que submeter-se a ele, já que 
foi tomada em uma decisão declaratória de constitucionalidade que tem 
efeito vinculante. O Supremo estava decidindo sobre a constitucionalidade 
do art. 283 do Código de Processo Penal. Ele decidiu que o artigo era sim 
constitucional e todos deveriam cumpri-lo.
- O art. 283 do CPP: Redação dada pela Lei n. 12.403/2011.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, 
no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. 
- Nesse dispositivo do código de processo penal, o legislador trabalha com as 
duas espécies de prisão: a prisão provisória (prisão em flagrante, preventiva 
e temporária) e a prisão pena (decorrente da sentença penal condenatória).
- A discussão era saber se essa previsão de que a pessoa só pode ser presa 
em decorrência de sentença condenatória em julgado era compatível com a 
Constituição. Ou seja, se o legislador estava proibindo a execução provisória 
da pena ou não.
- O Supremo entendeu que esse dispositivo era compatível com a 
Constituição. Logo, não pode haver a execução provisória da pena de 
acordo com esse artigo.
- O juiz pode mandar prender preventivamente a pessoa na hora da sentença 
penal condenatória, já que a prisão preventiva está dentro da prisão 
processual, que não foi objeto da decisão do STF. O que não é cabível é a 
13 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
prisão execução provisória de uma pena que decorre de uma sentença 
condenatória. Na sentença o juiz pode ver a necessidade de a pessoa ficar 
presa preventivamente, mas ele não pode fazer cumprir a pena.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem 
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando 
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). 
- O ex-presidente Lula não tinha nenhum motivo para ser preso 
preventivamente. Tanto Sergio Moro decidiu que não havia a necessidade da 
prisão preventiva dele, como o Tribunal também confirmou. Ainda cabe 
recurso para o STJ e STF, logo o ex-presidente não pode começar a cumprir 
sua pena de acordo com o novo entendimento do Supremo. É por isso que 
ele foi colocado em liberdade.
- O Supremo decidiu que a prisão pena só pode ser cumprida depois do 
trânsito em julgado, quando não cabe mais nenhum recurso sobre a 
condenação.
- A prisão preventiva, a prisão em flagrante e a prisão temporária podem 
acontecer antes do trânsito em julgado. A prisão pena só pode começar a 
ser cumprida o trânsito em julgado.
- A decisão não é definitiva e depende muito da composição do tribunal. Por 
ora é o que está prevalecendo e o que deve ser usado para responder 
questões no concurso.
- 1.3 Derrubada de vetos do Pacote Anticrime 
a) Defensor para servidores do art. 14-A, CPP
- O Processo Penal não está para amadores. A Lei n. 13.964/2019 promoveu 
uma situação de briga entre Poder Executivo e Poder Legislativo, em que o 
Execução provisória da pena
Até fevereiro de 2009: É possível a execução provisória da pena (STF. Plenário. HC 68.726, 
Rel. Min. Néri da Silveira, julgado em 28/06/1991)
De fevereiro de 2009 a 
fevereiro de 2016:
Não é possível a execução provisória da pena (HC 84.078, Rel. Min 
Eros Grau)
De fevereiro de 2016 a 
novembro de 2019
É possível a execução provisória da pena (HC 126/292, Rel. Min Teori 
Zavascki)
Novembro de 2019 até 
hoje (dezembro 2021)
Não é possível a execução provisória (ADCs 43, 44 e 54, Rel. Min 
Marco Aurélio). 
14 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
STF também entrou. O chamado Pacote Anticrime, ao se tornar a referida lei, 
teve vetados alguns dispositivos pelo presidente da República, já em 2019. 
Agora, no ano de 2021, o Congresso Nacional derrubou os vetos, em meio à 
suspensão de alguns artigos pelo STF.
- Os §§ 3º a 5º do artigo 14-A do CPP foram vetados pelo Presidente da 
República na publicação da Lei n. 13.964/2019. Eles dispunham o seguinte:
§ 3º Havendo necessidadede indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá 
preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a 
Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado 
deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à 
defesa administrativa do investigado.       (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência) 
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de 
manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com 
atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros 
próprios da Administração.         (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência) 
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dos 
investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da 
instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados.         (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência) 
- O artigo 14-A dispõe sobre a situação em que a pessoa cometeu um crime 
com uso da força letal no exercício da profissão. Refere-se àqueles 
servidores do artigo 144 da Constituição Federal, ou seja, pessoal da 
Segurança Pública. Então esse servidor cometeu um crime usando de força 
letal (mesmo sendo em legítima defesa ou haja excludente de ilicitude) e 
deve ser “citado” para, no prazo de 48 horas, constituir um defensor.
- Note que a Lei n. 8.906/1994 já traz essa possibilidade de constituição de 
um defensor para tais casos. O § 2º desse artigo dispõe que se esse 
servidor da Segurança Pública não constituir defensor, o delegado vai intimar 
a instituição a que ele está vinculado (por exemplo, a Polícia Rodoviária 
Federal – PRF) a apresentar defesa pra ele no prazo de mais 48 horas.
- Então esses parágrafos 3º, 4º e 5º determinam que preferencialmente esse 
defensor deve ser da Defensoria Pública, ou outro profissional se não houver 
essa possibilidade, e que os custos correm por conta da instituição. Porém 
todos esses dispositivos foram vetados pelo presidente da República, tendo 
ele apresentado o seguinte motivo:
“A propositura legislativa, ao prever que os agentes investigados em inquéritos policiais por fatos 
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional serão defendidos prioritariamente 
pela Defensoria Pública e, nos locais em que ela não tiver instalada, a União ou a Unidade da Federação 
15 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
correspondente deverá disponibilizar profissional, viola o disposto no art. 5º, inciso LXXIV, combinado 
com o art. 134, bem como os arts. 131 e 132, todos da Constituição da República, que confere à 
Advocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, também Função Essencial 
à Justiça, a representação judicial das respectivas unidades federadas, e destas competências constitucionais 
deriva a competência de representar judicialmente seus agentes públicos, em consonância com a 
jurisprudência do Supremo Tribunal (v.g. ADI 3.022, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-8-2004, P, DJ de 
4-3-2005)” 
- Em suma, o presidente diz que, se for para defender servidor público 
vinculado às forças de Segurança Pública (art. 144 da CF), não deve ser um 
defensor público, mas sim um advogado público da AGU ou procurador 
estadual.
- O Congresso Nacional, entretanto, derrubou esses vetos e fez voltar tais 
parágrafos à referida lei. Na prática, o que se tem é o seguinte processo:
• Um servidor da Segurança Pública está sendo investigado pela prática de 
um crime usando força letal durante o exercício de sua profissão. O artigo 
14-A dispõe sobre a citação do acusado para constituir defensor no prazo 
de 48 horas; se não constituir, o delegado vai intimar a instituição a que ele 
está vinculado para que ela apresente um defensor no prazo de mais 48 
horas, preferencialmente da Defensoria Pública.
b) Audiência de custódia por videoconferência
Art. 3º-B, § 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à 
presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará 
audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, 
vedado o emprego de videoconferência.          (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência) 
- Esse dispositivo, também inicialmente vetado pelo presidente da República, 
determinava que as audiências de custódia não poderiam ser feitas por 
videoconferência. Ele entendeu que isso não poderia ser proibido, pois já 
existe o uso excepcional de videoconferência em outras situações, como no 
interrogatório (art. 183, parágrafo 2º), desde que haja motivos para tal, claro. 
O motivo do veto, na íntegra:
“A propositura legislativa, ao suprimir a possibilidade da realização da audiência por videoconferência, 
gera insegurança jurídica ao ser incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a exemplo do 
art. 185 e 222 doCódigo de Processo Penal, os quais permitem a adoção do sistema de 
videoconferência em atos processuais de procedimentos e ações penais, além de dificultar a celeridade 
dos atos processuais e do regular funcionamento da justiça, em ofensa à garantia da razoável duração 
do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (RHC 77580/RN, Quinta 
Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 10/02/2017). Ademais, o dispositivo pode 
acarretar em aumento de despesa, notadamente nos casos de juiz em vara única, com apenas um 
16 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros magistrados para a 
realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de concurso para a 
contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como dos arts. 16 e 
17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei n. 13.707, de 2018).” 
- O veto focou na parte final do dispositivo: a vedação da videoconferência, 
ressaltando que às vezes ela é necessária (e isso foi reafirmado durante a 
pandemia). Há também uma resolução do CNJ sobre o assunto:
Resolução CNJ n. 357/2020 
Art. 1º O art. 19 da Resolução CNJ n. 329/2020 passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 19. 
Admite-se a realização por videoconferência das audiências de custódia previstas nos artigos 287 e 
310, ambos do Código de Processo Penal, e na Resolução CNJ n. 213/2015, quando não for possível a 
realização, em 24 horas, de forma presencial. 
§ 1º Será garantido o direito de entrevista prévia e reservada entre o preso e advogado ou defensor, 
tanto presencialmente quanto por videoconferência, telefone ou qualquer outro meio de comunicação. 
§ 2º Para prevenir qualquer tipo de abuso ou constrangimento ilegal, deverão ser tomadas as seguintes 
cautelas: 
I – deverá ser assegurada privacidade ao preso na sala em que se realizar a videoconferência, devendo 
permanecer sozinho durante a realização de sua oitiva, observada a regra do § 1º e ressalvada a 
possibilidade de presença física de seu advogado ou defensor no ambiente; 
- Apesar de ser bem atual, essa resolução é anterior à derrubada do veto, o 
que significa que a vedação de videoconferência em caso de audiência de 
custódia prevalece em vigência. Isso significa que, numa prova, se alguma 
questão afirmar que a Lei Anticrime proibiu a realização de audiência de 
custódia por videoconferência, essa questão estará certa.
- A Lei Anticrime vedou a realização de audiência de custódia por 
videoconferência.
- Em resumo:
1. A defesa dos agentes de Segurança Pública (art. 144 da CF), quando ela 
for colocada pelo órgão ao qual oréu está vinculado, deverá ser feita 
preferencialmente pela Defensoria Pública.
2. A Lei Anticrime proibiu a realização de audiência de custódia por 
videoconferência.
2. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E FONTES DO PROCESSO PENAL
- 2.1 Introdução 
17 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• O Direito Processual Penal é um instrumento do Direito Penal.
• O Direito Penal é considerado um direito material, ou seja, ele é a finalidade, ou 
seja, o objeto principal do qual o Direito Processual Penal será o direito 
instrumental.
• Assim, quando uma pessoa comete um crime, a pena desse delito é prevista 
no Código Penal. Para que essa pessoa possa cumprir a pena prevista pelo 
legislador é necessário a realização de um processo, que é um encadeamento 
de várias fases até chegar a pena pre- vista pelo direito material.
• Ao longo desse processo é necessário garantir ao réu todas as garantias 
constitucionais, tais como o devido processo legal e os princípios aplicáveis 
para que ele possa se defender de forma ampla e, ao final disso, o Estado-juiz 
poderá aplicar a pena.
• O Direito Processual é algo que pode ser apresentado até mesmo contra o 
Estado, pois são garantias colocadas à disposição do indivíduo.
- 2.2 Disposições preliminares do CPP 
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito. 
• Enquanto no Direito Penal a lei deve se adequar perfeitamente ao fato, no caso 
do Direito Processual Penal não há essa rigidez, pois a lei processual penal 
admite a interpretação extensiva, ou seja, é possível ampliar o seu alcance, 
com base no previsto no próprio CPP.
• Também diferente do que ocorre no âmbito do Direito Penal, a lei processual 
penal admite a aplicação analógica nos casos de vazio legislativo. Assim, é 
possível utilizar outra fonte para poder aplicar a norma que tem um vazio.
• A lei processual penal também pode ser suplementada por meio dos princípios 
gerais de direito. Com tudo isso, entende-se que o Direito Processual Penal 
será mais flexível que o Direito Penal, pois neste é feito o tratamento do crime 
e da pena aplicada a ele. Já no Direito Processual Penal não se trata 
diretamente do crime, mas do instrumento, que é o processo.
- 2.3 Fontes do Direito Processual Penal 
• As fontes do Direito Processual Penal tratam da origem das normas, ou seja, 
como surgem as normas processuais penais. Elas se dividem em fontes 
materiais e fontes formais.
1. As fontes materiais dizem respeito a criação da lei processual penal:
18 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- Art. 22, I da CF/1988: a legislação compete privativamente à União;
- Art. 24, XI da CF/1988: competência concorrente para procedimentos 
(residual).
• Obs.: compete privativamente à União legislar sobre o processo penal 
como um todo. Além disso, de forma residual, também existe a 
possibilidade da competência concorrente para os procedimentos, em 
relação aos Estados e Distrito Federal.
2. As fontes formais do Direito Processual Penal podem ser:
a) Imediatas: lei (Código de Processo Penal e as leis processuais penais 
especiais);
b) Mediatas: analogia, costumes, princípios gerais do Direito.
• Obs.: para aplicar o direito no processo penal, no caso das fontes formais, 
primeiramente deve se buscar a lei. Caso haja alguma omissão (vazio), 
então é possível se socorrer da analogia, dos costumes e dos princípios 
gerais do Direito.
3. PRINCÍPIOS
- 3.1 Introdução 
• A doutrina explica que os princípios são mandamentos nucleares, são a base 
do ordenamento jurídico e contribuem para a interpretação das normas e para 
a aplicação da lei ao caso concreto. 
• Quando se fala em princípios, tem-se maior grau de abstração, por isso Nucci 
conceitua princípios como “postulado que se irradia por todo o sistema de 
normas, fornecendo um padrão de interpretação, integração, conhecimento e 
aplicação do direito positivo, estabelecendo uma meta maior a seguir”. 
Exemplo: Para o furto, tem-se a interpretação princípio da insignificância. 
• Quando se tem uma regra, há mais concretude. A regra é mais concreta, pois 
estabelece que se determinada conduta for praticada, a consequência será 
“x”. 
• Em relação aos princípios, fornece-se a possibilidade de interpretação sem 
consequência direta, por isso é que se fala em maior grau de abstração. 
Apesar de terem esse caráter mais abstrato e estarem em grande parte na 
Constituição Federal, não se pode dizer que os princípios são absolutos. 
19 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• No caso concreto é que será possível saber qual princípio que vai prevalecer, já 
quando se está diante de regras (para furto, por exemplo), uma delas deve 
prevalecer. Não se convive com as regras a depender da situação concreta. 
• Existe a previsão de princípios do Direito Processual Penal dentro da Lei 
infraconstitucional. O Código de Processo Penal (CPP) traz princípios que não 
estão expressos na Constituição. 
• As bancas, nas questões de prova, têm o interesse em saber se o candidato 
sabe se determinado princípio está expresso ou não na Constituição. 
• Qual o status do Tratado Internacional das convenções que tratam sobre 
direitos humanos? O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n. 
466.343, citou a supralegalidade. 
• Quando existe o interesse em saber se o Tratado Internacional de Direitos 
Humanos será aplicado no ordenamento jurídico, deve-se ter um “olhar” 
voltado para isso. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, a prisão civil do 
depositário infiel não era compatível com o ordenamento jurídico. 
• No caso dos princípios aplicáveis ao Direito Processual Penal, alguns deles 
estão previstos na própria Constituição Federal de 1988 e, portanto, merecem 
uma atenção especial.
- 3.2 Princípio da inércia 
• Também conhecido como “ne procedat iudex ex officio”. Está relacionado ao 
chamado sistema acusatório, previsto no art. 129, I da CF/1988.
• De acordo com esse princípio, o juiz não pode agir de ofício para dar início a 
uma ação penal, pois, primeiramente, precisa ser provocado.
• Hoje em dia, em relação ao início da ação penal, vigora plenamente o princípio 
da inércia. 
• Regra geral, quem dá início ao processo é o Ministério Público nas ações 
penais públicas (condicionadas e incondicionadas) e o particular (ofendido) ou 
seu representante legal nas ações penais privadas.
- 3.3 Princípio do devido processo legal 
• É de importância fundamental para provas de concurso público.
• Para que uma pessoa cumpra uma pena é necessário que antes seja 
submetida a um processo, que lhe garanta todos os direitos e garantias 
constitucionalmente previstos.
• O devido processo legal se manifesta de duas maneiras:
20 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- Formal: procedimento (rito);
- Material: não basta o rito em si, se ele não conduzir a uma decisão justa ao 
final.
- 3.4 Princípio do contraditório 
• Também é conhecido como princípio da bilateralidade da audiência, ou seja, 
ouvir tanto o autor da ação penal quanto o réu.
• Nesse sentido, o contraditório pode ser entendido como a necessidade/
obrigatoriedade de se ouvir ambas as partes antes de tomar uma determinada 
decisão.
• O contraditório pode ser:
- Real: ocorre no momento em que a prova é produzida; e
- Diferido: é realizado posteriormente ao momento da produção da prova.
• Obs.: o contraditório diferido também pode ter chamado de prorrogado ou 
postergado, pois ocorre em momento posterior). Esse tipo de contraditório não 
é a regra.
• O princípio do contraditório se divide em dois instantes: direito à informação e 
direito de participação. 
- O direito à informação é a ciência bilateral dos atos e termos do processo. 
No princípio do contraditório, as partes envolvidas no processo (como, por 
exemplo, o Ministério Público – querelante) têm direito à ciência dos atos e 
termos do processo. 
- Seuma testemunha arrolada pela defesa está sendo ouvida, o MP tem 
direito de contraditório, de formular perguntas, o que tem relação com o 
direito de participação. 
- O princípio do contraditório garante ciência bilateral dos atos e termos do 
processo e direito de participação. Ao ser produzida uma determinada prova, 
a parte contrária será informada, para que ela, caso queira, contrarie essa 
prova. 
• Sob a perspectiva do acusado, é preciso atentar-se para a necessidade de 
paridade de armas. 
- Exemplo: um réu que está sendo processado em razão da prática de um fato 
criminoso. Há o Ministério Público com toda a sua estrutura, buscando a 
condenação do réu. Para garantir que esse réu de fato exerça o 
contraditório, deve ser garantido a ele uma defesa. Por isso é que o art. 261 
21 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
do CPP estabelece que “nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, 
será processado ou julgado sem defensor”. Ou seja, necessariamente deve 
haver um defensor (uma pessoa com capacidade técnica) para assistir o réu. 
• Além disso, é preciso atentar-se para o contraditório para a prova ou real – 
oitiva de testemunhas em juízo e para o contraditório sobre a prova ou diferido 
ou postergado. 
- Contraditório para a prova ou real: se efetiva no exato instante em que a 
prova está sendo produzida. Exemplo: oitiva de testemunha em uma 
audiência de instrução e julgamento. 
• Em algumas situações, é necessário deixar o contraditório para um momento 
posterior. 
- Exemplo: interceptação telefônica. Quando estão presentes os requisitos 
previstos em Lei e o juiz determina a interceptação telefônica de alguém, 
haverá como regra colher as informações que foram travadas na ligação 
telefônica e depois documentar e juntar aos autos o resultado da diligência. 
Dessa forma, será possibilitada à parte contrária ter conhecimento sobre a 
prova que foi produzida. É admitido que, em determinadas situações 
excepcionais, haja o contraditório sobre a prova que já foi produzida ou 
diferida ou postergada. 
- 3.5 Princípio da ampla defesa 
Art. 5º, LV, CF – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
• Enquanto no contraditório se dá a possibilidade a outra parte de contraditar o 
que foi dito pela outra, a ampla defesa se trata de uma defesa geral, ou seja, o 
acusado pode se defender com teses novas e não apenas contraditando o que 
foi falado contra ele.
• Isso é diferente do que ocorre no processo civil, pois, em muitos casos, fala-se 
apenas em defesa, enquanto no processo penal se fala em ampla defesa.
• Quando se fala em processo penal, existe um réu que está sendo acusado de 
um crime. 
- Entre a pessoa ser acusada do crime e ela efetivamente começar a cumprir a 
sua pena leva um tempo. 
- Da hora que o réu pratica o crime até o momento definitivo que pode ir à 
cadeia, o indivíduo precisa exercer alguns direitos que estão previstos na 
22 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
Constituição, sendo um deles a ampla defesa. Qualquer pessoa, mesmo 
sendo o pior criminoso do mundo, tem o direito a se defender.
• A Constituição estabelece que é assegurada a ampla defesa no processo 
judicial e administrativo. 
- Se o indivíduo responde a um processo administrativo, porque praticou uma 
infração administrativa — como faltar ao trabalho vários dias etc. —, ele 
possui direito à defesa também. 
- Mas, no inquérito, não existe esse direito, porque o inquérito não é um 
processo administrativo, mas um procedimento administrativo.
• Além disso, a ampla defesa é mais do que uma simples defesa. Isso significa 
que o indivíduo tem o direito de ser defendido ainda que não queira, pois essa 
defesa é obrigatória.
• Esse princípio garante ao acusado uma defesa técnica ou processual ou 
específica (feita por um advogado) e garante também a autodefesa (o réu 
defender a si mesmo), também chamada de defesa material ou genérica.
a) Defesa técnica ou processual ou específica e autodefesa ou material ou 
genérica: 
• Advogado inscrito na OAB. 
• Art. 261 do CPP – “nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será 
processado ou julgado sem defensor”. 
• Súmula 523 do STF: “No processo penal, a falta da defesa constitui 
nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de 
prejuízo para o réu”. 
- Obs: é preciso que haja uma defesa efetiva. . 
• Súmula 708 do STF: “É nulo o julgamento da apelação se, após a 
manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi 
previamente intimado para constituir outro”. 
- Obs: o réu tem o direito de escolher. 
- Obs: em razão do princípio da ampla defesa, existe a necessidade de 
possibilitar tempo para a defesa. 
• Em relação aos juizados especiais, a Lei n. 10.259/2001 estabelece no 
art. 10 que “as partes poderão designar, por escrito, representantes 
para a causa, advogado ou não”. Na ADI 3.168/DF, foi dada a 
23 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
interpretação conforme a Constituição, para dizer que o que está 
escrito nesse artigo não se aplica às causas criminais. 
• Nas causas criminais, ainda que se esteja nos juizados, precisará de 
advogado. Não haverá a aplicação da parte final do art. 10 da Lei n. 
10.259/2001. 
b) Autodefesa ou material ou genérica: Citação pessoal do réu. 
• Disponível: a defesa técnica é imprescindível. Já quando se fala de 
autodefesa, ela é disponível. Muito embora o réu precise se defender por 
meio de advogado, ele pode optar por não fazer a sua autodefesa. 
• Direito de audiência: o réu tem o direito de ser interrogado quanto ao 
ponto que está sendo a ele imputado. Ele possui o direito de apresentar ao 
juiz a sua defesa e fazer isso pessoalmente. Por isso é que o interrogatório 
do réu não aparece aqui apenas como uma espécie de prova. Exatamente 
por ser um direito, o réu pode não comparecer, ficar em silêncio sobre os 
fatos e, em exercício de defesa, o interrogatório é o último ato. . 
• Direito de presença: o réu tem o direito de estar presente nos atos 
processuais que vão ser praticados em seu desfavor. E como se trata de 
um direito, ele tem a possibilidade de não o exercitar. 
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para 
qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não 
comunicar o novo endereço ao juízo. 
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério 
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará 
a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do 
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. 
• Capacidade postulatória autônoma: em algumas situações no processo 
penal, o réu poderá agir sem advogado. Exemplo: a possibilidade que o 
réu tem de interpor apelação. 
• Aspecto positivo: o réu efetivamente sozinho ou por meio de seu defensor 
produz provas com o objetivo de que não seja comprovada a sua culpa.
• Aspecto negativo: o réu não comparece, e caso haja o seu 
comparecimento, ele fica em silêncio. 
- 3.6 Princípio da presunção de inocência ou presunção da não culpabilidade 
• A Constituição em seu artigo 5º estabelece que:
24 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. 
• A bem dizer, a Constituição prevê a presunção de não culpabilidade, porque 
não usa a expressão “inocência”. Então, embora seja comum ouvir “presunção 
da inocência”, na verdade, a Constituição traz a presunção da não 
culpabilidade.
• Essa presunção de culpabilidade existe até o trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória.
• O que significa o alcance da expressão “presunçãode inocência”?
- Se alguém bate no carro de outra, existe a presunção de quem bate atrás é 
o culpado. A presunção serve para quem a recebe a seu favor não precisar 
provar a culpa. Se o réu é presumidamente não culpado, ele não precisa 
provar que não é culpado, já que a lei presume em favor dele.
- Porém, essa presunção não é algo categórico e pode mudar. Como 
estabelece a última parte do artigo 5º, inciso LVII, a presunção acaba com a 
condenação transitada em julgado — ou seja, aquela em que não cabe mais 
nenhum recurso.
• Há uma polêmica quanto ao assunto, porque existem duas previsões sobre a 
presunção de inocência ou não culpabilidade. Há previsão sobre o tema na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos — um instrumento internacional 
do qual o Brasil faz parte.
DUDH, art. 11.1: “Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto 
não se prova sua culpabilidade, de acordo com a lei e em processo público no qual se assegurem todas 
as garantias necessárias para sua defesa”. 
• E, também, há previsão na Constituição Federal.
CF, art. 5º, LVII: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória”. 
• Execução provisória da pena no STF:
- Quando o STF foi trabalhar com este princípio, oscilou o seu entendimento 
sobre a execução provisória da pena.
- Quando se diz que uma pessoa foi presa em flagrante ou que a pessoa foi 
presa preventivamente, essa prisão não é, ainda, a pena; é uma prisão 
necessária para o processo, porque, por exemplo, a pessoa possui risco de 
fuga ou está aliciando testemunhas, portanto refere-se a prisões 
processuais.
25 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- Mas, a prisão pena, que decorre da prática de um crime e que está prevista 
em quantidade no Código Penal ou nas leis especiais, só poderá ser 
efetivada com o trânsito em julgado.
- A discussão no Supremo era se pode ou não pode haver a execução 
provisória da pena.
- Exemplo: a pessoa foi condenada a uma pena de dois anos de reclusão. 
Quando essa pessoa começa a cumprir essa pena é o que oscila no 
Supremo.
- Até fev/2009 — É possível a execução provisória da pena — (STF. 
Plenário. HC 68726, Rel. Min. Néri da Silveira, julgado em 28/06/1991).
• No exemplo de pessoa condenada a dois anos, ela começava a cumprir 
essa pena quando houvesse a comprovação na segunda instância, 
portanto o tribunal, ao estabelecer que se mantêm os dois anos, a pessoa 
começava a cumprir esses dois anos. Porém esse entendi- mento mudou 
em fevereiro de 2009.
- De fev/2009 a fev/2016 — NÃO é possível a execução provisória da pena 
— HC 84078 (Rel. Min. Eros Grau).
• Agora não é possível começar a cumprir a pena quando se mantêm os 
dois anos; é preciso aguardar o trânsito em julgado, ou seja, é preciso 
aguardar que não caiba mais nenhum recurso daquela sentença. Quando 
já tiver recorrido para o tribunal, para o STJ, para o STF e não caber mais 
nada, é que se pode prender o réu.
• Depois, em fevereiro de 2016, quando prenderam os envolvidos no 
Mensalão e o presidente Lula, o Supremo mudou novamente de 
posicionamento e voltou a interpretar o assunto como o fazia 
anteriormente, em 2009.
- De fev/2016 a nov/2019 — É possível a execução provisória da pena — 
HC 126292 (Rel. Min. Teori Zavascki)
• Assim, o STF voltou a entender que cabe a execução provisória da pena 
quando houver a decisão de segunda instância. Porém, recentemente, em 
novembro de 2019, sendo o entendimento que prevalece atualmente, o 
Supremo voltou ao entendimento de fevereiro de 2009 e passou a 
estabelecer novamente que não é possível a execução provisória.
- Nov/2019 — não é possível a execução provisória — ADCs 43, 44 e 54 
(Rel. Min. Marco Aurélio).
26 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• Portanto, agora, o entendimento do Supremo é no sentido de que não 
cabe execução provisória e que a pessoa só pode cumprir a prisão pena 
— aquela que foi condenada — quando não couber mais nenhum recurso, 
ou seja, quando houver o trânsito em julgado.
- O pacote anticrime (Lei n. 13.964) apresentou essa questão de uma forma 
mais categórica no artigo 283, do CPP:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação 
criminal transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019) 
• A primeira espécie de prisão é a flagrante delito, sendo antes do trânsito 
em julgado.
• Veja que a prisão cautelar não é a prisão pena, mas, sim, a prisão 
preventiva — quando necessária para o inquérito ou para o processo — ou 
a prisão temporária — que cabe apenas no inquérito policial. Em virtude 
de condenação criminal transitada em julgado é que existirá a prisão pena.
• Alcance do Princípio da Presunção de Inocência
1. Regra de tratamento: tratar o réu como não culpado. Isso prevê:
• Garantias em face do poder punitivo estatal;
- O réu é um sujeito de direitos que tem garantias contra o Estado.
• Limitação das medidas restritivas de direitos, especialmente a prisão 
cautelar.
- A prisão só deve ser imposta ao réu em último caso.
2. Regra probatória e de julgamento.
• A regra probatória é "quem deve provar que o réu praticou o crime é a 
acusação e não o réu". 
• A regra de julgamento é "se houver dúvida na hora de julgar, o juiz deverá 
absolver o réu”, como decorre do Código de Processo Penal, art. 386.
- 3.7 Princípio do devido processo legal 
• Talvez este seja o princípio que abranja todos os demais, sendo quase um 
super princípio do Código de Processo Penal, porque o princípio do devido 
processo legal, que foi citado pela primeira vez na Magna Carta de João Sem 
Terra, estabelece que, quando uma pessoa pratica um crime, não se pode 
simplesmente aplicar a pena, é preciso que haja um procedimento. 
27 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- Por exemplo: primeiro o Ministério Público irá oferecer a denúncia; depois o 
réu terá direito à defesa; o juiz decidirá se é caso de absolver ou não o réu; 
se não for caso de absolvição sumária, existirá uma audiência para ouvir as 
testemunhas do caso; vai se produzir perícia, se for necessário, assim como 
se juntarão documentos; depois, as partes podem fazer as alega- ções finais 
e, por fim, será proferida a sentença.
• Entende-se que há um procedimento e, por isso, às vezes, quando não se 
sabe nada de Direito, há a sensação de impunidade se o indivíduo pratica um 
crime, confessa e continua solto. 
- É porque a prisão é a última medida — princípio da presunção de inocência 
— e, além disso, existe um procedimento em que essa pessoa possui o 
direito de se defender — princípio da ampla defesa e princípio do devido 
processo legal.
• Existem duas maneiras para seguir a sequência do procedimento: inicialmente, 
ver qual é o procedimento previsto no Código, sendo ele o rito, o passo a 
passo desse procedimento — devido processo legal procedimental (procedural 
due process of law) —; e também há o devido processo legal substancial 
(substantial due process of law), em que não basta seguir o rito, é preciso 
conduzir a um dos principais escopos do processo da jurisdição, que é o 
conceito de justiça. 
- Portanto o rito deverá conduzir a uma ideia, a uma conclusão de justiça 
naquele rito que foi seguido.
• De acordo com o aspecto substancial desse princípio, há impossibilidade de 
supressão de garantias. Existe um conjunto de normas e princípios que trazem 
garantias a quem cometer um fato criminoso. Essas normas e princípios não 
podem ser suprimidos da aplicação das regras quando se está diante de um 
caso concreto. 
• Além disso, também é vertente substancial do princípio do devido processo 
legal o princípio da proporcionalidade. Quando se vai aplicar uma norma 
processual penal, é necessário atentar-se para a necessidade e adequação da 
medida. O caso concreto é que estabelecerá sehaverá a prisão da pessoa, se 
determinada medida é a mais adequada, eficaz e proporcional ao fato que está 
sendo tratado. 
- 3.8 Princípio da publicidade 
• Durante o processo, a regra geral é que todos os atos judiciais sejam públicos, 
ou seja, que qualquer pessoa possa entrar e assistir uma audiência e que se 
publique a decisão nos meios de comunicação do tribunal. É possível assistir 
28 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
os julgamentos do STF sendo publicados e transmitidos pela TV Justiça 
porque a Constituição assim o prevê.
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem. 
• Conclui-se que a regra é a publicidade, e a exceção é quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social exigirem o sigilo.
• Exemplo: ao fazer uma interceptação telefônica, por exemplo, do Roberto, que 
foi decidida por um juiz, é preciso defender a intimidade dele. 
- Então, enquanto ocorre a intercepção, determina-se que haja o sigilo. Isso 
também é necessário para o interesse social, porque, se o Roberto souber 
que está sendo interceptado, ele não falará nada e não será possível 
descobrir nada a respeito do crime. Portanto a regra geral é a publicidade 
ampla, e as exceções são de publicidade restrita quando a intimidade ou o 
interesse social exigir.
- 3.9 Princípio do duplo grau de jurisdição 
• Este princípio não está escrito na Constituição, não sendo, portanto, um 
princípio constitucional expresso, mas da sistemática do processo penal, ele 
decorre.
• Este princípio significa que, quando se tem uma sentença contra um indivíduo 
e ele é condenado, é preciso ter o direito de recorrer, porque o juiz pode ter 
errado. Tem-se o direito de tentar rever a decisão.
• Portanto o princípio do duplo grau de jurisdição estabelece que o réu terá o 
direito de submeter a sentença penal condenatória a uma segunda instância, 
em que outro órgão irá analisar todos os fatos e todo o Direito novamente.
• Na Constituição não há este princípio, mas o Código de Processo Penal prevê 
recursos, então, pode-se dizer que, embora não seja um princípio 
constitucional expresso, é um princípio que decorre da lógica da nossa 
sistemática processual penal, exceto nos casos de competência originária do 
tribunal, quando se tem foro por prerrogativa de função. 
- Exemplo: deputado federal julgado perante o Supremo não terá duplo grau 
de jurisdição, porque o Supremo já é a instância máxima. Isso não viola 
nenhum princípio constitucional porque, na verdade, já é uma prerrogativa 
da pessoa ser julgada por esse Tribunal Superior.
- 3.10 Princípio do juiz natural 
29 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• Cada pessoa que comete um crime tem o direito de saber quem é que irá 
julgá-lo para que não se crie, após a prática do crime, um tribunal ruim apenas 
para julgar essa pessoa.
CF, art. 5º, XXXVII — não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
• O juízo ou tribunal de exceção seria um juízo criado após o fato. Além disso, o 
artigo 5º, inciso LIII, traz a questão da competência.
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente 
• Assim, os dois incisos apresentados são aspectos do princípio do juiz natural.
• Qual a garantia no princípio do Juiz natural? 
- É saber previamente à prática do crime, quem é o juízo competente. Se 
cometer um crime doloso contra a vida, sabe-se que haverá processo e 
julgamento perante o Tribunal do Júri. Criar um tribunal de exceção para 
julgar o crime não pode acontecer. 
• Constituição 
- As regras do princípio natural foram extraídas do art. 5º, também da 
Constituição, no instante que diz que o Tribunal do Júri é competente para 
tratar dos crimes dolosos contra a vida e também no instante em que ela fixa 
a competência dos Tribunais Superiores, dizendo que o STF vai julgar o 
caso, então está se preocupando em trazer regras sobre competência. 
• Imparcialidade 
- O princípio do juiz natural está intimamente ligado com a imparcialidade. O 
juiz que vai julgar o caso deve ser aquele que era previamente fixado de 
acordo com as regras objetivas, também para preservar a imparcialidade. 
• Varas Especializadas 
- Não fere o princípio do juiz natural, pois não são criadas para um 
determinado caso. São criadas para determinada matéria. Exemplo: criar 
uma vara especializada para julgar crimes de tráfico de entorpecentes, não o 
tráfico de entorpecentes praticado pelo réu X, mas para julgar todo e 
qualquer crime de entorpecentes. 
• Alterações de Competência 
- Também não violam o princípio do juiz natural, porque é feita uma alteração 
que se aplica para todo e qualquer caso. Isto é, perpetua-se aquela 
jurisdição para todos aqueles casos que envolvam aquela matéria. 
30 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• Princípio do Promotor Natural? 
- Entende-se que o princípio do promotor natural é retirado do: 
Art. 5º 
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. 
- Estaria aqui o processado diante da atuação do órgão ministerial como 
legitimado ativo da ação penal pública. 
- Os Tribunais Superiores já divergiram bastante sobre o tema. O STJ 
compreende a possibilidade da existência de um princípio do promotor 
natural. A interpretação do STF oscila, mas há julgados recentes que, muito 
embora não enfrentem diretamente a questão, ou não tenham se prestado a 
esse fim, trouxeram o princípio do promotor natural como fundamentação 
como justificativa da decisão. 
- 3.11 Princípio da vedação das provas ilícitas 
• A Constituição estabelece que:
Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
• A regra, no processo penal, é que se admita toda e qualquer prova, desde que 
não seja prova ilícita. 
• A prova ilícita é uma prova obtida mediante tortura, por exemplo, ou entrando 
ilicitamente no domicílio da pessoa — violando a questão da inviolabilidade do 
domicílio —; ou seja, qualquer prova que contrarie a lei. Essas provas devem 
ser retiradas do processo e não podem ser levadas em consideração.
- 3.12 Princípio da vedação da autoincriminação 
• Este princípio também é chamado de direito ao silêncio.
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado 
• O direito ao silêncio é um direito, mas o réu pode abrir mão dele e querer falar 
tudo sobre o crime. Não se pode condenar o réu pelo silêncio e deve-se 
garantir esse direito ao silêncio dele. Caso o réu queria abrir mão desse direito 
e confessar o crime, acaba sendo um benefício, pois ele tem o direito de ter a 
sua pena atenuada se confessar.
31 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• Esse princípio também apresenta-se como:
- Autodefesa Passiva 
• O réu tem o direito de se defender e o fará de forma passiva, não se 
autoincriminando. Segundo a Constituição Federal: 
Art. 5º 
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado. 
• Esse direito à não autoincriminação é o direito ao silêncio? Não apenas. O 
direito ao silêncio é uma das manifestações do direito à não 
autoincriminação. 
• A quem se aplica? É somente ao preso? A jurisprudência e a doutrina 
dizem que esse dispositivo não é assegurado somente ao preso, mas ao 
indiciado, ao investigado, ao réu solto ou preso. 
- Advertência quanto ao Direito 
• Como acontece no Direito norte-americano, em que se fala do "aviso de 
Miranda". 
• “Aviso de Miranda” 
- O “Aviso de Miranda” foi extraído do julgado de Miranda versus Arizona 
em 1966, em que se concluiu que o policial na prisão tem que ler os 
direitos do preso, sob pena do que ele disser não ter validade. A 
Constituição brasileira aborda a necessidade de preso, réue indiciado 
serem informados dos seus direitos, entre os quais está o de 
permanecer calado. 
- Ilicitude da Prova 
• É ilícita a prova que advenha do interrogatório ou do depoimento do que 
disser o réu, caso ele não tenha sido avisado do seu direito ao silêncio. 
Depoimento informal pode ser aceito se o réu tiver sido alertado do direito 
de silêncio. Se não houver o alerta de direito ao silêncio, os tribunais 
entendem que essa confissão não é válida. Essa é uma norma 
constitucional e, dizem também os Tribunais Superiores, direcionada ao 
poder público. Se o poder público, na figura do delegado de polícia, 
agente de polícia, escrivão, juiz ou promotor extrai do réu uma confissão, 
sem ter advertido a ele quanto ao direito ao silêncio, está-se diante de 
uma prova obtida ilicitamente, ou seja, uma ilicitude da prova. 
32 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
- Interrogatório “Informal” - Entrevista? 
• No entanto, apesar de a doutrina defender o contrário, o Supremo Tribunal 
Federal entende que uma entrevista, por exemplo, dada a jornais 
sensacionalistas, em que a pessoa acabou de cometer o crime e o 
jornalista faz algumas perguntas, não antecedidas do alerta quanto ao 
direito de silêncio, como não costuma ser, isso não teria problema. Essa 
prova, portanto, poderia ser juntada aos autos, pois se trata de particular e 
não do poder público. A doutrina diverge com relação a esse ponto, mas 
os julgados no Supremo Tribunal Federal vão nesse sentido. 
- Inexigibilidade de Dizer a Verdade 
• Seria isso um direito de mentir? O réu tem o direito de mentir? 
• Entende-se que o ordenamento jurídico brasileiro não dá ao réu o direito 
de mentir. Ele apenas tolera a mentira, desde que seja uma mentira não 
agressiva. É aquela mentira em que o réu apenas está tentando se 
defender e, para isso, ele mente sem colocar ninguém ali como sendo o 
possível autor daquele fato criminoso. As mentiras agressivas não estão 
abrangidas pela tolerância à mentira, portanto não se tolera que o réu 
impute falsamente o fato criminoso à terceira pessoa. 
• Também não está abrangida nessa inexigibilidade de dizer a verdade, 
falsear a identidade pessoal. O suspeito que é abordado pela polícia e 
fornece um nome falso, uma identidade falsa para esconder os 
antecedentes criminais não está abrangido pelo direito à não 
autoincriminação. 
• Súmula n. 522 do STJ: “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante 
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa”.
- Confissão 
• O indiciado ou acusado não pode ser compelido a confessar, inclusive 
caso alguém venha tentar fazer com que ele confesse, dependendo do 
modus operandi, poderá incidir uma prática criminosa. 
- Direito de não praticar comportamento ativo 
• O réu não pode ser obrigado a participar ativamente da reconstituição do 
crime ou acareação; 
• Fornecer padrões vocais; 
• Material para grafotécnico (escritos comparados com o objeto da perícia). 
Se o réu quiser poderá fazer, mas ele não poderá ser compelido a fornecer 
33 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
esse material. No entanto, na prática, muitas vezes ocorre de serem 
utilizados escritos anteriores produzidos pelo réu. 
- Prova invasiva X Prova não invasiva 
• Há preocupação com a dignidade da pessoa que está sendo objeto de 
perícia, de exame. 
• A prova invasiva parte do pressuposto que haverá a penetração no 
organismo humano por instrumentos ou substancias em cavidades 
naturais ou não. Por exemplo: exame de sangue. 
• Há necessidade de autorização e consentimento do réu para que se 
realizem. 
• No que se refere a prova não invasiva haverá a possibilidade de ser 
realizada a prova, independentemente, do consentimento do réu. 
- Consentimento 
• Por exemplo: material descartado. 
- Bafômetro 
• Em relação ao crime de direção embriagada, uma das formas de se 
comprova esse fato é por meio do bafômetro ou por meio de exame de 
sangue. 
• A Lei também admite que o policial realize um relatório explicando os 
motivos pelos quais os aspectos que ele percebeu no instante da prisão 
demonstraram que a pessoa estava alcoolizada. 
• No que se refere ao exame de sangue, o individuo não pode ser compelido 
a participar dessa prova, pois é invasiva. 
• Para participar do bafômetro, para realizar o exame é necessário soprar, 
exige-se do indiciado ou suspeito um comportamento ativo. 
• No entanto, há a recente possibilidade de se realizar esse exame com os 
etilômetros ultramodernos, nos quais o policial chega próximo ao veículo e 
só de conversar com o motorista, ele terá condições de aferir a quantidade 
de álcool que a pessoa ingeriu.
• Reconhecimento de pessoas: procedimento previsto no Código de 
Processo Penal em que a pessoa suspeita de uma prática criminosa e o 
acusado será colocado ao lado de outras pessoas para que a vítima ou as 
testemunhas indiquem se foi ele o autor da infração penal. 
34 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• Comportamento passivo: os Tribunais Superiores aduziram que no 
reconhecimento há um comportamento passivo. O réu não está fazendo 
nada, ele apenas está sendo colocado ao lado de outras pessoas. 
- Consequências 
• Comparação com o direito civil; 
• Súmula n. 301 do STJ: em ação investigatória, a recusa do suposto pai a 
submeter-se ao exame de DNA induz presunção iuris tantum de 
paternidade. 
• E no processo penal? O fato de o indiciado ou acusado não ter participado 
não leva a possibilidade de concluir-se pela sua culpa ou pela sua 
condenação. Assim, continua o Ministério Público com o ônus de provar 
que foi o réu o autor da infração penal. 
• Crime de desobediência? Não, pois trata-se de um direito que não pode 
ter uma consequência negativa. 
• Outros crimes: artigo 305, do CTB: “Afastar-se o condutor do veículo do 
local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe 
possa ser atribuída” 
• O tipo penal foi questionado em razão desse princípio, pois a pessoa que 
pratica a conduta do artigo 305 está sendo compelida a se autoincriminar. 
• Prepondera o entendimento que estar ali, no local do crime, não significa 
por si só que a pessoa está se autoincriminando, pelo contrário, ela pode 
permanecer ali para se defender. 
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício 
ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: Vide Lei de Abuso de Autoridade. 
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório: 
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou 
• Não se pode atribuir efeito negativo ao silêncio, portanto não faz sentido 
realizar uma série de perguntas só para fazer constar que uma pergunta 
específica não foi respondida por ele, como ocorre, por exemplo, nos 
casos de interrogatório em que o réu se recusa a responder, mas o 
Promotor de Justiça solicita o registro em ata de audiência. 
35 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• Direito ao silêncio e “terceiros”: a testemunha tem a obrigação de falar a 
verdade e isso inclui a obrigação de responder, de falar sobre os fatos que 
ela tenha conhecimento, sob pena de falso testemunho. 
• No entanto, se determinada pergunta que for feita para a testemunha 
importar em autoincriminação, a partir de então a testemunha terá o direito 
de ficar em silêncio. O próprio juiz ao constatar a situação irá alertar a 
testemunha. 
- 3.13 Princípio da igualdade 
• Este princípio também se aplica ao processo penal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual- dade, à 
segurança e a propriedade, nos termos seguintes. 
• Assim, dá-se a visão geral dos princípios para que se tenha uma noção mais 
sistêmicado processo penal.
- 3.14 Princípio da busca da verdade 
• As pessoas que estavam no momento do fato criminoso é que sabem da 
verdade. O juiz, o promotor, o advogado sabem da verdade contada. Ademais, 
é preciso levar em conta que há pessoas com interesses diferentes. 
• Quando se fala do princípio da busca pela verdade,é a busca por uma verdade 
que vai ser construída a partir das provas que vão ser produzidas nos autos, no 
processo com o contraditório e com ampla defesa. 
• Verdade Formal versus Verdade Material 
- A verdade formal estaria ligada aos direitos disponíveis. Por exemplo, uma 
ação, no Direito Processual Civil, em que a parte que pede algo deverá 
provar a alegação para que tenha seu objetivo pretendido no processo. Se 
não conseguir provar, não é dado ao juiz, segundo construção, interferir, pois 
o juiz vai conseguir uma verdade formal, já que não teve prova. 
- Isso é diferente do que aconteceria no Processo Penal, no qual se busca a 
verdade material. Teriam as partes preocupadas em provar e o juiz com 
atuação probatória. 
- Essa distinção vem caindo cada vez mais. No Processo Cível, entende-se 
que o juiz tem alguma atuação em busca da construção da verdade, pois é 
ele o destinatário da prova e ele é quem vai julgar. No Processo Penal, por 
outro lado, não é aceito em busca de uma verdade material, uma verdade 
36 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
real que o juiz tenha uma ação probatória tão intensa que substitua a 
atuação das partes. 
• Advertência: há um sistema acusatório. Está na Constituição e no Código de 
Processo Penal. Esse sistema acusatório é o Ministério Público. Na ação 
penal pública, ele deve produzir a prova, ou seja, é ele o protagonista da prova. 
• Atuação Probatória – Sistema Acusatório 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas 
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para 
dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
- Dentro do sistema acusatório, busca-se a verdade possível, a verdade que 
pode ser reconstruída nos autos a partir da atuação direta das 
partes:Ministério Público e defesa. E a partir do complemento pela atuação 
do juiz, caso se entenda pela possibilidade ainda do artigo 156 do CPP. 
• Inadmissibilidade de Provas Ilícitas 
- É um importante princípio da busca pela verdade, que não será trazido de 
forma autônoma, pois será estudado mais a fundo em provas no Processo 
Penal.Sempre que se trabalha com uma prova é preciso verificar se ela foi 
obtida por meio ilícito, pois seráinadmissível. 
- Se conseguir uma prova por meio ilícito, ela revela que a verdade não poderá 
ser juntada aos autos, bem como não é possível sevaler dessa prova para 
condenar o réu. Segundo o texto da CF: 
Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
• Verdade Consensual 
- Verdade que decorre de um consenso, ou seja, não se chega a uma verdade 
real, nem a uma verdade possível, mas a uma verdade consensual. 
- Nesse ponto, é uma forma direta dos princípios dos institutos 
despenalizadores da Lei n. 9.099/1995, transação penal, composição civil de 
danos, suspensão condicional do processo.
- 3.15 Princípio da instrumentalidade processual penal 
• Afirma que o processo é instrumento, ele não é um fim em si mesmo. Há um 
direito material que afirma que ao subtrair coisa alheia móvel haverá como 
37 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
consequência uma pena. Para que seja aplicado o direito material ao caso é 
necessário um processo, um procedimento para que ao final possa ser 
aplicada uma sentença condenatória ou absolutória. 
- 3.16 Princípio da instrumentalidade processual penal 
• Afirma que o processo é instrumento, ele não é um fim em si mesmo. Há um 
direito material que afirma que ao subtrair coisa alheia móvel haverá como 
consequência uma pena. Para que seja aplicado o direito material ao caso é 
necessário um processo, um procedimento para que ao final possa ser 
aplicada uma sentença condenatória ou absolutória. 
- 3.17 Princípio da identidade física do juiz 
• O referido principio encontra-se previsto expressamente no § 2º, do artigo 399, 
do Código de Processo Penal, o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a 
sentença. 
• O juiz que estava em contato direto com a prova é o juiz que deverá proferir 
sentença, há exceções que serão tratadas no estudo do procedimento. 
- 3.18 Princípio da intranscedência 
• A pena não pode passar da pessoa do réu. Assim, a pessoa que cometeu o 
fato criminoso será responsabilizada criminalmente. 
• A ação penal se dá em face da pessoa que aparentemente praticou o fato 
criminoso. 
- 3.19 Princípio da vedação do bis in idem 
• Ninguém pode ser responsabilizado ou processado duas vezes pelo mesmo 
fato. 
• É necessário verificar se o fato já foi objeto de apuração, processo e sentença. 
• No caso de absolvição por falta de provas também não se poderá 
responsabilizar aquela pessoa, pois já houve um processo com relação aquele 
fato que teve por consequência a absolvição transitada em julgado. 
4. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
- 4.1 Aplicação da lei processual penal no espaço 
• Questão: “Onde a lei processual penal se aplica?”
CPP, Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
[...] 
38 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal
Gran Cursos
• O dispositivo acima é uma aplicação do princípio da territorialidade, ou seja, 
regra geral, o Código de Processo Penal e as leis processuais penais especiais 
aplicam-se em todo o território brasileiro. Assim, qualquer que seja o lugar do 
país em que foi praticado um crime, sobre esse ato aplica-se a legislação 
processual penal vigente.
• No entanto, o CPP traz algumas exceções quanto à aplicação da lei processual 
penal no espaço e em relação às pessoas. São elas:
I – os tratados, as convenções e as regras de direito internacional; [ratificadas pelo Brasil] 
- Ex. 1: crimes praticados por agentes diplomáticos – Convenção de Viena 
sobre relações diplomáticas – imunidade de jurisdição penal no Estado 
acreditado (art. 31, §1º).
- Ex. 2: Tribunal Penal Internacional (entrega de brasileiros natos e 
naturalizados para julgamento em Haia).
- Outros exemplos:
• Chefes de Estado e representantes de governos ficam excluídos da 
jurisdição criminal do país onde exercem suas funções.
• A imunidade diplomática se estende a todos os agentes diplomáticos.
• O Estado pode renunciar à imunidade, mas o agente não pode.
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos cri- mes 
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes 
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
- Os crimes de responsabilidade são diferentes dos crimes comuns, pois tem 
um viés político. Por esse motivo, o crime de responsabilidade também é 
chamado de crime de natureza político-administrativa. Nesse caso, o 
julgamento não é feito pelo Poder Judiciário, mas pelo Poder Legislativo.
III – os processos da competência da Justiça Militar; 
- A Justiça Militar possui uma legislação própria, que é o Código de Processo 
Penal Militar. Logo, a ela não se aplica o Código de Processo Civil comum. 
Além disso, há outras leis especiais que regulam situações específicas, tais 
como o Código Eleitoral, os Juizados Especiais Criminais, a organização 
criminosa, tóxicos etc. Tais leis especiais serão aplicadas prioritariamente e, 
em caso de necessidade, aplica-se o CPP.
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n. 17); 
39 Processo Penal Maria Beatriz Paschoal

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