Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ginecologia & Obstetrícia I Beatriz Marinelli, 10° termo BÁSICO PARA OSCE Antecedentes Obstétricos: G_P_A_. Aborto até 20- 22s ou <500g. Data da última menstruação (DUM): 1° dia da últi- ma menstruação. Data Provável do Parto(DPP): +7 dias da DUM, se ultrapassar jogamos para o mês seguinte.E no mês somamos +9 (jan, fev ou mar) ou -3 (abr-dez). Ex: DUM: 05 de março de 2022. DPP: 12/12/22 Idade Gestacional (IG): Fev 21/22/23: 28 dias. Pela DUM: DUM até o dia de hoje/7. Resultado é a semana e resto dias. Ex: DUM: 20/set/2021, hoje 15/abril/2022 IG:10(set)+31(out)+30(nov)+31(dez)+31(jan)+28(fev )+31(mar)+15(abr)= 207/7= 29x7=203 sobra 4 en- tão 29s e 4d. USG: de 15/09/2021 com 8s e 3d. Hoje 23/01/22. 15(set)+31(out)+30(nov)+31(dez)+23(jan)= 130 130/7=18s4d+8s3d=27s. Diagnóstico: colocar tudo, G_P_A_, IG, comorbida- des, tabagismo (se for), + diagnósticos encontrados. Avaliação Paralelas: Mamografia: anual a partir de 40 anos. Preventivo: 25-64 anos (a cada 3 anos após 2 exammes normais consecutivos com um inter- valo de 1 ano). EXAME CITOPATOLÓGICO DO COLO UTERINO 1. Explicar o procedimento e esclarecer dúvidas; 2. Separar material: luva de procedimento, lâmina fosca, gaze não estéril; lápis preto; álcook 70%, espéculo, pinça cheron,espátula de ayres, esco- va endocervical, frasco porta-lâmina. 3. Realizar desinfecção com gaze e álcool na parte lisa da lâmina e identificar; 4. Fornecer camisola e bexiga vazia; 5. Posicionar na maca, em posição ginecológica. 6. Calçar luvas de procedimentos. 7. Realizar inspeção visual da vulva e introduzir o espéculo, desviando do meato urinário em posi- ção levemente inclinada, até posicionar o colo uterino centralizado no espéculo. 8. Inspeção da vagina e do colo de útero e retirar excesso de secreção c/ pinça Cheron s/n. 9. Colher material de ectocérvice com espátula de Ayres, girando 360°, e fazer esfregaço único transversal na extremidade ao lado da parte fos- ca da lâmina de vidro identificada. 10. Colher material endocervical com escovinha cervical, girando 360°, e fazer rotação da escova sobre a lâmina em esfregaço único em sentido longitudinal. 11. Coloque a lâmina imediatamente em frasco com fixador (álcool 96%), feche adequadamen- te e certifique-se de que não há vazamento. 12. Tracionar espéculo para evitar pinçamento do colo retirando o espéculo com as lâminas pre- viamente fechadas. 13. Informar a usuária que o exame acabou. 19. Hi- gienizar as mãos conforme técnica asséptica. LEUCORREIA/VAGINOSES 1.Leucorreia fisiológica: transparente, branco-ama- relado e mucoso. Tende a ser inodoro, mas pode ter odor leve fétido. 2. Vaginoses bacterianas: ausência de lactobacilos, crescimento excessivo de anaeróbios facultativos e proliferação de microbita como: Gardnerella vagi- nallis, Mycoplasma hominis, Peptostreptococcus. Quadro Clínico: leucorreia cremosa, homogêni- ca, cinzenta nas paredes vagianas e colo, odor fétido. Tratamento: Metronidazol 400mg 12/12h 7dias 3. Tricomoníase: IST pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Quadro Clínico: secreção abundante e bolhosa, amarelo-esverdeada, prurido intenso. Tratamento: Metronidazol 2g VO dose única. + Abstinência sexual no tto, evitar bebidas alcooli- cas por 24hotas e tratar o parceiro. 4. Candidíase: Candida albicans. Quadro Clínico: secreção esbranquiçada e gru- mosa, prurido intenso. Tratamento: Fluconazol 150mg, VO dose única. Ginecologia & Obstetrícia I Beatriz Marinelli, 10° termo HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL Conceito: todo sangramento uterino anormal. Anamnese: coagulopatias congênitas, sangramento menstrual excessivo, hemorragia pós-parto(hipófise demora 6 meses para voltar ao tamanho normal), sangramento cirurgicos, sangramentos em procedi- mentos odontológicos, histórico familiar de sangra- mento, sangramento gengival freq, equimose ou/e epistaxa 1 a 2x/mês, ciclo menstrual (se ela acha que está anormal), medicamentos em uso, menar- ca, métodos contraceptivos que utiliza (DIU por exemplo ↑sangramento). Conduta: Solicitar Beta-HCG, se + causa obstétrica, se - causa ginecológica. ҉Etiologia não-obstétricas: Causas Orgânicas (PALM): Polípos, Adenomio- se, Leiomiomas, Malignidade e hiperplasia. Causas Não-Orgânicas (COEIN): Coagulopatias, Ovulatória (disfunção), Endometrial (↑PGI-1 - PGE2), Iatrôgênica (DIU, fármacos), Não classifi- cada (malformações vasculares, hipertrofia mio- metrial, doenças sistêmicas). Causas Orgânicas (PALM): 1. Pólipos: crescimento tissular localizado, carnes esponjosas que palpamos no útero, comuns, de causa desconhecida, respondem mal ao tto clínico. Conduta: USG→ histerossonografia (caso não vi- sualize). Tratamento: se a mulher tem desejo de engravi- dar realizamos tto clínico e se falhar, histerosco- pia com raspagem do pólipo. Se não tem o de- sejo, histerectomia (retira pólipo e útero). Não há obrigação de retirada. 2. Adenomiose: tecido endometrial infiltrado na pa- rede miometrial, de causa desconhecida, respon- dendo mal ao tto clínico. Marcado por Quadro Clínico: cólicas (dor pélvica) +sangra- mento sem melhora ao tto clínico, dispareunia, dismenorreia secundária progressiva. Conduta: USG ( <40%) na 2° fase do ciclo (endo- métrio + proliferado) - áreas hipoecogênicas dis- persas no miométrio, útero arredondado, com raios com sombras, perda da definiçao endomé- trio-miométrio. RNM (padrão-ouro $). Tratamento: AINES, contraceptivos hormonais, progesterona na 2° fase (↓proliferação endo- metrial). Geralmente má resposta ao tto clínico, devendo fazer histerectomia (tto definitivo). 3. Leiomiomas: tumor benigno uterino por hiper- plasia da célula miometrial. Quadro Clínico: maioria assintomático. Podem levar a irregularidade menstrual, dor pélvica, in- fertilidade (submucosos). Conduta: toque vaginal (avaliar o tamanho ute- rino), USG endovaginal, RNM ou tomo (s/n). Tratamento: clínico (não curativo, apenas me- lhora sintomas - AINES, progesterona 2° fase do ciclo, progesterona contínua, análogo GnRH, ACO combinada). Se quiser engravidar, miomec- tomia ou embolização. Se não tem desejo reali- zamos histerectomia para tto definitivo. 4. Malignidade e Hiperplasia: endométrio irregular, espessado, com áreas císticas, USG com hiperplasia endometrial c ou s/ atipias. Endométrio espessado em menopausada sem uso de hormônio+ sangra- mento na menopausa, investigar. Fatores de risco: nuliparas, ovário policístico, te- rapia estrogênica s/ progesterona, obesidade. Tratamento: follow up c/ biopsia; progesterona; histerectomia. Causas Não-Orgânicas (COEIN): 1. Coagulopatias: histórico de sangramento em ou- tros locais, uso de anticoagulates, INR alterado. 2. Ovulatória: falta de produção ou ação da proges- terona. Estrogênio leva o crescimento do endomé- trio, c/ atraso menstrual (não vira secretor). Chega um momento que ele se tora tão grande que san- gra. “Sangro muito há muitos dias”. Tto: pilula de progesterona. Vai parar de sangrar, mas qdo parar de tomar volta (ciclo normal). 3. Endometrial: sangramento anormal por ↑PGI 2 e PGE 2. Tto: anti-inflamatório (↓cólica e sangue). 4. Iatrogênica: ACO irregular (esquece o horário), pi- lulas contínuas (escape), terapia hormonal estrogê- nica s/ progesterona, uso de hormônios por crian- ças (“balinha”), DIU. Corrigir falhas. 5. Não Classificada: raras, como mal formações vas- culares, hipertrofia miometrial, doenças sistêmicas. Exames Complementares (solicitar): hemograma e coagulograma, TSH, Ureia e creatinina, TGO e TGP (afastar causas sistêmicas). USG endovaginal. TSH, FSH, LH, Estradiol prolactina (especialistas). Sempre fazer exame físico avaliando o colo uterino. Outros: s/n histerossonografia e histeroscopia. Ginecologia & Obstetrícia I Beatriz Marinelli, 10° termo PLACENTA PRÉVIA Tecido placentário sobre ou próximo ao orifício do colo uterino após a 28° semana - antes não tera ti- do sua migração fisiológica. Implantação anormal da placenta após 28s. Entre o bebê e o colo. Classificação: Total: - freq + grave. Recobre total o orifício. Parcial: recobre parcialmente. Marginal: margeia, masnão ultrapassa o orifí- cio. Implantação baixa/lateral: borda da placenta não atinge o orifício, está no segmento inferior, com no máx 2cm de distancia - >2cm implanta- ção normal. Quadro Clínico: sangramento vermelho vivo, s/ hi- pertonia, indolor, s/ irritação do miométrio, não afeta vitalidade fetal. Fatores de Risco: cicatrizes anteriores, multiparida- de ou intervalo interparto curto (<2 anos), nidação tardia, idade avançada, tabagismo (defeitos vascula- rização do endométrio), curetagem, endometrite. Diagnóstico: clínico+ especular cuidadoso, US endo- vaginal cuidadoso (escrever). Toque (apenas se não tiver sangue no especular). Complicações: sangramento vaginal, hipóxia e ane- mia fetal, RCIU, amniorrexe prematura (prematuri- dade) e acretismo placentário. Acretismo Placentário: invasão da placenta no miométrio pela melhor vascularização (+O2 e nutrientes). - RNM melhor exame. Resolução imediata da gestação, podendo perder o útero. Placenta acreta: invade o endométrio, e atinge o miométrio superficialmente. Placenta increta: miométrio + profundamente. Placenta percreta: ultrapassa o miométrio e atinge a serosa (peritônio visceral), podendo atingir a bexiga ou uma alça intestinal. Conduta e Orientações: internação (sangramento importante), repouso (internação, 48h sem sangra- mento pode repouso em casa), evitar atv sexual, corticoide (24-34 semanas). Resolver a gestação com ≥ 37 semanas e paciente estável OU sangra- mento persitente em ↑atv, ↓vitalidade fetal. P.P total, parcial ou marginal: cesárea. P.P baixa: avaliar, cesárea ou normal. Placenta Prévia Descolamento P. Placenta Sangue vermelho vivo; Indolor; Tônus uterino se mantém; Fetos em boas condições. Sangue escuro c/ coágulo; Dor; Hipertonia; Sinais de sofrimento fetal agudo; Pode ter sinais de choque. DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA Separação prematura da placenta do seu local de implantação normal antes da expulsão fetal. - ↓he- morragia, hematoma retroplacentário, irrita, cra- teas, ↑sangramento, coágulo, descolamento. Classificação: parcial (prognóstico), total ( óbito fetal, ↑morbimortalidade materna). Fatores de Risco: hipertensão (50%), cesárea pré- via, idade e paridade elevada, amniorrexe prematu- ra, polidrâmnio, gemelaridade, trombofilias, fatores mecânicos como trauma, tabagismo, cocaína, álco- ol, DPP prévia (10x chance), uso inadequando de medicações (misoprostol e ocitocina). Quadro clínico: sangramento externo ou oculto (20% + grave), doloroso, contração frequente, hi- pertonia, alteração da vitalidade fetal, trabalho de parto pré-termo idiopático. Complicações: coagulopatia de consumo (consumo dos fatores de coagulação- CIVD), IR, necrose hipofi- sária, útero de couvelaire (DPP+CIVD, não contrai, não para o sangramento→histerectomia subtotal). Diagnóstico: clínico. s/n realizar US (vitalidade fetal e sangramento oculto). Diagnóstico Diferencial: PP, vasa prévia, ruptura de seio marginal. Conduta: internação, SSVV,SV, AV calibroso, exames lab, UTI s/n, rep. volêmica, correção da coagulopa- tia s/n, avaliar vitalidade fetal. Mãe estável: parto (normalmente cesárea). Feto inviável (<26s) ou morto: amniotomia, in- duzir parto normal (4-6h), ocitocina ↑dose. DPP crônico: esperar maturidade fetal. Ginecologia & Obstetrícia I Beatriz Marinelli, 10° termo CISTO DE OVÁRIO Definição: cavidade preenchida com conteúdo líqui- do ou semi-líquido, com diâmetro ≥ 3 cm/30mm (< folículo), podendo pcorrer em qualquer fase da vida da mulher. Cistos Funcionais: pode ser folicular ou lúteo, sendo causado por alguma alteração na ovula- ção, podendo sumir sozinhos em 6-8 semanas. Geralmente são unilocular, parede fina e lisa (cisto simples). Podem ter vasos em suas pare- des→hemorragia (debris em seu interior). USG: fase pós-menstrual (não confundir com outro folículo). Repetir USG em 6-8 semanas pa- ra ver se sumiu. Cistos orgânicos/neoplásicos: tumor, podendo ser benigno ou maligno. Não desaparecem sozi- nhos, devendo encaminhar a um ginecologista. Geralmente são uni ou multilocular (septo finos ou grosso), c/ ou sem tumoração, pouco ou muito vascularizados. Quadro clínico: assintomático (maioria). Pode apre- sentar dor e desconforto abdominal, dispareunia, tenesmo (vontade intensa de evacuar), polaquiúria, emagrecimento. Anamnese: antecedentes pessoais (neoplasias, uso de contraceptivos- ↓risco) e familiares (ca). Exame físico: linfoadenopatias cervicais e supracla- viculares, derrame pleural, palpação mamas, ascite e massa palpável (abdome), exame ginecológico bi- manual (localização, tamanho, consistência), exame retal (parede post útero, ligamento, saco de doug). Diagnóstico Diferencial: gravidez ectópica, abcesso pélvico ou tubo ovariano, linfocele pélvico, cisto pe- ritonial, leiomioma seroso, hidronefrose, hidrossal- pinge, rim pélvico, cisto paraovárico, d. diverticular. Exames laboratoriais: Não há teste para diagnósti- co, podemos pedir Beta-hCG, Ca 125 (<35u/ml nor- mal), hemograma. Normal≠não há nada. Exames de imagem: ecografia pélvica (1° linha é o USG). Pode ser o endovaginal (ter relação sexual prévia, não precisa de bexiga cheia, melhor resolu- çao), ou transabdominal (melhor tolerância-grande) Caracteristicas de risco de malignidade: tumor sóli- do, cistos com projeção sólidas, septos grosseiros ir- regulares, heterogêneos e espessos, multiloculação, limites imprecisos, capsua irregular e espessa, bila- teralidade, ecos refrigentes em seu redor, ascite, implantes peritoneais, presenças de vasos em pare- de do cisto, septo e áreas sólidas (doppler) - angio- genese (vascularização). 1. Cisto Folicular: simples, ≥3cm, redondo ou ovói- de, unilocular, anecogênico, paredes finas e lisas, reforço acústico posterior, unilateral (maioria). Ocorre por falha na ovulação, com regressão em 3- 6 meses. Outras formas de apresentação: “cisto dentro do cisto”. Cisto Folicular Hemorrágico: parede de algum dos seus vasos rompeu. Ecos focais ou difusos de ↓ecogenicidade dependendo da extensão do sangramento, desenhando células que se unem como “Favo de mel”. Cistos Tecaluteínico. 2. Cisto do Corpo Lúteo: imagem de anel vascular ou halo de fogo. IR ↓. Parâmetros ecográficos: RISCO DE MALIGNIDADE BAIXO ALTO TAMANHO DO TUMOR < 10 cm > 10 cm SEPTOS Ausente ou fi- no (1-2 mm) Grosso Nº DE CISTOS Unilocular Multilocular ECODENSIDADE Hipoecogénico e/ou homoge- neo Hiperecogénico e/ou sólido VEGETAÇÕES Ausente Presente PRESENÇA DE ASCITE Ausente Presente VASCULARIZA- ÇÃO AUMENTA- DA Ausente Presente Estudo doppler: abandonado, só é importante sa- ber se o cisto é ou não vascularizado. TAC: de menor resolução que as demais, últim para estudos do retroperitoneo. RNM: esclarece lesões mal definidad na eco, me- lhor para tecido moles, permite identificar o orgão de origem das massas pélvicas, lesões retroperito- neais, invasão tumoral. Tratamento: idade (desejo gravídico), estado hor- monal, caracteristica do cisto. Tto pelo especialista. Ginecologia & Obstetrícia I Beatriz Marinelli, 10° termo AMNIORREXE PREMATURA/ BOLSA ROTA/ RPMO Definição: ruptura das membranas antes da instala- ção do trabalho de parto. Sem relação com a IG. Fatores de Risco: infecções (ITU, cervicites - corri- mento, DST), incompetência istmo-cervical, hiper- distensão da cavidade amniótica (macrossomia, gestação múltipla, polidrâmnio), procedimentos in- vasivos (biopsia de vilo, cordocentese, amniocente- se), tabagismo, deficiência nutricional. histórico prévio ou familiar, trauma, contratilidade, inserção baixa da placenta. Diagnóstico: peda de líquido (↑quantidade e de- pois ↓, ou ↓ constante). Exame especular com LA no fundo do saco (s/n fazer manobra de valsava), testes para confirmação (+) de RPMO. Coloração de Sudan IV: >10% células orangiófil. Coloração com Schiller: + em lugol +. Teste de cristalização: padrão “arboriforme”. pH vaginal: alcalino (pH> 6). Teste de Lannetta: coloração branca. AmnioSure test: 5ng/ ml. Alfa microglobulina-1 (PAMG-1) no fluido cervical. $$ Pesquisa de IGFBP-1: proteína de ↑ [] no LA. $$ USG:não faz diagnóstico, oligo apenas sugere. Amniocentese + corante: invasivo. Presença de corante no tampão vaginal. Diagnóstico Diferencial: corrimento vaginal e per- das urinárias. Complicações: prolapso de cordão, oligoâmnio, se- quelas neurológicas, endometrite, corioamnionite, apresentação anômolas, retenção placentária, de- formidades faciais e ortopédicas, prematuridade (hemorragia intraventricular, enterocolite necrosan- te, hipoplasia pulmonar, sd. da angústia respirat- ória, doença da membrana hialina, leucomalácia periventricular. Conduta: > 37 semanas: esperar entrar em TP, fazer o ín- dice de Bishop para ver a maturação do colo uterino e alaviar a necessidade de indução ou condução do TP. Preparar o colo (s/n) com mi- soprostol e ocitocina e depois indizuir o parto. Cicatriz uterina ou cesárea anterior contraind miso, aumenta risco de rotura. > 36 semanas ou >2500g: internar e pensar em interromper a gravidez. 34-36 semanas: Internação. C/ maturidade fe- tal → preparar o colo e induzir o parto ou cesá- rea. S/ maturidade→ conduta expectante, acompanhar vitalidade e maturidade, terapêuti- ca ativa, aguardar 24-72h da ruptura (↑corticoi- de endógeno fetal) e resolver a gestação. ҉24-34 semanas: Internação. Corticoide+ anti- bioticoterapia profilática (evitar sepse por strep- tococcus). Avaliar tocólise (inibição do TP) por 48h. Interromper em sofrimento fetal e infec- ção. - Profilaxia com antibiótico: Penicilina G crista- lina 5M UI (dose de ataque), depois 2,5M UI 4/4horas até o parto. Alternativa ampicilina 2g (dose de ataque) e depois 1g 4/4 h até o parto. O ideal é cultura de strepto. entre 35-37s. - Risco de anafilaxia (hipersensibilidade imedia- ta, angioedema, urticária e asma): Clindamici- na: 900mg EV de 8/8h até o parto; ou Eritromi- cina: 500mg VO de 6/6h até o parto; ou Vanco- micina: 1g EV de 12/12h até o parto. Se for ris- co baixo: Cefazolina: 2g (dose de ataque) e 1g (dose de manutenção) de 8/8h até o parto. - Corticoide: Betametasona: 24 a 36mg (máx) à 12 mg IM de 24/24h (2/3 doses). Aguardar 24h da última dose para realizar o parto. Ideal é uti- lizar entra a 28-34s. 2° opção:Dexametasona: 6 mg IM (12/12h – 4 doses) - 10 dias para efeito. - Proteção neurológica Fetal: Sulfato de Magné- sio 4g (dose de ataque) e depois 1g/ hora até o parto (dose manutenção). <34 semanas: internação, repouso, controle dos sinais vitais, maturidade e vitalidade diariamen- te, hemograma e leucograma, PCR, corticoide, evitar toque, retirar fios de cerclagem. <24 semanas: geralmente fetos inviáveis, de- vendo conversar com a familía. Não está indica- do tocólise, corticoide e antibioticoterapia. Via de parto: normal só em cefálico fletida, demais cesárea. Infecções: ndicada a interrupção da gestação em qualquer idade gestacional. - Preferir via vaginal. ҉Corioamnionite (infecção materno e/ou fetal): conduta resolutiva independente da idade gestacio- nal. Etiologia: Estreptococos do grupo B, Gardnerel- la vaginalis, Peptoestreptococcus spp., fusobac- térias, Escherichia coli, bacteroides e Neisseria gonorrhoeae. - flora vaginal. Fatores de risco: 6 ou + exames vaginais no TP, duração do TP > 12h, RPMO há mais de 24 ho- tas, colonização materna de estrepto. grupo B, líquido meconial. Diagnóstico: febre ≥ 37,8ºC (critério maior) ou 2 menores (FC materna >100bpm, BCF >160bpm, contrações irregulares (útero irritá- Ginecologia & Obstetrícia I Beatriz Marinelli, 10° termo vel), saída de secreção purulenta e/ou fétida do colo uterino, ↓abrupta do LA, ↓MF, ↑>20% da PCR, Leucocitose (>15.000∕mm³ ou ↑ de 20% *desvio a esq). Conduta: ativa independente da IG. Via de parto: vaginal (preferencial). Medicamentos: Ampicilina 2g EV de 6/6h + Gentamicina 1,5mg/Kg EV de 8/8h -a partir do diagnóstico. E depois do clampeamento do cor- dão trocar genta por Metronidazol 500mg EV 8/8h. 2° Opção: Clindamicina: 900mg EV de 8/8h + Gentamicina: 1,5 mg∕Kg EV de 8/8h. Manter antibiótico até 48h após último epsódio de febre. INFECÇÃO URINÁRIA GESTAÇÃO (ITU) A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infec- ções mais comuns durante a gestação. Agente etiológico: E. coli (80%), Staphylococcus sa- prophyticus, Klebsiella pneumoniae e Proteus mira- bilis. Formas Clínicas: Cistite: disúria, aumento da frequência urinária, urgência miccional e, ocasionalmente, dor su- prapúbica e hematúria. Pielonefrite: + grave, dor lombar, febre alta, náusea ou vômitos. Punho percussão lombar +. Bacteriúria assintomática: sem manifestação, diagnóstico por exames laboratorias. Diagnótico Diferencial: vaginite, uretrite aguda, cis- tite intersticial e doença inflamatória pélvica. ITU recorrentes: 2 ou + episódios de ITU na gesta- ção sintomático ou não; OU 2 ITU nos últimos 6 me- ses ou 3 nos últimos 1 ano, antes da gestação. Diagnóstico: urocultura (padrão-ouro). Confirmado pela presença de >100K UFC/ml. 1 exame positivo já é indicativo para antibioticoterapia imediata. Co- letada na 1° consulta do pré-natal e outra no início do 3° trimestre. Complicações: materna (choque séptico), perina- tais (TP pré-termo, RN baixo peso, rotura prematura das membranas, RCIU,pré-eclâmpsia, anemia, co- rioamnionite, endometrite,leucomalácia encefálica e ↑ do risco de paralisia cerebral na criança. Profilaxia: indicado qdo história prévia de ITU re- corrente antes da gest; 1 eps de pielonefrite duran- te a gest; 2 ou + ITU baixas na gesta; 1 ITU baixa complicada por hematúria franca e/ou febre; 1 ITU baixa + fatores de risco de recorrência. Nitrofuran- toína 100mg/dia até 37-38 semanas de gestação. Tratamento: Bacteriúria assintomática: ambulatorial. Cefu- roxima 250 mg VO 8/8h 7 dias; Cefalexina 500mg VO 6/6h 7 dias; Ampicilina 500 mg VO 6/6h 7 dias; Nitrofurantoína 100mg VO 6/6h 7 dias; Sulfametoxazol/ Trimetoprim 320/1600mg VO 1 vez ao dia 7 dias. Repetir urocultura em 10 dias. Se persistente ou recorrente após tto man- tida profilaxia com 50-100mg de nitrofurantoína ao deitar durante toda gestação. Cistite aguda: Ambulatorial - considerar adesão do paciente. Ampicilina 500mg VO 6/6 h 7 dias; Cefuroxima 250 mg VO 8/8h 7 dias; Nitrofurantoína 100mg VO 6/6h 7 dias. Pielonefrite: Internação + monitoramento sinais vitais, débito urinário, hemograma, uréia, creati- nina, ecografia do aparelho urinário. Cefuroxi- ma 750mg EV 8/8h 14 dias; Ceftriaxone 1g EV 1x/dia 14 dias; Ampicilina-Sulbactam 3g EV 6/6h 14 dias. Repetir urocultura em 7 dias, mensal- mente nos 3 primeiros e, caso -, bimensalmente a seguir até o término da gravidez.
Compartilhar