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GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA SEMIOLOGIA EM GINECOLOGIA ………………………………………………………………………. 02 PROPEDÊUTICA COMPLEMENTAR …………………………………………………………………… 08 MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO …………………………………………………… 10 ASSISTÊNCIA PRÉ NATAL ………………………………………………………………………………. 17 FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL …………………………………………………………………. 23 SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO - SOP ……………………………………………………….. 28 AMENORRÉIA ………………………………………………………………………………………………35 CLIMATÉRIO ……………………………………………………………………………………………….. 42 VITALIDADE FETAL ……………………………………………………………………………………….. 47 DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO, AFECÇÕES BENIGNAS DA MAMA TUMORES DE MAMA … 59 O TRABALHO DE PARTO ………………………………………………………………………………… 72 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS ………………………………………………………………………… 80 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL ………………………………………………………………… 87 CORRIMENTO VAGINAL …………………………………………………………………………………. 93 DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA - DIP ……………………………………………………………… 99 PUERPÉRIO …………………………………………………………………………………………………103 HEMORRAGIA …………………………………………………………………………………………….. 107 LACTAÇÃO …………………………………………………………………………………………………. 112 IST’S …………………………………………………………………………………………………………. 116 SÍFILIS CONGÊNITA ………………………………………………………………………………………. 123 RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO ……………………………………………………………. 127 CÂNCER DE OVÁRIO ………………………………………………………………………………………133 SANGRAMENTOS DE PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO …………………………………………139 SANGRAMENTOS DE SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO …………………………………………144 PROLAPSO GENITAL ...………………….…………………………………………………………………149 ENDOCRINOPATIAS NA GESTAÇÃO ……………………………………………………………………155 ALOIMUNIZAÇÃO …………………………………………………………………………………………...163 DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL …………………………………………………………………….. 167 HIPERTENSÃO GESTACIONAL E PRÉ-ECLÂMPSIA ………………………………………………….170 TRABALHO DE PARTO PREMATURO ………………………………………………………………….. 175 INFERTILIDADE ……………………………………………………………………………………………. 184 ÚLCERAS GENITAIS E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS …………………………189 ANEMIA NA GESTAÇÃO ……………………………………………………………………………...……194 INCONTINÊNCIA URINÁRIA ………………………………………………………………………………199 INFECÇÃO URINÁRIA NA MULHER ……………………………………………………………………. 204 SEXUALIDADE …………………………………………………………………………………………….. 210 AMNIORREXE PREMATURA …………………………………………………………………………….. 213 ALTERAÇÕES DO CRESCIMENTO FETAL ……………………………………………………………. 216 NOÇÕES DE HISTEROSCOPIA …………………………………………………………………………. 221 NOÇÕES DE LAPAROSCOPIA ………………………………………………………………………….. 222 SEMIOLOGIA EM GINECOLOGIA: Meio e modo de examinar um doente e verificar sinais e sintomas através do sinais e sintomas, contendo anamnese + exame físico. Um dos principais exames complementares é a tocoginecologia que atua no diagnóstico e tratamento. Irregularidades menstruais: Para mais: - Hipermenorreia/ menorragia → aumento do número de dias e da quantidade de fluxo menstrual - Polimenorréia → diminuição do intervalo do fluxo menstrual menor de 21 até 25 dias - Metrorragia → Sangramento irregular e acíclico. Há spotting/escape, sangramento intermenstrual Para menos: - Hipomenorreia → diminuição do número de dias e da quantidade do fluxo menstrual - Oligomenorreia → aumento do intervalo do fluxo menstrual superior a 35 dias - Espaniomenorréia → aumento do intervalo do fluxo menstrual além de 45 dias - Amenorreia → ausência do fluxo menstrual por mais de 3 meses Exame físico: Faz em caracteres sexuais secundários, como: mama, abdome, vulva e períneo (Inspeção estática e dinâmica; Exame especular; Exame de toque bimanual) 1. Exame de mama Paciente sentada de frente com o médico, relaxar a musculatura ao palpar axilas e ao palpar as mamas Inspeção estática → OLHAR = simetria, volume, mobilidade/aspecto, papilas mamárias e dos mamilos, secreções, áreas descamativas/lesões Inspeção dinâmica → retrações/abaulamentos/nodulações - retrações indica sinal de câncer Palpação das axilas → palpar nas fossas supra e infraclaviculares 2 - presença /aumento dos linfonodos = se tiver linfonodos, observar tamanho, consistência, mobilidade Palpação das mamas sentada → palpar em decúbito dorsal contra o gradil costal → nodulações - Localização = lateralidade - Mobilidade = aderido ou móvel - Delimitação = circunscrito impreciso - Consistência SÓLIDO: fibroso, pétreo, espiculado CÍSTICO: conteúdo fluido ou denso - Diâmetro aproximado - Dor 2. Abdome Inspeção estática e dinâmica → Observar cicatrizes cirúrgicas, sinais de trauma, distensão, presença de massas abdominais Ausculta Percussão Palpação superficial e profunda → avaliar dimensões, consistência, mobilidade, superfície e sensibilidade/ hepato ou esplenomegalia, hérnias 3. Vulva e períneo Inspeção estática = Órgão genitais externos - Pilificação → distribuição característica /quantidade alterações - Estruturas eréteis → tróficas, hipotróficas, lesões - Sulcos interlabiais → secreções lesões 3 - Vestíbulo ou introito vaginal → íntegro, ruptura perineal - Secreções - Áreas descamativas ou lesões Inspeção dinâmica Vagina - Procidências → parede vaginal anterior posterior - Secreções/ excreções → urina, fezes, muco, de conteúdo vaginal Uretra - Secreções/ excreções Prolapsos Útero, reto, uretra 4. Exame especular Observar na vagina → parede vaginal anterior posterior fórnices ao retirar observar as laterais e expressão uretral (secreções / excreções → urina, fezes, muco) Conteúdo vaginal → quantidade, consistência, cor e odor PAPANICOLAOU é um exame ESPECULAR Características da parede vaginal e fundos de saco: Trofismo, cor, lesões, tumorações, abaulamentos, retrações, relações, septos Características do colo uterino: Trofismo, cor, lesões, tumorações, abaulamentos, retrações, relações, septos, consistência = friável Características do orifício externo do colo uterino: Cor, secreções, como ele apresenta (circular, puntiforme, estenótico, em fenda, transversal) 5. Exame do toque vaginal - unidigital ou bidigital: Paredes vaginais → trofismo, temperatura, dor, tumorações Colo uterino → localização, trofismo, orifício externo, dimensão, consistência, mobilidade, dor 4 Na palpação bimanual → Palpar estruturas pélvicas, fundos de saco vaginal e observar se estão livres ou preenchidos com tumorações - Não teve filho = puntiforme, circular - Se teve filho = em fenda, transverso Quais as estruturas pélvicas que fazem palpação bimanual? Fundos de saco vaginal, útero e anexos Qual estrutura faz palpação de ligamentos? Paramétrios Qual o foco importante do exame de toque bimanual ao colo de útero? Presença ou não de dor Metrorragia → Amenorreia → 5 Quais os tempos do exame clínico de mama? Cite 3 caracteristicas que devem ser avaliados no exame ginecológico especular 6 Cite 3 caracteristicas que devem ser avaliadas no toque vaginal Cite 3 estruturas pélvicas que podem ser avaliadas durante o toque vaginal bimanual Cite 3 ações da progesterona durante o período gestacional Cite 3 ações da estrogênio durante o período gestacional 7 PROPEDÊUTICA COMPLEMENTAR: Colpocitologia oncológica (Papanicolaou) = Citologia - rastreamento / prevenção de câncer de colo de útero Diferença entre: rastreamento = rastrear a pessoa que já possui câncer prevenção = descobrir lesões pré-malignas Genitoscopia (Colposcopia + Vulvoscopia) = Fragmento de tecidos - exame óptico do trato genital inferior feminino (colo, vulva e vagina) associado a aplicação de soluções reagentes Indicação: alterações no resultado da citologia cervical. Possibilidade de obtenção de biópsia (histologia) Ultrassonografia - Transvaginal = mais comum - Suprapúbica - Transretal - Efeito Doppler → avalia o fluxo de sangue nos vasos. A área suspeita vai ficar colorida - Ultrassom 3D → imagens em 3 dimensões Ovário policístico = ‘’colares de pérolas’’ - geralmente é na periferia Densitometria óssea Com a menopausa, há perda de massa óssea e diminuição do estradiol - categoriza a massa óssea estimando a perda - principais locais: coluna lombar L1 - L4 e fêmur 8 Histeroscopia Padrão ouro na avaliação da cavidade uterina - Faz biópsia dirigida na área alterada ‘’See and treat’’ - vai até o óstio Histerossalpingografia- Investigação de infertilidade - Avaliação anatômica do canal, cavidade uterina e trompas - anestesia geral, paciente é entubada e exame vai até as trompas Ressonância magnética Construir imagens anatômicas através da emissão de ondas eletromagnéticas e ondas de rádio - faz em pessoas que têm endometriose Contraindicações: próteses metálicas, marcapasso cardíaco, clips metálicos, implantes cocleares Mastologia (mamografia e ultrassonografia) Mamografia faz em duas incidências: crânio caudal / oblíqua - rastreamento a partir de 40 anos - nem todo nódulo é maligno = tamanho, irregular, redondo, microcalcificações, tem que avaliar as características Ultrassonografia de mama - não avalia microcalcificações - ajuda na avaliação de lesões palpáveis - lesões palpáveis 9 MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO: O desenvolvimento da placenta é essencial para o crescimento e o bem-estar do feto, além de ser um importante fator no determinismo da saúde na idade adulta. A placenta é um órgão transitório específico da gravidez e apresenta alguns tipos: Discoidal = possui vilosidades que se concentram em uma região em forma de disco Deciduada = hipertrofia da parte da mucosa uterina Hemocoriônica = é a placenta mais clássica, na qual invade a parede do útero Funções da placenta: Modulação imunológica, produção de hormônios e enzimas, controle de trocas materno-fetais Tipos de transporte pela membrana placentária: Difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose Hormônios placentários: Gonadotrofina coriônica humana (hCG) - Subunidade alfa = hormônios hipofisários - Beta HCG = dosagem quantitativa - Manter o corpo lúteo - Pico entre 8ª e 10ª semana de gestação - Gestação tópica = dobra a 48 horas Hormônio lactogênio placentário (hPL) - Hormônio somatotrófico coriônico ou somatotrofina coriônica - Aumenta a resistência periférica à ação da insulina - Meia vida curta 10 Progesterona - Até 8ª semana secretada pelo corpo lúteo - Produzida a partir do colesterol - Implantação embrionária - Relaxamento da musculatura lisa Estrógenos - Estradiol, Estrona e Estriol - Tecido placentário não é capaz de produzi-lo a partir do colesterol = precursores androgênicos (DHEA-S e sulfato de 16-alfa-hidroxi-dehidroepiandrosterona) - Estimula contratilidade miometrial Sistema hematológico: Fisiologicamente o corpo aumenta o número de hemácias, e pela medula óssea produz células vermelhas - placenta, na qual aumenta a resistência periférica e aumenta o volume sanguíneo, aumentando a volemia e eritrócitos, causando uma anemia dilucional. Gestante tem anemia dilucional que é fisiológica! - abaixo de 11 aumenta a quantidade de ferro - corpo aumenta os fatores de coagulação, na qual aumenta no puerpério 11 - a fase de maior estímulo para trombose é puerpério, pois o corpo se prepara para a gravidez, ao tirar a placenta tem um pico de leito placentário e aumenta a cascata de coagulação e há um estímulo de ter trombose - aumenta a volemia, aumenta débito cardíaco, mas diminui a resistência (por isso a pressão cai) - na primeira fase a mulher tende acumular gordura = ANABÓLICA - na segunda fase a mulher tende a ter crescimento do bebê, então a mulher precisa mudar a regulação para conseguir dar energia a bebê = CATABÓLICA 12 - grávida vai várias vezes no banheiro e faz pouco ‘’xixi’’ = POLACIÚRIA - com o aumento da taxa glomerular, tem queda da creatinina e ureia - exercícios físico diminui a constipação - beber água diminui a constipação - o estômago compactua - hemorroida aparece, porque compri a veia cava - aumenta eixo de gravidade, por isso a gestante anda igual ‘’pato’’ - a gestante tem frouxidão ligamentar, por causa do relaxamento das articulações 13 - por conta dos hormônios, a grávida tem aparecimento de hiperpigmentação da pele, importante o uso de protetor solar - aparecimento de estrias, por causa da distensão da pele - aparecimento de melasma e cloasma - aparecimento da linha nigra na barriga 14 15 Qual a função da progesterona? Deprime o SNC, estimula a produção de hormônio melanotrófico, aumenta ventilação pulmonar, estimula o aumento das glândulas mamárias e inibição de lactogênese, promove excreção tubular de sódio Qual a função do estrógeno? Estimula a produção de proteínas transportadoras de hormônios pelos hepatócitos, estimula a contratilidade miometrial, estimula a hiperplasia e hipertrofia endometrial, estimula o aumento do fluxo sanguíneo uteroplacentário, estimula a produção de prolactina, inibe a lactogênese durante a gestação, estimula a contratilidade do miocárdio a aumentar, induz mecanismos que acarretam a retenção hídrica embebição gravídica 16 ASSISTÊNCIA PRÉ NATAL Consulta pré-concepcional - Identificação de riscos em relação à fertilidade e a uma futura gestação - Identificação dos riscos - Orientação à gestante sobre os riscos - Intervenções que visem melhorar o desfecho da gestação Principais avaliações - doenças maternas e uso de medicações - peso materno - exposições ambientais e uso de drogas - imunizações, suplementações e exercícios físicos 1° consulta pré-natal Anamnese - Informações demográficas e pessoais - Antecedentes pessoais e familiares - Antecedentes ginecológicos e menstruais - Antecedentes obstétricos - História obstétrica atual - Hábitos e vícios - Riscos psicossocial Exame físico - estado clínico geral - sinais vitais - cardiorrespiratório - peso e altura - exame obstétrico - MMII → palpação, altura uterina, ausculta de BCF - exame genital → inspeção, especular e toque vagina Compara a data da última menstruação com a USG - <5 = usa a DUM - >5 = usa a USG 17 Exames na primeira consulta: 3 sangue - TSM + PAI + HMG - tireoide = TSH/T4 → Na gestante acima de 2,5 tem que tratar hipotireoidismo - DM = glicemia de jejum 18 3 partes de sorologias - HIV / sífilis + toxoplasmose / rubéola + hepatites B/C - CMV 3 orifícios - urina 1 e urocultura + CCO + PPF Ideal - Até 28 semanas: a cada 4 semanas - De 28-36 semanas: a cada 3 semanas - A partir de 36 semanas: semanal - Após 40 semanas: a cada 2 ou 3 dias 19 SUPLEMENTAÇÕES: - Ácido fólico: 400 ug/dia (em pacientes com antecedentes de defeito de fechamento de tubo neural utiliza-se 4g/dia - Ferro: reposição de 60mg/dia a partir de 16 semanas - Ômega 3 (DHA): associado à melhor desenvolvimento neurológico e à prevenção da prematuridade principalmente no terceiro trimestre IMUNIZAÇÕES: Indicadas → Difteria e tétano/ DTPa, Hepatite B, Influenza Contraindicadas → Sarampo, caxumba e rubéola, Varicela, Poliomielite Resumo: USG primeiro trimestre = 12 semanas, quando faz USG no primeiro trimestre tem diferença de +ou- 7 dias. Sempre vai pela primeira USG no trimestre, pela OMS precisa fazer 3 USG (1- datar a gestação/ determinar se é intrauterina/ quantidade de fetos; 2- morfológico de 2°, 3- doppler) - se perdeu a data de um exame, continuar da onde parou e não fazer o USG passado USG 1° trimestre 1. USG para datar gestação 2. USG - morfológica de 1° - TN, osso nasal para avaliar aneuploidias USG 2° trimestre 1. morfológico de 2° - ver anatomia e malformações USG 3° trimestre 1. USG doppler - ver a circulação fetal (artéria umbilical) 20 4 exames laboratoriais solicitados na 1° consulta pré-natal 21 Entre 11 3/7 semanas a 13 6/7 semanas Como deve ser a suplementação de ferro na gravidez de risco habitual? 22 FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL O que é fluxo menstrual? Fenômeno de descamação endometrial que se acompanha de perda sanguínea, decorrente da queda de progesterona e de estrogênio produzida no ciclo ovulatório e de forma espontânea, por regressão morfo-funcional do corpo lúteo. Ciclo de uma mulher normal/ frequência: 21 e 35 dias Sangramento: 2-7 dias Volume: 5-60 ml - acima de 80 ml pode dar anemia Ovários: folicular e lútea Endométrio: proliferativa e secretora Dividido em 2 fases: ovariana e folicular Hipotálamo produzGnRH e de maneira pulsátil a hipófise sente ele e produz LH e FSH para mandar ao ovário. Ações do GnRH: - Síntese e armazenamento FSH/LH - Liberação de FSH e LH da reserva - Liberação imediata de FSH/LH Neuroendocrinologia: Primeira fase do ciclo: GnRH a frequência é alta e amplitude baixa (hipófise libera FSH) Segunda fase do ciclo: GnRH a frequência é baixa e amplitude alta (hipófise libera LH) Foliculogênese: Dentro do ovário têm folículos e está lá desde o nascimento (dentro do útero da mãe), quando está com 20 semanas tem 4 milhões de oócitos e entra em apoptose e morre, ao nascer o bebe tem somente 1 milhão de oócitos. Quando chega a puberdade, quando a mulher tem o primeiro ciclo menstrual sobra somente 400 mil oócitos. Todos os ciclos têm reputação de 1000 oócitos e vai diminuindo a cada mês, por isso tem a menopausa que significa falência dos oócitos. Oócitos = células precursoras do ovário 23 Ciclo menstrual: 1 dia do ciclo = 1° dia a menstruação 1. Sobe FSH e sobe estradiol e androgênios na fase de recrutamento dos folículos 2. Sobe estradiol e é escolhido um folículo e diminui FSH 3. Ao produzir estradiol, o folículo dominante produz muito estradiol e tem o pico de estradiol e depois de LH 4. Em seguida o LH tem o comando para ovular Se não tem o pico de LH a mulher não ovula !!! 5. Sobe o corpo lúteo, na fase lútea a progesterona irá subir para desenvolver o endométrio Se a mulher não engravida o corpo lúteo não aguenta e dura 14 dias e menstrua de novo A fase fixa é a fase lútea 24 Fases do ciclo menstrual: Proliferativa (folicular), ovulatória e secretora O ovário sobrevive 1 dia e o espermatozóide dura 3 dias e para engravidar precisa se encontrar nas trompas, se o ovário cai no endométrio dura mais 5 dias (tudo = 7 dias), então há ovulação e a mulher engravida e percebe o atraso menstrual Óvulo = quando é ovulado Folículo = quando não for fecundado/ ovulado 25 Dois compartimentos do mesmo folículo: Teca interna e granulosa A teca interna sente o LH e a granulosa sente FSH. A produção de estradiol tem da produção de testosterona (aromatização) realizada pela aromatase LH sinaliza produção e acumula androgênios, onde vai para célula granulosa e produz estradiol Teoria das células é quando há algum problema quando a teca produz mais androgênio e não funciona corretamente Folículo dominante = Maior número de receptores FSH e elevada concentração intrafolicular de estradiol Precede a ovulação = Pico de estradiol 24 horas e pico de LH 12 horas Corpo lúteo - Duração 14 dias - Manutenção = LH - Luteólise = prostaglandina F2α, ocitocina, PRL - Secreção (Esteróides sexuais, estrogênios, progesterona, androgênios), inibina, ocitocina Colo uterino ● O 1º dia da menstruação foi padronizado como o 1º dia do ciclo ● O intervalo pode variar dentro de um espectro normal (2 a 35 dias) ● Para mulheres que não usam método contraceptivo hormonal a presença da menstruação significa que o eixo está funcionando ● Os contraceptivos orais agem inibindo o eixo 26 LH, hormônio luteinizante Quanto tempo do pico do hormônio anterior acontece a ovulação? Alterações da progesterona no endométrio: 27 SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO - SOP A síndrome dos ovários policísticos é um distúrbio hormonal comum, caracterizado pela presença de cistos, que são pequenas bolsas que contêm material líquido ou semi sólido. Causas comum/ etiologia: - anovulação (ciclos irregulares) → relacionado à infertilidade - obesidade - DM - história de adrenarca prematura - familiar de 1° grau com SOP Pacientes que tiveram DM gestacional, provavelmente a filha terá SOP no futuro Epidemiologia: - doença endócrina - ocorrência familiar é importante, principalmente parente de 1° grau Fisiopatologia: O LH estimula a produção de androgênios pelas células da teca. Portanto, se há mais LH, haverá também maior produção de androgênio, principalmente testosterona e androstenediona. O FSH é responsável indiretamente pela conversão dos androgênios em estrogênios. Como esse hormônio está em baixa na SOP, também influencia para o hiperandrogenismo nessa síndrome. 28 Fisiopatogenia: A obesidade é uma das causas mais comum da SOP e através dela há defeito nos receptores de insulina que é produzida no pâncreas. Quando há excesso de insulina, o hormônio LH é alterado no ovário e faz com que haja aumento de androstenediona e testosterona. Também com o excesso de insulina há diminuição da SHBG e faz com que tenha aumento de testosterona livre. Através da insulina, há alteração de hormônios e quando ocorre a foliculogênese ela passa a ocorrer a anovulação e isso faz com que as mulheres tenham distúrbios menstruais e infertilidade. A foliculogênese é que acarreta em cistos as quais ficam dentro do ovário. Patogenia: Concentrações séricas de LH > FSH - Superexpressão R-LH células da teca e da granulosa - ↑ sensibilidade dos R-LH - ↑ secreção de andrógenos nas células da teca 29 - Resistência aos efeitos do FSH nos folículos ovarianos ↓ atividade da aromatase = ↑ hiperandrogenismo Seleção anormal de um folículo dominante A Insulina é produzida no pâncreas e estimula o receptor de LH e estimula mais o androgênio e inibe a produção de SHBG. Essa proteína é produzida no fígado e serve para carrear os hormônios. A SHBG se liga aos hormônios, que prende o hormônio e não deixa nenhum encostar. Se a insulina tem relação inversa com SHBG a testosterona livre aumenta - Se aumenta SHBG, diminui testosterona SOP e a obesidade: Quanto mais gordura, mais leptina tem. Obeso é insensivel a leptina e ele nao consegue sentir a saciedade. Mas a leptina bloqueia a menstruação, por causa do SNC Explicando a SOP… Quando tem SOP, a mulher fica +/- 4 meses sem menstruar e depois desce de uma vez só, isso acontece, porque ela fica somente na fase folicular proliferando. Usa anticoncepcional para prevenir câncer no ovário. Patogenia: Os androgênios ovarianos em casos de mulheres com SOP e obesidade são decorrente de: - Aumento da estimulação de LH das células da teca - Aumento da sensibilidade das células da teca à estimulação do LH - Aumento do volume das células da teca por estímulo crônico do LH - Potenciação da ação do LH pela hiperinsulinemia Metabolismo dos estrógenos - Estradiol normal e ↑ estrona = estado normoestrogênico Produção pela granulosa dos folículos retidos ou pela conversão periférica no tecido adiposo - ↓ Progesterona = Oligo ou anovulação - ↑ Risco de hiperplasia endometrial e SUA 30 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - ROTTERDAM: Precisa de 2 ou 3 critérios - amenorréia (ciclos irregulares) - secundária (3 ciclos ou 6 meses) - hiperandrogenismo clínico ou laboratorial Testosterona total >50 ng/dL – suspeita de tumor >150 ng/dL - ovários policísticos ao US volume ovariano >10cc E/OU > = 12 folículos periféricos com <10mm diâmetro 1 ovário com as características é suficiente Quadro clínico: - Amenorreia/intervalos menstruais longos de início peripuberal - Aumento do risco CA endométrio: E2 sem contraposição da P - Sangramento uterino anormal - Resistência insulínica - Obesidade - Aumento da atividade e/ou quantidade - Síndrome hiperandrogênica: Hirsutismo, acne, alopecia androgênica, alterações ovarianas (>=20 folículos em cada ovário) Hirsutismo = + ou = 8 é sinal clínico (Escala de de Ferriman Gallwey) 31 SOP e síndrome metabólica: Precisa ter alteração de 3 ou mais - CA > 88 cm - PA ≥ 130/85 mmHg - GJ ≥ 110 mg/dL + G120 ≥ 140 mg/dL - TG ≥ 150 mg/dL - HDL-C < 50 mg/dL Questões metabólicas: - Obesidade e resistência à insulina - Síndrome metabólica - DM 2 - Apneia do sono / sonolência diurna excessiva - Dislipidemia: ↓HDL ↑LDL ↑TGL - ↑ Risco DCV - ↑ Doença hepática gordurosa não alcoólica Questões psicossociais: - Transtornos do humor - depressão e ansiedade - Transtornos alimentares – compulsão alimentar e bulimia nervosa Diagnóstico: Exames para exclusão de outras causas de hiperandrogenismo e anovulação:- βHCG - Hiperprolactinemia: PRL - Tireoidopatias: TSH e T4L - IOP: FSH e estradiol - Hiperplasia adrenal congênita: 17OHP - Cushing: cortisol urinário Tratamento: - Conduta expectante - Atividade física - Orientação nutricional - Tratamentos estéticos - Apoio psicológico - Mudança do estilo de vida - Bariátrica 32 ✔ Uso de Metformina para resistência a insulina ✔ Uso de contraceptivos combinados para: - ↓ produção androgênica nas gônadas e ↑ produção SHBG - ↓ níveis testosterona livre - inibição da atividade 5 alfa-redutase - Uso de progestogênio para proteção endometrial 3 critérios de Rotterdam: 33 Cite o tratamento para SOP: 34 AMENORRÉIA Ausência de fluxo menstrual por período maior que três meses. Queixas: dor pélvica, corrimento, alteração da menstruação Divide em causas fisiológicas e patológicas: Fisiológicas: pré puberdade, gravidez, lactação, pós menopausa Patológicas: locais ou anatômicas, endócrinas, genéticas, tumorais Gônadas → órgão que produz células sexuais (gametas) e hormônios sexuais - gônadas femininas são os ovários Gonadotrofina → substância que estimula a gônada - FSH / LH (produzidas na hipófise) - fazem produção de hormônio no ovário Fisiopatologia/ eixo: Hipotálamo produz GnRH, a gonadotrofina produzida pelo hipotálamo atua na hipófise (adenohipófise) e produz LH e FSH. As gonadotrofinas atuam na gônada e o ovário feminino produz estrógeno e progesterona. Gonadotrofina aumentada = problema no ovário (não produz hormônio e a hipófise entende que tem que produzir) FSH diminuído = falência do hipotálamo hipófise Estresse libera hormônio liberador de cortisol, aumenta cortisol e por retro alimentação no hipotálamo libera ACTH. 35 Divisão primária e secundária: Primária - Ausência de menstruação até os 14 anos sem desenvolvimento de caracteres sexuais secundários - 16 anos independente do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários - Após 3 anos de telarca sem menarca - Criptomenorréia: não exteriorização do fluxo menstrual por um obstáculo ao seu escoamento Classificação amenorreia primária: - hipogonadismo hipogonadotrófico (25%) = SEM caracteres sexuais - hipogonadismo hipergonadotrófico (35%) = SEM caracteres sexuais - atraso constitucional do desenvolvimento sexual 36 Hipogonadismo Hipergonadotrófico: 1. Disgenesia Gonadal: Formação incompleta ou defeituosa das gônadas, resultante de uma perturbação ou migração ou organização das células germinativas causada por anormalidade ou mutações estruturais ou numéricas do cromossomo sexual. É a causa mais frequente de FOP 2. Síndrome de Turner: Disgenesia gonadal. Cariótipo: 45X0 Fenótipo: Baixa estatura, infantilismo sexual, pescoço alado, implantação baixa dos cabelos e orelha, mamilos muito espaçado (“peito em escudo”), quarto metacarpo curto, cúbito valgo, desenvolvimento sexual secundário ausente, anormalidades cardiovasculares, anomalias renais, perda auditiva, distúrbios auto-imunes (tireoidite / DM tipo 1 / hepatite autoimune) 3. Síndrome de Savage: Determinada pela resistência ou ausência dos receptores ovarianos de FSH. Inexistindo assim o feedback e aumentando os valores de FSH. 4. Síndrome da insensibilidade androgênica (SIA): queixas de dificuldade na relação sexual, pelos ausentes ou escassos + mamas presentes, tem rosto feminino. Fenótipo 46XY. 5. Agenesia mulleriana (síndrome Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser): Falha no desenvolvimento mulleriano. Cariótipo: 46XX (cromatina +). Desenvolvimento sexual secundário normal (mamas e pêlos). Útero rudimentar /tuba normal ou hipoplásica/ ausência de 2/3 da vagina). Anomalias urológicas (15-40%). Malformações esqueléticas (10-15%). Testosterona na faixa normal para mulher 6. Síndrome da insensibilidade androgênica - (feminilização testicular): Sd. Morris - 3° causa de amenorréia primária. Cariótipo: 46XY (cromatina -). Testículos produzem: testosterona e AMH. Colo do útero e útero ausente (ação do AMH). Vagina curta e termina em fundo cego (derivada somente do seio urogenital). Mamas desenvolvimento normal (conversão periférica testosterona em estrogênio). Pêlos púbicos e axilas não se desenvolvem (falta de androgênio funcionante). Testículos (intra-abdominais ou canal inguinal)/hérnia inguinal. Testosterona no nível masculino. 37 Hipogonadismo Hipogonadotrófico: Existem amenorréias com caracteres de anormalidades anatômicas e outras sem. Com presença de anormalidades podem ser citadas: Obstrução distal do trato genital: 1. Hímen imperfurado: invaginação da parede posterior do seio urogenital (hímen) que não se rompe. Caracteres sexuais secundários presentes, criptomenorréia, hematocolpo / dor pélvica cíclica / retenção urinária 2. Septo vaginal transverso / atresia cervical: falha de canalização da placa vaginal (que é formada pelos bulbos sinovaginais fusionados) durante a embriogênese. Vagina encurtada, colo não visível, hematocolpo próximo a obstrução 3. Atresia de vagina Quadro clínico: dor pélvica cíclica, criptomenorréia, desenvolvimento sexual secundário normal Diagnóstico: US pélvica + ressonância abdominal e pélvica Tratamento: cirúrgico (evitar endometriose grave e infertilidade) 38 Secundária Ausência de menstruação por pelo menos 3 ciclos anteriores ou por 6 meses Avaliação: através da anamnese Prática de exercícios físicos intensos, perda de peso, atividade sexual, uso de medicamentos (anticoncepcionais orais, antipsicóticos, antidepressivos, anti hipertensivos, opióides), doenças prévias, antecedentes de manipulação uterina, história de radiação pélvica, história de quimioterapia ou irradiação do SNC, fatores estressores, galactorréia, sintomas vasomotores, distúrbios visuais, cefaléia Diagnóstico: - beta hcg - exame físico (a maioria apresenta exame normal) pele → em busca de hiperandrogenismo como o hirsutismo e acne acantose nigricans → hiperinsulinemia sinais de deficiência estrogênica → pele fina, atrofia urogenital presença de galactorréia medidas de peso e altura exame de tireoide → presença ou não de bócio Amenorréia Hipogonadotrófico: 1. Amenorréia das atletas: depende do tipo de atividade física, intensidade dos treinos, baixo peso corporal, balanço energético 2. Amenorréia psicogênica (emocional ou de estresse): comum com estresse emocional 3. Hiperprolactinemia: sintomas de galactorréia, alteração menstrual, cefaléia, alteração visual, pode ser por causas farmacológicas Nesses casos faz o teste de progesterona 39 Diagnóstico: Se confirmada anovulação crônica - sinais de excesso de androgênios - SOP (causa + comum) - hiperplasia adrenal congênita - síndrome de Cushing - tumores produtores de androgênio Se não ocorrer sangramento, a causa é UTERINA Causas: Síndrome de asherman, estenose cervical Se ocorreu sangramento, é confirmada CAVIDADE ENDOMETRIAL NORMAL E O HIPOESTROGENISMO 4. Síndrome de Sheehan: necrose hipofisária secundária a isquemia local que pode ocorrer em hemorragias com instabilidade hemodinâmica no parto. Há destruição da glândula evoluindo com pan hipopituitarismo Síndrome de Simmonds quando a causa não foi obstétrica 40 5. Síndrome da cela vazia: defeito congênito no qual a hipófise está deslocada para o espaço subaracnóide Diagnóstico/ exames para amenorréia secundária: - beta HCG - FSH/ LH/ estradiol - TSH e T4 livre - prolactina - testosterona total e livre - S-DHEA - 17 (OH) progesterona - USG transvaginal Cite os exames: Critérios para amenorreia primária: 41 CLIMATÉRIO Menopausa é um evento natural e universal com ciclo de vida de uma mulher - 1° fase = quando é jovem/ menina - 2° fase = adolescência - 3° fase = fase reprodutiva (mãe) - menopausa Corresponde a data da última menstruação - Coincide com a senescência ovariana ‘’aposenta os óvulos’’ OMS: Transição do período reprodutivo para o não reprodutivo e ocorre entre os 40-65 anos O que influencia a data da menopausa? Genética, tabagismo, nível de desenvolvimento do país. O que nãoinfluencia a menopausa? Paridade, peso, altura e uso anterior de anticoncepcionais. Fisiologia: Reserva ovariana (folículos) é reduzida e resulta em diminuição na produção esteroidogênica inicialmente progesterona (insuficiência lútea e anovulação) e depois estrogênio (hipoestrogenismo). Compartimentos corticais do ovário = teca-folicular e lúteo exauridos Apenas o estroma mantém a produção androgênica Antes de entrar na menopausa o primeiro hormônio a ser eliminado é a progesterona, depois entra na menopausa e por último perde estrogênio. Classificação: Pela idade de ocorrência - Prematura → antes dos 40 anos - Tardia → após os 55 anos Forma de ocorrência - Natural → fisiológica - Artificial → quem fez cirurgia, quimioterapia 42 Na transição menopáusica: - irregularidade menstrual e sangramento uterino anormal - insuficiência lútea por redução produção de progesterona - queda no pico de estradiol do meio do ciclo - maior concentração proporcional de estrona e estradiol Pós menopausa: - estrogênios circulantes francamente em queda = estradiol - sinais e sintomas de hipoestrogenismo Exames: imagem ultrassonografia + exames laboratoriais Síndrome climatérica: Irregularidade menstrual, fogacho, sudorese noturna, mudança de humor, fadiga ou cansaço, desordens de sono, problemas de memória - Fogacho é uma sensação de calor, inicia na região retroesternal e sobe para o pescoço e face Avaliar o predomínio de sintomas: Genitourinários, vasomotores, emocionais e menstruais 43 Diagnóstico: Exames laboratoriais - Hormonais → FSH, estradiol, TSH - Gerais → Colesterol total, LDL colesterol, HDL colesterol, triglicérides, glicemia de jejum, para rastreamento das dislipidemias e diabete melito Ultrassonografia abdome total e pélvico Transvaginal Colpocitologia oncótica até os 64 anos (Papanicolaou) Mamografia bilateral Pesquisa de sangue oculto nas fezes Desvantagens na menopausa: modificações dermatológicas, sintomas vasomotores, disfunção sexual, modificações no estado emocional, cardiovascular, diminuição da massa muscular, vaginose ou vaginites → pacientes com vaginite atrófica devem coletar papanicolaou/ citologia oncótica: tratar por 1 mês antes da coleta Vantagens na menopausa: cultura pessoal, suporte do sistema de saúde, fator sócio econômica Intervenções: Em casos de osteoporose deve pedir densitometria óssea Prevenção: dieta rica em cálcio, vitamina D, exercícios físicos, exposição ao sol Tratamento: Osteopenia → Suplementação vitamina D, terapia hormonal, uso de bifosfonatos (Alendronato /Risedronato / Ibandronato de sódio) Osteoporose → Fisioterapia e caminhadas, suplementação de cálcio + vitamina, terapia hormonal, medicações: Ac ZOLEDRÔNICO, Imunomoduladores 44 Terapia hormonal: - convencional = THM - fitoterápica = medicamentos FITOESTROGÊNIOS → Derivados que se ligam aos receptores estrogênicos - interação com a flora intestinal (alguns contém soja, linhaça) Tratamento: Perimenopausa → utrogestan, duphaston Após menopausa → estradiol bioidêntico, AMP, Noretisterona, Tibolone Quais as contraindicações da terapia hormonal? Tromboembolismo venoso, doença arterial prévia, hepatopatia, câncer de mama, endométrio, melanoma, sangramento de origem desconhecida, meningioma Quando prescrever andrógenos? Quando tem falência adrenal - OOFORECTOMIZADAS 45 2 exames de rastreamento de câncer no climatério 46 VITALIDADE FETAL Vitalidade fetal = avaliação do bem estar do feto Bem estar = oxigenação adequada As quatro comunicações que se fecham após o nascimento são: Cordão umbilical, ducto venoso, forame oval, canal arterial ● O sangue não cai no pulmão, porque está com resistência (cheia de líquido). A criança chora para tirar todo o líquido que fica no pulmão. ● Átrio esquerdo → sangue arterial ● O ducto venoso é a comunicação das veias umbilicais para a veia cava inferior. Como a veia porta se junta com o sangue forma o shunt do fígado. Todas as trocas são feitas pela placenta. Os ductos são ‘’leitos’’ ● O cordão umbilical tem três vasos, tem a fase fetal e fase materna ● Onde tem o cordão é do feto, ao cortar fica o ligamento umbilical Sistema nervoso autônomo: - Regula a FCF - Totalmente efetivo apenas no 3º trimestre - Parassimpático - diminui a FCF - Simpático - aumenta a FCF Sofrimento fetal agudo: Quando há sofrimento fetal agudo, há hipóxia aguda Taquissistolia = aumento das contrações uterinas intensa. Ao contrair fecha todos os vasos e diminui o sangue que está na placenta. Compressão funicular / prolapso de cordão = é uma emergência na qual o cordão sai primeiro 47 Avaliação de vitalidade fetal: - ausculta cardíaca → através do Sonar - mobilograma → documentar a movimentação do bebê, ou toca no útero ou pede para mãe avisar quando ele se mexe - cardiotocografia anteparto e intraparto → avalia contrações uterinas, batimentos cardíacos fetais e movimentação fetal Melhor exame para avaliação do sofrimento fetal AGUDO! Realizado a partir de 24-26 semanas, mas é indicado a partir de 32 semanas - dopplervelocimetria obstétrica - perfil biofísico fetal - avaliação do líquido amniótico - Ph fetal CARDIOTOCOGRAFIA O que avaliar? - Linha de base da FCF - Variabilidade - Acelerações transitórias - Desacelerações - Contrações uterinas Normal 110 a 160 bpm medida em 10 minutos Variabilidade = quanto variou de subida e descida - quando sobre muito → sofrimento fetal - variabilidade baixa → batimento baixo, bebe nao ta recebendo O2 Desaceleração - DIP 1 = coincide com a contração (como se fosse duas montanhas em espelho) → não é preocupante 48 - DIP 2 = depois da contração → sinal da hipóxia fetal (passou da contração ele desacelera) - DIP 3 = compressão no canal de parto → desaceleração variável ou umbilical = não tem duas montanhas, não é preocupante desde que o feto volte ao normal e tenha outra montanha logo depois 1. Linha média / linha de base da FCF (onde a maioria dos batimentos estão) 2. Variabilidade → variação dos batimentos cardíacos, isso significa que o bebê está bem (se a variação estiver de 6-25 bpm o bebê está normal) - olhar a menor para o maior Quando não tem variabilidade é um padrão comprimido 3. Aceleração transitória → aumento de 15 bpm em 15 segundos (fica alguns ‘’picos’’ isso é ótimo para o bebê. Vai de 140-160-140 por exemplo) 4. Desaceleração → queda da frequência, menos de 15 bpm em 15 segundos. Se permanecer por mais de 10 minutos considera mudança de linha de base Desaceleração precoce (DIP 1) Fisiológica, pode acontecer no final do trabalho de parto. Não é emergência, mas tem que ficar atenta - A queda da FCF coincide com o pico da contração - Intervalo entre o início da queda e o nadir é de ao menos 30 segundos 49 Desaceleração tardia (DIP 2) Intervalo entre o início da queda e o nadir é de ao menos 30 segundos - Diferença entre o início da contração e o início da queda é de ao menos 20 segundos Desaceleração variável (DIP 3) Queda abrupta maior que 15 bpm e com intervalo entre o início da queda e do nadir menor que 30 segundos Os parâmetros são: linha de base, aceleração, variabilidade 50 Classificação intraparto: Categoria I - Normal - sem sinais de hipóxia Todos os critérios abaixo: - Linha de base entre 110-160 bpm - Variabilidade moderada - Ausência de desacelerações tardias ou variáveis - Acelerações podem ou não estar presentes - Desacelerações precoces podem ou não estar presentes Categoria III - Anormal - sugestivo de hipóxia fetal (desaceleração variável) Variabilidade ausente ou mínima E: - Bradicardia OU - Desacelerações tardias recorrentes OU - Desacelerações variáveis recorrentes - Padrão sinusoidal Categoria II com desaceleração + variabilidade - Tudo que não tem na categoria I e III 51 Manobras de ressuscitação intra útero: Materno: decúbito lateral esquerdo + hidratação (soro glicosado ou não) + oxigênio Bebê: buzina Perfil biofísico fetal: Parâmetros do PBF → avalia eventos agudos e crônicosde hipóxia fetal - Frequência cardíaca fetal - Movimentos respiratórios - Movimentos corporais - Tônus - Volume do líquido amniótico 52 Avaliação do líquido amniótico: CM ILA < 5 ou MB < 2 = Oligoâmnio (bebê com pouco líquido - placenta as vezes não está boa) ILA > 25 ou MB > 8 = Polidrâmnio (tem muito líquido - às vezes tem alteração da glicemia ou bebê não está engolindo direito). A maior causa é a mãe diabética. Conduta: - PBF 8,9,10 = Normal - PBF 0 a 6 = Repetir ou resolver Dopplervelocimetria: Velocidade do fluxo sanguíneo dos vasos uterinos, placentários e fetais. Avalia hipóxia fetal crônica. Gestantes com risco ou suspeita de insuficiência placentária. Ducto venoso é a que define, deve correr para cesária. Fazer corticóide até 34 semanas fora do útero no prematuro. Artéria uterina A artéria que era para estar menos dilatada, vai estar mais dilatada. Tem o pico da sístole. O embrião quando chega no útero invade o miométrio e forma a placenta. 53 Na segunda onda precisa invadir o miométrio profundamente (mulheres com pré-eclâmpsia tem alteração dessa segunda onda). Artéria uterina alterada → passa sangue, mas não volta muito sangue, pois houve constrição da artéria. Artéria umbilical 1° imagem = está normal, tem sístole e diástole 2° imagem = está alterada, tem sístole e diástole zero 3° imagem = está alterada, tem sístole e diástole reserva (é a pior!) Artéria cerebral média normal → quando o feto começa a sofrer, ele dilata os vasos cerebrais e vem mais sangue e volta menos (há um pico de sístole alta e diástole baixa). A diástole reversa é um extremo sofrimento fetal 54 centralizada → é um feto sofrido, tem mecanismo de direcionar sangue para coração para o cérebro, mas tem vasoconstrição e vasodilatação vasodilatação → nao consegue trazer sangue e para de regular Ducto venoso Ocorre antes do feto não sobreviver, tem que tomar cuidado nesta fase e tirar o quanto antes o feto prematuro através da cesária e dar corticóide até 34 semanas. artéria umbilical a resistência tem que estar baixa - se aumenta artéria umbilical indica que tem baixo sangue, então diminui mais ainda na resistência ducto venoso é o último a se alterar artéria uterina = só vê na mãe 55 56 Qual idade gestacional deve ser solicitado o exame a seguir: 57 BHGC = a cada 48 horas tem que multiplicar por 2 Só pede USG quando o beta estiver a partir de 1500 (o primeiro órgão que aparece é a VESÍCULA VITELÍNICA que dá origem a um embrião que aparece a partir de 6 semanas) - embrião dá para escutar o coração com 7mm - CCN 58 DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO, AFECÇÕES BENIGNAS DA MAMA, TUMORES DE MAMA Desenvolvimento das glândulas mamárias: As glândulas mamárias são tipos de glândulas sudoríparas modificadas e altamente especializadas (é um glândula exócrina → libera para o meio externo) Os brotos mamários começam a se desenvolver durante a sexta semana em direção ao mesênquima subjacente (começa no desenvolvimento mamária) Os brotos mamários se desenvolvem a partir das cristas mamárias. As cristas mamárias surgem durante a quarta semana. Broto mamário primário dá origem aos brotos mamários secundários que se desenvolvem em ductos lactíferos. As glândulas crescem na puberdade em decorrência da gordura e tecidos conjuntivos influenciados pelo estradiol. Os sistemas de ductos e lobos crescem devido aos níveis aumentados de estrógenos e progesterona circulantes A quantidade de estradiol na mulher faz com que tenha tecido mamário - estradiol = ele que faz produzir mama 59 complexo aurélio papilar = CAP Afecções benignas da mama: - “Doenças benignas da mama” engloba um grupo heterogêneo de lesões: ampla variedade de sinais e sintomas e faixas etárias variadas - A incidência aumenta durante a segunda década de vida, com picos na quarta e quinta década - Alteração na mama acarreta grande sofrimento e angústia às pacientes, o bom profissional deve saber diferenciar as doenças mamárias malignas das benignas Doenças benignas das mamas mais frequentes na prática clínica cotidiana são: Nódulo de mama, dor mamária, fluxo papilar e processos inflamatórios da mama 60 Nódulos de mama Fibroadenoma: - Decorrente de lesões fibroepiteliais - Nódulo sólido mais comum - Resposta exagerada aos estímulos hormonais fisiológicos após a menarca - Crescimento limitado, até 2 cm, tendência à involução pós menopausa Cistos mamários: - Estruturas redondas ou ovóides, preenchidas por líquido - Decorrente da unidade ducto lobular terminal - Mulheres entre a quarta década e o início da menopausa - Chamados microcistos Diagnóstico: - anamnese - propedêutica mamária → exame físico, radiológico e cito/histopatológico - exame físico → após a menstruação inspeção estática (somente olhar a mama para ver se tem retração ou alguma alteração) inspeção dinâmica (pedir para paciente fazer alguns movimentos como colocar o tórax para frente, colocar a mão na cintura para contrair o peitoral, levantar o braço com as mãos juntas) palpação (se a paciente estiver com dor começa pela outra mama, normalmente começa pela direita. Com as duas mãos faz palpação circulando as mamas com a paciente deitada com as mãos para cima para encostar na gradil costal) avaliação de linfonodos axilares e supraclaviculares As características que devem ser descritas são: consistência, limites, regularidade, tamanho e localização Exames: Radiológico - USG (vê cistos, outros nodulos) → cisto anecóide é um cisto simples com água dentro, dá para ver que é simples porque ele faz uma sombra para baixo - mamografia (duas incisões crânio caudal e medial lateral → localização de lesões) - RNM (faz em situações especiais) 61 Punção ou biópsia do nódulo - Agulha fina (PAAF) → obtém pelo material citológico, se sair líquido o exame dá negativo, se não sair nada é um nódulo - Agulha grossa (trocarte ou vácuo-assistida) → obtém material histológico (manda para ver se é benigno ou maligno) - Biópsia cirúrgica excisional → descartar o risco de carcinoma Tumor phyllodes: - crescimento rápido - entre 30 e 50 anos - formas benigna, borderline e maligna de acordo com o número de mitoses e celularidade do estroma - complicação é a recorrência local, margens menores de 1 cm - risco para o desenvolvimento de metástases raras, principalmente para pulmões Fibroadenoma juvenil: - mulheres mais jovens (menos de 20 anos), após 2-3 anos da menarca - massa única, palpável, móvel, indolor, crescimento rápido, podendo causar assimetria mamária importante Hamartoma ou Fibroadenolipoma: - lesão benigna, tumores bem delimitados de limites precisos 62 Alteração funcional benigna das mamas: - dor localizada, exame clínico há espessamento fibroelástico, móvel, que involui após a menstruação Neoplasias malignas: - nódulos endurecidos, limites indefinidos e aderidos a estruturas adjacentes - alteração cutânea (retração, hiperemia, edema), fluxo papilar suspeito, linfadenomegalia axilar e supraclavicular - indolores Esteatonecrose: - secundárias a trauma ou processo cirúrgico prévio - massa irregular, firme e nodular associada geralmente à retração cutânea Ectasia ductal: - nódulo retroareolar endurecido, sensibilidade dolorosa durante a palpação, inversão de mamilo e fluxo papilar - acomete mulheres na quarta década de vida e na perimenopausa - pode mimetizar neoplasia maligna - esse somente acompanha, não faz nada Papiloma: - acomete mulheres entre 30 e 50 anos - fluxo papilar sanguinolento - associado a nódulos próximos à aréola Dor mamária ou mastalgia Cíclica = normal, acontece antes de todos os ciclos de menstruação Acíclica = anormal, unilateral, pode ter irradiação Diagnóstico: clínico, anamnese, exame físico, exames de imagem → examinar para rastrear câncer de mama Tratamento: Não medicamentoso → orientação verbal, tranquilização Medicamentoso → Diuréticos / progestágenos / antidepressivos, Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) / Analgésicos ansiolíticas ou antidepressivos,Tamoxifeno 63 Fluxos papilares Se sair água, sangue da mama = examinar, pois pode ser algo ruim - chamados de descarga ou derrame papilar → quando sai líquido em 1 mama só, prestar atenção, porque o comum é nas 2 - exteriorização espontânea de material fluido pela papila mamária fora do ciclo gravídico-puerperal - representam 5% a 10% das queixas no ambulatório de mastologia - 90% a 95% têm origem benigna - comum durante o menacme - paciente idosa: suspeitar de doença neoplásica Fisiopatologia: Intraductais: proliferações epiteliais, infecções intraductais e neoplasia intraductal com necrose Extraductais: neoplasias malignas, infecções, galactorreias Classificação: Fisiológico: - não lactantes podem apresentar pequena quantidade de secreção - estimulação excessiva do mamilo 64 Pseudoderrame: - alterações como mamilos invertidos - infecção da glândula mamária - eczemas - maceração da pele Patológico: - associados a lesões proliferativas ou carcinomas - uniductais, espontâneos, unilaterais, aquosos ou sanguíneos Diagnóstico: anamnese, exame físico, USG, mamografia, RNM, ductografia Somente a excisão permite um diagnóstico histológico definitivo e continua sendo o padrão-ouro nas lesões suspeitas Tratamento: - orientação e tranquilização - purulentos = antibioticoterapia - suspeitos de câncer = cirúrgico - galactorreia = medicamentos - adenomas de hipófise = medicamentoso ou cirúrgico Processos inflamatórios da mama Denominados de mastites - infecções que se instalam no tecido mamário - mais comum na faixa etária entre 18 e 50 anos Classificação: Aguda: - principal é a mastite puerperal - evolução clínica com duração inferior a 30 dias 65 - infecção do parênquima mamário no puerpério Crônicas: - evolução clínica maior que 30 dias ou pela recorrência após o tratamento - evolução lenta - maior incidência em mulheres jovens (30 a 40 anos) Quadro clínico: Aguda (puerperal ou lactacional): edema, eritema e aumento da temperatura da mama. Flutuação (abscesso), sintomas sistêmicos como febre alta, anorexia, náuseas e vômitos Crônicas infecciosas: abscesso subareolar crônico recidivante, mastite tuberculosa, mastite por micobactérias, mastite viral, mastite luética ou sífilis Crônicas não infecciosas: mastite periductal, mastite granulomatosa idiopática, Síndrome de Mondor, sarcoidose mamária Diagnóstico: Aguda → clínico, USG Crônicas → anamnese, exame físico, mamografia, USG, RX tórax para mastite tuberculosa Tratamento: Aguda: manter a amamentação + ordenha manual delicada das mamas + uso de sutiã ou faixas para sustentar adequadamente as mamas + analgésicos, antitérmicos e antibióticos Crônicas: antibiótico, cirurgia Antibióticos: cefalexina, cefadrolaxila, amoxicilina/clavulanato, ciprofloxacina, trimetoprim/sulfametoxazol, metronidazol e cefalexina, oxacilina, cefoxitina e clindamicina. 66 Câncer de mama A) Diagnóstico precoce → abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas da doença B) Rastreamento → aplicação de teste ou exame numa população assintomática, aparentemente saudável, com o objetivo de identificar lesões suspeitas de câncer em estádio pré-clínico Rastreamento: O autoexame das mamas não é recomendado como forma de rastreamento do câncer de mama - mamografia (faz a partir dos 40 anos, pois tem lipossubstituição adiposa) Exame clínico das mamas: - anamnese - exame clínico → inspeção estática, dinâmica, palpação, expressão, palpação axilar e fossa supraclavicular 67 Exames para cito-histologia: 1. Punção aspirativa com agulha fina 2. Core biopsy (biópsia percutânea com agulha grossa) 3. Mamotomia (biópsia por aspiração a vácuo) → biópsia por aspiração a vácuo guiada pelo exame 4. Biópsias excisionais e incisionais Categoria 0 = incompleto, precisa solicitar outra exame de imagem Categoria 1 = negativa, não tem câncer. Voltar em 1 ano Categoria 2 = benigno. Voltar em 1 ano Categoria 3 = manda repetir em 6 meses Categoria 4 = suspeita do câncer, mas já faz biópsia com agulha grossa Categoria 5 = quase certeza do câncer e faz biópsia para confirmar Categoria 6 = é câncer e está acompanhando a mamografia e quimioterapia por algum motivo Lesões precursoras do câncer de mama: Quando não tratadas as lesões, elas podem virar câncer Os marcadores de alto risco, são: - hiperplasia ductal atípica (HDA) - neoplasia lobular (NL) - hiperplasia lobular atípica (HLA) - carcinoma lobular in situ (CLIS) Terapia redutora de risco: Correção de hábitos e estilo de vida → Controle de peso, dieta, atividade física, diminuição da ingesta de álcool, tabagismo, gestação, anticoncepcional hormonal,TRH Quimioprevenção → SERMs (tamoxifeno e raloxifeno), Inibidores de aromatase (anastrozol, exemestano) Tratamento: - cirúrgico (todo quadrante que tira tem que fazer quimioterapia + radioterapia) radioterapia hormonioterapia terapia anti-her2 68 Tirar sempre o quadrante ou um pedaço e não a mama toda, pois nunca se sabe se o câncer vai voltar no mesmo lugar ou se ele pode aparecer em outro 69 Achado de malignidade: 70 71 O TRABALHO DE PARTO Parto: Conjunto de fenômenos, mecânicos e fisiológicos, que levam à expulsão do feto e seus anexos do corpo da mãe. 3 Ps participantes da mecânica do parto: - Conteúdo uterino (feto) - passenger - Passagem (bacia obstétrica) - pelve - Motor (contrações uterinas) - power Parto normal: Espontâneo, baixo risco no desencadeamento do trabalho de parto e assim persistindo durante todo o parto. O bebê nasce espontaneamente, em apresentação cefálica de vértice, entre 37 e 42 semanas de gravidez. Depois do nascimento, mãe e bebê estão em boas condições. O que avaliar se a paciente está em trabalho de parto ou não? Ausculta dos BCF, dinâmica uterina, toque vaginal, altura uterina, avaliação âmnio Trabalho de parto: Exame obstétrico - Contrações uterinas com ritmo (2/10’) + alterações progressivas no colo (esvaecimento, dilatação) Esvaecimento do colo: incorporação do colo à cavidade uterina Dilatação do colo: ampliar canal de parto, completando a continuidade entre útero e vagina Falso trabalho de parto ou pré-parto - Contrações de ritmo irregular e sem coordenação - Não produzem modificações do colo Fase latente - Fim do pré-parto, início do TP - Contrações uterinas rítmicas, ainda sem dilatação progressiva do colo (pode haver esvaecimento e dilatação cervical < 4cm) Conduta: orientar, apoio e alívio da dor 72 Trabalho de parto estabelecido - fase ativa - 2 contrações / 10 minutos (>12/hora) + Dilatação cervical ≥ 4 cm com colo apagado (ou ≥ 5cm, independente do esvaecimento) Conduta: admissão para assistência - diagnóstico correto para TP Assistência ao parto: - pré natal: preparação (informação, plano de parto) - exercício do assoalho pélvico - massagem digital do períneo: >34 semanas Trabalho de parto: - contratilidade uterina - esvaecimento cervical → apagamento do colo uterino - dilatação cervical → abertura Período premunitório (pré-parto): - Queda do ventre - Adaptação do polo fetal ao estreito superior → dores lombares - Eliminação de muco cervical (aumentado) 73 - Aumento da atividade uterina → aumento da frequência, da intensidade, da coordenação e da área afetada das contrações de Braxton-Hicks - Amadurecimento cervical Início do trabalho de parto: amadurecimento cervical e alterações da contratilidade miometrial 1° período: dilatação → fase latente e ativa - na fase latente primípara = média 20 h - na fase latente multípara = média 14 h 2° período: expulsão 3° período: dequitação 4° período de Greenberg: 1 a hora após dequitação 74 Bolsa das águas: acúmulo de líquido que se insinua pelo colo (tensa durante a contração) - Amniorrexe (ruptura da bolsa das águas) Toque vaginal: A cada 4 horas na fase ativa; observar dilatação e esvaecimento Vitalidade fetal → ausculta intermitente dos BCF por 1 minuto após término da contração - A cada 30 minutos na fase de dilatação - Pausa inter contrátil:110 – 160 bpm Métodos farmacológicos → regional: peridural ou bloqueio combinado Métodos não farmacológicos → massagem, água morna, música, bola, acupuntura 75 Conduta ativa: OCITOCINA IM - prevenção de hemorragia 76 Qual o diagnóstico de trabalho de parto? Como é caracterizado o período expulsivo do trabalho de parto? 77 78 Cite quando inicia o terceiro período de parto e sua duração máxima Cite uma indicação para o uso de cardiotocografia intraparto 79 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Opções de métodos contraceptivos: pílula anticoncepcional, injeção, DIU, pílula do dia seguinte, preservativo feminino e masculino, diafragma, método da tabelinha Principal hormônio → progesterona (evita o pico de LH e não ovula) - responsável por alterações no útero Precisa de estradiol e progesterona para produzir o endométrio - inibe recrutamento folicular Mecanismo de ação: Duas fases são importantes (folicular e corpo lúteo) progesterona age no endométrio e deixa bom para engravidar (isso em pacientes que não ingerem pílula anticoncepcional) Quando tomam a pílula, a menstruação é menor (regula o ciclo e diminui o fluxo menstrual) O verde significa que está estabilizado, pois a paciente toma todos os dias. Ao parar a cartela a menstruação falsa desce. Ao esquecer a pílula diminui a eficácia. Índice de Pearl: fórmula matemática que avalia a eficácia de um método - quanto menor for o índice, mais eficaz o método 80 Diferença entre uso perfeito e uso habitual O uso habitual tem menor índice de falha - Método mais eficaz: implanon (implante) Critérios de elegibilidade: Nunca é uma categoria fixa Categoria 1 → método para qualquer pessoa Categoria 2 → benefício é maior que qualquer risco Categoria 3 → método não é recomendado, a não ser que nao tem outro método melhor disponível Categoria 4 → não deve ser utilizado, contra-indicação absoluta Risco de trombose: Anticoncepcional NÃO causa, mas tem RISCO de TROMBOSE - no puerpério é a fase que tem mais risco de causar trombose 40/10.000 O que é preciso saber para prescrever? Anamnese → história clínica, familiar, patologia pregressa, ginecológica e obstétrica, exame físico, medida de PA Métodos comportamentais: Ogino-knaus, temperatura basal, muco cervical, amenorreia lactacional, sintotérmico, coito interrompido Classificação do método anticoncepcional: Métodos combinados: estrogênio + progesterona - ACOC, pílula vaginal, anel vaginal, injetável, adesivo Objetivo: Atuam bloqueando a ovulação Estrogênio = EtinilEstradiol + Valerato de Estradiol (menos repercussão hepática) Progestogênio = Levonorgestrel, Desogestrel, Gestodeno, Clormadinona, Drospirenona (faz diminuir a TPM), Ciproterona, Dienogest, Nomegestrol Se a paciente for hipertensa, não pode usar pílula anticoncepcional, porque aumenta a síntese hepática de angiotensinogênio Se for diabética, induz resistência à insulina No sistema hemostático, aumenta risco de TVP No sistema hepático, aumenta fatores de coagulação 81 Quanto mais tempo usa e não ocorreu algum problema, pode continuar usando Medicamentos que diminuem eficácia do Ac: antiepilético e anticonvulsivante Efeitos adversos: Efeito estrogênicos = Náuseas e vômitos, mastalgia, cefaléia, irritabilidade, melasma Efeito progestogênico = Fadiga, aumento do apetite, acne e oleosidade da pele, SUA, aumento de peso 82 Aplicações de anticoncepcionais em outros casos: - TPM / Síndrome disfórica - Dismenorreia primária ou secundária - Controle do sangramento uterino anormal - Redução e no desaparecimento de cistos ovarianos simples - Diminui risco de câncer de ovário, de endométrio e intestinal → faz com que não tenha ovulação, então faz diminuir o risco de câncer Contraindicações relativas: Amamentação/ puerpério, tabagismo, fatores de risco para DCV, cirrose hepática moderada , sangramento vaginal de origem desconhecida Contraindicações absolutas: Gestação, HAS descompensada, TVP ou TEP, trombofilia conhecida, evento arterial isquêmico, câncer de mama, doença hepática aguda ou descompensada, enxaqueca com aura (não pode usar ac, porque evita um evento tromboembólico) Métodos de progesterona isolado: POP, implante, injetável, DIU, minipílula (não está mais no mercado) Contraindicações relativas: câncer de mama, história de intolerância a progestagênios, pacientes que não aceitam amenorreia Contraindicações absolutas: gestação, TVP ou TEP, menos de 6 meses, distorção severa da cavidade uterina, doença hepática descompensada, infecção atual 83 Contracepção de emergência: 84 Eventos adversos: sangramento irregular, melasma, cefaleia, tontura, mudança de humor, ganho de peso, acne, hirsutismo, queda de cabelo, dor nas mamas Métodos de barreira: Métodos mecânicos → Preservativo masculino, preservativo feminino, diafragma Métodos químicos → Espermicida Contraindicações relativas: Entre 48h e 4 semanas pós-parto. doença trofoblástica benigna, história de dismenorréia intensa ou SUA Contraindicações absolutas: Gestação Pós-aborto séptico / Sepse puerpera, câncer cervical ou endometrial, distorção severa da cavidade uterina, doença hepática descompensada, infecção atual 85 86 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Frequência: 21-35 dias Duração: até 8 dias Volume: 5-80 mL (acima de 80 já faz anemia) Investigação diagnóstica: - história clínica - exame físico Exames laboratoriais: BHCG, Hemograma, Estudo do Ferro, Coagulograma, TSH, Prolactina, FSH (ver se a mulher está na menopausa), LH, Estradiol Exames de imagem: USG transvaginal Avaliação endometrial: Biópsia do endométrio, curetagem, histeroscopia (padrão ouro para doenças do endométrio) 87 88 Endometriose Presença de tecido endometrial (glândula e estroma) em localização extra uterina Ocorre em qualquer idade Pode ter sintomas ou não Uma das causas é a infertilidade, pois como o endométrio está inflamado, o espermatozóide não consegue alcançar corretamente Tratamento: Causas estruturais: Pólipo = Ressecção cirúrgica Adenomiose = Tratamento clínico, Histerectomia, Adenomiomectomia Leiomioma = Tratamento clínico, Histerectomia, Miomectomia Malignidade = Cirurgia, Altas doses de progestágenos (se cirurgia não for possível), Paliativo (incluindo radioterapia) 89 Causas não estruturais: Estabilidade endometrial Controle dos fatores que levam à descamação Cicatrização do endométrio - Se essas opções falharem, pode ser feito cirurgia Medicamentoso: Não hormonal = Anti-inflamatório Hormonal = Antifibrinolíticos, Estrogênio e progestagênio combinados, Progestagênio oral cíclico ou contínuo, Progestagênio injetável, Sistema uterino liberador de levonorgestrel Os antifibrinolíticos são medicamentos que atuam reduzindo a fibrinólise e podem reduzir o sangramento Os anti-inflamatórios não hormonais inibem a ciclo-oxigenase, reduzindo a produção de prostaglandinas e promovem a vasoconstrição Progesterona oral e contínua é efetivo na redução do volume do sangramento, podendo bloquear os períodos de menstruação 90 91 OPÇÃO 1 Cite duas medicações não hormonais para o tratamento do SUA crônico: imagem transvaginal = diferencia pelo bola no fundo, transdutor imagem pélvica = fica com imagem maior imagem linear = fica quadrado líquido fica escuro no transvaginal / Rx - pólipo endometrial fica no tecido endometrial = então tem a mesma cor que o endométrio → fica mais branco - mioma = fica no miométrio = fica maispreto no miométrio - bebê = fica mais escuro Se a paciente tem pólipo endometrial: - assintomática = novo USG em 6 meses - sintomática = histeroscopia para investigação da cavidade uterina 92 CORRIMENTO VAGINAL Infecções do trato reprodutivo na mulher, que resulta em um pH vaginal igual ou menor a 4,5 Conteúdo de corrimento: Conteúdo fluido, esbranquiçado, bolha - bolha é produzida por bactéria anaeróbia - Vaginose bacteriana ou vaginite - Bactéria presente → Lactobacillus Gardnerella (envolvida na vaginose) - Candida albicans → presente na candida (só tratase tiver queixas), porque a cândida mora na nossa flora vaginal Vaginose bacteriana - Desequilíbrio da flora vaginal caracterizado pela substituição da flora microbiana saudável por microbiota variável, composta por mistura de bactérias anaeróbias e facultativas - Espécies microbianas mais frequentemente identificadas são: Gardnerella, Mobiluncus sp, Clostridium, Mycoplasmas Fatores de risco: Raça negra, uso de duchas vaginais, tabagismo, menstruação, estresse crônico e comportamentos sexuais, como elevado número de parceiros masculinos, sexo vaginal desprotegido, sexo anal receptivo antes do sexo vaginal e sexo com parceiro não circuncisado Não é normal = odor fétido, bolhas vaginais - na fase lútea: o conteúdo fica espesso, esbranquiçado - na fase ovulatória: o conteúdo fica esbranquiçado Quadro clínico: - Corrimento de intensidade variável - Odor vaginal fétido (“odor de peixe” ou amoniacal) piora na menstruação e relação sexual desprotegida - Apenas o odor, estando o corrimento ausente - Associada a candidíase apresenta prurido. O odor fétido é devido à volatização de aminas aromáticas (putrescina, cadaverina, dimetilamina) resultantes do metabolismo das bactérias anaeróbias pela alcalinidade do sêmen ou do sangue menstrual 93 Diagnóstico: CRITÉRIOS DE AMSEL: 3 dos 4 itens - Corrimento vaginal branco-acinzentado homogêneo aderente às paredes vaginais - Medida do pH vaginal maior do que 4,5 - Teste das aminas (whiff test) positivo, odor fétido após a adição de KOH 10% a uma gota de conteúdo vaginal - Presença de “células-chave” (“clue cells”), células epiteliais recobertas por cocobacilos Gram CRITÉRIOS DE NUGENT: baseia-se na bacterioscopia,método de Gram, morfotipos de Lactobacillus, de Gardnerella vaginalis e de Mobiluncus sp Resultado da avaliação é traduzido em escores, assim considerados: - Escore de 0 a 3 – padrão normal - Escore de 4 a 6 – flora vaginal intermediária - Escore de 7 a 10 – vaginose bacteriana Esse já vem o escore, precisa saber o significado do escore Tratamento: ANTIBIÓTICO LOCAL VAGINAL - Metronidazol 500 mg por via oral duas vezes ao dia durante sete dias - Metronidazol gel 0,75% – 5g (aplicador) intravaginal ao deitar durante cinco dias - Clindamicina creme 2% – 5g (aplicador) intravaginal ao deitar durante sete dias Todos medicamentos terminados com OL não pode beber, porque tem sentimentos de morte Não trata parceiro quando tem vaginose Candidíase vulvovaginal Quadro clínico: - Prurido, de intensidade variável - Corrimento geralmente esbranquiçado (fluido ou com aspecto de “leite talhado”) - Dependendo da intensidade da inflamação: dor, disúria e dispareunia Conteúdo da candidíase: - candida é branca, mas pode ser verde - corrimento grumoso, esbranquiçado, aderência das paredes, associado a colpitis - hiperemia, PRURIDO - causa muita inflamação - complicada = associada a imunossupressão 94 - não complicada = trata e volta ao normal Exame ginecológico: Inspeção estática / dinâmica vulva: hiperemia, edema e fissuras Exame especular: hiperemia da mucosa vaginal e conteúdo vaginal esbranquiçado, em quantidade escassa, moderada ou abundante, de aspecto espesso ou flocular, aderido ou não às paredes vaginais Diagnóstico clínico deve sempre ser confirmado pela presença de fungos Diagnóstico laboratorial: Exame a fresco: Colocando-se em uma lâmina de vidro uma gota de conteúdo vaginal e uma gota de soro fisiológico ou hidróxido de potássio a 10% e observando-se ao microscópio a presença de hifas ou esporos Bacterioscopia: com coloração pelo método de Gram Cultura e antibiograma: identificação do fungo, sua espécie e eventual realização do antifungigrama Prevenção: não usar calcinha ao dormir, usar calcinha de algodão no dia a dia, usar roupas largas, não usar protetor diário, não usar ducha higiênica e não usar sabonete íntimo. Tratamento: ANTIFÚNGICO Candidíase não complicada: - Via vaginal: Nitrato de fenticonazol creme vaginal, 0,02 g/g, por 7 dias ou Isoconazol 600 mg 1 óvulo dose única - Via oral: Fluconazol 150 mg em dose única Candidíase complicada: Ataque - fluconazol 150 mg, três doses, com intervalo de 72 horas entre as doses Manutenção: após a remissão dos episódios agudos, um comprimido de fluconazol 150 mg uma vez por semana, durante seis meses 95 Tem que controlar o fígado, então tem que fazer exame para controle por causa do Fluconazol de doses altas. Na gestante só pode usar medicamento tópico. Se for candidíase de repetição pode tratar o parceiro, pois talvez ele que tem a colônia bacteriana Trichomonas vaginalis - infecção permite por meses ou anos - quatro flagelos e uma membrana ondulante = Micoplasmas, Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae - sexualmente transmissível não viral Quadro clínico: - Corrimento amarelado ou amarelo-esverdeado - Ardor genital, sensação de queimação - Disúria - Dispareunia - Piora no período pós-menstrual, elevação do pH vaginal Conteúdo do Trichomonas vaginalis: - conteúdo amarelado ou amarelo esverdeado - manchinhas = Colpitis = colo em framboesa / aspecto de morango - corrimento não condiz com a candidíase Exame ginecológico: Inspeção estática / dinâmica: hiperemia,corrimento espesso, purulento, exteriorizando-se pela fenda vulvar Exame especular: conteúdo vaginal amarelada ou amarelo-esverdeado As paredes vaginais e a ectocérvice apresentam-se hiperemiadas, “colo uterino com aspecto de morango” (colpitis maculáreis), sufusões hemorrágicas Diagnóstico laboratorial: - A medida do pH vaginal revela valores acima de 4,5 - Bacterioscopia a fresco: parasita é identificado pela movimentação pendular - Bacterioscopia com coloração Gram: identificação do parasita - Cultura específica (Diamond) sensibilidade (75% a 96%) e especificidade de 100% 96 Tratamento: ANTIBIÓTICO ORAL - Metronidazol – 2g via oral em dose única - Tinidazol – 2g via oral em dose única - Metronidazol – 500 mg via oral a cada 12 horas durante sete dias Referência parceiro para tratamento, precisa ir junto com a parceira para prescrever tratamento 97 98 DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA - DIP Primeiro caso relacionado com a DIP: Infertilidade com fatores de risco, relações desprotegidas com múltiplos parceiros Segundo caso relacionado com a DIP: Relação desprotegida, dor em fossa ilíaca esquerda Definição: A DIP é uma síndrome clínica que envolve desordens inflamatórias causadas pela ascensão de bactérias. Ocorre de maneira espontânea ou em razão da manipulação genital (inserção de DIU, biópsia de endométrio, curetagem). Bactérias que causam a DIP têm mecanismo de defesa que fazem ascender o colo do útero. - Infecção polimicrobiana do trato genital superior, originária de foco uretral, vaginal ou cervical - Todas as pacientes com diagnóstico de DIP devem ser testadas para HIV, clamídia e gonococo cervical = cervinite vaginal = vaginose ou vaginite Agentes etiológicos - sexualmente transmissíveis: - Chlamydia trachomatis (assintomática) e Neisseria gonorrhoeae (sintomática) Agentes raros: Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma genitalium Chlamydia trachomatis - a maioria sintomática - bactéria Gram-negativa, intracelular obrigatória - infecção mais comum sexualmente transmissível Manifestações clínicas: Assintomática (70% dos casos): Cervicite discretas Sintomática: cervicite, mucorréia, dor no ato sexual Exame físico ginecológico: Especular: colo uterino edemaciado, hiperemiado, com mucorréia (eventualmente purulenta), friável (sangra fácil a manipulação); acentuação do ectrópio (mácula rubra) 99 Toque vaginal: dor à mobilização do colo uterino. Diagnóstico: PCR para Chlamydia secreção cervical Neisseria gonorrhoeae - exsudato purulento, sai de dentro do colo uterino, pus - aspecto congesto - bactéria diplococos Gram-negativa, não flagelada, não formadora de esporos, encapsulada, e anaeróbia facultativa Quadro clínico: Cervicite muito mais exuberante e sintomática Exameespecular: - Exsudato purulento ou mucopurulento endocervical visível no canal endocervical e/ ou sangramento endocervical à manipulação do orifício endocervical - Colo fica edemaciado e aumenta seu volume, ficando com aspecto congesto Meio de cultura que faz diagnóstico = Thayer Martin modificado - Bactéria gram-negativa, aeróbia, na forma de diplococos, com faces côncavas adjacentes Fatores de risco: múltiplos parceiros, sexo desprotegido, DIU Complicações: Infertilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crônica Diagnóstico: 3 critérios maiores + 1 critério menor ( OU ) 1 critério elaborado Critérios maiores - Dor no hipogástrio - Dor à palpação dos anexos - Dor à mobilização de colo uterino Critérios menores - Temperatura axilar > 37,5°C - Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal - Massa pélvica - Mais de 5 leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice - Leucocitose em sangue periférico 100 - Proteína C-reativa ou velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada - Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, clamídia ou micoplasmas Critérios elaborados - Evidência histopatológica de endometrite - Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem - Laparoscopia com evidência de DIP - Os sintomas de sangramento vaginal anormal em pouca quantidade (spotting), dispareunia, corrimento vaginal, dor pélvica ou dor no abdome inferior, além de dor à mobilização do colo do útero ao toque, podem estar associados Diagnóstico: Culdocentese é um procedimento médico no qual é extraído, com auxílio de uma agulha, fluido da escavação retouterina (saco de Douglas) posterior à vagina. - acessa o fundo de saco e retira o líquido Exames laboratoriais: Hemograma completo, VHS, Proteína C reativa, Exame bacterioscópico para vaginose bacteriana, Cultura de material de endocérvice para gonococos (Thayer Martin modificado), Pesquisa de clamídia no material de endocérvice, da uretra, de laparoscopia ou de punção do fundo de saco posterior (culdocentese), Exame qualitativo de urina e urocultura (afastar ITU), Hemocultura, Teste de gravidez (para afastar gravidez ectópica) Exames de imagem: USG transvaginal e pélvica Tratamento: ANTIMICROBIANO 101 102 PUERPÉRIO Imediatamente após a expulsão fetal → 6 semanas pós parto Avaliação no pós parto: Involução uterina, loquiação, trajeto de parto, sinais de TVP, função intestinal e urinária, amamentação 1° dia pós parto = útero na cicatriz umbilical 2° dia pós parto 3° dia pós parto = diminui a velocidade de involução até 0,5 cm 5° dia pós parto 7° dia pós parto 10° dia pós parto Fenômenos involutivos locais - ÚTERO Involução uterina: - 1 cm/ dia até o 3° dia - 0,5/ dia até tangenciar borda superior sínfise púbica, acompanhadas ou não de cólicas - Hipoinvolução - Hiperinvolução Colo: Permeabilidade: - primíparas = impérvio após o 5° dia - multíparas = impérvio após o 10° dia Aspecto: orifício externo lacerações/ comissuras flacidez Loquiação: - vermelho ou sanguíneos (lochia rubra ou cruenta) - escuros ou serossanguinolenta (lochia fusca) - pós parto - amarelos (lochia flavo) - alba 103 Sinais de TVP: Trajeto do parto: A- first degree = 1° grau B- second degree = 2° grau C- third degree = 3° grau D- fourth degree = 4° grau Função intestinal e urinária: Sistema urinário - trauma/edema uretral = retenção urinária no puerpério imediato - fluxo plasmático renal, filtração glomerular e taxas de uréia e creatinina = retorno em 4-8 semanas - função ureteral = volta ao normal 6-12 semanas Infecção urinária, incontinência ureteral e fecal 104 Sistema gastrointestinal - correção da topografia gástrica pela descompressão abdominal - retorno dos movimentos intestinais - regressão da gengivite gravídica Desvios patológicos do puerpério: Morbidade febril puerperal → presença de temperatura de, no mínimo, 38° C durante dois dias consecutivos, entre os primeiros 10 dias pós-parto, em pelo menos quatro tomadas diárias por via oral (excluídas as 24 horas iniciais) - Mastite; ITU; Pneumonia; Endometrite ITU → Febre + dor costovertebral + nausea e vomitos Tratamento: - Nitrofurantoína 100 mg de 6 em 6 horas por 5-7 dias - Sulfametoxazol-trimetoprima 800 a 160 mg de 12 em 12 horas por 3-5 dias Endometrite → Infecção da decídua (endométrio gestacional) Sepse puerperal = infecção do trato genital entre o início da ruptura das membranas ou o parto até 42° dia pós parto = Febre + 1 presente: 1. Dor pélvica 2. Secreção vaginal anormal 3. Odor anormal dos lóquios 4. Atraso na redução do tamanho do útero Sinais clínicos: corioamnionite podem incluir febre, taquicardia materna, dolorimento uterino e drenagem vaginal purulenta. Os calafrios que acompanham a febre sugerem bacteremia ou endotoxemia Tratamento: Gentamicina 240 mg por dia até 70 kg ou 320 mg por dia acima de 70 kg, IV, dose única diária, associada à clindamicina 600 mg, IV, de 8 em 8 horas Depressão pós parto: Episódio depressivo maior ou de intensidade grave a moderada presente nos primeiros meses após o nascimento Psicose pós parto Transtorno bipolar pós parto Transtorno de ansiedade pós parto 105 106 HEMORRAGIA PÓS PARTO - HPP Perda de sangue acima de 500 ml após o parto vaginal ou acima de 1000 ml no parto cesária. Causa instabilidade hemodinâmica. Classificação: - precoce: até 24 hs pós parto - tardia: de 24 hs até 12 semanas pós parto Período de Greenberg é o mais importante (4° período) A maior parte é precoce 107 Manobra de Brandt-Andrews = tração do cordão umbilical com a pinça com uma mão e a outra mão faz massagem no fundo uterino para a placenta descolar Parto vaginal = 10 UI de ocitocina, IM - após nascimento Cesaria = 10 UI de ocitocina, IM - após nascimento + 3 UI de ocitocina - EV 3- Diagnóstico - Manobras ressuscitativas - Avaliação da etiologia (4”Ts”) - Intervenção cirúrgica s/n Hora de ouro 1. ajuda 2. coletar exames 3. determinar causa da hemorragia = 4T’s = tônus, tecido, trajeto, trombina 4. manter oxigenação/ perfusão tecidual 5. avaliar gravidade da perda volêmica 108 Exames: - ABO-Rh, Ht e plaquetas - Coagulograma com fibrinogênio - Reserva de sangue, Prova Cruzada - Teste de retração do coágulo (Teste de Weiner) → colocar a mão ‘’amassando’’ o útero, faz uma compressão uterina bimanual Mais comum: TESTE DE WEINER E HISTERECTOMIA SUBTOTAL (retira o útero e mantém o colo) Acretismo placentário: Inversão uterina: Quando a placenta está aderida e quem puxou a placenta pode fazer de forma agressiva e o útero sai junto, então vai precisar fazer a inversão e colocar o útero de volta. Tratamento: Manobra de Taxe e cirurgia de Huntington Rotura uterina: cicatrizes múltiplas no istmo. Quanto mais cesáreas, há mais riscos. 109 500 ml e 1000 ml 110 111 LACTAÇÃO Aleitamento: 1 Hora “ Golden Hour” – contato mãe e filho / termorregulação / contração uterina / produção prolactina/ocitocina Lactação: 1. Mamogênese Formação da mama. Ela cresce, porque tem proliferação túbulo e alvéolo Final gestação: secreção colostro Controle hormonal: estrógeno e progesterona, prolactina, cortisol Desenvolvimento a partir da gestação e período de lactação 2. Lactogênese Produção de leite. Vem a partir do 3° dia e por mecanismos hormonais. Após a retirada da placenta, há formação de hormônio e faz aumentar a prolactina. Pós-parto: síntese de leite com aumento de enzimas catalisam proteína, lactose, lípides Ação hormonal: diminuição estrógenos, aumento de prolactina, ausência de hormônio lactogênio placentário (receptor PRL mamas), insulina, glicocorticóide 2 principais hormônios envolvidos na lactação: PROLACTINA E OCITOCINA 3. Galactopoese Manutenção lactação depende: - ação hormonal: PRL, corticóide, insulina, tiroxina - sucção periódica: estimula liberação PRL, estimula reflexo neuro-hormonal (nervo sensitivo papila estimula adeno e neurohipófise) - remoção leite produzido
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