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LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3 SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 05 16 23 36 41 47 52 60 65 72 83 96 103 108 116 CONHECENDO O SURDO SINAIS FREQUENTES LIBRAS - DEFINIÇÕES E ASPECTOS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NÚMEROS CARDINAIS E QUANTITATIVOS GÊNERO NA LIBRAS SINAIS ICÔNICOS E SINAIS ARBITRÁRIOS TIPOS DE VERBOS CLASSIFICADORES (CL) VERBOS E SÍMBOLOS ADVÉRBIOS DE TEMPO, ADVÉRBIOS DE LUGAR E PRONOMES DEMONSTRATIVOS COMPARATIVO DE IGUALDADE, SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE TIPOS DE FRASES - ESTAÇÕES DO ANO ESTADOS BRASILEIROS ESTRUTURA DA SENTENÇA EM LIBRAS VOCABULÁRIOS ESPECÍFICOS: PARTES E OBJETOS DA CASA LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 INTRODUÇÃO Olá, bem-vindos ao nosso curso! Agora vocês irão conhecer a Língua Brasileira de Sinais! Para quem não sabe, Libras é a língua oficial da comunidade surda no Brasil! Temos duas línguas por aqui, a Língua Portuguesa na modalidade oral e escrita e a Língua Brasileira de Sinais-Libras, na modalidade visual-motora, que deve ser aceita e interpretada em todos os locais públicos Com a Lei nº10.436, de 24 de abril de 2002, que reconhece como meio legal de comunicação e expressão dos surdos, a Língua Brasileira de Sinais - Libras, a história da Comunidade Surda toma um novo rumo. O surdo agora passa a ter novos direitos que antes lhe eram negados. Com ela, novas políticas públicas no sentido de garantir ao surdo sua participação efetiva na família, na escola, na sociedade e no mercado de trabalho. O reconhecimento da Libras como língua, só foi possível porque, ao contrário do que muitos pensam, os estudos provaram que a Língua de Sinais é uma língua e não mímica ou gestos, e como todas as línguas, têm características e gramática próprias. Somente depois disso é que foi possível seu reconhecimento como língua. Nosso objetivo é que você conheça a história, entre em contato com a língua, compreenda um pouquinho a forma de comunicação dos surdos, quem sabe, prossiga nesse estudo. Desejamos que se encante com esse novo universo dos sinais e que possa se aprofundar cada vez mais. Bons Estudos LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 AULA 1 CONHECENDO O SURDO Breve História da Educação dos Surdos no Brasil Passantes Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/pe%c3%b5es-passagem-estrada-rua-cidade-918471/ Observando a figura acima, se entre eles houver um surdo, você certamente não saberá. A menos que ele esteja usando um AASI (Aparelho Amplificação Sonora Individual) e que você veja, é óbvio, de outra maneira, a surdez passa por nós muitas vezes despercebida, mas não é assim tão simples. Vamos então conhecer um pouco sobre o surdo, iniciaremos com um trecho falando sobre linguagem, comunicação, algo que fazemos sem nos darmos conta do quão importante é em nossas vidas: LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 A linguagem permite ao ser humano planejar e regular sua ação e somente por ela é possível fazer a leitura do mundo e da palavra, mesmo porque uma não acontece sem a outra. Essas formas de leitura constituem a base da linguagem que se dá pela interação social, a interação entre os sujeitos. (FELIPE 2007, p.6) Neste trecho, nós destacamos a importância da linguagem na vida do ser humano, como a comunicação nos permite viver em sociedade, interagir, ter o melhor da vida. Quando pensamos nos sujeitos surdos, fica em nossas mentes a pergunta: como fica a comunicação na vida do surdo? Quem, afinal, é o sujeito surdo? Se procurarmos na internet, quem é o sujeito surdo, vamos encontrar: O sujeito surdo que de acordo com Felipe (2001) são aqueles que participam de comunidades, associações, na sua própria cidade ou entre outras localidades, sendo fatores predominantes dessas comunidades surdas o uso da Língua de Sinais, os esportes e interações sociais Temos aqui uma definição que os coloca em uma Comunidade Surda, e principalmente, o uso de uma língua própria. Também é possível encontrar: Os surdos pertencentes ao convívio da comunidade surda consideram-se pessoas que utilizam uma forma linguística diferente, sendo que desejam ser vistos como pessoas capazes, que possuem suas particularidades, o que não os impede de crescerem e se desenvolverem da mesma forma que os ouvintes Da mesma maneira, este artigo observa a comunidade e a língua, ressalta ainda a capacidade e particularidades dos surdos. Em ambas as definições relacionam ser surdo a fazer parte de uma comunidade, de sua própria comunidade, a Comunidade Surda. Por que seria esse um fator determinante quando se fala em quem é o sujeito surdo? O que seria a identidade do surdo? Ora, se pensarmos no trecho inicial em que a comunicação é a base de uma comunidade, então nada mais natural fazer parte da comunidade que fala a sua língua. Esse fator irá determinar a identidade surda, muito mais que a língua, esta é a forma como o surdo percebe o mundo, criando assim sua identidade. De acordo com Perlin “ Os surdos são surdos em relação à experiência visual e longe da experiência auditiva, essa diferença que separa a identidade surda da identidade ouvinte...” (PERLIN 2010 , p. 54). LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 Perlin, que nasceu ouvinte e se tornou surda, escreve contando também sobre sua experiência. O que ela nos diz é que a forma com que o surdo percebe o mundo, é diferente da forma do ouvinte. Um se utiliza dos olhos, ouvidos, tendo uma percepção total e diferente do outro que sendo surdo, VÊ o mundo, percebe o mundo através dos olhos. Assim, temos a fala de outro surdo, Pimenta (2001, p. 24), que diz “Ser surdo não é melhor ou pior do que ser ouvinte, é apenas diferente “. Diferente porque a forma que eles compreendem o mundo não é a mesma que o ouvinte, e devem ser respeitados em suas diversidades. O surdo sofreu e sofre até hoje com a dificuldade em se relacionar com ouvintes, em todos os lugares. Pode ser em reuniões familiares, onde ele é o único surdo e acaba ficando esquecido num canto, em reunião festiva de trabalho, quando fica fora das piadas e brincadeiras de ouvintes que ele não compreende ou pior ainda, nas escolas, quando, de acordo com a própria lei, a língua portuguesa deve ser ensinada na modalidade escrita. No entanto, ninguém se pergunta, será que, para o surdo, a transcrição de Libras para Língua Portuguesa é simples? Como é isso para eles? O que o surdo pensa disso? É tão difícil escrever. Para fazê-lo meu esforço tem de ser num clima de despender energias o suficiente demasiada. Escrevo numa língua que não é minha. Na escola fiz todo esforço para entender o significado das palavras usando o dicionário. São palavras soltas. Elas continuam soltas. Quando se trata de pô-las no papel, de escrever meus pensamentos, eles são marcados por um silêncioprofundo. Eu preciso decodificar o meu pensamento visual com palavras em português que tem signos falados. Muito há que é difícil ser traduzido, por ser apenas uma síntese aproximada. Tudo parece um silêncio quando se trata da escrita em português, uma tarefa difícil, dificílima. Esse silêncio é a mudança? Sim é. Fazer frases em português não é o mesmo que fazê-las em Libras. Eu penso em Libras, na hora de escrever em português eu não treinei o suficiente para juntar em uma frase todas as palavras soltas. Agora no momento de escrever, eu escrevo diferente. Quando eu leio o que escrevo, parece que não tem uma coisa normal como a escrita de ouvinte, falta uma coisa, não sei o quê. Não sei se o que escrevo são palavras minhas, elas são exteriores, não fazem parte do meu contexto. Parecem não cair bem na frase, parece que a escrita do pensamento não ditar o que quero dizer. Vezes sem conta parece-me dizer coisas sem sentido. L de 40 anos ( SKLIAR, 2010 p. 57). LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 É possível perceber o quanto é difícil para o surdo a escrita da língua portuguesa. O escrever é um processo que chega a ser doloroso em muitos casos, Perlin comenta ainda “... muito embora, hoje, os surdos, evidenciem esforços demasiados em ler e escrever a escrita do surdo não vai se aproximar da escrita do ouvinte.” (PERLIN, 2010, p 57). Percebemos o esforço que é necessário para que a língua portuguesa seja parte integrante da vida do surdo sem que ele sofra dia a dia. O mesmo ocorre com a oralidade. Há obviamente surdos que conseguem oralizar, porém, a grande maioria não possui uma boa oralidade. Houve época em que o surdo era obrigado a “falar” oralmente. O que para muitos era quase um sacrifício visto que nem sempre eles conseguem, e mesmo quando o fazem, nunca serão como os ouvintes. Felizmente este tempo passou, porém, ainda encontram muitos preconceitos e barreiras que tornam a vida deles ainda muito difícil. Com a promulgação da Libras como lei, muita coisa mudou. Há muito que melhorar, mas estamos caminhando, e é isso que importa. A partir do momento que a Libras passou a ser uma língua oficial, o surdo passou a ter direitos, como a ter intérprete em diferentes lugares públicos e principalmente nas escolas. Infelizmente isso não resolve a situação, mas já é um passo! Precisamos que os pequenos que nascem surdos possam ter acesso a sua língua, a Libras, logo ao nascer. Isso ainda não conseguimos! Muitas vezes esse acesso só ocorre quando ele entra em uma escola, visto que grande parte das crianças surdas são filhas de pais ouvintes. Porque nós, ouvintes, falamos? Ora, porque ouvimos! Se você conhecer um bebê surdo, ele terá as mesmas reações de um bebê ouvinte. Ele balbucia, sabe fazer aquele barulhinho “ba ba ba ba”, isso mesmo, mas então, o que acontece? O bebê ouvinte escuta e vai repetindo, já o bebê surdo não, ele não escuta nada e acaba parando, vai silenciando. A criança ouvinte vai repetindo tudo que ouve enquanto a criança surda, essa não ouve nada, o que vai repetir? Ela nem sabe que sai som da sua boca. Por isso é fundamental que ela tenha contato com um surdo para começar, desde pequeninha, a aprender sua língua, a Libras. Só assim ela terá um vocabulário rico quando estiver na idade de entrar na escola, assim como a criança ouvinte. Dessa forma, irá se tornar um adulto mais realizado e muito mais feliz! Vamos conhecer algumas pessoas que foram importantes no decorrer da história para a formação da identidade surda. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 Despertar do Silêncio, livro de Shirley Vilhalva, da Editora Arara Azul, pode ser baixado aqui: http://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/Despertar-do- Silencio.pdf Neste livro Shirley Vilharlva conta suas primeiras lembranças, as dificuldades que enfrentou sendo surda em família ouvinte, enfim, diversas situações até chegar onde chegou! Vale muito a pena a leitura! Charles Michel de L’Épée Em 1780, Charles Michel de L’Épée fundou a primeira escola de surdos do mundo, que se chamava Instituto Nacional para Surdos- Mudos de Paris. L’Épée foi professor de E. Huet, e quando cresceu, veio para o Brasil e fundou a primeira escola para alunos surdos. (GOMES 2015, p. 28) Helen Adams Keller Helen Keller foi a primeira surdo-cega a frequentar e graduar-se em uma faculdade, ela superou muitas barreiras para conquistar um bacharelado e se tornar escritora e filósofa. Ela se tornou conhecida mundialmente! http://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/Despertar-do-Silencio.pdf http://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/Despertar-do-Silencio.pdf LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 Helen Keller e sua professora Anne Sullivan Vamos conhecer um pouco mais sobre Helen Keller? Siga o link Helen Keller, mas depois pegue a pipoca e se ligue no filminho!!! Aqui você encontra o filme, com 1:30min. Se tiver tempo, assista!! Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan https://www.youtube.com/watch?v=uvtaTbdcxsE Agora, se estiver com pressa, assista ao desenho, esse tem 0,30min A História animada de Helen Keller https://www.youtube.com/watch?v=NJAL9Bp0inQ E. Huet E. Huet nasceu na França em 1822, estudou com o abade L’ Epée, seu nome todo seria Ernest, Hernest ou Edouardo na verdade seu nome todo é desconhecido. Sigam o link abaixo e assistam ao vídeo para melhor entender! MANUÁRIO – E. HUET Aqui você irá conhecer um pouco sobre E. Huet, seu sinal é E porque ele é conhecido como E. Não perca, você vai gostar! http://tvines.org.br/?p=17135 E. Huet (GOMES, 2015, p29) about:blank https://www.youtube.com/watch?v=uvtaTbdcxsE https://www.youtube.com/watch?v=NJAL9Bp0inQ http://tvines.org.br/?p=17135 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 Muito bem, terminamos uma etapa importante! Conhecer os falantes da língua, um pouquinho só de como as coisas aconteceram, nos dá mais vontade de aprender! Espero que tenham gostado dos vídeos! Pesquisem na internet que vocês irão encontrar muitos surdos se pronunciando, hoje eles têm voz! Para começar, conheçam um surdo que tem muito a dizer! https://www.youtube.com/watch?v=Bcq6GPyMfPo Leonardo Castilho é surdo, neste vídeo ele fala um pouco sobre algumas das dificuldades de ser surdo, é muito legal, assistam! “O surdo tem voz”. Breve História da Educação dos Surdos no Brasil A história da Língua Brasileira de Sinais está intimamente relacionada com a história da educação dos surdos no Brasil. Em nosso país, observamos as primeiras notícias a esse respeito através da atuação do surdo francês, E. Huet, que chegou ao Brasil em 1857. Huet foi quem fundou a primeira escola para surdos do Brasil, mais precisamente, no Rio de Janeiro. Na época ela foi chamada de Imperial Instituto de Surdos-Mudos. Nesta época os surdos eram chamados de surdos mudos, diferente de hoje, que sabemos que isso não é real, os surdos não mudos, assim nós os chamamos somente de surdos. Não se esqueçam disso ok! Fonte: https://www.libras.com.br/surdo-mudo https://www.youtube.com/watch?v=Bcq6GPyMfPo LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 Essa escola foi e ainda é, muito importante na vida dos surdos. Digo que ainda é porque ela funciona até os nossos dias, obviamente mudou de nome, passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). O INES é responsável por muitos materiais em Libras que encontramos disponíveis na internet. Além de oferecer, no seu Colégio de Aplicação, Educação Precoce e Ensinos Fundamental e Médio, o Instituto também forma profissionais surdos e ouvintes no Curso Bilíngue de Pedagogia, experiência pioneira no Brasil e em toda América Latina. RIO DE JANEIRO, RJ - 15/04/2015.INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS. Fachada do Instituto Nacional de Educação de surdos localizado no bairro de Laranjeiras no Rio de Janeiro. (Foto: Vanessa Bohn / Foto arena) - Image ID: P48CE8 Huet trouxe com ele toda sua bagagem de sinais desenvolvidos em sua terra natal, França. Aqui ele começou seu trabalho com nossas crianças surdas. Desse trabalho, com o passar do tempo, foi surgindo nossa própria língua de sinais, criada a partir da Língua Francesa de Sinais e de diversos sinais que os surdos do Brasil utilizavam, e passou a ser adotada aos poucos. No entanto, houve um Congresso em Milão, Itália, no ano de 1880 que teve repercussão em todo o mundo, não foi diferente por aqui, em função da proibição do uso das línguas de sinais, o Brasil também deixou de usá-la na educação dos surdos. Nesse congresso, conhecido como Congresso de Milão, que na verdade foi a Primeira conferência internacional de educadores de surdos, havia em torno de 164 www.ines.gov.br https://www.alamy.com/rio-de-janeiro-rj-15042015-instituto-nacional-de-educao-de-surdos-fachada-do-instituto-nacional-de-educao-de-surdos- localizado-no-bairro-de-laranjeiras-no-rio-de-janeiro-foto-vanessa-bohn-foto-arena-image209168464.html LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 educadores e especialistas que se reuniram entre 6 e 11 de setembro de 1880 para discutir os rumos da educação das pessoas surdas. Neste grupo, que decidiu que o melhor para o surdo seria a oralidade, havia somente um surdo! Depois de dias de debates, eles concluíram que o melhor para a educação dos surdos, para a reinserção deles na sociedade, seria a oralidade. Seria assim, através da educação oralista e não da língua gestual, foi então que aprovaram uma resolução que dava preferência ao uso da língua oral nas escolas. Por quase 100 anos os surdos foram submetidos a uma educação oralista, o que, muitas vezes, levou alunos a abandonarem as escolas. Os resquícios históricos que ainda persistem dos cem anos pelos quais vigorou a filosofia educacional oralista, proibindo o uso da Língua de Sinais na Educação de Surdos, acarretam intoleráveis danos no aproveitamento educacional do alunado surdo e no seu desenvolvimento global. A ideia sobre a importância da aquisição da linguagem oral, do tratamento de reabilitação da fala e do treinamento da leitura labial, amplamente disseminada pelo Oralismo, a partir do famoso Congresso de Milão, em 1880, prejudicou a instrução de grande parte das pessoas com surdez, negando o respeito às suas singularidades e aos aspectos sociolinguísticos e culturais do Povo Surdo. Com a Educação de Surdos regida pelo império da filosofia oralista, de práticas educativas ouvicêntricas e de visão patológica sobre a surdez, negou-se ao Povo Surdo condições favoráveis de produção da linguagem e a possibilidade de inclusão social (ALBINO 2016, p. 11 ,12). Ora, os surdos por mais que se esforcem jamais desenvolverão a linguagem no mesmo nível oral que um ouvinte, isto é perfeitamente observado, pois eles não possuem o feedback do que falam, assim, a voz fica em um ritmo diferente dos ouvintes. No entanto, durante esses cem anos de filosofia oralista, os sinais não sumiram simplesmente, os surdos continuaram a usá-los. Eles eram proibidos nas escolas, porém, no dia a dia, o surdo usava os sinais para se comunicar. Falando de Brasil, ainda não havia uma padronização na língua de sinais, o que levou a um grande prejuízo no seu desenvolvimento, somente surdos de uma determinada comunidade se entendiam, a falta de padronização levava ao regionalismo. Na década de 1960, nos EUA, com apoio de pesquisas realizadas na área da linguística, verificaram que a língua de sinais continuava viva e que tinha todos os https://pt.wikipedia.org/wiki/Oralismo https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_gestual LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 requisitos necessários para que fosse conferida a ela o status de língua, portanto, foi um passo fundamental para a volta ao direito à comunicação gestual entre surdos. No Brasil, foi no ano de 1980, que a linguista Lucinda Ferreira Brito elaborou uma pesquisa sobre a língua de sinais. Foi a partir desta pesquisa que começaram os estudos sobre a língua de sinais no Brasil. Esse foi o começo de uma longa batalha no nosso país, até a promulgação da lei, que oficializou a Libras como língua, no dia 24 de abril de 2002. Neste capítulo, pudemos conhecer um pouco sobre o surdo, alguns protagonistas e também um pouquinho da história da educação dos surdos! Vocês, como futuros professores, com certeza, terão em algum momento um aluno surdo em sua sala de aula. Lembrem-se sempre das dificuldades que eles enfrentam para escrever e compreender nossa língua. Procurem avaliá-los pelo aprendizado que adquiriram e não pelas dificuldades próprias da surdez! Assim, percebemos o quanto os surdos tiveram que lutar pelo direito de “falar” com suas mãos. Estamos descobrimos um novo mundo. Espero que vocês estejam curiosos e com muita vontade de aprender! Na próxima aula, vamos começar nossos primeiros sinais! Aqui vai uma pequena amostra! Este sinal significa Eu te amo! E ele é o mesmo sinal da língua inglesa de sinais! I Love You! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 Foto ilustração: https://www.assai.com.br/revista/fevereiro-marco-2021-edicao-43/acessibilidade-digital-gera-inclusao Espero Vocês! Vamos conhecer um pouco mais sobre o INES !! Acesse o link e veja. https://www.youtube.com/watch?v=3HLI3tzUd3s Nossas Instituições - Instituto Nacional de Educação de Surdos - 25/07/2017 Faça um resumo de, no mínimo, 15 linhas contando com suas palavras quem é o sujeito surdo e o que você compreendeu sobre a educação e a língua de sinais. Destaque o que mais lhe chamou a atenção. https://www.youtube.com/watch?v=3HLI3tzUd3s LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 AULA 2 SINAIS FREQUENTES Figuras fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 Figuras: Desenhos Cristiano Koyama e Claudia Nagura https://www.ces.org.br/site/vamos-aprender-libras.aspx https://www.ces.org.br/site/vamos-aprender-libras.aspx LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 Aqui o mesmo alfabeto só que em desenho: Você sabe o que é Datilologia ou Alfabeto Manual? Datilologia ou Alfabeto manual é um “empréstimo” da Língua Portuguesa, do alfabeto, através da representação pelas mãos, usado para a soletração de uma palavra utilizando o alfabeto digital ou manual em língua de sinais. Cada sinal corresponde a uma letra do alfabeto. A datilologia ou alfabeto digital é mais usado para expressar nomes de pessoas, localidades e outras palavras que ainda não possuem um sinal específico, como nos diz Silva et All “na Libras o uso do alfabeto manual é caracterizado como um Empréstimo Linguístico (2007, p.18). Muitas vezes, a datilologia acaba se incorporando à Libras, como um sinal, quando, ao ser expressada pelo alfabeto manual, recebe uma incorporação de movimento próprio desta língua, será apresentada pela soletração ou parte da soletração, mais a LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 incorporação formando o sinal, por exemplo as palavras: “reais” “oi” e “nunca”, assim, estas palavras se tornam sinais soletrados na Libras. Figuras fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Comumente quando conhecemos alguém lhes perguntamos logo o nome, como se chama, para que todas as vezes que quisermos nos referir àquela pessoa temos um signo que a representa. O nome que estamos falando é o que na LínguaBrasileira de Sinais denominamos de sinal pessoal ou somente sinal, costuma-se dizer que se trata de um nome visual, um batismo, para dar início à participação na comunidade surda. Um nome visual, como o próprio nome diz, se trata de uma marca, um traço visual próprio da pessoa. Quando tal pessoa ainda não tem um sinal (nome visual) usa-se o alfabeto manual que compõe o quadro das configurações de mãos usadas na Libras (Silva et all, p 18).Acesse o artigo O alfabeto manual é utilizado, portanto, para as coisas que ainda não possuem sinais, como, por exemplo, nome de pessoas que ainda não foram “batizadas” com um sinal em Libras, portanto, uma pessoa que você acabou de conhecer, ou quando nos referirmos a uma cidade podemos antes de utilizar seu sinal, escrever seu nome na datilologia. Estes são os casos em que o alfabeto manual é utilizado. Muito bem, você aprendeu seus primeiros sinais! Seu “nome” em Libras deverá ser dado por um surdo, assim que você tiver a chance de encontrar com alguém da Comunidade surda, peça a ele que lhe atribua um sinal, este será seu nome em Libras! Certamente você irá gostar! Para que você possa entender melhor, observe as figuras, elas mostram o que pode representar um “nome de batismo” na Libras, como os surdos se baseiam para nos dar um sinal quando passamos a fazer parte da comunidade surda: http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2015/trabalhos/co_04/94.pdf LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 a. Representa iconicamente uma característica da pessoa. Por exemplo: b. Representar a profissão de uma pessoa e uma característica. Por exemplo: PROFESSOR@; MAGR@; CABELOS-ONDULADOS; c. Representar um número, que a pessoa passou a ter na caderneta de sua turma de escola, ou a primeira letra do nome da pessoa. Por exemplo: O sinal pessoal pode ser, portanto, uma representação visual de uma pessoa ou um atributo (Felipe e Monteiro, 2006, p.35). iconicidade 1. LINGUÍSTICA semelhança existente, em certos signos linguísticos, entre a forma e a coisa representada, o que ocorre em onomatopeias (p.ex.: atchim, tique-taque ), e palavras onomatopaicas (p.ex.: sussurrar, zumbido ). 2. SEMIOLOGIA; SEMIÓTICA propriedade que tem o signo icônico de representar por semelhança o mundo real LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 Nesta aula aprendemos alguns sinais básicos, além do alfabeto manual! Então, você deve treinar os sinais e o alfabeto, escreva seu nome, o nome de seus familiares, da cidade em que mora, da cidade que você nasceu, enfim, escreva o nome de tudo que você puder!!! Bora treinar!!!! Quanto aos sinais, vamos dar bom dia a todo mundo! Agradecer e tudo mais que aprendemos!! O treino é tudo! Até a próxima aula! https://www.youtube.com/watch?v=sOWgA8FYsPU&list=RDCMUCBS6i8Z1 rr7b2sq8Pybfhxw&index=1 Acesse o link e aprenda com o Carlos a Datilologia! É um desafio! Vai lá treinar. Você já deve ter treinado bastante, agora grave um vídeo de minutos com alguns dos sinais trabalhados!! Capricha!! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 AULA 3 LIBRAS - DEFINIÇÕES E ASPECTOS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Para entendermos a definição da Libras, vamos primeiro compreender o que significa língua. Os dicionários on-line trazem diversas definições sobre o termo Língua. Observemos: Conjunto dos elementos que constituem a linguagem falada ou escrita peculiar a uma coletividade; idioma: a língua portuguesa. Sistema de vocabulário e sintaxe usado em determinada época, por certos escritores, em uma ou outra profissão etc.; linguagem: a língua do séc. XVI.. Sistema constituído por palavras e por regras gramaticais que permitem a construção de frases e que é usado como meio de comunicação, falado ou escrito, pelos membros de uma mesma comunidade linguística; idioma. Estilo de escrita, discurso ou expressão característicos de alguém. A língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar- se e compreender-se. Portanto, a língua está diretamente ligada a uma coletividade, à forma de se expressar, composta por regras gramaticais que possibilitam que essas expressões ocorram. Isso posto, a Libras não poderia ser reconhecida como língua sem que tivesse todos os quesitos necessários para tal. Portanto, a Libras para ser reconhecida como língua, passou por várias etapas, somente após ser constatado que tinha todos os requisitos necessários, então, no dia 22 de abril de 2002, através da Lei 10.436/2002, foi reconhecida legalmente como língua. Nesta lei, destaca-se: https://www.dicio.com.br/lingua/ acesso em 03/05/2021; https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/l%C3%ADngua acesso em 03/05/2021; https://dicionario.priberam.org/l%C3%ADngua acesso em 03/05/2021. https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman2.php acesso em 03/05/2021. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil ( Brasil, 2002). É importante lembrar que a Língua Brasileira de Sinais não é uma língua universal. Cada país tem sua própria língua de sinais, da mesma forma que as línguas orais são diferentes, tem país que fala inglês, outro francês, italiano, e assim por diante, da mesma maneira é a língua de sinais, cada país possui a sua. Além disso, também existem as diferenças regionais, da mesma forma que as línguas orais, em que é possível perceber o sotaque referente a cada região do nosso país, ou até mesmo dentro de um mesmo estado, podemos observar diferença de “sotaque” também na Libras. Por ser uma língua viva, sofre influência das regiões, sendo assim, é comum haver diferenças em alguns sinais de uma região para outra no Brasil. Assim como na língua portuguesa, a Libras é atualizada constantemente, usando gírias e expressões, exatamente como todas as línguas. Exemplo: a palavra COUVE-FLOR, diferentes sinais em diferentes Estados : SP/SC PR/BA MS/RS Figuras: CAPOVILLA, F.C.; RAPHAEL, W. D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. Volume I e II, Sinais de A a L. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001. Podemos também encontrar para algumas palavras, mais de um sinal correspondente. Isso não quer dizer que um ou outro sinal esteja errado, simplesmente quer dizer que em cada região há expressões diferentes, como os sotaques nas línguas orais. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 Para saber se os sinais estão corretos, temos os dicionários como comparação, as expressões que constam nos dicionários de Libras publicados, por serem orientações gerais para todos os lugares do Brasil, foram revisados e aprovados, portanto, podemos tirar nossas dúvidas. Exemplo de sinais diferentes para uma mesma palavra: BRANCO. Atualmente, as pesquisas apontam a existência de cinco componentes dos sinais, os chamados Parâmetros. São Parâmetros da Libras: a Configuração de mão, o Ponto de Articulação, o Movimento, a Orientação e as Expressões não-manuais. Vamos conhecer cada um desses componentes dos sinais. a) Configurações de mãos São as diversas formas que as mãos tomam na realização dos sinais. Inicialmente, Ferreira-Brito propôs 46 configurações de mãos, porém,hoje já são propostas mais de 60, conforme poderemos observar no quadro abaixo. Essas configurações são consideradas elementos fundamentais para possibilitar a formação dos sinais. As 64 configurações de mão da Libras. Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do Professor p. 28. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 Vamos observar na prática, como funciona a configuração de mãos. Utilizando a configuração , com essa configuração de mão podemos realizar, por exemplo, os sinais : tanto o sinal de “ÁGUA” como o sinal de “EDUCADO” utilizam a mesma configuração de mão. Observe: Outro exemplo, agora utilizando a configuração de mão : Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Na configuração de mão para formar os sinais “AVIÃO”, “DESCULPA” e “ARREPENDIDO” podemos observar que a configuração é a mesma, porém, da mesma forma que os sinais anteriores, o lugar onde o sinal é feito, ponto de articulação e o movimento, são diferentes, tornando assim cada sinal diferente do outro. Com uma mesma configuração de mão é possível fazer uma grande quantidade de sinais. São sinais distintos que possuem a mesma configuração de mão. Da mesma maneira que temos os fonemas em uma língua oral, também temos em cada língua de sinais um conjunto de configurações de mão responsável pela formação dos sinais. Importante destacar que a lista de configurações de mão de uma língua de sinais não coincide com o alfabeto manual. O alfabeto é um sistema artificial criado como forma de representação da ortografia da língua oral-auditiva falada no país onde o surdo vive. Já as configurações de mão são uma realidade natural da língua. b) Ponto de articulação (localização) É a área no corpo ou o espaço próximo ao corpo onde os sinais são articulados. Esses sinais articulados são de dois tipos, os que articulam no espaço neutro diante LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 do corpo e os que tocam uma determinada região do corpo, como, por exemplo, a cabeça, o rosto, a cintura, os ombros e o espaço neutro. Existem sinais que são realizados no chamado “espaço neutro”, que é o espaço à frente do corpo da pessoa que sinaliza (sinalizador), mas que não toca no corpo. Vejamos os sinais abaixo: Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Esse local onde ocorre o sinal, é o ponto de articulação, na figura abaixo, estão relacionados os espaços em que esses pontos podem ocorrer: Os sinais de trabalhar e sanfona são realizados sem tocar no corpo, para realizar estes sinais, não precisamos tocar em nenhuma parte do corpo. Assim, dizemos que são realizados no espaço neutro. É importante destacar que, quando estamos em um diálogo, ou apenas fazendo um sinal, utilizamos um espaço específico, que está localizado em uma espécie de retângulo em frente ao nosso corpo, que poderá ser observado na próxima figura. Isso quer dizer que não há necessidade de ficarmos “exagerando” ao fazermos um sinal. Ele é feito em um espaço específico. Muitas vezes, vemos pessoas fazendo sinais “exagerados”, na maioria das vezes, quando estão representando uma música, por exemplo. Isso não quer dizer que está errado, mas sim, que é um tipo de expressão artística. No dia a dia fazemos os sinais mais contidos, talvez seja essa a palavra certa, utilizando um espaço menor. Observe a figura a seguir, nela está descrito qual a zona certa para a comunicação em Libras. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 Vamos observar outros sinais : Figuras fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Vimos dois sinais diferentes, feitos em um mesmo ponto de articulação. Nestes sinais, eles têm em comum, o ponto de articulação e o movimento, o que os difere é a configuração de mãos. Vejamos mais um exemplo: Figuras fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Dois sinais executados no mesmo local, com movimento e configuração de mão diferentes! Se observarmos o que ocorre com esses sinais é o mesmo que acontece com algumas palavras na língua portuguesa, são diferentes apenas pela mudança de um fonema. Por exemplo: as palavras “vaca” e “faca”, que têm somente os fonemas /f/ e /v/ que as diferenciam. Portanto, Ponto de Articulação é o local onde o sinal é articulado, ou seja, é feito, podendo tocar ou não nosso corpo. c) Movimento É um parâmetro que envolve direção, forma, frequência, velocidade e intensidade, desde os movimentos internos da mão, os movimentos do pulso, os movimentos direcionais no espaço até conjuntos de movimentos no mesmo sinal. O movimento que as mãos descrevem no espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas, curvas, sinuosas, espiral, ondulante, circulares em várias direções e posições. Podemos observar no próximo quadro vários sinais com diversos movimentos diferentes, como espiral, reto, circular entre outros. Neste quadro não estão todos os movimentos, somente alguns para que você possa compreender o que estamos falando quando dizemos movimento em Libras. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 PEDROSA,p.28 (2013) Desse modo, o Parâmetro de Movimento na Libras possui diferentes propriedades ou características relacionadas aos seus elementos, vamos observar as variações em direção, forma, velocidade/intensidade. -Direção: é a direcionalidade do movimento que pode ser unidirecional, bidirecional ou multidirecional. a) Unidirecional: movimento em uma direção no espaço. Ex.: Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 b) Bidirecional: movimento realizado por uma ou ambas as mãos, em duas direções diferentes. Ex.: Imagem fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) c) Multidirecional: movimentos que exploram várias direções no espaço, durante a realização de um sinal. Ex.: Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) - Forma: maneira que as mãos e dedos seguem em uma trajetória quando estão executando um sinal. O movimento segundo sua forma pode ser extenso ou curto, deslocando-se em linha reta ou curva. - Frequência ou repetição do movimento na realização do sinal, que pode ocorrer em alguns sinais. - Velocidade e intensidade: alguns movimentos são mais rápidos que outros. Isso pode diferenciar se você está se referindo a algo bonito ou muito bonito, por exemplo . Em seguida veremos exemplos de sinais que não possuem movimentos, diferentes dos sinais que acabamos de ver. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 Fonte: FELIPE e MONTEIRO (2006) d) Orientação De acordo com Quadros e Karnopp (2004), o parâmetro orientação refere-se à direção para a qual a palma da mão aponta quando o sinal é produzido. Existem seis tipos de orientação de mão: para cima e para baixo, para dentro (em direção ao corpo do sinalizador) e para fora, para os lados. Vejam abaixo as ilustrações que mostram as diferentes orientações das mãos. Veja: LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 Outro fator importante é que alguns sinais, ao inverter-se a direção, podem significar ideia de oposição, como nos exemplos abaixo: Fonte Imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006). Expressões não-manuais Expressões não-manuais são todas as expressões faciais e corporais realizadas concomitantemente ao sinal. São movimentos do corpo, da face, da cabeça e dos olhos realizados no momento da articulação do sinal. Observe os sinais a seguir: Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Note o primeiro sinal, quando fazemos um sinal de “triste” nossa expressão facial precisa seguir a ideia do sinal, ficar triste. Já no segundo sinal, a expressão facial fica mais neutra. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 Observe que a configuraçãode mão e o ponto de articulação são os mesmos nos dois sinais. O que muda são os movimentos e as expressões não manuais. As expressões faciais podem ser realizadas através de movimentos na face, na cabeça, tronco, olhos e sobrancelhas. Segundo Quadros: expressões faciais têm duas funções distintas: expressar emoções (assim como nas línguas faladas) e marcar estruturas gramaticais específicas (como orações relativas), servindo para distinguir funções linguísticas, uma característica única das línguas de modalidade visual-espacial (QUADROS, R.M. et al, p.7 2009). É possível observar a importância da expressão facial e corporal nas línguas de sinais, elas são fundamentais pois representam a entonação da voz, quando conversamos. Servem para mostrar sentimentos, parentesco, perguntas, entre outras. As expressões faciais podem ser diversas: triste, alegre, bravo, surpreso, duvidoso entre muitas outras. https://equoideias.com/2019/03/06/expressoes_faciais_para_recortar_e_usar_na_manta_pedagogica/ Chegamos ao fim deste capítulo, nele nós vimos que para falar com nossas mãos existe um campo, assim como quando falamos, utilizamos um tom de voz, uma altura, não gritamos ou falamos baixo demais. Da mesma maneira ocorre com a Libras, há um campo certo onde ela é produzida. Quando vemos as pessoas apresentando músicas, hino nacional ou outra coisa, eles fazem sinais “grandes” usam um espaço maior! Bom vamos pensar que isto é arte, e não o dia a dia! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 No dia a dia temos que nos ater ao espaço que é correto para isso, e não ficar “gritando” em sinais. Não se esqueça, basicamente, este é o espaço que utilizamos para fazer os sinais! Figura: QUADROS, KARNOPP (2004) Parece que não vamos aprender isso nunca, não é mesmo? Mas, quando for aprendendo os sinais você verá todos esses parâmetros incorporados nele! Não se assuste! Assista o vídeo a seguir, com certeza irá te ajudar. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 Agora é sua vez! Escolha, entre os sinais estudados, três sinais: a) Com a mesma Configuração de Mão. b) sinais que tenham o mesmo Ponto de Articulação. Capricha na escolha! Não vale pegar os exemplos ok! Até breve. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 AULA 4 NÚMEROS CARDINAIS E QUANTITATIVOS Cores O numeral na Libras assim como na língua portuguesa apresenta formas diferentes quando, dependendo do contexto, são utilizados como Cardinais, Ordinais e Quantitativos. Números Cardinais e Quantitativos Números Cardinais são utilizados para contar. Quantos tem? LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 Já os Quantitativos são usados para quantificar, por exemplo, qual a metragem de um tecido, o número de sua casa, o número do seu sapato, números em geral. Já os números Ordinais, eles se diferem dos demais, são feitos com movimentos. Há uma leve tremida em sua execução: Números Ordinais são usados para ordenar. Por exemplo, uma fila, os andares de um prédio, um podium: LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 Muito bem! Vamos treinar, é hora de praticar. Na sua casa, vai treinando com todos os números que você encontrar. Que dia você nasceu? Qual o número do seu celular? Que número de sapato você usa? Você mora em um prédio? Que andar? Se não mora, conhece alguém que mora em que andar? Qual o número do seu R.G.? Você tem filhos? Quantos? Vou deixar um link, na verdade dois links, para você poder ver um pouco mais sobre o assunto: Carlos Cristian Libras https://www.youtube.com/playlist?list=PL6ZnmuRbSGfnE75dvh6CzpE6xw39d_noJ Vamos agora aprender alguns sinais de CORES LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 Figuras fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 Siga o Hugo e aprenda um pouco mais: CORES em LIBRAS - Assista e aprenda os sinais das cores https://www.youtube.com/watch?v=7DH9hBtlr9Q Para esse capítulo vamos pensar em sinais que utilizem cores e números, por exemplo: - Casa branca número 3. - Sapato preto número 37. Procure nos sinais aprendidos até aqui e faça o seu melhor! Grave um pequeno vídeo! Boa sorte! https://www.youtube.com/watch?v=7DH9hBtlr9Q LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 AULA 5 GÊNERO NA LIBRAS Família Antes de começarmos os sinais de família, vamos prestar atenção em alguns pontos que são muito importantes para que você possa compreender melhor essa nova língua, a Libras é mais simples que a língua portuguesa, não conjuga verbo, não tem preposição, não tem masculino e feminino, não tem singular e plural! Isso tudo é marcado em sinais! Bom né!? Vamos aprender um pouquinho mais! Quando utilizamos o hífen para separar as letras, significa que esta palavra está sendo soletrada no alfabeto datilológico! EX- L-A-U-R-A. Em Libras não há preposições, não há tempo verbal, para falar de presente, passado e futuro, usamos o sinal correspondente ao presente e passado. Também não há verbo “ser” e “estar” como no português. Sinaliza-se direto. Se você quer dizer: Hoje está chovendo. Na Libras você dirá: CHUVA HOJE. Ou Maria é bonita. M-A-R-I-A BONIT@ Exemplo de frases https://www.youtube.com/watch?v=4A5vkYVOuOs&t=5s Gênero na Libras. Os sinais da Libras não apresentam gênero Masculino ou Feminino! Portanto, quando precisar indicar gênero, faça o sinal indicando HOMEM ou MULHER, após o referente! Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) https://www.youtube.com/watch?v=4A5vkYVOuOs&t=5s LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 Dito isso, sempre que você for falar, por exemplo, irmão ou irmã na Libras (IRMÃ@) no momento em que o sinal é feito, acrescenta-se o sinal de mulher ou de homem, para a indicação do sexo. Isso também ocorre para animais. Porém, não se aplica aos sinais de mãe e pai, por exemplo, que são sinais próprios. Veja os exemplos apresentados a seguir: ou Imagem :Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Portanto, os sinais que não são próprios, necessitam que se designe se estamos falando de HOMEM ou MULHER! Como exemplo: IRMÃO ou IRMà LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 FAMÍLIA ou Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 Contexto Familiar ou Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 A seguir, você encontrará uma história, que está descrita no livro “Libras em contexto” página 261: - HOMEM e MULHER se conheceram e namoraram; - Ficaram NOIVOS e se CASARAM. E viajaram para LUA DE MEL; - A mulher fica GRÁVIDA; - NASCE um FILHO- “JOÃO”; - A mulher é “MÃE” e o homem é “PAI”; - Nasce outra filha- “MARIA”; - JOÃO e MARIA são “IRMÃOS”; - Os pais adotam uma criança “FILHO ADOTIVO”; - Os filhos crescem, namoram e casam; - A esposa do JOÃO e o marido da MARIA são “NORA” e “GENRO” dos pais deles; - Nascem os filhos de JÕAO e MARIA; - A filha do JOÃO é “SOBRINHA” da MARIA e ela é “TIA” da filha do JOÃO e vice-versa; - Os filhos de JOÃO e MARIA são “PRIMOS”; - Os filhos de JOÃO e MARIA são “NETOS” dos pais deles. - Os pais de JOÃO e MARIA são “vov@” dos “NETOS”; - “FILHO ADOTIVO” nunca casou, é “SOLTEIRO”. http://tvines.org.br/?p=7015 Siga o Link e você verá o Heveraldo contando parte desta história! Aproveite! Na Libras não há desinências para indicar gêneros (masculino e feminino ) e número (plural ou singular). Quando a Libras estiverescrita em Língua Portuguesa e você encontrar o símbolo @ no lugar do “o”, “a” ou “s” é porque não há palavra da Língua Portuguesa, ou seja, escrita, que possa indicar estas marcas na Libras. Para que não haja confusão, quando se escreve em Português representando a Libras, usa-se o símbolo “@” para representar essa ideia de não haver desinência. Exemplo: MENIN@ - que pode significar: menino, menina, meninos ou meninas. CADERN@- caderno ou cadernos. GAT@- gato, gata, gatos ou gatas. AMIG@- amigo, amiga, amigos ou amigas. EL@- ele, ela, eles ou elas. ME@- meu, minha, meus ou minhas. Etc. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 Agora é com você! Grave um vídeo com a história da sua família, nos conte quem são seus irm@, pais! Se você é casad@, se tem filh@! Se é av@! Enfim, nos fale da sua família! Vamos lá, nós queremos te conhecer! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 AULA 6 SINAIS ICÔNICOS E SINAIS ARBITRÁRIOS Estações do Ano, Dia da Semana e Meses Por muito tempo, antes da Libras ser reconhecida como língua, as pessoas acreditavam que a língua de sinais era apenas mímica, por acharem que representavam somente o desenho do que estava sendo dito, como se desenhassem no ar a figura do referente, objeto ou ação que estavam querendo falar. Achavam ser impossível, portanto, a representação de conceitos abstratos. Com o tempo, e muito estudo, foi provado que isso não é verdade, pois em língua de sinais tais conceitos também podem e são representados, em toda sua complexidade. Outro equívoco que até hoje vemos, é que ainda temos muitas pessoas que acham que os sinais são as representações fiéis dos objetos a que se referem. No entanto, isso pode sim ocorrer, o sinal pode ser a representação ou semelhança do objeto ou referente, porém não é regra. Vamos entender, na Libras há duas categorias de sinais, os icônicos e os arbitrários. Sinais Icônicos A melhor definição de iconicidade seria uma foto, ela representa o objeto ou referente, portanto, um sinal é icônico quando ele se parece com a imagem do referente ou significado de algo. Para melhor entender vamos aos exemplos, Sinais Icônicos: TELEFONE ,CASA, ÁRVORE . Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 Se observarmos, estes sinais se parecem com a imagem do referente ou significado, por isso, são considerados sinais icônicos. Sinais Arbitrários Os sinais arbitrários, por sua vez, não se parecem em nada ao referente ou significado. Eles não reproduzem a ação ou objeto a que se referem. Essa classe forma a maioria dos sinais. Por não se parecerem aos referentes, esses sinais são bem diferentes, vamos aos exemplos: Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) É possível observar que estes sinais em nada se parecem com seus referentes, portanto, são chamados de sinais arbitrários. Para finalizar, vamos destacar um trabalho realizado por Anderson e Godoi: Pode-se dizer que os sinais icônicos se configuram como uma categoria baseada na plasticidade, consistindo na capacidade de um signo poder representar de maneira pictórica ou figurativa o objeto tomado como referência. Por outro lado, existem os sinais arbitrários, cuja particularidade está no fato de não manter nenhuma relação com seu referente ou nenhuma semelhança com o dado da realidade que esses sinais representam (ANDERSON, 2010 apud GODOI, 2016). Aqui fica bem definido o significado de Arbitrariedade e Iconicidade, deixando clara as diferenças entre os dois. A seguir, vamos aprender os sinais específicos para: Estações do Ano, Dia da Semana e Meses. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 Chegamos ao fim de mais um capítulo, espero que tenham gostado do conteúdo! Vamos continuar explorando a Libras e aprendendo cada vez mais! Nosso exercício para este capítulo será relacionado ao seu nascimento!! Nos conte em vídeo, que dia do mês, da semana e ano que você nasceu. Se era verão ou inverno, ou seja, qual era a estação do ano!! Para finalizar, nos diga a sua idade! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 AULA 7 TIPOS DE VERBOS Alimentos, Frutas e Bebidas. Vamos estudar algumas classes gramaticais, iniciando pelos Verbos. Como já vimos, Libras é uma língua viva, que está em constante mudança. Sempre com novas palavras sendo introduzidas, com a validação da Comunidade Surda, isso acontece quando surgem novos lugares, novas pessoas, situações novas que pedem um vocabulário diferente do que está ai! Conhecer um pouco as classes gramaticais, nos mostra a importância da Libras como língua, como formam os sinais, sempre validando Língua Brasileira de Sinais como língua e não apenas sinais. Para estudarmos os tipos de verbos na Libras, focamos em exemplos que irão orientar o aprendizado levando a um entendimento satisfatório nesta classe gramatical tão importante. Primeiro, vamos perceber que na Libras os verbos não são conjugados como na Língua Portuguesa. Isso quer dizer que o tempo verbal tem uma marcação diferente. Vamos entender melhor! Na Língua Portuguesa quando queremos dizer que algo já aconteceu, nós usamos o verbo no passado, assim dizemos: “Fui à casa da minha mãe”. Na Libras, o verbo não é conjugado, portanto, para indicar que fui à casa da minha mãe ontem e não hoje utilizamos marcação de tempo. Esta marcação de tempo é feita pelos Advérbios de Tempo, sinais que veiculam conceito temporal, são marcas que representam: passado (movimento para trás), futuro (movimento para frente) ou presente (movimento no plano do corpo): http://libraspocosdecaldas.blogspot.com/2016/12/adverbio-de-tempo.html http://libraspocosdecaldas.blogspot.com/2016/12/adverbio-de-tempo.html LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 As frases são compostas das seguintes formas: OSV – Objeto- Sujeito-Verbo. ou SOV - Sujeito Objeto Verbo O verbo na Libras fica sempre no fim das frases, para o surdo ele estaria no infinitivo, seria como se fosse assim a frase: Português: Fui à casa da minha mãe. Libras (Usar sinal de passado) CASA MÃE IR. Portanto, sempre que for necessário nas formas verbais, definir a marca de tempo, a referência temporal será dada por itens lexicais como os advérbios de tempo: ONTEM, AMANHÃ, HOJE, SEMANA-PASSADA, SEMANA-QUE-VEM, entre outros, como veremos nos próximos capítulos. https://www.youtube.com/watch?v=0ZPYDN-EsJA&list=RDCMUCW2IBb1PwAoop Qxt1IPjq0A&index=3 10 coisas que todo iniciante deve saber sobre Libras - Parte 1 - FELIPE SABARÁ Neste vídeo há várias dicas de um intérprete que eu gosto muito e que é respeitado na Comunidade Surda!! Aqui, entre outras dicas, Fernandes nos explica com muita clareza o não uso dos conectivos na Libras: [...] essas omissões que ocorrem na Libras em relação aos artigos, preposições e flexões verbais ou nominais (gênero, número) nos levam a pensar que a gramática da Libras seria mais “simplificada” em relação ao português, mas não se trata disso. Enquanto que no português há elementos conectivos indicados com palavras, na Libras esses mecanismos são discursivos e espaciais, estando incorporados ao movimento ou em referentesespaciais. (FERNANDES, 201, p. 62). https://www.youtube.com/watch?v=0ZPYDN-EsJA&list=RDCMUCW2IBb1PwAoopQxt1IPjq0A&index=3 https://www.youtube.com/watch?v=0ZPYDN-EsJA&list=RDCMUCW2IBb1PwAoopQxt1IPjq0A&index=3 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 Assim, Libras, por usar um canal visual-gestual, possibilita fatos que não acontecem nas línguas orais, sendo línguas que ocorrem em realidades diferentes. Fique atento! Tipos de Verbos na Língua Brasileira de Sinais Quadros e Karnopp (2004), destacam que os verbos na língua de sinais brasileira estão divididos nas seguintes classes: • Verbos que não possuem marca de concordância: são verbos que não se flexionam em pessoa e número, e não incorporam afixos locativos. Em geral, são ancorados ou feitos tocando o corpo. Esses tipos de verbos, também são chamados de verbos simples. Exemplo: AMAR, APRENDER, SABER, GOSTAR, CONHECER Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Exemplo: Língua portuguesa: Eu sei Libras. Libras: LIBRAS SABER. Disponível em : https://portal.estacio.br/media/1967/cartilha_lingua_brasileira_de_sinais.pdf Acesso 06/2021 https://portal.estacio.br/media/1967/cartilha_lingua_brasileira_de_sinais.pdf LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 É importante aprender Libras. LIBRAS IMPORTANTE APRENDER. Imagem fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Os Surdos se comunicam através da Libras. LIBRAS SURDOS COMUNICAR. Imagem fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) • Verbos com marca de concordância: São verbos subdivididos em Verbos Direcionais e Verbos Não Direcionais. Verbos Direcionais: Estes verbos partem do sujeito que está falando em direção ao objeto que se fala. Possuem marca de concordância, a direção do movimento marca no ponto inicial o sujeito e no final o objeto. Assim, não necessita sinalizar o sujeito e o predicado, eles já compõem o sinal. Com isso, a direção do movimento destes verbos sempre irá variar com a posição das pessoas que estão envolvidas. Você irá direcionar o sinal para onde está o objeto/ predicado. Para melhor entender, vamos aos exemplos: Eu pergunto para você. / Você me pergunta. https://www.facebook.com/Libras-eu-falo-com-as-m%C3%A3os-1076061092431528/ https://www.facebook.com/Libras-eu-falo-com-as-m%C3%A3os-1076061092431528/ LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 É possível observar que os verbos direcionais, ligam-se à pessoa do discurso, verbos com concordância se flexionam em pessoas, números e aspectos ou incorporam o objeto referido. Outro exemplo: Imagem fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Aqui você encontra um vídeo, com vários verbos direcionais! Principais Verbos Direcionais na Libras - FELIPE SABARÁ https://www.youtube.com/watch?v=SwaL1FSW8h0 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 ALIMENTOS, FRUTAS E BEBIDAS Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 Figuras Fonte: CAPOVILA e RAPHAEL (2001) Fonte imagem: PEDROSA et al (2013) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 Receita em Libras: Sopa de espinafre https://www.youtube.com/watch?v=3FjW6o_oXhw “A professora de Libras, Vanessa Lesser, mostra seus dotes culinários com receitas deliciosas e fáceis para acalmar e temperar a nossa quarentena nesta série chamada “Receita em Libras”. Acompanhe, agora, a receita de sopa de espinafre! Uma delícia!” Para esse capítulo, vamos pensar em receita!! Escolha os ingredientes e vamos lá! Capriche no vídeo, pelo menos um minuto e meio de gravação! https://www.youtube.com/watch?v=3FjW6o_oXhw LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 AULA 8 CLASSIFICADORES (CL) Quando falamos em classificar, vamos pensar na Língua Portuguesa, que classifica substantivos e adjetivos em masculino e feminino ao colocar artigos, por exemplo. Já vimos que em Libras não há essa classificação por artigos, porém, classificações podem se manifestar de várias formas: • uma desinência, como em português, que classifica os substantivos e os adjetivos em masculino e feminino através do sinal de menina – menino/ homem – mulher; • uma partícula que se coloca entre as palavras; • uma desinência que se coloca no verbo para estabelecer concordância. • quando atribuímos uma qualidade a um objeto, por exemplo, o tipo de blusa que ele está usando. Neste caso, estamos descrevendo o substantivo ou adjetivo, atribuindo-lhe uma qualidade. Por serem as línguas de sinais espaço-visuais, elas podem representar iconicamente qualidades de objetos. Por exemplo, para dizer nestas línguas que “uma pessoa está vestindo uma blusa de bolinhas, quadriculada ou listrada”, estas expressões adjetivas serão desenhadas no peito do emissor, mas esta descrição não é um classificador. Isso são adjetivos : Fonte Imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 O que seria então um Classificador na Libras? Na Libras, para os estudiosos deste assunto, um classificador é uma configuração que existe em número restrito e estabelece um tipo de concordância. Portanto, classificadores são configurações de mãos, incorporadas ao movimento de certos tipos de verbos que, relacionadas à coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordância. Facilitando, seriam descrições visuais capturadas de uma imagem que pode ser de seres animados como pessoas e animais e de seres inanimados como uma janela, por exemplo. Nestas descrições são observados aspectos tais como: tipo de andar/ movimento, som, tamanho, paladar, tato, cheiro, olhar, textura, intensidade de cor, sentimentos, enfim, tudo que possa ser diferenciado. Assim, na Libras, os classificadores são formas que classificam o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. Pensando na formação do sinal, Capovilla e Raphael (2001), esclarecem que CL (Classificador) é o “conceito utilizado nas línguas de sinais que diz respeito aos diferentes modos como um determinado sinal é produzido dependendo das propriedades físicas específicas do referente que é representado”. Os classificadores para Pessoa e Animal, conforme nos diz Felipe, “podem ficar no singular e plural, que é marcado ao se representar duas pessoas ou animais simultaneamente com as duas mãos ou fazendo um movimento repetido em relação ao número” (FELIPE e MONTEIRO, 2006, p. 168). Figura Fonte: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 Já quando os classificadores são para Coisa, estes incorporam, através da concordância, características desta coisa que está sendo o objeto da ação verbal. Por exemplo, quando falamos “ABRIR A PORTA” o sinal vai depender do tipo de porta que você está abrindo. No sinal abaixo, vemos o sinal da abertura de uma porta comum, como está no desenho, caso fosse uma porta de correr o sinal certamente seria diferente, pois seguiria a maneira de abrir da porta de correr. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Se observarmos o quadro a seguir, é possível perceber a diferença dos Classificadores (CL). Se estamos falando, por exemplo, que uma folha caiu da árvore, usaríamos o sinal de CAIR (coisa plana) caindo do sinal de árvore, se queremos dizer que uma pessoa caiu, utilizamos o sinal CAIR (pessoas), podendo classificar a forma que ela caiu. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Assim, o verbo Classificador depende da coisa, pessoa ou animal a que estamos nos referindo. Isso é fundamental para a definição da ação pretendida. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 O classificador não pode jamais ser confundido com Adjetivos, que características descritivasdo objeto, ou seja, ao atribuir uma qualidade a um objeto, podemos utilizar um tipo de classificação, mas não necessariamente um classificador na concepção linguística do termo. Os classificadores são configurações de mãos que, relacionadas à coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordância verbal (FELIPE, 2001 apud GESUELI, 2009). Assista ao vídeo e veja a piada contada por Carlos Cristian, observe a quantidade de Classificadores ele utiliza! (Piada Surdo) O BOI - Classificadores https://www.youtube.com/watch?v=tMiAQiAt_zk Faça filminhos com ações utilizando os classificadores para mostrar as ações das cenas, capriche na filmagem: Verbo ABRIR https://www.istockphoto.com/br/vetor/ilustra%C3%A7%C3%A3o-de-uma-pessoa-abrindo-a-janela-e-ventilando-gm1217132094-355158802 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 Verbo CORRER https://www.petz.com.br/blog/bem-estar/por-que-cachorros-correm-atras-de-carros/ Verbo CAIR https://www.twinkl.ae/illustration/copo-de-agua-caindo-preto-e-branco . https://www.petz.com.br/blog/bem-estar/por-que-cachorros-correm-atras-de-carros/ LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 CAPÍTULO 09 VERBOS E SÍMBOLOS Neste capítulo veremos alguns sinais de verbos, além de conhecermos os principais símbolos relacionados à surdez! Vamos lá! Verbos: Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 Fonte Imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) https://cursos.escolaeducacao.com.br/artigo/vocabul-rio-da-libras-v https://cursos.escolaeducacao.com.br/artigo/vocabul-rio-da-libras-v LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 Algumas vezes nos deparamos com símbolos e nem sempre sabemos direito o que eles querem dizer. Vamos dar uma olhadinha para entender um pouco sobre os símbolos relacionados aos surdos: Primeiro vamos ver o Símbolo Universal de Acessibilidade da Organização das Nações Unidas – ONU Este símbolo foi desenhado pela ONU, com apoio de organizações da sociedade civil e organizações de pessoas com deficiência de diferentes países, para finalmente chegarem a um consenso sobre o significado de acessibilidade. Recebeu o nome de “The Accessibility”, ou “A Acessibilidade”. Seu desenho representa todas as abas da acessibilidade: acesso físico, serviços e tecnologias de comunicação. Simboliza a esperança, a igualdade de acesso para todos. Portanto, esse símbolo é universal e está relacionado a todas as deficiências. Vamos analisar agora o Símbolo Internacional da Surdez O uso do Símbolo é previsto pela Lei nº 8.160 , de 8 de janeiro de 1991, que determina sua colocação em todos os locais de acesso aos surdos e em todos os serviços disponibilizados a eles. Pode também ser colocado no vidro dos carros, permitindo que o motorista de ambulância, policiais, resgate e outros identifiquem que o condutor é surdo, podendo assim respeitá-lo, evitando a buzina, e quando necessário, fazer https://centroauditivoviver.com.br/blog/simbolos-de-acessibilidade-entenda-a-funcao-de-cada-um/ https://desculpenaoouvi.com.br/significado-dos-simbolos-de-acessibilidade-para-deficientes-auditivos/ LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 sinalização visual com lanterna de faróis altos. Neste caso, o uso não é obrigatório, o surdo pode usar ou não o adesivo em seu carro. Outra informação importante é que este adesivo não dá o direito ao estacionamento para Deficientes Físicos! O Símbolo de Língua de Sinais Este símbolo indica que o evento, palestra, filme ou visita guiada conta com apoio de intérprete de Língua de Sinais. No Brasil temos um símbolo específico para indicar a acessibilidade a Libras, o Símbolo Acessível em Libras . Criado pela Centro de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O símbolo Acessível em Libras foi idealizado em 2012, com objetivo de suprir a carência de um ícone que identificasse de forma visual os conteúdos e serviços disponíveis na Língua Brasileira de Sinais -Libras. Assim, é comum o encontrarmos em alguns sites, indicando que estes oferecem tradução de português para Libras. Este símbolo também é encontrado em camisetas e botons representando os tradutores e intérpretes de Libras, ou seja, pessoas fluentes em Libras que promovem a acessibilidade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8160.htm https://desculpenaoouvi.com.br/significado-dos-simbolos-de-acessibilidade-para-deficientes-auditivos/ https://www.ufmg.br/marca/libras/#assinaturas https://desculpenaoouvi.com.br/tag/libras/ LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70 Estes não são os únicos símbolos relacionados à surdez, porém, são os mais utilizados. Se você quiser saber mais, dê uma olhada nos sites de referência no rodapé, lá encontrará mais símbolos e seus significados! Para saber um pouco mais sobre verbos, acesse os links e pratique com o Hugo!! VERBOS em LIBRAS - Parte 1 - Assista e aprenda os principais verbos em LIBRAS https://www.youtube.com/watch?v=GZGYRPusgpM VERBOS em LIBRAS - Parte 2 - Assista e aprenda os principais verbos em LIBRAS https://www.youtube.com/watch?v=2QXQti3UiMU https://www.youtube.com/watch?v=GZGYRPusgpM https://www.youtube.com/watch?v=2QXQti3UiMU LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71 Escolha no mínimo três verbos e crie frases com eles, pode ser diálogo se preferir! Vamos lá! Capricha no vídeo! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72 AULA 10 ADVÉRBIOS DE TEMPO, ADVÉRBIOS DE LUGAR E PRONOMES DEMONSTRATIVOS Pronomes Interrogativos Pronomes Indefinidos Como já vimos em capítulos anteriores, a libras não tem conjugação verbal, é como se os verbos ficassem sempre no infinitivo. Para marcar o tempo, utilizamos os advérbios de tempo, que devem vir sempre no início das frases. Assim, quando o verbo se refere a um tempo passado ou futuro, o que vai marcar o tempo da ação. Geralmente, quando estamos falando no presente, não há marcação de tempo. Somente usamos se queremos dizer que a ação irá ocorrer ainda hoje, ou seja, se desejamos marcar o tempo presente! Vamos ver os sinais mais usados para esta classe: Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73 Portanto, quando quero expressar que algo que vai acontecer ou aconteceu hoje, uso o sinal de “AGORA” ou de “HOJE”. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Se quero dizer que vou fazer algo ou que vai acontecer amanhã ou depois de amanhã, posso usar o sinal de “AMANHÔ ou então de “FUTURO”. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Quando quero falar de futuro, utilizo os sinais de “ONTEM”, “ANTEONTEM”, “PASSADO”, “JÁ”. Desta forma, vamos colocando os sinais nos tempos que desejamos, sem termos a conjugação, como na Língua Portuguesa, mas com o apoio dos Advérbios de tempo! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74 Ex. Fui à casa da minha mãe ontem. ONTEM IR CASA MÃE! Muitas vezes, a frequência de uma ação é utilizada para expressar os advérbios de tempo na Libras, para isso, utilizamos expressões específicas, como veremos os sinais a seguir: Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75 Acesse o link e veja as dicasdo intérprete Felipe Sabará!! Advérbios de Tempo Em Libras Na Prática https://www.youtube.com/watch?v=Bbg3-lT7uoE&t=99s. Pronomes Demonstrativos e Advérbios de Lugar Tanto na Libras como na Língua Portuguesa os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar estão relacionados às pessoas do discurso, ou seja, se definem pelo seu posicionamento frente à ação comunicativa: primeira, representando aquela que fala (eu/nós); segunda, representando aquela com quem se fala (tu/vós/você/o senhor); e a terceira, demarcada por aquela de quem se fala (ele/eles/ela/elas). Representam na perspectiva do emissor, o que está bem próximo, perto ou distante. Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar têm o mesmo sinal, somente o contexto os diferencia pelo sentido da frase acompanhada de expressão facial. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) https://www.youtube.com/watch?v=Bbg3-lT7uoE&t=99s LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76 Vamos aos exemplos: 1- BOLA ONDE? R- LÁ BOLA VERMELHA PERTO MESA. 2- CANETA ONDE? R- AQUELA CANETA AZUL? 3- BANHEIRO ONDE? R- ESQUERDA ENTRAR SÓ. 4- SALA AULA ONDE? R- EM-CIMA SEGUNDO-ANDAR. É possível identificar os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar, dependendo do contexto da conversa, mesmo os sinais sendo iguais, conforme vimos nos diálogos acima! Pronomes interrogativos Por quê, O quê, Quem, Como e Onde Os Pronomes Interrogativos na Libras necessitam da Expressão Facial para ser definido, sempre que fazemos uma pergunta, é preciso franzir a sobrancelha ou levantá- la, sem isso, a pergunta não se caracteriza. Os sinais QUEM, QUE e ONDE podem vir no início ou final das frases. Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) Já os sinais QUAL, COMO e PARA QUE, são mais utilizados, mas no final das frases. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77 Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Já o pronome interrogativo POR QUE/ PORQUE é usado sempre no final da frase. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) É preciso destacar que na Libras, não há diferença entre “POR QUÊ” interrogativo (por que) e o “PORQUÊ” explicativo (porque), a diferença será demonstrada pelo contexto, pelas expressões facial e corporal, quando ele está sendo usado em frase interrogativa ou então em frase explicativa à pergunta. Portanto, o sinal será sempre o mesmo. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78 Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) Quando usamos o sinal de QUANDO, este está relacionado a um advérbio de tempo na resposta ou a um dia específico. Desta maneira, há dois sinais diferentes para “QUANDO”: um que especifica passado QUANDO-PASSADO e outro que especifica futuro: QUANDO-FUTURO. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Ou poderá utilizar o sinal de “ QUANDO DIA” para ser mais específico. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Para falarmos de horas: Que-horas e quantas-horas, utilizamos os numerais cardinais (quantidade). Não utilizamos 24h e sim 12 horas dia e 12 noite. O que define se estamos falando de dia ou noite, é o contexto da conversa. É pelo contexto que saberemos se estamos nos referindo a manhã, tarde, noite ou madrugada. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79 Quando nos referindo ao tempo cronológico, vamos utilizar a expressão “QUE HORAS”, por exemplo: VOCÊ QUE HORAS CHEGAR? FESTA QUE HORAS SERÁ? PROVA QUE HORAS? Utilizamos então o sinal seguinte, seguido do sinal do número relativo ao tempo. A prova será às 10 da manhã! PROVA 10 HORAS CEDO! Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Já quando queremos dizer que a prova durou 2 horas, estamos nos referindo ao tempo gasto, então a expressão será para “QUANTA@ HORA”. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80 PRONOMES INTERROGATIVOS LIBRAS - Aula completa!!! Carlos Cristian Libras https://www.youtube.com/watch?v=UxN7tJCN6EU Carlos Cristian, que é usuário da Libras, depois de dizer que “QUANDO” não pertence a Libras, nos explica certinho o que disse e como os surdos utilizam os advérbios de tempo nestes casos. Porém, também diz que é importante conhecer o sinal, já que muitas pessoas utilizam!! Assistam ao vídeo e vejam como ele nos explica. QUANDO - SINAL EM LIBRAS + JEITO DE SURDO https://www.youtube.com/watch?v=FZ_4CIU3NHA PRONOMES INDEFINIDOS Pronomes indefinidos são aqueles que se referem a substantivos de modo indefinido, vago, impreciso. Na Libras, os sinais que os representam são: https://www.youtube.com/channel/UCBS6i8Z1rr7b2sq8Pybfhxw https://www.youtube.com/watch?v=UxN7tJCN6EU https://www.youtube.com/watch?v=FZ_4CIU3NHA LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81 Este sinal também é utilizado em resposta a “OBRIGADO” Vamos nos aprofundar na gramática da Libras!!! Assista este vídeo do INES e aprenda um pouco mais. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82 A VIDA EM LIBRAS – GRAMÁTICA I (TV INES) https://www.youtube.com/watch?v=GLsORSmyqiY Responda as questões: 1- Que horas você acordou hoje? 2- Você estuda frequentemente ou nunca? 3- Quanto tempo você demora para chegar da sua casa até seu trabalho/escola? 4- Onde você foi domingo passado? 5- Você irá viajar no ano que vem? Quando? 6- Com quem você estava no Natal do ano passado? Tente gravar as questões e as respostas!! Não esqueça de como as sentenças são em Libras (SOV ou OSV). Capriche nos sinais! http://www.youtube.com/watch?v=GLsORSmyqiY LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83 AULA 11 COMPARATIVO DE IGUALDADE, SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE Adjetivos Para compararmos algo na Libras, utilizamos os sinais de IGUALDADE, SUPERIORIDADE e INFERIORIDADE: Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Assista ao vídeo e entenda como devemos utilizar os sinais: GRAU COMPARATIVO https://www.youtube.com/watch?v=DQGfxV9B7j8 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84 Adjetivos Na Língua Portuguesa, os adjetivos formam uma classe de palavras que atribuem qualidade a uma outra classe como substantivo, por exemplo, acrescentando defeito, estado, condição, aspecto etc. Na Libras os adjetivos, como várias outras classes gramaticais, não têm marca para gênero, masculino ou feminino, nem para número, singular ou plural, portanto, é sempre neutro. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94 Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) Muitos adjetivos, por serem descritivos, apresentam de forma icônica uma qualidade do objeto, que pode ser desenhada no ar ou mostrada a partir do objeto ou do corpo do emissor. Isto é, quando falamos sobre o formato de um objeto, se ele é de bolinhas ou de listas ou de outra coisa em libras, utilizamos o espaço para traçar o que estamos falando ou então o próprio corpo, conforme podemosobservar nos exemplos a seguir: Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95 Usamos os adjetivos, de um modo geral, após o substantivo, dando assim qualidade a ele. MENIN@ CAMISA PRETA CAIR. MEU VESTIDO AZUL LISTRAS ADORO. Não se esqueça que muitos adjetivos são icônicos, vamos relembrar, eles se parecem com o significante, como, por exemplo, o sinal de “bolinhas” de “listas”, etc. Vamos montar um diálogo!!! Mostre aqui tudo que você aprendeu! Grave um vídeo de 2 até 3 minutos!! Estamos esperando ansiosos. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96 AULA 12 TIPOS DE FRASES - ESTAÇÕES DO ANO Sinais de Fenômenos da Natureza e Afins Assim como toda língua, em especial as línguas de sinais, as expressões faciais e corporais desempenham papéis fundamentais, como já discorremos anteriormente. Em Libras, quando falamos em formação de frases as expressões faciais e corporais são como as entonações na língua portuguesa, por isso, são essenciais para perceber se uma frase, em Libras, está na forma afirmativa, exclamativa, interrogativa, negativa ou imperativa. É, portanto, fundamental estarmos atentos às expressões facial e corporal que são feitas no desenvolvimento de um sinal, numa frase, num diálogo, enfim, na comunicação em Libras. As expressões faciais, segundo Brito, 1995, são divididas em: Expressões afetivas, que expressam sentimentos e Expressões gramaticais, que estão relacionadas à estrutura do sinal, são, portanto, específicas, diferentes das expressões afetivas. Frases Afirmativas Quando utilizamos uma frase afirmativa, pode haver movimento da cabeça, para cima e para baixo, indicando afirmação, no entanto nossa expressão costuma ser neutra, não há expressão significativa. Ex.: MEU CARRO AQUELE. EL@ VIAJAR. ESCOLA MENIN@ IR. Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97 Não há, portanto, nestas frases demonstração de sentimento, seja estrutural ou sentimental. Diferente do que acontece nas frases negativas, conforme veremos a seguir: Frases Negativas As frases negativas são determinadas por movimentos de cabeça, negando, expressões faciais negativas bem como o acréscimo do sinal “não”, feito com a mão: Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Também é possível, no caso de alguns verbos, utilizar um movimento contrário, indicando a negação: Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) Com aceno de cabeça negando: Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98 EU VIAJAR PODER NÃO Observe na gravura abaixo a expressão facial utilizada em uma frase negativa: Fonte imagem: FELIPE (2013). É possível entender o quanto a expressão é importante para a compreensão de uma frase, logo no início já é perceptível a negação. Também é o caso das frases interrogativas que veremos mais a seguir, mas já é possível observar no exemplo acima a expressão usada (EU?) de forma interrogativa! Frases Interrogativas Nas frases interrogativas, utilizamos as expressões faciais e expressões gramaticais, feitas a partir de um franzir da testa, sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça, inclinando-se para cima. • NOME QUAL? (expressão facial interrogativa feita simultaneamente ao sinal QUAL) • VOCÊ CASAD@? Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99 Forma Exclamativa Na forma exclamativa, também é importante o uso das expressões faciais e corporais, utilizamos as sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando para cima e para baixo. Pode ainda vir também com um intensificador representado pela boca fechada com um movimento para baixo. • CARRO BONITO! Fonte imagem: FELIPE e MONTEIRO (2006) Na Libras, o uso das expressões faciais e corporais são fundamentais como pudemos observar em todas as frases. Mesmo na frase afirmativa, ainda assim, apesar de neutra, há uma leve expressão que ajuda a confirmar a frase. A seguir, há um vídeo com o Hugo (Objeto de Aprendizagem) que nos mostra alguns sinais de frases, utilizadas no dia a dia! Dê uma olhada e treine para nossa atividade! #HugoEnsina21 - Sinais de FRASES DO COTIDIANO em Libras https://www.youtube.com/watch?v=mGfq4jBT3TI https://www.youtube.com/hashtag/hugoensina21 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100 Estações do Ano Fonte Imagem: CAPOVILLA e RAPHAEL (2001) Sinais de Fenômenos da Natureza e Afins LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101 Fonte imagem: PEDROSA et al (2013) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102 Para essa atividade você deve criar cinco frases que contemplem o conteúdo visto neste capítulo, ou seja, tipos de frases diferentes. Use também o vocabulário específico que vimos aqui. Capriche nas expressões faciais!! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103 AULA 13 ESTADOS BRASILEIROS Cultura e Comunidade surda LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104 Fonte imagem: PEDROSA et al (2013) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105 Cultura e Comunidade surda Conforme afirma Skiliar (1998) é preciso compreender a cultura surda como uma cultura múltipla, multicultural, e entender que ocupa lugar nos diversos espaços e comunidades. Destaca ainda que essa cultura tem seus aspectos característicos e se utiliza de metodologias diferenciadas, muitas vezes, desconhecidas do mundo ouvinte. No entanto, é fundamental perceber que essas singularidades não podemos criar barreiras, mesmo diferentes, as culturas devem ser complementares, e não divergentes. Há espaço para a cultura surda e ouvinte conviverem harmonicamente, convergindo para a formação de pessoas de um mesmo país, com os mesmos ideais. Encontramos uma definição sobre cultura e comunidade surda que nos auxilia muito, mostrando com clareza o que cada uma significa: A linguista surda Carol Padden estabeleceu uma diferença entre cultura e comunidade. Para ela, uma cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas que possuem sua própria língua, valores, regras de comportamento e tradições. Ao passo que uma comunidade é um sistema social geral, no qual pessoas vivem juntas, compartilham metas comuns e partilham certas responsabilidades umas com as outras. Para esta pesquisadora, uma Comunidade Surda é um grupo de pessoas que mora em uma localização particular, compartilha as metas comuns de seus membros e, de vários modos, trabalha para alcançar estas metas. Portanto, em uma Comunidade Surda pode ter também ouvintes e surdos que não são culturalmente surdos. Já a Cultura da pessoa Surda é mais fechada do que a Comunidade Surda. Membros de uma Cultura Surda comportam como as pessoas Surdas, usam a língua das pessoas Surdas e compartilham das crenças das pessoas Surdas entre si e com outras pessoas que não são surdas (FELIPE e MONTEIRO:2006 P,45). Nesta definição, conseguimos perceber a complexidade de uma Cultura e de uma Comunidade. Muitos surdos nascem em lares de ouvintes, portanto, pouco se apropriam da Cultura Surda, apesar de serem surdos, pouco sabem sobre essa Cultura. Já uma Comunidade, esta pode incluir várias pessoas com diversos tipos de Culturas, desde que tenham metas em comum. Portanto, ficou bem clara a diferença entre Cultura e Comunidade Surda! Para entendermos sobre a cultura é preciso atentarmos ao fato de que o surdo tem uma forma própria de ver e apreender o mundo. Nós ouvintes, possuímos os ouvidos e LIBRAS PROF.aJAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106 olhos para compreendermos tudo ao nosso redor, já o surdo, ele tem os olhos para perceber tudo o que ocorre ao seu redor. Assim, certamente, sua maneira de “ver” o mundo será diferente da forma de um ouvinte, com isso, a cultura surda irá se fortalecer entre seus membros. Para conhecer um pouco mais sobre a vida de uma pessoa surda, sugiro a leitura do livro “O Grito da Gaivota”, neste livro podemos conhecer um pouco a vida de uma surda. O título do livro faz referência ao fato dela gritar, como um pássaro, até se apropriar da língua de sinais. É muito interessante, vale a pena!! SINOPSE “Emmanuelle Laborit é surda profunda. Neta do cientista Henri Laborit, atriz agraciada com o Prémio Molière, é a protagonista deste testemunho, marcado pela memória de um crescimento que se viveu diferente. Testemunho de uma vida, vista pelos olhos de uma menina, contado pelo sentir de uma mulher. Relato pessoal e subjetivo de alguém que cresceu no mundo do silêncio, que nunca aprendeu a viver à distância da comunicação, e que acaba por se libertar de um mundo que não precisava ser assim. O Grito da Gaivota confronta-nos com uma realidade de que, em geral, pouco conhecemos, e convida-nos a partilhar as experiências, tantas vezes dolorosas, do dia a dia dos que vivem envoltos no silêncio e na incompreensão”. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107 Acesse o link e leia, esta será a atividade do capítulo! https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxt YXRlcmlhbGRhYW5kcmVpYXxneDo2MjhiZGU3ZGJhNDU1MTRh Pesquise sobre a comunidade surda da sua cidade! Veja o que você consegue descobrir e nos conte um pouco, onde eles se reúnem, qual a igreja que frequentam, se há intérprete, existem ouvintes que estão sempre com a comunidade? São casados ou namoram, surdos ou ouvintes? Enfim, nos conte uma história sobre o que você descobriu! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108 AULA 14 ESTRUTURA DA SENTENÇA EM LIBRAS Vocabulário financeiro e Documentos Pessoais Quando falamos em sentença na Libras, há vários formatos de composição, porém vamos nos ater a dois dos formatos mais utilizados: OSV – Objeto- Sujeito-Verbo. ou SOV - Sujeito Objeto Verbo Por que estes são os formatos mais utilizados? Estes modelos são mais utilizados porque eles conseguem dizer exatamente como a sentença deve ser. É como se você “desenhasse” a sentença. Veja o exemplo: Quando você diz em Língua Portuguesa “A gata subiu não telhado”, oralmente nós conseguimos construir a história de forma simples e compreender o que foi dito. Porém, se você disser isso em Libras, é preciso prestar atenção para que isso faça sentido. Para começar, é preciso dizer onde está acontecendo a situação, como se você fosse desenhar a história, primeiro você iria desenhar a casa com telhado certo, ou seja, o OBJETO. Em seguida, quem está neste cenário, quem é o SUJEITO? Então, temos que colocar em nosso cenário o gato, que é o sujeito da nossa oração e, por último, vamos colocar a ação, o VERBO, neste caso subir. Então em Libras, esta frase deve ser dita: TELHADO → GAT@ → SUBIR Utilizando o sistema Objeto(O) → Sujeito(S) → Verbo(V), você irá descrever a oração de forma clara e coerente, de fácil entendimento para o interlocutor, construindo um cenário e depois praticando a ação sobre o cenário construído, desta maneira, fica visualmente fácil de compreender a frase construída. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109 Exemplos: a) João comprou um carro. (Língua Portuguesa) CARRO JOÃO COMPRAR. (Libras) b) A menina comeu o tomate. (Língua Portuguesa) TOMATE MENIN@ COMER. (Libras) c) O homem lê um livro. (Língua Portuguesa) LIVRO HOMEM LER. (Libras) d) A menina caiu da cama. (Língua Portuguesa) CAMA MENINA CAIR. (Libras) Observe o exemplo: Fonte: Quadros e Karnopp (2004) LIVRO EU PERDER O S V Aqui, entre outras dicas, Felipe Sabará explica com muita clareza o não uso dos conectivos na Libras e como formar frases. 10 coisas que todo iniciante deve saber sobre Libras - Parte 1 e 2 FELIPE SABARÁ https://www.youtube.com/watch?v=0ZPYDN-EsJA https://www.youtube.com/watch?v=Wu8Bo0nBQSE LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110 Vocabulário Financeiro e Documentos Pessoais LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114 Fonte imagem: PEDROSA et al (2013) TDD1 Você já parou para pensar que até muito muito pouco tempo atrás, para o surdo se comunicar pelo telefone ele tinha que ter um aparelho TDD e a pessoa para quem ele ligaria também ou, caso a pessoa não tivesse o aparelho, ele tinha ao seu dispor uma telefonista que iria ler a mensagem digitada e falar para o ouvinte. Tudo mudou com a chegada do celular e das mensagens de texto! Antes do Whatssap, eram elas que auxiliavam os surdos na comunicação com seus familiares e amigos! Hoje, com as chamadas de vídeo, isso está ainda melhor! Salve a tecnologia! 1 Um dispositivo de telecomunicação para surdos (TDD, sigla em inglês) é aparelho normal que é acoplado à um aparelho de teletexto, caso o receptor não possua um aparelho igual, a pessoa com perda auditiva/ surdez retira o telefone do gancho, coloca no aparelho teletexto e dicas. Uma atendente então faz o serviço de intermediação entre um deficiente auditivo/surdo e uma pessoa ouvinte. https://www.direitodeouvir. com.br/blog/telefones-para-deficientes-auditivos. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115 Nesta atividade você terá que procurar uma curiosidade sobre o surdo! Está atividade será escrita. Nos surpreenda, vasculhe a internet a procura de uma curiosidade bem legal! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 116 CAPÍTULO 15 VOCABULÁRIOS ESPECÍFICOS: PARTES E OBJETOS DA CASA Natureza LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118 Prato Portão 1 Portão 2 LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119 Janela 1 Janela 2 Porta LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 120 Cadeira Guarda roupa Gaveta Fonte imagem: PEDROSA et al (2013) LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121 Natureza LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 122 Chegamos ao fim do nosso curso! Foi um prazer ter vocês conosco! Espero que tenha se apaixonad@ pela Libras! Você conheceu o básico da língua de sinais, agora não pode parar de praticar. Continue conversando e estudando!! Há muito para você explorar. Siga em frente! Para finalizar, faça um vídeo com a temática de sua escolha. Busque colocar o máximo de tudo que você aprendeu. Bom trabalho! LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBINO, I. B.; A muitas mãos [recurso eletrônico]: contribuição aos estudos surdos Ivone Braga Albino, José Edmilson Felipe da Silva, Laralis Nunes de Sousa Oliveira, organizadores. Natal,RN : EDUFRN, 2016. BADIN, Celso Língua Brasileira de Sinais II. São Paulo: Editora Áurea, 2016. BRANDÃO, F. Dicionário ilustrado de libras. São Paulo: Global, 2014. CAPOVILLA, F.C.; RAPHAEL, W. D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilingue da Língua de Sinais Brasileira. Volume 1 e II, Sinais de A a L. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001. FELIPE, T. A. ; MONTEIRO, M.S. Libras em Contexto: Curso Básico Livro do Professor, Tanya A. Felipe de Souza e Myrna Salerno Monteiro. 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LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124 GOLDFELD, M. A criança surda. São Paulo: Plexos, 1997. GOMES, A. P. G.; HEINZELMANN, R. O. (Org.) Cadernos Conecta Libras. 1. ed. Rio de Janeiro: Arara Azul, 2015. HONORA, M.; FRIZANCO, M.L.E.; Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais. Volume 1. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009. LIMA, H. M. M. et al. Ensino de Língua Portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica. Brasília: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. 2003. MOURA, M. C. Educação para surdos: práticas e perspectivas II. São Paulo: Santos, 2011. PEDROSA et al. SED Secretaria do Estado Mato Grosso do Sul de Educação, Curso de Libras. Clara R. Pedrosa; Helen T. Ballock; Mauro L. Gondim. Campo Grande, 2013. PERLIN, G. Identidades Surdas. In: Skliar, C. A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 2010. PETTER, Margarida. Linguagem, língua, linguística. In: FIORIN, J. L. (org.) 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Florianópolis: UFSC, 2008. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125 ____________. et al. Língua Brasileira de Sinais I. Quadros, Ronice Muller de; Pizzio, Aline Lemos; Rezende; Patrícia Luiza Ferreira. Florianópolis: UFSC, 2009. __________. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 2011. SILVA, Fábio Irineu da. et al APRENDENDO LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA NÍVEL BÁSICO ,2007. Disponível em SKLIAR, C. Atualidade da educação bilingue para surdos, V.2. São Paulo: Mediação, 2013. _________. (Org.). Um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das diferenças. In: A surdez: um olhar sobre as diferenças .4. ed. Porto Alegre : Mediação, 2010. SALLES, Heloísa Maria M. L. et al. Ensino de língua portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica, v. 1. Brasília: MEC, SEESP, 2004. TEIXEIRA, Vanessa Gomes. A iconicidade e a arbitrariedade na Libras. Rio de Janeiro: UERJ, 2014. 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A. O discurso verbo-visual na língua brasileira de sinais – Libras. Bakhtiniana, São Paulo, 8 (2): 67-89, Jul./Dez. 2013. Disponível em : https://www.scielo. br/j/bak/a/MJ378DGggYhnmTfCFzh6VRy/?format=pdf&lang=pt Acesso : 14/08/2021. TEIXEIRA, Vanessa Gomes; LEITÃO, Catarina Modesto de Carvalho. Flexão verbal em libras e em língua portuguesa: análise contrastiva. Revista Philologus, Ano 19, N° 55, p. 31-43. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2013. 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Embora ele não sofresse de deficiência auditiva, é considerado um membro ilustre dessa comunidade por ter contribuído decisivamente para o acessodos surdos à educação pública e gratuita através do uso da língua de sinais. Filho de uma família rica e tão inteligente que se formou em Teologia aos 17 anos, De l’Épée desenvolveu, como pedagogo e logopedista, um método sistemático para ensinar pessoas com deficiência auditiva e um alfabeto manual, dando-lhe o nome https://brasil.elpais.com/autor/alberto-lopez-herrero/ https://brasil.elpais.com/acervo/2018-11-24/ LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128 de Língua de Sinais Francesa, que foi adaptado para a Língua de Sinais Americana décadas depois de sua morte. Seu trabalho, seu altruísmo e sua generosidade com a própria riqueza familiar o transformaram em uma figura tão determinante que a comunidade de surdos da França realiza sua celebração anual mais importante na data de seu nascimento. Charles Michel de l’Épée nasceu em 24 de novembro de 1712 em Versalhes. Filho de um arquiteto e no seio de uma família abastada, iniciou ainda na adolescência os estudos para ser sacerdote e, apesar de se formar em Teologia aos 17 anos, foi orientado por seu pai a cursar Direito, tornando-se advogado aos 21 anos. Desde criança ele praticava o alfabeto manual francês, uma espécie de língua de sinais com os dedos, que era muito difundida naquela época entre os estudantes e, sem dúvida, influiu na vocação que desenvolveu ao longo de sua vida. Também estudou Filosofia e obteve um doutorado, mas seu sonho de ser ordenado padre foi interrompido devido às suas ideias progressistas: negaram-lhe este sacramento por não refutar em público a validade das ideias jansenistas, uma corrente católica muito popular na França nas primeiras décadas do século XVIII. Por esse motivo, recebeu apenas o título de abade, que permitia realizar alguns trabalhos religiosos, como ser tutor de crianças ou atender as famílias ricas como conselheiro espiritual. De l’Épée orientou sua vocação religiosa para obras de caridade. Arrecadava dinheiro para ajudar os necessitados, embora grande parte do dinheiro para os projetos que empreendeu viesse de sua própria fortuna familiar. Pouco mais se sabe de sua vida e de suas obras de caridade até o ano de 1760, quando assumiu a responsabilidade de outro religioso amigo dele — falecido repentinamente em um dos subúrbios que visitava, o padre Vanin — de educar duas gêmeas surdas muito pobres, cuja formação espiritual estava a cargo de Vanin. As pessoas com deficiência auditiva tinham naquela época poucas oportunidades de subir na vida e, certamente, nenhuma facilidade. As superstições e os preconceitos ainda estavam arraigados em muitas áreas da Europa Ocidental. Por exemplo, o filósofo grego Aristóteles escreveu no ano 355 a.C. que os surdos eram incapazes de raciocinar, algo que perdurou mais de um milênio como se fosse uma verdade absoluta. Felizmente, o médico Girolama Cardano realizou, em 1500, um estudo que demonstrou que os surdos eram, sim, capazes de raciocinar. Mesmo assim, em grande parte da Europa as pessoas surdas estavam sujeitas a decretos que as proibiam de se casar, possuir bens ou, em alguns casos, de ter acesso a uma mínima e elementar educação. Só os filhos surdos de famílias ricas podiam ler e escrever. Alguns até aprenderam a falar LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129 graças a professores dedicados exclusivamente a isso, cujos métodos, considerados quase milagrosos, eram um segredo bem guardado. Em Paris, a comunidade de pessoas surdas usava uma linguagem manual comum, e De l’Épée começou a ensinar as gêmeas utilizando sinais manuais que substituíam os sons do alfabeto. Os resultados foram excelentes e ele se convenceu de que era possível ensinar os surdos com uma linguagem de gestos. Ele resolveu então abrir uma instituição para receber outras crianças surdas e instruí-las ensinando religião. Assim, em 1755, com financiamento próprio, fundou a Institution Nationale dê Sourds- Muets na capital francesa, enchendo suas salas de aula com menores surdos que ele mesmo recrutava por toda a cidade. O verdadeiro avanço do clérigo na educação de surdos foi sua afirmação de que as pessoas surdas devem aprender visualmente o que os outros adquirem ao escutar, e seu método de ensino estabeleceu as bases para a educação sistemática de surdos. “Todos os surdos-mudos que recebemos já têm uma linguagem”, escreveu. “Têm o hábito de usá-la e compreendem as outras pessoas que a usam. Com ela expressam suas necessidades, desejos, dúvidas, dores, etc., e não cometem erros quando outros se expressam da mesma maneira. Queremos instruí-los e, portanto, ensinar-lhes francês. Qual é o método mais curto e fácil para que nos expressemos em sua linguagem? Ao adotar sua linguagem e fazer isso usando regras claras, não poderemos conduzir sua instrução como desejamos?” De l’Épée adotou uma visão democrática da educação para os deficientes auditivos. Fez isso sempre praticando a caridade com a que se comprometeu quando quis ser padre e não o deixaram. Nunca quis enriquecer com seus métodos, nem mesmo quando entre seus alunos surdos havia gente das classes altas da Europa. Pelo contrário, empobreceu para ensinar crianças de todas as esferas da sociedade. Aumentou de maneira progressiva o número de alunos que recebia e divulgava seus avanços com exibições em sua própria casa: o religioso ditava uma oração a seus estudantes em sua linguagem de gestos e logo eles a transcreviam para o francês escrito. Em sua escola, os estudantes também aprendiam a falar recorrendo a métodos que já existiam e eram bem-sucedidos. Mas essa pedagogia não estava isenta de grandes desafios. Um deles era a complexidade do próprio idioma francês, com as terminações das palavras e a ordem delas em uma oração. De l’Épée ideou uma série de sinais manuais para o final das palavras em francês e um vocabulário baseado nas raízes latinas das palavras. Esse sistema evoluiu para a Língua de Sinais Francesa (o que chamamos de sinais LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130 metódicos), e seu sucesso foi tanto que suas façanhas educativas se estenderam de Paria para toda a França e daí, para a Europa. O bispo de Bordéus, por exemplo, ao saber dos avanços dos estudantes que o abade tinha em Paris, enviou para lá um menino que acabaria sucedendo a De l’Épée após sua morte. Esse professor, transformado depois no abade Roch-Ambroise Sicard, fundou a segunda escola para surdos em Bordéus, em 1786. Em sua escola de Paris, o clérigo de Versalhes recebeu muitas pessoas de outros países europeus interessadas em sua atividade. Várias dessas pessoas retornaram depois para seus países de origem e fundaram neles escolas similares, o que deu o Charles Michl de l’Épée uma fama continental e expandiu seu método de ensino. De l’Épée foi uma das primeiras pessoas a afirmar que os surdos eram cidadãos com plenos direitos na sociedade, de acordo com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França. Como ele escreveu em seu livro de 1784, La Véritable Manière d’Instruire les Sourds et Muets, Confirmée par une Longue Expérience (“o verdadeiro método de educar os surdos-mudos, confirmado por uma longa experiência”), “a religião e a humanidade me inspiram um interesse tão grande em uma classe de pessoas verdadeiramente destituídas que, embora sejam semelhantes a nós mesmos, reduzem- se, por assim dizer, à condição de animais sempre que não se tenta resgatá-las da escuridão que as rodeia, por isso considero uma obrigação absoluta fazer todo o possível para libertá-las dessas sombras”. Apesar de tudo que realizou, foi acusado de que seus alunos não faziam nada além de aprender de cor, sem ter compreensão da linguagem nem capacidade de construir orações por si mesmos. Com a tenacidade que o caracterizava, De l’Épée também demonstrou que seus detratores estavam equivocados, já que Clement de la Pujade, um de seus estudantessurdos, foi reconhecido por um discurso de cinco páginas em latim e por sua participação em um debate sobre a história do pensamento filosófico. Sua fama ainda em vida foi tanta que Luís XVI apoiou financeiramente o instituto para surdos que ele dirigia, e até o imperador do Sacro Império Romano-Germânico José II visitou sua escola, chegando a oferecer uma abadia a L’Épée, que recusou a oferta. Entretanto, o imperador enviou um abade para aprender a técnica do francês, e na volta o enviado fundou uma instituição para surdos em Viena. Charles Michel de l’Épée morreu quase na indigência em 23 de dezembro de 1789 em Paris. Apesar de sua fama, acabou arruinado por sua causa. Seus próprios estudantes contavam que morreu sem aquecimento em seu quarto para que eles pudessem ter LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131 luz nos deles. Foi enterrado na igreja de Saint-Roch, em Paris, e em 1838 foi erguido um monumento de bronze sobre seu túmulo. Pouco antes de sua morte, uma delegação de estudantes e representantes da recém-criada Assembleia Nacional da França o visitou. O órgão legislativo, estabelecido na esteira da Revolução Francesa naquele mesmo ano, comprometeu-se a dar prosseguimento a seu trabalho. Assim, a escola de l’Épée foi assumida formalmente pelo Governo francês em 1791, e permanece aberta hoje com o nome do Institut National de Jeunes Sourds de Paris. A Assembleia também declarou o abade um “benfeitor da humanidade” por sua contribuição à educação e ao desenvolvimento da comunidade surda. Os métodos de trabalho do religioso De l’Épée continuaram dando frutos várias gerações de surdos depois de sua morte, com destacados intelectuais na França dos séculos XVIII e XIX. Essas conquistas serviram para dar à sua escola e à sua tradição de ensino o nome de “método francês”, segundo o qual a prioridade é a formação intelectual dos alunos através do desenvolvimento de habilidades de escrita e leitura. Charles Michel de l’Épée educou, instruiu e formou uma população abandonada que ninguém sabia como entender e ninguém queria atender. Disponível em HTTPS://BRASIL.ELPAIS.COM/BRASIL/2018/11/24/CULTURA/ 1543042279_562860.HTML Helen Keller Escritora e ativista social Por Dilva Frazão https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/24/cultura/1543042279_562860.html https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/24/cultura/1543042279_562860.html LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132 Helen Keller Helen Keller (1880-1968) foi uma escritora e ativista social norte-americana. Cega e surda formou-se em filosofia e lutou em defesa dos direitos sociais, em defesa das mulheres e das pessoas com deficiência. Foi a primeira pessoa cega e surda a entrar para uma instituição de ensino superior. Helen Adams Keller nasceu em Tuscumbia, Noroeste do Alabama, Estados Unidos, no dia 27 de junho de 1880. Filha de um capitão aposentado e editor do jornal local, com 19 meses de idade contraiu uma doença desconhecida diagnosticada como febre cerebral, que a deixou cega e surda. Como Helen aprendeu a ler Depois da doença, Helen tornou-se uma criança difícil, gritava muito e tinha acessos de mau humor. Em 3 de março de 1887, antes de completar sete anos de idade, passou a contar com a ajuda da professora Anne Sullivan, que foi contratada pela família e passou a morar em sua casa. A professora, que aos cinco anos perdera parte da visão e aos dez ficou órfã de mãe, foi abandonada pelo pai e colocada em um albergue. Em 1886 graduou-se na Perkins School for the Blind, uma escola para cegos, e começou a procurar um emprego. Com muito trabalho e paciência, a partir de abril de 1887, Anne consegue fazer Helen entender o significado das palavras que eram soletradas em sua mão, pela professora. A primeira palavra foi água, que era soletrada em uma das mãos e sentida na outra, despertando o entendimento da palavra. Em um só dia Helen aprendeu trinta palavras. Mais tarde, numa rápida assimilação ela aprendeu os alfabetos Braille e o manual, o que facilitou sua escrita e leitura. Em 1890 Helen pediu a sua professora para aprender a falar. Foi matriculada no Institute Horace Mann para surdos, em Boston e em seguida na Escola Wright-Humason Oral School de Nova York, onde durante dois anos recebeu aulas de linguagem falada e de leitura labial. Além de conseguir aprender a ler, escrever e falar, Helen estudou as disciplinas do currículo regular da escola. Livro e trabalhos literários Antes de se formar, Helen escreveu a autobiografia “A História de Minha Vida”, que foi publicada em 1902. LIBRAS PROF.a JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 133 Em sua árdua luta para se integrar à sociedade, escreveu uma série de artigos para o ‘Ladies Home Journal’. Em seus trabalhos literários, usava a máquina de datilografia de Braille preparando os artigos e depois os copiava na máquina de datilografia comum. Ativista Em 1904 graduou-se bacharel em Filosofia pelo Radcliffe College. Desenvolveu diversos trabalhos em favor das pessoas com deficiência, participou de campanhas pelo voto feminino e pelos direitos trabalhistas. A partir de 1924, Helen foi nomeada membro e conselheira em relações nacionais e internacionais da ‘American Fundation for the Blind’, uma instituição para informações sobre a cegueira, fundada em 1921. Em 1924 foi também o ano em que começou sua campanha para levantar verbas para a criação do “Fundo Helen Keller”. A partir de 1946 deu início a uma série de viagens, visitou 35 países. Em 1952 foi nomeada “Cavaleiro da Legião de Honra da França”. Recebeu a “Ordem do Cruzeiro do Sul”, no Brasil, o Tesouro Sagrado, no Japão, o prêmio “Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais”, entre outros. Helen Keller tornou-se membro honorário de sociedades científicas e organizações filantrópicas dos cinco continentes. Helen Keller faleceu em Easton, Connecticut, Estados Unidos, no dia 1 de junho de 1968. Nesse mesmo ano foi lançado o filme “O Milagre de Anne Sullivan”, um drama biográfico baseado no livro de Helen. Frases de Helen Keller • A vida é uma aventura ousada ou nada. • As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se podem ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com o coração. • Quando uma porta da felicidade se fecha, outra se abre, mas costumamos ficar olhando tanto tempo para a que se fechou que não vemos a que se abriu. • Evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto se expor ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é vida. Disponível em HTTPS://WWW.EBIOGRAFIA.COM/HELEN_KELLER/ Última atualização: 05/06/2020 ACESSO EM 20 DE MAIO DE 2021. https://www.ebiografia.com/helen_keller/ bookmark=id.1fob9te bookmark=id.3znysh7 _heading=h.2et92p0 _heading=h.tyjcwt _heading=h.1t3h5sf _heading=h.4d34og8 Conhecendo o Surdo Sinais Frequentes Libras - Definições e aspectos da Língua Brasileira de Sinais Números Cardinais e Quantitativos Gênero na Libras Sinais Icônicos e Sinais Arbitrários Tipos de Verbos Classificadores (CL) Verbos e Símbolos Advérbios De Tempo, Advérbios De Lugar e Pronomes Demonstrativos Comparativo de Igualdade, Superioridade e Inferioridade Tipos de Frases - Estações do Ano Estados Brasileiros Estrutura da sentença em Libras Vocabulários Específicos: Partes e Objetos da Casa