Guarda de Shopping

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Guarda de Shopping 
 Rubia Elise de Almeida 
 
Já era quase 18:00 horas, sexta-feira, o shopping lotado como de costume. O guarda 
com a farda surrada e olhar distante. 
De repente, a multidão de desloca, vários grupos isolados, para a praça de 
alimentação, mas o guarda continua ali em seu posto, sem nenhuma expressão que o fizesse 
ser notado. Comum, apenas. Invisível, somente. 
É verdade que já não era mais tão moço, é verdade que por ironia e muitas 
reviravoltas da vida, seu sonho houvesse culminado ali, guarda de shopping, solteirão, um tio 
largado. É verdade que já amara um dia. 
Pobre ama? Sim, e como ama!! 
Foi no ínicio da sua juventude, contava com pouco mais de vinte anos, rapazote 
formoso e obstinado. Carreira militar, diziam, era a melhor para quem não teve sorte de 
nascer em berço de ouro. Mas, tudo acabou... 
Mas nem sem antes conhecer uma jovem de beleza comum, porém arrebatadora, 
como se chamava? Apenas uma vaga lembrança... 
Durou pouco, mas foi intenso. 
Os devaneios do guarda foram interrompidos por um sonoro: 
- Pega ladrão!! 
O adolescente maltrapilho atravessou em frente ao guarda feito uma bala, o guarda se 
pôs em perseguição, correndo desajeitado demais para ter alguma vantagem. 
O pirralho não devia ter mais que quinze anos, sujo e mal vestido, corria com todas as 
forças evitando ser alcançado, enfim, atravessou as portas lustrosas do shopping que davam 
para a rua movimentada. 
O guarda cansado, parou por um segundo, tempo suficiente para olhar para o garoto. 
O encontro dos olhares, apesar de apenas um segundo pareceu uma eternidade... 
Aqueles olhos tristes... ele via todos os dia em frente ao espelho, aqueles olhos eram 
como os seus... 
-Seria possível? Pensou 
O garoto saiu em disparada, rápido demais para ser alcançado em perseguição. 
Nos olhos do guarda pairou um brilho, quinze anos atrás, aquela moça bonita... mas, 
em seguida a escuridão tomou conta novamente, ele voltou a sua triste rotina, covarde demais 
para ir em busca de respostas. 
 
 
 
 
Shopping Guard 
 Rubia Elise de Almeida 
 
It was almost 6:00 pm, Friday, the crowded mall as usual. The guard in battered 
uniform and looking away. 
Suddenly, the crowd moves, several isolated groups, to the food court, but the guard is 
still there at his post, with no expression that would make him notice. Common, only. Invisible, 
only. 
It is true that he was no longer so young, it is true that by irony and many twists of life, 
his dream had culminated there, mall guard, bachelor, a grown-up uncle. True, she had loved 
one day. 
Poor love Yes, and how you love it !! 
It was at the beginning of his youth, he was in his early twenties, a handsome and 
obstinate boy. Military career, they said, was the best for those who were not lucky enough to 
be born in a cradle of gold. But, it's all over ... 
But not before meeting a young girl of ordinary beauty, but breathtaking, what was 
her name? Just a faint reminder ... 
It lasted little, but it was intense. 
The guard's reveries were interrupted by an audible: 
- Catch the thief!! 
The ragged teenager crossed in front of the guard in a bullet, the guard went in 
pursuit, running too clumsily to have any advantage. 
The brat should not have been more than fifteen, dirty and badly dressed, he ran with 
all his might to avoid being reached, he finally crossed the lustrous doors of the mall that led to 
the busy street. 
The weary guard stopped for a second, long enough to look at the boy. The meeting of 
the looks, although only a second seemed an eternity ... 
Those sad eyes ... he saw every day in front of the mirror, those eyes were like yours ... 
-It would be possible? Thought 
The boy sped off, too fast to be caught in pursuit. 
In the guard's eyes, fifteen years ago, that pretty girl shone, but then the darkness took 
over again, he returned to his sad routine, too cowardly to go for answers.