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G R A D U A Ç Ã O DRA. LILIAN ROSANA DOS SANTOS MORAES ESP. CAROLINE DOS SANTOS MELLO ESP. VANESSA CAROLINA ARRUDA DE SOUZA BERNARDO Terapias Integrativas e Técnicas de Spa Híbrido GRADUAÇÃO Terapias Integrativas e Técnicas de Spa Esp. Caroline dos Santos Mello Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes Esp. Vanessa Carolina Arruda de Souza Bernardo C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MELLO, Caroline dos Santos; MORAES, Lilian Rosana dos Santos; BERNARDO, Vanessa Carolina Arruda de Souza. Terapias Integrativas e Técnicas de Spa. Caroline dos Santos Mello; Lilian Rosana dos Santos Moraes e Vanessa Carolina Ar- ruda de Souza Bernardo. Maringá-PR.: Unicesumar, 2020. 120 p. “Graduação - Híbridos”. 1. Terapias. 2. Integrativas. 3. Spa. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-2111-0 CDD - 22 ed. 615 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação CEP 87050-900 - Maringá - Paraná unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos Santos. Designer Educacional Janaína de Souza Pontes. Revisão Textual Cintia Prezoto e Erica Ortega. Editoração Andre Morais, Isabela Belido e Lavignia Santos. Ilustração Natalia Scalassara e Welington Vainer. Realidade Aumentada Kleber Ribeiro da Silva e César Henrique Seidel. DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional Débora Leite; Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo; Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock PALAVRA DO REITOR Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha- mos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualida- de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- -nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo- cional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revi- samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as ne- cessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Bem-estar, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! BOAS-VINDAS Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co- munidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu- nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ- mico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comu- nicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace- leraram a informação e a produção do conheci- mento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, prio- rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a so- ciedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe- lecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa- nhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educa- cional, complementando sua formação profis- sional, desenvolvendo competências e habilida- des, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu- deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza- gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren- dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili- dade e segurança sua trajetória acadêmica. APRESENTAÇÃO Caro(a) aluno(a), seja muito bem-vindo(a)! Este livro foi elaborado com muito carinho, pois além de ser uma forma de conversar com você, estu- dante dos cursos da área da saúde e bem-estar, trata-sede um assunto muito prazeroso, tanto para quem já se atentou para as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) quanto para quem está iniciando, por meio da dis- ciplina de Terapias Integrativas e Técnicas de Spa, trazendo embasamentos para que você aplique, em sua prática clínica, técnicas que complementam seus protocolos. Desta forma, iniciaremos a Unidade 1 contextualizando a importância das práticas integrativas como recursos terapêuticos para qualquer profissional da saúde, mostrando um pouco da trajetória histórica de algumas técnicas de tratamentos integrativos dentro da sociedade e sua importância para o profissional contemporâneo. Na busca de recursos que promovam a melhora global do paciente, na Unidade 2, você verá o toque terapêutico, sendo discutidas técnicas ma- nuais para serem aplicadas no alívio da dor, como massagens, osteopatia e quiropraxia, melhorando desordens no sistema locomotor. Na Unidade 3, você conhecerá outras práticas, como a técnica de reflexo- logia e suas áreas nos pés e nas mãos, para aplicar o recurso e produzir um equilíbrio energético. A execução do shiatsu é outra forma para restabelecer o corpo, proporcionando saúde e bem-estar para o paciente. Dando sequência nas propostas de recursos terapêuticos para a qualidade de vida de seu cliente/paciente, na Unidade 4 veremos as técnicas que auxi- liam no manejo do estresse, como a meditação, os recursos usados em spas, bambuterapia, pindas, massagem com lenços, geoterapia e os benefícios da água com o termalismo. Conhecendo estas técnicas, você terá, em suas mãos, instrumentos po- derosos para o êxito em seu trabalho, podendo oferecer o melhor para o seu paciente de forma simples e, muitas vezes, com um baixo custo, pro- porcionando saúde aos que te procurarem e destacando-se no mercado de trabalho como um profissional promotor do bem-estar da sociedade. Desejamos a você, caro(a) aluno(a), um excelente estudo e esperamos que tenha muito sucesso em sua carreira profissional com as PICs, pois são recursos de suma importância na saúde e qualidade de vida. CURRÍCULO DOS PROFESSORES Caroline dos Santos Mello Possui especialização em Biomecânica 2008, pela UFRJ; especialização em terapia Manual e drenagem linfática estética e pós-operatória (2004); graduação em Fisioterapia pela Univer- sidade Estácio de Sá (2001) e formação no Método Pilates (2002). Possui curso de crocheta- gem-técnica do gancho (liberação miofascial percutânea) (2016), formação e profissionalização em Yoga; método Restaurativo de Yoga e curso de Yoga para gestante. Cursando graduação em Educação física. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/0004314039955498 Lilian Rosana dos Santos Moraes Possui mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, pela Universidade Presbiteriana Macken- zie (2003); especialista em Docência no Ensino Superior, pela Unicesumar (2006); especialista em Morfofisiologia Aplicada à Educação e Reabilitação Osteoarticular e Neurológica, pela Universidade Estadual de Maringá (2002); bacharel em Fisioterapia, pela Faculdade Salesiana de Lins (2000) e Tecnóloga em Estética e Imagem Pessoal na UNOPAR (2016), na modalidade EAD. Doutoranda em Promoção da Saúde pela Unicesumar. Atualmente, é professora titular da Unicesumar, coordenadora do Curso Tecnólogo de Estética e Cosmética, Coordenadora do Curso Tecnólogo de Podologia e Coordenadora do Curso Tecnólogo em Terapias Integrativas e Complementares, sendo os três na modalidade EAD/Híbrido na Unicesumar. Coordenadora do Curso Tecnólogo em Estética e Cosmética da Unicesumar (2010 - 2019). Elaboradora de Questões para o Banco Nacional de Itens (BNI) da Educação Superior do Curso de Estética e Cosmética para o ENADE. Coordenadora dos Cursos de Podologia e Massoterapia do PRONATEC. Tem experiência na área de Morfofisio- logia (Anatomia e Neuroanatomia), Patologia, Fisioterapia com ênfase em Neuropediatria e Educação Especial. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/8428839515152168 Vanessa Carolina Arruda de Souza Bernardo MBA em Coaching Aplicado à Gestão de Pessoas (2020); Pós-graduada em Formação de Docência no Ensino Superior (2020) e Tecnóloga em Estética e Cosmética (2018), todos pela Unicesumar. Empresária, mentora e treinadora na empresa Centro de Desenvolvimento Humano e Tec- nológico (CDHT); escritora e palestrante, com foco em inteligência emocional e motivacional. Conhecimento em técnicas energéticas e restaurativas (emocionais). Master Coach Holístico - Terapeuta Holístico (2019) em Paranaguá. Formação em Programação Neurolinguística aplicada a Negócios (2019), em Maringá e Formação em Radiestesia (2019), em Paranaguá. Facilitadora Access The Bars (2017), em Maringá; Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/5554716050104162 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento 13 Quiropraxia 41 Técnica de Tratamento por Meio de Estímulos em Áreas Reflexas 63 Técnicas de Spa 83 24 Os efeitos da meditação no Sistema Nervoso Central Utilize o aplicativo Unicesumar Experience para visualizar a Realidade Aumentada. PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes • Contextualizar a importância das práticas integrativas como recursos terapêuticos para qualquer profissional da saúde. • Conhecer a trajetória histórica das técnicas de tratamentos integrativos dentro da sociedade e sua importância para o profissional contemporâneo. • Promover a educação, a atenção e o autocuidado para os pacientes, tornando-os protagonistas e corresponsáveis pela qualidade de vida. A Importância das Práticas Integra- tivas e Complementares (PICs) Avanços das Práticas Integrativas e Complementares A Promoção da Saúde de Forma Participativa e Holística As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento A Importância das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Nesta primeira unidade de nosso material didático, será abordada a relevância das Práticas Integrativas e Complementares para a melhora da qualidade de vida das pessoas, tanto de forma individual quanto coletiva. Nesta etapa, veremos que mui- tas técnicas são ferramentas usadas a milhares de anos, entretanto, com a tecnologia do mundo contemporâneo, a troca de informações e a obser- vação dos resultados positivos, quando adotamos estas técnicas como recursos dentro da saúde, isso fez aumentar o interesse por parte da população. Outro segmento que também impactou foi as finanças públicas na área da saúde e da seguridade social, pois com a redução do estresse (meditação), melhora da alimentação (medicina ayurvédica), práticas de exercícios associados com a respira- ção (yoga), aumento da consciência corporal e da qualidade dos relacionamentos (biodança, dança circular) e autoconhecimento (constelação fami- liar), ocorre uma diminuição dos internamentos, da utilização de medicamentos e de afastamento do trabalho. 15UNIDADE 1 Mediante essa observação, o poder público inseriu, por meio da Política Nacional de Prá- ticas Integrativas e Complementares (PNPIC), algumas Práticas Integrativas e Complemen- tares no Sistema Único de Saúde (SUS), para oportunizar todas as pessoas a terem acesso às técnicas. Então, vamos lá? Desejo a você bons estudos! Um Olhar para os Novos Recursos em Nossa Prática Profissional Quebrar paradigmas em qualquer campo de atua- ção profissional não é fácil. Quando se trata do âmbito da saúde, o cenário é o mesmo, pois como diz a famosa frase “em time em que está ganhan- do, não se mexe”, ou seja, para quê vou modificar meu protótipo de tratamento, quando o trabalho que venho executando, na maioria dos casos, está dando certo, não é mesmo? A explicação para esta pergunta poderia ficar mais fácil se eu respondesse que sim, mas quando se trata da qualidade de vida da população, não é tão simples, pois com a evolução das tecnologias, aumentam as evidências,por meio das pesquisas científicas, de que o modelo adotado, para a pre- venção e promoção da saúde, em grande parte do mundo ocidental (local em que vivemos), não está sendo suficiente, e que a cada dia aumenta o nú- mero de pessoas procurando formas alternativas ou complementares para tratamentos de patologias ou para um melhor estilo de vida. Assim, nesta unidade, convido você a olhar para a profissão que está buscando neste curso (ou para a sua área de atuação, pois sei que muitos já trabalham na saúde), bem como a realidade em que vivemos, observando todas as oportunidades que o mundo atual nos proporciona. Figura 1 - Aplicação da técnica de Reiki – uma Terapia Integrativa e Complementar 16 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento Uma destas oportunidades é conseguir utili- zar técnicas, tais como as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) como ferramentas na atividade profissional, pois, atualmente, devido às comprovações científicas que podemos encon- trar em várias pesquisas publicadas em revistas conceituadas, a sociedade pede estes recursos, pois vislumbram como novas experiências para o bem-estar. Veremos que o aumento da demanda pelas PICs, no Brasil, vem acontecendo ao longo dos anos, mas muitos profissionais, conhecendo os benefícios que as técnicas podiam trazer para a saúde de seus pacientes, já aplicavam as terapias integrativas na década de 60, como único recurso de tratamento ou em conjunto com os protocolos convencionais. Podemos verificar que estes profissionais da vanguarda, precursores na utilização das PICs no Brasil, entendiam que, quando algo gera valor em nossas vidas e naqueles que nos cercam (pacientes, familiares, amigos, parceiros de trabalho e outros), favorece as chances de desenvolvermos interesse pelo indicativo. Por exemplo, quando acreditamos que apren- der uma determinada técnica de tratamento beneficiará nossos pacientes, nossa dedicação e atenção voltadas para o tema aumentam consi- deravelmente, até porque isso trará mais recursos financeiros, com aumento da cartela de clientes/ pacientes para a nossa práxis, com a repercussão do sucesso do tratamento. Sendo assim, para desenvolvermos as habili- dades necessárias para nos tornar competentes em qualquer área de atuação, é necessário nosso envolvimento. Este necessita de nosso empenho e tempo. Sabemos que a história é extremamente importante neste contexto, pois é por meio dela que conseguimos identificar muitos dos acon- tecimentos que envolvem a nossa trajetória de vida. Desta forma, baseamo-nos na observação das experiências do passado (negativas e positi- vas), para buscar recursos que ofereçam melhorias na qualidade de vida. Evoluções Tecnológicas Por meio da evolução da ciência, por meio das inovações e das tecnologias, surgiram vários re- cursos que instrumentalizaram os profissionais contemporâneos. Em nossa área, por exemplo, obtivemos várias descobertas, muitas delas ini- magináveis, quebrando protótipos, possibilitando diagnósticos e aumentando nosso leque de pro- tocolos de tratamentos. Além de surgirem modalidades diferentes para a promoção da saúde, conseguimos, por meio de equipamentos de alta precisão, mensu- rar processos que antes não eram possíveis, como diagnosticar lesões físicas causadas por problemas emocionais (úlceras gastroesofágicas, hipertensão arterial, artrites e outros distúrbios causados pelo estresse). Com isso, técnicas de tratamento, como as PICs, passam a ter mais adeptos (profissionais e pacientes), pois ganharam esclarecimentos fun- damentados em comprovações científicas, que antes eram por meio das observações empíricas (BRASIL, 2018b). 17UNIDADE 1 Figura 2 - Técnicas de Terapias Integrativas e Complementares Devido aos recursos tecnológicos, é possível quantificar resultados de algumas formas de tra- tamentos, mensuradas até então de forma empí- rica, credenciando técnicas e terapias que reali- zam a integralização da atenção à saúde, como as Práticas Integrativas e Complementares (PICs), consideradas pela Organização Mundial da Saú- de (OMS) como Medicina Tradicional e Com- plementar/Alternativa (MT/MCA) que atende o indivíduo de forma holística (BRASIL, 2006a). Esta creditação às PICs também foi favorecida quando aumentou a troca de informações entre os países, por meio do aumento das viagens (devido às novas formas de transportes – navio a vapor e as ferrovias), das telecomunicações e da internet, que permitiu a globalização por meio da demo- cratização da comunicação, mostrando, para a população em geral, quantos resultados positivos as PICs alcançam (STIGLITZ, 2006). Avanços das Práticas Integrativas e Complementares 19UNIDADE 1 A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, já apontava, em seus documentos, quais os problemas em que a sociedade acaba sendo exposta e que levam riscos à saúde, bem como o que devemos fazer para diminuir estes ris- cos e promover uma vida mais saudável, indo na direção da promoção da saúde (BRASIL, 2006a). Observando este direcionamento, as Políticas Públicas que norteiam a garantia dos direitos da população brasileira à qualidade de vida inicia- ram a implantação de ações do poder público para desenvolver o hábito da prevenção, pro- moção, manutenção e recuperação da saúde, baseada em um modelo de atenção humanizada. Uma destas ações foi a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complemen- tares (PNPICs), que contribuiu para o fortaleci- mento dos princípios fundamentais do SUS, no sentido de universalizar qualidade de vida com acesso às ações e serviços para manter a saúde e a equidade, diminuindo desigualdades entre a população, principalmente quando se trata de pessoas em situação de vulnerabilidade. Figura 3 - Tratamentos Alopáticos e Homeopáticos Partindo do pressuposto que esta legislação considera que as demandas em saúde devam abranger o indivíduo como um todo, é impor- tante que nós, profissionais da saúde, estejamos sempre atentos à integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. O direito à saúde, dentro do poder público, para manter a integralidade do indivíduo, depen- de da articulação de vários setores. As políticas pú- blicas ajudam a assegurar a relação entre as mais diferentes áreas, para que reverberem na melhora da qualidade de vida da população. Nesse sentido, a oferta das PICs deve ser entendida como mais um passo para o processo de implantação do SUS de forma justa e solidária. Este documento veio de encontro com as refle- xões de quais são as necessidades para promover e garantir a integralidade na atenção à saúde. O Ministério da Saúde apresenta a Política Nacio- nal de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, cuja implementação envolve justificativas de natureza política, técnica, econô- mica, social e cultural. Políticas Públicas Regulamenta as PICs 20 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento Esta política atende, sobretudo, à necessidade de se conhecer, apoiar, incorporar e implementar experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública de muitos municípios e estados, entre as quais se destacam aquelas no âmbito da medi- cina tradicional chinesa/acupuntura, da homeo- patia, da fitoterapia, da medicina antroposófica e do termalismo/crenoterapia (BRASIL, 2006a). Com esta legitimação social, as PICs, no Brasil, foram introduzidas em nosso Sistema Único de Saúde (SUS) pela PNPIC, por meio da Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, com cinco técnicas de tratamento, que aumentaram, em 27 de março de 2017, para mais 14 práticas e, em 2018, incluídas mais 10, como pode ser observado no Quadro 1 (BRASIL, 2018a). Quadro 1 - Portarias da inserção das práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES Portaria nº 971, de 03 maio de 2006 Portaria nº849, de 27 de março de 2017 Portaria nº 702, de 21 março de 2018 Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura, Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Terma- lismo – Crenoterapia, Medicina Antroposófica Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musi- coterapia, Naturopatia, Osteopa- tia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comuni- tária Integrativa, Yoga Aromaterapia, Apiterapia, Bioe- nergética, Constelação Familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Hip- noterapia, Imposição de Mãos, Ozonioterapia, Terapia de Florais Fonte: adaptado de Brasil (2006b), Brasil (2017) e Brasil (2018c). Com a criação da Portaria nº 971, em 2006, e com a elaboração das outras duas (nº 849 e nº 702), em 2017 e 2018, contamos, atualmente, em nosso país, com 29 técnicas integrativas e complementares, consideradas promotoras da saúde, dentro do Sis- tema Único de Saúde (DEUS, 2016). Sabemos que o debate sobre as práticas inte- grativas e complementares no Brasil iniciou no final da década de 70, com a declaração da Alma Ata, e nos anos 80, com a 8ª Conferência Nacio- nal de Saúde. Contudo, em 1956, a Dra. Gudrun Kröekel Burkhard, formada pela Universidade de São Paulo - USP, já iniciava seu trabalho na cidade de São Paulo, com a medicina antroposófica, por meio de suas experiências durante sua formação na Suíça (BRASIL, 2008). Esta prática integrativa (Medicina Antropo- sófica-MA) foi reconhecida por meio do Parecer 21/93, do Conselho Federal de Medicina, em 23 de novembro 1993, sendo considerada, devido à forma de aplicação de sua prática, modelo de aten- ção transdisciplinar, pois busca a integralidade do cuidado em saúde do indivíduo. Para o Ministério da Saúde, as Práticas Integra- tivas e Complementares (PICs) são ferramentas que usam técnicas tradicionais de tratamentos ou estilo de vida, como a medicina chinesa e a ayur- védica, com o intuito de prevenir doenças con- sideradas como um problema de saúde pública no Brasil, como diabetes, hipertensão, obesidade e depressão, amenizando o sofrimento de forma paliativa em algumas doenças crônicas e, prin- cipalmente, promovendo a saúde da população. Sendo assim, aqueles que estão entrando agora nesta profissão ou os que já atuam devem estar atentos aos recursos que podem deixar nossos atendimentos com menor custo, universalizando e oportunizando a saúde, principalmente da popu- lação em vulnerabilidade, permitindo igualdade e equidade (RODRIGUES; KLEIN, 2016). 21UNIDADE 1 O Olhar do Profissional da Saúde para Protocolos Reformulados com Técnicas Milenares Este crescente direcionamento na busca pelas PICs se dá devido à necessidade de estarmos vinculados a práticas mais naturais, que não causam efeitos colaterais em nosso organismo, como alguns produtos de higiene pessoal, que possuem concentrações de metais pesados e podem causar malefícios, e pelo crescimento de pessoas acometidas por doenças crônicas e interessadas em tratamentos abrangendo o cuidado do indivíduo por completo, com custos menores que tratamentos chamados de convencionais, tradicional, clássica ou alopáticos (DRAELOS, 1991). Figura 4 - O óleo misturado com ervas também é usado para realizar massagem, sendo chamada de Abhyanga (forma de medicina ayurvédica) No entanto, segundo Lima et al. (2018), como especialista do bem-estar, sabemos que é importante a nossa orientação aos pacientes que estão realizando algum tratamento alopático ou tradicional, de não excluir a medicina convencional, pois as PICs darão suporte para que o paciente tenha melhor qualidade de vida (pois elas aumentam a tranquilidade, autocontrole, qualidade do sono, entre outros). 22 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento Profissional da saúde promove melhorias na qualidade de vida antes de prevenir ou tratar as doenças cance com um cliente e o problema permanece, pois talvez aquele caso não deva ser tratado com técnicas que estejam dentro do conjunto de protocolos do nosso conhecimento. Assim, as PICs são oportunidades para qualquer profissional ligado à saúde, compilando os recursos mais adequados para seu paciente, como a reflexoterapia manual ou podal, que pode ser aplicada como um elemento do processo curativo do nosso próprio organismo, sendo de baixo custo, seguro e natural, pois usamos somente a técnica mediante nossas mãos. Em alguns casos, a médica Myers (2016) reforça que as terapias integrativas e as técnicas usadas em spas podem ser usadas como tratamentos paliativos em algumas doenças crônicas, como no caso de patologias autoimunes, permitindo maior integralidade e resolutividade da atenção à saúde. Como um promotor da saúde, temos que ganhar a confiança de nossos pacientes e não en- carcerá-los aos nossos cuida- dos, tornando-os nossos reféns. Durante estes dezenove anos de caminhada profissional, entre a docência e a clínica, vejo muitas pessoas sofrerem, pois não con- seguem cura para problemas relativamente simples, como dermatites, onicomicoses, do- res de cabeças, obesidades de fundo emocional, estresses e outros. Será que nossa prática clí- nica está sendo eficiente com todos os casos que chegam aos nossos consultórios? Não evoluímos com alguns pacien- tes porque não conseguimos chegar ao diagnóstico ou está havendo falha no processo de orientação de nossa parte em relação aos nossos pacientes/ clientes? Caso, às vezes, a res- posta seja a segunda opção, aca- bamos fidelizando o cliente de forma patológica, não promo- vendo realmente sua melhora e qualidade de vida. Keet (2011) exemplifica que, na maioria das vezes, casos de pacientes com prognósticos po- sitivos, mas que não evoluem devem ser repensados. Muitas vezes, esgotamos todos os re- cursos que estão ao nosso al- Figura 5 - Massagem nos pés como recurso terapêutico para aliviar transtornos físicos e psíquicos 23UNIDADE 1 Outras descobertas por meio da cientificidade, qualificaram, aos olhos de populações leigas, muitas práticas consideradas milenares, como técnicas indianas (Yoga e Meditação), usadas como estilo de vida para evitar lesões físicas daqueles que executam e também manter harmonia, serenidade, autoco- nhecimento e equilíbrio, evitando transtornos como ansiedade, contribuindo, assim, para um estímulo de hábitos saudáveis (SIEGEL, 2010). A prática de yoga, por exemplo, veio para o ocidente no final do século XIX, quando foi criado o Grupo Independente de Estudos Esotéricos, em Montevidéu, mas segundo De Rose (1985), foi somente por meio das evidências benéficas no organismo humano, demonstradas de forma quantitativa e qualitativa, me- diante pesquisas randomizadas, que a sua prática ganhou mais repercussão e, consequentemente, adeptos. Segundo Barros et al. (2014), o professor David Eisenberg coordenou uma pesquisa sobre o yoga na vida de 31.044 pessoas, nos Estados Unidos, e verificou que, entre os anos de 1992 até 2002, houve um aumento de praticantes na população americana de 3,7% para 5,1%, que corresponde a 10,4 milhões de adultos. As três indicações médicas para a realização da técnica foram problemas ligados ao sistema locomotor (musculoesqueléticos), saúde mental e a asma, sendo observado que os praticantes são, na sua maioria, mulheres com formação universitária, apresentando idade média de 39.5 anos e da raça caucásica. Figura 6 - Prática de yoga é um dos recursos muito usados para diminuir o estresse do mundo contemporâneo Cunha (2011) relata que, no Brasil, esta técnica começa a ser ensinada no início do século XX, por Léo Costet de Mascheville, francês que funda grupos de praticantes em várias cidades. O Yoga, por meio do aumento do número de adeptos, entra nas práticas integrativas e complementares do SUS, em 2018. Devido aos benefícios relatados em vários artigos científicos, Siegel (2010) destaca a promoção da saúde de pessoas que praticam o Yoga dentro do ambiente de trabalho, ajudando no cuidado ao corpo/mente no dia a dia. Este sugere a técnicacomo prática laboral ou como parte da rotina de trabalho, principalmente se for executada em lugares abertos e em contato com a natureza, pois fazemos parte do meio ambiente. Recentes pesquisas relatam que quando o indivíduo tem a oportunidade de conviver com a natureza de forma harmoniosa, podendo praticar exercícios e contemplar as maravilhas da natureza, muitos be- nefícios são agregados à vida dos praticantes, até mesmo mudanças do comportamento genético, sendo os arquétipos parte desta herança (QU et al., 2013). 24 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento Quando iríamos imaginar que a ciência conseguiria explicar, mediante investigação, que nossa herança genética poderia ser alterada por meio de nossos hábitos e experiências de vida? Investigadores examina- ram 10 participantes, que fi- zeram um retiro de yoga por uma semana. Além do yoga, realizaram meditação e exer- cícios de respiração. Ao exa- minarem o sangue dos partici- pantes antes e após as sessões de quatro horas, foi verificado que a prática de yoga mudou a expressão de 111 genes de cé- lulas do sistema imunológico (QU et al., 2013). Segundo Qu et al. (2013), esta mudança acaba sendo expressiva, pois, na mesma pesquisa, a utilização de téc- nicas de relaxamento no cami- nhar, com a escuta de música DNA Histona Nucleossomo Cromossomo Figura 7 - Histonas (tranquila) muda somente 38 genes. Estas evidências crescentes implicam na resposta imune com os atuais estudos focados em marcadores imunológicos de proteínas, sendo observado a epigenética (MODY, 2018). As heranças genéticas, que não alteram a sequência de DNA, são pesquisadas na epigenética, como já comentado anterior- mente, um ramo relativamente novo da ciência médica, que explica muitos resultados das práticas integrativas na vida hu- mana. Os praticantes mais antigos das PICs, tanto do Oriente quanto do Ocidente, sempre recomendaram as técnicas, com enfoque preventivo, pois elas atuam no organismo, influencian- do o corpo e a mente. Você sabia que a epigenética explica, cientificamente, os Arquéti- pos? Um arquétipo é uma forma de caracterizar pensamentos ou sentimentos sobre algo, sendo inconsciente. Este é modificado por meio de sua conscientização e percepção, variando de acordo com a consciência individual na qual se manifesta. Com isso, por meio das experiências de nossos pais ou antepassados, mesmo que não tenhamos vivenciado uma determinada situação, reagimos a ela da mesma maneira que nossos progenitores, devido à epigenética. Fonte: adaptado de Jung (2000). Os efeitos da meditação no Sistema Nervoso Central 25UNIDADE 1 A aplicação das PICs em nosso cotidiano influen- cia nossas vidas de maneira positiva, podendo ser vistos os seus benefícios em nossos genes por meio dos estudos na epigenética. No livro do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), citado a seguir, você pode se aprofundar mais sobre o conhecimento dos arquétipos. Com esta leitura, muitos acabam quebrando paradigmas, e a intenção aqui é esta: repensar- mos nossos atos, atividades e maneira de olhar a vida como um todo. Saiba mais em: JUNG, C. G. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Petrópolis: Vozes, 2000. Por meio dos estudos sistematizados, os co- nhecimentos chamados como “sabedoria dos antigos” chegaram a um denominador comum com as novas descobertas, demonstrando que práticas utilizadas em alguns países a milhares de anos, como Tal chi chuan, meditação e outras podem ter efeitos positivos em nosso corpo em algumas disfunções importantes, como a hi- pertensão, sendo uma disrupção para muitos cardiologistas, que passaram a receitar para seus pacientes/clientes práticas como o yoga e a me- ditação como recurso para diminuir o estresse e a pressão arterial. Pesquisadores de vários países, devido às des- cobertas positivas, por meio de ferramentas de alta tecnologia que existe atualmente, dedicam- -se aos estudos dos efeitos das PICs em nosso metabolismo. E agora, neste período da quarta revolução industrial, a inteligência artificial per- mite achados intrínsecos, como pode ser visto nos trabalhos do pesquisador Fahri Saatcioglu, que encontrou alteração genética em seus resultados. O professor Saatcioglu trabalha no departamen- to de biociência molecular da Universidade de Oslo, na Noruega. Ele conseguiu evidenciar, pela primeira vez, por meio do resultado de suas pesquisas, efeitos (terapêuticos) da prática do Yoga sobre o sistema imunológico a nível molecular e a resposta de rela- xamento do sistema nervoso parassimpático. Atual- mente, seu engajamento é sobre os benefícios da prática em pacientes com câncer (POLETTO, 2017). Os benefícios são tantos que existem centros de tratamentos contra o câncer e outras patologias que implantaram a prática de yoga como um dos recursos terapêutico dentro dos vários programas, ofertados nestes espaços. Esta é, definitivamente, uma maneira de acolher o paciente de forma mul- tifatorial (SOUSA; BARROS, 2018). As Práticas Integrativas desde a Antiguidade Nossos ancestrais deixaram registros em cavernas, papiros e outras formas de documentos históricos que nos permitem observar o uso de recursos, como plantas, óleos essenciais, massagens e ou- tras técnicas como formas de tratamentos desde tempos remotos, sendo algumas consideradas milenares, como a medicina tradicional chinesa. Segundo Mattos (2019), a medicina chinesa pode ser considerada uma das técnicas mais an- tigas, de cuidado da saúde do homem, podendo ter surgido até mesmo antes das primeiras es- critas, pois por meio de escavações, foram en- contrados o uso de pedras afiadas como uma agulha, para tratamentos de abscessos e estímulo de áreas do corpo. Shengxing e Gan (2006), em um de seus li- vros, descreve que durante o período neolítico, acelerou o desenvolvimento da medicina local, pois no século III a.C., com o progresso da meta- lurgia, as técnicas são aprimoradas, como a subs- tituição da pedra por metais para confeccionar agulha (bronze, ferro, prata e ouro). 26 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento Figura 8 - Diluição em homeopatia Outro resquício sobre as PICs é encontrado nos livros de Ibn Sina, conhecido como Avicena (980-1037) no ocidente, pois este considerava que para estar saudável era necessário que as condições físicas, emocionais e mentais do in- divíduo estivessem em harmonia com o meio em que vivia (HEGENBERG, 1998). Para Azevedo (1996), este polímata acaba sendo fonte inspiradora para o desenvolvimen- to de florais brasileiros; por meio de sua obra “Cânone da Medicina”, Avicena quebra paradig- mas dos pensadores ocidentais da Idade Média, com as ideias aristotélicas influenciadas pelo pensamento de Platão e foi a base para o co- nhecimento médico durante centenas de anos. A Homeopatia, porém, é considerada uma técnica de tratamento já enunciada por Hipó- crates, no séc. IV a.C., e desenvolvida pelo ale- mão Samuel Hahnemann no séc. XVIII, sendo considerada por Gillman (2018), a modalidade da Medicina Alternativa e Complementar mais antiga da Europa, apesar do autor ressaltar que Da mesma forma que somos, muitas vezes, resis- tentes ou descrentes em relação a possibilidades de cura por meio de alguma técnica de trata- mento, a medicina chinesa também foi desvalo- rizada dentro do seu próprio país devido a uma epidemia que acometeu a população em 1910, na Manchúria, espalhando pneumonia. Assim, o governo imperial inseriu os conhecimentos da ciência ocidental e passou a adotar o modelo oci- dental para a saúde pública, como pode ser lido na íntegra no artigo Medicina chinesa/ acupuntura: apontamentos históricos sobre a colonização de um saber. Disponível em: http://www.scielo.br/ pdf/hcsm/v25n3/0104-5970-hcsm-25-03-0841. pdf. Acesso em: 10 fev. 2020. http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v25n3/0104-5970-hcsm-25-03-0841.pdf http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v25n3/0104-5970-hcsm-25-03-0841.pdf http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v25n3/0104-5970-hcsm-25-03-0841.pdf27UNIDADE 1 não se possa comparar a antiguidade da ho- meopatia com a medicina chinesa ou indiana. Esta prática é originária do grego, homoios (semelhante) + pathos (doença), que se baseia no princípio “semelhante cura semelhante”, sendo comparada pela autora com a prática da vacina, pois estimula os processos de cura do próprio organismo por meio do sistema imunológico, para tratar uma determinada patologia. O médico alemão que criou a Homeopatia iniciou seus estudos sobre a cura de doenças por meio da diluição de substância que produz os sintomas em indivíduos saudáveis, em 1796. Contudo, foi em 1840 que esta prática chegou em nosso país, por meio do médico Benoit Jules Mure. As mãos como antigos recursos terapêuticos Você sabe que o toque com as mãos é um re- curso valioso em várias terapias, permitem, por meio de técnicas, melhorar condições de vida das pessoas. Registros antigos retratam que há mais de 2.500 anos a.C. os egípcios já demons- travam o uso de massagens nos pés em pinturas arqueológicas. Sendo assim, acredita-se que a técnica de reflexologia tenha sido usada, pri- meiro, por esta população e, mais tarde, pelos budistas indianos e os chineses (KEET, 2011; HANG; KUABARA, 2007). Contudo, foi na china que a reflexologia foi mais valorizada, sendo aplicada até os dias de hoje. Os chineses, segundo Hang e Kuabara (2007), deixaram escrituras antigas detalhando o conhecimento sobre a relação dos pontos de reflexão encontrados em partes do corpo, mas o Imperador da nova dinastia Quin (260-210 a.C.) mandou queimar todos os livros antigos. Figura 9 - Aplicação da Técnica de Shiatsu 28 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento Outra técnica de tratamento antiga é a Quiropraxia, desenvol- vida pelo canadense Daniel David Palmer, em 1865, cujo termo significa “prática com as mãos”. Esta técnica, segundo Santos (2008), tem a função de prevenir, diagnosticar e tratar alterações do sis- tema neuromusculoesquelético, por meio da manipulação para desbloquear vértebras. Ainda no século XlX, Andrew Taylor Still desenvolveu outra terapia manual, nomeada como Osteopatia “osso” e pathos, “doença”. Este fundamenta a técnica comparando o corpo humano a uma máquina, que trabalha adequadamente se todos os seus elementos estão trabalhando corretamente (de forma holística), sendo assim, Still acreditava que nós devemos ser tratados como um todo, ou seja, corpo, mente e espírito, utilizando técnicas de mobilização e manipulação articular, bem como de tecidos moles. A osteopatia é uma técnica que pode diagnosticar e tratar utilizando recursos manuais, sendo extremamente importante o conhecimento profundo de anatomia e fisiologia humana, para permitir o reequilíbrio das funções do organismo e do funciona- mento do corpo humano. O Shiatsu também utiliza os recursos das mãos do terapeuta (mais precisamente os dedos), para tratar de seus pacientes/clientes, que realiza pressões com os dedos ao longo do corpo do paciente. É devido a esta forma de aplicação que originou seu nome; no japonês significa shi, “dedos” + atsu, “pressão” (NAMIKOSHI, 1992). Esta técnica surgiu no final do século XIX e início do século XX, segundo Lundberg (1998), sendo desenvolvida por Tamai Tem- peki, que ensinou para o considerado pai da prática moderna de Shiatsu, Tokujiro Namikoshi, ambos japoneses. Ele foi reconhecido oficialmente pelo governo japonês no século XX, sendo construída, por meio das práticas, as tradições filosóficas, marciais e religiosas praticadas na época. A Reflexoterapia, conforme já foi citada anteriormente, utiliza tam- bém a aplicação de pressão realizada com as mãos/dedos do terapeuta nos pés, mãos ou nas orelhas do paciente, que reflete efeito em outra parte do corpo. A técnica foi criada pelo médico americano William Fitzgerald (1872–1942), iniciando a reflexologia a partir de suas ob- servações no Hospital St. Francis de Connecticut (Estados Unidos). Esta etnografia no hospital, realizada por William Fitzgerald, reu- niu informações até então conhecidas. Descobriu a possibilidade do corpo ser dividido em dez zonas verticais, as quais, por sua vez, cor- respondem aos dez dedos dos pés e das mãos - Teoria da Zonoterapia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Connecticut Diante disso, Otani e Barros (2011) relatam que, no mundo, as PICs são usadas a milhares de anos e que, desde a década de 60, percebe-se um grande aumento de profissionais e pacientes, que procu- ram praticar outros modelos de cuidado e cura no Brasil, pensando no indivíduo como um todo. Estas técnicas de tratamento ou práticas integra- tivas são adotadas, muitas vezes, como estilo de vida, devido aos resultados positivos que alcança. Com o passar do tempo, as técnicas usadas para o cuidado da saúde mudaram bastante, se- guindo os costumes e a cultura de cada época, com maiores mudanças a partir do momento em que os homens começaram a documentar e a sis- tematizar os tratamentos, conseguindo observar quando um determinado protocolo estava tendo resultados satisfatórios ou não. A Promoção da Saúde de Forma Participativa e Holística 30 As Práticas Integrativas como Alternativa de Tratamento O Autocuidado e a Corresponsabilidade para o Equilíbrio É importante, como profissionais da saúde, que sejamos precursores da promoção da saúde, ensinando nos- sos pacientes, de maneira simples, como ser o protagonista de sua vida, para alcançar qualidade e bem-estar. O modelo de cuidado com a saúde é o ocidental, biomédico, o qual apresentou fantásticas soluções para problemas da saúde e doença. No entanto, há algumas décadas, tem sido fonte crescente de insa- tisfação da população, devido à sua dicotomia do cuidado e à superespecialização nas diversas áreas da medicina, sem educar a população para a prevenção e qualidade de vida (BARROS, 2002). Nós, profissionais que dedicamos nosso tempo para melhorar, a cada dia, a qualidade de vida da população e dos pacientes que nos procuram, necessitamos de aprimoramento contínuo, pensando em nossos clientes de forma holística e individual, sendo encontrado no mercado diversos cursos para capacitação no seguimento da saúde, beleza e bem-estar. Encontramos, no mercado para o consumo, técnicas, manobras, protocolos e insumos novos (produ- tos, equipamentos e outros), que prometem, muitas vezes, resultados milagrosos, em várias áreas da saúde, sendo necessário que você tenha conhecimento prévio, para não ser induzido ao erro, por pes- soas ou empresas que visam somente lucro, comprando cursos, equipamentos e produtos ineficazes. Meditar é preciso - Mindfulness O autoconhecimento é extremamente importante para o segmento da saúde, pois a melhor pessoa para saber de nossas angústias e dores somos nós mesmos! Fazer reflexões de nosso cotidiano (passado, presente e futuro) permite que tenhamos maior consciência de nossas limitações e potencialidades, permitindo oportunidade para melhorar. Quando falamos em autognose para melhorar a qualidade de vida, podemos indicar para nossos pacientes/clientes e para a nossa prática diária a me- ditação, que é o treinamento da concentração para evitar distrações e focar em metas e objetos das nos- sas vidas, com o intuito em alcançar um estado de clareza mental e emocional. Os pesquisadores classificam a meditação pela forma como os praticantes realizam a concentração e a atenção; esta pode ser descrita das seguintes formas: a Atenção Focada, Monitoramento Aberto (Open Monitoring) e Autotranscendência Automática. Figura 10 - Prática de meditação ao ar livre 31UNIDADE 1 Esta pode ser aplicada ou praticada focando a concentração voluntária em um objeto, podendo ser a respiração, uma imagem, em palavras (mantras), uma parte do corpo, um objeto externo ou uma emoção. Com a prática, a capacidade em manter a atenção no objeto escolhido vai ficando cada vez melhor, diminuindo as distrações. Meditação: Atenção Focada Nesta modalidade de meditação, em vezde focar a atenção em um objeto, deve ser mantido o pensamento aberto. Tudo que passar pela nossa mente durante a prática (lembranças, pensamentos, emoções, sentimentos) ou ao nosso redor, como som, cheiro, vento e outros, devem ser imaginados como são, sem julgamentos. A Mindfulness (traduzida como “atenção ple- na”) é caracterizada como este tipo de meditação. Meditação: Monitoramento Aberto Nesta, a atenção não está focada em nada, ela deve estar em si, com tran- quilidade, sendo chamado de consciência sem escolha, pois o objeto de foco e o processo de acompanhamento durante a prática é apenas uma forma para treinar a mente, para que os estados mais profundos da cons- ciência possam ser descobertos. Para este tipo de meditação, é necessária formação prévia para que a pessoa consiga a concentração. Meditação: Autotranscendência Automática Bem, podemos verificar que a saúde exige a participação ativa de todos os sujeitos envolvidos em sua produção, não só os trabalhadores da área. Devemos conscientizar a população que hábitos inadequados podem acarretar sérios danos para a saúde, elaborando estratégias e ações que visem à melhoria da qua- lidade de vida da comunidade, de forma territorial. Sendo assim, as PICs instrumentalizam as pessoas por meio de ações simples e do baixo custo, empoderando e dando autonomia para o autocuidado. 32 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 1. A tecnologia propiciou, para a profissão da saúde, muitos avanços. Um deles foi a cientificidade em muitas práticas consideradas milenares, como o Yoga que, por meio de comprovações científicas dos seus benefícios, muitos passa- ram a usar esta prática para melhorar a qualidade de vida. Com isso, assinale a alternativa correta. a) O yoga é uma técnica utilizada exclusivamente por adultos. b) Para o yoga realmente trazer benefícios, precisa ser praticado em lugares fechados e sem nenhum barulho. c) É necessário, ao praticar yoga, excluir outras técnicas de tratamentos, para obter benefícios para a saúde. d) A prática de yoga é indicada para diminuir hipertensão arterial. e) Por meio do RX, podemos observar os benefícios do yoga na saúde humana. 2. Foram introduzidas, em nosso Sistema Único de Saúde (SUS), pela Política Nacio- nal de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), por meio de Portarias, várias práticas de tratamentos integrativos. I) Entre as PICs que foram introduzidas no SUS, a Iridologia, a Medicina Tradi- cional Chinesa – Acupuntura, as Plantas Medicinais e a Fitoterapia foram as primeiras. II) Aromaterapia e a Apiterapia fazem parte das técnicas de Imposição de Mãos. III) Constelação Familiar, Cromoterapia e Geoterapia são algumas das PICs que entraram em 2018 para o Sistema Único de Saúde. IV) A técnica de Geoterapia trabalha com recursos naturais, como argilas, ozônio, água e óleos essenciais. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas III está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 33 3. Um dos recursos utilizados desde a antiguidade, como forma de tratamento, é o toque, por meio de massagens. Sendo assim, as nossas mãos e o dedos são instrumentos poderosos para melhorar a qualidade de vida. O Shiatsu é um exemplo. Assinale a alternativa correta. a) É devido à forma de aplicação que originou seu nome; no japonês significa shi, “dedos” + atsu, “pressão” b) A origem do nome é devido à forma de aplicação; no japonês significa shi, “dor” + atsu, “alívio”. c) A origem do nome é devido à forma de aplicação; no chinês significa shi, “dor” + atsu, “alívio”. d) Seu nome foi dado em homenagem ao criador da técnica. e) Todas as afirmativas estão corretas. 4. Dentro das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), encontramos Avicena, o filósofo mais importante e influente na tradição islâmica da era pré-moder- na. Este foi um polímata persa, que também se destacou entre outras áreas, no campo da medicina. Seu principal trabalho, Cânone da Medicina (al-Qanun fi’l-Tibb), continuou a ser utilizado como manual de medicina nas universidades da Europa e no mundo islâmico até o início do período moderno. Sendo assim, cite: o que era necessário para Avicena, para uma pessoa estar saudável? 34 Epigenética aplicada à saúde e à doença: princípios fundamentais baseados em evidências atuais Autor: (Org.) Viviane Rostirola Elsner e Ionara Rodrigues Siqueira Editora: Universitária Metodista IPA Sinopse: em pouco mais de uma década, as ciências biomédicas testemunharam o desenvolvimento de uma instigante área de pesquisa, a epigenética. Definida como o estudo da variação de traços fenotípicos pela ação de fatores externos ou ambientais que afetam a expressão gênica de modo reversível, a epigenéti- ca vem contribuindo para o entendimento de patologias complexas. Este livro apresenta uma introdução à epigenética e descreve avanços em áreas que abrangem efeitos da dieta e do exercício, bem como evidências de fenômenos epigenéticos em patologias respiratórias, neurodegenerativas, transtornos men- tais e obesidade. Assim, a epigenética permite antever seu grande potencial de desenvolvimento científico e de novas ferramentas terapêuticas. LIVRO 35 AZEVEDO, E. Desafios da Naturologia frente à saúde coletiva e a política nacional de práticas integrativas e complementares. In: RODRIGUES, D. M. O.; HELLMANN, F.; DARÉ, P. K.; WEDEKIN, L. M. (orgs). Naturo- logia Diálogos e Perspectivas. Palhoça: Unisul, 1996. BARROS, J. A. C. Pensando o processo saúde doença: a que responde o modelo biomédico? Revista Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 1-11, jan./jul. 2002. BARROS, N. F. de; SIEGEL, P.; MOURA, S. M. de; CAVALARI, T. A.; SILVA, L. G. da; FURLANETTI, M. R.; GON- ÇALVES, A. V. Yoga e promoção da saúde. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19 n. 4, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Na- cional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC-SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006a. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Medicina antroposófica a serviço do ser humano. Revista Brasileira de Saúde da Família. 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Conhecendo as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde: Bioenergética. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Comple- mentares em Saúde. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2018a. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política na- cional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 2. ed., 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2018b. BRASIL. Portaria n° 702, de 21 de março de 2018. Altera a Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC. Diário Oficial da União, Ministério da Saúde, 2018c. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/gm/2018/prt0702_22_03_2018.html. Acesso em: 10 fev. 2020. BRASIL. Portaria n° 849, de 27 de março 2017. Inclui a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circu- lar, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Diário Ofi- cial da União, Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/ prt0849_28_03_2017.html. Acesso em: 10 fev. 2020. BRASIL.Portaria n° 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Com- plementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde, 2006b. Disponível em: http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.html. Acesso em: 10 fev. 2020. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2018/prt0702_22_03_2018.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2018/prt0702_22_03_2018.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0849_28_03_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0849_28_03_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.html 36 CUNHA. T. da. A Emergência da Tradição do Yoga em Florianópolis na década de 1970. 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Segundo Avicena, para estar saudável, é necessário que as condições físicas, emocionais e mentais do indivíduo estejam em harmonia com o meio em que ele viva. 39 40 PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Identificar os tratamentos que tem como ferramenta principal o toque terapêutico manual, para estimular a musculatura e promover o alívio da dor. • Conceituar e entender, como a Osteopatia descreve a os mecanismos de saúde e doença, para aplicar suas técni- cas, normalizando o paciente por meio de seus recursos. • Descrever como a Quiropraxia diagnostica e trata as dis- funções osteoneuromioarticulares para promover a me- lhora de desordens no sistema locomotor. Recursos Terapêuticos manuais Osteopatia Quiropraxia Esp. Vanessa Carolina Arruda de Souza Bernardo Quiropraxia Recursos Terapêuticos Manuais Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) a mais uma unidade. Neste momento, vamos aprender sobre as terapias manuais e como elas podem aumentar a qualidade de vida e bem-estar de um indivíduo. As terapias manuais são aquelas em que sua principal ferramenta são as mãos do te- rapeuta. Esta unidade tem como objetivo conscienti- zar o terapeuta da importância do toque. Vamos chamar de toque terapêutico, para trazer a res- ponsabilidade desta atividade para o profissional. O toque é exclusivamente profissional e necessita de uma série de regras para atender as necessi- dades que uma terapia exige. O toque pode ser aplicado de várias maneiras, como em forma de deslizamento, de pressão ou amassamento, sempre respeitando a anatomia do corpo humano (feito com respeito e amor). Quando os profissionais que trabalham com as terapias manuais executam com a responsa- bilidade que cada técnica exige, normalmente o terapeuta acaba alcançando sucesso no tratamen- to por meio da melhora na qualidade de vida e bem-estar do cliente, por isso, é necessário olhar com seriedade para as terapias manuais. 43UNIDADE 2 Manobras de Massagem De acordo com Cassar (2001), existem várias manobras de massa- gem, cada uma traz uma sensação diferente e com cada uma delas podemos desfrutar de diferentes tipos de benefícios. Com base no autor,vamos ver as principais manobras. Técnicas de deslizamentos: o deslizamento é muito utilizado em todas as técnicas de massagem, geralmente é a primeira manobra aplicada em cada seguimento, ela sempre inicia na extremidade indo em direção a parte superior do corpo (por exemplo: inicia no calcanhar e se estende até o final do glúteo, ou inicia na base da coluna e termina no pescoço). O amassamento se divide em superficial e em profundo, geralmente se inicia com o superficial e evolui para o profundo. O deslizamento pode ser feito com a mão toda (a mão pode variar a posição dos dedos, hora os dedos estão juntos, hora os dedos estão abertos, cada forma de aplicar a mano- bra traz uma sensação diferente para o cliente), e ainda pode ser aplicado somente com os polegares (muito indicado para gorduras localizadas e fibroses). Essa é uma manobra muito apreciada pelo cliente que recebe a massagem, é um toque leve e superficial, como se fosse apenas para espalhar o produto. O deslizamento possui efeito mecânico (de melhorar a circu- lação sanguínea), o efeito reflexo. Os receptores sensoriais dos tecidos superficiais são estimulados pelo deslizamento, refletindo em outras áreas do corpo; isso é possível graças ao sistema ner- voso autônomo, e um exemplo do efeito reflexo é que melhora o peristaltismo, que é a contração muscular intestinal: quando esta está em equilíbrio, o fun- cionamento do intestino é bom. Existe, também, o efeito mecânico/reflexo, nesse caso, o deslizamento favorece o retorno venoso que é o efeito mecânico, o que resulta em uma remoção de agentes inflamatórios da corrente sanguínea, reduzindo a dor. Outra forma de reduzir a dor é quando se tem um edema, quando ele surge, acumula-se fluídos que geram pressão e acionam os nociceptores, que são receptores da dor. A mano- bra traz alívio a essa pressão e, consequentemente, alivia a dor. Este seria o efeito reflexo. Deslizamento superficial: esse é o deslizamento que se inicia a massagem, tanto ajuda a espalhar o produto quanto oferece um tempo para que seu cliente se habitue ao toque. Para essa manobra, aplica-se uma pressão confortável, nem tão leve que seja imperceptível, nem tão pesada que afunde o te- cido. Quando aplicada na pres- são certa, gera o relaxamento por meio do sistema nervoso parassimpático. Deslizamento profundo: para essa manobra, coloca-se a pres- são mais forte, em que se afunda o tecido (mas lembre-se de res- peitar os limites do seu cliente, uns gostam de mais ou menos pressão; os fibromiálgicos ge- Figura 1 - Manobras manuais aplicadas em uma massagem 44 Quiropraxia ralmente não conseguem receber o deslizamento profundo), a pressão maior no tecido faz com que haja uma diminuição das contrações musculares da região massageada, promovendo um maior re- laxamento. A manobra com maior pressão também auxilia no processo de alongar as fáscias superfi- ciais, reduzindo a formação de nódulos. Deslizamento com o polegar: indicada para trabalhar em pequenas áreas, a manobra é feita com a mão em punho, em que os polegares se alternam repetidas vezes no mesmo lugar, muito indicada para regiões de escápula, e para desfazer nó, mantém a manobra até que não se sinta mais o “nó”. Os polegares podem auxiliar quando a in- tenção for: reduzir a dor, redução da fadiga (por aumentar a circulação, promovendo uma maior irrigação sanguínea na musculatura), redução de edema, calor (com a pressão aquece o tecido que facilita o alongamento das fibras colágenas e me- lhora o manuseio do tecido fibrótico). Técnica de compressão: é uma manobra que empenha uma pressão que pode afetar tanto o tecido superficial quanto o profundo. Ela libera aderências (alongando o tecido muscular e fáscia, o que resulta em reverter encurtamentos muscu- lares), reduz edema pelo bombeamento da com- pressão, aumenta a circulação sanguínea, reduz dor e fadiga muscular. A compressão pode ser feita com as mãos (onde se coloca a palma da mão em contato com o tecido e faz o massageamento em forma cir- cular), pode ser feito com os polegares (usa-se apenas uma mão, coloca-se o polegar na região a ser massageada, fazendo movimento circular), por meio da compressão com os dedos (coloca- -se uma mão em cima da outra com os dedos estendidos e com a mesma pressão, fazendo o massageamento em forma circular), e também por intermédio do amassamento, que é muito utilizado pelos terapeutas. O amassamento é aplicado entre os dedos de uma mão e o polegar da outra, e os tecidos são simultaneamente erguidos e retorcidos de leve, no sentido horário ou anti-horário. Depois, a pressão é liberada e a posição das mãos invertida. Desse modo, a manobra é executada com alternância. Ela agrada os terapeutas pelas suas ações de au- mentar a circulação sanguínea, reduzir quadros álgicos, melhorar a circulação linfática, emulsifi- car a gordura corpórea (quando o amassamento é aplicado vigorosamente, ele emulsifica o tecido gorduroso, facilitando a metabolização) e alonga e libera aderências da musculatura e do tecido tegumentar (que auxilia na melhora da pele que apresenta FEG). Técnica de percussão: também é conhecida como tapotagem (que tem origem francesa e significa “pancadas leves”), seu principal efeito é o de causar hiperemia, que é quando causa um aumento da circulação sanguínea em um local até que uma vermelhidão seja percebida visualmente (uma leve vermelhidão). Técnicas de fricção: com a ponta dos dedos ou o polegar, mobiliza-se o tecido com pouco mo- vimento do dedo, o movimento pode ser feito de diversas formas (circular, transversal, linha reta ou ao longo das fibras). Essa manobra apresenta efei- tos como: reduzir calcificações gradativamente, alongamento e liberação de aderências nos tecidos musculares e redução de edema. Técnicas de vibração e agitação: nesta mano- bra, os dedos permanecem estendidos e aber- tos, e faz-se o movimento de vibração sem que os dedos percam o contato com a pele. Essa manobra não faz nenhum tipo de deslizamento e seus efeitos são: aumento do fluxo linfático, redução de edema, contração dos músculos in- voluntários (vicerais), estimulação de órgãos torácicos, alongamento e liberação de aderên- cias musculares. 45UNIDADE 2 O Toque Terapêutico para Tratamento Sendo assim, a massagem terapêutica tem conquistado um amplo espaço e os terapeu- tas estão cada vez mais antenados, não só para ampliar sua oferta, mas também por que as téc- nicas voltadas para o “tratar” agregam valor, aumentando os ganhos financeiros do profis- sional. Para que a massagem possa ser aplicada de forma eficaz e assertiva, o profissional precisa buscar treinamentos e qualificações. Assim, por meio do toque, vai conseguir identificar alterações nas estruturas corporais e restrições musculares (RIGGS, 2009). Por muitos anos, a massagem foi vista como uma técnica cujo objetivo principal era o relaxamento e o desfrutar de um momento tranquilo, geralmente associada a uma classe social com maior poder aquisitivo por ser considerada um “luxo”. Com o decorrer dos tempos, a massagem foi ganhando variações e passou a ter diversas funções, na qual uma delas é tratar o paciente/cliente. Geralmente, os pacientes não conhecem o poder da massagem, por isso cabe ao terapeuta conhecer as técnicas e apresentá-las, mostrando seus benefícios e como elas podem auxiliar na saúde e bem-estar do indivíduo (RIGGS, 2009). Massagem é uma palavra de origem grega e significa amassar. Ela é um recurso terapêutico que auxilia em vários tratamentos, influencia positivamente o físico e a mente. Seus recursos são trabalhados com diferentes manobras, ritmos e pressão, cada um focado para um objetivo específico. As massagens ainda contam com as associações que possibilitam potencializar os resultados, por exemplo: aromaterapia ou a cromoterapia. Fonte: adaptado de Brandão (2007). Queixas Musculares que Podem ser Tratadas com Massagens Dor crônica: segundo Kopfe Patel (2009), a massagem é indicada para o alívio da dor pelo fato de que suas manobras melhoram a circulação sanguínea e o retorno linfático (aumentando a chegada de sangue oxigenado na musculatura, promovendo o relaxamento e o alívio da dor), além de diminuir os níveis de cortisol e adrena- lina, que são nocivos para a musculatura e para o organismo, quando estão sendo produzidas em maior quantidade que o necessário para o corpo. Dor lombar: geralmente esta é causada pela rigidez muscular (devido a vários fatores, como as posturas inadequadas, ganho de peso e estres- se), e persiste por mais de três meses consecutivos. Altman e Ellsworth (2012) apontam que as disfun- ções que mais se beneficiam com o toque terapêutico são as dores crônicas. Os locais e os tipos de descon- forto mais comuns que os pacientes relatam são as dores nas costas, na região lombar, nos pés (fascite plantar), nos ombros, dores de cabeça de cunho ten- sional, fibromialgia, lesões esportivas, entre outras. Com esta gama de alaridas, você, enquanto profissional da saúde, pode perceber como pode ser ampla a sua atuação terapêutica e, principal- mente, o tamanho do impacto que suas mãos po- dem causar na vida de seus clientes. A seguir, serão apresentadas as massagens mais indicadas para cada tipo de dor. 46 Quiropraxia Neste caso, o terapeuta deverá trabalhar com a manipulação das vértebras, pois estudos apon- tam que essa técnica isolada ou associada à liberação miofascial tem um resultado mais positivo em clientes com lombalgia. Uma grande parte dos clien- tes submetidos a este tratamen- to relatam melhoras, tais como: alívio da dor, melhora na ampli- tude do movimento articular e melhora da qualidade de vida e bem-estar (ANGELI, 2019). Cefaleia tensional: de acordo com Morelli e Rebelatto (2007), as dores de cabeça podem ser consideradas como uma pa- tologia multifatorial, que está diretamente relacionada com os problemas emocionais, na maioria dos casos, ou devido às desordens musculares. Estudos indicam que, nestes casos, o me- lhor tratamento é a aplicação de massagem suave na musculatura cervical e as técnicas que indu- zem ao relaxamento do cliente. Fibromialgia: o paciente fi- bromiálgico é um indivíduo que pode apresentar alta sensibilida- de ao toque, por isso a importân- cia de tratá-lo sempre com cau- tela, investigando os seus limites. Técnicas relaxantes, massagens suaves e técnicas como o Reiki (imposição de mãos) são as mais indicadas (GONDIN; ALMEI- DA, 2018). Principais Técnicas de Massagem para Tratar a Dor Nos dias atuais, uma grande parte da população está insatisfeita com os tratamentos que se baseiam no consumo de remédios (alopatia), por sempre seguirem o mesmo ciclo: dor → medicamento → alívio momentâneo → retorno da dor. Esse ciclo vicioso (quase como o tão famoso ciclo da dor, espasmo, dor) tem feito as pessoas buscarem maiores informações sobre outros recursos para melhorar a qualidade de vida. Ao procurarem outras alternativas, a medicina atual (por meio dos resultados das pesquisas) direciona a sociedade aos benefícios que as técnicas de tratamentos integrativos e complementares trazem ao homem. A seguir, estão citadas as principais técnicas de massagem, uti- lizadas para alívio e tratamento da dor, que serão mais exploradas em outro momento: • Massagem Ayurvédica (abhyanga). • Massagem Desportiva. • Massagem com liberação miofascial. • Shiatsu. • Massagem Sueca. • Quiropraxia. • Reflexologia Podal. • Quick Massage. Figura 2 - Dor muscular 47UNIDADE 2 Ações Fisiológicas da Massagem para a Dor A dor muscular é comum na vida dos indivíduos, e geralmente ocorre quando há uma tensão no músculo ou em grupos musculares (contração exagerada), o qual não recebe a irrigação sanguí- nea adequada, comprometendo a nutrição e oxi- genação deste tecido e, em alguns casos, levando ao encurtamento do músculo (ORSI, 1985). Nos episódios de encurtamento muscular, quando se aplica uma massagem, ocorre o au- mento do comprimento do músculo, evita a for- mação de aderências e fibroses e há o aumento da oxigenação e nutrição do tecido. Com base na apostila do curso de massote- rapia do Governo do Estado do Ceará (2010), é possível perceber como a massagem pode auxiliar no alívio da dor e aumentar a qualidade de vida e bem-estar do indivíduo. Perceba como é ampla a ação da massagem: • Efeitos na circulação sanguínea: a mas- sagem estimula o fluxo sanguíneo; com as manobras de leve pressão, é possível promover uma dilatação temporária nos capilares e as pressões mais intensas pro- movem a dilatação dos capilares por um maior tempo; isso quer dizer que há uma maior irrigação sanguínea, que auxilia na nutrição e oxigenação do tecido, facilita a troca do meio celular, auxilia na elimina- ção dos resíduos do metabolismo e do gás carbônico. • Efeitos nos ossos e articulações: ossos fra- turados dependem de uma boa circulação sanguínea para que o crescimento do te- cido ósseo possa acontecer, como a mas- sagem promove esse aumento do aporte sanguíneo, ela age de forma indireta no auxílio para a cicatrização dessa fratura. Efeitos da massagem para a dor - Teoria das comportas O sinal recebido do toque e da pressão chega até a medula espinal (Sistema Nervoso Central) e im- pede que a informação da dor chegue primeiro. A informação álgica é transmitida por fibras de pequeno calibre, enquanto as dos mecanoceptores são conduzidas por fibras calibrosas. Desta forma, os impulsos nervosos viajam mais rapidamente até a medula espinal, inibindo sensação de dor. Os efeitos inibidores da dor acontecem quando a repetição constante da mesma manobra, lenta e suave, leva à acomodação, por aumentar o limiar de percepção do novo estímulo. Assim, o tono muscular é reduzido, o espasmo muscular é aliviado e, consequentemente, a dor também. O efeito mais generalizado da massagem é, efetivamente, “descontrair o corpo e a mente”, aliviando a tensão. Este efeito calmante e tranqui- lizante tem ajudado os pacientes que apresentam ansiedade, pois ocorre uma estimulação no aumen- to da produção de endorfinas (neuro-hormônio). A origem do nome desta substância, “endo” (interno) e “morfina” (analgésico), já nos remete o poder de ação que ela tem sobre nosso organismo. Produzida pela glândula hipófise, que se locali- za na região do hipotálamo, mais precisamente no tálamo, esta substância química encontra, no cérebro, propriedades tranquilizantes e analgési- cas, sendo considerada um hormônio antiestresse, cuja função é aliviar a dor e a tensão (GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, 2010). A Responsabilidade do Toque Normalmente, quando o indivíduo busca as téc- nicas de massoterapia, chega na clínica relatando queixas sérias, e isso traz fragilidade ao paciente, 48 Quiropraxia sendo necessário um amparo competente, por meio de um profissional qualificado para atendê-lo. Essa é uma preocupação que você, futuro(a) terapeuta, pre- cisa ter, entendendo a respon- sabilidade que é ter o corpo e a mente de uma pessoa em suas mãos. Conhecer e compreender as ações fisiológicas promovi- das pela massagem no corpo do seu cliente é fundamental. O toque terapêutico precisa ser responsável, então vale lembrar a você que é preciso: • Conhecer a anatomia e fisiologia do corpo. • Fazer uma boa avaliação e manter a sua ficha sem- pre atualizada. • Entender o problema do seu cliente. • Buscar sempre se aper- feiçoar e acompanhar as evoluções das técnicas e as novas descobertas feitas na área de saúde e bem-estar. Um terapeuta qualificado pode e irá auxiliar na melhora da qualidade de vida e bem-estar de seu cliente. Seja você tera- peuta integrativa, esteticista ou podóloga, saiba que suas mãos tem o poder de mudar vidas, contudo com muita responsa- bilidade. 49UNIDADE 2 De acordo com Almeida et al. ([2020]), a osteo- patia é o que faz o diagnóstico manual das dis- funções que acomete a mobilidade articular
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