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Livro Bolsa de Valores

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Bolsa de valores para médicos • 1
Invista em ações de forma simples, obtenha 
rendimentos acima da média do mercado e o 
mais importante: sem deixar de ser médico
Francinaldo Lobato Gomes
Francisco Vaz Guimarães Filho
Bolsa de valores 
para médicos
R i o d e J a n e i r o - 2 0 1 1
Francinaldo Lobato Gomes
Francisco Vaz Guimarães Filho
Invista em ações de forma simples, obtenha 
rendimentos acima da média do mercado. E o mais 
importante! sem deixar de ser médico
Bolsa de valores 
para médicos
Este livro é dedicado a todos os médicos que, como nós, 
trabalham duro para conquistar a independência financeira.
São Paulo
Av. Santa Catarina, 1.521 - Sala 308 - Vila Mascote - São Paulo - SP - (11) 2539-8878
Rio de Janeiro
Estrada do Bananal 56 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - RJ - (21) 2425 8878 
www.editoradoc.com.br
contato@editoradoc.com.br
Coordenador editorial
Bruno Garcia
Revisão
Bruno Aires e Flávia Custódio
Capa
Bernardo Winitskowski
Diagramação
Danielle V. Cardoso
Gomes, Francinaldo Lobato & Guimarães Filho, Francisco Vaz 
Bolsa de Valores para Médicos / Francinaldo Lobato Gomes & Francisco Vaz 
Guimarães Filho – Rio de Janeiro: Editora DOC, 2011. 1ª edição - 140p.
ISBN 978-85-62608-36-0 
1. Bolsa de Valores para Médicos . I. Gomes, Francinaldo Lobato. II. Guimarães 
Filho, Francisco Vaz 
CDD-658.15
Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução ou duplicação deste volume, no todo ou em 
parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia ou 
outros), sem permissão expressa do autor. Direitos reservados ao autor.
Agradecemos primeiramente a Deus que nos inspirou a escrever este livro e que nos mostrou o caminho rumo à independência financeira. Agra-
decemos, também, às nossas famílias pela paciência, aos nossos professores e 
mestres da medicina, bem como a todos os nossos colegas médicos.
Agradecemos, em particular, aos médicos Fernando Guimbra Simões Co-
elho, Matheus Donnard Guimarães e Manoel Antônio de Paiva Neto pela pa-
ciência em ler nosso livro e pelas valiosas sugestões. Também gostaríamos de 
agradecer ao nosso amigo e parceiro Walter Borba Júnior, odontólogo e inves-
tidor talentoso, que abriu nossos olhos e mostrou as imensas oportunidades 
existentes nos momentos de crise.
Agradecemos, em especial, ao Gustavo Cerbasi pela leitura desta obra e 
por compartilhar conosco parte de sua experiência na área de economia, pelos 
conselhos e pelas sugestões feitas.
Agradecimentos
Dr. Francinaldo Lobato Gomes é médico formado pela Universidade Fede-ral do Pará, mestre em neurociências pela Universidade Federal do Pará 
e neurocirurgião especialista em neurocirurgia de epilepsia formado pela Uni-
versidade Federal de São Paulo. É membro da Sociedade Brasileira de Neuroci-
rurgia. Trabalha como neurocirurgião em hospitais públicos e privados de São 
Paulo e participa da Unipete (Unidade de Investigação, Pesquisa e Tratamento 
de Epilepsias) da Universidade Federal de São Paulo. Atua como investidor 
autônomo desde 2007, tendo feito cursos sobre o mercado financeiro, análise 
técnica, mercado à vista e mercado de opções. Atualmente investe, principal-
mente, no mercado de opções por meio da venda coberta e operação de taxa, 
obtendo rendimento acima da média de mercado.
Dr. Francisco Vaz Guimarães Filho é médico formado pela Universidade de 
Pernambuco e neurocirurgião especialista em neurocirurgia de tumores hipo-
fisários e neuroendoscopia pela Universidade Federal de São Paulo. É membro 
da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Trabalha como neurocirurgião em 
hospitais públicos e privados de São Paulo. Atua como investidor autônomo 
desde 2007, tendo feito cursos sobre o mercado financeiro, análise técnica, 
mercado a vista e mercado de opções. Atualmente investe, principalmente, no 
mercado de opções por meio da venda coberta e operação de taxa, obtendo 
rendimento acima da média de mercado.
E-mails dos autores:
francinaldogomes2008@hotmail.com
vazguimaraes.neuro@gmail.com
Sobre os autores
Aviso importante
O investimento em ações é classificado como renda variável. Não é renda fixa. Portanto, não há como saber previamente qual será o 
ganho ou o prejuízo. Isto dependerá, fundamentalmente, do modo como 
cada investidor utiliza suas ferramentas.
O objetivo deste livro é mostrar aos colegas médicos algumas das 
maneiras de utilizar o mercado de ações para obter rendimento mensal 
acima da média de mercado. 
As técnicas aqui apresentadas são estudos que resultaram de análise técnica 
baseada em comportamentos passados, não havendo garantia de acertos futu-
ros, muito menos recomendações de compra e venda.
Recomenda-se que qualquer pessoa faça seu primeiro investimento 
em ações apenas quando tomar ciência dos riscos inerentes a qualquer 
tipo de operação financeira.
O próprio investidor é quem decidirá onde, quando e o quanto investir. Os 
autores não se responsabilizam por nenhum resultado, seja positivo ou negativo, 
obtido pelos leitores, em razão dos conceitos e estratégias contidos neste livro.
Prefácio
Doutor! Doutor! Estuda tanto, salva vidas, sabe cada detalhe do corpo humano mas, na hora de cuidar do seu dinheiro, duramente ganho nas 
noites mal dormidas e na pressão do minuto que salva uma vida, parece que 
voltou aos tempos da sangria e dos cirurgiões barbeiros.
Já é quase uma tradição os médicos não cuidarem adequadamente do seu 
dinheiro e dos seus investimentos. Isso há 30 ou 40 anos, quando os médicos 
eram extremamente bem remunerados, não causava tantos problemas. Hoje, 
com a queda expressiva do rendimento médio dos médicos e os enormes gas-
tos no fim da vida, concomitante com a piora das aposentadorias, é imperativo 
que os médicos aprendam a investir adequadamente o seu dinheiro.
E digo mais: ninguém, repito, NINGUÉM pode cuidar do seu dinheiro. Nor-
malmente (para não dizer sempre) alguém que cuida do seu dinheiro estará ape-
nas cobrando muito caro para cuidar pior do que você. Está na hora de aprender. 
Não é complicado. E este livro vem preencher essa lacuna para os médicos que 
leem tanto livros para ajudar os outros. Agora leiam este para ajudar a si mesmo. E 
melhor, aos seus pacientes também, porque um médico preocupado com dinhei-
ro e contas não atende tão bem quanto um médico com tranquilidade financeira.
Eu, como médico, que passei a trabalhar no mercado financeiro, conheço bem 
as duas áreas, mas bem mais valor têm os doutores Francinaldo e Francisco, que 
a despeito de tanto conhecimento de mercado, permanecem labutando na saúde 
e demonstrando que é possível vencer nos investimentos mesmo sendo médico. 
Este livro abre as portas do mercado financeiro e em especial da bolsa de valores 
aos médicos e, porque não, a qualquer um que queira dar os primeiros passos.
Doutor, já está na hora de aprender que existe vida além do fundo de renda 
fixa e da previdência privada. Aproveite a oportunidade que este livro oferece 
e adentre, MAS COM CUIDADO, como o livro tão bem alerta, o fantástico 
mundo da bolsa de valores e, acima de tudo, sobrevivam neste mundo.
Espero sinceramente que a melhora da sua saúde financeira reflita em me-
lhora da saúde dos seus clientes e, além disso, na melhora de qualidade de 
vida para você e sua família!
Mauricio Hissa - Bastter 
Apresentação
A melhor pessoa para cuidar do seu dinheiro é você mesmo. Só você sabe o que passou e do que teve que abrir mão para ganhar seu suado dinheiri-
nho. Portanto, ninguém melhor do que você para cuidar dele. E cuidar signifi-
ca fazer com que seu dinheiro se multiplique. Escolha um terreno fértil, plante 
muitas sementes de dinheiro, cuide bem delas e verá que elas irão se tornar 
árvores frutíferas. Este livro tem a pretensão de mostrar todas estas etapas.
Saber a melhor hora para comprar ou vender uma ação; saber montar e 
gerenciar uma carteira de ações de forma a obter remuneração diferenciada 
sem se expor a demasiado risco. São dúvidas que pairam sobre os investidoresem renda variável, em particular o pequeno investidor e o investidor iniciante. 
Como qualquer novo aprendizado, o investimento em renda variável exige 
dedicação, planejamento, disciplina e conhecimento.
Ao conversar com muitos colegas médicos, observamos o quanto era difícil para 
eles entender o funcionamento do mercado de ações. Também percebemos que 
muitos médicos sequer tinham ideia dos benefícios deste tipo de investimento. Al-
guns até tentam (ou tentaram) investir por conta própria (seguindo dicas de outros 
profissionais), porém acabaram tendo prejuízo por conta da falta de conhecimento 
e, então, desistiram. De certa forma, criaram aversão ao mercado acionário.
Esta observação motivou a criação deste livro para mostrar aos colegas 
médicos que o investimento em ações é uma forma eficiente e segura de re-
munerar o patrimônio. Isso mesmo! Eficiente e segura! Desde que o investidor 
saiba o que está fazendo.
O objetivo é mostrar aos leitores, de forma simples e clara, que é possível obter 
rendimento mensal acima do que é oferecido pela maioria dos investimentos atu-
almente existentes sem deixar de ser médico e sem deixar de exercer a medicina. 
Isso não significa que seja fácil ganhar dinheiro investindo em ações e que se con-
seguirá fortuna da noite para o dia. Quem procura o mercado financeiro achando 
que ganhará dinheiro fácil e rápido, certamente perderá. Assim como ninguém se 
torna médico de um dia para o outro, bem como nenhum médico ganha experi-
ência profissional em poucos meses, para se tornar um bom investidor, o médico 
precisa aprender, aperfeiçoar-se, crescer e amadurecer como investidor. Só assim 
ele será capaz de obter bons rendimentos de forma consistente. Portanto, este livro 
representa o primeiro passo de uma jornada infindável.
Embora este livro destine-se aos profissionais médicos, ele pode ser utili-
zado e aproveitado por profissionais de outras áreas. No entanto, a profissão 
médica tem particularidades que, em muito, se assemelham ao cotidiano do 
mercado financeiro. Em primeiro lugar, o médico lida diariamente com a in-
certeza, o que também ocorre com as operações no mercado de renda variável. 
Em segundo lugar, o médico lida com pessoas que tem emoções; o mercado fi-
nanceiro é constituído de pessoas que agem de acordo com suas emoções. Em 
último lugar, o médico trabalha seguindo um plano de ação previamente es-
tabelecido, o que também é benéfico no mercado financeiro. A capacidade de 
lidar com a incerteza e o controle emocional são ingredientes essenciais para 
o sucesso no mercado financeiro. O investidor tem que ser frio, não se deixar 
levar pela emoção, deve agir com a razão e cumprir um plano previamente 
determinado. Nós, médicos, já trazemos estes atributos em nossa bagagem e já 
os utilizamos no dia a dia de nossa profissão, mesmo que inconscientemente.
Outra característica da profissão médica é que ela não nos deixa muito tempo 
livre para fazer outras coisas. Quando se fala em investimento em ações, pensa-se 
imediatamente que o investidor tem que ficar o dia todo em frente à tela de um 
computador olhando as oscilações nos preços das ações. Isso afugenta muitos 
profissionais que não dispõem de tempo livre, dentre eles os médicos. É claro que 
há profissionais que adotaram o mercado financeiro como profissão e vivem do 
mercado ou, pelo menos, dedicam grande parte do seu tempo a ele. Neste livro 
mostraremos que o mercado financeiro oferece boas oportunidades de ganho para 
quem quer remunerar o capital, sem viver da bolsa de valores. Isso é perfeitamente 
possível e, ao contrário do que se possa imaginar, não demanda muito tempo.
A experiência adquirida ao longo dos anos mostrou que é possível ser mé-
dico, ter a medicina como profissão e fonte de renda e, ainda assim, usar o 
investimento em ações para remunerar o capital acumulado com segurança e 
sem comprometer as outras atividades, obtendo rendimentos acima da média 
de mercado. Logicamente, isso exige estudo, dedicação, disciplina, paciência 
e tolerância. E o resultado, certamente, compensará.
Caros doutores, sejam bem vindos à bolsa de valores. 
Sumário
Parte I - noções geraIs e Planejamento fInanceIro 15
caPítulo 1 - o mercado de ações 17
Introdução 17
Por que investir em ações? 18
Um pouco de história 20
Conceitos básicos 24
Organização do mercado de renda variável no Brasil 27
Tributação 28
Compra e venda de ações 30
caPítulo 2 - o médIco e a bolsa de valores 37
Introdução 37
O que há em comum? 37
Falta de tempo - um problema? 39
Dicas aos investidores 40
 
caPítulo 3 - Planejamento fInanceIro: o PrImeIro Passo 43
Introdução 43
Será mesmo que você trabalha para você? 44
Ingredientes para abundância financeira 46
Como organizar suas finanças 48
Planilha orçamentária e disciplina. E agora? 50
Planejamento financeiro também é educação 54
Uma síntese final 55
Parte II - começando a InvestIr em ações e 57
gerencIamento de rIsco 
caPítulo 4 - análIse fundamentalIsta: como selecIonar boas 
emPresas 59
Introdução 59
Ferramentas 60
O que procurar 60
Quanto vale a ação? 65
caPítulo 5 - análIse técnIca: comPrar ou vender? 69
Introdução 69
O preço 70
O tempo 71
Gráficos 71
Teoria de Dow 72
O candlestick 74
Topos, fundos e tendências 75 
O fim de uma tendência 76
Suporte e resistência 78
Estudo dos candles 80
Gaps 87
Indicadores (análise técnica computadorizada) 89
Projeção de tendências - linhas de fibonacci 98
Requisitos de um bom investidor 102
Escolher ou unir? Combine as análises fundamentalista e técnica 103
caPítulo 6 - o médIco e o mercado à vIsta 105
Exemplo 1. Comprado em BBDC4 106
Exemplo 2. Comprado em BTOW3 (B2W Varejo) 107
Exemplo 3. Comprado em GOAU4 (Gerdau Metalúrgica) 108
Exemplo 4. Comprado em BRTO4 (Brasil Telecom) 109
EXEMPLO 5. Comprado em OGXP3 (OGX Petróleo) 110
caPítulo 7 - gerencIamento de rIsco: Proteja seu caPItal 111
Introdução 111
Formas de gerenciar risco 112
Com quanto devo começar? 116
Parte III - construção e remuneração de uma carteIra de ações 117
 
caPítulo 8 - o médIco e o mercado de oPções: 
a arte de lucrar com a queda da bolsa 119
Introdução 119
Conceito e história 120
Tipos de opções 121
Séries de opções 122
Particularidades do mercado de opções 123
Opções europeias versus opções americanas 124
Dissecando o prêmio da opção 125
O dia do exercício 127
Fatores que determinam o valor do prêmio 128
Modelo de Black & Scholes para precificar opções 129
Ações que permitem operar opções 131
Por que as opções? 131
Compra de opções versus venda de opções 133
Estratégias combinando ações e opções - venda coberta 134
Rolagem 137
Estratégias combinando compra e venda de opções - travas 138
Parte Iv - começando de fato 143
caPítulo 9 - Palavras fInaIs 145
E agora, doutores? 145
bIblIografIa 147
sItes 148
Parte I - Noções gerais e planejamento financeiro • 15
Antes de ser médico você precisa escolher ser médico. Da mesma forma, ter independência financeira é uma questão de escolha.
No capítulo 1 serão apresentadas as noções básicas que todo investidor pre-
cisa ter para se familiarizar com a bolsa de valores. Você aprenderá os termos 
técnicos usados diariamente no mercado de ações. Também aprenderá sobre os 
órgãos reguladores do mercado financeiro brasileiro, sobre as regras de tributa-
ção e verá como fazer para comprar e vender ações no mercado à vista.
O capítulo 2 mostra o que a profissão médica tem em comum com o mer-
cadode ações. Você verá que o médico já tem certa vantagem em relação aos 
profissionais de outras áreas. Além disso, você perceberá que a “falta de tempo” 
não é impeditivo para o investimento em ações.
O capítulo 3 é de extrema importância. Sem planejamento financeiro, não so-
bra dinheiro para investir. O alcance da independência financeira requer a mu-
dança de certos hábitos. Você verá, ainda, o quanto é importante a educação finan-
ceira dos seus filhos, para que eles tenham um futuro financeiro tranquilo.
Parte I
Noções gerais e 
planejamento financeiro
“Quem não sabe o que procura, não entende o que encontra”. 
 Claude Bernard
Capítulo 1 - O mercado de ações • 17
“A bolsa de valores não é um cassino, ou a loteria esportiva, em que 
as pessoas podem, se derem sorte, multiplicar seu dinheiro do dia para a 
noite. A bolsa é, antes de tudo, uma oportunidade de se tornar sócio de 
empresas e participar de seus lucros no longo prazo. Por isso, o investi-
mento em bolsa é de longo prazo e se ajusta ao objetivo de construir uma 
poupança para a aposentadoria.”
Marcelo Guterman. 
Introdução
Bolsas de valores são locais onde se negociam ações de empresas de capital 
aberto, além de índices futuros, opções, títulos e commodities. Essa negociação 
é feita durante o chamado pregão (horário de funcionamento das bolsas). A 
abertura do pregão da bolsa de valores de São Paulo (BM&F Bovespa) inicia 
às 10 horas e o fechamento ocorre às 17 horas, de segunda à sexta feira exce-
to feriados. Quando tem início o horário de verão, o pregão é adiantado em 
uma hora (abertura às 11 horas e fechamento às 18 horas) para ficar em linha 
com as bolsas de valores americanas. Vale ressaltar que, após o fechamento do 
pregão, por período de cerca de uma hora, algumas ações ainda podem ser 
negociadas no chamado aftermarket, segundo regras específicas (ver adiante 
neste capítulo).
O mercado de ações
caPítulo 1
18 • Bolsa de valores para médicos
Por que investir em ações?
Antes de começar a estudar o mercado de ações é importante colocarmos as 
vantagens que o investimento em ações proporciona. Conhecendo estas vantagens 
e percebendo como o investimento em ações poderá mudar sua vida, você ficará 
muito mais empolgado em assimilar as técnicas apresentadas ao longo deste livro.
Com a criação do Plano Real em 1994 o Brasil obteve controle da in-
flação e esta tem se mantido em níveis abaixo de 5% ao ano. Por conta 
deste controle, o investimento apenas em renda fixa deixou de propor-
cionar retornos extraordinários, embora a renda fixa ainda seja uma boa 
opção. Só para se ter uma ideia, antes da estabilização econômica brasi-
leira, a juros de cerca de 25% ao ano, um investidor demorava cerca de 
três anos para dobrar o patrimônio usando o investimento em renda fixa. 
Com a queda dos juros da economia para taxa de cerca de 12% ao ano, 
atualmente são necessários mais de seis anos para dobrar o patrimônio 
com investimento apenas em renda fixa. Isso sem descontar a inflação do 
período, os impostos e as despesas com taxa de administração.
Com este cenário, como fazer para obter rendimento diferenciado, isto 
é, acima da média de mercado? É aí que entra o investimento em ações. To-
das as pessoas que investem em ações, fazem-no com o objetivo de poten-
cializar seus ganhos ao longo do tempo. Historicamente, o investimento 
em ações, quando feito de forma correta e reinvestindo os lucros, apresen-
ta retorno superior às aplicações em renda fixa no longo prazo.
Mesmo no Brasil, em que a taxa de juros ainda se mantém em patamares 
elevados, as ações de muitas companhias bateram com folga o retorno do CDI 
(taxa de juros praticada entre os bancos e que serve de referência para as apli-
cações em renda fixa).
Assim, para objetivos de investimentos de longo prazo, como apo-
sentadoria, por exemplo, e para a diversificação de seus investimentos, 
possuir uma parcela de suas aplicações em ações costuma ser uma boa 
estratégia. É a fatia investida em ações que, no longo prazo, poderá pro-
porcionar retornos maiores do que as aplicações em renda fixa, aumen-
tando o retorno de sua carteira de investimento ao longo dos anos.
De que forma o rendimento diferenciado obtido com o investimento em 
ações poderá mudar a sua vida, caro leitor? Bom, investindo em ações, você 
poderá antecipar sua independência financeira. Suponhamos que você deseje 
investir R$2 mil mensais para acumular um patrimônio de R$1 milhão. É um 
valor bastante simbólico.Todo brasileiro gostaria de ter o seu. Também, este 
valor investido de forma adequada poderá gerar renda suficiente para propi-
ciar a independência financeira ou, pelo menos, dar tranquilidade financeira.
Se você optar pelos fundos de investimento com base no CDI, você 
conseguirá um ganho real de cerca de 0,4% ao mês (após descontada a in-
flação, os impostos e a taxa de administração). Com esta taxa e investindo 
R$2 mil mensais, você levará cerca de 23 anos para acumular o patrimônio 
de R$1 milhão. Caso você decida investir em tesouro direto, poderá conse-
guir taxa um pouco maior, na ordem de 0,6% ao mês de ganho real. Com 
esta taxa, o tempo necessário para acumular R$1 milhão cai para 19 anos. 
Isto é o máximo que você irá conseguir com a renda fixa.
Após ler este livro e assimilar as estratégias de investimento em ações, você 
verá que, de forma bastante conservadora, poderá conseguir ganhos bem acima da 
média de ganhos obtidos com a renda fixa. Se você conseguir ganho real mensal de 
1,4%, investindo R$2 mil mensais, o tempo necessário para acumular R$1 milhão 
será de cerca de 12 anos. Isso mesmo, 12 anos! É como se você ganhasse entre 7 e 
11 anos de vida com independência financeira. Imagine o que é possível fazer com 
todo esse tempo disponível e, ainda, com independência financeira! E você não 
precisará abrir mão de exercer a medicina para conseguir bons resultados.
Concordamos que investir em renda fixa é simples, não demanda tempo nem 
muito aprendizado, uma vez que você paga para o gerente bancário investir o seu 
dinheiro. Por outro lado, para investir em ações de forma segura, você terá que 
dedicar algum tempo aprendendo sobre o funcionamento do mercado de ações e 
sobre as estratégias de investimento. Este livro tem pouco mais de 150 páginas e o 
conteúdo dele dará a você, leitor, as ferramentas para antecipar sua independên-
cia financeira em cerca de 11 anos (investindo R$2 mil mensais, com retorno de 
1,4% ao mês). Não há dúvida que vale a pena dedicar algumas horas de sua vida 
aprendendo sobre investimento em ações para ganhar alguns anos de vida com 
independência financeira e tranquilidade no futuro.
Considerando que o retorno financeiro da profissão médica costuma vir 
tardiamente, para alcançar a independência financeira e poder usufruir dela, 
o médico precisa utilizar formas de investimento que propiciem maiores re-
tornos no menor intervalo de tempo possível, de forma consciente e sem se 
expor a demasiado risco. Nesse contexto, o mercado de ações é uma ótima 
alternativa para alcançar tal objetivo.
Ao prosseguir na leitura deste livro, gostaríamos que você o encarasse 
como um instrumento através do qual você ganhará alguns anos de tranqui-
lidade para usufruir da maneira que achar melhor. Queremos que este livro 
Capítulo 1 - O mercado de ações • 19
20 • Bolsa de valores para médicos
represente para os leitores o que um copo com água gelada representa para 
alguém que está perdido num deserto.
Um pouco de história
Antes de surgirem as bolsas de valores, a negociação de cotas de empresas e 
outros títulos era feita nas ruas, com muita gritaria e pouquíssimo conforto. Foi 
na cidade de Bruges, na Bélgica, que surgiu a primeira sede de uma bolsa de va-
lores do mundo em 1487. Com o passar dos tempos surgiram outras bolsas de 
valores. Em 1690, foi inaugurada a sede da Bolsa de Londres. Em 1792 surgiu a 
Bolsa de Valores de Nova York, em Wall Street, rua onde já se negociava títulos e 
outros papéise que acabou sendo imortalizada pela associação à bolsa.
No Brasil, em 1845 surgiu a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. A Bolsa de 
valores de São Paulo surgiu logo após a proclamação da República, em 1890. 
Nessa época, as cotações eram registradas com giz em um quadro negro. Hoje, 
ironicamente, os frequentadores da bolsa chamam esta época de “Idade da Pe-
dra”. A partir do ano 2000 todas as negociações feitas pelas bolsas brasileiras 
foram unificadas na cidade de São Paulo. As cotas de cada bolsa foram incorpo-
radas, criando uma bolsa única, a Bovespa. 
A BM&F Bovespa S.A. (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros) foi criada em 
2008 com a integração entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a Bolsa 
de Valores de São Paulo (Bovespa). Após a capitalização da Petrobrás, concluída 
em setembro de 2010 (a maior já feita no mundo), a BM&F Bovespa passou a ser 
a segunda maior bolsa do mundo em valor de mercado, perdendo somente para 
a bolsa de Hong Kong. No cenário global, em que acompanhar a velocidade das 
transformações torna-se um diferencial competitivo, a BM&F Bovespa apresenta 
atraentes opções de investimento com custos de operação alinhados ao mercado.
Em 1997 foi implantado o sistema de negociação eletrônica Mega Bolsa, abo-
lindo a necessidade do pregão presencial. Daí em diante a imagem marcante de 
corretores gritando e correndo atrás de um bom negócio ficou para trás. Esse inves-
timento em tecnologia ajudou a agilizar, em muito, as negociações na Bovespa. O 
aumento de velocidade gerou aumento de negociações. Na época do pregão presen-
cial, eram feitas cerca de 1.200 operações comerciais por dia. Hoje, a média é de 150 
mil operações por pregão. Para se ter uma ideia, cada ordem de compra ou venda 
dura menos de um segundo (a média é 0,62 segundo!) para ser finalizada. No final 
da década de 90 foram implantados os serviços de homebroker e aftermarket.
Essa melhora tecnológica associada à estabilidade da economia brasileira con-
quistada a partir de 1994 com o plano real, permitiram que os pequenos investi-
Capítulo 1 - O mercado de ações • 21
dores pessoa física tivessem acesso à BM&F Bovespa, uma vez que não se fez mais 
necessário estar fisicamente presente no pregão. Isso fica claro com o aumento do 
número de investidores pessoas físicas investindo na Bovespa. Em 1989, esse in-
vestidor representava apenas 3% do total de negociadores. Em 2007, cerca de 20% 
dos negociadores tinham o perfil de pequeno investidor. Além disso, muita gente 
tem investido indiretamente nas bolsas quando, por exemplo, coloca seu dinheiro 
em determinado fundo de investimento oferecido pelos bancos de varejo ou con-
trata um plano de previdência privada.
O Índice Bovespa (iBov) foi criado em 1968 para medir a “temperatura” das 
negociações da BM&F Bovespa. Ele expressa as variações de preço das ações das 
principais empresas de capital aberto que negociam suas ações na BM&F Bovespa e 
que representam cerca de 80% do montante negociado diariamente na instituição. 
O valor base do iBov foi de 100 pontos em 02 de janeiro de 1968. A sua base con-
tinua a mesma até hoje e, atualmente, o índice gira em torno de 66 mil pontos.
Os papéis que contribuem para formar a carteira teórica do Ibovespa são revis-
tos e atualizados a cada quatro meses. No mês de março de 2011 foi divulgada a 
nova carteira teórica do Ibovespa, composta dos seguintes papéis (tabela 1):
Tabela 1. Composição da carteira teórica do Ibovespa atualizada em 25/03/2011. 
Fonte site da BM&F Bovespa (www.bovespa.com.br).
PETR4
VALE5
OGXP3
ITUB4
BVMF3
PETR3
USIM5
BBDC4
GGBR4
VALE3
BBAS3
PDGR3
CSNA3
ITSA4
CIEL3
PETROBRAS PN EJ
VALE PNA
OGX PETROLEO ON
ITAUUNIBANCO PN
BMFBOVESPA ON
PETROBRAS ON EJ
USIMINAS PNA EJ
BRADESCO PN
GERDAU PN
VALE ON
BRASIL ON EJ
PDG REALT ON
SID NACIONAL ON
ITAUSA PN
CIELO ON
267,09695173167
154,67212783231
166,52839974065
67,81611096401
197,82569807523
65,99341686981
101,20054179911
61,47439631223
91,34071480867
33,82808012319
61,51458650707
165,47778163132
55,80533779882
109,38519323650
76,65770161491
11,244
10,741
4,847
3,698
3,260
3,200
3,010
2,881
2,732
2,647
2,614
2,254
2,173
1,967
1,572
Ação/tipo QuAnt. teóricA pArt. rel.%
11,244
21,985
26,832
30,530
33,790
36,990
40,000
42,881
45,613
48,260
50,874
53,128
55,301
57,268
58,840
pArt. Acum.%
22 • Bolsa de valores para médicos
Continuação tabela 1. Composição da carteira teórica do Ibovespa atualizada em 25/03/2011. Fonte site 
da BM&F Bovespa (www.bovespa.com.br).
RDCD3
BRFS3
GFSA3
CYRE3
FIBR3
CMIG4
MMXM3
MRVE3
LREN3
RSID3
TCSL4
JBSS3
ALLL3
LAME4
TNLP4
HYPE3
PCAR5
VIVO4
SANB11
BRAP4
ELET3
NATU3
ECOD3
CCRO3
AMBV4
ELET6
GOLL4
REDECARD ON
BRF FOODS ON
GAFISA ON
CYRELA REALT ON
FIBRIA ON
CEMIG PN
MMX MINER ON
MRV ON
LOJAS RENNER ON
ROSSI RESID ON
TIM PART S/A PN
JBS ON
ALL AMER LAT ON
LOJAS AMERIC PN INT
TELEMAR PN
HYPERMARCAS ON
P.ACUCAR-CBD PNA
VIVO PN
SANTANDER BR UNT EJ
BRADESPAR PN
ELETROBRAS ON
NATURA ON
ECODIESEL ON
CCR SA ON
AMBEV PN
ELETROBRAS PNB
GOL PN
41,29703758354
30,72780069565
90,20044018787
58,82197982560
33,83429152640
27,72905707730
83,92474229544
59,92604511688
13,21692855186
48,95159163324
99,94669758007
117,19286338087
48,85191178755
49,30131523079
23,73789166233
30,32191797109
9,48991839337
9,34927831104
30,01634523376
13,94428070161
23,21693168943
12,23187576135
613,87218248903
11,45477196873
11,84556069292
16,43367001497
22,53801503940
1,449
1,382
1,371
1,301
1,292
1,226
1,207
1,169
1,033
1,032
1,027
1,016
0,976
0,973
0,969
0,935
0,899
0,887
0,872
0,868
0,847
0,836
0,799
0,798
0,786
0,744
0,737
Ação/tipo QuAnt. teóricA pArt. rel.%
60,289
61,671
63,042
64,343
65,635
66,861
68,068
69,237
70,270
71,302
72,329
73,345
74,321
75,294
76,263
77,198
78,097
78,984
79,856
80,724
81,571
82,407
83,206
84,004
84,790
85,534
86,271
pArt. Acum.%
Capítulo 1 - O mercado de ações • 23
Ação/tipo QuAnt. teóricA pArt. rel.% pArt. Acum.%
Continuação tabela 1. Composição da carteira teórica do Ibovespa atualizada em 25/03/2011. Fonte 
site da BM&F Bovespa (www.bovespa.com.br).
TAMM4
CSAN3
USIM3
BISA3
GOAU4
ELPL4
EMBR3
MRFG3
CPLE6
CESP6
LIGT3
BRKM5
DTEX3
KLBN4
LLXL3
CPFE3
UGPA4
BTOW3
PRTX3
CRUZ3
BRTO4
SBSP3
TNLP3
TRPL4
TMAR5
TCSL3
TLPP4
TAM S/A PN
COSAN ON
USIMINAS ON EJ
BROOKFIELD ON
GERDAU MET PN
ELETROPAULO PN
EMBRAER ON
MARFRIG ON
COPEL PNB
CESP PNB
LIGHT S/A ON
BRASKEM PNA
DURATEX ON
KLABIN S/A PN
LLX LOG ON
CPFL ENERGIA ON
ULTRAPAR PN
B2W VAREJO ON ES
PORTX ON
SOUZA CRUZ ON EDB
BRASIL TELEC PN
SABESP ON
TELEMAR ON
TRAN PAULIST PN
TELEMAR N L PNA
TIM PART S/A ON
TELESP PN ED
15,19666239051
18,97337337324
16,18053762612
58,38215377238
19,76608334811
13,60041200647
32,97304503566
33,05097856713
10,16592351471
14,99228070957
14,33768183939
19,31733862587
23,17090681002
58,81300697170
75,39026934851
7,39633003585
12,15804130902
13,96194159987
75,39026934851
16,41795142420
20,65129489031
4,94889027798
5,01111011341
2,58886419678
2,47346353855
15,13749586440
2,63638376111
0,729
0,720
0,718
0,708
0,699
0,696
0,688
0,660
0,658
0,633
0,601
0,584
0,569
0,539
0,519
0,491
0,486
0,457
0,420
0,414
0,400
0,328
0,254
0,196
0,191
0,186
0,153
87,000
87,720
88,438
89,146
89,845
90,541
91,229
91,889
92,547
93,180
93,781
94,365
94,934
95,473
95,992
96,483
96,969
97,426
97,846
98,260
98,660
98,988
99,242
99,438
99,629
99,815
99,968
24 • Bolsa de valores para médicos
 
Conceitos básicos
Ação – Representa a menor parte negociável de uma empresa de capi-
tal aberto (sociedade anônima – S.A). O detentor de ações torna-se sócio 
da empresa, tendo participação no lucro ou no prejuízo. As empresas 
lançam ações no mercado com o objetivo de obter capital para atividades 
de ampliação ou investimento em infra-estrutura.Para a empresa isto é 
mais vantajoso do que recorrer a empréstimo bancário. A abertura de ca-
pital é feita por meio da oferta pública inicial de ações (IPO – Initial Pu-
blic Offer) e envolve o cumprimento de uma série de requisitos adminis-
trativos, sendo fiscalizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Ações preferenciais e ordinárias. No Brasil há dois tipos principais 
de ações: as ações preferenciais (PN) e as ordinárias (ON). O detentor de 
ações preferenciais tem prioridade no recebimento de proventos da empresa 
(dividendos, juros sobre o capital e bonificações), porém, não tem poder de 
voto nas reuniões do conselho empresarial, não participando das decisões 
que são tomadas na empresa. Já o detentor de ações ordinárias tem poder 
de voto e participa das decisões do conselho, mas não tem preferência no 
recebimento de proventos. As ações PN costumam ter mais liquidez (mais 
negociadas) do que as ON, já que os detentores de ações ON raramente se 
desfazem de suas ações para continuarem tendo poder de voto.
A nomenclatura das ações obedece uma regra própria. Primeiramente de-
signa-se a empresa com quatro letras seguido do número 3 para as ON e 4 
para as PN. Assim, a sigla PETR4 significa ações preferenciais da Petrobrás; a 
sigla LAME4 significa ações preferenciais das lojas americanas; a sigla VALE3 
significa ações ordinárias da vale; BBSA3 significa ações ordinárias do Banco 
do Brasil e assim sucessivamente. Estas siglas são chamadas de tickers. No site 
da BM&F Bovespa (www.bovespa.com.br) estão listadas todas as empresas 
que têm ações negociadas, separadas por setores de atuação. Para comprar e 
vender ações, usa-se as siglas e não o nome da empresa. Vale lembrar, ainda, que 
existem variações dentro desta classificação, porém elas tem pouca importância 
no cotidiano do investidor e influenciam pouco na tomada de decisões.
Lotes de ações. As ações são negociadas em lotes múltiplos de 100. As-
sim, se uma ação PETR4 custa R$32,80, um lote de 100 ações custará (32,80 
x 100) R$3.280. Para comprar número menor que 100 ações, utiliza-se o 
mercado fracionário, onde é possível comprar de uma a 99 ações. Quando 
o preço da ação é muito baixo, na casa dos centavos, elas são negociadas em 
lotes múltiplos de 1 mil ou 10 mil para facilitar o cálculo.
Capítulo 1 - O mercado de ações • 25
Split e Inplit. Split (desdobramento) é uma estratégia usada por algu-
mas empresas para aumentar a liquidez de suas ações quando a cotação 
das mesmas fica muito elevada, prejudicando a entrada de novos investi-
dores pessoa física. Suponha que a ação de uma dada empresa esteja sen-
do cotada a R$120; portanto, um lote padrão de 100 ações custaria R$ 
R$12 mil, o que é uma quantia considerável para o pequeno investidor. 
Com o split na proporção 1:3, o preço da ação cairia para R$40. Assim, 
um lote custaria R$4 mil o que é um valor mais acessível. O detentor de 
100 ações desta empresa, após o split, passaria a ter 300 ações, com o fi-
nanceiro permanecendo o mesmo (R$12 mil). Os splits mais comuns são 
feitos nas proporções 1:2, 1:3 e 1:4. 
Inplit (grupamento) é o processo inverso do split. Também serve para 
melhorar a liquidez e o preço dos ativos quando estão sendo cotados a 
preços muito baixos. Por exemplo, se uma dada empresa tem suas ações 
negociadas a R$1, um lote padrão de 100 ações custará R$100. Então, a 
empresa decide em assembleia, pelo grupamento na proporção de 5:1. 
Com isso, cinco ações passam a ser negociadas pelo preço de uma, no valor 
de R$5. Antes do inplit, o detentor de mil ações possuía o valor de R$1 mil. 
Após o inplit, este investidor passará a ter 200 ações no valor de R$5 cada, 
portanto, totalizando R$1 mil. Repare que, tanto no split quanto no inplit, 
o financeiro não muda, mudando, apenas o número de ações.
Empresa de capital aberto – É uma sociedade anônima cujo capital social 
é formado por ações livremente negociadas no mercado sem necessidade de 
escrituração pública de propriedade (por parte da pessoa física compradora). 
Commodity – Termo em inglês que significa mercadoria negociável. 
Ex. petróleo, minério de ferro, café.
Leilão de abertura e leilão de fechamento. Denomina-se leilão de 
abertura (ou call de abertura) o período compreendido nos minutos que 
antecedem a abertura das negociações na BM&F Bovespa, em geral nos 15 
minutos que antecedem a abertura do pregão. O leilão de fechamento (call 
de fechamento) é o período compreendido nos minutos finais de negocia-
ção (em geral, 15 minutos antes do fechamento) e utilizado para determi-
nados ativos. Ambos os leilões tem por objetivo fazer com que a abertura e 
o fechamento do preço das ações sejam processadas de forma transparente. 
Existem regras específicas para a realização dos leilões de abertura e de 
fechamento que podem ser consultadas em manuais no site da BM&F Bo-
vespa (www.bovespa.com.br). Ao final dos leilões é obtido o preço teórico 
de abertura e fechamento das ações negociadas durante o pregão.
26 • Bolsa de valores para médicos
Homebroker. Termo em inglês que significa corretora em casa. O ho-
mebroker permite a negociação de ações via internet. Ele está interligado ao 
sistema Mega Bolsa da BM&F Bovespa, permitindo o envio de ordens de com-
pra e venda de ações por meio do site da corretora. Para usar o homebroker é 
necessário ser cliente de uma corretora que disponha deste sistema.
Aftermarket. É o nome de um serviço oferecido aos investidores pela 
BM&F Bovespa. O nome aftermarket veio em virtude de que as aplicações po-
dem ser efetivadas em horário após o fechamento do pregão principal quando 
os investidores ainda podem enviar ordens de compra e venda e realizar negó-
cios pelo homebroker. Em linhas gerais, o after Bovespa nada mais é do que um 
horário extra de funcionamento da bolsa. Ele possibilita aos investidores que 
não tem como acompanhar o mercado durante o horário comercial, comprar e 
vender ações durante este horário extra. As negociações durante o aftermarket 
são feitas de forma semelhante ao pregão normal, sujeitas, apenas, a algumas 
restrições, como veremos a seguir. O aftermarket inicia às 17h30 com a fase de 
pré-abertura que vai até as 17h45. Neste intervalo poderão ser canceladas as 
ofertas de compra e venda registradas no período regular. Das 17h45 às 19h 
ocorre a fase de negociação. Com o horário de verão, a fase de pré-abertura vai 
das 18h30 até as 18h45, e das 18h45 até as 19h30 ocorre a fase de negociação. 
As restrições que ocorrem no aftermarket são as seguintes:
1)Limite máximo de operações de R$900 milhões por CPF;
2)Não é possível negociar opções;
3)Só poderão ser negociadas as ações que foram negociadas no pregão diurno;
4)Os preços negociados não podem sofrer variação superior a 2% em 
relação ao fechamento do pregão normal. Ex. Se, ao término do pregão, 
uma dada ação fechou a R$50, ela não poderá ser negociada, no afterma-
rket, a preço inferior a R$49 ou superior a R$51.
Governança corporativa. É um sistema pelo qual as empresas de ca-
pital aberto são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas, cotistas, 
Conselho de Administração, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As 
empresas que se comprometem, voluntariamente, com a prática de gover-
nança corporativa fazem parte de um segmento chamado Novo Mercado. 
Estas empresas assinam um contrato comprometendo-se a cumprir uma 
série de regras que vão além do que é exigido pela legislação brasileira. As 
regras do Novo Mercado ampliam os direitos dos acionistas e melhoram 
a qualidade das informações fornecidas pelas companhias. Há dois níveis 
de governança corporativa: o nível 1 e o nível 2. As empresas nível 2 
comprometem-se com o chamado tag along, no qual, em caso de venda do 
Capítulo 1 - O mercado de ações • 27
controle da empresa, os acionistas receberão, no mínimo, 80% do valor de 
suas ações. Para maiores detalhes sobre governança corporativa, consulteo site da BM&F Bovespa (www.bovespa.com.br).
Organização do mercado de renda variável no Brasil
O mercado de renda variável brasileiro é composto de órgãos normati-
vos, órgãos reguladores e/ou fiscalizadores e órgãos participantes. Existem 
muitas instituições públicas e privadas que atuam de diversas formas, po-
rém, neste livro, falaremos apenas daquelas que estão diretamente ligadas ao 
mercado de ações.
Os órgãos normativos estabelecem as diretrizes gerais para a atuação dos 
órgãos reguladores. Sua função é normatizar as atividades dos entes a eles 
subordinados, sendo as normas geralmente elaboradas no âmbito dos órgãos 
reguladores e sujeitas à aprovação dos órgãos normativos. O órgão norma-
tivo de interesse para o mercado de ações é o Conselho Monetário Nacional 
(CMN). O CMN é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional. Dentre 
as funções do CMN estão zelar pela liquidez e solvência das instituições 
financeiras, regular o valor interno e externo da moeda, orientar a aplica-
ção dos recursos das instituições financeiras públicas e privadas, propiciar o 
aperfeiçoamento das instituições financeiras, dentre outras.
Os órgãos reguladores regulamentam as normas expedidas pelos órgãos 
normativos e propõem a adoção de regras para o melhor funcionamento 
de todas as entidades participantes do mercado financeiro. As entidades 
reguladoras dos entes que compõem o sistema financeiro nacional são o 
Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
O BC, também conhecido como “banco dos bancos” edita normas a 
respeito dos limites de risco aos quais as instituições podem ficar expostas. 
Nesse contexto, estão inseridos os limites relativos ao risco de mercado 
e ao risco de volatilidade das taxas de juros, que causam impacto direto 
sobre a posição que os bancos e outros participantes podem apresentar 
quanto à aplicação em ativos prefixados. 
A CVM é uma autarquia federal que fiscaliza o mercado de valores mobi-
liários emitidos por sociedades anônimas que negociem seus títulos com o 
público. Ela tem a função de assegurar o funcionamento regular e eficiente das 
bolsas de valores, de mercadorias e futuros e de instituições auxiliares que ope-
ram nestes mercados. É a CVM que fiscaliza as companhias de capital aberto.
28 • Bolsa de valores para médicos
Dos órgãos participantes, citamos a BM&F Bovespa onde são negocia-
dos os ativos das empresas de capital aberto.
A CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) é a instituição 
responsável pelos serviços de guarda centralizada, compensação e liquidação 
das operações realizadas nos mercados da BM&F Bovespa (mercado à vista, 
derivativos, balcão organizado, renda fixa privada, etc.). Estes serviços foram 
desenvolvidos em uma estrutura moderna e confiável, alinhada às melhores prá-
ticas e recomendações internacionais, cujas inovações são consequências do com-
promisso da CBLC com o desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro. 
O conhecimento da CBLC é importante por dois motivos. Em primeiro 
lugar, todas as vezes que você comprar ou vender ações, além da corretagem 
paga, a CBLC recolhe um percentual sobre o montante negociado em cada 
operação. Assim, além do cálculo da corretagem (ver adiante), deve-se con-
tabilizar este valor no custo da operação, tanto na compra quanto na venda. 
O outro motivo consiste no fato de que quando se compra ações via deter-
minada corretora, esta atua somente como intermediária na operação. As 
ações compradas ficam custodiadas na CBLC, vinculadas ao CPF do cliente. 
Assim, caso a corretora saia do mercado, o investidor não tem como perder 
as ações que possui. Ele pode apenas transferi-las para outra corretora, já 
que a custódia das mesmas não está na corretora e sim na CBLC.
Tributação
Tal como ocorre com qualquer atividade comercial em nosso país, as 
operações realizadas no mercado financeiro estão sujeitas à tributação 
com relação ao imposto de renda. No entanto, diferente do que ocorre 
com outras atividades comerciais, o mercado de renda variável possui 
regras próprias para a arrecadação do imposto. Vejamos como é feito.
Todo o cálculo do imposto a ser pago, a geração do DARF (Documento 
de Arrecadação da Receita Federal) e o seu pagamento são de respon-
sabilidade do investidor. Para que não haja equívocos nem confusão na 
hora de declarar o imposto, o investidor deverá manter a contabilidade 
de todas as suas operações. Algumas corretoras oferecem assistência ao 
investidor na hora de fazer o cálculo como forma de agradar o cliente, 
mas elas não são obrigadas a fazê-lo. 
Se necessário, você poderá contratar um contador para fazer esta con-
tabilidade. No entanto, com o mínimo de organização e disciplina você 
Capítulo 1 - O mercado de ações • 29
será capaz de fazer, por si só, toda a contabilidade. Basta manter o registro 
completo de todas as operações. Apenas com este registro você saberá se 
terá que pagar imposto e o quanto terá que pagar.
A arrecadação do imposto deverá ser feita mensalmente. O período de 
arrecadação vai até o último dia útil do mês que sucede o mês declarado. 
Por exemplo, se você vai declarar os ganhos obtidos no mês de junho, terá 
até o ultimo dia útil de julho para pagar o imposto sem a incidência de 
multa (código DARF 6015). Caso o prazo seja perdido, você poderá fazê-
lo a qualquer momento, porém incindirá multa sobre o valor.
Ao comprar qualquer quantidade de ações, você não paga imposto de 
renda. O imposto só será pago quando as ações forem vendidas com lucro 
e num valor maior do que R$20 mil mensais, exceto para as operações 
de day trade (compra e venda no mesmo dia). O imposto incidirá sobre o 
lucro líquido (após descontadas as despesas com corretagem e taxas opera-
cionais). A alíquota será de 15% para as operações de swing trade (compra 
e venda em dias diferentes), sendo que 0,005% do imposto é retido na 
fonte como antecipação; e de 20% sobre as operações de day trade, com 
1% retido na fonte como antecipação.
Se você tiver prejuízo em um dado mês, poderá abater o valor do 
prejuízo na declaração do mês subsequente. Por exemplo, se no mês de 
junho você teve prejuízo de R$1 mil e no mês de julho teve lucro líquido 
de R$1,5 mil; o imposto será pago sobre R$500 após descontadas todas 
as despesas. Mais uma vez, você deverá manter a contabilidade de todas 
as suas operações para saber se teve lucro ou prejuízo. 
As operações de swing trade e day trade são vistas de forma indepen-
dente pela Receita Federal. O recolhimento dos impostos, bem como o 
abatimento dos prejuízos, são feitos de forma independente para cada tipo 
de operação. Você não poderá abater o prejuízo de uma operação day trade 
de um lucro obtido em uma operação swing trade e vice versa.
Dentre os proventos pagos pelas empresas, os dividendos são isentos de 
tributação porque a empresa já pagou o imposto antes de distribuí-los. O va-
lor mínimo exigido por lei que uma empresa deve distribuir como dividen-
dos é 25% do seu lucro. O juro sobre o capital é tributado em 15%, retido 
na fonte. A bonificação em ações consiste na distribuição gratuita de novas 
ações aos acionistas em número proporcional às já possuídas. O direito de 
subscrição é o direito dado ao acionista de adquirir novo lote de ações, ten-
do preferência na subscrição, em quantidade proporcional às já possuídas, 
em vigência de aumento de capital da empresa.
30 • Bolsa de valores para médicos
Quando você decidir vender parte de sua carteira de ações com lucro, 
o imposto é calculado sempre do lote que custou mais caro para o que 
custou mais barato. Por exemplo, digamos que o investidor possui mil 
ações, das quais 500 custaram R$35 cada; 300 custaram R$32 cada e 200 
custaram R$31 cada. Ele decide vender 600 ações a R$38 cada. O impos-
to a ser pago será sobre o valor de R$1,5 mil (lucro das 500 ações que 
custaram R$35) mais R$600 (lucro de 100 ações que custaram R$32), 
totalizandoR$2,1 mil descontadas as despesas.
Com base no que foi exposto a respeito da tributação das operações de 
compra e venda de ações, duas considerações fazem-se necessárias.
Em primeiro lugar, você deve manter sempre um bom registro de to-
das as suas operações. Isto não só facilita na hora de calcular o imposto, 
como contribui para o amadurecimento e consolidação da disciplina que 
todo investidor deve ter. Os registros podem ser sempre visitados e revi-
sados para que o aprendizado se solidifique.
Em segundo lugar, sempre que precisar vender ações de sua carteira, 
procure vender valores mensais inferiores a R$20 mil e fique isento do 
pagamento de imposto de renda.
Compra e venda de ações
A compra e venda de ações na BM&F Bovespa é feita via corretora de 
valores. As corretoras disponibilizam uma plataforma de negociação on-line 
chamada de homebroker (corretora em casa), por meio da qual você acom-
panha o pregão em tempo real e emite as ordens de compra e venda via 
internet. Você deverá abrir conta em uma corretora e transferir o valor que 
deseja investir. A transferência pode ser feita via DOC ou TED, dependendo 
do valor. Há corretoras vinculadas a bancos, não exigindo transferência de 
valores se o investidor já possuir conta corrente no banco.
Para fazer esta intermediação, bem como para prestação de outros 
serviços, a corretora cobra a taxa de corretagem. Algumas corretoras co-
bram, também, uma taxa de custódia de ações. Atualmente, devido à 
competitividade entre as corretoras, são raras as que cobram taxa de 
custódia. A grande maioria cobra apenas a corretagem. Pesquise se a taxa 
de custódia é cobrada antes de abrir sua conta.
Embora haja uma tabela padrão de corretagem determinada pela BM&F 
Bovespa (tabela 2), a grande maioria das corretoras cobra taxa de corretagem 
Capítulo 1 - O mercado de ações • 31
fixa, independente do valor da operação. O preço varia de corretora para corre-
tora, mas costuma girar entre R$5 e R$20 por ordem executada. Assim, ao 
executar a compra e a venda, pagam-se duas corretagens.
Tabela 2. Tabela de corretagem variável.
% Fixo (r$)
0 a R$ 135,06
R$ 135,06 a R$ 498,62
R$ 498,62 a R$ 1.514,69
R$ 1.514,69 a R$ 3.029,38
Acima de R$ 3.029,38
0
2,0
1,5
1,0
0,5
2,7
0
2,45
10,06
25,21
VAlor dA operAção
A escolha da corretora é muito importante e você não deve olhar ape-
nas para o valor da corretagem. Informe-se sobre os serviços prestados 
pela corretora, tais como: orientações sobre o mercado, análise gráfica e 
fundamentalista, qualidade do homebroker, cursos on-line, ferramentas de 
análise, serviço de atendimento ao cliente, orientação sobre o imposto de 
renda, opinião de especialistas entre outros. É importante verificar se a cor-
retora permite operações no mercado de derivativos (mercado de opções), 
pois algumas corretoras restringem estas operações ao pequeno investidor. 
Você deve averiguar quais os canais de acesso à mesa de operações. Por 
exemplo, na impossibilidade de emitir ordens pela internet, a corretora 
deve possibilitar o envio de ordens via telefone e fax. 
Obtenha o máximo de informação sobre a corretora antes de abrir a 
conta. Se puder conversar com outro investidor que já usa os serviços da 
corretora, será de grande valia. No site da BM&F Bovespa (www.bovespa.
com.br) estão listadas todas a corretoras credenciadas. Escolha a corre-
tora mais adequada às suas necessidades de investimento.
Após escolher a corretora, você deverá fazer o cadastro. Para isto, 
deverá providenciar uma série de documentos exigidos. Com o cadastro 
feito e a conta criada, faz-se o depósito da quantia em dinheiro que se 
pretende investir. Podem ser feitos depósitos a qualquer momento. Se 
você precisar resgatar algum valor, poderá fazê-lo desde que tenha saldo. 
O valor sairá da conta na corretora e será creditado na conta bancária. 
Uma vez que o valor esteja disponível em sua conta na corretora, você 
poderá fazer, então, as operações de compra e venda das ações. 
32 • Bolsa de valores para médicos
Uma das maiores vantagens ao investir por meio de corretoras é a total 
liberdade na escolha das ações e da hora exata para comprar e vender. Isto 
permite que você invista de acordo com sua própria opinião. Mas cuidado! 
Essa total liberdade de ação pode fazer com que você comece a agir de forma 
indiscriminada uma vez que não há ninguém para fiscalizá-lo. Não se trata de 
um jogo! É o seu dinheiro que pode ser perdido. Você é seu próprio fiscal.
Embora algumas corretoras informem sobre as melhores alternativas de 
compra e venda, a decisão é de você, investidor. Tenha cuidado com as corre-
toras que incentivam compras e vendas com muita frequência pois isto pode 
ser uma maneira de a corretora receber mais corretagens com as operações. 
Escolha as ações com cuidado e evite ficar negociando a todo momento. O 
importante não é operar sempre, mas sim, operar bem. 
A liquidação das operações no mercado à vista é feita pela Companhia 
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). O valor da compra é debitado 
na conta do comprador na corretora e as ações são creditadas em custódia. 
Ambos os processos (pagamento e entrega de títulos) ocorrem no terceiro dia 
útil após a negociação (D+3). Para a compra e venda de opções sobre ações, a 
liquidação ocorrerá no dia útil seguinte à operação (D+1).
Além da taxa de corretagem cobrada pela corretora sobre cada operação de 
compra e venda, você pagará, ainda, as taxas operacionais (emolumentos e taxa 
de liquidação) cobradas pela BM&F Bovespa e pela CBLC, totalizando 0,035% do 
valor financeiro da operação para swing trade e 0,025% do valor financeiro para 
day trade. Assim, ao comprar ações paga-se a corretagem mais 0,035% do valor da 
operação; se vender as mesmas ações no mesmo dia (day trade), paga-se a corre-
tagem mais 0,025% do valor da operação. Se a venda ocorrer do dia seguinte em 
diante (swing trade), paga-se a corretagem mais 0,035% do valor da operação. Se 
a venda for maior que R$20 mil no mês e com lucro, paga-se 15% de IR sobre o 
lucro, após descontadas todas as despesas com corretagem e taxas operacionais.
Com a conta aberta na corretora e o dinheiro disponível, é hora de navegar 
pela página da corretora. Procure pelo livro de ofertas para ver como estão se 
comportando as ofertas de compra e venda. O livro está organizado em colu-
nas. A coluna da esquerda contém as ofertas de venda, em ordem decrescente 
de valor (venda mais cara para a mais barata) e a coluna da direita, as ofertas 
de compra em ordem crescente de valor (compra mais barata para a mais 
cara). Alguns livros trazem, ainda, a quantidade de ações disponíveis para 
venda e a quantidade requerida para compra, o código da corretora interessa-
da em vender ou comprar (Figura 1).
32 • Bolsa de valores para médicos
 Bolsa de valores para médicos • 33
Procure pelo link “ordens”, clique no link e aparecerá a página de operações 
(Figura 2). Nesta página haverá os seguintes campos:
Código. Você deve informar o código da ação que deseja comprar. Este código 
é o ticker já visto anteriormente. Ex. PETR4, BBSA3, LAME4.
Quantidade. Informe quantas ações deseja comprar. Você poderá escolher lo-
tes de 100 ações ou poderá comprar no mercado fracionário, de uma a 99 ações.
Preço. Escolha o preço que deseja pagar (compra) ou receber (venda) 
pelas ações.
Validade. Você escolhe por quanto tempo deseja que a ordem permaneça vá-
lida. Pode valer apenas para um dia ou pode valer por um prazo maior.
Capítulo 1 - O mercado de ações • 33
Figura 1. Livro de ofertas para as ações VALE5 e PETR4.
Figura 2. Ordem de compra para VALE5 e ordem de venda para PETR4.
34 • Bolsa de valores para médicos
Tipos de ordem. Escolha o tipo de ordem.
1) Ordem de mercado. Você escolhe a ação e a quantidade, mas não o 
preço. A ordem será executada imediatamente pelo preço de mercado. É a 
ordem que tem maior chance de ser executada. Costuma ser escolhidapor 
investidores em pânico para vender ou que estão eufóricos para comprar.
2) Ordem limitada. Você escolhe o ativo, a quantidade e o preço. Ela só 
será executada se o preço for igual ou melhor do que o preço escolhido.
3) Ordem administrada. Você escolhe o ativo e a quantidade. O preço 
fica por conta da corretora. É pouco usada.
4) Ordem On-Stop. Este tipo de ordem é usada para proteger o inves-
tidor no caso de uma reviravolta nos preços. O investidor escolhe dois pre-
ços: um preço de disparo e outro preço de exercício (Figura 3). A ordem só 
será executada se o preço de exercício for atingido. Se o preço de disparo 
for atingido, a ordem passa a funcionar como uma ordem limitada. Pode 
ser usada tanto para a compra quanto para a venda de ações. É o tipo de 
ordem mais indicada para os investidores que não conseguem acompanhar 
o pregão durante todo o período porque ela pode ser programada e envia-
da à corretora na noite anterior ao pregão. 
Figura 3. À esquerda, ordem tipo on-stop para compra de ações VALE5. Observe a cotação atual 
(R$48,34) e os preços de disparo (R$48,38) e de compra (R$48,43) bem como a validade da 
ordem. À direita, ordem de venda tipo on-stop para as ações PETR4. Observe a cotação atual 
(R$28,70) e os preços de disparo (R$28,55) e de venda (R$28,50) bem como a validade da 
ordem. Em ambas as ordens, se o preço de disparo não for atingido, a ordem perderá a validade 
ao término do pregão e deverá ser feita novamente para o dia seguinte. Se o preço de disparo for 
atingido, a ordem só será executada se for atingido o preço de compra ou venda.
 Bolsa de valores para médicos • 35
Exemplo: o preço de uma dada ação fechou o pregão valendo R$32. 
Após analisar esta ação, você decide comprá-la apenas se seu valor su-
perar R$32,60. Como no dia seguinte você poderá não dispor de tempo 
para acompanhar o pregão, você envia a ordem on-stop com preço de dis-
paro de R$32,65 e preço de exercício de R$32,7 na noite anterior ao pre-
gão, com validade de um dia. Se, durante o pregão, o preço da ação subir 
e atingir o preço de disparo (R$32,65), a ordem será enviada à BM&F 
Bovespa, mas só será executada se o preço da ação atingir R$32,7 (preço 
de exercício). Caso o preço de exercício não seja atingido, a ordem per-
derá a validade e você deverá enviar uma nova ordem durante a noite. 
Pode ocorrer de a ordem ser disparada e não ser executada durante o 
pregão normal, podendo ser executada durante o aftermarket. Se a ordem 
não tiver sido disparada, após o término do pregão normal ela perderá a 
validade e não poderá mais ser executada durante o aftermarket. 
Para a venda o processo é semelhante, porém o preço de disparo será 
maior que o preço de venda. Suponhamos que você esteja comprando em 
ações de uma dada empresa. Esta ação fechou, no pregão de hoje, a R$25,5. 
De acordo com sua análise, se o preço fechar abaixo de R$25,1, ela reverterá 
a tendência, passando para tendência de baixa (ver capítulo sobre análise 
técnica), indicando venda. Você programa uma ordem de venda tipo on-
stop na noite anterior com validade de um dia, já que poderá não ter tempo 
para olhar o mercado durante o dia. Esta ordem terá, por exemplo, preço de 
disparo de R$25,05 e preço de exercício de R$25. Se o preço da ação cair 
e atingir o preço de disparo, a ordem será encaminhada à BM&F Bovespa, 
mas só será executada se o preço de exercício (R$25) for atingido. Se o preço 
subir ou cair mas não atingir nenhum dos preços da ordem, esta perderá a 
validade e deverá ser programada novamente para o dia seguinte.
Por ser extremamente dinâmica, a ordem on-stop é muito usada por investi-
dores para delimitar previamente um prejuízo e para proteger lucros conforme 
o preço da ação sobe (ver capítulo 7 sobre gerenciamento de risco).
Todas as ordens podem ser canceladas a qualquer momento pelo in-
vestidor, tanto pelo homebroker quanto via telefone ou outro meio de 
comunicação com a corretora.
Capítulo 2 - O médico e a bolsa de valores • 37
Introdução
Quando começamos a estudar e realizar operações de compra e venda 
de ações na BM&F Bovespa, o que mais nos chamou a atenção foi a se-
melhança que o mercado financeiro tem com a profissão médica. Como 
somos médicos e dedicamo-nos diariamente à prática da medicina, pode-
mos dizer isso com muita propriedade. Aliás, estas semelhanças são um 
trunfo que pode e deve ser usado em nosso favor.
Então, veio a pergunta: para qual público seria interessante escrever 
um livro ensinando como investir em ações? A resposta foi imediata: aos 
profissionais médicos. Isto porque estes profissionais já carregam uma 
bagagem de anos de estudo e de vivência que, aliados aos conhecimentos 
adquiridos ao longo deste livro, irão, com toda a certeza, transformar-se 
em investidores de sucesso.
O que há em comum?
Vejamos algumas semelhanças.
1) Capacidade de lidar com a incerteza
Poucos profissionais lidam com a incerteza de forma tão rotineira 
quanto os profissionais médicos. Na prática médica quase não existe cer-
teza de nada, Quando se prescreve um medicamento, quando se realiza 
uma determinada cirurgia ou quando se dá uma certa orientação. Em to-
das estas situações não há certeza se haverá ou não sucesso. Sabe-se que 
O médico e a bolsa de valores 
caPítulo 2
“A especulação faz parte da natureza humana”.
38 • Bolsa de valores para médicos
há uma probabilidade de sucesso. Esta probabilidade varia em função de 
vários fatores, muitos deles fora do alcance do profissional. E, algumas 
vezes, mesmo com todos os fatores jogando a favor, ainda há o fator aca-
so. Em outras palavras, o médico especula o tempo todo.
Assim, no dia a dia o médico aprende que é inútil tentar prever o que pode ou 
não acontecer diante de uma determinada situação, isto é, se haverá ou não suces-
so, uma vez que ele não tem controle sobre todos os fatores envolvidos. Então, res-
ta concentrar os esforços em prever sua reação quando houver ou não sucesso.
Um exemplo muito ilustrativo é o seguinte. Como neurocirurgiões, faze-
mos cirurgias de aneurisma cerebral com certa frequência. Mesmo tomando 
todas as precauções necessárias durante uma cirurgia, sabemos que ainda há a 
possibilidade de haver ruptura do aneurisma durante a dissecção do seu colo. 
Se ficarmos preocupados em prever quando a ruptura ocorrerá, um esforço 
enorme e provavelmente inútil será despendido. Portanto, ao invés de tentar 
prever se ocorrerá ou não ruptura, é muito mais vantajoso e menos dispen-
dioso prever qual será a nossa reação caso a ruptura ocorra. Assim, antes de 
iniciar a cirurgia, deixamos programadas a reação (esta sim, conseguimos pre-
ver!) para o caso de haver ruptura do aneurisma durante a dissecção.
Quando as pessoas nos perguntam se o preço de uma ação irá subir ou 
cair, respondemos que não sabemos, mas sabemos o que fazer se o preço 
subir ou cair. Perceberam a diferença? É como numa cirurgia de aneurisma 
cerebral; se nos perguntam se o aneurisma irá ou não romper, não sabe-
mos, mas sabemos o que fazer caso a ruptura ocorra.
O que isso tudo tem a ver com o mercado financeiro? Bom, o mercado 
financeiro é formado por um grande número de pessoas que reagem de forma 
totalmente imprevisível diante dos fatos. É impossível para qualquer investi-
dor saber com certeza o que irá acontecer com o preço de uma determinada 
ação. Da mesma forma que na profissão médica, o investidor também trabalha 
o tempo todo com a incerteza. No entanto, diferente do médico, grande parte 
dos investidores não está habituada a lidar com esta incerteza. É inútil tentar 
prever o comportamento do mercado; só podemos prever qual será o nosso 
comportamento diante do comportamento do mercado. Acreditem, isso faz toda 
a diferença! Para o médico, isto já se constitui em uma vantagem considerável.
Os investidores de sucesso não tentam prever o mercado; eles reagem ao 
mercado. Se o mercado está em alta, eles usam estratégias de investimentos 
que ganham com a alta; se está em baixa, eles usam estratégiasque ganham 
com a queda e, se o mercado está em congestão (nem subindo e nem caindo), 
eles usam estratégias que ganham com a falta de movimento.
2) Trabalhar com um plano de ação
Para que você tenha sucesso no mercado financeiro, é preciso agir confor-
me um plano pré-estabelecido. Tal plano deve ser feito antes de ser iniciada 
a operação e precisa ser seguido à risca, caso contrário você perderá dinheiro. 
Seguir um plano previamente estabelecido faz com que o fator emocional não entre 
na jogada. No mercado financeiro não há lugar para emoção! 
Trabalhar seguindo um plano faz parte da rotina de grande parte dos 
profissionais médicos, em maior ou menor grau. Às vezes, este compor-
tamento nem mesmo chega a ser percebido de tão automático que é. Isto 
faz com que o médico possa, diante de uma determinada situação, agir 
sem pensar, apenas cumprindo o que havia programado antes de iniciar 
a ação. Isto fica muito mais evidente em situações de emergência.
Enquanto a grande maioria dos investidores iniciantes e inexperientes 
não segue uma estratégia de investimento, os investidores conscientes 
estão com suas reações programadas para os diversos comportamentos 
que o mercado possa ter. E, mais importante, eles as cumprem religiosa-
mente, mesmo que possa ocorrer perda.
Ao iniciar uma operação de compra ou venda de ação, você deve saber com 
muita clareza, quais são seus objetivos. O ideal é que estes objetivos estejam 
escritos em algum lugar bem visível para que você não os abandone. Isto 
torna-se particularmente importante quando o mercado resolve vir contra a 
expectativa (exemplo: ao comprar uma ação, ela se desvaloriza). 
Apesar destas semelhanças, a profissão médica tem algumas particularida-
des que, para muitos profissionais, são impeditivos para investir em ações. A 
primeira delas será vista no próximo capítulo sobre planejamento financeiro. 
Embora não seja privilégio dos médicos, a capacidade de gerenciar o orçamen-
to mensal de forma a sobrar dinheiro para investir de forma regular é um pro-
blema para a grande maioria dos profissionais. A segunda será vista adiante.
Falta de tempo – um problema?
Se você, mesmo sendo médico e exercendo a medicina, dispõe de muito 
tempo para investir e acompanhar seus investimentos, parabéns, você é privi-
legiado. No entanto, esta não é a realidade da grande maioria dos profissionais 
médicos. Nem a nossa realidade também. Trabalhamos todos os dias, fazemos 
plantões, ficamos de sobreaviso, atendemos consultório, fazemos cirurgias. 
Dedicamos bastante tempo ao lazer com a família. Além disso, cuidamos pes-
soalmente dos nossos investimentos e ainda encontramos tempo para escrever 
este livro. Como, então, arranjar tempo para cuidar dos investimentos?
O legal do mercado de ações é que há estratégias de investimento para 
todos os gostos. Isso mesmo. Se você dispõe de muito tempo livre, pode fazer 
operações visando lucro no curto prazo (por exemplo em um dia – day trade). 
Já, se você dispõe de pouco tempo livre, pode fazer operações que lucram em 
Capítulo 2 - O médico e a bolsa de valores • 39
40 • Bolsa de valores para médicos
alguns dias (swing trade). Se você tem pouquíssimo tempo, ainda assim pode 
fazer operações que lucram em semanas ou até meses (buy and hold – montar 
uma carteira de ações e remunerá-la com aluguel ou com opções e, ainda, 
receber proventos da empresa). A estratégia de montar uma carteira de ações e 
remunerar esta carteira com a venda de opções (venda coberta) é muito interes-
sante porque você terá o tempo agindo a seu favor (ver capítulo 8 - o médico e o 
mercado de opções). Esta estratégia, por exemplo, é muitíssimo usada por nós.
Cada profissional pode montar suas estratégias de investimento den-
tro de seus horários disponíveis. Isso é individual e cada um deverá es-
colher os horários mais confortáveis. Lembre-se que o tempo tem que ser 
amigo e não inimigo do investidor.
Dicas aos investidores
Abaixo colocamos algumas orientações que poderão ser seguidas pelos lei-
tores. Estas orientações tem como objetivo tornar as operações de compra e 
venda de ações o mais confortável e o menos dispendiosa possível.
1)O planejamento estratégico deve ser feito no dia anterior. 
Reserve um horário para ler as notícias do dia, analisar o comportamen-
to das ações que pretende operar, anotar suas decisões (comprar, vender ou 
aguardar) e, então, enviar as ordens para a corretora. Isso deve ser feito quan-
do você estiver calmo e sereno. Não é aconselhável tomar decisões durante o 
andamento do pregão, pois o fator emocional pode atrapalhar.
Há profissionais que montam suas operações durante os fins de se-
mana. Anotam as decisões e, durante a semana, só o que fazem é por em 
prática o que decidiram. Outros preferem montar suas operações uma 
vez por mês. Há, ainda, os que montam suas operações diariamente.
2)Escolha ações de empresas sólidas. 
A vantagem de negociar ações de empresas sólidas é que a chance de uma 
dessas empresas falir é muito baixa. Estas ações têm um comportamento mais 
regular ao longo do tempo, visto que estão menos sujeitas à especulação. Isto 
dá algumas garantias ao investidor, pois sempre há alguém interessado em 
comprar ou vender estas ações fazendo com que as mesmas tenham bastante 
liquidez. São ações de fácil negociação. No site da BM&F Bovespa (www.bo-
vespa.com.br) você encontrará as ações mais negociadas durante os pregões, 
as chamadas blue chips. Ações de empresas sólidas são boas para serem en-
carteiradas, porque você poderá ficar com elas por longos períodos de tempo 
além de receber proventos regularmente. Use a análise fundamentalista (capítulo 
4) para selecionar ações de boas empresas e que estejam lucrando.
3)Tenha um bom planejamento financeiro.
O planejamento financeiro permite que você tenha sempre dinheiro para 
investir de forma regular e sem ter que atacar o investimento antes que ele 
possa dar frutos. O planejamento financeiro propiciará que você tenha as 
“sementes de dinheiro” para poder plantar. Investir hoje, para colher os fru-
tos no futuro, este é o recado. Você não deve investir hoje para colher hoje! 
O investimento tem que fazer parte de um projeto de vida. No capítulo 3 
(planejamento financeiro - o primeiro passo), são dadas as orientações sobre 
como gerenciar o orçamento de forma a sobrar dinheiro para investir.
4)Proteja seu capital.
Enquanto os investidores iniciantes e inexperientes estão preocupados 
em ganhar, o investidor inteligente está mais preocupado em não perder. 
É como num jogo de poker! Se você perder seu capital, você estará fora 
do jogo, sem chance de recuperá-lo (a não ser que você fique constan-
temente colocando mais dinheiro para cobrir as perdas, o que não é 
aconselhável). Sem capital, não há como investir. O ganho virá de forma 
gradual e consistente. No capítulo 7 (gerenciamento de risco) são dadas 
as orientações sobre como proteger o capital e minimizar as perdas.
Uma forma clara de ilustrar a consequência de uma perda considerá-
vel de capital é a seguinte. Imagine que você perdeu 50% do seu capital 
em um investimento. Você tinha R$10 mil e agora tem R$5 mil. Quanto 
você terá que ganhar para recuperar o que perdeu? Você terá que conse-
guir que o capital restante cresça 100%! Percebeu como é difícil recupe-
rar uma perda considerável? Você perdeu metade do que tinha e agora 
terá que dobrar o que restou para ficar no zero a zero! Portanto, proteja 
seu capital para que possa continuar no jogo.
5) Cuidado com a ganância.
Um dos fatores que leva muitos investidores a perderem dinheiro no 
mercado de ações é a ganância. A maioria acha que vai enriquecer da noite 
para o dia. Por conta desta busca cega por ganho alto e rápido, o investi-
dor acaba assumindo riscos exorbitantes levando-o a perder grande parte 
(senão todo!) do seu capital. Após uma perda grande, o investidor acaba 
por se arriscar ainda mais na tentativa de reaver o prejuízo. Surge um cír-
culo vicioso de perda, aumento do risco e nova perdaque tira o investidor 
do mercado financeiro. De nada adianta ganhar hoje numa operação bem 
sucedida e, posteriormente, devolver tudo o que ganhou porque você se 
deixou levar pela ganância. O ganho precisa ocorrer de forma consistente 
ao longo dos anos para que haja aumento no patrimônio.
Capítulo 2 - O médico e a bolsa de valores • 41
Capítulo 3 - Planejamento financeiro – o primeiro passo • 43
Introdução
Caro amigo investidor, é chegado o grande momento. Após a leitura 
de dois capítulos introdutórios, onde a bolsa de valores foi desmistificada 
e transformada em algo viável e palatável para a maioria de nós, pobres 
mortais, vamos deixar de blá-blá-blá e partir para o que interessa: “o que 
eu devo fazer para conquistar a independência financeira?”
Primeiramente, gostaríamos de dizer que o conceito de riqueza é bastante 
amplo e variado. Alguns religiosos ensinavam que a felicidade só seria encon-
trada ao abrirmos mão dos bens materiais. Outros diziam que o dinheiro é o 
único instrumento capaz de buscar a felicidade... Bem, estas duas afirmações 
parecem um tanto quanto radicais. Colocadas em um contexto atual, podería-
mos considerá-las ótimos exemplos de fundamentalismo econômico.
Desta forma, o primeiro passo para obter sucesso não apenas no mercado fi-
nanceiro, mas na vida em geral, é manter o equilíbrio. O primeiro ser humano a 
expor estas ideias brilhantemente foi um rei riquíssimo. No livro do Eclesiastes, o 
Rei Salomão traz as bases do que consideramos ser a “vida que deve ser vivida”.
De que adianta possuir R$100 milhões na conta bancária e trabalhar 24 
horas por dia, sete dias da semana? De que adianta toda essa grana se você vive 
estressado com o trabalho? De que adianta ser um homem rico no cemitério? 
Planejamento financeiro – 
o primeiro passo
caPítulo 3
As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aque-
las que gastam como se fossem morrer amanhã.”
Aristóteles.
44 • Bolsa de valores para médicos
De que adianta uma fortuna se você não tem um amigo do peito daqueles que 
Chico Buarque chamava de “amigos de copo e de cruz”? Tenho certeza que 
com muita grana você terá muitos “amigos” pra tomar um chopp e usufruir da 
sua lancha e da sua belíssima casa de campo.
Tudo isso sem falar na família, o alicerce de tudo. De que adianta ter a grana do 
Bill Gates e ter um filho drogado, uma filha desajustada e um pai com quem você 
não fala há mais de 30 anos por conta de um desentendimento? Bem, se você acha 
que tudo isso tem uma importância secundária e que o negócio mesmo é ter grana, 
por favor, feche o livro e viva a sua vida da maneira que achar mais conveniente.
Contudo, se você quer viver a vida honestamente e aproveitando o 
que ela tem de bom a oferecer, acreditamos que este capítulo ajudará 
bastante. Saúde, equilíbrio emocional, amizades verdadeiras e uma boa 
estrutura familiar são os ingredientes para uma vida maravilhosa. Agora, 
imagine tudo isso com muito dinheiro... Imaginou?
Portanto, antes de aventurar-se neste capítulo, planeje a sua vida. Construa 
seus alicerces em bases sólidas e naquilo que realmente vale a pena. Afinal este 
livro contempla apenas uma coisa: dinheiro. Não é nada além disso.
Será mesmo que você trabalha para você?
Pense e responda: você trabalha para você ou trabalha para outras pessoas? 
Não estamos nos referindo ao seu emprego, se você é patrão ou empregado, 
mas sim a quem realmente ganha com o seu trabalho. Grande parte das pesso-
as, incluindo os médicos, não trabalha para o seu próprio enriquecimento, e 
sim para enriquecer instituições financeiras, operadoras de cartões de crédito 
e o governo. Estas pessoas trabalham duro e, na grande maioria das vezes, 
nem chegam a ver o dinheiro que ganham. Elas gastam o dinheiro antes mes-
mo de recebê-lo! Isso mesmo. Quantas pessoas chegam ao final do mês com 
inúmeras contas a pagar e percebem que o salário já está totalmente compro-
metido? Dessa forma, como pode sobrar dinheiro para investir?
O círculo vicioso das contas te pegaram:
Você não tem tempo para nada porque tem que trabalhar;
Você tem que trabalhar porque tem contas a pagar;
Como você tem que trabalhar, você não tem tempo para nada.
Maurício Hissa (Bastter)
Não seja uma destas pessoas. Organize sua vida de forma que você passe 
a trabalhar para você e não mais para os outros. Isto só será possível se você, 
a partir de agora, começar a mudar hábitos. Parece difícil, mas não é.
Em primeiro lugar, procure pagar todas as suas dívidas. Isso mesmo! 
Enquanto você estiver devendo, você não terá escolha senão trabalhar, tra-
balhar e trabalhar. Após pagar as dívidas, evite fazer novas dívidas.
Em segundo lugar, se for comprar algum bem, procure comprar sempre a 
vista e com desconto. E só compre quando tiver todo o dinheiro para a com-
pra. Só compre com cartão de crédito se você já possuir, previamente, a quan-
tia para pagar toda a fatura, sem ter que pagar juros. Evite pegar empréstimo 
bancário para adquirir bens de consumo (Não compre o que você não precisa 
com o dinheiro que você não tem!). Aguarde até que disponha do dinheiro e, 
só então, adquira o bem. A partir de agora, só compre o que você tem dinheiro 
para comprar e manter. Se você poupar antes de comprar, pagará menos pelo 
produto, pois de posse de todo o dinheiro poderá obter desconto. Além disso, 
o dinheiro poupado poderá ser investido até que a compra seja feita, fazendo 
com que, além do desconto obtido, você ganhe o lucro do investimento. Re-
sumindo, se você poupar antes de comprar, você pagará menos e irá receber 
juros; se você comprar para depois pagar, você pagará mais e terá que pagar os 
juros do financiamento. Pague menos e receba juros!
Em terceiro lugar, há formas honestas de obter benefício fiscal e pagar menos 
imposto. Uma delas diz respeito à aposentadoria privada. Na modalidade PGBL 
(Plano Gerador de Benefício Livre) você poderá aplicar até 12% do seu rendimen-
to bruto anualmente para que todo o valor seja descontado da base de cálculo do 
imposto de renda. Esse benefício fiscal é vantajoso para os que fazem a declaração 
completa e são tributados na fonte. Você pagará menos imposto ou aumentará 
sua restituição e, além disso, após um determinado tempo, você receberá a sua 
aposentadoria. Por exemplo, se você ganhou R$100 mil no ano e aplicou R$12 
mil (12%) no PGBL, o imposto a ser pago será calculado sobre R$88 mil (R$100 
mil - R$12 mil) e não sobre R$100 mil. Durante o período de contribuição, o valor 
aplicado vai sendo investido pela seguradora escolhida por você. Se você optar 
pela tabela regressiva, após 10 anos, caso você resolva resgatar o valor aplicado, 
pagará 10% de imposto e não mais 27,5% (tabela 1). Caso não queira resgatar o 
valor total, poderá optar por receber o benefício mensal a partir da data que você 
escolher. Muitas instituições não cobram a taxa de carregamento e cobram apenas 
a taxa de administração que varia entre 1,5% a 2% ao ano.
Capítulo 3 - Planejamento financeiro – o primeiro passo • 45
46 • Bolsa de valores para médicos
A outra forma de obter benefício fiscal diz respeito à venda de ações. 
Já foi visto no capítulo 1, sobre tributação, que se você vender ações com 
lucro, mas em um valor inferior a R$20 mil mensais, ficará isento do 
pagamento de imposto de renda.
Pague suas contas e não faça dívidas.
Evite pagar juros. Passe a receber juros.
Obtenha benefício fiscal e pague menos imposto.
Com estas medidas, você deixará de trabalhar para enriquecer os ou-
tros e passará a trabalhar para seu próprio enriquecimento. Você deixará 
de pagar juros e passará a receber juros. Você verá o seu dinheiro traba-
lhar para você. Quebre o círculo vicioso de trabalhar para pagar contas.
Ingredientes para abundância financeira
Não existe receita mágica para enriquecer. O acúmulo de riqueza é 
fruto da ação conjunta de alguns ingredientes. Vamos a eles.
1) Tempo. O tempo é um bem muito precioso.

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