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Parecer RCA Boi morto-2 (1)

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1. INTRODUÇÃO 
O ABATEDOURO BOI MORTO – Proprietario José Sangue Bom está inscrito no 
CNPJ 17.914.128/0001-63, localizado no Município de Contagem - MG, instalada 
no bairro Granja Ouro Branco Estrada, CEP: 37.590-000, coordenadas: latitude 22° 
16’ 28,37” S e longitude 46° 37’ 21,12” –, solicitou o serviço de consultoria técnica 
para fins de enquadramento na condição de obter a Licença de Operação em 
Caráter Corretivo - LOC para regularizar a atividade de “Abate de animais de médio 
e grande porte (suínos, ovinos, caprinos, bovinos, equinos, bubalinos, muares, 
etc.)”, que se enquadra no código D-01-03-1, conforme a Deliberação Normativa 
do Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM nº 74 de 09 de setembro de 
2004, de acordo com o informado no Formulário de Caracterização do 
Empreendimento - FCE. 
De acordo com a DN COPAM 74/2004, a atividade de “Abate de animais de médio 
e grande porte (suínos, ovinos, caprinos, bovinos, equinos, bubalinos, muares, 
etc.)” tem Potencial Poluidor/Degradador geral Grande. Como o empreendimento 
possui capacidade instalada para abater 20 cabeças por dia, conforme informado 
em vistoria técnica Relatório de Vistoria n° 002/2021, o seu porte é considerado 
Grande. Da conjugação do Potencial Poluidor/Degradador geral Grande com o 
porte (específico) Grande, o empreendimento enquadra-se na Classe 3. 
A vistoria técnica para fins de regulamentação ambiental foi realizada no dia 11 de 
Março de 2020 na unidade industrial do ABATEDOURO BOI MORTO em Contagem 
- MG, conforme o Relatório de Vistoria verificou-se a necessidade de promover 
alterações estruturais e de processos de produção, qual detalhamos neste 
documento. 
No dia 02/05/2022 houve uma reunião onde esclarecemos de forma verbal sobre a 
capacidade instalada do empreendimento, ou seja, durante a vistoria fora informada 
uma capacidade instalada de abate de 15 cabeças/dia, mas ao fazer um estudo 
sobre toda estrutura e possíveis ajustes a serem feitos foi possível presumir uma 
capacidade de até 25 cabeças/dia, portanto, o enquadramento do empreendimento 
mantem-se na Classe 3. 
Este relatório tem o objetivo de analisar tecnicamente os documentos que 
compõem o processo COPAM Nº 17835/2014/001/2015, referente solicitação da 
Licença de Operação em Caráter Corretivo – LOC do ABATEDOURO BOI MORTO 
– PREFEITURA DE CONTAGEM. 
 2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO – CENÁRIO ENCONTRADO. 
As atividades do ABATEDOURO BOI MORTO, tiveram início em 2018, conforme 
informado nos documentos de registros da empresa. O empreendimento possui área total 
do terreno de 7.600 m², com área útil/construída atual de 1500 m². Possui entre 290 e 300 
empregados. O turno de funcionamento do empreendimento inicia-se por volta de 04 horas 
e se finda aproximadamente 12 horas, cinco dias da semana durante todo o ano. A empresa 
não funciona à noite. Não existe porteiro, sendo o ajudante o responsável pela portaria e 
acomodação dos animais na área de espera. 
A atividade produtiva do empreendimento é classificada como “Abate de animais 
de médio e grande porte (suínos, ovinos, caprinos, bovinos, equinos, bubalinos, muares, 
etc.)” e possui capacidade nominal máxima instalada para abater até 50 cabeças de 
bovinos. Quando em operação o empreendimento não atinge sua capacidade máxima 
instalada, utilizado aproximadamente 30 % da capacidade, sendo abatidos os bovinos de 
segunda a quinta - feira, sexta-feira ocorre a limpeza geral, segundo informado em vistoria 
técnica. Sendo que todos os fornecedores de bovinos são da cidade de Contagem – MG e 
região. 
2.1 - processo produtivo: 
 2.1.1 - No ABATEDOURO BOI MORTO os animais são recebidos e descarregados 
nos currais onde permanecem em dieta hídrica por 12 a 24 horas, período mínimo de 
espera para o abate. 
 2.1.2 - Os animais objeto das operações nestes abatedouro são provenientes de 
produtores de gado da própria região, contudo todos eles precisamos ser lavados e 
preparados para o abate. Há um local de lavagem dos animais, que mede 1400 m2. O 
resíduo liquido restante deste procedimento é direcionado para o esgoto sanitário local. 
 2.1.3 - Após a lavagem, os animais são enviados por becos (currais) constituídos 
por madeira, onde são dispostos por fila, entrando em boxes, sendo então golpeados por 
machado ou marreta por um funcionário. 
 2.1.4 - Após o golpe, o bovino é encaminhado por guinchos até a área de sangria, 
que por ação de corte dos vasos sanguíneos do pescoço e penetração no sentido do 
coração, extrai o sangue. 
 2.1.5 - Após abate, o bovino é jogado por força da gravidade em uma área de 70 
m2 e é iniciada a esquartejação (esfola) do animal. Para o serramento das partes ósseas 
é utilizada uma serra elétrica. Esse serramento tem por objetivo separar a cabeça, os 
chifres e abertura da caixa toráxica, retirando as vísceras, separando as partes comestíveis 
das não comestíveis. O chão dessa área é de cimento liso. O sangue é direcionado para 
um ralo que é jogado em um poço (“esgoto de céu aberto”) que acaba sendo direcionado 
para um pequeno riacho a 2 km de distância. 
 2.1.6 - Após a esquartejação, as partes são penduradas em ganchos onde aguarda 
o transporte, sendo divididos em comestíveis, carnes e partes, e não comestíveis, ossos, 
couro, cascos, chifres. As pequenas partes assim como carnes sujas, alguns ossos e 
outros são destinados à venda para produção de sebos, graxos e farinhas. 
 2.2 - ADAPTAÇÃO NECESSÁRIA. 
 Para fins de pedido do licenciamento ambiental e considerando que a empresa já 
está em processo produtivo, faz se necessário a adaptação do empreendimento dentro das 
normas ambientais vigentes. O processo produtivo precisa ter sua estrutura adequada em 
conformidade com as regras especificas para cada processo. Necessário considerar que 
as adaptações também melhora as condições sanitárias que são colaborativas para 
emissão da licença ambiental. 
 Mediante as observações do parágrafo anterior, o processo produtivo melhor 
indicado é o descrito a seguir: 
 2.2.1- Processo produtivo, instalações ideais: 
 2.2.2 - No curral de recebimento e permanência dos bovinos até o abatimento, não 
possui cobertura como teto, não possui piso de cimento ou outro acabamento senão “chão 
de terra batida”, faz se necessário um rego que conduza a água proveniente do meio 
natural (chuva) para um local apropriado. 
 2.2.3 – O corredor pós curral de espera onde os animais recebem o primeiro banho 
antes de entrar na sala de abate, deverá ter um piso já de cimento com saídas apropriadas 
de água (ralos) por toda sua extensão. Este rego conduzirá o liquido juntamente com o do 
item 2.2.2 para um local apropriado. 
 2.2.4 – Deverá ser construido um box logo ao fim do corredor onde os animais 
foram lavados, este box terá capacidade de apenas um animal por vez, neste espaço o 
animal é preso e escorado, neste local deverá acontecer o atordoamento do animal que 
tem melhor efeito se praticado com equipamento especifico (pistola de ar comprimido). 
 2.2.5 – Após o atordoamento o animal será içado pela perna e conduzido via 
guincho para fora do box onde vai acontecer uma nova limpeza do mesmo, isto se 
dá devido a vômitos e quaisquer outras sujeiras. Lava-se nesta parte o animal com 
água, sendo que ele estará suspenso e abaixo do animal por toda esta área haverá um 
rego coletor de todo o resíduo liquido proveniente desta lavagem. 
 2.2.6 – Em seguida o animal é conduzido para um local mais adiante onde haverá 
abaixo do mesmo um tanque em metal o qual servirá para captar o sangue proveniente da 
sangria do animal, este tanque conduzirá todo o sangue para um local específico. 
 2.2.7 – O animal é levado para a próxima etapa que é novamente a lavagem e dá 
se inicio a esfola do animal, nesta etapa logo abaixo do animal há a continuação do rego 
de condução da água da lavagem. Nesta etapa também começa a retirada da cabeça e 
das patas. A cabeçaretirada é alojada em uma “caçamba” (caixa de metal com capacidade 
para 100 cabeças) que está bem em frente ao espaço, pois dali será direcionado para local 
especifico. 
 2.2.8 – Nesta etapa acontece a abertura da carcaça para ter acesso a parte interna 
(viceras/órgãos), abaixo do animal haverá duas uma bacia de inox coletora das viceras, 
onde o profissional coloca separadamente o que é aproveitado para consumo e o que não 
é. 
 2.2.9 – Em seguida a carcaça é encaminhada para outra área onde ela é totalmente 
divida, com uma serra corta-se a sua coluna de cima abaixo afim de separar 
completamente em duas partes. Logo após a carcaça é novamente lavada para retirar 
quaisquer restos de osso ou carne que fora produzido pelo efeito da serra no momento do 
corte. Toda a água cai no rego abaixo do animal e é conduzida mesmo com estes detritos 
e com os demais vindo das etapas anteriores, todo este liquido é conduzido para local 
apropriado fora desta parte da empresa. 
 2.2.10 – A carcaça divida é encaminhada para acondicionamento/alojamento 
em câmara frigorífica especifica para posterior destinação ao comércio. A câmara 
deverá ter capacidade para acondicionar toda a produção diária. 
 2.2.11 - As etapas compreendidas nos itens 2.2.1 ao 2.2.10 são onde gera si 
resíduos sólidos e líquidos, correspondente a todo o montante do processo produtivo da 
empresa. 
3. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL 
O ABATEDOURO BOI MORTO situa-se na zona urbana da cidade de Contagem - 
MG. O acesso ao local se faz pela Estrada dos Vieiras. O entorno do empreendimento é 
caracterizado por propriedades residenciais, e área verde. 
A empresa situa-se em uma região geograficamente plana, com um declive de 100 
em 100 metros iniciando atrás da área da empresa, formando um vale até o leito do 
riacho. A mesma está em uma área da cidade, onde a urbanização cresce em seu sentido. 
As áreas vizinhas estão loteadas, mas com poucas áreas com algum tipo de moradia 
(análise feita dentro de um raio de 5 km) A FIGURA 01 mostra a localização da empresa 
em 2019. 
A empresa está construída em uma área de 7.600 m2 em área semi-urbana, sem 
pavimentação e cercada por madeira e arame (cerca de arame). A área construída é de 
1.500 m2 onde é composta por uma recepção de 70 m2 para chegada e aguarde dos 
animais. A empresa processa 6 t. de carne diariamente. 
A energia elétrica é fornecida por empresa pública estatal sendo consumido 2000 
kwh/mês, (em um consumo igual dividido em dois freezers, uma máquina de serra e a 
parte do escritório) mesmo tendo este recurso, as carnes que não são transportadas no 
mesmo dia são cobertas por sal grosso por não ter freezer que acomode a produção. Os 
miúdos do bovino são acondicionados em sacos de lixo e disposto na via para 
recolhimento pelo serviço público de coleta de lixo. A cabeça também. O couro é disposto 
em uma área de 30 m2, no fundo da construção, para secagem e futuro comércio. 
 
FIGURA 01 - Imagem de satélite do local onde o ABATEDOURO BOI MORTO está instalado 
 
 4. UTILIZAÇÃO E INTERVENÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS 
 A fonte de abastecimento de água utilizada no processo industrial do 
ABATEDOURO BOI MORTO, para suprir sua demanda hídrica, para utilização em 
sanitários, limpeza em geral e das instalações, é proveniente da concessionária local. 
 O volume médio de água consumido por dia pelo empreendimento é de 0,79 m³ e 
máximo de 0,91 m³/dia, e não sofre nenhum tratamento internamente. A água fornecida 
para a empresa é servida por sistema público de empresa estatal, por apenas um relógio, 
sendo um consumo de 1000 m3/mês. A área de espera é lavada de 15 em 15 dias, a água 
resultante da lavagem junta-se à água da área de lavagem do animal. As águas residuárias 
de lavagem geral contêm quantidades de sangue, gorduras, conteúdo intestinal, 
fragmentos de ossos e tecidos. 
 
5. AUTORIZAÇÃO PARA INTERVENÇÃO AMBIENTAL (AIA) 
 Conforme se depreendeu da vistoria, o ABATEDOURO BOI MORTO não se 
encontra em área de preservação permanente, bem como não se verificou a necessidade 
de eventual supressão de vegetação para continuidade de sua operação. 
 
 6. RESERVA LEGAL 
 
 O ABATEDOURO BOI MORTO está localizado em área rural do município de 
Contagem – MG e, portanto, dispensado de realizar demarcação e averbação da área de 
reserva legal nos termos da norma vigente. 
 
 7. IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS 
 
 Os impactos ambientais negativos pertinentes às atividades do ABATEDOURO BOI 
MORTO são resultantes da geração de efluentes líquidos sanitários e industriais, emissões 
atmosféricas e disposição dos resíduos sólidos gerados no processo produtivo. 
 
 7.1. EFLUENTES LÍQUIDOS 
 
 O ABATEDOURO BOI MORTO, segundo medições feita, gera em média 45,45 m³ 
de efluente por operação diária, a qual dura aproximadamente 08:00 horas, que se constitui 
de efluentes industriais líquidos, sendo proveniente do processo industrial (linha verde e 
vermelha), lavagem de pisos, matérias-primas e demais equipamentos envolvidos direta e 
indiretamente no processo produtivo. 
 Os efluentes líquidos industriais da linha verde são provenientes: da limpeza de 
buchos, tripas, bexigas, pocilgas e corredor de acesso à sala de abate; e da linha vermelha 
são provenientes: da sala de abate, lavagem de carcaças, preparação de vísceras, 
limpezas de pisos e equipamentos. 
 Esse efluente industrial quando lançado diretamente no curso d’água pode 
ocasionar redução acentuada do oxigênio dissolvido devido à alta carga orgânica, 
resultando na mortandade de peixes por asfixia e uma drástica redução da vida aquática. 
 Os efluentes sanitários do ABATEDOURO BOI MORTO são provenientes dos 
sanitários presentes no empreendimento e de 03 residências. A vazão média diária deste 
efluente é de 03,39 m³. 
 O efluente sanitário quando lançado diretamente no curso d’água sem tratamento 
pode ocasionar a redução do oxigênio dissolvido devido à carga orgânica, mas 
principalmente proporciona a contaminação por micro-organismo patogênico do trato 
humano, repercutindo tanto na mortandade de peixes e na redução da biota aquática 
quanto na proliferação de doenças de vinculação hídrica. Além de poder causar 
contaminação por patógenos do lençol freático. 
 Medidas mitigadoras: O ABATEDOURO BOI MORTO destinará diariamente o 
efluente líquido industrial, linha verde e linha vermelha, temporariamente, para a empresa 
BRAIDO – LEME INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA regularizada por meio Licença de Operação 
com o Certificado N° 65001641, pela COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE MINAS 
GERAIS, para a atividade “Farinha de carne e de despojos da carne de animais“, válida até 
27 de Fevereiro de 2024, localizada no município de Mateus Leme – MG. Foi entregue 
cópia do 01° Termo Aditivo ao Contrato Administrativo N° 537/2015, página 427 do processo 
administrativo, o qual versa sobre o recolhimento. 
 O empreendimento promoverá a construção de uma Estação de Tratamento de 
Efluentes Industriais – ETEI Compacta, elaborada sob a responsabilidade de Engenheiro 
Civil. A ETEI deverá ser dimensionada para atender o abate diário do ABATEDOURO BOI 
MORTO, composta por: gradeamento, caixa de gordura, caixa coletora, reator anaeróbio 
de fluxo ascendente (UASB), sistema de captação de biogás do reator anaeróbio, reator 
biológico, unidade de decantação com recirculação de lodo, e sistema de desinfecção. A 
qual, conforme nossa consultoria ambiental, será implantada em 12 meses, devido ao 
processo de licitação da PREFEITURA DE CONTAGEM. Após sua implantação o efluente 
liquido industrial será totalmente destinado à Estação de Tratamento de Efluentes 
Industriais – ETEI. 
 
OBSERVAÇÃO: INFORMAR O ÓRGÃO AMBIENTAL SOBRE A INSTALAÇÃO DA 
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS – ETEI E REALIZAR O 
AUTOMONITORAMENTO NA ENTRADA E NA SAIDA DA ESTAÇÃO, CONFORME ITEM 
1.3 DO ANEXO II. 
 
 Para o tratamento do efluente sanitário o empreendimentodeverá instalar 03 (três) 
biodigestores, sendo o efluente tratado destinado ao curso d’água denominado Ribeirão 
dos Barrosos, classe 02. 
 
 7.2. EMISSÕES ATMOSFÉRICAS 
 
 O ABATEDOURO BOI MORTO instalará uma caldeira a diesel com capacidade 
para produzir 96.000 kg de vapor por hora, portanto baixa capacidade. Os materiais 
particulados e os gases de combustão emitidos por este tipo de fonte podem ser 
responsáveis por causar doenças respiratórias na população do entorno imediato do 
empreendimento, se lançadas sem tratamento prévio, além de causarem alterações na 
qualidade do ar. 
 
 Medidas mitigadoras: O ABATEDOURO BOI MORTO apresentará Relatório de 
Análise de Emissões Atmosféricas, feito após a instalação da caldeira, o laudo deverá ser 
elaborado por laboratório devidamente homologado/acreditado em conformidade com a 
Deliberação Normativa COPAM n° 167/2011, para o parâmetro Material Particulado, 
referente a chaminé da caldeira a diesel. O referido parâmetro tem que estar abaixo dos 
limites estabelecido na Deliberação Normativa COPAM n° 187/2013. 
 
 7.3. RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
 A disposição de resíduos sólidos em local inadequado pode ser fonte de passivos 
ambientais, podendo contaminar o solo, água superficiais e subterrâneas. Por esse motivo 
é necessário que os resíduos sejam devidamente armazenados em local coberto, com piso 
impermeável e provido de dispositivo para evitar transbordo. 
 Os resíduos sólidos gerados no ABATEDOURO BOI MORTO são, principalmente: 
sangue, esterco, conteúdo ruminal, pêlos, chifres e cascos, ossos, vísceras não 
comestíveis, carcaças e vísceras condenadas, embalagens e materiais recicláveis, lixo tipo 
doméstico, couro, e Materiais Especiais de Risco – MER’s. 
 Medidas mitigadoras: Os resíduos do ABATEDOURO BOI MORTO, compostos 
pelos conteúdos Materiais Especiais de Risco – MER’s, bem como os outros resíduos 
sólidos orgânicos, exceto o lixo tipo doméstico, serão também destinados à BRAIDO – 
LEME INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA regularizada por meio Licença de Operação com o 
Certificado N° 6500164. O lixo tipo doméstico que é recolhido pela PREFEITURA 
MUNICIPAL DE CONTAGEM e destinado para o vazadouro municipal. 
 O sangue in natura será armazenado em 03 tanques com capacidades nominais 
de 20.000 litros cada e será recolhido por caminhão chorumeira diariamente pela BRAIDO 
– LEME INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA regularizada por meio Licença de Operação com o 
Certificado N° 65001641. 
 Os animais doentes serão encaminhados para a empresa BRAIDO – LEME 
INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA regularizada por meio Licença de Operação com o Certificado 
N° 65001641, pela COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS, para a 
atividade “Farinha de carne e de despojos da carne de animais”, válida até 27 de fevereiro 
de 2024, localizada no município de Mateus Leme – MG. 
 Os materiais recicláveis são destinados à COOPERATIVA DE TRABALHO DOS 
CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE CONTAGEM – MG, CNPJ: 
13.486.632/0001-59, a qual possui uma Certidão Não Passível, Certificado n° 963620/2016, 
de 25 de Agosto de 2016, para a atividade de “Depósito de sucata metálica, papel, papelão, 
plásticos ou vidro para reciclagem, não contaminados com óleos, graxas ou produtos 
químicos, exceto embalagens de agrotóxicos”. 
 
 8. COMPENSAÇÕES 
 
 Devido à natureza do ABATEDOURO BOI MORTO, local onde está implantado e 
inexistência de supressão de vegetação nativa em estágio médio e avançado de 
regeneração, não há a incidência de compensação do SNUC, florestal, e Mata Atlântica. 
 
 9. CONTROLE PROCESSUAL 
 
 Este processo deverá ser devidamente formalizado para fins de requerimento de 
licença de operação corretiva – LOC, que será submetido para deliberação da 
Superintendência de Meio Ambiente – SUPRAM. 
 A regularização ambiental, por intermédio do licenciamento, terá início, se for 
preventivo, com a análise da licença prévia – LP, seguida pela licença de instalação – LI e 
licença de operação – LO. Quando o licenciamento é corretivo e a fase é de operação deve-
se ter em mente que estão em análise as três fases do licenciamento, as que foram 
suprimidas, neste caso a LP e a LI e a fase atual do empreendimento – que está em 
operação, conforme a previsão expressa no parágrafo segundo do artigo 14, Decreto 
Estadual 44.844/08: 
“§2º A demonstração da viabilidade ambiental do empreendimento 
dependerá de análise pelo órgão ambiental competente dos documentos, 
projetos e estudos exigíveis para a obtenção das licenças anteriores…” 
 
 A licença de operação corretiva será obtida desde que uma condição seja atendida 
plenamente, a comprovação de viabilidade ambiental da empresa, de acordo com o artigo 
14. 
 De acordo com a nossa vistoria nenhuma supressão ou intervenção florestal foi 
identificada. Conclui-se que NÃO há restrição ambiental que inviabilize a localização da 
empresa. Portanto a viabilidade ambiental, no que diz respeito a localização está 
demonstrada. 
 Passa-se para a análise da instalação. 
 A licença de instalação autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de 
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, 
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, de acordo com a 
previsão do inciso II do artigo 8º da Resolução CONAMA Nº 237/97; 
 Uma vez que se trata de empresa em fase de operação a instalação já ocorreu, 
não só a instalação da planta industrial, mas há mudanças necessárias e urgentes sendo 
elas estruturais e de processos operacionais. 
 Passa-se para a análise da operação da empresa. 
 A licença de operação em caráter corretivo autoriza a operação da atividade, desde 
que demonstrada a viabilidade ambiental: 
 No item 7 deste laudo, foram explicitados os impactos ambientais negativos que a 
atividade de abate de animais de médio e grande porte ocasiona no meio ambiente. 
 A operação da empresa está condicionada a demonstração de que, para os 
impactos negativos, foram adotadas medidas de controle ambiental capazes de diminuir 
os impactos negativos da sua atividade. A implantação efetiva de medidas de controle 
ambiental, bem como a demonstração da eficácia destas medidas, por intermédio de 
laudos de monitoramento possibilita a demonstração da viabilidade ambiental, entendida 
esta viabilidade ambiental como a aptidão da empresa operar sem causar poluição ou 
degradação e, se o fizer que seja nos níveis permitidos pela legislação. 
 A empresa tem a obrigação de dar destinação ambientalmente adequada para os 
rejeitos produzidos nas instalações industriais onde executa o seu objeto social, conforme 
dispõe o artigo 25: 
“Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletividade são 
responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a 
observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e 
demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento.” 
 
 
10. CONCLUSÃO 
A nossa consultoria propõe a empresa ABATEDOURO BOI MORTO com 
atividade de “Abate de animais de médio e grande porte (suínos, ovinos, caprinos, 
bovinos, equinos, bubalinos, muares, etc.)”, no município de Contagem - MG, a 
regularização obrigatória conforme legislação vigente. 
As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas 
descritas neste laudo, por meio das condicionantes listadas devem ser apreciadas pelo 
corpo diretivo da empresa. 
Ressaltamos que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a 
obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. 
 
11. BIBLIOGRAFIA 
 
1. BRASIL LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente - PNMA, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá 
outras providências. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, [1981]. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 08 jun. 2022. 
 
2.BRASIL DECRETO No 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990. Dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente - PNMA, e dá outras providências. Brasília: Presidência 
da República, Casa Civil, [1990]. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm. Acesso em: 08 jun. 
2022. 
 
3. MINAS GERAIS. DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217, 
DE 06 DE DEZEMBRO DE 2017. BELO HORIZONTE: Palácio do Governo do 
Estado, [2017]. (Publicação - Diário do Executivo - "Minas Gerais" – 08/12/2017). 
Disponível em: 
http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=45558#:~:text=17%20%E2
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4. Brasil. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal 
de Contas da União; com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis. -- 2.ed. -- Brasília : TCU, 4ª Secretaria de 
Controle Externo, 2007. 83 p.: il. color. Conteúdo também disponível em 
www.tcu.gov.br e www.ibama.gov.br 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.938-1981?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2099.274-1990?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm
http://jornal.iof.mg.gov.br/xmlui/handle/123456789/192323
http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=45558#:~:text=17%20%E2%80%93%20O%20%C3%B3rg%C3%A3o%20ambiental%20estadual,preju%C3%ADzo%20das%20demais%20normas%20vigentes
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http://www.ibama.gov.br/

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