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M Metodos pam ATalTse deAlimetos INCT CIENCIAANMAL 2a Edição Métodos para Análise de Alimentos 2 edição INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE3 CIENCIA ANIMAL Organizadores Edenio Detmann Luiz Fernando Costa e Silva Gabriel Cipriano Rocha Malber Nathan Nobre Palma João Paulo Pacheco Rodrigues 2021 INCT Ciência Aninmal Exemplares deste livro podem ser adquiridos na: Livraria UFV on-line www.editora.ufv.br Televendas: (31) 3612-2064/2067 Diagramação e Montagem: Edson Agostinho Pereira: 31 3612-4623 Ficha catalográfica preparada pela Seç�ão de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV Métodos para análise de alimentos/Organizadores Edenio Detmann... [ et al.]. - 2. ed.- Visconde do Rio Branco, MG: Suprema, 2021. 350 p.:il.;21cm. M593 2021 ISBN 978-65-995122-2-3 Inclui bibliografia. 1. Nutrição animal. 2. Animais- Alimentos. 3. Alimentos- Qualidade. I. Detmann, Edenio, 1974-. II. Silva, Luiz Fernando Costa e, 1985-. 1I. Rocha, Gabriel Cipriano, 1983-. V. Palma, Malber Nathan Nobre, 1990-. V. Rodrigues, João Paulo Pacheco, 1988-. VI. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Zootecnia. VII. Instituto Nacional de Ciencia e Tecnologia de Ciência Animal (Brasil). CDD 22. ed. 636.08552 Bibliotecária responsável: Renata de Fátima Alves CRB6/2578 E permitida a reprodugäo parcial desde que citada a fonte. 2 Métodos para Análise de Alimentos-2" Edição Métodos para Análise de Alimentos 2 ediçãoo Organizadores Edenio Detmann Luiz Fernando Costa e Silva Zootecnista, M.Sc., D.Sc. Research Manager Zootecnista, M.Sc., D.Sc Professor Titular, DZO-UFV Pesquisador 1A do CNPq Pesquisador do INCT-Ciência Animal Alltech Gabriel Cipriano Rocha Zootecnista, M.Sc., D.Sc Professor Adjunto, DZ0-UFV Pesquisador do INCT-Ciência Animal Malber Nathan Nobre Palma Zootecnista, M.Sc., D.Sc Bolsista PNPDICAPES DZO-UFV João Paulo Pacheco Rodrigues Zootecnista, M.Sc, D.Sc Professor Adjunto, UNIFESSPA Pesquisador do INCT-Ciência Animal 2021 3 INCT Cência Animal "But man does not limit himself to seeing; he thinks and insists on learning the meaning of the phenomena whose existence has been revealed to him by observarion. So. he reasons, compares facts, puts questions on them, and by the answers which he extracts, test one by another. This sort of control, by means of reasoning and facts, is what constitutes experiment, properly speaking; and it is the nature of things outside us. In the philosophic sense, observation shows, and experimemt teaches." Claude Bernard (1813-1878) Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição Prefácio (Primeira Edição) Após um "longo e tenebroso inverno", Conseguimos disponibilizar a primeira edição dos Métodos para Análise de Alimentos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ciência Animal (INCT CA). Durante o estabelecimento do INCT-CA definiu-se como uma de suas metas prioritárias a criação de uma Rede Nacional de Pesquisa em Avaliação e Análise de Alimentos. O intuito primário deste ato calcou sobre a real necessidade de se conhecer como as diferentes instituições avaliavam os alimentos e como se podería, da melhor forma possível, contrastar ou cotejar com exatidão e precisão os resultados de experimentos obtidos em diferentes instituições. Em um primeiro momento de avaliações descobrim0s que estávamos falando línguas bem diferentes e que necessitávamos estabelecer um idioma comum para que nossa comunicação se tornasse mais próxima do universal. Assim nasceu a idéia deste manual. Durante o período em que o mesmo foi elaborado, muitas avaliações conjuntas foram novamente realizadas, nas quais pudemos perceber que nos aproximamos mais de um "idioma analítico" comum. Contudo, muito ainda precisa ser percorrido. Parte dos parâmetros analíticos de alimentos presentes neste manual não pôde ser adequadamente avaliada em ensaios de variação 5 INCT Ciêncio Animal interlaboratorial. Isto constitui uma meta da Rede de Avaliação de Alimentos. Assim, algumas decisões que resultaram no estabelecimento de padrões de procedimentos foram estabelecidas com base em experimentos conduzidos em uma única instituição ou, em pequenos pontos, na experiência pessoal de membros do INCT-CA. Contudo, em um futuro próximo, desejamos que isto não seja mais do que história, pois almejamos a avaliação científica/empírica de tudo o quanto aqui se expõe, além da expansão do domínio de métodos abordados e divulgados. Desta forma, estabelece-se claramente que esta primeira versão constitui somente um chamamento aos usuários da análise de alimentos. Apliquem os métodos aqui estabelecidos. Identifiquem seus equívocos e suas deficiências. Comuniquem ao INCT-CA. Identifiquem os métodos que não foram, mas que deveriam ter sido abordados. Juntos, poderemos trabalhar para que este manual possa se tornar uma referência de comum acordo com todos aqueles que necessitem ter a análise de alimentos como ferramenta básica para o desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisae extensão. Os Organizadores 6 N Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição Prefácio (Segunda Edição) Após quase dez anos, não sem muito trabalho, conseguimos disponibilizar a segunda edição do "Métodos para Análise de Alimentos" do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ciência Animal (INCT CA). Durante esse tempo,1 percebemos os erros cometidos na primeira edição e tentamos, na medida do possível, corrigi-los e aperfeiçoar as informações que disponibilizamos anteriormente. Podemos assumir, sem grande culpa, que esse aperfeiçoamento não foi fácil. Muitos assumem que o trabalho na área de análise de alimentos é muitos simples, pois restringe-se ao laboratório. Ledo engano. Muito foi feito, destacando-se o esforço de muitos estudantes de graduação e pós-graduação e bolsistas de pós-doutoramento. Certamente, a perfeição não atingimos. Contudo, coletivamente, alcançamos algo maior do que o que foi atingido na primeira edição. Melhorias sempre. A perfeição, infelizmente, nunca será alcançada. Contudo, esperamos que a nova edição do Métodos para Análise de Alimentos do INCT-CA venha minimizar as dificuldades que possam existir nos laboratórios de análise de alimentos para animais das instituições brasileiras. Muitos dos métodos com os quais trabalhamos constituem métodos empíricos, os quais definem os resultados per si. Nesses casos, 7 N Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição INCT Ciencia Animal seguir uma linguagem comum é fundamental para que possamos Agradecimentos conversar entre nós e projetar algo maior que a simples soma das partes. Esperamos que a revisão e ampliação da primeira ediç�o possa Ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ciência abranger algo maior do que fizemos há nove anos. No entanto, as críticas Animal (NCT-CA), pelo suporte financeiro e físico dado para a esugestões continuam bem vindas para que, em uma terceira edição, elaboração dos estudos, das reuniões de trabalho e para a execução de possamos nos aproximar ainda mais do objetivo de uma linguagem ações que culminaram com a feitura deste manual.comum. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPg), pelo constante apoio financeiro na forma de bolsasCordialmente, de pesquisa e de financiamento direto para a realização de ações pertinentes às informações geradas para feitura deste manual. Edenio Detmann A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais Coordenador da Rede de Avaliação de Alimentos (FAPEMIG), pelo apoio financeiro na forma de bolsas e de INCT-CA financiamento direto para conduç�ão de ensaios laboratoriais. A CAPES, por prover bolsas de estudo para estudantes de pós- graduação, bolsas de pós-doutoramento (PNPD) e recursos financeiros, sem os quais muito do que aqui é apresentado não poderia ter sido realizado. Ao Departamentode Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, por ceder suas instalações para realização de grande parte dos testes laboratoriais necessários para ajustamento de métodos de análise de alimentos. As instituições componentes da Rede de Avaliações de Alimentos do INCT-CA, por aceitarem o desafio e participarem nas ações8 9 Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Ciência Animal que culminaram nesse manual. Nossos enos nos mostraram a necessidade Codificação INCT-Ciência Animal de encontrar um caminho conum. Esse foi nosso grande estorço e nossa grande contribuição. A codificação dos métodos estabelecidos para análise de Aos pesquisadores ligados ao INCT-CA, por contribuírem para N alimentos segue o que foi estabelecido na primeira edição do Manual. O a condução de ações pertinentes à elaboraç�o deste manual. objetivo principal da mesma é de estabelecer uma linguagem universal Aos Drs. Luiz Femando Costa e Silva, Gabriel Cipriano Rocha, N para todos aqueles que desejarem aplicar os fundamentos aqui Malber Nathan Nobre Palma e João Paulo Pacheco Rodrigues, que estabelecidos e, quando necessáio, referencia-los em relatórios e artigos atuaram como bolsistas de pós-doutoramento CAPES/PNPD ligados cientifico. diretamente à elaboração da segunda edição deste Manual. A interpretação do código dos métodos de análise de alimentos é A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a exposta a seguir. concretização deste novo esforçn e que, por motivos alheios à nossa vontade, não foram citados aqui nominalmente. Estrutura do Código: Método X-YYY/Z Campo X Muito Obrigado! Estabelece qual a área em que o método específico se enquadra dentro da análise de alimentos Código de Area Area Métodos de anáises gerais Métodos de análises para compostos nitrogenados Métodos de análises para compostos fibrosos Métodos de anádises para compostos minerais G N F M 11 10 Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Cineii Anima SumárioCampo Estabelece o número do método dentro de cada área para o Página Capítulo Tema INCT-CA. 15 1 Obtenção e processamento de amostras ************** Campo Z 55 2 Secagem definitiva e matéria seca. ******** ********** Estabelece qual a versão do método que está sendo exposta Matéria mineral. 65 ******** ************************ Todos os métodos constantes na primeira edição deste Manual foram Nitrogênio (proteína bruta). 75 *************** *** *** identificados nesse campo pelo número "1", pois constituíam a primeira Frações nitrogenadas proteica e não proteica . 97 ******* versão do método em si. Para aqueles que sofreram alterações, o valor do Gordura bruta.. 107 campo Z foi alterado sequencialmente (vide, quando cabível, seção Fibra 127 1 *********** *********************************** "Aualizações" em cada Capítulo). 173 8 Amido... ** ****************************** Carboidratos não fibrosos e matéria orgânica residual. 9 185 ************°****** 203 10 Lignina .. ****************************************************** 231 11 Fibra indigestível. ****************************** ********* 249 12 Solução mineral ***************"°***********"************** 259 13 Fóstoroinorgânico total.******* *** ****°** ********* 269 14 Cromo.. 285 L. 15 Nitrogênio amoniacal em tluidos biológicos .. 301 16 Titânio . Digestibilidade n vitro da maténa seca para ru ntes . 17 313 *********° ************** Protocolos para condução de ensaios de degradação in situ em ruminantes .. 329 18 13 2 Métodos para Análise de Alimentos-2" Ediçäão Capítulo 1 Obtenção e processamento de amostras Definições básicas em amostrageme inferência em alimentos A análise de alimentos constitui área relevante no ensino das Ciências que estudam alimentos, pois fornece ferramentas e subsídios para vári0s segmentos do controle de qualidade, do processamento e do armazenamento, além das informações básicas acerca de seu potencial e efetividade de utilização por animais e humanos. Nesse ramo do conhecimento s�o estudados os alimentos; sua composição química; sua ação no organismo; seu valor nutritivo (algumas vezes também o valor alimentício); suas propriedades fisicas, químicas, microbiológicas, sensoriais, toxicológicas; e também adulterantes, contaminações, fraudes, etc. Assim, a ciência análise de alimentos relaciona-se com tudo aquilo que, de alguma forma, éalimento para os seres humanos e animais, desde a produção, coleta e transporte da matéria-prima, até a venda como alimento natural ou industrializado. Também é função da análise de alimentos verificar se o alimento se enquadra nas especificações legais, detectando a presença de adulterantes e aditivos prejudiciais à saúde. Em resumo, relaciona-se com todos os diferentes aspectos que envolvem um alimento, permitindo juízo sobre a qualidade do mesmo. 15 INCT Ciéncia Anima Métodos para Análise de Alimentos-2 Fdição Nesse sentido, os alimentos devem ser submetidos a análises Em termos gerais. inferir significa tirar conclusão. Estatisticamente, a de controle de qualidade e composiçâo química, as quais sâo inferéncia conecta dois elementos chave no processo de avaliaçäo de igualmente importantes na contabilização de propriedades nutritivas dados: a população ea amostra. Segundo definições da ABNT (2010). particulares. Assim. essas análises represcntam complementos a populaçãco consiste da totalidade dos itens considerados, ao passo importantes aos ensaios de alimentação. aos experimentos nutricionais que a amostra corresponde a uma das partes individuais em que uma (Van Soest. 1967). à indústria e aos sistemas de produção. população é dividida. Assim, em termos gerais. a populaç�ão constitui Para controlar a qualidade dos alimentos e aceitação dentro de o todo, sendo a amostra uma fração deste. Para a realizaçio segura do limites satisfatórios, torna-se importante monitorar as características processo de inferència faz-se necessárno que a fração (amostra) seja das matérias-primas. ingredientes, dietas e alimentos processados. um representante fidedigno de todas as caracteristicas do todo. pois Isso pode ser feito através da avaliação de todos os alimentos ou isso possibilita que. ao entendermos a fração. podemos concluir (i.e.. ingredientes de um lote específico, o que, no entanto, além de inferir) sobre o todo. Em estatistica, chamamos essa caracteristica de impraticável. inviabilizaria sua utilização posterior. Assim, o caminho representatividade. Por sua vez, a representatividade. em análise de factível consiste em selecionar uma porção do produto total e assumir alimentos, é denominada de integridade de analito. a qual. portanto. que a qualidade da porção selecionada é representativa de todo o lote indica a qualidade da amostra tomada do todo. (Proctor & Meullenet. 1998). Esse procedimento é denominado de O termo populaçio, em análise de alinentos, não faz muito amostragem. sentido, ua vez que nem sempre desejamos inferir sobre todo o milho Assim, por definição, a amostragem é o conjunto de operações ou tarelo de soja existentes, mas apenas sobre lotes especiticos com os quais se obiém, do material em estudo, uma porção dquiridos ou utilizados em determinado momento e/ou local. Assim, relativamente pequena, de tamanho apropriado para o trabalho no o "todo" em análise de alimentos constitui um conceito populacional laboratório, mas que ao mesmo tempo represente corretamente todo o mais restrito, sendo denominalo de unidade de decisão, a qual conjunto da amostra (Cecchi, 2003). representa o ateral a partir do qual uma amostra é coletada e ao qual A resultante do processo de amostrugem de alinentos uma interencia deve ser projetada. A unidade de decisão pode ser constitui em habilitar o analisla a rcalizar um processo de inleréncin. 17 todas para Ariip d Aiimernting fri INCT Cn ii Animal onstituida por uma carrcta de gråo ou farelo, um silo,a enreçio feal veres, desavisadamente, ohserv.amos resultados que julgamos nO total de um animal. um lote de feno, um piquete solb pastejo, cte. Condizentes e. instintivamente, os qualificamos como resultante de Nesse contexto, o processo de amostragem de alimentos se crros no método de análise (e.g.. imprecisio do analista. "problemas" resume em tomar uma parte da unidade de decisão que preserve a no cquipamento elou reagentes). Contudo, o erro global de estimaçã0 integridade de analito. ou seja. que preserve a earacterística ou representa mais do que isso. pois possun dois componentes distintos concentração do objeto de interesse como encontrada na unidade de (Figura 1.). O primeiro componente e. infelizmente. algumas vezes decisão. julgado como único, é o erro analitico total. que representa a soma Contudo. o conccito de amostra em análise de alimentos de todas as interferèncias geradas pelo método de análise em sie todos possui algumas diferenças marcantes em relação ao que ocorre na os elementos envoltos em sua aplicaçio (e.g.. preparo de reagentes. estatística. Em muitas situaçõces de análise de dados, as amostras manutenção e operação de equipamentos; treinamento, pericia e zelo produzem conjuntos numéricos finitos que, após o devido tratamento do analista). matemático/probabilístico. produzem os elementos que suportam a Todavia. o erro global de estimação é também atetado pelo inferéncia. No entanto, na análise de alimentos a amostragem não é erro total de amostragem (Figura 1.), o qual representa o erro estática como na simples avaliação de dados. O processo de cometido durante qualquer estidio da reduçào de massa que causa amostragem em análise de alimentos é dinâmico e formado por desvios na integridade de analito da amostra avaliada em relaçdo à diversas instáncias, iniciando-se na unidade de decisão e terminando unidade de decisdo. Com grande probabiliukade, o erro total de no momento da análise em si. Cada ctapa é crucial para manutenção amostragem intluencia mais o erro global de estimaçdo do que o erro da integridade de analito e passível de imputar diferentes erros sobre analitico total. Dois prineipais moüvos suportam tal atirmativa. Em o resultado final. primeiro lugar, o erro total de amostragem representa um processo Quando obtemos um resultado em laboratório, esse vemn continuo composto por várias etapus, as quais, individualmente, erros acompanhado de um erro global de estimação, que representa a poem ser cometidos e. consequentemente. propagados (Figura l.2). divergéncia entre o valor da característica ou concentração expresso m segunko lugar, os erus de anwstragem são, em sua grande pcla amostra e o valor real concernente à unidade de decisdo, Muitas iwr, uegligenciaules e. por isso, polem agir silenciosamente sobre J8 Meodos pra Analise de Alimentos 2" Ediçio INCT Ciência Animal o ero global de estimação. Se um ero analitico ocorrer. podemos Erro Global de repetir a anáise. Se um ero de amostragem ocorrer, na maioria Estimação massiva dos casos, não há retorno, pois as unidades de decisão ficar:am no passado e não há como re-amostrá-las. Dessa forma. o conceito de amostra representativa em análise Erro Total de Erro Analitico de alimentos é essencial e, em si, plural, pois percorre dinamicamente Amostragem Totalum processo longo e melindroso a fim de preservar a integridade de analito. Erros não devidos a processos de seleção A primeira instância do processo de amostragem resulta na Erros devidos a amostra primária, a qual é formmada por diferentes incrementos processos de seleção tomados da unidade decisão de acordo com um protocolo de amostragem. Por definição, um incremento é a porção individual de Figura 1.1. Erro global de estimação e seus componentes (Adaptado material coletada por uma operação de amostragem simples que, emn de AAFC0, 2015; 2018). conjunto, compõem a amostra primária. Por exemplo, em uma carreta de grãos, o incremento representa cada ponto de amostragem de um Comumente, a amostra primána possui massa superior ao calador de parede dupla. A amostra formada por todos os pontos de necessário para envio ao laboratório. Nesse ponto introduzimos dois amostragem constitui a amostra primária. O mesmo raciocínio é feito conceitos. Primeiro, o de amostra laboratorial, que representa o para pontos de amostragem em uma fatia de um silo ou em amostras material enviado ao e/ou recebido pelo laboratório. Essa amostra fecais pontuais (i.e., amostras grab) em um animal em experimento de normalmente representa uma amostra dividida, a qual indica um metabolismo. porção da amostra primária obtida sem nenhum viés. As operações de divisões de amostras visando à manutenção da integridade de analito são normalmente denominadas de quarteamento. 21 20 Mélodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Ciência Animal Resultado da Análise Erro Analitico A amostra laboratorial nem sempre poOssui características que a habilitam à análise. Assim, a mesma deve passar por processamento físico (i.e., secagem parcial e/ou moagem) que a adeque para a análise. Porção TesteDesse processo, produzimos a amostra analítica. A amostra analítica, por sua vez, fornecerá pequenas alíquotas Amostra Analítica que serão submetidas à análise em si, as quais são denominadas de porções teste. No momento em que uma porção teste é selecionada Amostra Laboratorial (e.g., uma alíquota de 200-300 mg da amostra analítica para avaliação 1 da concentração de nitrogênio), o processo de amostragem é encerrado. Isso evidencia que a amostragem em si constitui processo Amostra Primária contínuo, com múltiplos estádios e que, em cada estádio, erros podem ser cometidos os quais comprometerão a integridade de analito, o Unidade de Decisão processo de inferência e a confiabilidade dos resultados. Logo, atribuir aos erros analíticos a ampla responsabilidade por resultados julgados Figura 1.2. Fluxograma de influência de erros e da realização de inferência em análise de alimentos (setas azuis indicam a realização de inferência; setas vermelhas constituem ação de erros de amostragem, a seta negra indica a interterência causada por erros na análise em si). como não condizentes pode ser uma atitude não tão racional assim. Além das definições de amostra que seguem a dinâmica do processo de amostragem (Figura 1.2). existem definições adicionais de amostra que devem fazer parte do vocabulário do analista de alimentos. São essas: amostra dividida, amostra replicada e amostra composta. O conceito de amostra dividida foi previamente 23 22 Mélodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Ciencia Animal na amostra composta. Nesse cas0, OS incrementos (e.g.. pontos discutido. Amostras replicadas significam frações de uma amostra colcta cm uma carreta de farelo) devem ser equivalentes; ou seja. tomadas sob condições comparáveis em qualquer ponto do pucesso devem apresentar o mesmo peso na formação da amostra composta de amostragem. Esse conceito é comumente aplicado em duas i.C., a amostra primária). instancias em nossa área de atuação. Primeiro, quando envia-se uma amostra laboratorial, é prudente que uma contra-prova seja Contudo, a formação de amostras compostas nem sempre segue esses preceitos. Um exemplo simples pode ser construído a armazenada no local de origem. para os casos de perda da amostra laboratorial no transporte ou contestação dos resultados obtidos. Em partir da coleta fecal de ruminantes em experimentos de metabolismo. Caso procedamos à coleta fecal pontual (i.e. amostras grab, tomadas segundo lugar. quando realizamos repetições em laboratório, pressupõe-se que cada porção teste represente uma amostra replicada em pequenas frações em momentos especificos). nossa amostra da amostra analítica. composta deverá ser equivalente à cada coleta (nesse caso, O conceito adicional final de amostra é o de amostra comumente, a amostra composta será formada por massa iguais de composta, o qualconstitui aquela amostra que, em qualquer instância amostra seca ao ar tomadas em cada tempo de amostragem). Por outro do processo de amostragem, é obtida pela mistura de amostras antes lado, caso realizemos coletas totais de fezes durante três ou mais dias, da análise em si, com objetivos de ampliar a eficiência analítica (i.e., a amostra composta será formada por alíquotas proporcionais a cada reduzir custos ou o número de procedimentos analíticos). A dia. Em outras palavras, para os dias de maior exereção, a alíquota interpretação incorreta do conceito de amostra composta constitui componente da amostra composta deverá ter maior peso na amostra algumas vezes um comprometimento primordial do processo de final. Isso éé o que denominamos de amostra composta proporcional inferência, sobretudo quando sua aplicação compromete o conceito de aos seus incrementos. unidade experimental. Isso não deve ocorrer e atenção deve ser Considerando que a amostragem constitui processo contínuo dirigida a isso. com múltiplos estádios. os erros se manifestarão de forma plural Dessa forma, o conceito de amostra composta deve ser durante sua execuç+o. De tornma geral. os erros de amostragem se aplicado corretamente. Com um raciocínio simples, entendemos que enquadrarão em dois grupos principais: serão ou não causados por uma amostra primária, ao ser formada por incrementos, compreende processos de seleção de elementos (Figura 1.1). 24 Mctodos para Analise de iunentos c INCT Ci�nia Animal Erros devidos| |a processos de seleção Por definição, elementos são os componentes indivicduais quc formam um dado material. podendo ser gràos ou partículas para materiais sólidos. moléculas para materiais líquidos ou uma mistura de ambos para materiais pastosos. Os materiais podem ser Erros Erros Sistemáticos classificados como materiais de elementos finitos ou infinitos. Os Aleatórios primeiros são formados por elementos que podem ser identificados e Erro por delimitação del incremento Erro selecionados individualmente ao acaso, como o caso de lotes de grãos fundamental integrais ou frutos. Os segundos, por sua vez, sâo formados por de amostragem elementos que näo podem ser identificados e selecionados Erro por extração de incremento individualmente ao acaso, como o caso de farelos, materiais em pó ou Erro por material líquido, como óleos e outros líquidos (e.g., leite, urina, agrupamento e segregação melaço líquido). Erro na A partir dessas definições, estabelece-se que os erros ponderação de incrementos associados a processos de seleção decorrem de equívocos ou influências na retirada dos elementos de um material. Esses erros Figura 1.3. Erros de amostragem devidos a processos de seleção e seus componentes (Adaptado de AAFCO. 2018). podem ocorrer de forma aleatória ou sistemática (Figura 1.3). Os emos aleatórios são aqueles que ocomem por causas inprevisiveis e que fogem ao controle do analista. Resumidanmente, isso indica que um ineremento ou porção teste analisada terà uma L caracteristica ou valor diterente do incremento ou porção teste anterior (conceitos adaptados de JCGM, 2008; INMETRO, 2014). Cada novo erro aleatório poderå possuir módulo e/ou direção totalmente diferente do 27 26 1étodos para Análise de Al1mentes-2 Edi ometido no ineremento ou ponçåo teste que v poccdeu, Como såo honogeneos. Uma mistura concentrada contendo farelos e grios inteios caractenisticos de cada avaliação, apereepydo do emo aleatório é dada por ou uma silagem de milho possuem alta heterngeneidade de composição, medidas de variabilidade (c.g.. variância amostral). Quanto maior o eo pois seus clementos variam muito entre si. aleatório, menor será a precisão do processo ou da análise. Adicionalmente, existe a heterngeneidade de distribuição. a Por outro lado, os emos sistemáticos se manifestam de forma qual se origina da distribuição não-aleatóra (embora incorra em erro constante sobre incrementos, anmostras e porções teste, fazendo com que alcatório) espacial e/ou temporal dos elementos dentro de uma unidade todos os resultados obtidos se desloquem em mesmo sentido e módulo de decisão. A heterogeneidade de distribuição espacial ocorme, por em relação à característica ou à concentração real. Esse deslocamento é exemplo, quando transporta-se uma carga de gräos ou farelos em caretas. também denominado viés. Em boa parte dos casos, os erros sistemáticos Com a trepidação durante o transporte, diferentes estratos horizontais são possuem causa conhecida. o que pemite que sejam corigidos com fomados. Partículas menores e mais densas se concentram na parte reinamento, boas práticas ou, em último caso, por intermédio de fatores inferior da carga. ao passo que particulas maiores e menos densas de começão. Contudo, a questão parece ser mais complicada em predominam no estrato superior. Com a estratificação horizontal. produz- amostragem. pois equívocos nos procedimentos dependem imensamente se uma heterogeneidade de distribuição vertical. Por outro lado. a do fator humano, o qual nem sempre reconhece a realização de práticas heterogeneidade de distribuição temporal ocome. por exemplo, com o capazes de incorrer em erros sistemáticos na formaçãão das diferentes armazenamento de silagem de milho em longos silos trincheira. A amostras. Quanto maior o erro sistemático, menor será a exatidão na forragem retirada na entrada do silo será diferente daquela retirada no expressão final de uma característica ou concentração. centro ou na parte posterior. pois foram depositadas em momentos Os eros aleatórios devido à seleção de elementos ocorrem distintos (i.e., ficaram expostas ao ar por tempos diferentes, foram basicamente devido à ocorrência de heterogeneidades no material, as cortadas de campos distintos ou, se cortadas no mesmo campo, foram quais ocorrem por dois motivos. A heterogeneidade de composição cortadas em dias distintos). origina-se de diferenças na composição entre elementos individuais em O primeirw emo aleatório apresentado na Figura l.3 é o erro uma unidade de decis�ão. Materiais como farelo de soja, por exemplo, tundamental de amostragem, o qual ocorme devido à heterogeneidade possuem baixa heterogeneidade de composição, pois seus elementos silo 28 Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Ciência Animal de composição da unidade de decisâo. Sua descrição quantitativa, dada O segundo erro aleatório apresentado na Figura 1.3 é o erro por por intermédio de uma variância amostral, < (AAFCO, 2015; 2018): agrupamento e segregação, o qual decorre da heterogeneidade de distribuição dos elementos na unidade de decisão. De fornma simplificada, HCxd SEFA sua descrição quantitativa é dada por (AAFCO, 2018): m HD em que: s EFA = Variância do erro fundamental de amostragem; HC = EAS n heterogeneidade de composição; dnás = diàmetro máximo dos elementos; e m= massa do incremento. em que: SEAS = Vvariância do erro por agrupamento e segregação; Pela equação é possível deduzir algumas medidas a serem HD = heterogeneidade de distribuição; e n = número de increment0s. adotadas no processo de amostragem em uma unidade de decisão. A aplicabilidade direta a ser retirada da equação acima é: quanto Primeiro, quanto maior a heterogeneidade de composição, maior será o maior a heterogeneidade de distribuição, maior deve ser o número de ero aleatório passível de ocorrer. Para que um controle seja feito, duas- incrementos que comporão a amostra primária. decisões podem ser tomadas. Primeiro, aumentar a massa de cada Os erros sistemáticos ligados a processos de seleção (Figura 1.3) incremento na formação da amostra primária. Segundo, reduzir o podem ocorrer em três instâncias distintas, embora não haja pleno consenso diâmetro dos elementos. Essa segunda medida nem sempre é possível na na literatura. A primeira instância é denominada de erro na ponderação prática, pois nem sempre é possível processar mecanicamente o material deincrementos, o qual resulta do uso de incrementos desproporcionais antes da amostragem. A lógica dessa relação nos diz que seria mais (em massa ou volume) em relação a sua verdadeira importância em umna adequado amostrar o milho moído em relação ao milho em gr�o. Se for amostra primária ou composta. A segunda instäncia é denominada de erro factível, beneficios seriam obtidos em relação à precisão. Contudo, essa por extração de incremento, o qual resulta de remoção imprópria de um equação nos será muito útil para justificar a aplicação do processamento incremento, resultando em perda de material durante a remoção. Por mecânico ie., moagem) para formação de amostras analíticas e porções dtümo, temos o erro por delimitação de incremento, que é causado, teste, o que veremos em um momento posterior deste Capítulo. principalmente, do uso de instnumentos de amostragem inadequados para a situação em questão. Exemplos podem ser verificados em AAFC0 (2018). 30 31 Métodos para Análise de Alimentos 2 EdiçãoINCT Cincia Aninat de moinhos indevidamente limpos (ou não limpos) entre uma moagem e Por outro lado. todos os emos de amostragem que não cstão outra.assaciados a praxessos de seleção são de natureza sistenmática (Figura 1.4). O primeiro desses é o erro de integridade de analito, o qual resulta de Erros não devidos a processos| de seleão mudanças de concentração ou em características da amostra durante o processo de amostragem. Na nossa área de atuação a ocomência desse erro CEros sistemáticos) é comum durante o processanmento físico da amostra, notadamente durante a redução parcial da umidade de amostras. O uso de temperaturas Erro por material estranho inadequadas (i.e., excessivamente altas) ou ambientes de secagem inadequados (e.g., algumas vezes secagem em estufa, quando a amostra/análise demanda liofilização) podem levar a alterações Erro de recuperaçäo de massa ireversíveis na amostra que comprometem a integridade de analito. Perdas por volatilização ou modificação das características químicas por reações Erro por introdução de contaminação não-enzimáicas são as causas mais comuns para o erro de integridade de analito. O erro por introdução de contaminação ocorre devido à Erro de integridade de introdução não intencional de contaminantes, os quais podem incorrer em anaito concentração ou diluição do analito, introdução de materiais indesejados na Figura 1.4. Erros de amostragem não devidos a processos de seleção e seus componentes (Adaptado de AAFCO, 2018). amostra ou introdução de elementos causadores de interferências analíticas de uma foma geral. Esse enro se assemelha à contaminação cruzada em fábricas de rações e decorre, comumente, do uso de instrumentos de Por sua vez, o chamado erro de recuperação de massa decomeamostragem utilizados sem a devida limpeza, o que carreia elementos de da perda (mais comunm) ou ganho de massa de uma amostra durante o um processo para o outro. Outra forma comum de imputar esse erro às processo de amostragem, afetandoa integridade tinal do analito. Na nossa amostras Ocorre durante o processamento mecânico da amostra com o uso 32 33 Mélodos para Análise de Alimentos - 2" EdiçãoINCT Cincia Animal CSColha Como incremento, sua amOstra primária passará a ter uma alta area, esse erro é mais comumente cometido durante o pocessamento mecânico das amostras. Moinhos mal conservados levam à perda de fração de material mofado. Durante o uso da silagem. possivelmente esse material por trestas durante a moagem, a qual pode comprometer a pequeno "pedaço" será desprezado. Por que inclui-lo na amostra? integridade de analito. Por outro lado, processos de moagem mal Um aspecto final dos problemas associados à amostragem foi conduzidos principalmente pelo uso de tempo aquém do necessário, com devidamente abordado pela AAFCO (2015: 2018): os denominados o aproveitamento apenas do material moído nos primeiros minutos, blunders. Esses correspondem a equívocos ou, algumas vezes. acidentes causarão viés na integridade do analito. Lembrem-se: amostras possuem que resultam em perda ou comprometimento da informação, os quais heterogeneidade de composição. 0 fato de uma fração da amostra levar podem ocorrer em qualquer estádio do processo de amostragem (e.g. mais tempo para moer, indica que na amostra existe uma estratificação quebra de frascos, rotulagem incorreta, erTOS de anotação, falhas de física (1.e., uma fração é mais resistente å moagem que outra). equipamento, escolha de métodos incorretos). Os blunders, por sua Estratificações físicas são, na maioria massiva dos casos, decorrentes de natureza, não podem ser considerados na avaliaç�o do erro total de heterogeneidades de composição causadas por características químicas. amostragem, devendo ser prevenidos ao máximo com o devido preparo e Por fim, temos o erro por material estranho. Durante a retirada atenção do amostrador/analista e com cuidados em todos os procedimentos de uma amostra é comum encontrarmos materiais estranhos que não Sua ocorência, pode, algumas vezes. comprometer todo o processo, pertencem naturalmente à unidade de decisão. Esses materiais são levando à necessidade, se possível. de se repetir todo o processo de normalmente desprezados no uso do material e, de certa forma, não amostragem. possuem representatividade frente à unidade de decisão como um todo. No Um dos principais comprometimentos gerados pelos blunders entanto, ao permitir que o mesmo componha, por exemplo, uma amostra ocoTe sobre a integridade de evidencia Essa representa a segurança que primária, sua participação na amostra será indevida e exagerada, nenhuma evidência tenha sido perdida ou comprometida desde o processo comprometendo a integridade de analito da mesma. Como exemplo, de amostragem até a obtenção de resultados analíticos. A integridade de suponhamos que você esteja amostrando um silo trincheira. De frente para evidência possui ampla relação com aspectos éticos ou legais da análise de a fatia, você se depara com um pequeno nicho de material mofado. Esse alimentos e sua aplicação busca assegurar a integridade da amostra desde a pequeno nicho não tem representatividade no silo. Contudo, caso você o construção de ua amostra primára até a expressão numérica do resultado 34 35 Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição final AARO, 2015). Como os resultados podem ser usados para Wagner, 2015: Wagner & Ramsey. 2015). O primeiro conhecimento será diferentes fins. o conceito de integridade de evidência pode variar em acerca das propriedades do material a ser amostrado quanto à sua funão dos mesmos. heterogeneidade (de composição e de distribuição). 0 segundo Os mateniais avaliados em análise de alimentos para aniais sâo conhecimento é denominado de critérios de qualidade de amostragem, Cxtremamente plurais em natureza. origem, local e forma de OS quais demandam do analista conhecimento claro do propósito da amazenamento e finalidade de aplicação. Usamos forragens, concentrados amostragem e da qualidade necessária dos dados a serem produzidos. Com e suplementos minerais: avaliamos alimentos ofertados e sobras; avaliamos a junção funcional de ambos conhecimentos. a teoria de amostragem é digestas e fezes coletadas sob diferentes protocolos; monitoramos matérias aplicada, a qual fomecerá as ferramentas cientificas para realização de uma primas e produtos finais: tomamos amostras de sacos, carretas, silos amostragem capaz de preservar a representatividade da amostra. Contudo, forrageirose graneleiros; etc. Dessa formna, seria praticamente impossível deve ser ressaltado que a aplicação da teoria de amostragem produzirá definir procedimentos de amostragem padrão em apenas um Capítulo deste efeitos nulos caso o conhecimento sobre a heterogeneidade do material e Manual. Embora sugestões gerais tenham sido apresentadas na primeira Os critérios de qualidade de amostragem não sejam definidos e conhecidos. edição domesmo, o comitê organizador desta nova edição optou por A partir da fusão de todos os aspectos. o analista se tormará apto a definir os removê-los e deixar a cargo do usuário a busca por protocolos de protocolos de amostragem adequados (Figura 1.5). amostragem adequados aos seus objetivos. Sugestões de procedimentos amostrais podem ser encontrados, por exemplo, em Butolo (2002), FAO Processamento físico de amostras (2004), SINDIRAÇÕES (2017) e AAFCO (2018), além de trabalhos O processamento fisico da amostra constitui a adequação de um científicos específicos de cada área. Suporte teórico adicional ao aqui discutido pode ser obtido em FAO (2013) ou no número especial sobre essa amostra laboratorial para as análises em si, convertendo-a em amostra temática publicado pelo Journal of AOAC International (2015; v.98, n.2). analitica. Como a própria definição diz, essa etapa de processamento deve Contudo, torna-se imprescindível destacar que, em qualquer restringir-se ao campo tisico, sem promover alterações quínicas na situação, a definição de um protocolo de amostragem deverá se bascar em amostra (ou. pelo menos, com o mínimo de alteração possível), buscando- dois conhecimentos básicos e no uso de uma ferramenta (Ramsey & se preservar a integridade de aualito frente ao observado na unidade de decisão. O processanento tisico engloba dois gupos distintos de ações, as 37 36 NC7iia Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição quais paiem ou nãocomer enm conjunto (e, nonnalhmente, em sequência): A desidratação parcial da amostra laboratorial possui alguns desidratação parcial. também denominada de "pné-sceagem", e objetivos centrais. Em primeiro Iugar. parte das amostras laboratoriais processamento mecânico. também denominado de moagem. possuem teor de umidade elevado, o que facilitaria sua deterioração e. consequentemente, comprometeria a integridade de analito. Esse Confiabilldade pertil de amostras laboratoriais é comumente observado para Representatlvidade forragens in natura, silagens. digestas. material fecal, etc. A deterioração poderia, ao menos em tese. ser contornada pela CQA TA manutenç�o da amostra sob congelamento. Contudo. esse manejo gera PA outro inconveniente, que surge da necessidade de contínuos ciclos de descongelamento e recongelamento a cada vez que alíquotas precisam Erro ser tomadas para realização de algum procedimento analítico. Materiais com teor de umidade inferior a 15%, normalmente, não necessitam de acondicionamento sob refrigeração, salvo casos Heterogeneldade especiais. Dessa forma. reduzir o teor de umidade da amostra laboratorial facilita o manejo e armazenamento nas rotinas laboratoriais. A partir dessas considerações, entende-se que a PM desidratação parcial não constitui um procedimento essencial para todos os materiais, pois. por exemplo. grãos, farelos e fenos já Figura 1.5. Representação sistemática para obtenção de amostras possuem naturalmente baixo teor de umidade. representativas (CQA, critérios de qualidade de amostragem; TA, teoria de amostragem; Por outro lado, materiais úmidos não são propícios ao PM, propriedades do material amostrado; PA, protocolos de amostragem). Adaptdado de Ramsey & Wagner (2015) e Wagner & Ramsey (2015). A direção das selas coloridas processamento mecânico. pois tendem a ser flexíveis e resistentes à moagem por corte ou por impacto. Obviamente, existem processos de indica aumento no critério indicado. moagem de materiais in natura, como a moagem criogênica, na qual 38 39 iNCT Ciëncia Anial Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição material congelado a baixíssimas temperaturas passa a adquirir ntegridade de analito em comparação à secagem por frio (Ribeiro et resistência fisica suficiente para o processamento mecânico. Contudo, al., 2001; Pelletier et al., 2010;. Jacobs et al.. 2011: Morris et al. 2019). entende-se que tais casos constituem exceções nas rotinas Esse comprometimento na integridade de analito ocorre, laboratoriais. Assim. a desidratação parcial atribui resistência ffsica normalmente, por duas vias: volatilização e reações não enzimáicas. que habilita a amostra laboratorial ao processamento mecânico. A intensidade de volatilização dependerá de duas variáveis principais: A desidratação parcial de amostras laboratoriais pode ser concentração de compostos passíveis de volatilizaç�ão e temperatura realizada por intermédio de secagem por frio ou por calor. de secagem. Em ambos os casos haverá uma relação diretamente Inicialmente, o que devemos entender é que o objetivo é apenas de proporcional com a intensidade do erro de integridade de analito. reduzir o teor de umidade original do material a níveis que se Por outro lado. as reaçoes não enzimáticas são diretamente enquadram nos objetivos descritos anteriormente. Não há, e nem deve mediadas por calor e, comumente, envolvem a junção de compostos haver, intenção de retirar toda a água do material. O conceito final de aminoacídicos e de carboidratos não estruturais. Os compostos desidratação parcial é normalmente definido por uma amostra seca resultantes de tais reações são denominados de artefatos. Sua em equilíbrio com a umidade relativa do ar ou, simplesmente, formação, em geral, resulta em perda de integridade de analito devido amostra seca ao ar (ASA). A noção clara desse conceito deve ser à alteração química do pertil de compostos nitrogenados (i.e. preservada para que os procedimentos adotados na desidratação aminoácidos s�o transtormados em compostos nitrogenados parcial sejam aplicados sem equívocos. insolúveis e contabilizados como nitrogênio insolúvel em detergente A escolha por frio ou calor dependerá basicamente dos neutro), aumento de compostos insolúveis (os quais podem acarretar objetivos da análise final, o que definirá o grau de tolerância ao erro aumento da fibra em detergente neutro e lignina) e decréscimo da de integridade de analito, e à disponibilidade de infra-estrutura e digestibilidade da anmostra. A ocorrência de reações n�o enzimáticas é equipamentos. ampliada sob temperaturas maiores que 60°C (Van Soest, 1994), A secagem por calor é mais simples e possui menor custo e sendo este o limite máximo do calor a ser recomendado paraa maior acessibilidade ao aparato necessário. Contudo, a submissão da procedimentos de desidratação parcial. amostra a calor pOssui maior probabilidade de ocasíonar erro de 40 1 INCT Ciência Aninnal Mélodos para Andlise de Alimentos -2" Edição As formas de secagem por calor são variadas, indo desde tamanho do cristal de gelo formado no interior da amostra. Por sua vez, 0 secagem à sombra em camada delgada até o uso de micro-ondas. tamanho do cristal de gelo é diretamente proporcional à temperatura de Contudo, a forma mais rigorosa e indicada consiste no uso de estufa com congelamento. Logo, congelamentos por intermédio de freezeres circulação forçada de ar, a qual permite o melhor controle das variáveis convencionais não propiciam condições adequadas ao processo de fisicas envolvidas na redução do teor de umidade. Embora o forno de liofilizaç�ão, sendo necessários processos mais adequados, como o uso de micro-ondas seja atrativo, devido à acessibilidade e rapidez, o controle da nitrogênio líquido ou ultra-freezeres. Isso demanda maior custo e, temperatura no interior da amostra não é feito como na estufa. Assim, a consequentemente, maior investimento no processo. secagem parcial por calor recomendada neste Manual baseia-se no uso de Embora a liofolizaç�o não isente as perdas por volatilização estufa com circulação forçada de ar. A base física deste processo de (Morris et al., 2019), é improvável que comprometimentos da integridade secagem consiste em imprimir à amostra temperatura superior à do de analito ocorram por reações não enzimáticas. Logo, presume-se que a ambiente, mas inferior à temperatura de ebuliç�o da água (i.e., 50-60°C). liofilização seja o padrão ouro do processo de desidrataçãoparcial de Isso causa aumento da excitação das moléculas de água, formando um amostras. Contudo, balizamentos entre a tolerância ao erro de integridade micro-clima de alta umidade sobre a amostra. Essa umidade é retirada de analito e o custo do processo devem orientar a escolha do método com o auxilio da corente de ar e, gradativamente, a água migra do interior adequado neste quesito. para o exterior da anmostra. O ciclo de migração e retirada da água é Uma vez que a desidratação parcial foi executada (ou não, repetido por tempo suficiente para que o teor de umidade demandado seja dependendo da amostra em si), passamos à segunda etapa do alcançado. processamento f+sico, o que denominamos de processamento mecânico. Por outro lado, a secagem por frio trabalha com uma propriedade Os objetivos dessa etapa são claros: reduzir a influencia da específica da molécula de água que, sob baixíssimas temperaturas e sob heterogeneidade de composição e adequar a superfície específica da vácuo, é capaz de sublimar, ou seja, migrar diretamente do estado sólido amostra analítica ao processo de análise em si. para o estado gasoso. Contudo, esse processo, em termos instrumentais, No primeiro caso, temos uma observação clara do objetivo da exige o congelamento da amostra sob temperaturas muito baixas (40°C). moagem da amostra. Por exemplo, a análise do teor de nitrogênio por A eficiência do processo de liofilização é inversamente proporcional ao intermédio do método de Kjeldahl não detemina nenhum tamanho de 42 43 INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição partícula em especial. Como a amostra será totalmente digerida por um moagem, realize o quarteamento da amostra, reserve uma parte moIda a procedimento ácido. não há necessidade de moagem específica em si. 2 mm e destine outra parte para uma nova moagemal mm. Contudo, raciocinemos. O que escolher em uma amostra de silagem de Embora haja diversos tipos de moinhos., dois tipos são mais milho? Meio grão. uma folha e uma parte de uma sabugo? Obviamete utilizados na análise de alimentos para animais. O primeiro engloba que não. Com a moagem. a amostra se torna mais homogênea e muito da alguns modelos de equipamentos que são de forma geral denominados de influência devido à sua heterogeneidade de composição é contornado,o moinhos de facas. Suas principais características são: um conjunto de que permite a obtenção de porções teste adequadas. lâminas localizadas no rotor central. denominadas de facas: um conjunto Por outro lado, há muitas análises que determinam superfícies de lâminas localizadas na parede da câmara de moagem. denominadas de específicas para que seus resultados sejam considerados adequados. Por contra-facas; e um mecanismo seletor de tamanho. denominado exemplo, a análise de fibra em detergente neutro exige que as amostras peneira. Os moinhos de facas desintegram as amostras por corte. uma vez sejam moidas com peneiras de porosidade de 1 mm. Por outro lado, as que o encontro das facas e contra-facas executam ação similar à de incubações in situ para ruminantes demandam moagem em peneiras de tesouras. O mesmo foi projetado para materiais macios. como forragens porosidade de 2 mm. Assim, antes de se executar o processamento e farelos, não sendo indicada a moagem direta de materiais duros. como mecânico, faz-se necessário um correto planejamento considerando-se oSsos e catilagens. todo o espectro de análises que serão realizadas. Haverá, normalmente, Por outro lado, os moinhos tipo "bola" são compostos por uma dois tipos de decisões a serem tomadas. Primeiro, a moagem se baseará câmara de moagem de aço que é deslocada em movimento retilíneo do naquela análise que define um tamanho de partículas particular. Segundo, tipo vai-e-vem" contendo uma esfera de aço em seu interior. Com o caso haja duas exigências distintas, a moagem deve ser executada em movimento, a esfera se choca com a amostra, reduzindo o tamanho de múltiplos estádios. Suponha que seu espectro envolva análises de fibra partículas por impacto. Como não há mecanismo seletor, não há como em detergente neutro, incubações in situe proteína bruta por Kjeldahl. A controlar o tamanho final de moagem. Esse tipo de equipamento é primeira exige I mm, a segunda 2 mm e a terceira não possui exigências. utilizado na moagem de materiais duros, como ossos, ou na moagem de Assim, a primeira instância da moagem será realizada a 2 mm. Após a materiais comuns para fragmentação inicial em grão duros para que o término do processo de moagem seja realizado em um moinho de facas. 44 45 Métodos pura Análise de Alimentos -2" EdiçãoINCT Ciência Animal Sacos de papel podem ser utilizados como recipientes para Um detalhe relevante no processo de moagem é direcionado a amostras com menor teor de umidade como forragens frescas.materiais de alta concentração de gordura. O processo de moagem gera Forragens colhidas íntegras (e.g., capins) devem ser previamente calor, causando a fusão de parte da gordura, que forma placase impede a seccionadas em fragmentos de 2a3 cm para otimizar a perda de água moagem em ambos os tipos de moinhos. Assim, materiais com mais de durante o processo. Para o caso de amostras fecais, de digesta ou 10% de extrato etéreo devem ser parcialmente desengordurados para que forragens de alta umidade (e.g., cana-de-açúcar). os recipientes devem o processamento mecânico seja factível. No caso de grãos de oleaginosas (eg., caroço de algodão, grão de soja), os mesmos devem ser ser bandejas, as quais, sugere-se, serem cobertas com filmes plásticos parcialmente fragmentados em um almofariz e submetidos a um processo (sacolas), que previnem que as amostras fiquem aderidas nas bandejas de extração intermitente da gordura (e.g., extraç�o de Soxleth) por seis a para o caso de bandejas de alumínio, previne-se também a oito horas. Não se deve esquecer de contabilizar a gordura extraída nesse contaminação da amostra). processo para a correta expressão das concentrações a posteriori. Procedimentos Redução do teor de umidade em estufa com circulação forçada de ar 1. Lave os recipientes e deixe secar na estufa a 50-60°C. Se utilizar (Método G-001/2) saco de papel deixe-o secar por oito horas. Retire da estufa e espere Aparatos entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar. Esse procedimento é importante para que não haja alteração da tara - Balança semi-analítica com precis�o de 0,1 a 0,01 g durante o processo de secagem. pois estamos trabalhando com - Bandejas de plástico ou alumínio amostras secas em equilibrio com a umidade relativa do ar. Sacos de papel Sacos plásticos 2. Pese os recipientes e registre os pesos. - Estufa com circulação forçada dear 3. Adicione uma amostra em cada recipiente e registre os pesos dos recipientes com as amostras. Para o caso de sacos, o volume de amostra não deve ultrapassar 50% da altura do saco. A secagem em 47 46 NCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição bandejas deve ser realizada conm a amostra em camada delgada (i.e., - Estufa com circulação forçada de ar altura da amostra n�o deve ultrapassar 2 cm). - Liofilizador Sistema de congelamento (ultra-freezer ou nitrogênio líquido)4. Agite os recipientes com as amostras com suavidade, para uniformemente distribuir as amostras e expor o máximo de área à Procedimentos secagem. 1. Lave os recipientes e deixe secar em estufa a 50-60°C. Retire da 5. Coloque os recipientes com as amostras na estufa a 50-60°Ce deixe estufa e espere entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar. secar por 24 a 72 horas. Se o recipiente utilizado for sacos de papel, este deve ser disposto com inclinação de 45°, perfurado na face 2. Pese os recipientes e registre os peso0s. superior (3 a 4 furos feitos com um instrumento perfurante)) e permanecer aberto na estufa para otimizar a perda de umidade da 3. Adicione uma amostra em cada recipiente de modo a obter uma camada delgada (alturamácima de 1 a 2 cm). Para o caso de amostra. forragens colhidas íntegras (e.g., capins) devem ser previamente 6. Retire os recipientes com as amostras da estufa e espere 30 a 40 seccionadas em fragmentos de 2 a 3 cm para otimizar a perda de minutos para entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar. água durante o processo. Pese-os e registre os pesos. 4. Registre os pesos dos recipientes com as amostras. Redução do teor de umidade por liofilização 5. Agite oS recipientes com as amostras com suavidade, para (Método G-002/2) uniformemente distribuir as amostras. Aparatos 6. Coloque os recipientes com as amostras em ultra-freezer com a temperatura igual ou inferior a -40°C e deixe por 8 a 12 horas, de - Balança semi-analítica com precisão de 0,1 a 0,01 g modo a promovera formação de pequenos cristais de gelo. Parao Recipientes (bandejas) 48 49 INCT Ciencia Animal Métodos para Análise de Alimentos 20 Edição caso do uso de nitrogênio líquido. propiciem um "banho" sobre Seca em equilíbrio com a umidade relativa do ar (g); e %ASA = material de forma a obter o congelamento rápido. percentual de "amostra seca ao ar"; 7. Retire a amostra do ultra-freezer ou após o congelamento em Exemplo de cálculo nitrogênio líquido e coloque imediatamente no liofilizador por, no mínimo, 24 horas. Considerando a aliquota 1 da tabela a seguir, tem-se o cálculo da estimativa da "amostra seca ao ar 8. Retire as amostras do liofilizador, espere 40 minutos para entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar, pese e registre os pesos. MN=(T+MN)-T=314,71-9,60=305,11g Cálculo da concentração de "amostra seca ao ar" ASA=(T+ASA) -T=104,63-9,60=95,03 g Para o cálculo da concentração de amostra seca ao ar, use as 6ASA=x100 x100=31,15% 305,11 ASA 95,03 MN equações: MN=(T+MN)-T Alíquota Item ASA=(T+ASA)-T Tara (g) 9,60 9,36 9,14 Tara +MN (g) 314.71 385,74 372,10 ASA %ASA=TX100 MN () 305,11 376,38 362,96 Tara + ASA (g) 104.63 130,03 122,97 em que: MN = massa de amOstra em termos de matéria natural (g); T ASA (g) 95.03 120.67 113,83 %ASA 3115 32,06 31,36 = tara ou peso do recipiente utilizado (g); ASA = massa de amostra %ASA (média) 31,52 50 Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Ciência Animal JOINT COMMITTEE FOR GUIDES IN METROLOGY - JCGM. JCGM Literatura Citada 100:2008. Evaluation des données de mesure -Guide pour l'expression de l'incertitude de mesure. Sèvres: JCGM, 2008. 138p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Norma Brasileira ABNT NBR ISO 3534-1. Estatística - Vocabulários e MORRIS, D.L.; TEBBE, A.W.; WEISS. W.P.: LEE. C. Effects of drying and analytical methods on nitrogen concentrations of feeds, feces, milk. and urine of dairy cows. Journal of Dairy Science, v. 102, p.52 12-5218,2019. PELLETIER, S.; TREMBLAY, G.F.; BERTRAND, A.; BÉLANGER, G. CASTONGUAY, Y.; MICHAUD, R. Drying procedures affect non- structural carbohydrates and other nutritive value attributes in forage samples. Animal Feed Science and Technology. v.157. p. 139-1 50, 2010. símbolos. Parte 1: termos estatísticos gerais e termos usados em probabilidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. 75p. ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS AAFCO. GOODSAMPLES: guidance on obtaining defensible samples. AAFCO. AAFCO: Champaign, 2015. 77p. ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS - AAFCO. GOOD Test Portions: guidance on obtaining defensible test portions. AAFCO. AAFCO: Champaign, 2018. 72p. PROCTOR, A.; MEULLENET, J.F. Sampling and sample preparation. 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Effects of drying methods on nitrogen and energy concentrations in pig feces and urine, and poultry excreta. Journal of Animal Science, v.89, p.2624-2630, 2011. 53 52 Métodos para Análise de Alimentos - 2" EdiçãoINCT Ciência Animal Capítulo 2 Secagem definitiva e matéria seca Definições básicas O teor de umidade residual de uma amostra manejada em laboratório representa a umidade remanescente em um alimento úmido após sua desidratação parcial em estufas com ventilação forçada ou liofilizadores, ou a umidade total de alimentos com baixo teor de umidade, como grãos e farelos. Essa umidade érotineiramente representada, por seu complemento, denominado "amostra seca em estufa" (ASE), em virtude da maior facilidade dos cálculos posteriores para quantificação dos teores dos componentes químicos nas amostras. Os teores de ASE de alimentos são normalmente obtidos no Brasil por intermédio da secagem em estufas isentas de ventilação forçada sob temperaturas iguais ou superiores à temperatura de ebulição da água (Silva & Queiroz, 2002). Contudo, diferentes binômios tempo x temperatura podem conduzir a diferentes resultados, com alta possibilidade de interação com amostras de diferentes origens e composições (Thiex & Richardson, 2003). 54 55 Métodos para Análise de Alimentos -2" Ediçdo INCT Ciência Animal Tabela 2.1. Exemplo teórico da influéncia das variações do teor de A quantificação da ASE é uma das medidas mais importantes ASE na composição química de alimento volumoso e utilizadas na análise de alimentos. pois a umidade de um alimento Composição Laboratório" Diferencial está relacionada com sua estabilidade. qualidade e composição, Item teórica (% (2-1:%) podendo afetar a estocagem, a embalagem e o processamento dos ASE 89,79 95.00 +5.8 alimentos (Cecchi. 2003). PB 8.91 8.42 -5,5 Em termos de rotina laboratorial, o correto conhecimento do EE 3.34 3.16 -5.4 teor de ASE nas amostras se mostra adicionalmente relevante, uma FDNcp 55 61.25 57.89 -5. vez que estas são manejadas na base seca ao ar, ou seja, ainda contendo MM 5.57 5.26 -5.6 umidade. Desta forma, devido à impossibilidade de manejo de CNF3 20,93 25,2 +20,7 amostras totalmente secas, o teor de ASE é utilizado para correta ASE, "amostra seca em estufa": °B. proteína bruta: EE. extrato etéreo; FDNcp, fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína: MM, matéria mineral; CNF, carboidratos não fibrosos. Composição assumida hipoteticamentecom base na amostra seca ao ar para uma amostra de silagem de milho. CNF = 100-(PB + EE + FDNcp + MM). Composição ajustada para a matéria seca. Os cálculos consideram as diferenças entre dois laboratórios quanto à estimativa de ASE. Para maiores detalhes, favor consultar Souza et al. (2015). expressão dos teores obtidos com base na matéria seca (MS) da amostra. Assim, por constituir denominador comum a todos os demais procedimentos laboratoriais, erros cometidos na quantificação dos teores de ASE tornam-se vícios ou eros sistemáticos em todas as avaliações, propagando-se, desta forma, ao entendimento global de todas as demais características do alimento (Mertens, 2003; Souza et al., 2015; Tabela 2.1). Observa-se que diferenças entre os teores de ASE se projetam em magnitudes similares, mas em direções opostas, sobre os componentes químicos analisados diretamente (Tabela 2.1). Contudo, os vícios imputados sobre estes componentes são potencializados sobre o teor do componente estimado por diferença, neste caso carboidratos não-tibrosos. uma vez que este absorverá todos os erros associados com os teores dos componentes químicos analisados 56 57 Métodos para Análise de Alimentos - 2" EdiçãoINCT Ciência Animal 3. Coloque-os em dessecador devidamente preparado (máximo de 20 diretamente em mesma intensidade, mas com direção oposta (Detmann & Valadares Filho, 2010). unidades por procedimento), a fim de esfriá-los. A principal função de um dessecador é permitir o resfriamento das amostras após o Secagem em estufa sem ventilação forçada de ar período de secagem sem absorver umidade, via uso de um (Método G-003/1) dessecante, como a sílica gel. De forma particular, a sílica-gel é Aparatos sugerida devido ao seu baixo custo, à facilidade de manejo e à possibilidade de reciclagem e reuso. Assim, o dessecador deve estar - Balança analítica com precisâo de 0,0001g sempre limpo, seco e possuir sílica gel na tonalidade azul escuro - Dessecador em seu interior. A área de contato entre o corpo do dessecador e sua - Pesa-filtros tampa deve ser levemente lubrificada com graxa de silicone de - Estufa sem circulação forçada de ar forma a permitir um deslizamento adequado e melhorar a vedação Procedimentos durante o período de resfriamento. 1. Use balança analítica aferida pelo INMETRO, com precisão de 4. Após estabilização com a temperatura ambiente (normalmente em 0,0001 g, sobre bancada especial de laboratório e em ambiente torno de 30 minutos), pese os recipientes, removendo um de cada climatizado (20-25°C ou de acordo com as especificações do vez do dessecador. As tampas são pesadas em conjunto com os fabricante). Ligue a balança e aguarde 30 minutos para sua recipientes. estabilização. 5. Adicione aos pesa-filtros aproximadamente 2 gramas da amostra 2. Lave os pesa- filtros e deixe secar em estufa a 105°C por 16 horas seca ao ar (preferencialmente moída em peneira de porosidade 1 ("uma noite"); caso estes estejam limpos, deixe por 2 horas na mm). Agite os recipientes com as amostras com suavidade paraa estufa a 105°C. Atentar para que os pesa-filtros permaneçam distribuir uniformemente as amostras e expor o máximo de área à sempre abertos quando colocados na estufa e com as tampas quando secagem. no dessecador. 58 59 Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição INCT Ciencia Animal Exemplo de cálculo 6. Leve os pesa-filtros com amostras e pesos conhecidos à estufa a 105°C por 16 horas ou "uma noite" com a tampa aberta. Considerando a aliquota 1 da tabela abaixo, têm-se o cálculo da estimativa da "amostra seca em estufa":7. Após a permanência na estufa, coloque os conjuntos pesa-filtro + amostra novamente no dessecador e aguarde a estabilização com a temperatura ambiente, pese e registre os pesos. Durante a ASA=(PF+ASA)-PF=36,0057-33,9467=2,0590 g permanência no dessecador e a pesagem os pesa-filtros devem permanecer fechados. ASE=(PF+ASE)-PF=35,9195-33,9467=1,9728 g ASE %ASE=CAXL0 2.0590 1,9728 x100-95,81% Cálculo da concentração de "amostra seca em estufa" ASA Para o cálculo da concentração de "amostra seca em estufa", use as equações: Aliquota Item ASA=(PF+ASA)-PF PF (g) 33,9467 34,1165 32.6543 ASE=(PF+ASE)-PF PF+ASA (g) 36,0057 36,1062 34.5888 PE+ ASE () 35,9195 36,0244 34.5090 %ASE=c x100 ASA ASE ASA (g) 2,0590 1,9897 1.9345 ASE (g) 1.9728 1,9079 1.8547 %ASE 95,81 95,89 95.87 em que: ASA = massa de amostra seca ao ar (g); PF = peso do pesa %ASE (média) 95,86filtro (g); ASE = massa de "amostra seca em estufa" (g); %ASE = percentual de "amostra seca em estufa". 60 61 Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Ciencia Animal Considerando-se as médias de %ASA (Capítulo 1) e de %ASE Cálculo da concentração de matéria seca obtidas nos exemplos, temos: O cálculo da concentração da matéria seca (MS) é realizado %ASAX%ASE 31,52x95,86 considerando-se o número de etapas envolvidas na secagem das amostras. 6MS= = 30,22% 100 100 Para amostras com baixo teor de umidade, como é o caso de grãos. farelos e fenos, a umidade é avaliada somente por intermédio Literatura Citadada ASE. Logo, o teor de MS corresponde ao teor de ASE; ou seja: CECCHI, H.M. Fundamentos teóricos e práticos em anáise de alimentos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. 207p. %MS=%ASE DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C. On the estimation of non- fibrous carbohydrates in feeds and diets. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterináriae Zootecnia, v.62, p.980-984, 2010. em que: %MS = percentual de matéria seca; %ASE = percentual de "amostra seca em estufa". MERTENS, DR. Challenges in measuring insoluble dietary fiber. Journal of Animal Science, v.81, p.3233-3249, 2003. Amostras com alto teor de umidade, como é o caso de SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de Alimentos. Métodos químicos e biológicos. 3 ed. Viçosa: Editora UFV, 2002. 235p. silagens, forragens frescas, etc., a umidade do material é retirada em, ao menos, dois procedimentos de secagem (estufa com ventilaç�o SOUZA, M.A.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; FRANCO, M.O.; ROCHA, G.C.; CABRAL, L.S. Estudo colaborativo para avaliaç�ão dos teores de matéria seca em alimentos. Revista Brasileira da Saúdee Produção Animal, v.16, p. 617-631, 2015. forçada ou liofilizador e estufa sem ventilação forçada). Logo, o teor de MS é dado pela ponderação dos resultados obtidos nos THIEX, N.; RICHARDSON, C.R. Challenges in measuring moisture content of feeds. Journal of Animal Science, v.81, p.3255-3266, 2003. procedimentos sequenciais de secagem, ou seja: %ASAx%ASE 6MS=- 100 em que: %MS = percentual de matéria seca; %ASA = percentual de "amostra seca ao ar" (ver Capítulo 1); %ASE = percentual de "amostra seca em estufa". 63 62 INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos -20 Ediç lição Capítulo 3 Matéria mineral Definições básicas A matéria mineral (MM), ou cinzas, é constituída pelo resíduo inorgânic0 obtido após a queima ou ignição da matéria orgânica,a qual é convertida em CO2, H20, SO2, N02, etc; e eliminada em conjunto com as substâncias voláteis decompostas pelo calor (Harbers, 1998). O método consiste basicamente na incineração do alimento em altas temperaturas por temp0 suficiente para que ocorra combustão total da matéria orgânica (Silva & Queiroz, 2002; Cecchi, 2003). Sendo a matéria seca total do alimento formada pelas frações orgânica e inorgânica, o teor de MM em alimentos constitui estimador totais.organicosS indireto do conteúdo de componentes Adicionalmente, o conhecimento do teor de MM se faz necessário para se conhecer a proporção dos componentes quantificados por diferença em alimentos, como o extrativo não nitrogenado, os carboidratos não-fibrosos e a matéria orgânica residual (ver Capítulo 9) 6 64 INCT Cí ncia Animal Métodos para Análise de Alinentos - 2" Edição Atualizações Método da queima em mufla (Método M-001/2) O método anterior (M-001/1) foi modificadono tocante a dois aspectos. Primeiro, devido à possibilidade de volatização de minerais Aparatos (e.g.. Na. K. Mn. Zn) e. consequentemente, subestimação da MM - Balança analítica com precisão de 0,0001g(Rowan et al. 1982: Thiex et al., 2012), procedeu-se à reduç�ão da - Dessecador temperatura de ignição e ajustamento do tempo total de queima. - Cadinhos de porcelana (abertura mínima sugerida de 18-20 cms) Adicionalmente. a busca por maior eficiência no processo de Estufa sem circulação forçada de ar quantificação demandou a padronização qualitativa do resíduo obtido. - Forno mufla com temperatura controlada Assim. o resíduo considerado adequado após ignição deve se apresentar claro, sem indicações claras de retenção de carbono Procedimentos residual (Thiex et al., 2012). Nesse sentido, caso o material apresente se com colaração cinza escuro ou enegrecido após o primeiro período 1. Use balança analítica aferida pelo INMETRO, com precisão de de queima, introduziu-se etapa adicional que envolve a aeração do 0,0001 g, sobre bancada especial de laboratório e em ambiente ambiente (i.e., entrada de oxigênio) interno da mufla, seguida de um climatizado (20-25°C ou de acordo com as especificações do segundo período de queima, o qual espera-se auxiliar na eliminação fabricante). Ligue a balança e aguarde 30 minutos para sua dos resíduos de matéria orgânica. Este procedimento constitui uma estabilização. adaptação das sugestões apresentadas por Thiex et al. (2012). 2. Lave os cadinhos de porcelana e os deixe secar em estufa a 105°C por 16 horas ("uma noite"). Caso os cadinhos de porcelana sejam novos ou não sejam utilizados exclusivamente para avaliação de MM é recomendável que os nmesmos passem por procedimento de incineração previamente ao seu uso (ver passos 6a 8). 66 67 INCT Ciicia Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2* Edigão 3. Coloque-os em dessecador devidamente preparado (máximo de 20 que se garanta resíduo mensurável de acordo com a sensibilidade unidades por procedimento). a fim de esfriá-los. A principal função analítica. de um dessecador é permitir o resfriamento das amostras após o 6. Acondicione os cadinhos contendo as amostras na mufla. Após ligar periodo de secagem sem absorver umidade, via uso de um o equipamento, aguarde que o mesmo alcance a temperatura de dessecante. como a sílica gel. De forma particular, a sílica-gel é 550°C. E desejável uma rampa de aquecimento de I hora para que sugerida devido ao seu baixo custo, à facilidade de manejo e à a temperatura de ignição seja alcançada. possibilidade de reciclagem e reuso. Assim, o dessecador deve estar sempre limpo, seco e possuir sílica gel na tonalidade azul escuro 7. Proceda à queima por 3 horas a 550°C. Após este termpo, desligue a em seu interior. A área de contato entre o corpo do dessecador e sua mufla e deixe que a mesma resfrie fechada. A temperatura de retirada tampa deve ser levemente lubrificada com graxa de silicone de deve estar entre 150 e 200°C. forma a pernmitir um deslizamento adequado e melhorar a vedação durante o período de resfriamento. 8. Caso os resíduos após ignição estejam claros, coloque os cadinhos de porcelana no dessecador, deixe estabilizar com a temperatura 4. Após estabilização com a temperatura ambiente (normalmente em ambiente. Siga as instruções gerais de uso do desseacador descritas no tormo de 30 minutos), pese os cadinhos, removendo-0S um de cada passo 3. Pese e registre os pesos. vez do dessecador, mantendo-o fechado entre as remoções dos 9. Em caso de resíduos cinza escuro ou enegrecidos, mantenha a porta da recipientes. mufla aberta por alguns minutos para garantir um suprimento de ar 5. Adicione nos cadinhos aproximadamente 2 gramas de amostra seca freseo e repita o procedimento de queima por 3 horas. Deixe resfriar ao ar (preferencialmente moída em peneira de porosidade I mm). mova-os para o dessecador e pese como descrito nos passos 7 e 8. A massa de amostra pode variar em função da sensibilidade analítica. Materiais com alto teor de minerais podem ser avaliados com menor massa de amostra, ao passo que materiais com baixo teor de minerais deverão ser avaliados com maiores alíquotas para 69 A Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição INCT Ciência Animal Cálculo da concentração de matéria mineral MM 0,1100 oMIMASA=ACAX100=02X100=5,25% Para o cálculo da concentração de matéria mineral, siga as cquações /%MM ASA100 95,36 5,25 x100=5,48% %MMMs %ASE MM=(CAD+MM)-CAAD AlíquotaMM 96MMASAASA100 Item 2 CAD() 36,6347 37,5441 37,7170 96MMMs= %MMASAx100 CAD ASA (g) %MMMs %%ASE 38,7285 39,9254 39,7216 ASA (9) 2,0938 2,3813 2,0046 CAD+MM (g) 36,7447 37,6701 37,8223 em que: MM = massa de matéria mineral (g); CAD = peso do cadinho MM (g) 0,1100 0,1260 0,1053 (g); oMMASA = percentual de matéria mineral com base na amostra %MMASA 5,25 5,29 5,25 seca ao ar; ASA = massa de amostra seca ao ar (g); 6MMus = oASE 95,86 percentual de matéria mineral com base na matéria seca; %ASE = ToMMMs 5,48 5,52 5,48 percentual de ""amostra seca em estufa". TOMMMs (média) 5,49 Exemplo de cálculo Considerando a aliquota 1 da tabela a seguir, tem-se o cálculo da estimativa da matéria mineral: ASA=(CAD +ASA)-CAD=38,7285-36,63472,0938 g MM=(CAD+MM)-CAD=36,7447-36,6347=0,1100 g 70 71 Mélodos para Análise de Alimentos 2" Edição INCT Ciência Animal Literatura Citada Cálculo da concentração de matéria orgânica CECCHI, H.M. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp. 2003. 207p. Por definição, o teor de matéria orgânica (MO) de um HARBERS, L.H. Ash analysis. In: NIELSEN S.S. (Ed.). Food analysis. 2 ed. West Lafayette: Aspen Publishers. 1998. p.141-150. alimento corresponde ao complemento da porção inorgânica deste, a qual é representada pela MM; logo: ROWAN, C.A.; ZAJICEK. O.T.: CALABRESE. E.J. Dry ashing vegetables for the determination of sodium and potassium by atomic absorption spectrometry. Analytical Chemistry. v.52. p. 149-151. 1982. %MOMS=100-6MMMs SILVA, D.J.: QUEIROZ. A.C. Análise de alimentos. Métodos quimicos e biológicos. 3 ed. Viçosa: Editora UFV, 2002. 235p. em que: TMOMs = percentual de matéria orgâânica com base na THIEX, N.; NOVOTNY. L.: CRAWFORD. A. Determination of ash in animal feed: AOAC official method 942.05 revisited. Journal of AOAC matéria seca; %MMns = percentual de matéria mineral com base na matéria seca. International, v.95. p. 1392-1397, 2012. Para o caso do valor médio obtido previamente, tem-se: Literatura Adicional %MOMS 100-%MMMS=100-5,49-94,51% SOUZA, M.A.; DETMANN. E.: BATISTA. E.D: FRANCO. M.O. VALADARES FILHO. s.C.: PINA. D.S.: ROCHA. G.C. Estudo colaborativo para avaliação dos teores de matéria mineral em alimentos. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.18. p.62-75, 2017. 73 12 Mélodos para Análise de Alimentos 2" Edição NUT Cncia Animal Capítulo 4 Nitrogênio (proteína bruta) Definiçoes básicas A nutrição proteica de animais de produção deve ser baseada no provimento de aminoácidos (i.e.. proteína) em quantidades suficientes e em proporções adequadas no intestino delgado de forma a suprir a demanda destes compostos para síntese e para renovação de tecidos n0 organismo animal. Assim, a aplicação dos conceitos de nutrição proteica envolve simultaneamente a definição de parâmetros químicos (i.e., concentração e composição da proteína dos alimentos) e biológicos (i.e., eficiência dos eventos de absorção e utilização metabólica). Considerando-se as características químicas da nutrição proteica, define-se por questões lógicas que as avaliações dos alimentos devem ser centradas sobre a quantificação das concentrações e proporções dos aminoácidos, principalmente daqueles considerados essenciais aos animais (Detmann et al., 2014). Os métodos analiticos para avaliação de aminoácidos em alimentos são relativamente recentes, tendo sido consolidados nas
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