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Urgências em Oftalmologia

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1 
 
URGÊNCIAS EM OFTALMOLOGIA 
SUMÁRIO 
Urgências traumáticas ........................................................................................................................................................................ 2 
Queimadura Química ...................................................................................................................................................................... 2 
Traumatismo por radiação .................................................................................................................................................................. 2 
Traumas mecânicos ............................................................................................................................................................................ 3 
Traumas mecânico fechado ............................................................................................................................................................ 3 
Subluxação traumática do Cristalino e Catarata ............................................................................................................................. 3 
Hifema traumático .......................................................................................................................................................................... 3 
Laceração conjuntival ..................................................................................................................................................................... 3 
Corpos estranhos corneais e conjuntivais ...................................................................................................................................... 3 
Abrasão corneal .............................................................................................................................................................................. 3 
Traumas mecânico aberto - PERFURAÇÃO OCULAR E/OU TRAUMA PENETRANTE ............................................................................ 3 
Urgências não traumáticas ................................................................................................................................................................. 4 
Ceratite – bacteriana, fúngica, acanthamoeba e herpes ................................................................................................................ 4 
Urgências em Conjuntiva .................................................................................................................................................................... 5 
Hiposfagma – hemorragia subconjuntival ...................................................................................................................................... 5 
Oftalmia Neonatal**** ................................................................................................................................................................... 5 
Conjuntivite neonatal por Chlamydia (5 a 12 dias) ......................................................................................................................... 5 
Conjuntivite neonatal gonocócica (3 a 5 dias) ................................................................................................................................ 5 
Conjuntivites Virais ......................................................................................................................................................................... 6 
Conjuntivites Bacterianas ............................................................................................................................................................... 7 
Urgências em pálpebras...................................................................................................................................................................... 7 
Celulite Pré-septal ........................................................................................................................................................................... 7 
Celulite Pós-septal........................................................................................................................................................................... 8 
Hipertensões oculares agudas ............................................................................................................................................................ 8 
Glaucoma agudo (fechamento angular primário) ........................................................................................................................... 8 
Retina .................................................................................................................................................................................................. 9 
Deslocamento de retina .................................................................................................................................................................. 9 
Retina e Vítreo .................................................................................................................................................................................. 10 
Endoftalmite ................................................................................................................................................................................. 10 
Neuroftalmo...................................................................................................................................................................................... 10 
Diplopia – visão dupla ................................................................................................................................................................... 10 
 
 
2 
 
Motivos de urgência – Trauma, 
Olho vermelho, Baixa Acuidade 
visual súbita, Diplopia, Dor. 
URGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 
• Perda visual unilateral 
• 90% evitáveis – EPIs 
QUEIMADURA QUÍMICA 
As queimaduras químicas representam 10% das lesões oculares, e aproximadamente 20% das queimaduras 
de face envolvem pelo menos um dos olhos. A intensidade do quadro depende de qual substância está 
envolvida, de quanto tempo esteve em contato com o olho e de como foi tratado inicialmente. 
As lesões se dividem basicamente entre queimaduras por ácido e por álcali, dependendo do pH da substância: 
• Bases/álcalis (mais graves): amônia, detergente, cal, soda cáustica. 
• Ácidos: sulfúrico (baterias de carro), vinagre (ácido acético), cloro, limpa-vidros, acetona. 
Esses agentes causam coagulação e desnaturação da parede celular, além de isquemia ocular induzida pela 
destruição da vascularização do limbo. Agentes com pH neutro, chamados de irritantes, também podem causar 
queimaduras, como os detergentes de cozinha e o gás de pimenta, embora raramente causem dano ocular importante. 
Os sinais clínicos envolvem dor ocular, hiperemia, queimadura da pele periocular, lacrimejamento, sensação 
de corpo estranho, edema palpebral e conjuntival, visão borrada/ baixa de acuidade visual e podem evoluir 
para aumento da pressão intraocular. Opacidade e neovasos, simbléfaro, perfuração, úlcera, glaucoma. 
Tratamento imediato - Inicialmente, checar o pH com papel filtro e iniciar irrigação com SF por 30 min – conduta 
mais efetiva de modo a diminuir ao máximo a concentração do agente irritante. A irrigação pode ser realizada 
com água corrente ou solução fisiológica e deve ser copiosa. O pH deve ser novamente checado após esse 
tratamento inicial e a cada 20 minutos, até valores próximos de 7. Anestesia tópica e remoção de partículas. 
Iniciar o uso de colírios de antibiótico para diminuir chance de infecções secundárias, corticoide tópico nos 
primeiros 7 a 10 dias para reduzir o processo inflamatório e colírio midriático (cicloplégico) para diminuir dor 
ocular e formação de sinéquias. 
Na fase inicial (primeira semana),seguir as orientações descritas. Na fase intermediária (segunda e terceira 
semanas), deve-se observar a recuperação epitelial e o avanço do tecido fibrovascular. Nos estágios tardios, o 
paciente pode apresentar encurtamento de fórnices, oclusão dos pontos lacrimais e triquíase, que devem ser 
abordados cirurgicamente para correção. Pacientes com mais de 180° de isquemia límbica devem ser sempre 
orientados quanto ao prognóstico ruim em relação à recuperação ocular. 
• Complicações – simbléfaro (aderência da pálpebra ao globo ocular), úlceras corneais recorrentes, 
perfuração corneal, leucoma (opacidade de córnea), glaucoma secundário, catarata. 
TRAUMATISMO POR RADIAÇÃO 
• Causas: Solda elétrica; Exposição solar na praia ou neve; Lâmpadas de bronzeamento; 
Lâmpadas germicidas. 
• Sintomas: dor ocular, sensação de corpo estranho, fotofobia. 
• Sinais: eritema palpebral, lacrimejamento, hiperemia conjuntival, irregularidades epiteliais, 
edema corneal, ceratite ponteada. 
• Miose, irite, ceratite ponteada à fluoresceína e luz azul. 
• Início dos sinais: 8 a 24h após e desaparecem 24 a 48h. 
• TTO – analgésicos VO, cicloplégico, curativo adesivo, compressas frias, colírio lubrificantes 
• Profilaxia: queimaduras UV – uso de óculos com lentes com proteção UV. 
 
3 
 
TRAUMAS MECÂNICOS 
TRAUMAS MECÂNICO FECHADO – não compromete parede ocular 
1. Trauma contuso - alterações corneais 
• Traumatismo rombo pode causas: Abrasões, Rasgaduras, Lacerações. 
• Iridodiálise – separação da raiz da íris do corpo ciliar. 
▪ Se grande – policoria, diplopia monocular, pode resultar em hifema (hemorragia de câmara anterior). 
▪ TTO pode ser cirúrgico. 
SUBLUXAÇÃO TRAUMÁTICA DO CRISTALINO E CATARATA 
▪ Rotura da Zônula (>25%fibras) – iridonésis/facodonésis 
▪ Deslocamento do cristalina para CA – glaucoma (bloq. Pupilar – emergência) 
▪ Anel de vossius 
HIFEMA TRAUMÁTICO 
▪ jovens, sexo masculino 
▪ 50% < de 1/3 CA (câmara anterior) 
▪ <10% total 
▪ Lesão de vasos da perif. Da íris ou corpo ciliar anterior 
▪ Complicações – ressangramento*****(principalmente 2 a 5 dias pós trauma), glaucoma, atrofia 
óptica, impregnação cornal. 
▪ TTO – Analgesia + Repouso e restrição de atividades + elevação da cabeceira + redução da 
pressão intraocular + cicloplégico + corticoide tópico +ac tranexânico OU iridectomia 
LACERAÇÃO CONJUNTIVAL 
▪ Inspeciona conjuntiva e esclera, usar pinça e cotonete, examinar os fórnices (ce), everter pálpebras. 
CORPOS ESTRANHOS CORNEAIS E CONJUNTIVAIS 
▪ Visualizados mais facilmente à Biomicroscopia 
▪ Localização Frequente – conj.tarsal sup e fundo de saco sup. 
▪ Avaliação da profundidade do corpo estranho 
o se muito profundo retirar em centro cirúrgico 
o se ocorrer vazamento de aquoso - uso de LC, cola, reparo cirúrgico. 
▪ Fragmentos de vidro no estroma (inerte) 
▪ Fragmentos de ferro – retirar o CE e o anel 
▪ TTO – colírio antibiótico e oclusão 
ABRASÃO CORNEAL 
▪ Escoriações corneal – dor, lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho. 
▪ TTO – curativo oclusivo (aliviar desconforto), colírio ATB tópico. 
TRAUMAS MECÂNICO ABERTO - PERFURAÇÃO OCULAR E/OU TRAUMA PENETRANTE 
Consiste em uma laceração de espessura total da esclera ou córnea, sem orifício de saída. Investigar na 
anamnese do paciente sinais sugestivos de trauma penetrante como: 
• Trauma com objeto pontiagudo 
• Trauma com objeto de pequenas dimensões em alta velocidade 
• Acidente automobilístico 
• Perda de sangue ou saída de líquido do olho no momento do trauma, principalmente se acompanhadas 
de baixa de acuidade visual 
• Sinais diagnósticos de perfuração – hérnia de úvea e retina, seidel+, CE intra ocular. 
4 
 
Quadro clínico - Diminuição da acuidade visual, hemorragia subconjuntival, câmara anterior rasa ou muito 
profunda, hifema (sangue na câmara anterior), pupila irregular, tensão oculodigital diminuída, hemorragia 
intraocular, identificação de corpo estranho intraocular, restrição da motilidade ocular. 
Conduta/tratamento - Avalie acuidade visual. 
TTO n cirúrgico – puntiformes até 2mm (na ausência de tecido encarcerado) – oclusão, LC e cola. 
TTO cirúrgico – intervir o mais rápido (<36h), restauração da integridade ocular, anestesia geral (se possível). 
• Internação hospitalar e jejum 
• Proteção ocular (utilizar um copo ou tapa olho), evitando curativo compressivo 
• Verificar necessidade de vacina antitetânica 
• Medicação para dor (dipirona, cetoprofeno ou morfina dependendo da dor) e antieméticos para prevenir 
Valsalva (plasil ou ondansetrona quando usar morfina) 
• Moxifloxacino 400 mg EV 1 x/dia ou ciprofloxacino 400 mg EV 12/12 h possuem melhor penetração que a 
associação vancomicina (1 g EV 12/12 h) e ceftazidime (1 g EV 12/12 h). 
Se houver trauma penetrante ocular ou corpo estranho intraocular, mesmo em caso de suspeita, realizar 
tomografia computadorizada (TC) de órbitas sem contraste com cortes axiais e coronais de 1 mm. Solicitar 
avaliação do oftalmologista. 
Nos casos de traumas penetrantes e corpo estranho intraocular metálico agudo, considerar necessidade de 
cirurgia, especialmente se o trauma for com cobre. 
Avaliar os seguintes itens para determinar a urgência do caso: 
• Quais tecidos foram danificados. 
• Trauma com material infectado ou contaminado; considerar todo material orgânico como contaminado – 
cirurgia deve ser realizada de preferência em menos de 6 horas caso o material seja contaminado. 
• Condições gerais do paciente 
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS 
CERATITE – BACTERIANA, FÚNGICA, ACANTHAMOEBA E HERPES 
▪ Emergência 
▪ Progressão rápida (N.gonorrhoeae) 
▪ Perda de visão 
▪ Perfuração 
▪ Perda global da visão 
▪ Fatores predisponentes 
o Trauma com planta (fungo) 
o Lente de contato (acanthamoeva e pseudomonas) 
o Doença palpebral 
o Uso crônico de colírios (corticoides) 
o Cirurgia ocular. 
▪ Exame oftalmológico 
o Secreção – presente, ausência, coloração... 
o Edema de pálpebra e conjuntiva 
o Hiperemia conjuntival 
o Alteração epitelial (herpes) 
o Alteração estromal (infiltrado, lesão esbranquiçada) 
▪ TTO 
o ATB amplo espectro (colírio ou subconjuntival) 
o Antifúngicos/antivirais 
o Recobrimento conjuntival 
o Transplante de córnea 
5 
 
 
URGÊNCIAS EM CONJUNTIVA 
HIPOSFAGMA – HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL 
Sangramento subconjuntival, de aparecimento súbito, assintomático, em geral unilateral e localizado em um 
quadrante da conjuntiva. Em geral é secundário a pequeno traumatismo no local, com lesão dos capilares da 
conjuntiva, ou relacionado a esforço ou manobra de Valsalva, ou mesmo pode ocorrer espontaneamente. 
Avaliar o uso de anticoagulante e histórico de hipertensão arterial crônica sem controle adequado. Paciente 
não apresenta baixa de acuidade visual ou dor ocular expressivas. Em casos de hiposfagma recorrente, descartar 
amiloidose. 
A evolução é benigna, com resolução espontânea em 13 semanas, sem necessidade de tratamento 
(lubrificantes). Quando há recidivas, avaliar distúrbios da coagulação e amiloidose. 
OFTALMIA NEONATAL**** 
Presença de eritema e edema palpebral, hiperemia conjuntival e/ou presença de secreção mucopurulenta, 
com uma ou mais células polimorfonucleares por campo de imersão em esfregaço conjuntival corado pelo Gram. Pode 
ser causada por bactérias, vírus, clamídia ou por reação tóxica ao uso de colírios. O tempo de aparecimento 
dos sinais e sintomas é crucial para a definição do agente etiológico. 
A conjuntivite tóxica, ou química, surge nas primeiras 24 a 48 horas de vida, e é uma reação ao colírio de 
nitrato de prata a 1% usado para a profilaxia da conjuntivite gonocócica. 
A conjuntivite bacteriana surge geralmente nos primeiros 2 a 4 dias de vida e o agente etiológico mais 
comum é Chlamydia trachomatis. Os quadros mais graves são causados por Neisseria gonorrhoeae, porém 
têm baixa incidência. 
A potencial ameaça à visão, causada pela gravidade dos quadros de conjuntivitebacteriana neonatal, 
tornou obrigatória por lei a profilaxia da conjuntivite neonatal, que deve ser realizada logo após (até 1 h) o 
nascimento da criança. Para profilaxia podem ser utilizados nitrato de prata 1%, pomada de eritromicina a 0,5%, 
pomada de tetraciclina a 1% ou iodopovidona solução oftálmica a 2,5%. 
Em casos de suspeita de conjuntivite bacteriana neonatal, coletar raspado conjuntival – corar pelos 
métodos de Gram e Giemsa. Entre os possíveis agentes etiológicos destacam-se: 
• Chlamydia trachomatis 
• Streptococcus viridans 
• Staphylococcus aureus 
• Haemophilus influenzae 
• Streptococcus do grupo D 
• Escherichia coli 
• Outros bacilos Gram-negativos 
• Neisseria gonorrhoeae. 
CONJUNTIVITE NEONATAL POR CHLAMYDIA (5 A 12 DIAS) 
Sinais: nos neonatos há uma ausência de reação folicular, grande quantidade de secreção mucopurulenta, 
membranas em conjuntiva tarsal, hiperemia e edema conjuntival. A conjuntivite de inclusão do RN pode estar 
associada a pneumonite e otite média. Laboratório: grande número de inclusões intracitoplasmásticas nas 
colorações por Giemsa do raspado conjuntival. 
CONJUNTIVITE NEONATAL GONOCÓCICA (3 A 5 DIAS) 
É uma infecção muito grave, com potencial risco de perda visual. As baixas taxas de incidência se devem 
ao acompanhamento pré-natal das gestantes e à profilaxia dos RN, porém deve-se ficar atento a gestantes e 
6 
 
neonatos que não atendem a essas condições. Sinais: secreção serossanguinolenta inicial e depois 
mucopurulenta, em grande quantidade. 
Na falta de tratamento, o quadro evolui para ulceração corneana, perfuração e endoftalmite. Pode haver 
outras infecções associadas, como rinite e proctite. A infecção disseminada com acometimento sistêmico, que 
cursa com artrite, meningite, pneumonia, sepse e morte do RN é uma complicação rara. 
Outras bactérias que podem causar conjuntivite bacteriana neonatal, geralmente com aparecimento 5 a 
8 dias após o nascimento: Haemophilus spp., Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae. 
Tratamento Conjuntivite neonatal por Chlamydia: responde bem ao tratamento tópico – pomada de eritromicina 
a 0,5% 4 x/dia por 3 a 4 semanas. É recomendado também o tratamento sistêmico com eritromicina 50 mg/kg/dia 
VO em 4 doses por 14 dias, que torna-se mandatório quando há outras infecções associadas. 
TTO Conjuntivite neonatal gonocócica: penicilina G aquosa, 100.000 u/kg/dia em 4 doses EV por 7 dias, ou 
penicilina benzatina, 50.000 u/kg IM ou ceftriaxone dose única IM ou EV 125 mg ou 25 a 50 mg/kg ou cefotaxima dose 
única 100 mg/kg EV ou IM. Fazer irrigação do fundo de saco conjuntival de 1/1 h até o desaparecimento da 
secreção. Se houver suspeita de envolvimento corneano – aplicação tópica de eritromicina pomada a 0,5%, 
gentamicina ou fluorquinolona colírio. 
Outras conjuntivites bacterianas: Para Gram-positivos: pomada de tetraciclina a 1% ou eritromicina a 0,5% de 4/4 
h por 7 dias. Para Gram-negativos: pomada de gentamicina a 0,3% ou tobramicina a 0,3% de 4/4 h por 7 dias. 
CONJUNTIVITES VIRAIS 
Caracterizada pela dilatação dos vasos conjuntivais, resultando em hiperemia e edema da conjuntiva, 
tipicamente com descarga associada. A prevalência de conjuntivite varia de acordo com a causa subjacente, que pode 
ser influenciada pela idade do paciente, bem como pela estação do ano. 
A conjuntivite viral é a causa mais comum de conjuntivite infecciosa em geral e na população adulta, e é mais 
prevalente no verão. A conjuntivite viral secundária aos adenovírus é altamente contagiosa, e o risco de 
transmissão pode chegar até 50%. A incubação pode variar de 5 a 14 dias. Entre 65% e 90% dos casos de 
conjuntivite viral são causados por adenovírus e produzem duas das entidades clínicas associadas à conjuntivite 
viral: febre faringoconjuntival e ceratoconjuntivite epidêmica. 
A febre faringoconjuntival é caracterizada por início abrupto de febre alta, faringite e conjuntivite bilateral e 
por linfonodomegalia periauricular. 
A ceratoconjuntivite epidêmica é mais grave e apresenta secreção aquosa, hiperemia, quemose e 
linfadenopatia ipsilateral. A linfadenopatia é observada em até 50% dos casos de conjuntivite viral e é mais 
prevalente na conjuntivite viral em comparação com a conjuntivite bacteriana. 
Tratamento 
• Lavar as mãos frequentemente. 
• Evitar compartilhar objetos de cuidados pessoais como toalhas, cosméticos etc. 
• Evitar contato com os olhos. 
• Evitar apertar as mãos. 
• Em pacientes hospitalizados com conjuntivite viral, o isolamento é recomendado por 10 a 14 dias ou 
enquanto o olho estiver com hiperemia e secreção. 
Tratamento médico - Apenas sintomático com: Compressas frias. Lágrimas artificiais/colírios lubrificantes. Em 
alguns casos pode-se fazer necessário o uso de colírio de corticoide. São os casos de baixa de visão decorrentes de 
deposição de infiltrados na córnea, de formação de membranas nas pálpebras ou de muita inflamação. 
 
 
 
7 
 
CONJUNTIVITES BACTERIANAS 
Quadro inflamatório da conjuntiva causado por um supercrescimento bacteriano, com infiltração celular, 
que cursa com exsudação e vasodilatação. As fontes mais comuns de infecção são: 
• Contato direto com secreção do indivíduo infectado (contato olho-mão). 
• Flora da mucosa nasal e seios da face. 
Conjuntivite unilateral – sistema de drenagem nasolacrimal – obstrução do ducto nasolacrimal, dacriocistite e 
canaliculite. Os quadros geralmente são autolimitados, mas podem ser graves e potencial ameaça à visão 
quando causados por organismos virulentos, como a Neisseria gonorrhoeae. 
O risco de conjuntivite bacteriana aumenta quando há comprometimento dos mecanismos de defesa 
próprios da superfície ocular. Entre os principais fatores de risco estão: 
• Olho seco 
• Exposição aumentada da superfície ocular: retração palpebral, exoftalmo, lagoftalmo, diminuição do ritmo de 
piscar. 
• Deficiência nutricional/má absorção – avitaminose A. 
• Imunodeficiência local ou sistêmica (p. ex., uso de corticoide tópico, imunossupressão sistêmica). 
• Obstrução do ducto nasolacrimal e infecção. 
• Dano por irradiação. 
• Trauma. 
• Cirurgia ocular. 
• Inflamação ou infecção conjuntival prévia. 
• Infecção sistêmica. 
• Inoculação exógena. 
Inflamação conjuntival – hiperemia, secreção mucopurulenta ou purulenta, reação papilar em conjuntiva 
tarsal. A velocidade de instalação e progressão do quadro clínico, a gravidade e o aspecto e a quantidade de secreção 
variam conforme a etiologia. As conjuntivites bacterianas podem ser classificadas em agudas, hiperagudas e crônicas. 
TTO - higiene ocular, antibióticos de amplo espectro. 
URGÊNCIAS EM PÁLPEBRAS 
Exemplos: Hordeolo, Calázio, Dacrioscite. 
CELULITE PRÉ-SEPTAL 
É uma infecção do tecido subcutâneo anterior ao septo orbitário. É mais comum que a celulite orbitária 
(pós-septal) e, embora menos grave, pode estar associada a complicações como abcesso, meningite e 
trombose do seio cavernoso. Os principais organismos responsáveis são Staphylococcus aureus e Streptococcus 
pyogenes, além de Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae.A faixa etária mais acometida envolve 
dois picos: 0-10 anos e 50-60 anos. 
Causas e fatores de risco - Trauma de pele (laceração ou picada de inseto), contaminação a partir de foco ocular 
ou infecção periocular (como hordéolo agudo, dacriocistite, conjuntivite ou sinusite) e infecção de trato respiratório 
superior ou ouvido médio. 
A doença manifesta-se com edema periorbitário unilateral, doloroso ao toque e vermelhidão palpebral. Muitas 
vezes, o paciente está febril. Entretanto, diferentemente da celulite orbitária (pós-septal), não ocorrem proptose 
nem alteração da motricidade ocular e da acuidade visual, e as reações pupilares estão presentes. 
Tratamento - Avaliar estado geral do paciente e, se necessário, solicitar hemograma, VHS e TC de órbita com e 
sem contraste para excluir outros diagnósticos.8 
 
Cefalexina 6/6 h VO – 10 dias: adultos 500 mg. Crianças: dose diária de 25 a 50 mg/kg em doses fracionadas 
(suspensão 250 mg em 0,5 mL). Amoxacilina/clavulanato 8/8 h VO – 10 dias: adultos e crianças acima dos 12 anos: 
250 a 500 mg. Crianças: 20 a 40 mg/kg/dia. 
Casos mais graves (toxemia, pacientes com dificuldade de seguimento, crianças menores de 5 anos): 
considerar internação hospitalar e tratamento com antibiótico EV e posterior introdução de antibiótico oral 
conforme esquema abaixo: – Ceftriaxone 1 a 2 g de 12/12 h para adultos. Para crianças, 100 mg/kg/dia em duas doses. 
Em caso de alergia a penicilina, usar moxifloxacino para adultos ou vancomicina em casos de resistência bacteriana 
do Staphylococcus. – Retorno semanal para acompanhamento no serviço de emergência. 
CELULITE PÓS-SEPTAL 
A celulite orbitária é uma infecção grave do tecido subcutâneo localizado atrás do septo orbital, que pode 
colocar em risco a visão e a vida do paciente. Staphylococcus, Streptococcus, anaeróbios, H. influenza são 
organismos causadores comuns, e acometem principalmente adultos jovens. A infecção tem origem normalmente 
a partir dos seios paranasais, mas também pode se alastrar de uma celulite pré-septal, dacriocistite, infecção 
hemifacial da pele ou dentária e pode ser secundária a um trauma, incluindo qualquer forma de cirurgia ocular. 
Pode também decorrer de disseminação hematogênica de uma infecção em qualquer outra parte do corpo. 
Os sintomas consistem em dor de início rápido, agravada pela movimentação ocular, mal-estar e muitas 
vezes comprometimento visual e visão dupla. Além disso: Febre acentuada. A acuidade visual pode estar reduzida 
e a visão de cores comprometida, sugerindo possibilidade de compressão do nervo óptico. A presença de defeito 
pupilar aferente relativo em um olho previamente normal torna-a praticamente certa. Pálpebras dolorosas à 
palpação, duras, eritematosas e quentes, com edema periocular e conjuntival (quemose), hiperemia conjuntival 
e/ou subconjuntival. Os sinais são geralmente unilaterais, embora possa se alastrar para a pálpebra contralateral. A 
proptose é comum, mas muitas vezes pode estar obscurecida pelo edema da pálpebra. 
Complicações 
• Oculares: neuropatia óptica, ceratopatia de exposição (paciente não consegue ocluir a pálpebra 
adequadamente devido à proptose), elevação da pressão intraocular, endoftalmite, oclusão da veia e artéria 
central da retina. 
• Abscesso subperiosteal. 
• Septicemia. 
Complicações intracranianas são incomuns (34%), mas muito graves, incluindo meningite, abscesso cerebral e 
trombose do seio cavernoso. 
TTO - ATB EV e internação. 
 
HIPERTENSÕES OCULARES AGUDAS 
GLAUCOMA AGUDO (FECHAMENTO ANGULAR PRIMÁRIO) 
A crise de glaucoma agudo ocorre pelo mecanismo de bloqueio pupilar, no qual o humor aquoso é impedido 
de passar da câmara posterior para a anterior, pois os olhos afetados apresentam câmara anterior estreita. 
Causas para o estreitamento seriam o cristalino com diâmetro axial aumentado ou inserção anteriorizada da íris. Com 
isso, há deslocamento anterior do diafragma iridocristaliniano e fechamento do ângulo, com aumento súbito 
da pressão intraocular (PIO). 
Acomete preferencialmente pacientes do sexo feminino, em torno da 6ª década, com catarata inicial. Na 
crise há dor ocular intensa, redução da acuidade visual, às vezes associada a náuseas e vômitos. Ao exame 
ocular notam-se pressão intraocular alta (> 45 mmHg), hiperemia, edema de córnea, câmara anterior rasa e 
médiomidríase fixa (diagnóstico diferencial com quadro de uveíte, câmara anterior do olho contralateral mais profunda 
e pupila do olho afetado geralmente em miose). 
Tratamento - Deve ser iniciado imediatamente, através de: 
9 
 
1. Analgesia. 
2. Manitol 20% 250 mL EV em 45 minutos: promove aumento da osmolaridade plasmática, com desidratação do 
humor vítreo e redução da PIO. Contraindicado em pacientes com insuficiência renal crônica grave ou insuficiência 
cardíaca congestiva. 
3. Colírio acetato de prednisolona 1% 55 minutos 3 vezes: promove redução da inflamação ocular. Depois, manter 
com 1 gota 2/2 h nas primeiras 24 h. Há resultado positivo desse tratamento em cerca de 90% dos casos entre 1224 
h. 
4. Colírios hipotensores: maleato de timolol 0,5% 1 vez (evitar em pacientes com bloqueios cardíacos ou asma); 
tartarato de brimonidina 0,2% 1 vez; cloridrato de dorzolamida 2% 1 vez. 
5. Colírio de pilocarpina 2% 55 min 3 vezes: ação colinérgica, tem por objetivo promover fechamento pupilar e 
quebra do bloqueio iridocristaliniano. 
6. Acetazolamida 500 mg VO: reduz a produção do humor aquoso ao inibir a anidrase carbônica. 
7. Massagem ocular com pressão corneana anteroposterior: tenta quebrar o bloqueio pupilar. 
 Com a resolução total ou parcial da crise (apenas redução modesta da PIO), o paciente deve ser 
encaminhado ao oftalmologista para ser submetido a iridotomia na periferia da íris, impedindo novas crises. 
Em alguns casos com maior duração da crise, há formação de sinéquias anteriores, e a pressão intraocular pode 
não ser normalizada com a iridotomia, necessitando do uso crônico de colírios hipotensores ou mesmo cirurgia 
antiglaucomatosa. É importante lembrar que quanto maior o tempo de hipertensão ocular, maior a lesão do nervo 
óptico, e em casos com elevação muito importante da PIO, pode haver neuropatia óptica isquêmica, de instalação 
em horas, pelo hipofluxo na cabeça do nervo óptico, podendo ser encontrados edema de papila e perda visual 
irreversível. 
RETINA 
DESLOCAMENTO DE RETINA 
Descolamento de retina regmatogênico: ocorre pela presença de um defeito retiniano, por onde ocorre infiltração 
de líquido subretiniano e consequente descolamento da retina. 
Descolamento de retina tracional: ocorre em patologias onde ocorre isquemia da retina, com a liberação de 
VEGF. Causa: Retinopatia diabética, oclusão de ramo ou de veia central da retina, retinopatia da prematuridade. 
Descolamento de retina exsudativo: esse tipo de descolamento ocorre secundário a uveítes posteriores com 
quadros inflamatórios exuberantes (p. ex., oftalmia simpática), VogtKoyanagiHarada, cirurgia intraocular com 
resposta inflamatória importante. 
Pacientes com fatores de risco conhecidos para descolamento de retina devem ser submetidos a exame 
de fundo de olho (dilatado) seriados, anualmente. Óculos de proteção são recomendados para indivíduos com alta 
miopia que participam de esportes de contato. Pacientes submetidos à cirurgia de catarata devem ser 
aconselhados sobre a importância de relatar sintomas de descolamento da retina. 
Pacientes que apresentam sintomas de fotopsias (flash de luz) de início recente e/ou floaters (manchas 
escuras) persistentes devem ser investigados, pois são suspeitos de possuírem roturas retinianas, o que poderia 
levar a um descolamento da retina. Um paciente com constante perda de campo visual fixo ou lentamente 
progressivo deve ser suspeito de ter um descolamento até que se prove o contrário. 
Informações importantes na história incluem início dos sintomas, presença e duração da diminuição da 
acuidade visual central, trauma prévio, cirurgia prévia, hemorragia e história médica completa e revisão dos 
sistemas. 
Uma vez que um descolamento de retina tenha sido suspeitado pelo médico generalista, o paciente deve ser 
encaminhado ao oftalmologista para determinar que tipo de descolamento. O manejo cirúrgico é indicado para 
descolamentos regmatogênicos e tracionais. 
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TTO – clínico (DR exsudativo – TTO doença de base); cirúrgico – retinopexia, vitrectomia, laser. 
RETINA E VÍTREO 
ENDOFTALMITE 
Consiste na invasão das estruturas intraoculares por microorganismos, resultando em uma resposta 
inflamatória que acaba envolvendo todos os tecidos oculares. O paciente queixa-se de dor aguda, acompanhada de 
baixa de acuidade visual, hiperemia ocular e secreção purulenta. Paciente poderá apresentaredema de pálpebra 
e córnea, hipópio e turvação do vítreo. 
Encaminhar ao oftalmologista o mais rápido possível. O tratamento deve ser instituído assim que houver 
suspeita clínica de endoftalmite. Em todos os casos, deve-se realizar coleta de amostra de vítreo, injeção intravítrea 
(IVT) de antibiótico (padrão-ouro), instituição de colírios fortificados e considerar uso de antibiótico (ATB) via 
oral. A conduta cirúrgica (vitrectomia) fica reservada apenas a alguns casos. procedimentos a serem 
realizados. 
Vitrectomia - Hemorragia vítrea ou endoftalmite 
 
NEUROFTALMO 
DIPLOPIA – VISÃO DUPLA 
▪ Monocular – alt. Córnea/cristalino/lente intraocular 
▪ Binocular – alinhamento ocular (estrabismo agudo) 
▪ Causas – traumas, diabetes, medicamentos, estrabismos (descompensados), alterações 
inervacionais, miastenia gravis.

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