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Moda e celebridade
Para Svottini (2009,p.220), moda trata-se de um “costume, um hábito costumeiro, comportamento e maneira de se vestir, indumentária.” Já segundo Braga (2006), a palavra moda surgiu do latim ‘modus’ por volta de 1950, no período da renascença e esta ultrapassa a indumentária significando um código social, capaz de representar os aspectos individuais de uma personalidade, uma cultura ou posição social, ou seja, transmite mensagem não verbais sobre o indivíduo ou o meio em está envolvido.
A moda acontece somente em meio a um ambiente social e ocorre de forma dinâmica e temporal pois de acordo com Braga (2006, p. 71), “quando normalmente utilizamos essa palavra, queremos nos referir a algo que está em vigência, a alguma coisa que está sendo preferida em detrimento de outra”. E esta “traz a característica do coletivo, uma vez que só se torna moda quando uma ideia é aceita e assimilada por um número considerável de pessoas” (Braga, 2006, p. 71). Sendo uma forma dessas pessoas integrarem-se culturalmente. 
Já a marca é “que comunica os sinais que permitem aos consumidores fazer sua escolha. [...] o universo imaginário e simbólico da marca que serve de interface entre o mundo da produção e o mundo do consumo” (GODART, 2010, p. 114). As marcas estruturam o universo da moda e é um fator que determina o comportamento do consumo uma vez que são elas que atribuem as representações e passam a fazer parte do dia-a-dia das pessoas que se identificam com os ideais transmitidos por ela, “ao utilizar uma roupa de moda, a consumidora assume a personalidade da marca, expressando-se por meio dela” (COBRA, 2007).
Devido aos significados culturais, no universo da moda, há um processo de identificação do indivíduo oriunda de áreas relacionadas a geografia, religião, história, ou a algo que desperte no indivíduo um sentimento de integração à sociedade, ou a um grupo, por meio memórias, emoções ou fantasias pessoais (CASTELLS, 1999). E as celebridades, segundo o autor, estão presentes na memória coletiva e por isso tratam-se de fantasias pessoais, assim são capazes de promover ligação de pessoas devido a imagem que possuem formandogrupos, e influenciar no consumo destes. Ou seja, esses indivíduos consomem os itens atribuídos àquela celebridade.
Baudrillard (1995) defende que ao imitar uma celebridade, apropriando-se da sua aparência, vestimenta e linguagem, são criadas representações de si mesmo, que seria uma versão “mortal”, ou seja de alguém não conhecida com um estilo enaltecido pela publicidade. Uma forma de sentir-se aceito pelo grupo, explicada pela Teoria de Maslow que defende dentre as necessidades do ser humano que após as necessidades básicas este tem necessidade de relacionamento, reconhecimento social e convívio (TAVARES, 2003). Reforçando a ideia de que por meio da moda é possível uma comunicação, sobre interesses, posicionamento e diferenciações, sejam elas individuais ou coletivas.
Durante muitos anos a televisão era a principal forma pela qual as celebridades poderiam ser conhecidas e tratavam-se na maioria das vezes de atores, apresentadores de programas de TV, esportistas e jornalistas. Entretanto, com o passar dos anos e o surgimento da internet e das mídias sociais, além de uma maior acessibilidade ao cotidiano dessas celebridades, surgiu outra classe que são os influenciadores digitais, capazes de influenciar na personalidade e comportamento de seus seguidores.
O uso de celebridades para divulgação das marcas por meio da mídia é uma estratégia de marketing no universo da moda,. Lasch (1983, p. 43) defende que ““a mídia‟ dá substância e, por conseguinte, intensifica os sonhos narcisistas de fama e de glória, encoraja o homem comum a identificar-se com estrelas e a odiar o “rebanho‟, e torna cada vez mais difícil para ele aceitar a banalidade da existência cotidiana”. 
Segundo Barbosa e Braga (2011), as celebridades são tidas como exemplo para os consumidores, onde o nível de influência dependerá de alguns fatores como o grau de escolaridade, seu desenvolvimento sociocultural, seus desejos e gostos. Um indivíduo pode participar de vários grupos ao mesmo tempo uma vez que as pessoas se relacionam de acordos com os seus interesses pessoais. 
Os autores defendem ainda que há 
“um processo de retroalimentação mediado. A mídia constrói as celebridades no imaginário social, que contribui para o processo de formação da opinião pública e propicia o surgimento da sociedade do consumo, estimulando o imaginário social através das marcas. Entram os anunciantes com verba para a manutenção da indústria cultural – a construção de celebridades que movimentam os desejos culturais. Possibilitando o movimento cíclico das celebridades, da indústria cultural e das marcas (BRAGA E BARBOSA, 2011, p.7).
Nesse processo as celebridades “ídolos midiáticos”, que é uma figura pública conhecida socialmente, com grande exposição nos meios de comunicação, seja por um período curto ou prolongado, permite a formação de estereótipos e um ambiente favorável para disseminar modos de vida e a cultura do consumo, por meio de sonhos e desejos nos indivíduos. E as marcas, sejam elas novas ou veteranas no mercado, tem como objetivo serem conhecidas pelo público e optam por determinado posicionamento para atingir o público específico utilizando a celebridade no imaginário social e a celebridade, além dos ganhos monetários, aproveita da exposição midiática proporcionada pela marca, assim ambos ditam a moda para a sociedade (BRAGA E BARBOSA, 2011).
FIGURA 1- Processo de retroalimentação mediado do universo da moda
	
MÍDIA
CELEBRIDADE
MARCA
FORMAÇÃO DE IDENTIDADE
CONSUMO
MODA
 
Fonte: desenvolvido pela autora, (2021).
REFERENCIAS
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 1995.
BRAGA, João. Reflexões sobre moda. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2006. 
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Vol. 2. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
COBRA, Marcos. Marketing e moda, 2007. Disponível em: < https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=e-HYozO6bOkC&oi=fnd&pg=PA7&dq=A+ind%C3%BAstria+da+moda+e+seus+v%C3%A1rios+setores+ou+representantes.&ots=V6y2nekeST&sig=UY8mLirGR8eC0A4CjRLqza6OQVw#v=onepage&q&f=false > . Acesso em: 10 de jun. de 2021.
GODART, Frédéric. Sociologia da moda. ZYLBERLICHT, Lea P. (trad.). São Paulo: Editora Senac, 2010.
LASCH, Christopher. A cultura do Narcisismo: a vida Americana numa era de esperanças em declínio. PAVANELI, Ernani Moura (trad.). Rio de Janeiro: Editora Imago, 1983.
BARBOSA, Liliane; BRAGA, Claudomilson Fernandes. Marcas Célebres, Celebridades e Consumo: quem usa quem?, 2011. Disponível em: < http://intercom.org.br/papers/regionais/centrooeste2011/resumos/R27-0217-1.pdf >. Acesso em: 10 de jun. de 2021.

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