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03 Acão Penal - Assistente de Acusação - Ação Civil Ex Delicto

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www.cers.com.br 
 
 
1 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
 
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
Prof. Ana Cristina Mendonça 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 
4. AÇÃO PENAL 
 
4.1. Introdução 
 
A “ação” é classificada como o direito
da tutela jurisdicional para o reconhecimento,
duz uma pretensão, provocando o Judiciário
concreto. 
A jurisdição, uma vez provocada
O processo penal de conhecimento,
natória, declaratória, constitutiva e, ainda,
Devemos lembrar que a revisão 
tação são espécies de ação, porém, em
são considerados ações autônomas de
equivocadamente, como tal. 
A revisão criminal é uma ação constitutiva
da. Já o habeas corpus e o mandado de
reabilitação, muitos a consideram declaratória,
Entretanto, quando ouvimos a expressão
natureza condenatória, através da qual o
Isso mesmo! Devemos sempre 
dispõe que “toda ação penal é pública, 
bém por este mesmo motivo a Constituiçã
blica, privativamente, ao Ministério Público,
penal. Daí falarmos que o Ministério Público
juízo, exercendo o direito de ação, deduzindo
 
4.2. Da legitimidade para a ação penal condenatória
 
Como vimos, o Ministério Público
tensão punitiva. Fala-se, neste caso, em
Através da leitura do mesmo art.
te, o direito de ação é entregue ao ofendido
exercício do direito de ação. 
Legitimidade Ordinária: É do próprio
Por isso, podemos dizer que o legitimado
que lhe pertence. 
Legitimidade Extraordinária: Nos
gue ao ofendido/vítima, que detém legitimidade
punitiva que, em verdade, pertence ao Estado
casos de ação penal privada, é a legitimada
Substituição Processual: Quando
la lei, oferecendo a queixa crime, através
dido, com fins de aplicação da sanção penal,
ce ao Estado. Assim, a vítima, ao exercer
processual do Estado, já que deduz em nome
Representante legal: No Processo
buscar direito que pertence ao Estado (direito
bora a lei tenha conferido a legitimidade
que lhe permita exercer o direito de ação.
(dezoito) anos - o Processo Penal utiliza
rá ela estar representada. A figura do representante
hipóteses de ação penal privada como na
tação legal, quando se faz necessária, caracteriza
dendo ser regularizada até a sentença. 
Sucessão Processual: Trata o 
extraordinária, morre ou é declarada ausente,
 
2 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
 
direito público, subjetivo e abstrato de se pedir ao
reconhecimento, manutenção ou defesa de um direito. É através
Judiciário para o exercício da jurisdição, visando à 
provocada por meio da ação, passa a atuar através do processo.
conhecimento, dependendo da pretensão deduzida, poderá
ainda, para alguns, mandamental. 
 criminal, o habeas corpus, o mandado de segurança,
em nenhum deles vislumbramos pretensão condenatória.
de impugnação e não recursos, muito embora o 
constitutiva negativa, na qual se pretende a desconstituição
de segurança podem ser declaratórios ou constitutivos.
declaratória, outros constitutiva. 
expressão AÇÃO PENAL, de imediato nos vem 
o autor pretende a satisfação do direito de punir do
 lembrar que o direito de punir é estatal, motivo pelo
 salvo quando a lei expressamente a declara privativa
Constituição de 1988, em seu art. 129, I, entregou a titularidade
Público, que “personifica” o Estado-sociedade na relação
Público presenta (e não representa) o Estado, já que
deduzindo sua pretensão punitiva. 
2. Da legitimidade para a ação penal condenatória 
Público “é o próprio Estado” no exercício do direito de 
em legitimidade ordinária para o exercício do direito
art. 100 do CP, percebemos que, em determinados
ofendido (vítima), surgindo assim a legitimidade extraordinária
próprio Estado, que exerce sua legitimidade através
legitimado ordinário é o Ministério Público, que deduz em
Nos crimes de ação penal de iniciativa privada, o
legitimidade extraordinária para, em seu próprio nome,
Estado (já que, como antes dito, o direito de punir
legitimada extraordinária. 
Quando a vítima exerce a legitimidade extraordinária 
através da qual requer, ao final da petição, o julgamento
penal, está deduzindo em juízo pretensão punitiva
exercer a legitimidade que lhe foi legalmente deferida,
nome próprio pretensão punitiva que pertence a este.
Processo Penal, o representante legal é alguém que,
(direito de punir). Ou seja, nas hipóteses de ação
legitimidade extraordinária à vítima, nem sempre ela detém
ação. Nos casos de incapacidade da vítima, seja 
utiliza este critério cronológico -, seja por outros motivos
representante legal supre a ilegitimidade processual
na ação penal pública condicionada à representação.
caracteriza-se como falta de um pressuposto processual
 art. 31 do CPP dos sucessores processuais. Quando
ausente, a legitimidade para o exercício do direito de
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
Prof. Ana Cristina Mendonça 
ao Estado-Juiz a prestação 
através da ação que se de-
 aplicação da lei ao caso 
processo. 
poderá ser de natureza conde-
segurança, e a ação de reabili-
condenatória. Estes institutos 
 CPP/1941 as considere, 
desconstituição da coisa julga-
constitutivos. Quanto à ação de 
 à mente a ação penal de 
do Estado. 
pelo qual o art. 100 do CP 
privativa do ofendido”. Tam-
titularidade da ação penal pú-
relação jurídico-processual 
que é o próprio Estado em 
 ação, deduzindo sua pre-
direito de ação penal. 
determinados casos, excepcionalmen-
extraordinária da vítima para o 
através do Ministério Público. 
em juízo pretensão punitiva 
o direito de ação é entre-
nome, deduzir uma pretensão 
punir é estatal). A vítima, nos 
 que lhe foi concedida pe-
julgamento da procedência do pe-
punitiva que em verdade perten-
deferida, figura como substituta 
este. 
que, em nome da vítima, vai 
ação penal privada, muito em-
detém legitimidade processual 
 por ser ela menor de 18 
motivos de incapacidade, deve-
processual da vítima tanto nas 
representação. A falta de represen-
processual de validade; po-
Quando a vítima, legitimada 
de ação passa ao cônjuge, 
 
 
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ascendente, descendente ou irmão. Para
hoje uma incoerência, não se pode incluir
tem a este posicionamento. Além disso,
lência na ordem sucessória. Mas o que
exercer o direito de queixa, poderá o filho
exclusão. 
Representação Legal Subsidiári
motivo incapaz e não possui representante
flitantes com os do representado. Nestes
Juiz. Este curador especial é o representante
Legitimidade Concorrente: Atualmente,
Penal. A primeira é a que ocorre na ação
inerte, desrespeitando o prazo previsto 
surge para a vítima legitimidade para a 
Ministério Público. Entretanto, o prazo do
rio Público, mesmo após o prazo, o oferecimento
autos à delegacia para a continuidade das
subsidiária, ocorre legitimidade concorrente
nistério Público), prevalecendo na titularidade
no enunciado da Súmula 714 do STF, que
do ministério público, condicionada à representação
servidor público em razão do exercício de
No caso do menor de 18 (dezoito)
cadencial já em curso para o seu representante
decadencial do representante já estivesse
meses para o oferecimento da queixa crime.
 
4.3. Condições para o regular exercício do direito de ação
 
No Processo Penal, muitos autores,
consideram a justa causa como uma quarta
autores a encaram como um requisito necessário
ções decorrentes da Teoria Geral do Processo,
Requisito ou condição, é certo que
queixa que tenham chance de recebimento,
pela Lei no. 11.719/2008), qual seja: a denúncia
pressuposto processual ou condição para
penal. 
Art. 395. A denúncia ou queix
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
 
 
Justa Causa é a existência de lastro
suficientes de autoria) extraído de peças
 
4.4. Diferenças entre as Ações Penais Pública e Priva da: princípios regentes
 
A principal distinção entre as ações
de para o exercício do direito de ação, que,
prio Estado, através do Ministério Público,
Da mesma forma, distinguem-se
nicial, chamada de denúnciano primeiro
devem conter os mesmos requisitos intrínsecos
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâ
cias, a qualificação do acusado ou 
do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
 
3 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
Para a maioria dos autores, o rol do art. 31 é taxativo
incluir neste rol a figura do convivente em união estável.
disso, devemos estar atentos ao art. 36 do CPP, que
que isso significa? Caso o cônjuge, após a morte
filho exercê-lo? Sim, pode! Prevalência na ordem
Subsidiári a: Muitas vezes o ofendido é menor de 18 (dezoito)
representante legal. Ou ainda há casos em que o representante
Nestes casos, o art. 33 do CPP prevê a nomeação de
representante legal subsidiário. 
Atualmente, duas são as hipóteses de legitimidade
ação penal privada subsidiária da pública: quando
 no art. 46, caput, do CPP, ofendendo a obrigatoriedade
 queixa subsidiária, por um prazo de seis meses,
do referido art. 46 é impróprio, não preclui, ainda sendo
oferecimento da denúncia, a promoção de arquivamento
das investigações. Assim, nos casos em que possível
concorrente entre o legitimado extraordinário (vítima) e o
titularidade da ação aquele que agir primeiro. O segundo
que dispõe: “É concorrente a legitimidade do ofendido,
representação do ofendido, para a ação penal por
de suas funções.” 
(dezoito) anos vir a completar a maioridade (18) durante
representante legal, de acordo com entendimento dominante,
estivesse em curso, a vítima, ao completar 18 anos, terá,
crime. 
dições para o regular exercício do direito de ação 
autores, com amparo no posicionamento do professor
quarta condição da ação. O tema é controverso,
necessário ao exercício do direito de ação e à própria
Processo, mas não propriamente como uma condição.
que a justa causa se faz necessária ao oferecimento
recebimento, o que foi consagrado pela nova redação do 
denúncia ou queixa será rejeitada quando: for manifestamente
para o exercício da ação penal; ou faltar justa causa
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
for manifestamente inepta; 
faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
para o exercício da ação penal. 
lastro ou suporte probatório mínimo (prova da existência
peças de informação, de forma a se evitar uma acusação
4. Diferenças entre as Ações Penais Pública e Priva da: princípios regentes 
ações penais de iniciativa pública e privada dá-se 
que, como já visto, encontra-se, na ação penal pública,
Público, e, na ação penal privada, foi entregue extraordinariamente
se ação penal pública e privada em razão do nome
primeiro caso, e de queixa crime no segundo. Entretanto,
intrínsecos para o seu recebimento, conforme se extrai
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâ
cias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá
do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
Prof. Ana Cristina Mendonça 
vo e, muito embora pareça 
estável. Muitas críticas exis-
que indica existir uma preva-
morte do ofendido, não queira 
ordem sucessória não significa 
(dezoito) anos ou por outro 
representante tem interesses con-
de um curador especial pelo 
legitimidade concorrente no Processo 
quando o Ministério Público fica 
obrigatoriedade da ação penal, 
meses, contados da inércia do 
sendo possível ao Ministé-
ivamento ou a devolução dos 
possível a ação penal privada 
o legitimado ordinário (Mi-
segundo caso está consagrado 
ofendido, mediante queixa, e 
por crime contra a honra de 
durante o decurso do prazo de-
dominante, embora o prazo 
terá, a partir desta data, seis 
professor Afrânio Silva Jardim, 
controverso, sendo certo que outros 
própria análise das condi-
condição. 
oferecimento de uma denúncia ou 
 art. 395 do CPP (alterada 
manifestamente inepta; faltar 
causa para o exercício da ação 
faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
existência do crime e indícios 
acusação temerária. 
 exatamente na legitimida-
pública, nas mãos do pró-
extraordinariamente à vítima. 
nome da exordial ou petição i-
Entretanto, denúncia e queixa 
extrai do art. 41 do CPP. 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstân-
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação 
 
 
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Contudo, a grande distinção entre
as regem, conforme se pode observar na
 
Princípios da Ação Penal Pública
Oficialidade 
Obrigatoriedade (ou Legalidade)
Indisponibilidade 
(In)divisibilidade 
Intranscendência 
 
 
Passamos, então, à análise comparada de tais princípios.
4.4.1. Princípio da Oficialidade 
O Ministério Público é o órgão oficial do Estado para o exercício da ação penal pública, devendo, ao tomar 
nhecimento de crime de que seja o titular, deflagrá
Este princípio é aplicável apenas às ações penais públicas, pois, para as ações penais privadas é impossível 
verificar-se, de antemão, quem será o legitima
acordo com sua discricionariedade. 
Para parte da doutrina, o princípio da oficialidade sofre uma mitigação nas hipóteses de ação penal pública 
condicionada, na qual o MP depende de provocação do
casos, melhor seria se considerássemos tal mitigação associada à oficiosidade, e não necessariamente à oficial
dade. 
Vejamos a diferença entre os dois princípios:
1) Quando falamos em oficialidade
Estado para o exercício da ação penal. É o próprio Estado em juízo, “presentado” (e não representado)
pelo MP. Nas infrações de ação pública condicionada não há, em nosso entendimento, qu
na atuação do Ministério Público, que continua sendo o legitimado para a ação penal;
2) já quando falamos em oficiosidade, referimo
vocação de quem quer que seja, o que, de certa for
principalmente à obrigatoriedade da ação
4.4.2. Princípio da Obrigatoriedade 
Trata-se de princípio característico da ação penal de iniciativa pública.
Decorre do art. 24 do CPP, configurando o próprio pri
rio Público o oferecimento da denúncia sempre que presentes as condições da ação.
Assim, o MP tem o dever de analisar se os requisitos necessários ao exercício da ação penal estão presentes 
ou ausentes, formando a opinio delicti, e, se presentes, obrigado está a oferecer a denúncia. Ausentes as cond
ções da ação, o MP deve requerer o arquivamento das peças de informação ou devolvê
vas diligências. A promoção de arquivamento, port
pública. 
4.4.3. Princípio da Oportunidade ou Conveniência
Princípio característico da ação penal privada, diferenciando
 
1 O MP não representa o Estado, ele é o próprio Estado
 
4 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
entre as ações penais pública e privada surge na análise
na tabela abaixo: 
Princípios da Ação Penal Pública Princípios da Ação Penal Privada
– 
Obrigatoriedade (ou Legalidade) 
Oportunidade ou Conveniência (discricion
riedade) 
Disponibilidade 
Indivisibilidade *** 
Intranscendência 
Passamos, então, à análise comparada de tais princípios. 
O Ministério Público é o órgão oficial do Estado para o exercício da ação penal pública, devendo, ao tomar 
nhecimento de crime de que seja o titular, deflagrá-la de ofício, independentemente de provocação.
Este princípio é aplicável apenas às ações penais públicas, pois, para as ações penais privadas é impossível 
se, de antemão, quem será o legitimado para exercer a ação penal, que poderá ou não exercê
Para parte da doutrina, o princípio da oficialidade sofre uma mitigação nas hipóteses de ação penal pública 
condicionada, na qual o MP depende de provocação do ofendido através da representação. Na verdade, nestes 
casos, melhor seria se considerássemos tal mitigação associada à oficiosidade, e não necessariamente à oficial
Vejamos a diferença entre os dois princípios: 
oficialidade , estamos nos referindo ao MinistérioPúblico, enquanto órgão oficial do 
Estado para o exercício da ação penal. É o próprio Estado em juízo, “presentado” (e não representado)
pelo MP. Nas infrações de ação pública condicionada não há, em nosso entendimento, qu
na atuação do Ministério Público, que continua sendo o legitimado para a ação penal;
já quando falamos em oficiosidade, referimo-nos ao dever de atuar de ofício, independentemente de pr
vocação de quem quer que seja, o que, de certa forma, decorre da própria oficialidade, mas vincula
principalmente à obrigatoriedade da ação 
se de princípio característico da ação penal de iniciativa pública. 
Decorre do art. 24 do CPP, configurando o próprio princípio da legalidade, uma vez que a lei impõe ao Minist
rio Público o oferecimento da denúncia sempre que presentes as condições da ação. 
Assim, o MP tem o dever de analisar se os requisitos necessários ao exercício da ação penal estão presentes 
s, formando a opinio delicti, e, se presentes, obrigado está a oferecer a denúncia. Ausentes as cond
ções da ação, o MP deve requerer o arquivamento das peças de informação ou devolvê
vas diligências. A promoção de arquivamento, portanto, não caracteriza violação à obrigatoriedade da ação penal 
4.4.3. Princípio da Oportunidade ou Conveniência 
Princípio característico da ação penal privada, diferenciando-a da ação penal pública.
O MP não representa o Estado, ele é o próprio Estado-Sociedade em juízo, buscando a satisfação do seu direito de punir.
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
Prof. Ana Cristina Mendonça 
análise dos princípios que 
Princípios da Ação Penal Privada 
Oportunidade ou Conveniência (discriciona-
O Ministério Público é o órgão oficial do Estado para o exercício da ação penal pública, devendo, ao tomar co-
la de ofício, independentemente de provocação. 
Este princípio é aplicável apenas às ações penais públicas, pois, para as ações penais privadas é impossível 
do para exercer a ação penal, que poderá ou não exercê-la, de 
Para parte da doutrina, o princípio da oficialidade sofre uma mitigação nas hipóteses de ação penal pública 
ofendido através da representação. Na verdade, nestes 
casos, melhor seria se considerássemos tal mitigação associada à oficiosidade, e não necessariamente à oficiali-
amos nos referindo ao Ministério Público, enquanto órgão oficial do 
Estado para o exercício da ação penal. É o próprio Estado em juízo, “presentado” (e não representado)1 
pelo MP. Nas infrações de ação pública condicionada não há, em nosso entendimento, qualquer mitigação 
na atuação do Ministério Público, que continua sendo o legitimado para a ação penal; 
nos ao dever de atuar de ofício, independentemente de pro-
ma, decorre da própria oficialidade, mas vincula-se 
ncípio da legalidade, uma vez que a lei impõe ao Ministé-
Assim, o MP tem o dever de analisar se os requisitos necessários ao exercício da ação penal estão presentes 
s, formando a opinio delicti, e, se presentes, obrigado está a oferecer a denúncia. Ausentes as condi-
ções da ação, o MP deve requerer o arquivamento das peças de informação ou devolvê-las à Delegacia para no-
anto, não caracteriza violação à obrigatoriedade da ação penal 
a da ação penal pública. 
Sociedade em juízo, buscando a satisfação do seu direito de punir. 
 
 
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A vítima, também chamada ofendido, ainda que 
queixa, fazendo-o apenas se assim pretender, se lhe for oportuno ou conveniente.
A existência de crimes de ação penal privada sempre teve como fundamento o fato de que o processo deco
rente de determinadas infrações, e em especial sua publicidade (
prejuízos maiores que o próprio fato delituoso. Por tal motivo, o legislador, ao definir determinada conduta como 
de ação penal privada, entrega à vítima 
mente escolher entre oferecer queixa ou não.
A discricionariedade da vítima deve, entretanto, possuir formas de concretização. Surgem então os institutos 
da decadência e da renúncia. 
A vítima pode, assim, deixar correr o prazo decadencial, perdendo o direito de ação dentro de seis meses co
tados da data em que soube quem foi o autor do fato (art. 38 do CPP); ou pode, ainda, conhecendo ou não da 
suposta autoria do delito, renunciar ao di
A renúncia ao direito de queixa é ato unilateral, que independe da ciência ou anuência do suposto infrator.
Renúncia tácita se caracteriza pela prática de atos da vida que sejam incompatíveis 
sar criminalmente o agente. 
Decadência e renúncia ao direito de queixa são causas extintivas da punibilidade, na forma do art. 107 do 
CP, motivo pelo qual a renúncia, nos crimes de ação penal privada, é irretratável.
4.4.4. Princípio da Indisponibilidade 
A ação penal pública é regida pelo princípio da obrigatoriedade, sendo consequência óbvia deste a sua indi
ponibilidade. 
O princípio da indisponibilidade que rege as ações penais de iniciativa pública está expresso no art. 42 do 
CPP: “O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.”
Contudo, devemos observar que o MP, além de parte, é também custos legis, e, como tal, poderá, em fase de 
debates orais, alegações finais ou memoriais, opinar pela absolvição do réu. Neste caso, ape
meras críticas doutrinárias, a manifestação do Ministério Público não vinculará o juízo, já que o pedido formulado 
encontra-se na denúncia e dele o membro do MP não poderá dispor ou desistir, motivo pelo qual o juiz poderá 
condenar ou absolver o réu, de acordo com seu próprio convencimento. Neste sentido o art. 385 do CPP:
Art. 385. “Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ai
da que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer 
vantes, embora nenhuma tenha sido alegada.”
4.4.5. Princípio da Disponibilidade 
As ações penais privadas, regidas pela oportunidade ou conveniência, são, em consequência, disponíveis, 
podendo a vítima, a qualquer momento, desistir da pretensão 
A disponibilidade caraterística da ação penal privada se concretiza através dos institutos do perdão e da p
rempção. 
O perdão pode ser expresso ou tácito. O perdão expresso pode ser judicial (processual) ou extrajudicial (e
traprocessual). 
Caracteriza perdão expresso processual, por exemplo, a oferta do perdão em audiência, ao que o querelado 
aceita, homologando o juiz o perdão e declarando extinta a punibilidade do agente. Da mesma forma, pode o qu
relante peticionar, ofertando expressamente o pe
Art. 58. “Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado s
rá intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cie
tificado de que o seu silêncio importará aceitação.”
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
 
5 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
A vítima, também chamada ofendido, ainda que presentes as condições da ação, não está obrigada a oferecer 
o apenas se assim pretender, se lhe for oportuno ou conveniente. 
A existência de crimes de ação penal privada sempre teve como fundamento o fato de que o processo deco
terminadas infrações, e em especial sua publicidade (strepitus fori), poderia acarretar para a vítima 
prejuízos maiores que o próprio fato delituoso. Por tal motivo, o legislador, ao definir determinada conduta como 
de ação penal privada, entrega à vítima a discricionariedade sobre o exercício do direito de ação, podendo livr
mente escolher entre oferecer queixa ou não. 
A discricionariedade da vítima deve, entretanto, possuir formas de concretização. Surgem então os institutos 
vítima pode, assim, deixar correr o prazo decadencial, perdendo o direito de ação dentro de seis meses co
tados da data em que soube quem foi o autor do fato (art. 38 do CPP); ou pode, ainda, conhecendo ou não da 
suposta autoria do delito, renunciar ao direito de queixa, renúncia esta que pode ser expressa ou tácita.
A renúncia ao direito de queixa é ato unilateral, que independe da ciência ou anuência do suposto infrator.
Renúncia tácita se caracteriza pela prática de atos da vida que sejam incompatíveiscom a vontade de proce
Decadência e renúncia ao direito de queixa são causas extintivas da punibilidade, na forma do art. 107 do 
CP, motivo pelo qual a renúncia, nos crimes de ação penal privada, é irretratável. 
A ação penal pública é regida pelo princípio da obrigatoriedade, sendo consequência óbvia deste a sua indi
O princípio da indisponibilidade que rege as ações penais de iniciativa pública está expresso no art. 42 do 
“O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.” 
Contudo, devemos observar que o MP, além de parte, é também custos legis, e, como tal, poderá, em fase de 
debates orais, alegações finais ou memoriais, opinar pela absolvição do réu. Neste caso, ape
meras críticas doutrinárias, a manifestação do Ministério Público não vinculará o juízo, já que o pedido formulado 
se na denúncia e dele o membro do MP não poderá dispor ou desistir, motivo pelo qual o juiz poderá 
bsolver o réu, de acordo com seu próprio convencimento. Neste sentido o art. 385 do CPP:
Art. 385. “Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ai
da que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer 
vantes, embora nenhuma tenha sido alegada.” 
As ações penais privadas, regidas pela oportunidade ou conveniência, são, em consequência, disponíveis, 
podendo a vítima, a qualquer momento, desistir da pretensão deduzida. 
A disponibilidade caraterística da ação penal privada se concretiza através dos institutos do perdão e da p
O perdão pode ser expresso ou tácito. O perdão expresso pode ser judicial (processual) ou extrajudicial (e
eriza perdão expresso processual, por exemplo, a oferta do perdão em audiência, ao que o querelado 
aceita, homologando o juiz o perdão e declarando extinta a punibilidade do agente. Da mesma forma, pode o qu
relante peticionar, ofertando expressamente o perdão, hipótese na qual se aplicará o disposto no art. 58 do CPP:
Art. 58. “Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado s
rá intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cie
eu silêncio importará aceitação.” 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. 
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
Prof. Ana Cristina Mendonça 
presentes as condições da ação, não está obrigada a oferecer 
A existência de crimes de ação penal privada sempre teve como fundamento o fato de que o processo decor-
), poderia acarretar para a vítima 
prejuízos maiores que o próprio fato delituoso. Por tal motivo, o legislador, ao definir determinada conduta como 
a discricionariedade sobre o exercício do direito de ação, podendo livre-
A discricionariedade da vítima deve, entretanto, possuir formas de concretização. Surgem então os institutos 
vítima pode, assim, deixar correr o prazo decadencial, perdendo o direito de ação dentro de seis meses con-
tados da data em que soube quem foi o autor do fato (art. 38 do CPP); ou pode, ainda, conhecendo ou não da 
reito de queixa, renúncia esta que pode ser expressa ou tácita. 
A renúncia ao direito de queixa é ato unilateral, que independe da ciência ou anuência do suposto infrator. 
com a vontade de proces-
Decadência e renúncia ao direito de queixa são causas extintivas da punibilidade, na forma do art. 107 do 
A ação penal pública é regida pelo princípio da obrigatoriedade, sendo consequência óbvia deste a sua indis-
O princípio da indisponibilidade que rege as ações penais de iniciativa pública está expresso no art. 42 do 
Contudo, devemos observar que o MP, além de parte, é também custos legis, e, como tal, poderá, em fase de 
debates orais, alegações finais ou memoriais, opinar pela absolvição do réu. Neste caso, apesar de existirem inú-
meras críticas doutrinárias, a manifestação do Ministério Público não vinculará o juízo, já que o pedido formulado 
se na denúncia e dele o membro do MP não poderá dispor ou desistir, motivo pelo qual o juiz poderá 
bsolver o réu, de acordo com seu próprio convencimento. Neste sentido o art. 385 do CPP: 
Art. 385. “Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ain-
da que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agra-
As ações penais privadas, regidas pela oportunidade ou conveniência, são, em consequência, disponíveis, 
A disponibilidade caraterística da ação penal privada se concretiza através dos institutos do perdão e da pe-
O perdão pode ser expresso ou tácito. O perdão expresso pode ser judicial (processual) ou extrajudicial (ex-
eriza perdão expresso processual, por exemplo, a oferta do perdão em audiência, ao que o querelado 
aceita, homologando o juiz o perdão e declarando extinta a punibilidade do agente. Da mesma forma, pode o que-
rdão, hipótese na qual se aplicará o disposto no art. 58 do CPP: 
Art. 58. “Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado se-
rá intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cien-
 
 
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Não se pode, entretanto, confundir o art. 58 do CPP com perdão tácito. Para que ocorra perdão tácito, que d
corre da prática de atos da vida incompat
a oferta seja igualmente tácita. O art. 58, entretanto, indica uma oferta expressa, embora possa o querelado deixar 
de responder ao que foi intimado, tendo, entretanto, consciência de q
Exemplo de perdão tácito ocorreu na seguinte hipótese concreta: rapaz foi injuriado pelo pai da namorada e 
ofereceu queixa-crime contra ele. Após o oferecimento e recebimento da queixa, entretanto, o querelante con
ou a frequentar a casa do querelado, convivendo normalmente com ele. Neste caso, ao entrar no domicílio do 
querelado para lá conviver ofereceu o perdão tácito e uma vez que o querelado permitiu tranquilamente seu ace
so o aceitou. 
Importante frisar, entretanto, que simples atos de urbanidade (bom dia, boa tarde, boa noite, etc.) não caract
rizam perdão tácito. 
O perdão expresso extraprocessual ocorre quando as partes e seus advogados se reúnem, elaborando termo 
de oferecimento e aceite do perdão, reconh
que não participa da oferta e do aceite somente tomando ciência em momento posterior para atribuir ao perdão 
seus regulares efeitos. 
Diferencia-se o perdão da renúncia por ser, esta últi
o processo. Da mesma forma, a renúncia é, como vimos, ato unilateral, enquanto o perdão é bilateral, ou seja, 
uma vez oferecido, somente se concretiza se o querelado (réu) o aceitar.
Já a perempção se caracteriza como ato unilateral, uma vez que é possível, para a vítima querelante, nas i
frações de ação penal privada, o abandono da causa. Perempção é “a morte do processo” por falta de interesse 
do autor. 
Contudo, os três institutos (renúncia, perdão 
de perempção no Processo Penal estão indicadas no art. 60 do CPP:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar
rempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo d
rante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer 
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer 
das pessoas a quem couber fazê
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do 
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas 
alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Importante frisar que o Inciso III do supra mencionado artigo em sua parte final impõe a necessidade de exti
ção da punibilidade pela perempção nos casos em que o
se manifesta pela absolvição em alegações finais. Pedir a absolvição é deixar de formular o pedido de conden
ção, motivo pelo qual não poderá o juiz, neste caso, julgar procedente ou improcedente o pe
já desistiu. Deve, portanto, julgar perempta a ação, declarando extinto o processo e a punibilidade do agente.
4.4.6. Princípio da Indivisibilidadena ação penal privada
A ação penal privada é, a toda evidência, discricionária. Contu
pessoais. Uma vez decidindo pelo oferecimento da queixa, a vítima deverá ajuizar a ação em face de todos os 
possíveis infratores, hipótese garantida pelo art. 48 do CPP, que dispõe:
Art. 48. “A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e 
o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.”
A indivisibilidade da ação penal privada impede a utilização de critérios de vingança pessoal, devendo o Mini
tério Público atuar como órgão fiscalizador.
 
6 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
Não se pode, entretanto, confundir o art. 58 do CPP com perdão tácito. Para que ocorra perdão tácito, que d
corre da prática de atos da vida incompatíveis com a vontade de processar criminalmente o agente, é preciso que 
a oferta seja igualmente tácita. O art. 58, entretanto, indica uma oferta expressa, embora possa o querelado deixar 
de responder ao que foi intimado, tendo, entretanto, consciência de que a sua “não resposta” configura aceite.
Exemplo de perdão tácito ocorreu na seguinte hipótese concreta: rapaz foi injuriado pelo pai da namorada e 
crime contra ele. Após o oferecimento e recebimento da queixa, entretanto, o querelante con
ou a frequentar a casa do querelado, convivendo normalmente com ele. Neste caso, ao entrar no domicílio do 
querelado para lá conviver ofereceu o perdão tácito e uma vez que o querelado permitiu tranquilamente seu ace
tretanto, que simples atos de urbanidade (bom dia, boa tarde, boa noite, etc.) não caract
O perdão expresso extraprocessual ocorre quando as partes e seus advogados se reúnem, elaborando termo 
de oferecimento e aceite do perdão, reconhecendo firmas e levando tal termo para ciência e homologação do juiz, 
que não participa da oferta e do aceite somente tomando ciência em momento posterior para atribuir ao perdão 
se o perdão da renúncia por ser, esta última, ato pré-processual, enquanto o perdão ocorre durante 
o processo. Da mesma forma, a renúncia é, como vimos, ato unilateral, enquanto o perdão é bilateral, ou seja, 
uma vez oferecido, somente se concretiza se o querelado (réu) o aceitar. 
e caracteriza como ato unilateral, uma vez que é possível, para a vítima querelante, nas i
frações de ação penal privada, o abandono da causa. Perempção é “a morte do processo” por falta de interesse 
Contudo, os três institutos (renúncia, perdão e perempção) são causas extintivas da punibilidade. As hipóteses 
de perempção no Processo Penal estão indicadas no art. 60 do CPP: 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar
a, o querelante deixar de promover o andamento do processo d
quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer 
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer 
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do 
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas 
quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Importante frisar que o Inciso III do supra mencionado artigo em sua parte final impõe a necessidade de exti
ção da punibilidade pela perempção nos casos em que o querelante, em crimes de exclusiva ação penal privada, 
se manifesta pela absolvição em alegações finais. Pedir a absolvição é deixar de formular o pedido de conden
ção, motivo pelo qual não poderá o juiz, neste caso, julgar procedente ou improcedente o pe
já desistiu. Deve, portanto, julgar perempta a ação, declarando extinto o processo e a punibilidade do agente.
4.4.6. Princípio da Indivisibilidade na ação penal privada 
A ação penal privada é, a toda evidência, discricionária. Contudo, esta discricionariedade não alcança critérios 
pessoais. Uma vez decidindo pelo oferecimento da queixa, a vítima deverá ajuizar a ação em face de todos os 
possíveis infratores, hipótese garantida pelo art. 48 do CPP, que dispõe: 
a qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e 
o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.” 
A indivisibilidade da ação penal privada impede a utilização de critérios de vingança pessoal, devendo o Mini
órgão fiscalizador. 
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
Prof. Ana Cristina Mendonça 
Não se pode, entretanto, confundir o art. 58 do CPP com perdão tácito. Para que ocorra perdão tácito, que de-
íveis com a vontade de processar criminalmente o agente, é preciso que 
a oferta seja igualmente tácita. O art. 58, entretanto, indica uma oferta expressa, embora possa o querelado deixar 
ue a sua “não resposta” configura aceite. 
Exemplo de perdão tácito ocorreu na seguinte hipótese concreta: rapaz foi injuriado pelo pai da namorada e 
crime contra ele. Após o oferecimento e recebimento da queixa, entretanto, o querelante continu-
ou a frequentar a casa do querelado, convivendo normalmente com ele. Neste caso, ao entrar no domicílio do 
querelado para lá conviver ofereceu o perdão tácito e uma vez que o querelado permitiu tranquilamente seu aces-
tretanto, que simples atos de urbanidade (bom dia, boa tarde, boa noite, etc.) não caracte-
O perdão expresso extraprocessual ocorre quando as partes e seus advogados se reúnem, elaborando termo 
ecendo firmas e levando tal termo para ciência e homologação do juiz, 
que não participa da oferta e do aceite somente tomando ciência em momento posterior para atribuir ao perdão 
processual, enquanto o perdão ocorre durante 
o processo. Da mesma forma, a renúncia é, como vimos, ato unilateral, enquanto o perdão é bilateral, ou seja, 
e caracteriza como ato unilateral, uma vez que é possível, para a vítima querelante, nas in-
frações de ação penal privada, o abandono da causa. Perempção é “a morte do processo” por falta de interesse 
e perempção) são causas extintivas da punibilidade. As hipóteses 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á pe-
a, o querelante deixar de promover o andamento do processo du-
quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer 
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer 
quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do 
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas 
quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
Importante frisar que o Inciso III do supra mencionado artigo em sua parte final impõe a necessidade de extin-
querelante, em crimes de exclusiva ação penal privada, 
se manifesta pela absolvição em alegações finais. Pedir a absolvição é deixar de formular o pedido de condena-
ção, motivo pelo qual não poderá o juiz, neste caso, julgar procedente ou improcedente o pedido, do qual a vítima 
já desistiu. Deve, portanto, julgar perempta a ação, declarando extinto o processo e a punibilidade do agente. 
do, esta discricionariedade não alcança critérios 
pessoais. Uma vez decidindo pelo oferecimento da queixa, a vítima deverá ajuizar a ação em face de todos os 
a qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e 
A indivisibilidade da ação penal privada impede a utilização de critérios de vingança pessoal, devendo o Minis-
 
 
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Assim, ou a vítima oferece a queixa em face de todos os possíveis infratores ou não oferece contra ninguém, 
conforme estabelece o art. 49 do CPP: 
Art. 49. “A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do 
crime, a todos se estenderá.”
Problema surge na definição de como deverá o Ministério Público intervir, para o que surgem correntes doutr
nárias distintas. Parte da doutrina sustenta que o MP poderia, oferecida queixa somente contra ‘A’, havendo ind
cios também contra ‘B’, como custos legis
incluí-lo no polo passivo da ação penal. Referido aditamentodecorre dos arts. 48 c/c 45 do CPP, instaurando
processo em face de ambos. Mas este não é, atualmente, o posicionamento majoritário.
Para a posição adotada nos últimos anos pela jurisprudência, em face da ausência de legitimidade nos crimes 
de ação penal privada, o MP não pode aditar a queixa para incluir fatos ou pessoas. Assim, 
mente contra ‘A’, havendo indícios também contra ‘B’, o MP opina pela renúncia tácita em favor de B, que, na 
forma do art. 49 do CPP, deve ser estendida a A, extinguindo
A discussão entre as correntes acima i
a possibilidade do Ministério Público aditar a queixa, ainda quando privativa do ofendido.
Realmente, não é possível o aditamento à queixa, por parte do MP, para fins de inclusão de 
nal privada. Neste sentido, pacífica a doutrina e a jurisprudência. A divergência se relaciona ao aditamento para a 
inclusão de corréus, sendo certo que o posicionamento majoritário veda o aditamento pelo MP face a ausência de 
legitimidade do mesmo nas infrações de ação penal privada.
Contudo, indiscutível que poderá o parquet realizar aditamentos impróprios, p. ex., para inserir a hora do crime 
não mencionada pela vítima, para esclarecer a qualificação do agente, melhorar uma redação confusa, g
assim o contraditório e a ampla defesa, etc.
Todavia, vislumbra-se ainda uma terceira hipótese
tério Público, ao analisar a queixa crime oferecida em face de ‘A’, verifique que também há indíc
‘B’, mas sem que se possa auferir se houve real intenção de exclusão do mesmo. Neste caso, poderia o MP, ao 
invés de opinar diretamente pela renúncia em favor de ‘B’, requerer ao juiz fosse a vítima querelante intimada para 
que ela própria inclua ‘B’ através do aditamento. Caso o querelante não realize o aditamento ocorrerá, agora sim, 
renúncia, extensível a ‘A’. Parece-nos que esta seria a posição mais acertada. Entretanto, o leitor deve estar ate
to às divergências e às possíveis questões
O princípio da indivisibilidade deve ser também observado durante o oferecimento do perdão, uma vez 
que oferecido em face de um dos querelantes, o perdão se estenderá a todos, não produzindo efeitos, todavia, em 
face de sua bilateralidade, em relação ao que o recusar (art. 51 do CPP).
 
2 Vejamos o entendimento do STJ no julgamento do RHC 26752
crimes de calúnia, injúria e difamação por meio de mensagens eletrônicas contra só uma das autoras do delito. Cabe à querelan
penal privada obrigatoriamente contra todos os supostos
direito de queixa é indivisível; assim, a queixa contra qualquer autor do crime obrigará ao processo de todos os envolvidos (
sequentemente, o ofendido não pode limitar a acusação a este ou aquele autor da conduta tida como delituosa. Esclarece que não observar o 
princípio da indivisibilidade da ação penal, que torna obrigatória a formulação da queixa contra todos os autores, co
me, além de acarretar a renúncia ao direito de queixa a todos, é causa da extinção da punibilidade (art. 107, V, do CP).”
3 Este parece ter sido o posicionamento do STJ no julgamento do RHC 55.142
PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PRIVADA. A não inclusão de eventuais suspeitos na queixa
núncia tácita ao direito de queixa. Com efeito, o direito de queixa é indivisível, é dizer, a queixa contra qualquer
processo de todos (art. 48 do CPP). Dessarte, o ofendido não pode limitar a este ou aquele autor da conduta tida como delituo
accusationis, tanto que o art. 49 do CPP dispõe que a renúncia ao direito d
Portanto, o princípio da indivisibilidade da ação penal privada torna obrigatória a formulação da queixa
tores e partícipes do injusto penal, sendo que a inobservância de tal princípio acarreta a renúncia ao direito de queixa, que de acordo com o art. 
107, V, do CP, é causa de extinção da punibilidade. Contudo, para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, e
ção de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa
Quinta Turma, DJe de 11/12/2014)." (STJ. RHC 55.142
4. HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. NÃO C
NHECIMENTO. 1. A via eleita se revela inadequada para a insurgência dos impetrantes contra o ato apontado como coator, pois o
jurídico prevê recurso específico para tal fim, circunstância que impede o seu formal conhecimento. Precedentes. 2. O alegado con
ilegal será analisado para a verificação da eventual possibilidade de atuação ex officio, nos termos do artigo 654, § 
nal. VIOLAÇÃO DE DIREITOS DE AUTOR DE PROGRAMA DE COMPUTADOR. CONCORRÊNCIA DESLEAL. QUEIXA
 
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OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
Assim, ou a vítima oferece a queixa em face de todos os possíveis infratores ou não oferece contra ninguém, 
Art. 49. “A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do 
me, a todos se estenderá.” 
Problema surge na definição de como deverá o Ministério Público intervir, para o que surgem correntes doutr
nárias distintas. Parte da doutrina sustenta que o MP poderia, oferecida queixa somente contra ‘A’, havendo ind
custos legis e fiscal da indivisibilidade da ação penal privada, aditar a queixa para 
lo no polo passivo da ação penal. Referido aditamento decorre dos arts. 48 c/c 45 do CPP, instaurando
não é, atualmente, o posicionamento majoritário. 
Para a posição adotada nos últimos anos pela jurisprudência, em face da ausência de legitimidade nos crimes 
de ação penal privada, o MP não pode aditar a queixa para incluir fatos ou pessoas. Assim, 
mente contra ‘A’, havendo indícios também contra ‘B’, o MP opina pela renúncia tácita em favor de B, que, na 
forma do art. 49 do CPP, deve ser estendida a A, extinguindo-se a punibilidade de ambos.
A discussão entre as correntes acima indicadas decorre da interpretação do art. 45 do CPP, que dispõe sobre 
a possibilidade do Ministério Público aditar a queixa, ainda quando privativa do ofendido. 
Realmente, não é possível o aditamento à queixa, por parte do MP, para fins de inclusão de 
nal privada. Neste sentido, pacífica a doutrina e a jurisprudência. A divergência se relaciona ao aditamento para a 
inclusão de corréus, sendo certo que o posicionamento majoritário veda o aditamento pelo MP face a ausência de 
esmo nas infrações de ação penal privada. 
Contudo, indiscutível que poderá o parquet realizar aditamentos impróprios, p. ex., para inserir a hora do crime 
não mencionada pela vítima, para esclarecer a qualificação do agente, melhorar uma redação confusa, g
assim o contraditório e a ampla defesa, etc. 
terceira hipótese , hoje defendida por muitos autores. Imagine que o Mini
tério Público, ao analisar a queixa crime oferecida em face de ‘A’, verifique que também há indíc
‘B’, mas sem que se possa auferir se houve real intenção de exclusão do mesmo. Neste caso, poderia o MP, ao 
invés de opinar diretamente pela renúncia em favor de ‘B’, requerer ao juiz fosse a vítima querelante intimada para 
inclua ‘B’ através do aditamento. Caso o querelante não realize o aditamento ocorrerá, agora sim, 
nos que esta seria a posição mais acertada. Entretanto, o leitor deve estar ate
to às divergências e às possíveis questões de prova neste sentido.3 
O princípio da indivisibilidade deve ser também observado durante o oferecimento do perdão, uma vez 
que oferecido em face de um dos querelantes, o perdão se estenderá a todos, não produzindo efeitos, todavia, em 
ralidade, em relação ao que o recusar (art. 51 do CPP).4 
Vejamos o entendimento do STJ no julgamento do RHC 26752-MG, de 18/02/2010: “(...) foi oferecida queixa
crimes de calúnia, injúria e difamação por meio de mensagens eletrônicas contra só uma das autoras do delito. Cabe à querelan
penal privada obrigatoriamente contra todos os supostos coautores do delito que, no caso, são perfeitamente identificáveis. Observa, ainda, que o 
direito de queixa é indivisível; assim, a queixa contra qualquer autor do crime obrigará ao processo de todos os envolvidos (
ndido não pode limitar a acusação a este ou aqueleautor da conduta tida como delituosa. Esclarece que não observar o 
princípio da indivisibilidade da ação penal, que torna obrigatória a formulação da queixa contra todos os autores, co
me, além de acarretar a renúncia ao direito de queixa a todos, é causa da extinção da punibilidade (art. 107, V, do CP).”
Este parece ter sido o posicionamento do STJ no julgamento do RHC 55.142-MG: "DIREITO PROCESSUAL PENAL. LIMITE PARA APLICAÇÃ
PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PRIVADA. A não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-
Com efeito, o direito de queixa é indivisível, é dizer, a queixa contra qualquer
processo de todos (art. 48 do CPP). Dessarte, o ofendido não pode limitar a este ou aquele autor da conduta tida como delituo
accusationis, tanto que o art. 49 do CPP dispõe que a renúncia ao direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 
Portanto, o princípio da indivisibilidade da ação penal privada torna obrigatória a formulação da queixa-crime em face de todos os autores, coa
que a inobservância de tal princípio acarreta a renúncia ao direito de queixa, que de acordo com o art. 
107, V, do CP, é causa de extinção da punibilidade. Contudo, para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, e
que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma deliberada pelo querelante (HC 186.405
Quinta Turma, DJe de 11/12/2014)." (STJ. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015, DJe 21/5/2015).
ABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. NÃO C
NHECIMENTO. 1. A via eleita se revela inadequada para a insurgência dos impetrantes contra o ato apontado como coator, pois o
dico prevê recurso específico para tal fim, circunstância que impede o seu formal conhecimento. Precedentes. 2. O alegado con
ilegal será analisado para a verificação da eventual possibilidade de atuação ex officio, nos termos do artigo 654, § 
nal. VIOLAÇÃO DE DIREITOS DE AUTOR DE PROGRAMA DE COMPUTADOR. CONCORRÊNCIA DESLEAL. QUEIXA
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
Prof. Ana Cristina Mendonça 
Assim, ou a vítima oferece a queixa em face de todos os possíveis infratores ou não oferece contra ninguém, 
Art. 49. “A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do 
Problema surge na definição de como deverá o Ministério Público intervir, para o que surgem correntes doutri-
nárias distintas. Parte da doutrina sustenta que o MP poderia, oferecida queixa somente contra ‘A’, havendo indí-
e fiscal da indivisibilidade da ação penal privada, aditar a queixa para 
lo no polo passivo da ação penal. Referido aditamento decorre dos arts. 48 c/c 45 do CPP, instaurando-se o 
 
Para a posição adotada nos últimos anos pela jurisprudência, em face da ausência de legitimidade nos crimes 
de ação penal privada, o MP não pode aditar a queixa para incluir fatos ou pessoas. Assim, oferecida queixa so-
mente contra ‘A’, havendo indícios também contra ‘B’, o MP opina pela renúncia tácita em favor de B, que, na 
se a punibilidade de ambos.2 
ndicadas decorre da interpretação do art. 45 do CPP, que dispõe sobre 
 
Realmente, não é possível o aditamento à queixa, por parte do MP, para fins de inclusão de fatos de ação pe-
nal privada. Neste sentido, pacífica a doutrina e a jurisprudência. A divergência se relaciona ao aditamento para a 
inclusão de corréus, sendo certo que o posicionamento majoritário veda o aditamento pelo MP face a ausência de 
Contudo, indiscutível que poderá o parquet realizar aditamentos impróprios, p. ex., para inserir a hora do crime 
não mencionada pela vítima, para esclarecer a qualificação do agente, melhorar uma redação confusa, garantido 
, hoje defendida por muitos autores. Imagine que o Minis-
tério Público, ao analisar a queixa crime oferecida em face de ‘A’, verifique que também há indícios em relação a 
‘B’, mas sem que se possa auferir se houve real intenção de exclusão do mesmo. Neste caso, poderia o MP, ao 
invés de opinar diretamente pela renúncia em favor de ‘B’, requerer ao juiz fosse a vítima querelante intimada para 
inclua ‘B’ através do aditamento. Caso o querelante não realize o aditamento ocorrerá, agora sim, 
nos que esta seria a posição mais acertada. Entretanto, o leitor deve estar aten-
O princípio da indivisibilidade deve ser também observado durante o oferecimento do perdão, uma vez 
que oferecido em face de um dos querelantes, o perdão se estenderá a todos, não produzindo efeitos, todavia, em 
“(...) foi oferecida queixa-crime pela suposta prática dos 
crimes de calúnia, injúria e difamação por meio de mensagens eletrônicas contra só uma das autoras do delito. Cabe à querelante propor a ação 
coautores do delito que, no caso, são perfeitamente identificáveis. Observa, ainda, que o 
direito de queixa é indivisível; assim, a queixa contra qualquer autor do crime obrigará ao processo de todos os envolvidos (art. 48 do CPP). Con-
ndido não pode limitar a acusação a este ou aquele autor da conduta tida como delituosa. Esclarece que não observar o 
princípio da indivisibilidade da ação penal, que torna obrigatória a formulação da queixa contra todos os autores, co-autores e partícipes do cri-
me, além de acarretar a renúncia ao direito de queixa a todos, é causa da extinção da punibilidade (art. 107, V, do CP).” 
MG: "DIREITO PROCESSUAL PENAL. LIMITE PARA APLICAÇÃO DO 
-crime não configura, por si só, re-
Com efeito, o direito de queixa é indivisível, é dizer, a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao 
processo de todos (art. 48 do CPP). Dessarte, o ofendido não pode limitar a este ou aquele autor da conduta tida como delituosa o exercício do jus 
e queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 
crime em face de todos os autores, coau-
que a inobservância de tal princípio acarreta a renúncia ao direito de queixa, que de acordo com o art. 
107, V, do CP, é causa de extinção da punibilidade. Contudo, para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstra-
crime se deu de forma deliberada pelo querelante (HC 186.405-RJ, 
MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015, DJe 21/5/2015). 
ABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. NÃO CO-
NHECIMENTO. 1. A via eleita se revela inadequada para a insurgência dos impetrantes contra o ato apontado como coator, pois o ordenamento 
dico prevê recurso específico para tal fim, circunstância que impede o seu formal conhecimento. Precedentes. 2. O alegado constrangimento 
ilegal será analisado para a verificação da eventual possibilidade de atuação ex officio, nos termos do artigo 654, § 2º, do Código de Processo Pe-
nal. VIOLAÇÃO DE DIREITOS DE AUTOR DE PROGRAMA DE COMPUTADOR. CONCORRÊNCIA DESLEAL. QUEIXA-CRIME. NÃO INCLUSÃO DE OU-
 
 
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***A indivisibilidade da ação penal
Ministério Público atuar como órgão fiscalizador.
Problema surge na definição de
doutrinárias distintas. 
 
Sintetizando as correntes doutrinárias...
1ª. corrente: atualmente minoritária 
Inquérito Queixa Ministério Público
Indícios de 
autoria em 
face de ‘A’ e 
‘B’ 
Oferecida so-
mente em face 
de ‘A’ 
Diante dos indícios de autoria em face 
de ‘B’, o MP, como custos†legis† e fiscal 
da indivisibilidade da ação penal priv
da, deve aditar a queixa para incluir o 
mesmo no polo passivo 
Referido aditamento decorre dos arts. 
48 c/c 45 do CPP.
 
2ª. corrente: Até pouco tempo considerada MAJORITÁRIA
Inquérito Queixa Ministério Público
Indícios de 
autoria em 
face de ‘A’ e 
‘B’ 
Oferecida so-
mente em face 
de ‘A’ 
Verificando que existem indícios sufic
entes de autoria também em face de ‘B’, 
sem que a vítima querelante o tenha 
incluído na queixa crime, o MP opina 
pela renúncia tácita em favor 
na forma do art. 49 do CPP, deve ser 
estendida a A.
 
3ª. corrente: Cada vez mais adotada, e recentemente utilizada pelo STJno julgamento do HC 
186.405/RJ 
Inquérito Queixa Ministério Público
Indícios de 
autoria em 
face de ‘A’ e 
‘B’ 
Oferecida so-
mente em face 
de ‘A’ 
Não havendo como verificar se a excl
são de B teria ocorrido de forma delib
rada, o MP deverá requerer seja a pr
pria vítima querelante intimada para 
promove
pena de renúncia.
 
 
4.4.7. Indivisibilidade na ação penal pública
Grande parte da doutrina entende que, nas ações penais públicas, a indivisibilidade seria uma consequência 
lógica do princípio da obrigatoriedade. Para esses autores, desnecessário um dispositivo específico sobre o tema, 
já que o Ministério Público estaria obrigado a denunciar tod
tes de autoria. Muitos defendem ainda que o princípio da indivisibilidade estaria implícito no Código, em disposit
vos como os arts. 77 e 580 do CPP. 
 
TRAS PESSOAS SUPOSTAMENTE ENVOLVIDAS NOS DELITOS. INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PRIVADA. RENÚNCIA TÁCITA. INOCO
CIA. DESCRIÇÃO CIRCUNSTANCIADA DOS FATOS. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. O reconhecimento da renúncia tácita ao direi
de queixa exige a demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa
querelante. Precedente. 2. Na hipótese, a incoativa não selecionou determinados autores ou partícipes quando da formação do p
ação penal privada, mas apenas narrou os fatos tidos por delituosos de forma pormenorizada, contextua
de terceiras pessoas sem atribuir-lhes a prática de qualquer conduta criminosa, como, aliás, exige o artigo 41 do Código de Processo Penal. 3. 
ventual associação dolosa de terceiras pessoas na suposta conduta delituo
denamento jurídico, apurável mediante ação penal pública incondicionada, para a qual a querelante não é legitimada. 4. Habeas
nhecido. (STJ. HC 186.405/RJ, Rel. Ministro JORG
 
8 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
penal privada impede a utilização de critérios de vingança
fiscalizador. 
de como deverá o Ministério Público intervir, para
Sintetizando as correntes doutrinárias... 
Ministério Público Juiz 
Diante dos indícios de autoria em face 
de ‘B’, o MP, como custos†legis† e fiscal 
da indivisibilidade da ação penal priva-
da, deve aditar a queixa para incluir o 
mesmo no polo passivo da ação penal. 
Referido aditamento decorre dos arts. 
48 c/c 45 do CPP. 
Recebe a queixa e o 
aditamento, insta
rando-se o processo 
em face de ‘A’ e ‘B’.
2ª. corrente: Até pouco tempo considerada MAJORITÁRIA 
Ministério Público Juiz 
Verificando que existem indícios sufici-
entes de autoria também em face de ‘B’, 
sem que a vítima querelante o tenha 
incluído na queixa crime, o MP opina 
pela renúncia tácita em favor de B, que, 
na forma do art. 49 do CPP, deve ser 
estendida a A. 
Declara extinta a p
nibilidade de A e B 
pela renúncia tácita.
3ª. corrente: Cada vez mais adotada, e recentemente utilizada pelo STJ no julgamento do HC 
Ministério Público Juiz 
Não havendo como verificar se a exclu-
são de B teria ocorrido de forma delibe-
rada, o MP deverá requerer seja a pró-
pria vítima querelante intimada para 
promover o aditamento da queixa, sob 
pena de renúncia. 
Intima a vítima para 
que, dentro de 3 (três) 
dias, promova o ad
tamento da queixa, 
para fins de inclusão 
de B, sob pena de 
renúncia.
4.4.7. Indivisibilidade na ação penal pública 
entende que, nas ações penais públicas, a indivisibilidade seria uma consequência 
lógica do princípio da obrigatoriedade. Para esses autores, desnecessário um dispositivo específico sobre o tema, 
já que o Ministério Público estaria obrigado a denunciar todos contra quem estivessem presentes indícios suficie
tes de autoria. Muitos defendem ainda que o princípio da indivisibilidade estaria implícito no Código, em disposit
 
TRAS PESSOAS SUPOSTAMENTE ENVOLVIDAS NOS DELITOS. INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PRIVADA. RENÚNCIA TÁCITA. INOCO
CIA. DESCRIÇÃO CIRCUNSTANCIADA DOS FATOS. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. O reconhecimento da renúncia tácita ao direi
de queixa exige a demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma d
querelante. Precedente. 2. Na hipótese, a incoativa não selecionou determinados autores ou partícipes quando da formação do p
ação penal privada, mas apenas narrou os fatos tidos por delituosos de forma pormenorizada, contextualizando
lhes a prática de qualquer conduta criminosa, como, aliás, exige o artigo 41 do Código de Processo Penal. 3. 
ventual associação dolosa de terceiras pessoas na suposta conduta delituosa dos querelados é tipificação formal de outro delito previsto no o
denamento jurídico, apurável mediante ação penal pública incondicionada, para a qual a querelante não é legitimada. 4. Habeas
nhecido. (STJ. HC 186.405/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 02/12/2014, DJe 11/12/2014).
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
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vingança pessoal, devendo o 
para o que surgem correntes 
Recebe a queixa e o 
aditamento, instau-
se o processo 
em face de ‘A’ e ‘B’. 
Declara extinta a pu-
nibilidade de A e B 
pela renúncia tácita. 
3ª. corrente: Cada vez mais adotada, e recentemente utilizada pelo STJ no julgamento do HC 
Intima a vítima para 
que, dentro de 3 (três) 
dias, promova o adi-
tamento da queixa, 
para fins de inclusão 
de B, sob pena de 
renúncia. 
entende que, nas ações penais públicas, a indivisibilidade seria uma consequência 
lógica do princípio da obrigatoriedade. Para esses autores, desnecessário um dispositivo específico sobre o tema, 
os contra quem estivessem presentes indícios suficien-
tes de autoria. Muitos defendem ainda que o princípio da indivisibilidade estaria implícito no Código, em dispositi-
 
TRAS PESSOAS SUPOSTAMENTE ENVOLVIDAS NOS DELITOS. INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PRIVADA. RENÚNCIA TÁCITA. INOCORRÊN-
CIA. DESCRIÇÃO CIRCUNSTANCIADA DOS FATOS. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. O reconhecimento da renúncia tácita ao direito 
crime se deu de forma deliberada pelo 
querelante. Precedente. 2. Na hipótese, a incoativa não selecionou determinados autores ou partícipes quando da formação do pólo passivo da 
lizando-os mediante a citação de nomes 
lhes a prática de qualquer conduta criminosa, como, aliás, exige o artigo 41 do Código de Processo Penal. 3. E-
sa dos querelados é tipificação formal de outro delito previsto no or-
denamento jurídico, apurável mediante ação penal pública incondicionada, para a qual a querelante não é legitimada. 4. Habeas corpus não co-
E MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 02/12/2014, DJe 11/12/2014). 
 
 
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Todavia, o tema é polêmico, havendo quem defenda ser 
MP oferecer a denúncia em face de um dos possíveis autores da infração e requerer o arquivamento em face de 
outro. 
Para o STF, a ação penal pública não se sujeita ao princípio da indivisibilidade, ape
que já seria autossuficiente, restando a indivisibilidade como princípio característico apenas das infrações de ação 
penal privada.5 
4.4.8. Intranscendência 
Princípio presente tanto nas ações penais públicas como nas ações penais
do at. 5º. da CRFB/1988: 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de rep
rar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
 
 
4.5. Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
 
A Constituição de 1988, como vimos,
pública. Entretanto, foi o mesmo texto 
ação penal privada subsidiária da pública,
ação privada nos crimes de ação pública,
Quando o membro do Ministério
surge para a vítima legitimidade extraordinária,
após o prazo, poderá oferecer denúncia,
se de hipótese de legitimidade concorrente,
Quando a vítima oferecequeixa 
recebimento, o juiz ouvirá o Ministério Público,
sórcio, em que o MP passa a figurar como
dições da ação, denúncia substitutiva, ou
os termos do processo, podendo, ainda,
que também é legitimado. 
Contudo, uma vez oferecida e recebida
subsidiária da pública, no qual vigora o princípio
pública. Assim, não se aplicam à hipótese
da vítima, ensejando a retomada da titularidade
negligência do querelante, retomar a ação
Devemos considerar que, na hipótese
penal pública, aplicando-se o art. 385 do
 
4.6. Natureza jurídica da representação e da requisiç ão nos crimes de ação penal pública condicionada.
 
Nas infrações de ação penal pública
cia se presente, além das condições genéricas
na representação do ofendido (ação penal
Justiça (ação penal pública condicionada
Assim, representação do ofendido
cedibilidade. 
A representação do ofendido nada
de maiores formalidades, podendo ser extraída,
cial. A representação, da mesma forma
prazo decadencial de 6 meses previsto no
vier a saber quem foi o autor do fato. 
 
5 Neste sentido decidiu o STF na AP 560, de 25/08/2015, DJe
 
9 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
Todavia, o tema é polêmico, havendo quem defenda ser a ação penal pública divisível, face a possibilidade do 
MP oferecer a denúncia em face de um dos possíveis autores da infração e requerer o arquivamento em face de 
Para o STF, a ação penal pública não se sujeita ao princípio da indivisibilidade, apenas ao da obrigatoriedade, 
que já seria autossuficiente, restando a indivisibilidade como princípio característico apenas das infrações de ação 
Princípio presente tanto nas ações penais públicas como nas ações penais privadas, decorrente do inciso XLV 
nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de rep
rar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
5. Ação Penal Privada Subsidiária da Pública 
vimos, entregou ao Ministério Público a titularidade
 constitucional que garantiu a permanência, no 
pública, já que o art. 5º., inciso LIX, da Constituição 
pública, se esta não for intentada no prazo legal”. 
Ministério Público fica inerte, desrespeitando o prazo previsto
extraordinária, sem que desapareça a legitimidade ordinária
denúncia, devolver os autos para a delegacia, ou requerer
concorrente, prevalecendo quem agir primeiro. 
 subsidiária, aplica-se o art. 29 do CPP, e, antes
Público, que poderá aditar a queixa (hipótese na qual
como assistente litisconsorcial), repudiá-la oferecendo,
ou ainda opinar por seu recebimento, hipótese na
ainda, propor prova. O MP poderá ainda recorrer de decisões
recebida a queixa subsidiária, instaura-se processo
princípio da indisponibilidade, já que o crime é, em
hipótese os institutos do perdão e da perempção, que 
titularidade da ação por parte do Ministério Público (
ação como parte principal). 
hipótese de retomada do polo ativo pelo MP, o processo
do CPP. 
6. Natureza jurídica da representação e da requisiç ão nos crimes de ação penal pública condicionada.
pública condicionada, o Ministério Público somente 
genéricas para o exercício do direito de ação, mais
penal pública condicionada à representação) ou na 
condicionada à requisição). 
ofendido e requisição do Ministro da Justiça são condições
nada mais é que uma manifestação inequívoca de
extraída, por exemplo, de um simples depoimento
forma que a queixa crime nas infrações de ação penal
no art. 38 do CPP, que deve ser contado a partir
Neste sentido decidiu o STF na AP 560, de 25/08/2015, DJe-180 11/09/2015. 
 
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a ação penal pública divisível, face a possibilidade do 
MP oferecer a denúncia em face de um dos possíveis autores da infração e requerer o arquivamento em face de 
nas ao da obrigatoriedade, 
que já seria autossuficiente, restando a indivisibilidade como princípio característico apenas das infrações de ação 
privadas, decorrente do inciso XLV 
nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de repa-
rar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
titularidade privativa da ação penal 
 ordenamento jurídico, da 
 assegura: “será admitida 
previsto no art. 46 do CPP, 
ordinária do MP que, mesmo 
requerer o arquivamento. Trata-
antes de decidir acerca do seu 
qual se forma um litiscon-
oferecendo, se presentes as con-
na qual irá intervir em todos 
decisões interlocutórias, já 
processo de ação penal privada 
em verdade, de ação penal 
 configurariam negligência 
(a todo tempo, no caso de 
processo volta a ser de ação 
6. Natureza jurídica da representação e da requisiç ão nos crimes de ação penal pública condicionada. 
 poderá oferecer a denún-
mais um requisito, consistente 
 requisição do Ministro da 
condições específicas de pro-
de vontade, que independe 
depoimento da vítima em sede poli-
penal privada, sujeita-se ao 
partir da data em que a vítima 
 
 
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A representação é retratável até
tação, desde que dentro do prazo decadencial
tencial ofensivo. 
Exceção ocorre no caso de crimes
Neste caso, em sendo o crime de ação 
ção é possível até o recebimento da denúncia,
fim, a requerimento da ofendida (art. 16, 
Ressalte-se ainda que, nos crimes
sentação (art. 25 do CPP) equivale à renúncia
direito de queixa (art. 107, V, do CP), não
motivo, mesmo tendo renunciado ao direito
ridade policial, o Ministério Público, ou mesmo
sentação, desde que o faça dentro dos 6
autor do fato (art. 38 do CPP). 
A requisição do Ministro da Justiça,
forme entendimento doutrinário dominante.
Outrossim, devemos lembrar que nem a representação, nem a requisição do Ministro da Justiça vinculam 
o Ministério Público, que formará a opinio delicti
 
4.7. Ação penal nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Muito se discute sobre a natureza da ação penal nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Contudo, devemos nos lembrar que a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) não alterou a natureza da ação penal 
das infrações praticadas no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, aplicando
delas a natureza da ação penal normalmente prevista em lei.
As únicas infrações que, por força do disposto no art. 41 da Lei 11.340/2006 (declarado constitucional pelo 
STF no julgamento da ADC 19), sofrem alteração na natureza da ação penal aplicável são os crimes de lesões 
corporais leves e culposas, os quais, em face da inaplicabilidade da Lei 9.099/95 aos casos de violência domést
ca contra a mulher, passam a infrações de ação públic
De fato, foi a Lei 9.099/95 que, em seu art. 88, passou a exigir a representação para os crimes de lesão leve e 
culposa; mas a Lei 11.340/2006, no supra mencionado art. 41, dispõe:
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e 
pendentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n
1995. 
Ressalte-se que o STF, no julgamento da ADC 19, declarou a constitucionalidade do referido artigo, e, na 
mesma ocasião, julgou a ADI 4427, que questionava os artigos 12, inciso I, e 16 da Lei Maria da Penha.
Vejamos de que tratam estes últimos dispositivos:
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o r
gistro da ocorrência, deverá a autoridade polic
cedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se 
apresentada; 
Art. 16. Nas ações penais públicas condi
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência 
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido 
o Ministério Público. 
Neste caso, entendeu o STF por dar interpretação conforme aos dois artigos, ou seja, nos casos em que a i
fraçãopraticada contra a mulher no âmbito da violência doméstica e familiar for de ação pública condicionada à 
representação, a autoridade policial deverá tomar a t
inciso I do art. 12, mas não será necessário fazê
 
10 
OAB XXVIII Exame de Ordem 
 
até o oferecimento da denúncia, sendo ainda possível
decadencial de 6 meses, ressalvadas as hipóteses de
crimes praticados no âmbito da violência doméstica e
 penal pública condicionada à representação, a 
denúncia, na presença do juiz, em audiência especialmente
 da Lei 11.340/2006). 
crimes de ação pública condicionada à representação,
renúncia ao direito de representação, a qual, diferentemente
não se caracteriza como causa extintiva da punibilidade.
direito de representação, a vítima, mudando de ideia,
mesmo comparecer em juízo, indicando que deseja
6 (seis) meses decadenciais contados da data em
Justiça, no entanto, é irretratável e não se sujeita a
dominante. 
Outrossim, devemos lembrar que nem a representação, nem a requisição do Ministro da Justiça vinculam 
opinio delicti em razão da presença ou ausências das condições da ação.
4.7. Ação penal nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Muito se discute sobre a natureza da ação penal nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Contudo, devemos nos lembrar que a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) não alterou a natureza da ação penal 
violência doméstica e familiar contra a mulher, aplicando
delas a natureza da ação penal normalmente prevista em lei. 
As únicas infrações que, por força do disposto no art. 41 da Lei 11.340/2006 (declarado constitucional pelo 
o da ADC 19), sofrem alteração na natureza da ação penal aplicável são os crimes de lesões 
corporais leves e culposas, os quais, em face da inaplicabilidade da Lei 9.099/95 aos casos de violência domést
ca contra a mulher, passam a infrações de ação pública incondicionada. 
De fato, foi a Lei 9.099/95 que, em seu art. 88, passou a exigir a representação para os crimes de lesão leve e 
culposa; mas a Lei 11.340/2006, no supra mencionado art. 41, dispõe: 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, ind
pendentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 
se que o STF, no julgamento da ADC 19, declarou a constitucionalidade do referido artigo, e, na 
, que questionava os artigos 12, inciso I, e 16 da Lei Maria da Penha.
Vejamos de que tratam estes últimos dispositivos: 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o r
gistro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes pr
cedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que 
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência 
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido 
endeu o STF por dar interpretação conforme aos dois artigos, ou seja, nos casos em que a i
fração praticada contra a mulher no âmbito da violência doméstica e familiar for de ação pública condicionada à 
representação, a autoridade policial deverá tomar a termo a representação ofertada, nos termos da parte final do 
inciso I do art. 12, mas não será necessário fazê-lo se a infração for de ação pública incondicionada.
 
III Exame de Ordem - Direito Processual Penal 
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possível a retratação da retra-
de infrações de menor po-
e familiar contra a mulher. 
 retratação da representa-
especialmente realizada para tal 
representação, a retratação da repre-
diferentemente da renúncia ao 
punibilidade. Exatamente por tal 
ideia, poderá procurar a auto-
deseja apresentar sua repre-
em que soube quem era o 
a prazo decadencial, con-
Outrossim, devemos lembrar que nem a representação, nem a requisição do Ministro da Justiça vinculam 
em razão da presença ou ausências das condições da ação. 
Muito se discute sobre a natureza da ação penal nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Contudo, devemos nos lembrar que a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) não alterou a natureza da ação penal 
violência doméstica e familiar contra a mulher, aplicando-se a cada uma 
As únicas infrações que, por força do disposto no art. 41 da Lei 11.340/2006 (declarado constitucional pelo 
o da ADC 19), sofrem alteração na natureza da ação penal aplicável são os crimes de lesões 
corporais leves e culposas, os quais, em face da inaplicabilidade da Lei 9.099/95 aos casos de violência domésti-
De fato, foi a Lei 9.099/95 que, em seu art. 88, passou a exigir a representação para os crimes de lesão leve e 
familiar contra a mulher, inde-
9.099, de 26 de setembro de 
se que o STF, no julgamento da ADC 19, declarou a constitucionalidade do referido artigo, e, na 
, que questionava os artigos 12, inciso I, e 16 da Lei Maria da Penha. 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o re-
ial adotar, de imediato, os seguintes pro-
cedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal: 
ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se 
cionadas à representação da ofendida de que 
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência 
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido 
endeu o STF por dar interpretação conforme aos dois artigos, ou seja, nos casos em que a in-
fração praticada contra a mulher no âmbito da violência doméstica e familiar for de ação pública condicionada à 
ermo a representação ofertada, nos termos da parte final do 
lo se a infração for de ação pública incondicionada. 
 
 
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Da mesma forma, quanto ao art. 16, será aplicável quando a infração for de ação pública condi
presentação, destacando-se que a retratação da representação é possível até o recebimento da denúncia, na 
presença do juiz, em audiência especialmente realizada para tal fim, a requerimento da ofendida.
Neste sentido: 
“PENAL E PROCESSO PENAL. R
147 DO CÓDIGO PENAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LEI MARIA DA PENHA. RETR
TAÇÃO DA VÍTIMA APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. INVIABILIDADE. NÃO 
PROVIMENTO. 1. Esta Corte firmou entendimento no sentido de que a audiência de r
tratação, prevista no art. 16 da Lei n.° 11.340/06, apenas será designada no caso de 
manifestação da vítima, antes do recebimento da denúncia. (Precedentes). 2. Recurso 
ordinário a que se nega provimento. (STJ, RHC 41.545/PB, Rel. Ministra MARIA TH
REZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 04/09/2014, DJe 16/09/2014)
Assim, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher
do crime praticado. 
Lembrando que as hipóteses acima indicadas são apenas alguns dos exemplos possíveis, e sempre levam em 
consideração que o crime foi praticado contra a vítima mulher no âmbito da violência doméstica e familiar, motivo 
pelo qual aplicáveis as medidas protetivas da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).
Ressalte-se ainda a Súmula 542 do STJ, que estabelece:
Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de vi
lência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Além da Súmula 542, acima indicada, o STJ editou novas súmulas sobre violência doméstica e familiar contra 
a mulher. São elas: 
Súmula 588 do STJ - A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com v
olência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibili
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Súmula 589 do STJ - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contr
venções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula 600 do STJ - Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no 
artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria

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