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Análise funcional Filme Coringa

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3
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia – Turma 
xxxxxxxxxxx
ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO A PARTIR DO FILME “CORINGA”
Brasília- DF
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- P.3
SINOPSE ---------------------------------------------------------------------------------------- P.5
ANÁLISE FUNCIONAL --------------------------------------------------------------------- P.6
CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------- P.12
BIBLIOGRAFIA ------------------------------------------------------------------------------ P.13
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo a demonstração de uma análise funcional do comportamento a partir dos comportamentos emitidos pelo personagem Coringa, o qual se faz presente na obra cinematográfica homônima. Dessa forma, torna-se imprescindível o conhecimento acerca da conceituação e do funcionamento de uma análise funcional do comportamento para a realização do trabalho em questão.
A princípio, convém salientar que, com base na análise do comportamento, o valor de sobrevivência do comportamento de um indivíduo irá garantir a sua consequente emissão e manutenção. Assim, a análise funcional diz respeito à identificação do valor de sobrevivência de um comportamento e, por conseguinte, o reconhecimento da sua função. (MATOS, 1999) 
No desenvolvimento de uma análise dessa instância faz-se necessário que, além de identificar a função do comportamento, sejam compreendidas as relações entre as variáveis comportamentais e ambientais que subjazem ao comportamento emitido, uma vez que, “uma análise funcional leva em conta aspectos do ambiente e a função que o comportamento tem naquele ambiente.” (MATOS, 1999, pg. 13). Nesse sentido, a análise funcional é pautada em pilares que concernem na observação de um evento comportamental, na suposição das relações entre as variáveis e, por fim, na verificação das predições formuladas. (MATOS, 1999)
 “Uma análise funcional nada mais é do que uma análise das contingências responsáveis por um comportamento ou por mudanças nesse comportamento (sejam eles comportamentos problemáticos como quebrar vidraças ou aceitáveis como estudar para o vestibular).” (MATOS, 1999, pg. 14).
Em suma, uma análise funcional do comportamento poderia ser exemplificada por meio da relação entre evento antecedente, resposta comportamental e evento consequente. Dessa forma, a atenção também se volta às contingências, cabendo ao psicoterapeuta compreender juntamente ao cliente quais comportamentos causam maior sofrimento e devem ser selecionados para a análise funcional, na qual emerge a busca pelo entendimento do surgimento e manutenção dos padrões de comportamento. (BORGES & CASSAS, 2009) 
Por fim, um dos objetivos finais da análise seria proporcionar ao cliente a compreensão de seus próprios comportamentos de forma a ser possível que o próprio indivíduo realize a sua análise funcional em ambientes exteriores ao consultório, tal qual explicitado por Borges e Cassas (2009, pg. 163): “as análises funcionais do terapeuta, sobre as interações ocorridas na sessão, e também sobre outros relatos do cliente, ensinariam o cliente a identificar alternativas para seu comportamento fora do consultório.”. Logo, as definições apresentadas são basilares para o desenvolvimento do presente trabalho a partir dos comportamentos do personagem cinematográfico Arthur Fleck (Coringa).
SINOPSE
	O filme “Coringa” (2019), realizado sob a direção de Todd Phillips e estrelado pelo protagonista Joaquin Phoenix, conta a história de Arthur Fleck, um aspirante à comediante que se vê em um contexto de humilhação, pobreza e transtornos psicológicos, além de estar inserido em todo o caos e declínio que foram irrompidos pela violência na cidade de Gotham.
	Arthur mora com a sua mãe em um pequeno apartamento e encontra-se constantemente em situações de desamparo social, marginalização e abusos. No entanto, após ser demitido de seu emprego e agredido por jovens, Arthur torna-se responsável pela morte de três homens. Logo, é desencadeada uma série de rebeliões contra a estrutura e a organização opressiva e degradante de Gotham a partir das mortes ocasionadas pelo protagonista. 
ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO 
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Recebe ofensas e importunações enquanto trabalha
	Persegue os garotos que o importunaram
	Apanha dos garotos e recebe repreensão do chefe
Primeiramente, percebe-se que Arthur recebe uma punição positiva de seu chefe, além de ser agredido fisicamente pelos garotos. Nesse sentido, mesmo não tendo sido culpa sua, o homem é responsabilizado pela situação ocorrida, a qual já se caracterizava como aversiva. Logo, percebe-se que após o evento Arthur reduz a emissão do comportamento de reagir a abusos, apesar de ser percebido um aumento na frequência de comportamentos reativos e violentos após a sucessão de eventos futuros.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Apresentação de doenças psiquiátricas e neurológicas
	Busca medicamentos e tratamento psicológico
	É impossibilitado de dar continuidade após o serviço ter a verba cortada
	Arthur se caracteriza como um personagem que possui um histórico de doenças mentais não esclarecidas na obra, além de uma doença neurológica que o acomete por meio de uma risada incontrolável. Nesse sentido, as sessões de acompanhamento psicológico e os medicamentos ofertados eram primordiais para o seu tratamento, mas novamente Arthur passa por um esquema de punição, dessa vez negativa, através da retirada de estímulos reforçadores – o serviço psicológico e os medicamentos.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Vê uma criança no ônibus o observando
	Faz brincadeiras para alegrar a criança
	É repreendido pela mãe da criança e inicia um quadro de crise de sua doença neurológica
Por conseguinte, percebe-se que uma punição positiva ocorre no momento em que Arthur encontra-se no ônibus e tenta realizar brincadeiras para o divertimento e entretenimento da criança e seu próprio. Contudo, o homem é repreendido pela mãe do pequeno garoto, o que o faz parar de emitir o comportamento de brincar com o menino. Além disso, o personagem possui uma doença neurológica caracterizada por um quadro de risadas incontroláveis, as quais são incondizentes com o seu humor no momento. Logo, uma crise é desencadeada imediatamente após a repreensão realizada pela mulher. 
Ademais, é relevante notar que posteriormente Arthur encontra-se no elevador com uma mãe e uma criança, mas dessa vez não realiza brincadeiras com a criança. O fato pode ser percebido pela ênfase na filmagem no rosto da criança e em Arthur, contudo, dessa vez o personagem permanece com a face inalterada e estática, mostrando que este comportamento fora reduzido. Não é possível concluir que seu comportamento fora extinto, pois em outro momento da obra ele demonstra uma interação com a criança Bruce Wayne, mas constata-se a redução da frequência de seu comportamento por meio de uma punição positiva.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Recebe afeto de sua mãe 
	Cuida de sua mãe
	Continua cuidando de sua mãe e demonstra orgulho ao falar dela
 
Arthur não recebe muitas consequências reforçadoras em sua vida, no entanto, as cenas que envolvem a relação estabelecida com a sua mãe são uma exceção. Arthur possui uma relação afetuosa com a mãe, que o reforça positivamente por meio da adição de conversas agradáveis, elogios e demonstrações de carinho. Logo, Arthur permanece cuidando da mulher e demonstra satisfação em emitir tais comportamentos. 
No entanto, posteriormente Arthur descobre o histórico antecedente da vida de sua mãe, que incluía uma série de violências físicas que a mãe e Arthur sofreram de um dos companheiros amorosos da mulher. Nesse momento, percebe-se que Arthur demonstra decepção, pois fora destruída a visãoque construíra de sua maior rede de apoio e audiência reforçadora em sua vida. Arthur mata a mulher após a descoberta e, em seguida, retorna ao seu cotidiano, demonstrando satisfação e alívio pelo fechamento de um ciclo. 
Convém salientar que os momentos de morte se apresentam como reforçadores na vida de Arthur, o que passa a manter os seus comportamentos agressivos que vão se sucedendo e sendo eliciados ao decorrer do tempo, tendo a sua frequência aumentada. A seguir, encontra-se a análise funcional que explicita o momento de decepção de Arthur.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Descobre o histórico da vida de sua mãe 
	Mata a sua mãe
	Expressões corporais de satisfação e alívio
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Uma moça tenta puxar assunto no elevador
	Arthur corresponde realizando uma brincadeira
	A moça sorri e Arthur passa a observar e segui-la
Após uma moça realizar um breve diálogo no elevador, Arthur se vê contente por ter dito algo sem ser repreendido e logo começa a observar e seguir a moça. Contudo, o personagem inicia uma série de delírios e alucinações envolvendo a mulher, até que entra na casa da jovem e percebe que a moça não o correspondia.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Entregam-lhe uma arma para defesa pessoal 
	Deixa a arma cair no chão durante o trabalho
	É demitido do trabalho pelo chefe 
	Arthur é agredido por jovens no seu ambiente de trabalho e logo recebe uma arma para proteção pessoal, no entanto, ao deixar a arma cair ao decorrer de um serviço, o homem é demitido e sofre acusações de um colega de trabalho.
	Nesse momento, Arthur novamente sofre uma consequência punitiva e passa a esconder a sua arma em ambientes públicos, embora posteriormente seja reforçado por situações que envolvem a violência.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Ausência e privação de figura paterna 
	Sonhos e comportamentos privados que demonstram o desejo de ser quisto como filho
	Reações faciais que demonstram alegria e esperança, fazendo-o continuar sonhando
Arthur cresce sem a presença paterna e sonha constantemente em ser tratado como filho e receber o amor e a aprovação de figuras masculinas paternais, fato que é percebido em cenas de delírio e sonhos nos quais ele se coloca como filho amado e querido. É constatado que Arthur obtém reforço quando sai da sua realidade conturbada, então, vale-se de comportamentos privados para sonhar e desejar, o que torna frequente a presença de cenas que só ocorreram em seu “mundo interno” e em sua imaginação ao decorrer do filme. 
Contudo, ao descobrir que Thomas Wayne poderia ser o seu pai, Arthur busca o homem e se surpreende com uma figura fria que deseja afastamento. Após ser agredido por Wayne, Arthur se vê desamparado e com a sua fantasia paternal destruída, logo, não busca novamente o homem após sofrer a punição positiva, como fora constatado pela seguinte análise funcional.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Ausência e privação de figura paterna 
	Descoberta de que seu pai é Thomas Wayne e busca por ele
	Rejeição e agressão de Thomas Wayne 
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Encontra-se em meio a jovens bagunceiros
	Sofre com uma crise de sua risada incontrolável
	Apanha dos jovens 
Arthur se depara com homens que importunam uma moça no metrô e, nesse instante, sofre uma crise de sua risada incontrolável, tornando-se assim um alvo para as agressões físicas dos jovens. Além desse quadro de punição positiva, convém salientar que as crises de riso do protagonista surgem em momentos posteriores a eventos punitivos e situações de risco, podendo hipotetizar que a sua doença é agravada em situações ansiogênicas, aflitivas e/ou punitivas.
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	É espancado por jovens no metrô
	Atira e mata os jovens 
	Para de ser espancado, reações fisiológicas de alegria e reforçamento social de outras pessoas marginalizadas que o encaram como um líder
Após apanhar dos jovens no metrô, Arthur lembra-se da arma que portava e atira nos homens. A partir desse momento, percebe-se que as situações de maior reforço são dadas pela introdução da violência na vida de um homem que se encontra marcado por eventos punitivos. Logo, os comportamentos atrelados à morte e à violência tendem a serem mais emitidos por Arthur. 
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	É humilhado no programa ao vivo de Murray Franklin
	Mata Murray Franklin 
	É preso, mas em seguida é solto pelos manifestantes que o apoiam e o aclamam
Arthur sonha em ser comediante e, após uma apresentação de stand-up, é chamado para o programa de Murray Franklin que outrora fora sua grande referência e figura digna de sua apreciação. Contudo, Arthur é humilhado no talk-show de Murray, o que leva à emissão do comportamento de matar o apresentador, o qual é sucedido por uma consequência punitiva (ser preso), mas logo em seguida surge uma consequência de reforçamento negativo (retirada do estímulo aversivo de ser preso). Nesse sentido, Arthur é aclamado e visto como líder de um grupo grande de pessoas insatisfeitas com Gotham, sendo novamente reforçado em situações nas quais emite comportamentos violentos. 
	ANTECEDENTES
	RESPOSTAS
	CONSEQUÊNCIAS
	Homem que entregou arma para Arthur mente e o prejudica 
	Arthur mata o homem 
	Retirada do homem que o prejudicara, expressões de tranquilidade e dança livremente 
Por fim, é válido rememorar o momento em que Arthur emite o comportamento de matar o homem que outrora o prejudicara. O comportamento de Arthur é sucedido por reações reforçadoras, o que novamente explicita o reforço que é atrelado às situações de morte em sua vida.
CONCLUSÃO
	A partir do desenvolvimento da presente análise funcional acerca dos comportamentos do personagem Arthur Fleck torna-se indubitável a relevância da utilização da análise funcional para a compreensão das relações funcionais nos comportamentos emitidos pelos sujeitos. Por meio da ferramenta aludida, é possível compreender por que os indivíduos se comportam de uma determinada forma e estabelecer possíveis intervenções nos contextos de inserção para a manutenção ou não de padrões de comportamento.
	Ademais, no que se refere ao personagem em questão, destaca-se o histórico de vida marcado por punições e estímulos aversivos, sendo que, os escassos estímulos reforçadores em sua vida são permeados por questões ambíguas, a exemplo da figura materna, que posteriormente deixa de ser vista como audiência reforçadora. Além disso, também torna-se perceptível o papel da violência e de comportamentos de destruição como reforçadores, o que permite a manutenção de um padrão de comportamento pautado em situações mortíferas. 
	Por fim, a elaboração do trabalho tornou possível vislumbrar uma das etapas do trabalho de um analista do comportamento, bem como, a compreensão no que diz respeito à estruturação e à importância desta etapa. Sendo assim, históricos e histórias de vida como o que fora apresentado por Arthur Fleck são passíveis de intervenção e de entendimento a partir do que fora estudado e analisado. 
BIBLIOGRAFIA
BORGES, Nicodemos B.; CASSAS, Fernando A. Clínica analítico-comportamental: aspectos teóricos e práticos. Artmed Editora, 2009.
MATOS, Maria Amélia. Análise funcional do comportamento. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 16, n. 3, p. 8-18, 1999.

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