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TÉCNICAS-COMPORTAMENTAIS

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1 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 UM BREVE HISTÓRICO DA TERAPIA ANALÍTICO-
COMPORTAMENTAL ................................................................................................. 4 
3 AS ORIGENS DAS TÉCNICAS ANÁLITICO-COMPORTAMENTAL . 7 
4 ALGUMAS TÉCNICAS UTILIZADAS NA CLÍNICA 
COMPORTAMENTA ................................................................................................. 10 
5 A RELAÇÃO TERAPÊUTICA .......................................................... 11 
6 ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO ........................... 14 
7 TÉCNICAS DE RELAXAMENTO ..................................................... 18 
8 MINDFULNESS ............................................................................... 20 
9 DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA ........................................... 23 
10 INUNDAÇÃO OU TERAPIA IMPLOSIVA ......................................... 25 
11 ECONOMIA DE FICHAS ................................................................. 26 
12 ENSAIO COMPORTAMENTAL OU ROLE-PLAYING ..................... 28 
13 PROCEDIMENTOS QUE ENVOLVEM RECURSOS TÉCNICOS 
ORIUNDOS DE DIFERENTES PARADIGMAS: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E 
TREINO EM HABILIDADES SOCIAIS ...................................................................... 29 
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 33 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 UM BREVE HISTÓRICO DA TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL 
 
Fonte: iaccsul.com.br 
O termo Behaviorismo foi fundado por John Broadus Watson, em 1913, com 
sua publicação Psicologia: como os Behavioristas a vêem, mais é no behaviorismo 
radical e análise experimental do comportamento que a terapia analítica comporta-
mental tem se sustentado, com enfoque nas relações funcionais entre o organismo e 
ambiente, aceitando os estados subjetivos como as emoções, sentimentos e pensa-
mento, não como causas, do comportamento e sim como produto da interação entre 
organismo e ambiente (ALDINUCCI; 2011). Onde, são eventos que somente o orga-
nismo tem acesso, são comportamentos que mantêm uma relação com o ambiente e 
este ambiente é qualquer evento que afete o organismo, podendo ser tanto os estí-
mulos eliciadores, discriminativos e também os eventos consequentes dessa ação. 
(SAMPAIO; ROMCANTI, 2012). 
Cabe salientar que a análise do comportamento foi Introduzida no Brasil no ano 
de 1961, pelo professor norte-americano Fred Keller com o objetivo de ministrar uma 
disciplina de psicologia experimental em uma universidade de São Paulo (LEONARD, 
2015). Na época, a formação consistia na aprendizagem dos processos comporta-
mentais básicos por meio da leitura dos primeiros livros-texto em análise do compor-
 
5 
 
tamento e das pesquisas publicadas no Journal of the Experimental Analysis of Beha-
vior, além da realização de experimentos com ratos (GUILHARDI; 2003, MATOS, 
1998, apud LEONARD, 2015). 
De acordo com o mesmo autor, ao longo de seu desenvolvimento, diversas 
terminologias foram utilizadas para se referir à prática clínica brasileira de base beha-
viorista radical, tais como psicoterapia comportamental, terapia comportamental e psi-
cologia clínica comportamental. Entretanto, nos anos 1990 e 2000, analistas do com-
portamento brasileiros questionavam se essas denominações eram suficientes para 
representar sua atuação, uma vez que estavam muito associadas às técnicas respon-
dentes e eram frequentemente confundidas com a terapia cognitivo-comportamental 
(ZAMIGNANI; et al., 2008; apud LEONARD, 2015). 
Por essa razão, Tourinho e Cavalcante propuseram, em 2001, o uso do 
termo terapia analítico-comportamental (TAC), que se tornou consenso entre terapeu-
tas de diferentes regiões do Brasil como a melhor denominação para qualificar sua 
prática profissional, por especificar, já em seu nome, as bases filosóficas, conceituais 
e metodológicas que a sustentam (NENO; 2003, LEONARD, 2015). 
Deve-se ressaltar que a criação do termo não teve a intenção de propor uma 
nova modalidade de terapia, mas apenas uniformizar o nome da prática clínica funda-
mentada na ciência do comportamento Skinneriana que vinha sendo praticada no Bra-
sil desde o início da década de 1970 (ZAMIGNANI; et al., 2008; apud LEONARD, 
2015). 
Como explica Vandenberghe (2011, apud Leonard, 2015), a TAC foi desenvol-
vida no Brasil por um grupo de terapeutas que estenderam os fundamentos filosóficos 
do behaviorismo radical e os princípios básicos da análise experimental do comporta-
mento para o âmbito da psicoterapia. Dessa forma, quando a CBA começou a apare-
cer no fim da década de 1980 e começo da década de 1990 nos Estados Unidos da 
América, uma terapia comportamental de base Skinneriana já estava bem solidificada 
no Brasil. 
Por fim, deve-se destacar que o termo criado no Brasil para identificar a terapia 
comportamental de base behaviorista radical – terapia analítico-comportamental – é 
desconhecido no resto do mundo. Por exemplo, em uma busca realizada no Google 
Acadêmico em setembro de 2015 com as expressões “behavior-analytic therapy", 
 
6 
 
"behavioral-analytic therapy" e "analytical-behavioral therapy (algumas traduções pos-
síveis para terapia analítico-comportamental), foram identificados quase que exclusi-
vamente artigos de autores brasileiros que utilizaram tais expressões no resumo ou 
nas palavras-chave (LEONARD, 2015). 
Segundo o mesmo autor, o termo cunhado no Brasil não é conhecido e utilizado 
fora dele, o que, naturalmente, dificulta a inserção da produção de conhecimento so-
bre terapia dos analistas do comportamento deste país em outros lugares do mundo 
e, consequentemente, o diálogo entre as diversas modalidades de terapia comporta-
mental já desenvolvidas. 
A análise comportamental clínica, ou terapia analítico-comportamental, se re-
fere a uma proposta de intervenção clínica baseada em estratégias voltadas para o 
setting terapêutico com ênfase na análise operante do comportamento verbal, visando 
encontrar a função de cada comportamento no repertório individual e, através deste, 
realizar modificações ambientais utilizando da relação terapêutica como ferramenta 
de mudança assim como também na análise de eventos privados, com proeminência 
na causalidade das contingências externas (MARÇAL, 2005). 
Andery (2010) corrobora propondo que a expressão análise do comportamento 
designa, então, um conjunto de práticas de uma comunidade (os analistas do com-
portamento) e seus produtos. Tais práticas envolvem as maneiras de fazer pesquisa 
e os seus resultados, ou seja, envolvem a pesquisa científica que serve de base e 
fundamento para a produção de corpo de conhecimento teórico e de explicações 
(comportamento verbal) sobre o comportamento e, então, para o desenvolvimento de 
técnicas,procedimentos e tecnologias de intervenção que são aplicadas para a solu-
ção de problemas envolvendo comportamentos. 
O conjunto de práticas que chamamos de análise do comportamento envolve, 
portanto, a análise experimental do comportamento – pesquisa básica e pesquisa apli-
cada –, a análise do comportamento aplicada e a filosofia que a elas se vincula – 
behaviorismo radical (MICHAEL; 1980, CATANIA; 1984; TOURINHO; 2003, apud AN-
DERY; 2010) 
É uma prática clínica fundamentada nos princípios filosóficos e metodológicos 
da ciência do comportamento humano proposta pelo behaviorismo radical de Skinner 
tendo como base para a explicação do comportamento métodos e processos experi-
mentais pautados na aprendizagem e análise de contingências (LEONARD, 2015). 
 
7 
 
3 AS ORIGENS DAS TÉCNICAS ANÁLITICO-COMPORTAMENTAL 
 
Fonte: amenteemaravilhosa.com.br/ 
Segundo Jones (1924) citado por Sampaio e Roncati (2012) considera que as 
intervenções clínicas baseadas em teorias comportamentais tiveram início na década 
de 1920, com o famoso estudo de Mary Cover Jones, conhecido como o caso do 
“Pequeno Peter”. Esse foi o primeiro trabalho utilizando princípios baseados no con-
dicionamento clássico (pavloviano) para o tratamento das fobias. Jones utilizou a as-
sociação de estímulos com funções respondentes opostas, a fim de eliminar um con-
dicionamento aversivo anterior que, presumivelmente, deflagrara o quadro fóbico de 
Peter (um garoto de 8 anos com fobia de coelhos). 
As sessões, que eram diárias e ocorreram durante dois meses, envolviam a 
aproximação gradativa do coelho (estímulo fóbico) associado a estímulos que elicia-
vam respostas prazerosas, como alimento e brinquedos. No final do tratamento Peter 
conseguiu se aproximar e tocar o coelho, não apresentando nenhum sintoma de medo 
ou ansiedade. O princípio de contracondicionamento pavloviano ou inibição recíproca 
foi utilizado por Jones para explicar a eliminação da resposta de medo (SAMPAIO; 
RONCATI, 2012). 
Defendendo a necessidade de pareamento com um estímulo eliciador de res-
posta oposta ao medo, Jones chegou a afirmar que a apresentação repetida do objeto 
temido, sem qualquer tentativa auxiliar de eliminar o temor, seria provavelmente mais 
capaz de produzir um efeito de “somação” do que uma adaptação. Curiosamente, a 
primeira proposta formal mais estruturada de utilização clínica dos princípios de con-
tra- condicionamento para o tratamento das fobias surgiu somente no final da década 
 
8 
 
de 1950, na África do Sul, com o trabalho do psiquiatra Joseph Wolpe em Psicology 
by reciprocal inhibition (WOLPE, 1954; 1958; apud SAMPAIO; RONCATI, 2012). 
De acordo com o referido autor, Wolpe conceitualizou e descreveu os procedi-
mentos da técnica de Dessensibilização Sistemática (DS). A técnica demonstrou bons 
resultados no tratamento das fobias e passou a ser estudada em ensaios clínicos con-
trolados e utilizada em larga escala a partir da década de 1960. 
Concomitantemente ao desenvolvimento da DS e de outras técnicas baseadas 
no paradigma respondente, a abordagem comportamental também se desenvolvia ra-
pidamente em contextos institucionais como escolas, asilos e hospitais, utilizando 
operações e processos comportamentais operantes como o reforço, a punição, a ex-
tinção e o controle de estímulos, visando a eliminação de comportamentos social-
mente indesejáveis e a ampliação de um repertório que produzisse mais reforçadores 
sociais a curto, médio e longo prazos, em indivíduos institucionalizados (SAMPAIO; 
RONCATI, 2012). 
Surge, assim, uma nova área da clínica comportamental, caracterizada pela 
utilização de técnicas operantes, que ficou conhecida como Análise Aplicada do Com-
portamento (amplamente reconhecida como Modificação do Comportamento). 
Segundo Alvaréz (1996, apud Sampaio; Roncati; 2012), os principais procedi-
mentos técnicos desenvolvidos nessa área foram: 
1. procedimentos de aquisição e aumento de frequência de comportamentos; 
2. procedimentos de redução ou extinção de comportamentos; 
3. procedimentos de autocontrole; além de técnicas de biofeedback e de con-
dicionamento encoberto. 
Nessa mesma época, outra influência importante no surgimento de novas téc-
nicas na clínica comportamental foi a teoria da aprendizagem social de Albert Bandura 
(1961; 1973/2009) citado por Sampaio e Roncati (2012) onde a mesma foi baseada 
em evidências experimentais fundamentada na observação de modelos poderia influ-
enciar a conduta humana, Bandura usou os conceitos de aprendizagem vicariante e 
modelação, para se referir à capacidade de aprendizado de novos comportamentos 
através da observação. 
 
9 
 
Nesse sentido, as técnicas podem ser entendidas como sendo a sistematização 
de intervenções com vistas a determinados resultados diante de situações específi-
cas. Portanto, técnicas funcionam como antecedentes (regras e/ou modelos) para a 
classe de respostas do clínico de segui‑las (responder sob controle delas) e tentar 
produzir consequências iguais ou semelhantes àquelas por elas especificadas. Por 
“sistematização” queremos dizer que a técnica possui: 
a) descrição suficientemente precisa e padronizada, de modo que possa servir 
para treino e aplicação por outrem, e 
b) resultados empiricamente comprovados a respeito de sua efetividade. 
Dentre as intervenções possíveis, parte delas pode ser denominada de técnica, 
uma vez que seu procedimento e seus resultados já são conhecidos e sistematizados 
na literatura. 
 
Fonte: tommyreforcopositivo.files.wordpress.com.br 
Em suma, conclui‑se daí que todo uso de técnicas é uma intervenção, mas 
nem toda intervenção é uma técnica. Além disso, toda intervenção (inclusive com uso 
de técnicas) envolve uma avaliação contínua. Essa avaliação, por sua vez, é feita não 
só durante a intervenção como também quando o clínico avalia o caso encoberta-
mente durante a sessão, ou com seu supervisor. 
 
 
10 
 
4 ALGUMAS TÉCNICAS UTILIZADAS NA CLÍNICA COMPORTAMENTA 
 
Fonte:conexaoestudante.com.br 
O pressuposto central da teoria comportamental é que um comportamento dis-
funcional foi aprendido e que pode ser desencadeado por sinais internos e externos 
associados a ele. Posto que a terapia comportamental auxilia o indivíduo a modificar 
a relação entre a situação que está criando dificuldade e a habitual reação emocional 
e comportamental que ele tem naquela circunstância, mediante a aprendizagem de 
uma nova modalidade de reação (ZILIO; FILHO, 2018). 
Pois, a nova aprendizagem é conseguida através de técnicas apropriadas a 
cada caso. Conforme cita Caballo (1996), já havia destacado há mais de uma década 
que as características mais sobressalentes dos terapeutas comportamentais são: 
 1) uma ênfase nos determinantes atuais do comportamento, em vez de nos 
determinantes históricos; 
2) uma ênfase na mudança do comportamento manifesto como o principal cri-
tério pelo qual se avalia o tratamento; 
3) especificação do tratamento em termos objetivos, de modo que seja possível 
a réplica do mesmo; 
 4) confiança na investigação básica em Psicologia, com o objetivo de gerar hi-
póteses gerais sobre o tratamento e as técnicas terapêuticas específicas; 
5) especificidade nas definições e explicações no tratamento e na medição. 
 
11 
 
Contemporaneamente, pode-se dizer que a terapia comportamental vai além 
da sua associação aos termos "estímulo" e "resposta" (E-R), visto que atualmente ela 
combina procedimentos verbais e de ação, assim como não faz uso de abordagens 
únicas, e sim, emprega métodos multidimensionais, enfatizando a responsabilidade 
tanto do terapeuta, como a do paciente (SAMPAIO; RONCATI, 2012). 
Portanto, a terapia analítico-comportamental coloca sua ênfase nos determi-
nantes atuais, embora de maneira alguma descarte os determinantes históricos, refle-
tindo um enfoque de tratamento da disfunção clínica e do comportamento desadapta-tivo. Uma vez que, segundo B. F. Skinner a seleção dos comportamentos se dá por 
meio das consequências e esta seleção está dividida em três níveis, o nível filogené-
tica, ontogenética e cultural. 
5 A RELAÇÃO TERAPÊUTICA 
 
Fonte: comportese.com.br 
Os resultados da terapia analítico-comportamental dependem, intrinseca-
mente, da relação que se estabelece entre um cliente e seu terapeuta. No consultório, 
a queixa é ponto de partida para o entendimento dos problemas do cliente. Nessa 
fase, o clínico atua de modo a favorecer que o cliente permaneça na terapia e experi-
encie alguma redução no sofrimento que o motivou a buscar auxílio profissional. En-
quanto o clínico visa tornar significativa sua relação com o cliente, ele também se 
dedica à coleta de dados, de forma a compreender as variáveis que atuam sobre o 
comportamento do cliente. O clínico partilha com o cliente sua visão inicial do caso e, 
juntos, definem metas que façam sentido a ambos (BORGES; CASSAS, 2012). 
https://www.comportese.com/2017/05/importancia-da-relacao-terapeutica-na-adesao-ao-processo-psicoterapico
 
12 
 
Segundo o referido autor é a partir daí, que o terapeuta seleciona e implementa 
as primeiras estratégias terapêuticas, compatíveis com os objetivos. Resumindo, cabe 
ao profissional facilitar a coleta dos dados necessários à avaliação funcional do caso 
de seu cliente e criar condições para aplicar um ou mais procedimentos que julgar 
necessários (preferencialmente, os que a literatura sinaliza como sendo menos aver-
sivos, mais eficazes e minimamente intrusivos). 
No que se refere aos objetivos Borges e Cassas (2012), propõe que esses po-
dem ser organizados da seguinte maneira: 
 1) ajudar a pessoa que busca psicoterapia a desenvolver um conhecimento 
abrangente e realista de si mesmo; 
 2) ajudar o cliente a desenvolver uma congruência ou coerência entre seus 
sentimentos, crenças e comportamentos; 
3) ajudar e incentivar o cliente a enfrentar suas dificuldades, estimulando o a 
persistir em seus esforços de enfrentamento; 
4) ajudar o cliente a perceber suas alternativas de funcionamento, as quais de-
pendem de uma escolha pessoal. 
Nesse sentido, é através do relacionamento com o terapeuta que o cliente pode 
perceber e experiência uma oportunidade de poder expressar seus sentimentos, va-
lores e crenças. Genericamente podemos dizer que o terapeuta nesse relacionamento 
assume diversos papéis, entre os quais podemos citar o de reforçador, o de modelo, 
além do seu papel pedagógico, o qual, por sua vez, implica num domínio teórico e 
uma percepção apurada na utilização das diversas técnicas que a abordagem propõe. 
 Prado e Meyer (2004) enfatiza que a relação terapêutica tem como suas prin-
cipais características: 
a) uma atitude calorosa do terapeuta que facilite a correção de distorções per-
ceptivas e cognitivas do cliente, assim como permita a este último se sentir uma pes-
soa aceita a despeito de suas dificuldades e, até mesmo, contrária à forma distorcida 
com que o cliente se percebe; 
 
13 
 
b) uma percepção precisa e, ao mesmo tempo, compreensiva das expectativas 
e motivações do cliente; 
c) uma atitude verdadeiramente autêntica do terapeuta, a partir da qual o ele 
possa transmitir para o cliente uma visão de sua situação, ao mesmo tempo realista, 
confiável e aceitadora; 
d) uma cooperação por parte de cliente e terapeuta para que os objetivos que 
foram estabelecidos possam ser atingidos de forma eficaz; 
e) estabelecimento de limites claros, firmes e razoáveis de modo a facilitar ao 
terapeuta o controle da relação e, consequentemente da terapia. 
Caballo (1996) corrobora, propondo alguns dos fatores que contribuem para o 
sucesso da terapia e estão relacionados às variáveis do paciente: 
a) a forma com que o paciente percebe o terapeuta, com status, credibilidade, 
valores similares e com os recursos que o paciente necessita; 
b) a forma como o paciente vê o terapeuta como confidente, profissional, com-
preendendo, aceitando e animando-o à independência; 
c) momentos na terapia onde a qualidade da voz do paciente caracteriza-se por 
atividade, energia, expressividade, vivacidade e riqueza das palavras utilizadas; 
 d) Envolvimento do paciente e sua participação ativa no processo de terapia 
(gosto por se comunicar, o compromisso para mudar, a confiança no terapeuta, o re-
conhecimento da responsabilidade de si próprio para realizar a mudança, o prazer de 
se relacionar com o terapeuta e o reconhecer sentimentos e comportamentos). 
Os bons momentos em terapia, ainda conforme o autor tende a mostrar: 
a) comunicação expressiva, concreta e não excessivamente racional; pacientes 
falando sobre si mesmos de uma forma pessoal; pacientes com algumas relações 
fluidas com seus terapeutas; 
b) quando os pacientes evidenciam maneiras de ser e atuar, que geralmente 
são aceitas como sadias, ajustadas ou normais; 
 
14 
 
c) pacientes que evidenciam ou portam comportamentos que os juízes consi-
deram maduros; 
d) comportamento defensivo reduzido; 
e) altos níveis de cooperação, coincidência e cumplicidade; 
f) elevada consciência, entendimento, reconhecimento e reexame de construc-
tos superiores de ordem pessoal, relativos à resolução de situações problemáticas e 
abertos a opções de vida. 
6 ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO 
 
Fonte:comportese.com.br 
A avaliação funcional é um processo criado desde os primórdios da análise do 
comportamento aplicada, ganhando precisão conceitual e metodológica no final da 
década de 70 e no início da década de 80. Porém somente no final da década de 
oitenta a avaliação funcional se define como é praticada hoje (DUNLAP; KINCAID, 
2001, apud CERQUEIRA, 2017). 
Nesse sentido, a análise funcional consiste em uma ferramenta bastante utili-
zada pelos clínicos comportamentais, onde permite que o profissional identifique o 
comportamento de interesse sua frequência assim como a possibilidade de descrever 
estímulos antecedentes seguidas de respostas e consequências e então a partir disso 
 
15 
 
pode-se elaborar práticas de intervenção sem que haja uma manipulação desses 
eventos onde comportamentos iguais podem ter funções distintas e comportamento 
distintos podem ter uma mesma função (VANDENBERGHE, 2002). 
Segundo Gavazzoni e colaboradores (2014) o analista do comportamento, in-
dependentemente de seu contexto de atuação, tem como objetivo analisar funcional-
mente o comportamento dos indivíduos afim de intervenções eficazes. Estando 
atento, aos comportamentos clinicamente relevantes ou CCRBs. 
Os CCRs podem ser essencialmente de três tipos a depender da função que 
apresentam. Os CCR1s são aqueles considerados como o comportamento problema 
do cliente ocorrendo dentro da sessão; os CCR2s são os comportamentos de melhora 
do cliente também apresentados em sessão; enquanto que os CCR3s são as análises 
feitas pelo cliente sobre seu próprio comportamento (preferencialmente tais análises 
devem ser funcionais, envolvendo a história de reforçamento e punição daquele com-
portamento) (TSAI et al., 2012, apud VILLAS-BOAS, 2012). 
Conte (2010) também define os CCRs, como sendo CRB1 é caracterizado por 
comportamentos problema apresentado pelo cliente durante a sessão terapêutica, 
cuja frequência precisa ser reduzida, CRB2 são comportamentos adequados, que 
muitas vezes substitui o CRB1, precisando o terapeuta reforçar o mesmo de forma 
natural. CRB3 é quando o cliente se consegue discriminar e analisar as causas do 
seu comportamento, assim como as variáveis ao qual ele é função (CONTE, 2010). 
Segundo Villas-Boas (2012), existem algumas regras em relação aos CRBs, 
que o terapeuta precisa compreender. 
Regra 1 – estar atento aos CCRs. Essa primeira regra diz respeito à atenção 
que o terapeuta deve ter na sessão, identificando os CCRs do cliente que ocorrem 
naturalmente durante a sessão. O terapeuta deve buscar dentro dasessão, portanto, 
por paralelos funcionais com os comportamentos relevantes que ocorrem fora da ses-
são (paralelos de fora-para-dentro). Desse modo, os CCRs observados em sessão, 
devem ser funcionalmente semelhantes (e não necessariamente topograficamente) 
aos comportamentos relevantes que ocorrem fora da sessão. 
Regra 2 – evocar CCRs. Diz respeito à importância de criar situações, dentro 
da sessão, que favoreçam a ocorrência das dificuldades e principalmente das melho-
ras do cliente. Ajudando o cliente a emitir com o terapeuta os CCRs para que eles 
possam ser trabalhados. Essa regra fala, na verdade de coragem, pois evocar tais 
 
16 
 
comportamentos em sessão não é tarefa fácil. Emissões de CCRs são, em geral, 
acompanhados de emoções, muitas vezes intensas e desagradáveis, que trazem in-
cômodos e também exigem coragem do cliente que está tentando agir diferente (no 
caso do CCR2). Desse modo, evocar CCRs significa provavelmente evocar toda essa 
carga emocional que o acompanha, que é necessária, mas possivelmente assusta-
dora. 
Regra 3 – analisar adequadamente os CCRs. Essa regra foca na forma como 
o terapeuta deve reagir aos CCRs dos clientes. Deve-se tomar cuidado para não re-
forçar CCR1s e ter as habilidades necessárias para reforçar CCR2s. É muito impor-
tante ressaltar que o reforço a CCR2 deve ocorrer de forma natural, da forma como 
ocorreria em interações socias não terapêuticas, evitando-se ao máximo, qualquer 
tipo de reforçamento arbitrário, artificial, que não ocorreria em situações da vida do 
cliente. Além disso, deve-se estar atento para pequenas melhoras que os clientes 
possam apresentar e não apenas esperar o comportamento final desejado. Muitas 
vezes melhoras ocorrem aos poucos, e cabe o terapeuta modelá-las, reforçando apro-
ximações sucessivas ao comportamento esperado. Tal reforço, por sua vez, envolve 
repertórios importantes do terapeuta, como uma genuína vontade de ajudar o cliente 
e profunda empatia. 
Regra 4 – estar atento ao efeito do seu comportamento sobre o cliente. É im-
portante prestar atenção ao comportamento do cliente em resposta ao comportamento 
do terapeuta. Verificar se os CCRs aumentam ou diminuem de frequência frente às 
consequências providas pelo terapeuta, a fim de verificar se de fato os CCRs estão 
sendo consequenciados de forma adequada. 
Regra 5 – promover estratégias de generalização, levando as melhoras obtidas 
em sessão para fora da sessão. Atualmente essas estratégias vêm sendo descritas 
de duas formas: (1) analisar funcionalmente os comportamentos do cliente que ocor-
rem dentro e fora de sessão, sendo a estratégia mais poderosa a realização de para-
lelos funcionais entre as interações ocorridas em sessão para situações fora de ses-
são (paralelos de dentro-para-fora); (2) sugerir tarefas de casa que ajudem a imple-
mentar as melhoras do cliente em seu dia-a-dia. 
Sendo assim, a análise funcional realizada na avaliação do cliente objetiva de-
senvolver hipóteses sobre o efeito de variáveis ambientais na modelagem e na manu-
 
17 
 
tenção de comportamentos-problema e, dessa forma, identificar a função do compor-
tamento-problema, uma vez que a relação entre comportamento e ambiente é funda-
mental para a análise funcional do comportamento, pois o comportamento é resultado 
da interação entre organismo e ambiente (FONSECA; PACHECO, 2010). 
Interpretar um comportamento significa compreender sua função, que pode va-
riar de um indivíduo a outro, entre situações e no tempo. De forma geral, as funções 
dizem respeito à obtenção de estímulos apetitivos (ou prazerosos) ou á evitação de 
estímulos aversivos. (COSTA; MARINHO, 2002, p. 45; apud LAPA; SANTANA, 2018). 
Moreira e Medeiros (2007), citado por Lapa e Santana (2018) enfatiza que a 
todo tempo, controlamos o comportamento alheio e somos controlados, a análise vai 
buscar entender como funciona essa relação. Controlar um comportamento não sig-
nifica obrigar o indivíduo a fazer algo, sem que o mesmo queira, mas sim conseguir 
fazer com que sua ocorrência se torne mais ou menos provável. Desse modo, com a 
análise funcional identifica-se o comportamento procurando entender em que circuns-
tâncias o mesmo ocorre, quais são as ações, pensamentos, sentimentos do indivíduo 
e possíveis formas de intervenção. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor 
Segundo Meyer, et al. (2015), citado por Lapa e Santana (2018), construir uma 
tabela de tríplices contingências pode ajudar o terapeuta a se sentir em melhor condi-
ção de prever e controlar o comportamento do cliente e o seu próprio. 
Os autores exemplificam com uma tabela composta de três colunas: antece-
dentes, respostas e consequências e consideram que um procedimento possível para 
selecionar os comportamentos que irão compor a coluna de respostas, é o terapeuta 
elencar respostas moleculares (específicas) que fazem parte da queixa do cliente ou 
que foram identificadas como produzindo consequências aversivas. Em caso de se-
melhanças entre os antecedentes e consequências dessas diversas respostas, o te-
rapeuta poderá identificar uma classe de respostas molar (ampla). 
 
ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA
 
18 
 
7 TÉCNICAS DE RELAXAMENTO 
 
Fonte:psicologosp.com.br 
O relaxamento é uma técnica milenar, utilizada por todas as civilizações. O re-
sultado pode ser observado imediatamente e, em especial, se for realizado por pes-
soas preparadas para sua aplicação. O objetivo da técnica de relaxamento é ensinar 
a pessoa o controle da respiração, associando esta respiração á diminuição da tensão 
muscular. Este aprendizado possibilita o seu uso posterior diante de situações de di-
ficuldades que possam surgir, com redução do grau de ansiedade (JUNQUEIRA, 
2006). 
O mesmo autor ainda salienta que o relaxamento pode ser denominado como 
simples ou progressivo. O relaxamento simples solicita-se que à pessoa que se co-
loque em posição confortável, seja sentada ou deitada. Em seguida, pede-se que fe-
che os olhos, procure respirar de forma calma, imaginando e sentindo os músculos se 
descontraindo. Vale ressaltar que essa técnica pode ser realizada durante o trabalho 
individual, em grupo, ou solicitado como uma atividade a ser feita pelo pessoa e/ou 
cliente já em sua residência, com o acompanhamento dos familiares devidamente trei-
nados. 
Sobre o relaxamento progressivo e ou técnica de relaxamento de Jacobson 
é importante destacar que, trabalha-se com o contraste da contração e o relaxamento 
 
19 
 
dos músculos. O início da aplicação é semelhante ao relaxamento simples, solicita-se 
que a pessoa assuma uma posição confortável e focalize a sua atenção na respiração. 
Nessa técnica, é feita a indução para que o sujeito contraia determinada musculatura 
e, em seguida, a relaxe, sucessivamente, até que toda musculatura corporal tenha 
sido relaxada, pode-se iniciar nos pés, pernas, subindo para o tronco, braços, mãos e 
depois para a cabeça. Para o relaxamento, são necessários em média, vinte minutos. 
O resultado se caracteriza por uma sensação de leveza, respiração leve, e com menor 
fluxo de pensamentos acelerados (JUNQUEIRA, 2006). 
Existe também o relaxamento progressivo adaptado, nesse momento soli-
cita-se que a pessoa se mantenha em posição confortável pode ser em um colcho-
nete; comece dobrando lentamente a ponta dos pés, levando-os em direção ao corpo. 
Procure sentir a tensão, mantenha os pés contraídos por alguns segundos e depois o 
relaxe. Faça a seguir, o movimento contrário, esticando os pés. Faça com que a pes-
soa sinta nesse momento a tensão na região das pernas, fique por alguns segundos 
contraídos e depois relaxe. Aproveite esse momento para sentir a sensação causada 
pelo relaxamento. Em seguida contraria os músculos da região das costas, imagi-
nando que esses músculos estão se soltando suavemente. Em seguida eleve os om-
bros na direção das orelhas, sinta a tensão e em seguida relaxe (JUNQUEIRA,2006). 
Levante os braços, em direção ao teto com as mãos contraídas para trás. Man-
tenha os por alguns segundos e depois relaxe. Mantenha os olhos abertos, em se-
guida deixe sobrancelhas franzidas por alguns segundos e sinta a tensão dos múscu-
los da testa. Imagine, em seguida, o seu corpo sendo banhado por uma cor azulada, 
começando no alto da cabeça indo até os pés. Relaxe. Espreguice. Vire-se para o 
lado e coloque a mão dominante (esquerda ou direita) sobre o colchonete, firme-se e 
levante. Peça para pessoa descrever como se sente ou peça a pessoa que pegue os 
lápis de cor e faça o desenho de figura humana. Conte uma história sobre o desenho, 
mencionando o tipo de atividade corporal desenvolvida por essa pessoa que foi dese-
nhada e a reação corporal dela, diante das atividades realizadas (JUNQUEIRA, 2006). 
Dentro das técnicas de relaxamento, cabe destacar a técnica de respiração 
diafragmática, muito utilizada no controle de ansiedade. O diafragma é um músculo 
largo, em forma de leque, que separa a cavidade torácica (acima do diafragma) da 
cavidade abdominal (abaixo do diafragma). A maior parte das pessoas não respira de 
 
20 
 
forma suficientemente profunda porque utiliza na respiração apenas a cavidade torá-
cica. Uma forma de respirar utilizando toda a capacidade dos pulmões e permitindo 
receber cerca de 7 vezes mais oxigénio é a respiração diafragmática, também conhe-
cida por respiração abdominal, que se caracteriza por fazer uma maior utilização do 
diafragma e da cavidade abdominal (GAPSI, 2018). 
Este treino deve ser feito pelo menos 2 vezes por dia, 5 ou 6 minutos de cada 
vez, em um ambiente livre de distrações e interrupções. 
1) peça para pessoa sentar-se em uma posição confortável. Mantém as pernas 
afastadas com os pés relaxados e virados para fora. Respira pelo nariz e presta aten-
ção na respiração. 
2) coloque os braços sobre a barriga e sinta o movimento da barriga: 
 - Quando inspiras, a barriga vai para fora 
- Quando expiras, a barriga vai para dentro 
Portanto, a respiração diafragmática, permite à pessoa reconhecer quando se 
encontra excessivamente tensa e instruir-se para relaxar, reduzindo, desta forma, 
também o nível de ansiedade. 
8 MINDFULNESS 
 
Fonte: vittude.com.br 
 
21 
 
 A prática de mindfulness passou a fazer parte da medicina comportamental a 
partir dos programas de redução de estresse de Kabat-Zinn (1982). O conceito, cuja 
origem está nas práticas orientais de meditação (Hanh, 1976), despertou, logo no iní-
cio dos anos de 90, o interesse de clínicos fora da área da medicina comportamental 
(VANDENBERGHE; SOUSA, 2006). 
No Brasil, é uma prática que vem crescendo na literatura e nos congressos 
sobre clínica comportamental e bastante utilizado para redução de comportamento 
respondentes como taquicardia, tremores, sudorese, dores de cabeça, dores abdomi-
nais (sintomas mais comuns do estresse). apesar desse interesse relativamente re-
cente para a área, o mindfulness não é uma prática atual, pelo contrário, ele vem de 
práticas orientais milenares de meditação. Oriundo da palavra mindful, que significa 
ser consciente, mindfulness é traduzido como “atenção plena”, e envolve estar alerta 
momento a momento (PINHEIRO, 2015). 
Segundo o referido autor, o mesmo pode ser entendida como uma habilidade 
de estar consciente dos seus pensamentos, emoções, sensações e ações, no mo-
mento presente sem julgar ou criticar a si mesmo ou a própria experiência. É "estar 
no aqui e agora". Atualmente, a literatura tem investigado esta técnica em diversos 
tratamentos e para diferentes transtornos 
Uma ideia central na literatura sobre mindfulness é que viver sob o comando 
do piloto automático não permite à pessoa lidar de maneira flexível com os eventos 
do momento. Confiar no piloto automático promove modos rígidos e altamente limita-
dos de reagir ao ambiente. Na vida urbana moderna, agimos muitas vezes sem estar 
emocionalmente envolvidos em nossas ações, ou fazemos várias coisas ao mesmo 
tempo, às vezes sem percebermos que as diferentes atividades têm diferentes objeti-
vos e atrapalham entre si (VANDENBERGHE; SOUSA, 2006). 
Assim, podemos agir rápido e nos projetar como eficientes e produtivos. Em 
outros casos, permitimo-nos ficar tão emaranhados em nossos pensamentos e senti-
mentos sobre passado ou futuro, ou em nossas racionalizações sobre a nossa vivên-
cia, que perdemos contato com o que está acontecendo no momento atual (HAYES; 
2004, LINEHAN; 1993, KABAT-ZINN; 1990, apud VANDENBERGHE; SOUSA, 2006). 
É uma técnica bastante utilizada na redução do, tradicionalmente, o programa 
de redução de estresse é feito com grupos de 30 pacientes, com 8 sessões semanais, 
e com duração de cerca de 2 horas cada. O treino inclui muitas tarefas de casa. Cada 
 
22 
 
participante é solicitado a dedicar até uma hora diária à prática e a planejar um dia 
intensivo de mindfulness por semana. Ocorre através de exercícios formais e infor-
mais (KABAT-ZINN; 1990, apud VANDENBERGHE; SOUSA, 2006). 
Segundo os referidos autores, um dos primeiros exercícios formais é uma var-
redura mental do corpo com atenção concentrada. Neste exercício, parte por parte do 
corpo é observada. O praticante vai notando todas as sensações que percebe e con-
centra a atenção intencionalmente nesta vivência. Aprende-se a estar atento diante 
de diferentes posições corporais: sentado, em pé ou deitado. 
Num outro exercício típico, o participante está sentado na cadeira ou com as 
pernas cruzadas em cima de um travesseiro e concentra sua atenção na experiência 
da respiração. Se a pessoa se distrai ou se uma emoção ou sinal corporal é percebido, 
este é intencionalmente reconhecido. Logo depois, volta-se a atenção para a respira-
ção. O que o participante aprende é a aceitar, sem julgar, cada distração, sem se 
deixar comandar por esta (VANDENBERGHE; SOUSA, 2006). 
Os exercícios formais incluem, além da varredura mental do corpo e a medita-
ção em posição sentada, com concentração na respiração, também práticas de alon-
gamento (explorando em detalhes sensações corporais como tensão, dor, outros); e 
técnicas meditativas adotadas do yoga. O alvo é vivenciar a respiração, os pensamen-
tos, e os outros conteúdos sem querer mudá-los ou controlá-los, ou seja, permitir-se 
conscientemente observar o que está acontecendo no presente (VANDENBERGHE; 
SOUSA, 2006). 
Os exercícios informais consistem em vivenciar situações do cotidiano de ma-
neira plenamente consciente, com a atenção focada no que está acontecendo, sem 
julgar ou racionalizar. Pode tratar-se de subir a escada, trabalhar, fazer atividades em 
casa, estar junto com amigos, ou qualquer outra atividade. Estes exercícios enfatizam 
vivenciar plenamente e sem preconceito experiências positivas e negativas. Ao estar 
intencionalmente atento no aqui e agora, permite-se lidar de maneira criativa com si-
tuações cotidianas (VANDENBERGHE; SOUSA, 2006). 
Segundo os autores referenciados o exercício de meditação com foco na res-
piração é realizado em três fases: 
 A pessoa observa, de olhos fechados, o que acontece dentro dela naquele mo-
mento; 
 
 
23 
 
 Observa a respiração; 
 
 E por último aceita as sensações do corpo, colocando todas, agradáveis e de-
sagradáveis, sem discriminação, no mesmo nível. 
Na meditação com foco nas percepções externas, as mesmas fases são repe-
tidas, mas a observação da respiração é substituída pela concentração em ruídos 
ambientais. 
Outro exercício para iniciantes consiste numa rotina de alongamentos feitos 
diariamente. O objetivo não é melhorar a flexibilidade corporal ou sentir-se melhor, 
mas entrar plenamente em contato com as sensações (tanto as agradáveis quanto as 
desagradáveis) do próprio corpo e aceitar a vivência como ela é (KABAT-ZINN; 1990, 
apud VANDENBERGHE; ASSUNÇÃO, 2009). 
9 DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA 
 
 
Fonte: cienciasecognicao.org.brCaballo (1996), descreve a dessensibilização sistemática (DS) como sendo 
uma intervenção terapêutica desenvolvida para, dentre outras coisas, eliminar as sín-
dromes de evitação. A técnica de (DS), consiste basicamente em apresentar o estí-
mulo fóbico (na imaginação ou ao vivo) em um contexto de relaxamento (geralmente 
induzido pela técnica do relaxamento muscular progressivo, ver Jacobson, 1938 ci-
tado por Wolpe, 1978). 
 
24 
 
Descrita de maneira sintética por Turner (1996, apud, Sampaio, Roncati; 2012) 
a estrutura dos procedimentos da técnica de DS contém quatro passos principais: 
1. Treinamento no emprego da escala de unidade subjetiva de desconforto 
“SUDS”. 
2. Uma completa análise comportamental, e o desenvolvimento de uma hierar-
quia de medos. 
3. Treinamento de relaxamento. 
4. Exposição na imaginação durante estado de relaxamento. 
Elemento fundamental para a construção da hierarquia de exposição à escala 
SUDS, desenvolvida por Wolpe (1958) como um meio de transformar a magnitude da 
resposta ansiosa do paciente em algo que pudesse ser subjetivamente mensurado, 
consiste em uma escala contínua de 0 a 100, na qual os pontos extremos da ansie-
dade mais intensa (100) até a situação mais tranquila e segura para o indivíduo (0) 
são estabelecidos como referências para a avaliação de todas as situações a serem 
abordadas. Organiza-se, a partir disso, uma hierarquia para que a exposição seja re-
alizada sempre de forma gradativa, da situação menos para a mais geradora de des-
conforto (SAMPAIO, RONCATI; 2012). 
Assim sendo, White e colaboradores (2008), colabora propondo que a dessen-
sibilização ou experimentos comportamentais, como também é chamada, é uma téc-
nica onde o cliente imagina ou é exposto a estímulos temidos de forma gradual. A 
priori é preciso fazer uma lista de situações temíveis e estabelecer uma hierarquia 
entre eles, estímulos menos ansiosos e mais ansiosos de forma gradual. 
“As intervenções de exposição são tipicamente introduzidas na sessão e 
completadas em conjunto pelo menos duas vezes pelo terapeuta e pelo pa-
ciente, colocando a atenção em ajudar os pacientes a ‘não fazer nada’ para 
tentar controlar as sensações. A pratica em casa dos exercícios é então indi-
cada, com o objetivo de que o paciente ‘se acostume’ com as sensações 
quando da próxima sessão semanal” (FARIA; 2011, p.02). 
De acordo com o autor as primeiras etapas de exposição ao vivo são enfrenta-
das na companhia do terapeuta, até que ocorra a habituação da ansiedade e adequa-
 
25 
 
ção, ou diminuição da intensidade, das reações fisiológicas, como sudorese, taquicar-
dia, fadiga, que são as respostas mais frequentes em quadros de ansiedade. Depois 
de várias exposições, repetidas e prolongadas, quando o cliente consegue não eliciar 
mais altos níveis de ansiedade e desconforto, é que se passa para o próximo item da 
lista de situações temidas, e assim sucessivamente até o cliente ser capaz de enfren-
tar todos os itens da hierarquia com significativa redução da ansiedade. 
10 INUNDAÇÃO OU TERAPIA IMPLOSIVA 
 
Fonte: depositphotos.com.br 
Considerada, na prática, uma variação da técnica de exposição, a Inundação 
(ou terapia implosiva) parece ter sido desenvolvida empiricamente, diretamente na 
clínica, o que torna controversa a literatura sobre suas origens teóricas. Rourke e Le-
vis (1996, apud, Sampaio, Roncati; 2012) citam O. H. Mowrer, com sua teoria dos dois 
fatores do aprendizado de evitação, como embasamento teórico da Inundação. 
Entretanto, em Zoellner e colaboradores (2003, apud, Sampaio, Roncati; 2012) 
encontramos a teoria do processamento emocional de Rachman, a proposta baseada 
na interferência retroativa de Bouton e a teoria da autoeficácia de Bandura como as 
três principais proposições teóricas que explicam a técnica. A despeito das divergên-
cias em relação a suas origens teóricas, a eficácia da técnica de Inundação em diver-
sos transtornos de ansiedade está bem documentada (ZOELLNER et. al., 2003, apud, 
SAMPAIO, RONCATI; 2012). 
https://br.depositphotos.com/151668748/stock-illustration-autophobia-concept-cartoon-illustration.html
 
26 
 
 Na Inundação não há hierarquização de situações e a exposição é feita dire-
tamente a estímulos geradores de um alto grau de ansiedade ou medo. A utilização 
dessa técnica é muito questionada e relativamente pouco utilizada, principalmente por 
ser ainda mais aversiva que a exposição gradativa. Geralmente, sua utilização é jus-
tificada pela impossibilidade em encontrar situações intermediárias que produziriam 
uma resposta emocional de menor magnitude, impedindo uma abordagem gradual 
(SAMPAIO, RONCATI; 2012). 
11 ECONOMIA DE FICHAS 
 
Fonte: cienciasecognicao.org.br 
A economia de fichas (EF) foi desenvolvida por Ayllon e Azrin, por volta de 
1968, em trabalhos realizados com pacientes internados em instituições psiquiátricas 
e, desde então, tem sido utilizada em inúmeros contextos e se revelado uma técnica 
útil na modificação de comportamentos de pessoas ou grupos (Patterson, 1996, apud, 
Sampaio, Roncati; 2012). 
A economia de fichas se baseia em pressupostos do condicionamento operante 
e consiste, basicamente, na apresentação de fichas como reforçadores imediatos que 
serão trocadas por outros reforçadores posteriormente. A diversidade de aplicações 
da EF é muito grande. Na clínica, é bastante utilizada com crianças, mas também é 
útil em ambientes hospitalares, enfermarias, asilos e até empresas, além de creches 
e escolas (SAMPAIO; RONCATI, 2012). 
 
27 
 
Segundo os autores referenciados, cartões carimbados em restaurantes e se-
los retirados da tampa das embalagens de pizzas delivery são bons exemplos da uti-
lização comercial dos princípios da economia de fichas. Essa estratégia de controle 
do comportamento do consumidor visa aumentar a frequência com que o cliente es-
colhe um determinado produto, serviço ou estabelecimento comercial 
Após algumas emissões da resposta (geralmente 10 vezes, nos exemplos ci-
tados), o cliente pode trocar as “fichas” (selos retirados da tampa ou carimbos em um 
cartão) por uma refeição ou uma pizza grátis. Podemos considerar, de maneira infor-
mal, que a própria disseminação dessa prática em restaurantes por quilo e pizzarias 
é um bom indício da efetividade desse procedimento, utilizado quando não é possível 
ou desejável reforçar diretamente todas as emissões de um operante com o estímulo 
reforçador que originalmente o controla (SAMPAIO; RONCATI, 2012). 
A aplicação clínica da EF deve contemplar alguns pontos, tais como: 
1. A identificação precisa dos comportamentos a serem modificados ou insta-
lados; 
2. A definição dos reforçadores disponíveis no ambiente; 
3. o estabelecimento das fichas como reforçadores condicionados; 
4. O conjunto de regras que estabelecem as inter-relações entre os comporta-
mentos específicos que obtém as fichas e os reforçadores pelos quais as fichas po-
derão ser trocadas (KAZDIM; BOOTZIN, 1972, PATTERSON; 1996, apud SAMPAIO; 
RONCATI, 2012). 
De acordo com o referido autor os programas devem ser delineados conside-
rando as características dos indivíduos ou grupos aos quais serão aplicados e, por 
essa razão, podem variar em diferentes detalhes, por exemplo, na forma de apresen-
tação do reforçador condicionado (fichas, quadros e escalas). 
 
 
 
 
28 
 
12 ENSAIO COMPORTAMENTAL OU ROLE-PLAYING 
 
Fonte: comportese.com.br 
Dentro do contexto clínico, uma das técnicas utilizadas é o ensaio comporta-
mental, também conhecido como role-playing, que consiste em reproduzir durante a 
sessão, por meio de dramatização, situações análogas a dos contextos sociais em 
que o cliente tem déficit e treinar a forma socialmente relevante do comportamento. 
Isso também pode ser feito com o cliente imaginando determinadas situações de des-
conforto social e a melhor maneira de lidar com elas (CERQUEIRA, 2017).Del Prette e Del Prette (1999/2001) descrevem o role-playing através dos pas-
sos de apresentação de uma situação-problema, breve discussão acerca da situação, 
arranjo de uma situação análoga, desempenho do cliente em situação estruturada 
e feedback do terapeuta e/ou de outros participantes. 
Aplicado à terapia analítico-comportamental, o role-playing ou ensaio compor-
tamental inclui: obter uma boa descrição da situação-problema para estabelecer a re-
lação entre eventos; operacionalizar sequências comportamentais uma de cada vez; 
fornecer instruções e modelos de desempenho; apresentar o comportamento em uma 
cena; dar dicas sobre o desempenho; inverter papéis, reapresentar, reavaliar o de-
sempenho; programar generalização e avaliar desempenho na situação real nas pró-
ximas sessões (CALAIS; BOLSONI-SILVA, 2008; OTERO; 2004). 
 
29 
 
Segundo os autores supracitados, o terapeuta pode solicitar e/ou sugerir ao 
cliente que o mesmo faça tarefas de casa com o objetivo de modelação de comporta-
mentos com déficits sociais, onde ocorre uma alteração do comportamento alvo até 
que consequentemente se aprenda um comportamento novo. 
13 PROCEDIMENTOS QUE ENVOLVEM RECURSOS TÉCNICOS ORIUNDOS DE 
DIFERENTES PARADIGMAS: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E TREINO EM 
HABILIDADES SOCIAIS 
 
 
Fonte: cienciasecognicao.org.br 
Segundo Lombardo e colaboradores (2005, apud, Sampaio, Roncati; 2012), os 
objetivos gerais da Resolução de problemas (RP) incluem: 
1. diminuição do impacto “negativo” (estresse emocional) relacionado à experi-
ência de eventos vitais e problemas de diferentes magnitudes (desde a perda de uma 
carteira até um divórcio ou uma doença crônica); 
2. aumentar a habilidade de lidar com esses problemas; 
 
30 
 
 3. minimizar a probabilidade de problemas similares no futuro. A Resolução de 
Problemas pode ser utilizada em qualquer caso que se identifique dificuldades em 
lidar com situações “problemáticas”, principalmente quando essas são fontes de es-
tresse significativo para o indivíduo. 
Diversas estratégias podem ser aplicadas para que os objetivos da RP sejam 
alcança- dos: 
1. Treinamento em orientação ao problema: Algumas das técnicas utilizadas 
para favorecer comportamentos de enfrentamento dos problemas são: o role play (de-
sempenho de papéis – o clínico pode trabalhar com a troca dos papéis a serem repre-
senta- dos de acordo com o objetivo específico da intervenção, podendo assumir uma 
postura pessimista, por exemplo, favorecendo a identificação do cliente com seu pa-
drão de comportamento frente aos problemas da vida); a Avaliação de Regras que 
participam do controle dos comportamentos ineficazes; a Visualização (o paciente fe-
cha os olhos e se imagina resolvendo um problema com sucesso); a Identificação do 
Problema quando ele aparece. 
2. Treinamento em definição e formulação do problema: O primeiro passo em 
um algo- ritmo para a solução de qualquer problema, seja uma questão da prova de 
física ou a perda de um compromisso importante, é sua adequada formulação. No 
próprio trabalho clínico, quando um clínico elabora um plano de intervenção para seu 
cliente, ele precisa, primeiramente, de uma boa formulação do (s) comportamento (s) 
clinicamente relevante (s), para que sua intervenção seja efetiva. O mesmo vale, por 
exemplo, para um estudante de psicologia que escolhe como tema de seu trabalho de 
conclusão de curso a “terapia comportamental”. Se ele não tiver um problema bem 
formulado sobre esse tema, não há pesquisa, no sentido de que não se sabe qual é 
exatamente a questão a ser resolvida pela pesquisa. 
3. Treino na geração de alternativas (brainstorm): Técnica muito utilizada nas 
agências de publicidade, a “tempestade de ideias” consiste em gerar ideias, sem cen-
surá-las, para depois, em um segundo momento, avaliar a validade de cada uma para 
a solução daquele problema específico. Quanto mais ideias aparecerem maior a 
chance de encontrar uma que solucione a questão. 
 
31 
 
4. Treino na tomada de decisões (TD): O objetivo é que a decisão seja mais 
racional e ponderada, e menos impulsiva. A partir da lista gerada na “tempestade de 
ideias”, conduz-se uma avaliação de custo e benefício de cada alternativa levantada. 
Solicita-se ao indivíduo que elabore uma tabela enumerando os prós e contras de 
cada alternativa, seguida da atribuição de valores que representem a importância de 
cada consequência (normalmente se utiliza uma escala simples de 0 a 10). Somam-se 
os prós e contras de cada alternativa e compara-se a diferença entre as médias obti-
das em cada alternativa, chegando assim àqueles cujos prós foram considerados mai-
ores que os contras. 
5. Treino em solução, implementação e verificação: Etapa final da solução de 
um problema, após a formulação e a preparação de um plano, consiste na realização 
deste e posterior avaliação dos resultados. Pode ser usada a mesma tabela de tomada 
de decisão para avaliar efetivamente quais foram as consequências boas e as ruins 
da estratégia adotada. 
Em relação ao treino de habilidades sociais a habilidade social é considerada 
como sendo uma tentativa direta e sistemática de ensinar estratégias e habilidades 
interpessoais aos indivíduos, com a intenção de melhorar sua competência interpes-
soal e individual nos tipos específicos de situações sociais. De modo geral, concentra-
se na aprendizagem de um novo repertório de respostas (SAMPAIO; RONCATI, 
2012). 
Através de um treinamento em habilidades, empregam-se procedimentos tais 
como as instruções, a modelação, o ensaio comportamental, a retroalimentação e o 
reforçamento. Busca-se também realizar a redução da ansiedade em situações soci-
ais problemáticas, realizar uma reestruturação cognitiva e fazer um treinamento em 
solução de problemas (CABALLO, 1996). 
O objetivo da técnica é capacitar o paciente a emitir respostas adequadas a 
situações específicas. Segundo Linehan (1984), citado por (Sampaio, Roncati; 2012), 
o comportamento socialmente habilidoso é definido funcionalmente, devendo produzir 
três consequências: 
1. O reforçador específico para aquela resposta (p.ex., se meu objetivo é ser 
atendido por um garçom em um restaurante, o comportamento socialmente habilidoso 
deverá produzir a vinda do garçom até a mesa); 
 
32 
 
2. Reações públicas e privadas nas pessoas com as quais interage, que me-
lhorem ou mantenham uma boa relação com elas (p.ex., conseguir um garçom sem 
ofendê-lo e sem constranger as outras pessoas à mesa); 
3. Sentimentos de autoestima e autorrespeito no próprio indivíduo. 
Del Prette e Del Prette (1999) referenciado por (Sampaio, Roncati; 2012), des-
tacam ainda, como uma consequência do comportamento socialmente habilidoso, a 
manutenção ou ampliação dos direitos humanos socialmente estabelecidos, ressal-
tando também que o peso relativo atribuído a cada uma dessas consequências não 
está consensualmente estabelecido entre pesquisadores e profissionais da área. 
Na clínica, é importante a indicação e validação do cliente de quais são as con-
sequências mais relevantes para ele. Para isso ele deve ser capaz de descrever o que 
espera de suas relações interpessoais. Um termo amplamente utilizado para se referir 
ao componente básico do comportamento socialmente habilidoso, cunhado por Wolpe 
e Lazarus (1966) citado em Del Prette, 1999, apud Sampaio; Roncati, 2012), é asser-
tividade. Um dos elementos principais do THS é o treino assertivo, que visa o desen-
volvimento de um repertório capaz de produzir as consequências descritas anterior-
mente como definidoras de comportamento socialmente habilidoso, em diferentes 
contextos sociais. 
De maneira geral, conforme descrito por Duckworth (2003, citado em Sampaio, 
Roncati, 2012), o THS dispõe de um conjunto de técnicas utilizadas visando o desen-
volvimento de um repertório social que inclua: 
1. Assertividade: definição e discriminação de padrõesde comportamento pas-
sivo, assertivo e agressivo; a “racional” para o uso do comportamento assertivo e uti-
lização do role-play. 
2. Aspectos molares: iniciar e manter conversação, controle de estímulos (ade-
quação da ação ao contexto). 
3. Aspectos moleculares: olhar (onde, como, por quanto tempo), expressão fa-
cial (harmonia com a mensagem), gestos, postura, orientação, distância e contato fí-
sico, volume e entonação da voz, fluência, tempo de fala e conteúdo. Existem muitas 
outras técnicas tradicionalmente utilizadas na clínica comportamental. 
 
 
 
 
33 
 
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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tamento. Psicol. USP , São Paulo, v. 21, n. 2, p. 313-342, junho de 2010. 
ALESSANDRA, Villas-Boas. Psicoterapia Analítica Funcional (FAP): lidando com 
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