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TCC KAREN FORMATADO (1) (1)

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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
KAREN RIBEIRO DOS SANTOS
O BRINCAR E SUA RELEVÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CRUZEIRO-SP
32
2021
KAREN RIBEIRO DOS SANTOS 
O BRINCAR E SUA RELEVÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências Humanas do Estado de São Paulo, em cumprimento à exigência parcial para obtenção do título de Licenciatura, sob orientação do Prof.ª Esp. Vânia Cristina Nogueira Mira Fernandes
	CRUZEIRO-SP
 2021
KAREN RIBEIRO DOS SANTOS
O BRINCAR E SUA RELEVÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em _____ de ______________ de 2021 como requisito parcial para a obtenção do título de .... da Faculdade de Ciências Humanas do Estado de São Paulo, pelos professores:
Banca Examinadora:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________
Orientador: Prof.ª Esp. Vânia Cristina Nogueira Mira Fernandes
CRUZEIRO-SP
2021
AGRADECIMENTOS
A Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas.
A minha orientadora Prof.ª Esp. Vânia Cristina Nogueira Mira Fernandes. Pela dedicação e competência a mim destinadas.
À Faculdade de Ciências Humanas do Estado de São Paulo, pelas inúmeras oportunidades concedidas, sem as quais eu não chegaria até aqui.
Aos demais professores, pela amizade e conhecimento compartilhados.
Aos meus familiares e a todos aqueles que me auxiliaram sempre que necessitei.
O saber que não vem da experiência não é realmente saber. Através dos outros, nos tornamos nós mesmos. Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade (VYGOTSKY, 2001, p. 9)
RESUMO
A pesquisa tem como tema a relevância do brincar no contexto da Educação Infantil. Parte-se da hipótese de atualmente utilizando a BNCC como ponte para a formação do currículo educacional, deve-se ser incluído o brincar nos anos iniciais da Educação Básica, uma vez que esse brincar pode auxiliar a formação do desenvolvimento infantil. Os objetivos da pesquisa são, relatar a importância do brincar na fase da educação infantil, além de mostrar dados relevantes à educação infantil em relação a BNCC e entender as diferentes formas de brincar para mostrar a importância na educação infantil. A metodologia utilizada na pesquisa é a Pesquisa Bibliográfica. Esta pesquisa possibilitou concluirmos que, a educação ainda é uma parte muito ampla a ser estudada e pesquisada por diversos fatores, o brincar ainda precisa ser muito visado e ampliado para que esteja inserida com êxito em uma fase de Educação Infantil, é importante compreender que cada instituição tem seu método de ensinar, fazendo assim, com que sejam únicas, mas que não percam sua essência.	Comment by Vânia: formatação
Palavras-chaves: Brincar. Educação infantil. Professor. BNCC.
ABSTRACT
The research has as its theme the relevance of playing in the context of Early Childhood Education. We start from the hypothesis that, nowadays, using the BNCC as a bridge for the formation of the educational curriculum, playing should be included in the early years of Basic Education, since this play can help in the formation of child development. The research objectives are to report the importance of playing in early childhood education, in addition to showing data relevant to early childhood education in relation to BNCC and understanding the different ways of playing to show the importance in early childhood education. The methodology used in the research is the Bibliographic Research. This research allowed us to conclude that, education is still a very large part to be studied and researched for several factors, playing still needs to be very targeted and expanded to be successfully inserted in a stage of Early Childhood Education, it is important to understand that each institution has its method of teaching, making them unique, but not losing their essence.
Keywords: Play. Child education. Teacher. BNCC.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...............................................................................................09
1	O BRINCAR: CONCEITO E FUNCIONALIDADE ............................. 11
1.1 	CONCEITUAÇÃO DO BRINCAR ....................................................... 11
1.2 O QUE DIZ A BNCC SOBRE O BRINCAR ........................................15
1.3 APRENDER BRINCANDO ................................................................ 18
2 	A EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................................................22
2.1 	CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL............................22
2.2 ENSINO LÚDICO ................................................................................23
2.3 INÍCIO DA APRENDIZAGEM .............................................................26 
3	O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................... 28
3.1 OS BENEFÍCIOS DA BRINCADEIRA NO AMBIENTE ESCOLAR …. 28
3.2 INFLUÊNCIA DO BRINCAR NA APRENDIZAGEM ...........................30
3.3 BRINCADEIRAS LÚDICAS ................................................................31
CONCLUSÃO ...............................................................................................33
REFERÊNCIAS .............................................................................................34
INTRODUÇÃO 
O papel das instituições de educação infantil é ajudar a fornecer oportunidades para que as crianças aprendam e se desenvolvam dentro de suas capacidades e potencial. A Base Curricular Comum Nacional (BNCC), documento que regula e define as aprendizagens básicas que todo aluno deve desenvolver, foi aprovada pela Secretaria de Educação em dezembro de 2017 após momentos de debate, obstáculos e disputas em diversos contextos políticos, processo que em 2014 começou. 
Este documento não foi elaborado como um currículo a ser seguido à risca, mas antes padroniza um conjunto de conhecimentos, habilidades e competências a serem desenvolvidos durante a educação básica. O documento é um guia para que os sistemas educacionais criem seus currículos adaptados às condições específicas de cada realidade. Por meio desse documento, espera-se que as escolas possam elaborar suas decisões substantivas e formais, suas estratégias para implementar as diretrizes e seus métodos de trabalho pedagógico como parte de seu projeto pedagógico.
À luz da constatação da interdependência entre linguagem, comunicação e sociedade e da premência de se ensinar e de se adquirir a linguagem verbal, o presente trabalho tem como tema o brincar e sua relevância na educação infantil, explorando as diferentes fases das crianças dentro da Educação Infantil, onde ela explora, tem convívio social, começa a se expressar de diferentes formas e tudo isso incluindo as interações e brincadeiras dentro da educação.
A presente investigação, portanto, parte do seguinte problema de pesquisa: qual a relevância do brincar dentro da Educação Infantil?
Aventa-se como primeira hipótese, o brincar sendo inserido nessa fase escolar para que se incentive nas crianças seus diferentes tipos de coordenação, seus valores iniciais, suas vontades e sua descoberta do próprio corpo.
Defende-se também como segunda hipótese a utilização do brincar educativo com significação, inserindo assim, juntamente com a brincadeira e a inteiração, os significados de letras, números e iniciando a pré-alfabetização.
O objetivo geral do trabalho é relatar a importância do brincar na fase da educação infantil, além de mostrar dados relevantes à educação infantil em relação a BNCC e entender as diferentes formas de brincar para mostrar a importância na educação infantil.
A relevânciada pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal. No que concerne à contribuição ao conhecimento científico, qualquer estudo que se preocupe em colocar em relevo novas abordagens sobre o brincar e sua relevância na educação infantil, ou que ampliem as abordagens já existentes, é pertinente.
Em razão das lacunas ainda existentes em um amplo processo, de estudos, pesquisa e elaboração da parte metodológica, a presente pesquisa objetiva contribuir com os estudos sobre o tema presente, por meio de uma abordagem metodológica qualitativa, sem que se despendam muitos recursos financeiros, atendo-se, pois, a uma parcela maior da população.
Como a pesquisadora, visto como o tema tem grande importância para a educação, a pesquisa contribuirá com informações úteis para ele.
Fundamentou-se a pesquisa a BNCC, criada pelo Ministério da Educação em 2017, além dos autores Vygotsky (1998), Brougère (2001), Kishimoto (2001), Piaget (1964), Barros (2009), Valsiner (2000), Martins e Queiroz (2002), Fernandez (1990), Alves (2001), Aquino (2011), Campos (1997), Dohme (2003), Freinet (1998), Guilfort (1987), Marcelino (1990), Negrine (1994), Oliveira (2000).
Como metodologia adotou-se a pesquisa bibliográfica. Será realizada a leitura crítica, a redação de resumos e paráfrases e a elaboração de fichamentos das obras pertinentes ao enfrentamento do tema e à comprovação das hipóteses. Além da leitura de livros pertinentes ao objeto de pesquisa e serão consultados documentos disponíveis online, devidamente referenciados na Bibliografia.
Estruturalmente, o presente trabalho se divide em 3 capítulos, o primeiro sobre o que é o brincar, sua importância e como ele é referenciado para alguns autores. O segundo capítulo destaca um pouco sobre o que a BNCC (Base Nacional Curricular Comum) diz sobre a Educação Infantil e sobre a importância da criança inserida nessa fase escolar. O terceiro capítulo diz respeito a formação dos símbolos já na cabeça das crianças, como isso acontece e como pode ser articulado dentro mesmo da própria Educação Infantil.
1 O BRINCAR: CONCEITO E FUNCIONALIDADE 
Ocorreram grandes mudanças na sociedade atual nas últimas décadas. A família deixou de ser um pai trabalhador, uma dona de casa com os filhos em uma casa grande com um jardim e filhos que vão para a escola em apenas uma hora e têm o resto do dia para brincar, e uma mãe trabalhadora, filhos em tempo integral em jardins de infância e escolas enquanto os pais trabalham. 
O brincar e a própria infância adquirem novos contornos, assim como a escola deve se adaptar a essas mudanças. Para Kishimoto (2001 p. 56) a urbanização, a industrialização e os novos modos de vida fizeram a criança esquecer e encerraram a infância, tornando a criança um aprendiz precoce. A criança tem que aprender tudo que pode frequentar todos os cursos que seus pais podem pagar, em busca de um bom futuro, uma profissão interessante e lucrativa. Sem falar nos que trabalham na estrada desde muito jovens para ajudar no orçamento doméstico. 
O tempo é totalmente preenchido a favor do futuro, não do presente, não consideramos a infância como um momento da vida que possui características próprias. É preciso, é importante ser criança, ter tempo para brincar, para se socializar, para ver o mundo através do olhar da criança, sem tanta pressão e responsabilidade.
Esse capítulo traz o conceito o brincar em geral, nas falas de autores como Brougère (2001), Paulo Freire (2002) entre outros, e no contexto escolar, além das falas da BNCC (Base Nacional Curricular Comum) e a ideologia de aprender brincando.
1.1	CONCEITUAÇÃO DO BRINCAR
O brincar é necessário, pois, assim que as crianças descobrem o mundo, comunicam e entram num contexto social. Segundo Brougère (2001 p. 89) o jogo assume um contexto social e cultural como um processo de relações interindividuais, de cultura. Ao brincar, a criança explora o mundo e suas possibilidades e nele se integra de forma espontânea e divertida, desenvolvendo assim suas habilidades cognitivas, motoras e afetivas. 
Vygotsky (2007) diz que brincar ajuda a desenvolver uma distinção entre ação e sentimento. A criança, à medida que envelhece, começa a estabelecer uma relação entre sua brincadeira e a ideia que tem dela, não mais dependente de estímulos físicos, ou seja, de o ambiente particular ao seu redor.
Brincar também está ligado ao aprendizado. Brincar é aprender, em jogo está a base do que mais tarde permitirá que a criança aprenda mais meticulosamente. Portanto, o lúdico passa a ser uma proposta educacional para enfrentar as dificuldades do processo ensino-aprendizagem.
 Se o jogo é social, a criança não brinca sozinha, ela tem um brinquedo, um ambiente, uma história, um colega, uma professora que medeia essa relação e torna o jogo criativo e estimulante, ou seja, a forma de que jogo é transmitido através do contexto escolar, é importante que seja de alta qualidade e que realmente ofereça à criança a oportunidade de ter diferentes experiências de aprendizagem.
Para Vygotsky (2007, p. 35) jogar na abordagem histórico-cultural é a satisfação de necessidades com a realização de desejos que não poderiam ser satisfeitos de imediato. O brinquedo seria um mundo ilusório no qual todos os desejos podem ser realizados. 
As duas principais características de que o autor cita são as regras e a situação imaginária que estão sempre presentes nos jogos. Segundo essa teoria, crianças menores aproveitam grande parte da situação imaginária enquanto brincam, a imaginação é forte, enquanto as regras ficam mais escondidas, mas não deixam de existir. A brincadeira de casinha é um exemplo de jogo infantil em que a imaginação domina, mas certas regras de comportamento devem ser seguidas. Com o tempo, as regras ocupam mais espaço e a situação imaginária diminui, como em um jogo de queimada onde as regras são originais, mas a situação imaginária de dois lados opostos na "guerra" e comportamentos diferentes dos da vida real não deixa de existir. 
 De acordo com Vygotsky (2007, p. 38) a criança já está imersa em um contexto social ao nascer, e o brincar torna-se importante para ela justamente na apropriação do mundo, na internalização dos conceitos daquele ambiente externo. 
 O contexto social é importante para as brincadeiras das crianças. Segundo Brougère (2002, p. 100) o jogo não pode ser separado das influências do mundo, uma vez que não é uma atividade interna do indivíduo, mas é dotada de significado social. Para a autora, a criança é um ser social e aprende a brincar. Brincar requer aprendizagem social. “As crianças não brincam em uma ilha deserta. Brinca com os materiais e materiais imateriais que lhe são oferecidos, brinca com o que tem na mão e na cabeça” (BROUGÈRE, 2001, p.105). De acordo com o autor, as brincadeiras surgem através dos pensamentos das crianças, onde utilizam sua imaginação.
Embora o jogo esteja inserido em um contexto social específico, ele é subjetivo. Dependendo da situação, o mesmo comportamento pode ter significados diferentes. Freire (2002, p. 390) trabalha com o jogo como um fenômeno percebido por suas manifestações, não faz sentido tentar enumerar componentes para confirmar ou negar uma determinada atividade como um jogo. Não podemos separar regras, imaginação, espontaneidade, colocar tudo junto e construir o jogo. Para Freire (2002, p. 58) surge, entre outras coisas, da interação dessas propriedades. O autor explica “Tudo no jogo aponta para o mundo interior do sujeito, invisível aos nossos olhos, e a tradução exterior dessa atividade, no plano da nossa razão, confunde-se com expressões de qualquer outra atividade” (FREIRE, 2002, p.67).
De acordo com Freire (2002), a única pessoa que pode realmente dizer se ele está brincando é o sujeito da ação. Quem vê pode pensar que a criança está brincando porque está brincando com outras crianças, ou porque está segurando um brinquedo, mas não pode se envolver na brincadeira, como uma criança silenciosa está no canto da sala. Pode ser uma piada, completamente perdido na imaginação.O brincar é uma atividade difícil de caracterizar devido ao seu caráter subjetivo, mas pode-se dizer que é social e livre, pois não há como forçar alguém a jogar, ele tem regras e uma situação imaginária. É uma atividade infantil predominante e é através dela que as crianças começam a aprender.
“Brincar é uma atividade que a criança inicia no ambiente familiar desde o nascimento” (Kishimoto, 2002, p. 139) e continua com outras pessoas da mesma idade. Inicialmente, você não tem um objetivo educacional ou de aprendizagem predefinido. A maioria dos autores afirma que foi projetado pela criança para seu prazer e recreação, mas também permite que ela interaja e explore com os pais, adultos e seus pares. 
Por ser a criança um ser em desenvolvimento, seu brincar se constrói a partir do que ela é capaz de fazer em determinado momento. Isso significa que aos seis meses e três anos ele tem diferentes formas de se expressar, se comunicar e se relacionar com o meio sociocultural em que se encontra. Assim, durante o desenvolvimento, as crianças desenvolvem novas e diversas habilidades no contexto das práticas sociais que lhes permitem compreender e agir de forma mais plena sobre o mundo (KISHIMOTO, 2002, p. 139).
O brincar infantil se desenvolve mais nos primeiros seis anos de vida do que em qualquer outra fase do desenvolvimento humano, e nesse período se estrutura de maneira muito diferente do que os teóricos interessados no assunto têm entendido (Brougère, 1998, p. 50).
 A partir do jogo, a criança constrói sua experiência de lidar ativamente com o mundo, vive experiências de tomada de decisão. Em cada jogo, você pode optar por jogar ou não, o que é uma característica importante do jogo, pois oferece oportunidades de desenvolver autonomia, criatividade e responsabilidade pelas próprias ações.
O termo cultura é aqui entendido com base nas formulações teóricas de Valsiner (2000, p. 94) para as quais a cultura deve ser entendida não apenas como um grupo de indivíduos com características semelhantes, mas como uma mediação semiótica que integra o sistema psíquico individual e o universo dá o sistema social das crianças participantes. No contexto da cultura, a construção social de significados se dá a partir das tradições, ideias e valores do grupo cultural que cria e recria padrões de participação, desenvolvendo categorias de pensamento e recursos expressivos típicos. 
 Fein (Spodek e Saracho, 1998) afirma que é muito "difícil definir o brincar, mas de certa forma ele se define" (p.10), uma vez que o brincar pode ser definido em várias situações, como um jogo, uma interação com um brinquedo, entre outros. Não apenas educadores, mas também outros profissionais, incluindo psicólogos, filósofos, historiadores e antropólogos, investigaram a conceituação do brincar.
A brincadeira e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem a criança comportamento além dos habituais. Nos jogos e brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, e isto inegavelmente contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento. (VYGOSTSKY, 2002, p.6).
No espaço potencial o paciente pode mobilizar todos os recursos disponíveis de sua personalidade. Brincar é fazer por si mesmo, fazer isso requer seu próprio tempo e espaço; uma ação composta por experiências culturais que é universal e benéfica para a saúde, porque promove o crescimento, conduz às relações grupais e pode ser uma forma de comunicação consigo mesmo (a criança) e com os outros. (MARTINS, QUEIROZ, 2002, p. 13). 
 Observando, olhando, sabendo, tocando, manipulando e experimentando o conhecimento é construído. Neste jogo a procura de saber onde jogar, jogar e criar uma sala mágica e uma hora onde tudo é possível, uma sala confiável onde a imaginação pode se desenvolver de forma saudável, onde se vive no meio do mundo. Seja real ou imaginário, este é o momento e o lugar certos para crescer e produzir conhecimento. “O conhecimento se constrói fazendo o conhecimento do outro, e a operação de produção do conhecimento do outro só pode ser feita por meio do brincar” (FERNANDEZ, 1990, p. 165).
1.2. O QUE A BNCC DIZ SOBRE O BRINCAR
A legislação educacional brasileira estipula que a educação no Brasil consiste em três níveis de ensino: jardim de infância, escola primária e escola secundária. A educação infantil refere-se a instituições educacionais que atendem crianças de 0 a 5 anos de idade e é comumente referida como creches e pré-escolas, conforme pode ser encontrado na Lei de Fundamentos e Diretrizes (LDB).
Art.29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade.
Art.30. A educação infantil será oferecida em: Creches, ou entidades equivalentes, para a criança de até três anos de idade; Pré-escolas, para as crianças de até três anos de idade;
Art.31. Na educação infantil a avaliação far-se-à medida acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objeto de promoção mesmo para o acesso ao ensino fundamental (BRASIL, 1996, p.20).
A BNCC (Base Nacional Curricular Comum), diz respeito sobre as fases da educação básica no Brasil, assim, dispõe-se inicialmente da Educação Infantil, inserindo habilidades e competências para a melhor forma de ensinar a criança sobre alguns assuntos.
Segundo a BNCC para a Educação Infantil, a interação durante as brincadeiras molda o cotidiano da infância e traz muito aprendizado e potencial para o desenvolvimento holístico das crianças. Isso é garantido pelos direitos adquiridos ao longo dos anos para uma educação que não só garanta o acesso da criança à escola, mas também ofereça oportunidades de ensino de qualidade para a educação infantil. No entanto, apenas recentemente foram tomadas decisões de políticas públicas voltadas para a educação infantil de qualidade, embora em nosso país estejamos longe de oferecer educação adequada às crianças.
Ao analisar o BNCC, vemos nas entrelinhas a ênfase na interação e nos jogos nos campos da experiência, mas olhando para os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos para a pré-escola, especialmente para crianças de 4 a 5 anos e 11 meses Interações ou jogos não em qualquer um de seus eixos, mesmo implicitamente. 
O BNCC reconhece as peculiaridades das diferentes faixas etárias que compõem o nível de educação infantil, mesmo as metas de aprendizagem e desenvolvimento são sequencialmente divididas em grupos que especificam as faixas etárias que correspondem aproximadamente às oportunidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento infantil. Quando se trata de separar o jardim de infância da pré-escola, os eixos estruturais se opõem em alguns pontos, principalmente na definição da meta para o nível 1 do jardim de infância, para crianças de 0 a 1 ano e 6 meses, senão as particularidades da creche são levadas em consideração as crianças "muito pequenas".
Por meio da brincadeira, as crianças transmitem suas ações e reações e melhoram sua identidade. A brincadeira oferece às crianças diferentes situações que as motivam a desenvolver e formular novas hipóteses, a seguir regras e, a cada ajuste, a desenvolver novas regras que moldam sua moralidade. A brincadeira é uma atividade que é explorada em sala de aula e em outros espaços que devem e ajudam a criança em seu processo de desenvolvimento. É também um recurso que pode contribuir para a aprendizagem, explorando a alegria que as crianças têm ao brincar, chamando a atenção e tornando as aulas mais interessantes (BNCC, 2018, p. 65). 
 O apoio dos pais e educadores é fundamental nestes momentos para que as crianças também se sintam motivadas a brincar, pois têm necessidade de ser ativas, de aprender sempre e de fazer novas descobertas na exploração de brinquedos e jogos. É digno de nota que aBase Nacional Curricular Comum projetou para:
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais (BRASIL, 2017 p. 36).
Com isso em mente, o BNCC observa que brincar é essencial para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. Na brincadeira, a criança aprende de forma lúdica, por meio da socialização com crianças e adultos e pela participação em diversas experiências lúdicas. 
Além dessas vantagens, o jogo é uma oportunidade para liberar expressões e sentimentos manifestados de forma espontânea pelas crianças, também é uma novidade para acumular experiências, interagir, respeitar as regras de convivência, trabalhar em conjunto com o grupo O BNCC da Educação Infantil e A Educação Básica, aprovada em 2017, quer o PNE como parâmetro de equidade, também convocado pela LDB, para suprir as grandes diferenças de oportunidades no processo de Mitigar o processo educacional das crianças em suas regiões. 
Nesse contexto, afirma a BNCC (2018, p. 56) que o conceito de criança no centro do processo educativo, levando em consideração seus próprios modos de pensar e sentir, para se expressar em um ambiente cultural, acolhedor e estimulante que possibilite a participação da criança, nas diferentes práticas sociais e estabelecer a sua identidade e subjetividade em relação ao meio e aos outros, tendo os jogos um papel fundamental na consolidação da aprendizagem.
Este documento traz dois eixos estruturantes e norteadores da educação infantil a partir de interações e brincadeiras compatíveis com os seis direitos de aprendizagem das crianças e os objetivos de aprendizagem contidos nos campos de vivência, havendo várias formas de trabalhar nesta perspectiva. É preciso levar em conta as experiências que surgem das relações que a criança constrói com os saberes construídos na vida social, em casa e no ambiente escolar no contexto de diferentes culturas e que fazem parte do patrimônio cultural sobre o qual as crianças são ensinadas, as crianças são expostas e afirmam ser transmitidas por meio de diferentes línguas. É compreendido por campos de experiência:
Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. (BRASIL,2017, p.38)
Esses campos de experiencias apresentados pela BNCC, se enquadram em conhecimentos que as crianças devem ter durante seu tempo de aprendizado dentro da instituição. A BNCC define cinco campos de experiências:
O eu, o outro e o nós –É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos [...] Corpo, gestos e movimentos - as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam--se, brincam e produzem conhecimentos sobre si [...] Traços, sons, cores e formas –Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais [...] Escuta, fala, pensamento e imaginação –As primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do outro [...] As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. (BRASIL,2017, p. 38-40)
A BNCC explica que, o brincar é um espaço para explorar sentimentos e valores, além de desenvolver habilidades, portanto não cabe apenas ao educador saber a importância do brincar no contexto da educação infantil, bem como a importância das diretrizes do jogo. Contudo, cabe ao educador estimular de forma consciente e consciente a criança a buscar o conhecimento, facilitar e/ ou transmitir esse processo, respeitar e valorizar suas características, seu repertório cultural, promover um ambiente lúdico, que favoreça interações onde a criança sente-se seguro e pode ser desenvolvido de forma holística e saudável.
Para os professores que trabalham com crianças, é importante saber que o brincar é fundamental, pois permite que as crianças interajam e entendam o mundo. Concorda-se com Barbosa e Horn (2008 p. 30) quando sugerem que a aprendizagem se dá apenas por meio da brincadeira. 
Nas brincadeiras a criança aprende, vivência emoções, acumula conhecimentos e sensações, interage com o outro para assimilar e compreender o mundo, ela mesma e o outro. Como resultado dessas ações, surgem novos processos de significação, que alteram a forma de expressar e agir. Quando o professor começa a estruturar a brincadeira, ele assume o papel de estimular, desafiar e possibilitar novas experiências para as crianças. Nessa interação, a criança desenvolve suas habilidades para expandir seu repertório de habilidades. A comunicação entre professor e criança e ao brincar são dinâmicas que estimulam, desafiam e apoiam a aprendizagem lúdica na educação infantil.
1.3. APRENDER BRINCANDO 
O ato de brincar com jogos e brincadeiras, conforme destacado ao longo deste estudo, pode ajudar na aprendizagem das crianças, pois brincar não só ajuda a criança a desenvolver sua imaginação, mas também permite por meio dessa imaginação. ele combina a realidade na qual se encaixa. 
 A educação é um processo amplo e contínuo, por isso a escola deve proporcionar a crianças um ambiente agradável que favoreça o desenvolvimento motor, sensorial, cognitivo e emocional de seus sentimentos. Jogos devem fazer parte da proposta educacional proporcionando novos horizontes para a aprendizagem das crianças e inovando nas ações desenvolvidas em sala de aula.
O brincar é implementar tendências que não podem ser satisfeitas imediatamente. Esses elementos da situação imaginária passam a fazer parte da atmosfera emocional do próprio brinquedo, nesse sentido, o jogo representa a funcionalidade da criança na região proximal e, assim, promove o desenvolvimento da criança (Vygotsky, 1998, p. 98). Assim, a criança consegue imaginar o que está brincando, ou criar com outros objetos brinquedos imaginários, e o brincar acaba desenvolvendo a parte cognitiva e criativa dela.
 Vygotsky (1998, p.100) chama a atenção para isso, porém, ao perceber que é incorreto definir o brinquedo como uma atividade que traz alegria à criança (Vygotsky, 1998, p. 105), pois para ele muitas atividades trazem à criança prazeres mais intensos do que brincar: por exemplo, chupeta para bebê, mesmo que não dê fome. Ele lembra ainda que há jogos em que a atividade em si não é tão divertida, como aqueles que as crianças (entre cinco e seis anos) só aproveitam se acharem o resultado interessante. Jogos de esportes podem ser outro exemplo (não apenas esportes, mas geralmente vencedores e perdedores). Esses são frequentemente acompanhados de ressentimento para com a criança que não obtém o resultado favorável, ou seja, aquela que perde o jogo, portanto, não pode ser vista como uma característica definidora do jogo (Cerisara, 2002, p. 55). 
Porém, não deve ser negligenciado, pois atende às necessidades da criança e estimula sua implementação, o que é fundamental por contribuir para mudanças no desenvolvimento humano. Para Cerisara (2002, p. 43), todo progresso nessas áreas está associado a fortes mudanças nas motivações, tendências e incentivos. Ressalta-se que os interesses mudam com o desenvolvimento e maturidade do assunto, uma vez que o que atrai um bebê não agrada uma criança um pouco mais velha. Portanto, a maturidade das necessidades é um tema importante na teoria da psicologia histórico-cultural.
É importante ressaltar que a ação doeducador seja orientada no sentido de ampliar o repertório das crianças do ponto de vista linguisto e cultural. Portanto, cabe ao educador a tarefa de alimentar o imaginário infantil [...]. No planejamento precisam ser explicitados os conceitos a serem desenvolvidos, os conteúdos a serem trabalhados e as expectativas de realização das crianças. (LIMA, 1992, p. 29)
O professor deve explorar o potencial da sua carreira e não se contentar porque é apenas um gerador de informações ou instigador da aprendizagem, mas deve ser um professor que desperta na criança o desejo de aprender.
Para que os educadores desenvolvam a tarefa de ver a criança brincar, é necessário um pouco mais de experiência, pois durante uma atividade lúdica eles aprendem a expressar seus sentimentos, revelar seus medos, frustrações e desejos. A tarefa de observar seus alunos jogando é uma ótima ferramenta para conhecê-los um pouco melhor. “Os jogos podem ser o elemento-chave da estimulação linguística” (KISHIMOTO, 2010, p. 37). 
 O mesmo ocorre no contexto terapêutico e hospitalar: a criança se expressa através do brincar e é justamente nesse momento que a criança deve ser observada. Em estudos populacionais franceses, o autor Brougère (1993, p. 79) constatou que os jogos mais utilizados nas escolas eram atividades educacionais e motoras. A criança se comunica e se expressa através de vários fatores, um deles é o brincar, uma vez que a criança começa interagir com seus objetos utilizados para a brincadeira, assim, é importante a observação do professor nesses momentos para que consiga ver o desenvolvimento da criança.
Os professores são responsáveis pela seleção dos materiais e pelo tempo de utilização. A forma como o professor faz a intervenção neste contexto vai de alguma forma determinar o seu progresso, deve ser utilizada de forma adequada para cada tipo de jogo, não é que exista uma fórmula secreta para cada tipo, mas é necessário que alguma experiência na implementação, O conhecimento de onde intervir e agir deve sempre definir uma meta para alcançar um determinado resultado (Brougère, 1993, p. 80)
Os professores responsáveis pelas crianças em sala de aula, devem se atentar ao desenvolvimento de cada uma delas, e basear seu planejamento de aula de forma que exista momentos de brincadeiras, aulas lúdicas, para que alcance um real resultado.
Os estudos de Carvalho, Alves e Gomes (2005, p. 90) identificaram uma dicotomia, em relação ao brincar, entre a prática e a visão dos professores. Ou seja, mesmo aquele professor que não esteja familiarizado com o processo de observar e interferir quando possível na brincadeira, pode reconhecer a importância desta, porém muitas vezes sente-se com dificuldade em utilizá-la. Nas escolas, geralmente a brincadeira é presente principalmente nos intervalos entre as aulas. Neste período, onde as crianças têm alguns minutos para lanchar a brincadeira aparece como um forte concorrente motivacional, como um meio de distração. 
 Existem escolas, onde alguns professores sentem-se com dificuldade em aceitar e entender o modo da criança brincar, como por exemplo, a brincadeira livre que não necessariamente utiliza-se um brinquedo ou objeto, más a criatividade dessa criança, onde ela pode ou não fantasiar algo e apenas com essa fantasia, desenvolver sua brincadeira. 
 Bomtempo (1997, p. 78) ressalta a importância que tem os professores observarem as brincadeiras livres das crianças e se utilizarem deste recurso como uma ferramenta de aprendizagem. A observação de professores e supervisores pode auxiliar na condução de trabalhos para sanarem dificuldades sociais e déficits no desenvolvimento. 
O horário do intervalo é uma boa oportunidade para que as crianças criem laços e estabeleçam amizades através das brincadeiras livres, que tem sido creditada como um papel central nas amizades. Essas amizades podem ser utilizadas, posteriormente, como um suporte para o ajustamento escolar principalmente em habilidades comunicativas e sociais, além de contribuir nos trabalhos dentro e fora da sala de aula. Nietzsche dizia que brincar é uma invenção contra o tédio. É por isso que diferente dos adultos as crianças são mais bem-humoradas quando se trata de encarar certas situações.
Segundo Vygotsky (2007, p. 78), as crianças buscam formas de realizar seus desejos por meio da brincadeira. Porém, essas necessidades não podem ser satisfeitas de imediato, o que os leva a buscar situações imaginárias como uma possível solução. Durante a brincadeira, a criança realiza um ato imaginário por meio do qual acaba assumindo diferentes papéis na sociedade e substituindo outras pessoas, como um herói. 
Desta forma, a criança começa a brincar adotando regras de comportamento heroico, pois agora ela se tornou um herói e deve agir como tal. Nesse momento, a criança começa a ir além da realidade e atua em um nível mais elevado do que realmente é. Quando vemos uma criança fazendo o papel de um herói, de um médico ou de uma mãe em sua peça, ela não está usando um médico ou herói em particular, mas um personagem. No final, a criança reproduz o que lhe é familiar, o que lhe é típico, principalmente o que pode ser generalizado em uma situação. 
 Coll (1997, p. 80) afirma que a análise de qualquer processo de aprendizagem deve levar em consideração os fatores e as possíveis interações que podem ser observadas entre eles, fatores que são atividades, características e natureza. 
 Muitas vezes vemos que as pessoas se limitam a interpretar erroneamente a aprendizagem, como se as ações envolvidas ocorressem apenas na escola como produto do ensino. Porém, está comprovado que a aprendizagem inclui hábitos, aspectos da nossa vida emocional, a aceitação de valores culturais e funcionais, e é baseada em todos os estímulos ambientais que o indivíduo recebe ao longo de sua vida e mesmo quando sofre de danos intelectuais, transtornos psicomotores, físicos e sociais (COLL, 1997, p.88).
O desenvolvimento da criança mostra que, por meio do brincar, ela libera seus pensamentos para que não seja tão intimamente associada aos estímulos perceptivos. Ela pode imaginar uma situação, desligando-se do mundo físico e concreto com o qual está em contato, desenvolvendo assim a capacidade de se desligar do significado real dos objetos (por exemplo, madeira)), pode imaginá-la como uma marionete. Nesse ponto, o pedaço de madeira ganha um significado diferente, além de sua aparência e significado específico.
2 A EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Neste capítulo está inserido os diferentes contextos da educação infantil, sua contextualização, o ensino lúdico e o início da aprendizagem. Sendo conceituados pelas legislações referente a educação como a Constituição Federal de 1988, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a LDB (Legislação e Diretrizes da Educação Básica) e BNCC.
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
No que diz a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 208, inciso IV, mostra que, é dever do Estado para com a educação, a efetivação mediante a garantia de oferta de creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade. Já. O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de nº 8.069/90, regulamentando o artigo 227 da Constituição, em seu artigo 3º diz que a criança e o adolescente devem ser assegurados os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, assim, tendo acesso às oportunidades como o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Além da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, existem outras regulamentações dizendo sobre os direitos e como ensinar na Educação Infantil, como os seguintes: Política de Nacional de Educação Infantil (1994); Subsídios para o credenciamento e o funcionamento das instituições de educação infantil (1998); Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998); Base Nacional Curricular Comum (2017). Essas regulamentações são de extrema importância para o funcionamento das instituições escolares, planejamento de aula do professor, eo conjunto de regras que devem existir para uma escola funcionar.
Segundo Aquino (2011, p. 76) “A contemporaneidade ativou a industrialização, a reorganização urbana, os movimentos de classes sociais, por ser a época dos direitos tanto do seu reconhecimento teórico quanto da sua afirmação prática. (AQUINO, 2011, p. 76)”
As mudanças, assim, extrapolam os ideais pedagógicos e se concretizam na criação de instituições de ensino, que imprimem, nas edificações suntuosas, o lugar e a forma de educar o sujeito da sociedade industrializada, visando à recomposição de um novo cenário social. A escola, portanto, teria o papel de educar o novo sujeito social, que deveria ser capaz de enfrentar os desafios de uma sociedade em constante progresso de industrialização e intenso processo de urbanização.
De acordo com Paschoal e Machado (2009, p. 50), a consolidação da educação infantil só ocorreu nas últimas décadas devido aos movimentos sociais que lutam e reivindicam os direitos humanos, incluindo o direito de todas as pessoas a uma educação de qualidade desde o início do ano. As últimas duas décadas foram de conquista dos direitos da criança brasileira, da capacidade da família de educar seus filhos e da obrigação do Estado de garantir todos esses direitos.
Já, conforme Oliveira (2008, p. 98), na educação infantil, grande parte das crianças terá o primeiro contato com a educação formal, que visa complementar a educação na família e na sociedade. É o segundo espaço de socialização humana. Portanto, esse nível de formação exige profissionais competentes e com as habilidades necessárias para lidar com as particularidades dessa faixa etária. Nesse estágio inicial da educação, há influências decisivas na personalidade de uma criança que podem afetá-la positiva ou negativamente pelo resto de sua vida.
Dentro da Educação Infantil, é onde a criança se forma como indivíduo, aprende os seus valores, consolida suas crenças, portanto, essa fase é muito importante da vida de uma pessoa fazendo-se necessário um cuidado do professor/educador que acompanhará essas crianças, para que faça um trabalho efetivo.
2.2. ENSINO LÚDICO 
O significado da atividade lúdica na vida da criança pode ser compreendido quando se considera a totalidade dos aspectos envolvidos: preparação para a vida, prazer de atuar livremente, possibilidade de repetir experiências, realização simbólica de desejos (CHATEAU, 1987, p.4).
A educação apresenta muitos desafios para quem nela trabalha e para quem se dedica à sua causa. Tem havido muita pesquisa, escrita e discussão sobre educação, mas o assunto é sempre atual e indispensável porque o foco está nas pessoas. Pensar em educação é pensar nas pessoas como um todo, em seu corpo, em seu ambiente, em suas preferências, em seus gostos, em suas alegrias, enfim, nas relações que vivenciaram.
Vygotsky (1984, p. 37) atribui um papel relevante ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. Ao brincar, a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, sua forma de aprender e entra em uma relação cognitiva com o mundo dos acontecimentos, das pessoas, das coisas e dos símbolos.
A criança, por meio do brincar, reproduz a fala externa e a internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem, segundo Vygotsky (1984, p. 39), tem um papel importante no desenvolvimento cognitivo da criança, pois sistematiza suas experiências e também colabora na organização dos processos em curso.
A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz (VYGOTSKY, 1984, p. 97).
De acordo com o autor, a criança já atinge seu próprio conhecimento brincando, conseguindo resolver seus problemas causados pela própria brincadeira e conseguindo uma solução rapidamente sozinha.
Obviamente, os diferentes modos de ludicidade não existem o tempo todo, nem mudam com o tempo. Como todas as atividades humanas, o brincar é composto pela interação de uma série de elementos que marcam um determinado momento histórico, transformados pelas ações dos indivíduos e por produtos, seus produtos culturais e tecnológicos.
A criança brinca para conhecer a si própria e aos outros em suas relações recíprocas, para aprender as normas sociais de comportamento, os hábitos determinados pela cultura, para conhecer os objetivos em seu contexto, ou seja, o uso cultural dos objetos, para desenvolver a linguagem e a narrativa, para trabalhar com o imaginário, para conhecer os eventos e fenômenos que ocorrem a sua volta (KISHIMOTO, 1994, p.19).
Brincar inclui ação, brincadeira, diversão, imitação, fantasia, liberdade de expressão, porque quando brincar a criança parece mais madura do que é, ela realmente entra no mundo adulto e os negócios representam os mais diversos temas. Portanto, o brincar torna-se importante no desenvolvimento das crianças para que os jogos e brincadeiras surjam gradativamente em nossas vidas, desde os mais funcionais aos prescritivos, que são elementos complexos que vão proporcionando experiências, permitindo a sua percepção e formação de identidades.
Tanto para Vygotsky (1984, p. 100) quanto para Piaget (1975, p. 89), o desenvolvimento não é linear, mas evolucionário, e assim a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade de adquirir certo tipo de conhecimento, é difícil perder essa capacidade. Com a formação do conceito, ocorre o verdadeiro aprendizado e existe um dos maiores espaços do jogo para a formação do conceito.
As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança (NEGRINE, 1994, p. 19)
O lúdico deve basicamente satisfazer a criança, trabalhar com o real, o concreto, tocar, mover, montar e desmontar. Tem como objetivo divertir-se com o próprio jogo e é considerado muito importante, pois apoia o desenvolvimento cognitivo e facilita a aprendizagem e a interação entre as crianças. Para Dohme (2003):
As atividades lúdicas podem colocar o aluno em diversas situações, onde ele pesquisa e experimenta, fazendo com ele conheça suas habilidades e limitações, que exercite o diálogo, liderança seja solicitada ao exercício de valores ético e muitos outros desafios que permitirão vivências capazes de construir conhecimentos e atitudes. (DOHME, 2003, p, 113).
Um recurso metodológico muito rico é o uso da alegria em sala de aula, brincando com a fantasia, a criança constrói uma ponte no tempo, repete o passado, vive o presente e projeta o futuro, transita entre o mundo inconsciente e a realidade, como a fantasia, e a realidade se complementam.
A ênfase na brincadeira divertida no jardim de infância é uma das muitas maneiras que nos permite ver como as crianças começam a se adaptar à realidade por meio de realizações físicas e funcionais, aprendendo a lidar com uma forma cada vez mais coordenada, flexível e objetiva de lidar com seu corpo, localiza-se o organiza num contexto espaço-temporal, o que lhe é louvável, que começa a fazer sentido para a sua memória pessoal. Quando as crianças não podem brincar, as crianças têm problemas espirituais ou inibições cognitivas, mesmo as crianças vivem na pobreza, as crianças brincam com qualquer objeto desobediente, pois isso é inerente à natureza humana (Niles e Socha, 2014, p. 83).
Assim, os jogos, brincadeiras, os tempos livres como livres, as atividades livres são protótipos do que constitui a atividade lúdica e não se reduzem de forma alguma as atividadesinfantis. Freinet (1998) não denomina "Práticas lúdicas Fundamentais" como a prática específica de uma atividade, acreditando que a natureza de qualquer atividade pode ser corrompida dependendo de como ela é usada. Portanto, para Freinet, a dimensão lúdica é:
Um estado de bem-estar que é a exacerbação de nossa necessidade de viver, de subir e de perdurar ao longo do tempo. Atinge a zona superior do nosso ser e só pode ser comparada à impressão que temos por uns instantes de participar de uma ordem superior cuja potência sobre-humana nos ilumina". (FREINET, 1998, p.304).
A escola precisa repensar quem está educando, considerando sua experiência, repertório e individualidade, pois se não o considerar dificilmente contribuirá para a mudança e produtividade de seus alunos. A negação do brincar pode ser entendida como uma perspectiva geral e, sob esse ponto de vista, está diretamente relacionada à negação da criança pela escola, com seu desrespeito, ou mesmo, com o desrespeito por sua cultura.
Trabalhos relacionados a jogos e brincadeiras com pré-escolares podem ser um caminho para a descoberta acadêmica, jogos e jogos devem ser salvos como ferramentas importantes para o aprendizado. Assim, Vygotsky (1989, p. 84) afirma que “as crianças formam estruturas mentais por meio do uso de ferramentas e signos. O jogo, a criação de situações imaginárias, surge da tensão individual e social. O jogo liberta a criança dos grilhões da realidade. "
Nessa discussão, Wallon (1962) foi um dos que rompeu os moldes do momento dizendo que a aprendizagem não depende apenas do conteúdo. Ele não só levou o corpo da criança para a aula, mas também suas emoções, o autor estudou quatro princípios básicos relacionados às emoções, movimento, inteligência e formação do eu como pessoa.
 Piaget (1980) em sua pesquisa focou em características de jogos de crianças com base na idade e descobriu que, enquanto as crianças exploram experiências e atividades repetitivas, em contraste, as crianças mais velhas tentaram se entender e criaram as regras do jogo.
Ao brincar com a linguagem, são instrumentos poderosos para iniciar crianças na brincadeira, pois se caracterizam por serem moldadas pelo som, pela musicalidade, pelos ritmos e pelo desafio de descobrir signos. Quanto à alegria, é preciso destacar que “ela também existe na linguagem e expressa uma preferência pela musicalidade, ritmo, rima e assonância que podem ultrapassar o sentido” (Freinet, 1998, p. 310).
A educação infantil lúdica deve ser trabalhada com as crianças desde a mais tenra idade, pois aumenta seu potencial para um desenvolvimento mais rápido da aprendizagem. Brincar na educação infantil é muito agradável, pois facilita o despertar para um novo mundo e promove a compreensão.
2.3. INÍCIO DA APRENDIZAGEM 
A oportunidade de ter acesso à EI (Educação Infantil) de qualidade é um direito da criança e um benefício que não pode ser medido apenas pelos resultados futuros, mas principalmente pelas experiências que a criança proporciona nessa fase da vida. Porém, do ponto de vista de políticas públicas, principalmente em um país como o Brasil, onde indicadores educacionais revelam a persistência de déficits significativos na educação básica da população, o debate sobre o impacto da EI no desempenho escolar significa e compõe uma série de questões para melhor investigar no contexto brasileiro.
Para creches, os resultados de duas pesquisas longitudinais realizadas nos Estados Unidos em mostraram os efeitos positivos de frequentar creches de qualidade e a importância do relacionamento da instituição com as famílias para o alcance de bons resultados com as crianças (Campos, 1997, p. 117-121). Assim, faz-se necessário a utilização da creche para as crianças desde sua pequena idade para que elas consigam se desenvolver no brincar, assim como adquirir novos conhecimentos e desenvolvimento de vários fatores.
Marcellino (1990, p. 13) defende a reintrodução das atividades de lazer na escola. Entende-se que esse direito ao respeito não implica na suposição de que a criança habite um mundo autônomo do adulto, nem que deva ser deixado nas mãos de seus pares, rejeitando, assim, a interferência do adulto no processo educacional. Os estudos psicanalíticos confirmam, junto com outros personagens não muito nobres, o autoritarismo que prevalece entre as crianças. Mas a intervenção do adulto não precisa necessariamente ser ignorada. Ao intervir, o adulto deve respeitar os direitos da criança.
Enquanto a aprendizagem é entendida como a apropriação e internalização de signos e instrumentos em um contexto sociointeracionista, o brincar é a apropriação ativa da realidade por meio da representação. Desse modo, brincar é análogo a aprender.
Dessa forma, o trabalho lúdico abre caminhos para envolver todos em uma proposta interativa e oferece oportunidades para resgatar qualquer potencial. A partir daí qualquer pessoa pode desencadear estratégias divertidas para agilizar seu trabalho, que com certeza será mais produtivo, agradável e significativo.
E o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar. Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. (MARCELINO, 1998, p. 28).
O professor é fundamental nesse processo, sendo encarado como um elemento essencial. Quanto maior e mais rica for a sua história de vida profissional, maiores serão as possibilidades de ele desempenhar uma prática educacional significativa.
Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho em que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesmo, do outro e da sociedade. E oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar.
As crianças falam brincando, porém, estamos vendo uma cultura com mais brinquedos e menos jogos; mais tecnologia e menos arte; muita individualidade e pouco respeito pelo indivíduo; a solidão da criança em vez de troca; uma cultura mais competitiva do que cooperativa; uma cultura de jogo violenta, descarada, indiferente e assustadora. Em suma, uma cultura em crise entre o que já não é relevante para as gerações atuais e inúmeras dúvidas sobre como restaurar ou recriar um passatempo mais saudável. Tivemos que criar ou recriar novos caminhos e possibilidades para que o jogo recuperasse seu estado atual no ambiente da Pré-escola e na consciência de cada educador.
É importante ressaltar que os momentos de diversão em sala de aula podem ser ou não por meio de jogos e brincadeiras, mas também por meio de atitudes. A atitude do professor é muito necessária em relação às crianças, deve ser gentil, alegre, entusiasta no trabalho, charmoso, simpático e acima de tudo, flexível. Qualquer jogo exige do profissional uma introspecção, através da qual pode ocorrer a troca de conhecimentos. Na verdade, de acordo com Kami (1991, p. 125):
Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para vida.
Nesse sentido, percebemos que o educador não é o donodo saber, mas sim o mediador do saber, facilitando a aprendizagem do aluno e levando-o a construir o conhecimento. 
 Por ser o lúdico tão eficaz na vida humana, o professor profissional deve sempre trazer alegria para a sala de aula e sempre reavaliar seus métodos de ensino, pois é o principal elo da ação educativa em sala de aula e responsável pelo sucesso das crianças.
A afetividade é estimulada por meio da vivência, a qual o educador estabelece um vínculo com o educando. A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria, ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.
E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno. Pois se aprende brincando, se aprende com prazer, com alegria. Assim a ludicidade tem conquistado um espaço na educação infantil.
3. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
O brincar na teoria de Winnicott é proporcionar a criança a um ambiente afetivo e seguro, pois o brincar, a criança precisa se sentir em segurança e relaxada, respeitar a sua capacidade de criar na brincadeira; isso não significa deixar de compartilhar dessa brincadeira, que vem a enriquecê-la e não se constitua na imposição do nosso brincar sobre aquele da criança (CARVALHO, 2005, p.47).
O brincar é muito importante para o desenvolvimento infantil, seu maior influenciador se dá no primeiro contato da criança com outras crianças diariamente, ou seja, na educação infantil. Neste último capítulo falaremos sobre os benefícios da brincadeira no ambiente escolar, a influência do brincar na aprendizagem e algumas brincadeiras lúdicas existentes dentro da escola. Os autores utilizados nesse capítulo são: Brougère (2002), Vygotsky (2007), Kishimoto (1999), Guilford (1987), Meadows in Brock et at (2011), Spodek et al (2002), Papalia, Olds, Feldman (2009), Smilansky (1968) e Oliveira (2002).
3.1. OS BENEFÍCIOS DA BRINCADEIRA NO AMBIENTE ESCOLAR
Dentro do ambiente escolar, é possível abordar a brincadeira de diversas formas, para a aquisição do conhecimento, o desenvolvimento cognitivo, motor e social e para lazer.
As atividades recreativas têm valor educacional intrínseco. Além desse valor, tem sido utilizado como recurso educacional. São vários os motivos pelos quais os educadores utilizam a brincadeira como alternativa a uma atividade lúdica e como recurso no processo de ensino-aprendizagem.
Para Vygotsky (2007, P. 99), de acordo com a abordagem histórico-cultural, o jogo consiste em satisfazer necessidades com a satisfação de desejos que não podem ser satisfeitos de imediato. O brinquedo será um mundo de fantasia no qual qualquer desejo pode ser realizado. As duas principais características apontadas pelo autor são as regras e as situações imaginárias, sempre presentes nos jogos. 
Segundo essa teoria, quando crianças pequenas brincam, usam muitas situações imaginárias, a imaginação está fortemente presente, enquanto as regras são mais escondidas, mas não deixam de existir. O jogo da casa é um exemplo de brincadeira de criança, em que reina a imaginação, mas estão sujeitas a certas regras de comportamento. Com o passar do tempo, as regras ocupam mais espaço e a situação fantasiada diminui, como em um jogo de dodge ball onde as regras são fundamentais, mas a situação imaginária de dois campos opostos em uma "guerra" "e comportamentos diferentes da vida real ainda persistem.
A criança torna-se menos dependente de sua percepção e a situação o afeta imediatamente, passa a direcionar seu comportamento também pelo significado dessa situação: “a criança vê um objeto, mas age de forma diferente do que vê. Assim, chega-se a uma condição em que a criança passa a agir sobre o que vê” (VYGOTSKY, 1998, p. 127). Ao brincar, a criança consegue separar os pensamentos (o significado de uma palavra) dos objetos, e as ações nascem de ideias, não de coisas. Por exemplo, um pedaço de madeira se torna uma marionete. Isso representa um grande passo no crescimento de uma criança.
Oliveira (1995) contribui para isso ao afirmar que, na situação imaginária constituída no brincar, crianças identificam a atividade por meio do significado do brinquedo. Por exemplo, fazer o papel do motorista, em relação ao ônibus e aos passageiros, e não porque os elementos estão realmente presentes, como as cadeiras da sala onde ele está jogando, o tapete, o vaso etc. Em consonância com a concepção de Vygotsky, crianças se relacionam com o significado em questão, com a ideia, não com o objeto concreto ao seu alcance. O brinquedo, portanto, apresenta uma situação de transição entre as ações da criança com objetos concretos e as ações significativas da criança. Fator importante, conforme discutido acima, para o desenvolvimento infantil.
O contexto social é muito importante para as brincadeiras das crianças. Segundo Brougère (2002, P. 76), o brincar é indissociável das influências do mundo, uma vez que não é uma atividade intrínseca do indivíduo, mas tem um significado social. Para a autora, a criança é um ser social e aprende a brincar. Jogue o aprendizado social presuntivo. “A criança não brinca numa ilha deserta. Ela brinca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas, ela brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça” (BROUGÈRE, 2001, p.105).
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p. 130).
Oliveira (1995) explica Vygotsky, dizendo que a aprendizagem é um aspecto necessário para o desenvolvimento de funções psicológicas, organizadas pela cultura e, portanto, caracterizadas como humanas. Existe um processo natural de desenvolvimento definido pela maturidade humana, mas é o aprendizado associado à exposição do indivíduo ao meio cultural que permite o surgimento dos processos psicológicos internos. O desenvolvimento de uma pessoa está atrelado à sua relação com o meio sociocultural e só terá sucesso se contar com o contato e apoio de outros indivíduos da mesma espécie. O desenvolvimento é impedido na ausência de situações de aprendizagem favoráveis.
Cada época tem suas brincadeiras relevantes e modernas para as crianças se espelharem, é necessário ter a compreensão que nem todas as brincadeiras serão utilizadas por todas as crianças existentes no mundo, irá depender da época que a mesma nasceu, como ela é influenciada (tecnologia) e o que ela tem acesso quanto criança em desenvolvimento adquirindo novos conceitos.
Para Kishimoto (1999, p. 90), as características que podem definir o brincar podem se resumir em uma única situação: criar prazer; é espontâneo e tem prioridade sobre os filhos; é controlado internamente pelo jogador e tem flexibilidade para praticar novas combinações de ideias e comportamentos. Alves (2001, p. 103) afirma que brincar é qualquer desafio aceito por causa do desafio, ou seja, confirma a teoria de que o brincar não tem fim em si mesmo e tem fim em si mesmo. 
Entende-se que o brincar é importante para o desenvolvimento infantil e Vygotsky (2007, p. 40) confirma isso. O autor afirma que brincar é uma atividade que incentiva a aprendizagem, pois cria uma zona de desenvolvimento proximal nas crianças.
No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo é comose ela fosse maior do que ela é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento. (VIGOTSKI, 2007, p.134).
Para Vygotsky (2007), a maior aquisição de uma criança se dá nos brinquedos, que se tornarão o nível básico de comportamento e moralidade no futuro. Nos brinquedos, a criança inicia a ação não apenas pela percepção imediata do objeto, por exemplo, quando ela vê um pedaço de papel e imediatamente o rasga ou amassa, ela passa a direcionar sua ação independentemente disso. Ela vê, ela pode ver um pedaço de papel e jogar "pequeno avião". 
Uma nova relação é formada entre o que a criança vê, sua percepção visual e o que a criança pensa, e o significado que as ações e objetos têm para ela naquele momento. Um pedaço de madeira não é mais apenas um pedaço de madeira, para uma criança pode se tornar um cavalo.
Para Guilford (1987, p. 30), e para jogos em que as crianças se expressam espontaneamente por meio da imitação. Ao combinar os jogos, estimulamos a formação consciente e/ou inconsciente, criamos atitudes e, assim, estabelecemos uma relação entre o professor e as personagens dos alunos, que neste caso são crianças. Através da brincadeira, estimulamos as crianças a adorarem temas específicos que irão satisfazer a curiosidade de cada criança, ajudando a coordenar a expressão corporal e a expressão verbal, que ocorre na comunicação verbal em jogos. 
 Assim, o brincar permite que professores e alunos entendam e aceitem formas e padrões de comportamento individual e social, passem a confiar, ou seja, se sentem seguros em todas as situações e se autoavaliam comportamentos individuais dentro de seu grupo. 
3.2. INFLUÊNCIA DO BRINCAR NA APRENDIZAGEM
As atividades de brincadeira podem ajudar as crianças a desenvolver e refinar os caminhos neurais do cérebro, através da promoção das estratégias de cognição quando elas memorizam, organizam e interiorizam a sua aprendizagem, conforme elas se envolvem em brincadeiras com resolução de problemas. (Meadows in Brock et al, 2011, p.121).
Do ponto de vista sociocultural, as características sociais são consideradas a força motriz do desenvolvimento infantil. Leontiev (1994) afirma que, no brincar, a criança descobre as relações existentes entre os homens. Além disso, as crianças também podem, por meio da brincadeira, avaliar suas próprias habilidades e compará-las com as de outras crianças. Brincar também permite que as crianças se conformem às normas culturais e aos papéis sociais (BROUGÈRE e WAJSKOP, 1997). Elkonin (1998) confirma isso ao afirmar que a história do brinquedo segue a história humana. O autor relata que os brinquedos mudam conforme o padrão da sociedade muda. Para verificar isso, basta analisar características de brinquedos usados ​​por crianças há 0 ou 50 anos. A boneca, por exemplo, ainda é usada por crianças hoje, porém, o objeto passou por mudanças significativas em sua fabricação, materiais utilizados, forma e propriedades. Enquanto a maioria das bonecas de 50 anos atrás eram feitas de porcelana, tecido ou palha de milho e tinham características infantis, as bonecas de hoje vêm na mais ampla variedade de matérias-primas, imitando formas de acordo com os padrões da indústria. Ty (jovem, alto) além de os muitos extras com que vêm, como falar, andar, dançar, cantar, entre outras habilidades.
No final desse período, os jogos icônicos começaram a diminuir à medida que se aproximavam cada vez mais da realidade. O símbolo perde sua distorção lúdica e se torna uma representação de imitação da realidade. Em seguida, comece a estruturar os conjuntos de regras, começando por volta dos 6 anos de idade e durando até o início da adolescência. Para Vygotsky (1991), todos os tipos de jogos estão incluídos em regras e imagens. Para o autor, independentemente da idade da criança e do tipo de jogo, esses dois aspectos estarão sempre presentes. Isidro e Almeida (2003) afirmam que as regras de um jogo, ou de um jogo, estão atreladas ao conhecimento que as crianças têm sobre a realidade social a que pertencem.
O brincar promove o aprendizado nas artes, ciências, matemática, estudos sociais, linguagem e alfabetização. Como tal, o pode colocar as brincadeiras no centro do currículo da primeira infância, pois pode ajudar a atingir as metas educacionais. (Spodek et al., 2002, p. 67). As crianças usam sons e símbolos escritos para representar palavras e ideias e, com atividades simbólicas, aprendem estratégias para a linguagem falada e escrita. Por meio de vários materiais adequados e muitos experimentos, conceitos matemáticos podem ser fornecidos. 
Ao observar materiais diferentes, explorando suas propriedades e fazendo perguntas, as crianças se colocam na “pele” de um cientista e mergulham no conhecimento científico. Brincar é importante para que as crianças se integrem à sociedade como um todo, pois permite que desenvolvam habilidades sociais, como fazer amigos, desenvolver habilidades sociais e negociar de forma significativa. 
Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um significado mais abrangente, sempre envolvendo interação social. (OLIVEIRA, 1995, p. 57)
As artes estão frequentemente presentes nas atividades infantis, pois oferecem iniciativas como a pintura, o canto e a dança, que são os temas preferidos das crianças, e permitem-lhes expressar as suas emoções, criatividade e ideias. Além de estimular os sentidos, o jogo também permite que as crianças desenvolvam suas habilidades motoras e físicas, aprendendo a controlar o próprio corpo.
“Brincar é trabalho infantil” (Papalia, Olds, Feldman, 2009, p. 291) e como em qualquer profissão, cada indivíduo tem seu próprio estilo, gosto e forma de fazer as coisas. Alguns pesquisadores classificaram os jogos infantis por conteúdo, ou seja, o que as crianças fazem enquanto brincam, e por dimensão social, determinando se as crianças brincam sozinhas ou com outras crianças. Esses parâmetros permitem avaliar a criança e fazer a observação correta.
“Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos.” (GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004)
Todos esses benefícios do brincar devem ser reforçados no ambiente escolar. Conforme mencionado, jogos facilitam o aprendizado e ativam a criatividade, ou seja, contribuem diretamente para a construção do conhecimento. Portanto, o professor deve estar atento a essa prática lúdica e aprimorar sua capacidade de contextualizar o jogo. Ao observar o jogo, os educadores podem entender as necessidades de cada criança, seus níveis de desenvolvimento, como se organizam e, com isso, planejar as ações educativas.
Segundo Melo e Valle (2005), por meio de brinquedos e suas ações lúdicas, as crianças expressam sua realidade, de maneira ordenada e desordenada, e constroem e decifram com elas um mundo que faz sentido para elas e correspondem às necessidades intrínsecas do desenvolvimento global. A brincadeira estimula a criança em vários aspectos, como intelectual, social e físico. O jogo o leva a novos espaços de compreensão que o estimulam a continuar, crescer e aprender.
Piaget e Smilansky (1968, p. 89) apresentam diferentes tipos de jogos: o primeiro refere-se ajogos funcionais (jogos envolvendo movimentos repetitivos), o segundo corresponde a jogos de construção (jogos) envolvendo o uso de objetos ou materiais para criar algo) e a terceira categoria inclui a crença jogos (conhecidos como fantasia, drama ou jogos mentais) imaginários, ou seja, um jogo com pessoas ou situações imaginárias). (Piaget 1951 e Smilansky 1968 em Papalia et al., 2009, p. 79). Todos são importantes no jogo e não devem ser esquecidos, e todos devem ser tratados da mesma forma que a criança.
A pré-escola é um local especial onde aparecem os jogos e brincadeiras típicas da infância, pois as crianças passam a maior parte do tempo em instituições de ensino, o brincar deve ser valorizado e incentivado pelos educadores. 
 Os educadores têm uma compreensão clara da importância do brincar, assim como dos jogos, brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento social, físico, emocional e cognitivo das crianças, o que pode ser afirmado por alguns teóricos. Assim, as opiniões expressas pelos educadores não se baseiam no bom senso. Para os educadores, o ato de brincar é inerente à infância e é a forma pela qual a criança deve integrar os laços sociais e culturais do meio em que é inserida.
Assim, a utilização de jogos em um ambiente educacional é extremamente necessária. Como afirmam Ferreira, Misse e Bonadio (2004), o brincar deve ser um dos eixos da organização escolar: a sala de aula é enriquecida pelo desenvolvimento motor, intelectual e criativo das crianças.
Isso é ainda mais importante agora, quando os filhos vivem mais isolados em seus pequenos apartamentos, onde os pais estão cada vez mais ocupados com o trabalho e raramente têm tempo para desfrutar os momentos de lazer com os filhos. As crianças sabem pouco sobre jogos, principalmente jogos em grupo, em parte devido à agenda diária repleta de tarefas, como inglês, natação, música entre outros.
3.3. BRINCADEIRAS LÚDICAS 
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil (PIAGET, 1976, p.160).
O papel do brincar aparece na sociedade contemporânea como uma oportunidade de ajudar com os valores humanos mais intrínsecos; como o potencial para cura espiritual e física; como forma de comunicação entre iguais e entre gerações diferentes; como ferramenta de desenvolvimento e portal de aprendizagem; como possibilidade de salvar patrimônio recreativo e cultural em diferentes contextos socioeconômicos; como um desafio deste novo século no uso do tempo livre; como habilidade criativa; como ferramenta de integração em uma sociedade regulada; como a capacidade de se dar bem com os outros, de se colocar no lugar do outro (empatia); ganhe hoje e perca amanhã; liderar e ser liderado; falar e ouvir; como desafio à unidade do trabalho em equipe, uma postura mais cooperativa e ecológica; como caminho de conhecimento e descoberta de possibilidades ocultas; como um caminho para a autonomia, liberdade de escolha, transformação e tomada de decisão.
A questão dos jogos e brincadeiras há muito tempo é discutida e sua importância no desenvolvimento infantil. Atualmente, são pesquisadores interessados ​​em compreender esse fenômeno, buscando principalmente responder a questões como: o papel dessas atividades no desenvolvimento infantil; porque a criança deve brincar; o que a brincadeira dá à criança em termos de aprendizagem, entre outras coisas.
Ao interagir com outras crianças, as crianças se obrigam a dar e receber comandos, se revezam nas brincadeiras, emprestam seus brinquedos, compartilham o bem e o mal, fazem amizades, são tolerantes e respeitosas, enfim, por sua vez, a criança desenvolve a sociabilidade. No mundo lúdico, a criança encontra um equilíbrio entre realidade e fantasia, nutre sua vida interior, explora o mundo e se torna ativa.
Por meio da brincadeira, as crianças podem desenvolver sua liberdade e expressão, bem como sua criatividade ao trabalhar com elas. É na interação com os próprios brinquedos e com o ambiente que as crianças constroem seus conhecimentos, ou seja, por meio de suas diversas atividades lúdicas, de construção e reconstrução.
Oliveira (2002), explica que:
Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu pensamento verbal (OLIVEIRA, 2002, p.160).
Os brinquedos podem, portanto, tornar-se uma oportunidade ou oportunidade para o desenvolvimento cognitivo, onde a brincadeira termina explorando, inventando e aprendendo por meio de suas habilidades ainda quando criança. A partir de aí o brincar é como uma atividade social específica, tendo um significado essencial na interação e na construção do conhecimento da realidade das crianças e estabelece um vínculo com a função pedagógica da escola. 
Pensa-se que brincar é um estímulo para aprender e brincar é sério, por vezes o desenvolvimento do pensamento das crianças é prejudicado por uma série de fatores e cria uma série de causas que dificultam a aprendizagem: por exemplo, quando as crianças prestam pouca atenção ao jogo, à causa, evita o contato com amigos, sempre se afasta das relações sociais e tem dificuldade para trabalhar em grupo. Desta forma, fica isolado, sem ou sem vontade de agir. Para evitar isso, precisamos valorizar as crianças como parte da ação (ALMEIDA, 2000, p. 82).
No jogo, as crianças convertem o conhecimento que tinham antes em conceitos gerais para brincar. É no ato da brincadeira que a criança estabelece várias associações entre as características do papel que assume, suas habilidades e as relações que mantém com os outros papéis, passando a percebê-los e generalizá-los para outras situações. 
 Para brincar, as crianças precisam de certa autonomia para escolher seus companheiros e os papéis que irão desempenhar em um determinado tema e enredo, cujo desenvolvimento depende apenas da vontade de quem está brincando.
 Os jogos divertem e educam a criança, pois é através deles que a criança pode perceber situações, resolvê-las e aprender ao mesmo tempo. Assim, o jogo surge sempre de forma organizada e educativa, pois a criança que brinca deve tomar certas decisões e com a companhia aprende a conviver em grupo, a compreender o mundo em que vive, a construir, construir e partilhar significados, bem como atitudes motivacionais para sua sociabilidade e autocontrole. Jogos, brinquedos e brincadeiras podem ser considerados e serão elementos fundamentais da infância, pois por meio do ato de brincar, o brinquedo pode caracterizar a presença de outras crianças, e o brincar é com outras crianças.
De acordo com Winnicott (1975, p. 47), “Pode-se pensar que essa cultura lúdica irá construir uma bagagem cultural para a criança e se incorporar de modo dinâmico à cultura, à capacidade de criação do futuro adulto”.
A influência indireta dos brinquedos interfere na estrutura da cultura lúdica infantil, tanto no nível do comportamento lúdico quanto no conteúdo simbólico. A cultura lúdica está enraizada em diferentes tradições, vemos os jogos tradicionais em sentido estrito, mas talvez a estrutura lúdica, os elementos, os temas, os conteúdos sejam reativados mais relacionados com o programa destinado às crianças

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