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TCC - A Importância do Lúdico na Educação Infantil

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PAGE 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA
A importância do lúdico na Educação Infantil
Jaú
2009
A importância do lúdico na Educação Infantil
TROIANO, Eliana Luiza D’Agostini. A Importância do Lúdico na Educação Infantil. 2009. 40. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação – Pedagogia) – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, Jaú, 2009.
RESUMO
O presente trabalho, como abrange um tema maravilhoso de trabalhar, gira em torno da importância do lúdico, mostrando o quão importante à brincadeira pode ser na vida de uma criança, tanto para o seu desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e intelectual. Essa pesquisa visa explorar o significado do brincar na educação infantil, mostrando como o lúdico pode auxiliar na construção de seu conhecimento. Assim, demonstramos que o aprendizado não ocorre somente com os materiais didáticos e sim, em todo o momento de sua vida, até mesmo quando brinca, a criança pode estar aprendendo algo que contribuirá para seu desenvolvimento. O lúdico pode ser usado como um recurso, que propicia um ensinar de forma correta, simples e divertida. A criança também constrói seu conhecimento, em brincadeiras próprias, as quais chamam de livres. O professor neste caso não é o dono do saber, mas ele será o mediador, ajudando-a através do lúdico, fazer descobertas e juntos construírem e reconstruírem seu conhecimento. Desta forma, percebemos que a educação infantil, deve propiciar o desenvolvimento e descobertas, de forma prazerosa, compreendendo que a criança tem seu “mundo” repleto de brincadeiras e imaginação, e devemos procurar utilizar estas características para nos tornarmos cada vez mais próximos de suas necessidades, proporcionando à criança um desenvolvimento completo, em todos os aspectos. Buscamos construir um referencial da compreensão do significado da infância através dos séculos, pontuando os espaços que a criança freqüentava e que passou a freqüentar. Para a realização deste trabalho lançamos mão de uma pesquisa qualitativa, coletando dados através de observações feitas, tanto na rede particular como na rede pública e também por meio dos questionários fechados dirigidos a professores e direção. Pretendemos contribuir para a compreensão do significado da infância e da importância do brincar às crianças.
Palavras-chave: Lúdico, Educação Infantil, Jogos, Brincadeiras, Brincar.
sumário
	1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................
	7
	
	
	2 OBJETIVOS ..........................................................................................................
	8
	
	
	3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................
	9
	
	
	3.1 CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
	21
	
	
	3.2 CAPÍTULO 2 – A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO BRINCAR...........................
	25
	
	
	3.3 CAPÍTULO 3 – A RELAÇÃO BRINCADEIRAS-REALIDADE.........................
	28
	
	
	3.4 CAPÍTULO 4 – A TEORIAS EDUCACIONAIS E O BRINCAR.........................
	31
	
	
	3.5 CAPÍTULO 5 – AÇÃO LÚDICA NO CONTEXTO ATUAL................................
	34
	
	
	3.6 CAPÍTULO 6 – BRINCADEIRAS, BRINQUEDOS E JOGOS NA ESCOLA
	35
	
	
	4 METODOLOGIA ....................................................................................................
	37
	
	
	5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................
	39
	
	
	REFERÊNCIAS .....................................................................................................
	40
	
	
1 INTRODUÇÃO
A partir de um estudo bibliográfico sobre a importância do lúdico na Educação Infantil, pretendo com esse trabalho, solidificar o uso de jogos e brincadeiras como forma de aprendizagem por crianças de 3 a 5 anos.
O lúdico existe desde a pré-história segue sua trajetória paralelamente à história e principalmente aos diversos conceitos de infância e suas necessidades, portanto, este trabalho, se propõe por meio de fontes bibliográficas, elucidarem a importância da ação lúdica no contexto escolar como grande aliada do desenvolvimento integral da criança na Educação Infantil. O brincar é sem dúvida um meio pelo quais os seres humanos exploram uma variedade de experiências em diferentes situações e para diversos propósitos, no entanto, os adultos muitas vezes vêem o brincar como uma atividade barulhenta, desorganizada e desnecessária, e é por esta questão que até mesmo no contexto escolar o brincar é desvalorizado ocupando os últimos degraus na escala de importância, e na maioria das vezes sendo utilizado como passa tempo ou brincar pelo brincar.
Diante do exposto acima, pretendo através deste trabalho provar à importância do lúdico na Educação Infantil, através de alguns autores, e mostrar que aprender é muito prazeroso, embora a utilização do lúdico muitas vezes possa ser mais trabalhosa, os objetivos propostos são alcançados de forma mais ampla, pois à ação lúdica inicia-se no contexto social para um propósito educacional.
O brincar é sem dúvida um meio pelo qual os seres humanos e os animais exploram uma variedade de experiências em diferentes situações, para diversos propósitos. Considerem, por exemplo, quando uma pessoa adquire um novo equipamento, tal como uma máquina de lavar – a maioria dos adultos vai dispensar a formalidade de ler o manual de ponta a ponta e preferir “brincar” com os controles e funções. Através deste meio, os indivíduos chegam a um acordo sobre as inovações e se familiarizam com objetos e materiais: nas descrições do brincar infantil isso é frequentemente classificado como um brincar “funcional”. Esta experiência “prática” de uma situação real com um propósito real para o suposto “brincador”, normalmente é seguida pela imediata aprendizagem das facetas da nova máquina, reforçada subsequentemente por uma consulta ao manual e consolidada pela prática.
A semelhança deste processo com uma forma idealizada de aprendizagem para as crianças pequenas é inevitável. Mas será que o brincar é verdadeiramente valorizado por aqueles envolvidos na educação e na criação das crianças pequenas? Com que freqüência o brincar e a escolha dos materiais lúdicos são reservados como uma atividade para depois de as crianças terminarem o “trabalho”, reduzindo assim tanto seu impacto quanto seu efeito sobre o desenvolvimento da criança. 
O brincar em situações educacionais, proporciona não só um meio real de aprendizagem como permite também que adultos perceptivos e competentes aprendam sobre as crianças e suas necessidades. No contexto escolar isso significa professores capazes de compreender onde as crianças “estão” em sua aprendizagem e desenvolvimento geral, o que, por sua vez, dá aos educadores o ponto de partida para promover novas aprendizagens nos domínios cognitivos e afetivos.
Este trabalho não cria mais uma definição de brincar. Em vez disso, tentamos desafiar as concepções daquilo que o brincar pode e deve proporcionar aos jovens aprendizes no contexto escolar. Isso é vital em um clima educacional baseado em temas e em um currículo competitivo que pode relegar o brincar ao último degrau de qualquer escala de importância. 
Muitos adultos valorizam o brincar da boca para fora. Este trabalho embora centrado principalmente na educação infantil, tem o objeto de ajudar professores, auxiliares de creche, pais e todos aqueles que influenciam as vidas das crianças e ajudam a perceber como brincar pode ser verdadeiramente utilizado para o desenvolvimento e a aprendizagem durante toda a vida. 
2 OBJETIVOS
Os objetivos desse trabalho são:
· Analisar a importância do lúdico na Educação Infantil.
· Identificar algumas formas errôneas na utilização de jogos e brincadeiras nas séries iniciais.
· Estudar autores diferentes em torno de uma mesma problemática.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivasdas crianças de zero a seis anos, a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem estar embasadas nos seguintes princípios educativos:
· o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.; 
· o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; 
· o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, aos afetos, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética; 
· a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; 
· o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade. 
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas.
A brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação, isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente vivenciada.
Isso significa que uma criança que, por exemplo, bate ritmicamente com os pés no chão e imagina-se cavalgando um cavalo, está orientando sua ação pelo significado da situação e por uma atitude mental e não somente pela percepção imediata dos objetos e situações.
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando.
A brincadeira favorece a auto estima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil. 
Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações. 
Propiciando a brincadeira, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos.
O brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas categorias incluem: o movimento e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças; a relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e associação entre eles; a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo social se constrói; e, finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo-se em um recurso fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como atividade fundamental da qual se originam todas as outras; brincar com materiais de construção e brincar com regras. 
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem.
É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. Nessa perspectiva não se deve confundir situações nas quais se objetiva determinadas aprendizagens relativas a conceitos, procedimentos ou atitudes explícitas com aquelas nas quais os conhecimentos são experimentados de uma maneira espontânea e destituída de objetivos imediatos pelas crianças. Pode-se, entretanto, utilizar os jogos, especialmente àqueles que possuem regras, como atividades didáticas. É preciso, porém, que o professor tenha consciência que as crianças não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão. 
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. 
Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e comunicar de uma forma específica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser um personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar "faz-de-conta" que é outro. Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando-os por meio da criação de uma situação imaginária nova. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também tornam-se autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata.
Quando utilizam à linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens. Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito, etc., as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.
A música, na educação infantil mantém forte ligação com o brincar. Em algumas línguas, como no inglês (to play) e no francês (jouer), por exemplo, usa-se o mesmo verbo para indicar tanto as ações de brincar quanto as de tocar música. Em todas as culturas as crianças brincam com a música. Jogos e brinquedos musicaissão transmitidos por tradição oral, persistindo nas sociedades urbanas onde a força da cultura de massas é muito intensa, pois são fonte de vivências e desenvolvimento expressivo musical. Envolvendo o gesto, o movimento, o canto, a dança e o faz-de-conta, esses jogos e brincadeiras são expressões da infância. Brincar de roda, ciranda, pular corda, amarelinha, etc. são maneiras de estabelecer contato consigo próprio e com o outro, de se sentir único e, ao mesmo tempo, parte de um grupo, e de trabalhar com as estruturas e formas musicais que se apresentam em cada canção e em cada brinquedo.
Os jogos sonoro-musicais possibilitam a vivência de questões relacionadas ao som (e suas características), ao silêncio e à música. 
Brincar de estátuas é um exemplo de jogo em que, por meio do contraste entre som e silêncio, se desenvolve a expressão corporal, a concentração, a disciplina e a atenção. A tradicional brincadeira das cadeiras é um outro exemplo de jogo que pode ser realizado com as crianças.
Jogos de escuta dos sons do ambiente, de brinquedos, de objetos ou instrumentos musicais; jogos de imitação de sons vocais, gestos e sons corporais; jogos de adivinhação nos quais é necessário reconhecer um trecho de canção, de música conhecida, de timbres de instrumentos, etc.; jogos de direção sonora para percepção da direção de uma fonte sonora; e jogos de memória, de improvisação, etc. são algumas sugestões que garantem às crianças os benefícios e alegrias que a atividade lúdica proporciona e que, ao mesmo tempo, desenvolvem habilidades, atitudes e conceitos referentes à linguagem musical.
O jogo tornou-se objeto de interesse de psicólogos, educadores e pesquisadores como decorrência da sua importância para a criança e da idéia de que é uma prática que auxilia o desenvolvimento infantil, a construção ou potencialização de conhecimentos. A educação infantil, historicamente, configurou-se como o espaço natural do jogo e da brincadeira, o que favoreceu a idéia de que a aprendizagem de conteúdos se dá prioritariamente por meio dessas atividades. A participação ativa da criança e a natureza lúdica e prazerosa inerentes a diferentes tipos de jogos têm servido de argumento para fortalecer essa concepção, segundo a qual se aprende brincando. 
O jogo é um fenômeno cultural com múltiplas manifestações e significados, que variam conforme a época, a cultura ou o contexto. O que caracteriza uma situação de jogo é a iniciativa da criança, sua intenção e curiosidade em brincar com assuntos que lhe interessam e a utilização de regras que permitem identificar sua modalidade. A livre manipulação de peças e regras por si só não garante a aprendizagem. O jogo pode tornar-se uma estratégia didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade de aprendizagem, isto é, proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude. Para que isso ocorra, é necessário haver uma intencionalidade educativa, o que implica planejamento e previsão de etapas pelo professor, para alcançar objetivos predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe são decorrentes. 
Vários tipos de brincadeiras e jogos que possam interessar à criança pequena constituem-se rico contexto em que idéias matemáticas podem ser evidenciadas pelo adulto por meio de perguntas, observações e formulação de propostas. São exemplos disso cantigas, brincadeiras como a dança das cadeiras, quebra-cabeças, labirintos, dominós, dados de diferentes tipos, jogos de encaixe, jogos de cartas, etc. 
Pelo seu caráter coletivo, os jogos e as brincadeiras permitem que o grupo se estruture que as crianças estabeleçam relações ricas de troca, aprendam a esperar sua vez, acostume-se a lidar com regras, conscientizando-se que podem ganhar ou perder. 
 “Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criança desempenha a imitação, com muita freqüência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança” (Vygotsky, 1999:12). 
Para Vigotsk um elemento de grande importância é o papel da imaginação que coloca em estreita relação com a atividade criadora. Ele afirma que os processos de criação são observáveis principalmente nos jogos da criança, porque no jogo ela representa e produz muito mais do que aquilo que viu.
O que torna o jogo uma atividade importante para o desenvolvimento da criança, é o exercício no plano da imaginação da capacidade de planejar, imaginar situações diversas, representar papéis e situações do cotidiano, bem como, o caráter social das situações lúdicas, os seus conteúdos e as regras inerentes à cada situação.
As regras são partes integrantes do jogo simbólico, embora, não tenham o caráter de antecipação e sistematização como nos jogos habitualmente "regrados". 
Ao desenvolver um jogo simbólico a criança ensaia comportamentos e papéis, projeta-se em atividades dos adultos, ensaia atitudes, valores, hábitos e situações para os quais não está preparada na vida real, atribuindo-lhes significados que estão muito distantes das suas possibilidades efetivas. A atuação nesse mundo imaginário cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal formada por conceitos ou processos em desenvolvimento.
De acordo com as concepções de Vygotsky, uma prática pedagógica adequada perpassa não somente por deixar as crianças brincarem, mas, fundamentalmente por ajudar as crianças a brincar, por brincar com as crianças e até mesmo por ensinar as crianças a brincar.
A Educação Infantil tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, por isso, é considerada a primeira etapa da educação básica. O professor deve partir da vivência e dos conhecimentos prévios da criança propiciando experiências prazerosas no ambiente educacional.
Para que as crianças possam desenvolver uma identidade própria, na Educação Infantil deve existir sempre a socialização de todas as atividades propostas, permitindo às crianças aprendizagens diversificadas. Para tanto, devem ser oferecidos a elas experiências ricas em brincadeiras, jogos, projetos, diversidades de todos os tipos e aprendizagens múltiplas.
“As brincadeiras, os jogos e demais atividades físicas são fundamentais para o desenvolvimento da motricidade infantil.” Jogos, Projetos e Oficinas para a Educação Infantil, de Marília Centurion, Margaret Presser, Sorel Silva e Arnaldo Rodrigues, nos apresenta uma série de orientações e sugestões de atividades nas áreas de Matemática, Língua Portuguesa, Natureza e Sociedade, Músicas, Jogos e Brincadeiras, Projetos, Oficinas, Artes, Ciências, História e Geografia na Educação Infantil. Este livro tem como base o Referencial Curricular para a Educação Infantil.
Começando pelas atividades de matemática vemos que a criança estabelece conexões entre o seu cotidiano, a Matemática e as demais áreas do conhecimento, e dentre diferentes temas matemáticos, brincando, jogando, cantando e ouvindo histórias, ela vai elaborando suas próprias noções matemáticas. Nessa fase na Educação Infantil, esses conhecimentos vão se construindo através de uma variedade de brincadeiras e jogos, principalmente os classificados como de construção e de regras. 
Os conteúdos aqui trabalhados são: diferença e igualdade de tamanhos, grande ou pequeno, maior ou menor, macio ou duro, áspero ou liso, mais grosso ou mais fino, largo ou estreito, ordem de tamanho, para cima ou para baixo, cheio ou vazio, aberto ou fechado, formas geométricas planas, formas geométricas espaciais, formas iguais ou diferentes, seqüência temporal, símbolos, nenhum, muito ou pouco, único, mais ou menos, menos quantidade, quantos (as)?, a idéia de quantidade (contagem), números, correspondência um a um, formandogrupos, mais alto, mais baixo, expressão corporal, dentro ou fora, pequeno, médio ou grande, antes, depois, pertence ou não pertence, classificação de sólidos, um(a) único(a), para a direita ou para a esquerda, logo depois, entre, logo antes, igual ou diferente, noções de medida, identificando notas de real, mais leve ou mais pesado.
Nesses diversos conteúdos, o livro nos traz diversas formas de trabalho, como jogos, desafios, brincadeiras, memorização, muitas vezes contextualizando com datas comemorativas e outras disciplinas.
Em matemática, segundo o livro, o importante para a avaliação é a observação das diferenças individuais de cada criança, a possibilidade e capacidade de aprendizagem de cada um, respeitando seu tempo próprio. Essa avaliação deve ser sistemática e se dar ao longo de todo processo de aprendizagem.
Outro eixo básico na Educação Infantil é a Língua Portuguesa, dada sua importância para a formação de um sujeito que irá interagir com as demais pessoas, a construção e o desenvolvimento de muitos pensamentos. Tudo começa quando as mães conversam com seus filhos ainda bebês, e sem perceberem estão iniciando ai a aquisição da linguagem de seus filhos. A partir desse momento a criança começa a compreender o que falam e a se fazer compreender, mesmo antes da fala propriamente dita. Quando a criança já detém o processo da fala, cabe a família e também a escola priorizar o processo do diálogo, inter-relacionando as crianças, criando rodas de conversa, socializando fatos ocorridos, histórias ouvidas, casos que vivenciaram, ou mesmo que gostariam de vivenciar, deixando que elas se comuniquem oralmente a vontade, pois, a partir daí conseguiram ampliar seu universo discursivo e sua comunicação oral.
A linguagem oral se constrói por um processo de aproximação, ou seja, tudo aquilo que as crianças ouvirem, elas acabaram por repetir, sejam seus pais, irmãos ou familiares em geral, ou a professora, ou animais que ouça sempre, falas da televisão, do rádio, músicas e até mesmo os erros.
Para o desenvolvimento da expressão oral das crianças o livro sugere: adivinhas, parlendas, trava-línguas, quadrinhas e ditados populares; música, movimentos ajustados ao ritmo das canções: brincadeiras de roda; reconhecendo a voz do outro nas brincadeiras de roda; sonoridade das palavras: rimas; seqüência de cenas: estímulo a criatividade; inventando o final da história; história sem texto.
As crianças desde seus primeiros meses de vida, estão em permanente contato com a linguagem escrita, seja em livros, revistas, jornais, caixas de brinquedos, rótulos de alimentos, remédios, etc. e esse diversificado contato em seu ambiente social, faz com que elas acabem por descobrir o aspecto funcional da comunicação escrita e desenvolver um interesse e curiosidade por essa linguagem.
O educador deve despertar nas crianças o gosto, o prazer pela leitura, trabalhando com textos que chamem a atenção de seus alunos. Dessa forma a criança terá entretenimento e prazer, adquirindo conhecimento através da leitura.
Aliada a leitura de textos, a escrita é desenvolvida decifrando-se o código escrito, observando como as crianças lêem, o significado das legendas, porque utilizar letras maiúsculas, letras em revistas, jornais, rótulos e embalagens, nomes de frutas em embalagens, poesia e desenho, participação ativa na construção do conhecimento. Para fixar o código escrito, utilizam-se jogos para Língua Portuguesa.
Em Língua Portuguesa, segundo o livro, o importante para a avaliação na linguagem oral e escrita é a observação das diferenças individuais de cada criança, a possibilidade e capacidade de aprendizagem de cada um, respeitando seu tempo próprio. Essa avaliação deve ser feita através de atividades contextualizadas e se dar ao longo de todo processo de aprendizagem, onde o professor deve observar como os alunos estão construindo sua linguagem.
A relação da criança pré-escolar com os fenômenos naturais e sociais pode ser sintetizada numa única palavra: curiosidade. Partindo dessa curiosidade, o trabalho escolar deve ser planejado.
A partir de seu nascimento a criança começa a receber o conhecimento de mundo. Em tudo o que faz e em tudo que está a sua volta ela recebe informações das mais diversas formas possíveis. Na escola deve ocorrer a sistematização e ampliação dessas informações para que seja gerado um conhecimento. Esse processo de construção do conhecimento irá ocorrer em um ambiente coletivo de convivência, de troca de informações, de discussões, confrontos, competições e colaborações mútuas, que é o ambiente escolar, por isso, que esse processo se torna ainda mais enriquecedor.
Neste ambiente ainda ocorrem questões ligadas a valores como ética, honestidade, disciplina, companheirismo, solidariedade, persistência, amizade e respeito.
Nessa fase, na Educação Infantil, o conhecimento não é reconhecido pela criança como algo compartimentado. A curiosidade é uma só, por isso, com grande freqüência, o mesmo tema acaba sendo abordado em mais de uma disciplina, com enfoques e pontos de vista distintos.
O livro tem como proposta a formação de conceitos e valores: apresentar alternativas à sociedade de consumo, que gera constante insatisfação, valorizar os trabalhos manuais tanto quanto os intelectuais, compreenderem o homem como parte do meio ambiente, estimular no aluno a autonomia e a visão crítica, despertar na criança a consciência da responsabilidade sobre o cuidado com seu corpo, permitir o acesso a produções da cultura popular vetadas pela mídia, e contribuir para a formação de um cidadão atuante.
O professor deve aproveitar questões do dia-a-dia da criança para enriquecer suas aulas e com isso trazer discussões e fazer com que as crianças reflitam sobre questões geradoras de opiniões, tais como: uma campanha de vacinação, uma consulta rotineira ao pediatra, a compra de um brinquedo, o trabalho dos pais, a visita a um dentista, etc.
Na Educação Infantil não faz sentido a divisão do tempo escolar em matérias pré definidas, porém, trabalhar com Ciências, História e Geografia, nos permite mostrar as crianças a importância de regras de convivência, a colaboração e a construção da afetividade, explorar o meio em que vivemos e com isso cuidar melhor dele, entre outras.
Os conteúdos de Ciências trabalhados são: corpo e saúde; características dos animais, características dos vegetais; socialização e afetividade; tradição cultural; ambientes e fenômenos naturais.
Em História, são trabalhados os seguintes conteúdos: educação para o trânsito; afetividade e história pessoal; trabalho; meios de comunicação; escola; meios de transporte; registro e memória.
Em Geografia os conteúdos são: organização e transformação do espaço; tempo e seqüência; ambiente e recursos naturais; orientação espacial; símbolos.
Além dos conteúdos trabalhados em sintonia, o livro apresenta também jogos para essas três disciplinas.
Depois desses conteúdos devidamente trabalhados, a avaliação é feita, não enfocando o aluno, mais sim o processo ensino-aprendizagem, o qual inclui aluno, professores, escola e família, pois nessa primeira fase da educação todos devem estar inseridos nesse processo, entre outros fatores que interferem no desenvolvimento da criança.
Para complementar a aprendizagem das crianças, o livro nos traz músicas, jogos e brincadeiras, cantigas populares, adivinhas, parlendas, trava-línguas, quadrinhas e ditados e brincadeiras populares; discografia, projetos, oficinas e artes na Educação Infantil, tudo isso para que possamos incrementar cada vez mais nossas aulas e torna-las mais atrativas e prazerosas para nossos alunos, já que hoje em dia a concorrência com televisores, computadores e demais mídias se torna tão desleal com nossa sala de aula cada vez mais desequipada.
Piaget (1998) acredita que os jogos são essenciais na vida da criança.  De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. 
Em torno dos 2-3 e 5-6 anos (fase Pré-operatória)nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar o mentalmente o acontecido, mas também de executar a representação.
Em período posterior surgem os jogos de regras, que são transmitidos socialmente de criança para criança e por conseqüência vão aumentando de importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social. Para Piaget, o  jogo constituiu-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.
Segundo Piaget (1976): “... os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual”.
“O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem a todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais e que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil”.(Piaget 1976, p.160).
Já Vygotsky (1998), diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é interativo.
Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de problemas.  Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não.
3.1 Capítulo 1 – A importância do Lúdico na Educação Infantil
Soubéssemos nós adultos preservar o brilho e o frescor da brincadeira infantil, teríamos uma humanidade plena de amor e fraternidade. Resta-nos, então, aprender com as crianças.
A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja presente na escola desde a educação infantil para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas – considerando-se como lúdicas as brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças.
As atividades lúdicas é a essência da infância. Por isso, ao abordar este tema não podemos deixar de nos referir também à criança. Ao retornar a história e a evolução do homem na sociedade, vamos perceber que a criança nem sempre foi considerada como é hoje. Antigamente, ela não tinha existência social, era considerada miniatura do adulto, ou quase adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo, nas classes altas era educada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda familiar.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias e para se tornar um adulto, ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família, posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
Cada época e cada cultura têm uma visão diferente de infância, mas a que mais predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto, um ser em miniatura, dando à criança uma visão negativa. Foi preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criança na sociedade para que se pudesse associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas, surgindo como decorrência à valorização dos jogos e brinquedos. O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de consenso a importância do lúdico.
As atividades lúdicas possibilitam fomentar a resiliência, pois permitem a formação do auto conceito positivo; 
As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente. 
O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade; 
Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação; 
Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.
Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua e cria. O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil, possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças e com os adultos.
Com brincadeiras e jogos o espaço escolar pode-se transformar em um espaço agradável, prazeroso, de forma a permitir que o educador alcance sucesso em sala de aula. Nós, educadores temos que ser multifuncionais, ou seja, não apenas educadores, mas filósofos, sociólogos, psicólogos, psicopedagogos, recreacionistas e muito mais, para que possamos desenvolver as habilidades e a confiança necessária em nossos educandos. 
Com relação ao jogo, Piaget (1998) acredita que ele é essencial na vida da criança. De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno dos 2-3 e 5-6 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem à necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a representação.
Acredito que as brincadeiras devem acompanhar a criança da educação infantil, pois nesse período da vida da criança, são relevantes todos os aspectos de sua formação, pois como ser bio-psico-social-cultural dá os passos definitivos para uma futura escolarização e sociabilidade adequadas como membro do grupo social que pertence. 
Em estudos realizados sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil, afirma que quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica. É fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta pedagógica.
A criação de espaços e tempos para os jogos e brincadeiras é uma das tarefas mais importantes do professor, principalmente na escola de educação infantil. Cabe-nos organizar os espaços de modo a permitir as diferentes formas de brincadeiras, de forma, por exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos, ou seja, observando e respeitando as diferenças de cada um.
Nos tempos atuais, as propostas de educação infantil dividem-se entre as que reproduzem a escola elementar com ênfase na alfabetização e números (escolarização) e as que introduzem a brincadeira valorizando a socialização e a re-criação de experiências. No Brasil, grande parte dos sistemas pré-escolares tende para o ensino de letras e números excluindo elementos folclóricos da cultura brasileira como conteúdos de seu projeto pedagógico. As raras propostas de socialização que surgem desde a implantação dos primeiros jardins de infância acabam incorporando ideologias hegemônicas presentes no contexto histórico-cultural.Relembrando que brincar é um direito fundamental de todas as crianças no mundo inteiro, cada criança deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. A escola deve oferecer oportunidades para a construção do conhecimento através da descoberta e da invenção, elementos estes indispensáveis para a participação ativa da criança no seu meio. 
O professor precisa estar atento à idade e às capacidades de seus alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de que são feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade das crianças. 
Uma observação atenta pode indicar o professor que sua participação seria interessante para enriquecer a atividade desenvolvida, introduzindo novos personagens ou novas situações que tornem o jogo mais rico e interessante para as crianças, aumentando suas possibilidades de aprendizagem.
Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida. 
Na escola é possível o professor se soltar e trabalhar os jogos como forma de difundir os conteúdos. Para isso, entendo ser necessário a vivência, a percepção e o sentido, ou seja, o educador precisa selecionar situações importantes dentro da vivência em sala de aula; perceber o que sentiu como sentiu e de que forma isso influencia o processo de aprendizagem; além de compreender que no vivenciar, no brincar, a criança é mais espontânea. Sem dúvida, os conteúdos podem ser trabalhados com o uso do jogo. A criança pode trabalhar ou fixar um conteúdo com a atividade lúdica. Mas, para isso, o jogo é uma das estratégias e não a única. 
Entendo ainda que o primeiro passo para se trazer o lúdico, a brincadeira para dentro da escola, é o resgate da infância dos próprios educadores, a memória. Do que brincavam, como brincavam lembrar-se de uma figura especial. É um momento de humanizar as relações, de resgatar o sentimento e lembrar como eles eram e o que sentiam quando vivia o momento que as crianças, seus alunos, estão vivendo agora. Todo mundo foi criança e teve essa vivência. 
Penso que atualmente, o problema da utilização do jogo na escola, está no fato dele ser usado apenas como instrumento pedagógico e não como uma linguagem através da qual o professor pode ter informações da criança. No Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil está incluída na lei a importância de brincar e levar a arte para dentro da educação infantil. Há o movimento pela formação dos professores, que precisam ser capacitados e se soltar dentro do lúdico.
3.2 Capítulo 2 – A Trajetória Histórica do Brincar
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS) e do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) resgataram a importância do brincar no cotidiano dos Centros de Educação Infantil. Essa foi uma relevante contribuição para a Educação Infantil. No entanto, esse movimento não é instantâneo nem está garantido pelo fato de existir espaço para discussões, reflexões ou leituras críticas sobre o assunto. É necessário coragem para assumir que o brincar é primordial no trabalho junto às crianças de 0 a 6 anos. É imprescindível, também, que essa postura seja abraçada por toda a equipe escolar (desde o diretor, coordenadores auxiliares até os funcionários que prestam serviços dentro da escola), não somente pelo professor de classe. 
É importante destacar, no decorrer dos últimos 25 anos, o incremento de ações pró-lúdicas, tanto em contextos formais como não formais de educação, cultura, psicologia, arte, entre outros. Cabe uma reflexão a respeito das práticas dentro da escola, assim como das práticas em ONG´S, Centros Culturais, espaços públicos, hospitais etc. Importante também citar a diversidade de profissionais que atuam em diferentes áreas ligadas ao Brincar — professores, arquitetos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, ludo-terapeuta, médicos, profissionais de educação física, fisioterapia etc. — e que desenvolvem projetos, cursos, assessorias, eventos. 
Além de ser um direito regulamentado por lei, o brincar é, para a criança de qualquer parte do mundo, muito importante. Nas brincadeiras a criança desenvolve a criatividade através do faz-de-conta e trabalha o que tem de mais sério, de mais necessário, de mais vital: o crescimento e o desenvolvimento da vida. 
As brincadeiras são universais, estão na história da humanidade ao longo dos tempos, fazem parte da cultura de um país, de um povo. Achados arqueológicos do século IV a.C. na Grécia, descobriram bonecos em túmulos de crianças. Há referências a brincadeiras e jogos em obras tão diferentes como a Odisséia de Ulisses e o quadro jogos infantis de Perter Brueghel, pintor flamengo do século XVI. Nessa tela, de 1560, são apresentadas cerca de 84 brincadeiras que ainda hoje estão presentes em diversas sociedades. No Brasil, muitas delas podem ser encontradas no repertório das crianças de diversas regiões do país, por exemplo: “cabra-cega” e “boca de forno” parecem ser variantes das brincadeiras “galinha-cega” e “o-chefe-mandou”, representadas naquele quadro. Mas há também diferenças nos jogos, brincadeiras e brinquedos ao longo da história, no interior das culturas e entre as classes sociais. Assim, pode-se dizer que o brincar, ao mesmo tempo, expressa aquilo que há de universal e permanente na infância humana e as peculiaridades de uma determinada cultura ou grupo social. 
Uma forma de brincar é o faz-de-conta das crianças, que começa muito cedo pela imitação dos adultos. Ao exercê-lo, a criança vai se apropriando das vivências cotidianas, internalizando essas experiências e tornando-as suas. Essa é uma das formas da criança explorar, experimentar e conhecer o mundo e a realidade que a circunda. Quando brinca de bonecas está re-apresentando o cuidar que experimenta da mãe, está vivendo esse papel em seus aspectos cognitivos e afetivos. No faz-de-conta pode exercer diversos papéis para, dessa forma, melhor compreendê-los. E, à medida que esse processo se amplia com a participação de outras pessoas, a criança vai aprendendo a lidar com diferentes situações, a estabelecer relações entre ela e o outro, ao mesmo tempo em que se diferencia deste. As brincadeiras como cantigas de roda, cabra-cega, queimada e os diversos tipos de atividades esportivas e jogos como futebol, xadrez e damas, por exemplo, apresentam situações pré-estabelecidas, não são criadas por um indivíduo em particular. Portanto, não expressam diretamente aspectos de suas próprias vivências. Mas nelas também a criança experimenta emoções e vivências comuns a todos os indivíduos, simbolicamente representadas, e aprende a respeitar regras e limites, a conviver com o outro. Além disso, nas brincadeiras tradicionais, a criança entra em contato com experiências passadas, que fazem parte da história da cultura em que vive. Dessa forma, brincando sem estar exercendo funções adultas a criança elabora sentimentos, fantasias, angústias, medos, aprendem a se relacionar com o mundo a se apropriar da história do grupo social do qual faz parte e da história da humanidade.
O brincar tem, hoje, sua importância reconhecida por estudiosos, educadores, organismos governamentais nacionais e internacionais. A Declaração Universal dos Direitos da Criança (aprovada na Assembléia Geral das Nações Unidas em 1959), no artigo 7º, ao lado do direito à educação, enfatiza o direito ao brincar: “Toda criança terá direito a brincar e a divertir-se,cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito”. 
Mais antigo e também precursor de projetos semelhantes pelo país afora, o laboratório do brinquedo foi criado em 1984, também por iniciativa da atual coordenadora. Ela programou a primeira brinquedoteca para formar professores em cursos superiores, desenvolver pesquisas e prestar serviços à comunidade ao participar de um projeto da Secretaria do Estado de São Paulo com vistas a programar as primeiras cinco brinquedotecas no Estado. Desde então, uma brinquedoteca repleta de brinquedos industrializados e de sucata e ainda empresta brinquedos, assim como as bibliotecas circulantes emprestam livros. Em seu espaço, enquanto as crianças brincam em diversos ambientes, os professores observam e descobrem temas que afloram nas brincadeiras e que podem transformar-se em projetos de investigação que são sistematizados nas práticas pedagógicas compartilhadas por alunos e professores. No hospitalzinho, por exemplo, é possível brincar de médico e aprender ciências; nos diversos ambientes de uma casa, os pequenos podem descobrir, entre outras coisas, que os meninos também podem brincar de casinha; no mercadinho, equipado com um caixa eletrônico feito de papelão, trabalham matemática enquanto se divertem. Criar uma prática pedagógica que dá seqüência aos interesses da criança é o cerne de uma pedagogia que valoriza a cultura infantil.
Através da análise dos processos educativos desencadeados durante esses anos, consideramos os participantes do Projeto não como receptáculos das situações que ocorrem na sociedade onde estão inseridos, mas como participantes dinâmicos das relações sociais, políticas, econômicas, culturais e históricas, o que permite que eles se apropriem, mantenham, questionem, modifiquem os valores e comportamentos de seu tempo e lugar, pois tais pessoas ou comunidades são capazes de repassar conhecimentos e tradições, suprir necessidades de sobrevivência material e imaterial, pensar e refletir, sobre a situação de vida, inclusive propondo e executando transformações para garantirem direitos ou dirimir distorções.
Assim, destacamos que, além do que aprendemos (jogos; brincadeiras; respeito para com o outro, companheirismo, solidariedade), igualmente importante foi o como aprendemos: em experiências concretas, em experiências significativas, em reciprocidade; vivenciando processos educativos sem verticalidade, quer seja entre educadores e educandos, pesquisadores e sujeitos da pesquisa, mais velhos e mais novos, meninos e meninas, brancos e negros.
3.3 Capítulo 3 – A Relação Brincadeiras – Realidade
É importante ressaltar que, embora tenham sido desenvolvidas relações entre o uso de algumas ferramentas sociais em uma brincadeira de faz-de-conta e o desenvolvimento de características compreendidas como parte do desenvolvimento de uma teoria da mente, este trabalho não se detém na discussão sobre a presença ou ausência de uma teoria da mente na criança aqui estudada.
O que talvez seja relevante neste estudo é trazer evidências de como em interações do dia-a-dia com outros sujeitos sociais, a criança lança mão de recursos importantes no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo que demonstram claramente um processo em que a criança situa-se e é ao mesmo tempo reconhecida por outro como sujeito social.
Como ressaltado, embora neste estudo não tenhamos a pretensão de provar a presença ou ausência de uma teoria da mente por parte da criança, consideramos importante destacar como habilidades presentes e requeridas na brincadeira de faz-de-conta são parte da sedimentação de habilidades definidas na literatura como parte de uma teoria da mente.
Estas habilidades têm suma importância para estudos da teoria da mente em vários tópicos, tais como a gênese de uma teoria da mente, em que as relações sociais parecem ter papel fundamental. Um outro elemento relevante é a possibilidade de perceber que, embora neste caso estudado, a mãe tenha um papel ativo e intervenha como sujeito mais experiente, a criança não exerce um papel passivo, mas negocia, questiona e defende a possibilidade de inserir elementos na interação. Este fato abre espaço para a discussão do processo de socialização da criança.
Atendo-se ao caso discutido, nota-se que a criança não tem apenas sua ação modulada pelo adulto, mas também é sujeito ativo na relação com o mundo social, mostrando assim, que o processo que dá origem ao sujeito social, mais que uma imersão na cultura, é um processo dialético que se modifica em cada relação significante.
Ao reproduzir o comportamento social do adulto, em seus jogos, a criança combina situações reais com elementos da sua ação fantasiosa. Esta fantasia surge da necessidade da criança em reproduzir o cotidiano da vida do adulto no qual ela ainda não pode participar ativamente. No entanto, esta reprodução necessita de conhecimentos prévios da realidade externa. Por isso, quanto mais rica for à experiência humana, maior será o material disponível para suas imaginações que irão se materializar em seus jogos.
A ludicidade é qualquer atividade que nos dá prazer ao executá-la. Através da ludicidade a criança aprende a conviver, a ganhar e perder, a esperar sua vez, lidar com as frustrações, conhecer e explorar o mundo. Ela facilita a convivência entre a criança e o professor. A ludicidade se processa em torno do grupo como, das necessidades individuais, recrear é educar, pois permite criar a satisfazer o espírito estático do ser humano, oferece ricas possibilidades culturais.
As atividades lúdicas têm um papel fundamental na estruturação do psiquismo da criança, é no ato de brincar que a criança utiliza elementos da fantasia e a realidade e começa a distinguir o real do imaginário. E através da ludicidade que ela desenvolve não só a imaginação, mas também fundamenta afetos, elabora conflitos e ansiedade, explora habilidades e à medida que assume múltiplos papéis, fecunda competências cognitivas e interativas.
Através da ludicidade a criança vai estruturando e construindo seu mundo interior e exterior. As atividades lúdicas podem ser consideradas como meio pelo qual a criança efetua suas primeiras grandes realizações, que através do prazer, ela expressa a si própria e suas emoções e fantasias.
As atividades lúdicas ou capacidades de brincar têm um papel fundamental no desenvolvimento da psicomotricidade na criança. É no brincar que a criança une elementos de fantasia e realidade e começa a distinguir o real do imaginário. Brincando a criança não só desenvolve a imaginação, mas também fundamenta afetos, elabora conflitos e ansiedades, explora habilidades e, à medida que assume múltiplos papéis, fecunda competências cognitivas e interativas. Com isso o desenvolvimento da psicomotricidade ocorre de forma natural e agradável.
A ludicidade é um instrumento de estimulação prático utilizada em qualquer etapa do desenvolvimento da psicomotricidade. É uma forma global de expressão que envolve todos os domínios da natureza. Ela apresenta grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual, social e didático par a criança. As brincadeiras lúdicas desenvolvem a criatividade e a espontaneidade da criança.
Os jogos contribuem de forma prazerosa no desenvolvimento global da criança; a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade. O jogo é uma atividade social, pois depende de regras convivência e de regras imaginárias que são discutidas pelas crianças construindo-se uma afetividade de imagem e interpretação. Através do jogo a criança reconhece suas potencialidades e aprende a superar seus próprios limites. Por isso que deve existir uma atitude de respeito a capacidade criadora da criança.
O jogo e a brincadeira fazem parte do mundo da criança. E quando utilizamos nas aulas de educação física como motivação, como maneiras de explicar argumento, como atividade, constituem um importante fator educacional, favorecendo o desenvolvimento psicomotor e psíco-físico-social da criança. Nada melhor para estasentir a realidade do que lhe foi ou lhe será ensinado através daquilo que ela mais gosta de fazer, brincar.
3.4 Capítulo 4 – As Teorias Educacionais e o Brincar
Consideramos a brincadeira como uma necessidade da criança, e como tal, precisa ser garantida a ela. Através da brincadeira, a criança é capaz de criar um mundo cheio de imaginação e fantasia, no qual uma mesa se transforma no que ela quiser, criando e representado coisas, objetos, etc. É também na brincadeira que a criança usa diferentes linguagens como sons, gestos, palavras e posturas, para representar suas experiências. Porém, estas não são “naturais/ automáticas”, mas resultado das interações estabelecidas. Neste sentido, é fundamental que os professores possibilitem o brincar às crianças, respeitem os direitos da infância e contemplem em suas práticas educativas o espaço para a brincadeira. Desse modo, o tempo de ser criança, o direito de viver a infância em toda a sua plenitude, com todo sabor e gosto é contemplado no espaço da instituição de educação infantil, construindo assim, sujeitos felizes e brincantes. Isso nos faz pensar com seriedade sobre o quanto é significativo estar pensando na organização do espaço para as crianças pequenas Para que as mesmas possam contemplar seus desejos, num clima prazeroso e gostoso que é a brincadeira. A nosso ver, o papel de professor enquanto mediador, organizador do tempo da criança dentro da instituição Infantil é fundamental, pois presenciamos no decorrer do estágio diversos momentos em que as professoras se colocavam se envolviam no universo infantil, cheio de surpresas e de descobertas, formando um eu comigo, eu contigo, nós com eles, todos juntos e abrindo-se para o novo, para o crescimento, para o aprendizado coletivo.
Brincar é mais do que uma atividade sem conseqüência para a criança. Brincando, ela não apenas de diverte, mas recria e interpreta o mundo em que vive, se relaciona com este mundo. Brincando, a criança aprende. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil.
Para a criança a brincadeira não é apenas um passatempo. Seus jogos estão relacionados com um aprendizado fundamental, ou seja, por meio dos jogos a cada criança cria uma série de indagações a respeito da vida. Esta experiência, quando prioriza o jogo como conteúdo no ensino fundamental, considera as metodologias e teorias do jogo e o processo do desenvolvimento e aprendizagem da criança. Privilegiou-se o estudo descritivo e qualitativo com análise de conteúdo dos projetos desenvolvidos e pesquisa documental. Os resultados deste estudo apontam que o jogo foi abordado segundo as temáticas: Cognição e Ficção; Abordagem Plural, Antropológica, Cultura e Técnica; Práticas Corporais, Criatividade e Autonomia. Demonstram que o jogo acontece na vida da criança e do jovem como fonte de conhecimento extremamente prazeroso. Ao analisar os artigos considera-se que os projetos conseguiram aprofundar na temática jogos e brincadeiras e consideraram autores e teorias importantes no processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.
Entende-se que o sentido da vida de uma criança é a brincadeira. Ao brincar ela reproduz situações concretas pondo-se no papel dos adultos, isso reflete na atitude de imitação, pois tenta entender o seu comportamento. 
Para a criança a brincadeira não é apenas um passatempo. Seus jogos estão relacionados com um aprendizado fundamental; seu conhecimento de mundo através das suas próprias emoções. Por meio de jogos, cada criança cria uma série de indagações a respeito da vida. As mesmas que mais tarde, na fase adulta, ela voltará a descobrir e ordenar através do raciocínio. 
Desde a década de sessenta educadores e investigadores têm-se dedicado mais aos fatores que influenciam o desenvolvimento da criança por meio do trabalho com jogo. Em datas recentes observa-se o aprofundamento em relação aos estudos referentes às particularidades do material pedagógico como o jogo e a sua influência sobre o comportamento lúdico das crianças de diferentes idades.
O jogo é considerado como uma importante atividade na educação de criança, uma vez que pode permitir o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, moral e a aprendizagem de conceitos, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere as suas habilidades. O jogo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança proporcionando aprendizagem no desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção sendo indispensável para a saúde física, emocional e intelectual da criança.
A criança, ao manipular o brinquedo, de acordo com a sua faixa etária e o seu desenvolvimento psicomotor vai descobrindo novas aprendizagens. Através do brinquedo a criança descobre, experimenta, reinventa, analisa, compara, cria imaginação, desenvolve suas habilidades e estimula a linguagem e o aumento de vocabulário. 
Pensar a importância do brincar nos remete às mais diversas abordagens existentes, tais como a cultural, que analisa o jogo como expressão da cultura, especificamente a infantil; a educacional que analisa a contribuição do jogo para a educação, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança e a psicológica que vê o jogo como uma forma de compreender melhor o funcionamento da psique, enfim, das emoções, da personalidade dos indivíduos.
3.5 Capítulo 5 – Ação Lúdica no Contexto Atual
A atual Educação Infantil trilha a procura de estratégias capazes de garantir o cuidar e o educar da infância, tendo em vista atender as necessidades do corpo e mediar o desenvolvimento sociocultural das crianças desde o nascimento, assegurando-lhes o tripé de direitos que se esboça para esta etapa da educação, o direito a brincar, criar e aprender. Neste tocante, a ação lúdica, ou seja, o brincar é uma forma de linguagem a partir da qual a criança atua, desenvolve-se e cria seu próprio conhecimento. No entanto, não tem recebido a atenção adequada dentro das instituições de Educação Infantil, o que será evidenciado pela análise reflexiva dos dados coletados pela observação analítica e participante em duas instituições escolares, em duas salas de pré I, com crianças de 3 a 4 anos.
O brincar, por sua vez, cumpre papel conteudístico, rodízio de turmas dentro dos espaços direcionados ao lúdico para preenchimento de tempo descaracterizado de função e sentido, atividades dirigidas, seleção de brinquedos educativos e/ou delimitação do tipo de brinquedo que pode ser utilizado pela criança, enfim escolarização do elemento lúdico.
A dimensão expressiva do brincar livre e espontâneo, manifestação corporal, imaginar, fazer de conta, fantasiar, dramatizar, criar; embora esteja no Plano Pedagógico Institucional pertence somente ao papel, não se conjuga na dinâmica prática de sala.
Pode-se afirmar que as crianças brincam livremente e de forma espontânea, revelando em suas ações alto teor de jogo simbólico e de desenvolvimento motor; ao passo que se movimentam no tempo e no espaço de maneira ativa e criativa. Avaliando este quadro pode-se afirmar que as crianças estão se constituindo enquanto indivíduos e construindo sua identidade, por meio da função psicológica de representar, interagindo com o meio, extraindo dele experiências, habilidades e competências que se cristalizam transformando-se em aprendizado significativo através do brincar.
Neste sentido, é possível concluir que a educadora da infância tem função significativa e mediadora para que o brincar desempenhe sua função no âmbito educacional, seja ele empreendido no espaço de tempo livre (atividade espontânea, faz-de-conta) ou tempo dirigido (atividade planejada e educativa).
3.6 Capítulo 6 – Brincadeiras, Brinquedos e Jogos na Escola
A educação infantil é um espaço privilegiado para falar dessa temática; afinal, dentro do sistema de ensino, a educação infantil, ou a pré-escola como também é chamada por alguns autores, é um dos poucos lugares onde o lúdico ainda é visto como apropriado, ou mesmo“inerente” ou “natural”.
Brincadeiras, brinquedos e jogos sempre estiveram presentes no cotidiano da vida infantil. As crianças ensinam que, uma das maiores qualidades do brinquedo é a sua não seriedade, pois é por meio dele que sua imaginação, fantasia, desejo e emoção fluem livremente.
Através da brincadeira a criança exercita todas as suas potencialidades, desenvolvendo seu lado social, motor e cognitivo. Segundo Piaget, as crianças não raciocinam como adultos, sendo elas as próprias construtoras ativas do conhecimento, vivendo constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo.
Conforme visto anteriormente a criança tem necessidade de brincar, porém para que isto aconteça, é preciso ter um espaço adequado.
O ser humano, desde os primórdios de sua vida em nosso planeta, brinca e joga para buscar respostas às suas perguntas, para interagir com o mundo e com os outros e, claro, para se divertir e sentir-se bem. Assim como a escrita e linguagem, o brincar e o jogar são invenções humanas, necessárias ao desenvolvimento de nossas inteligências, de nossas subjetividades. O ser humano brinca e joga e a brincadeira e jogo, na escola da educação básica, é recurso pedagógico da mais alta importância, pois através deles a construção de conhecimentos e saberes pode se dar de modo prazeroso e motivador, elementos essenciais para que a aprendizagem seja, de fato, significativa.
Com o uso da sucata nos jogos e nas brincadeiras na escola, independente da faixa etária, pode-se exercer uma ação construtiva de saberes contextualizados e emergidos da realidade de cada escola, cada turma, cada aluno. Para tanto, é necessário à apropriação de saberes práticos e teóricos sobre o jogo e a brincadeira pelos próprios professores, buscando aprofundamentos que garantam legitimidade ao seu fazer.
Com o uso de materiais de sucata cria-se na escola a possibilidade de desenvolver estruturas de cognição, fundamentais para que o sujeito humano desenvolva sua autonomia e adquira potencialidades de se tornar agente ativo no seu próprio processo de construção de conhecimentos, inserindo-se no mundo de sua própria subjetividade. Aqui não me cabe construir um roteiro de jogos e brincadeiras que podem ser usados para tal, mas sim reforçar que, no espaço tempo da escola contemporânea não mais lugar para ações pedagógicas passivas, onde somente o professor sabe e ensina e o aluno não possui nenhuma intervenção significativa.
4 metodologia
Para a realização desse trabalho, acerca da construção de conhecimento, como princípio educativo, resolvemos lançar mão de uma pesquisa prática, utilizando uma abordagem qualitativa descritiva, pois este tem como objetivo identificar a importância do lúdico na educação infantil, dando enfoque ao valor psicopedagógico atribuído por educadores em suas práticas educativas.
Este estudo teve, como objetivo inicial, diagnosticar e posteriormente analisar descrevendo a realidade encontrada em escolas particulares e públicas, no que diz respeito à incorporação do lúdico na prática concreta de professores e crianças.
Nessa pesquisa, foram analisadas, características distintas como: a prática de professores graduados em Pedagogia e com nível médio, com o intuito de caracterizar um paralelo qualitativo de resultados. Foram escolhidas escolas particulares e públicas, diante das práticas desenvolvidas diariamente, pelas duas categorias de sujeitos entrevistados. Essas metodologias mostram-se antagônicas no que se refere às instalações, aos recursos.
A partir dos resultados obtidos, foram traçados paralelos qualificativos dos resultados, acerca de metodologias utilizadas, recursos pedagógicos implementados.
Nas considerações finais, abordamos a importância do lúdico na educação infantil, as inferências que o lúdico proporciona as crianças pré-escolares, metodologias, recursos e instalações necessárias para a estimulação de crianças de alfabetização e a formação necessária do educador infantil.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir do estudo que realizei, pude perceber que muitos autores enxergam o lúdico como algo a ser utilizado para o processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil, porém, em realidade não é isso que ocorre. Muitas vezes, nossas crianças acabam por usar brincadeiras apenas por brincar, ou pior ainda para “matar” o tempo, não utilizando o lúdico como forma de absorção de conhecimento.
Acredito como futura educadora, que está em nossas mãos mudarmos essa triste realidade que está inserida em nossas escolas de Educação Infantil, e que é tão prejudicial as nossas crianças, que estão perdendo um recurso tão significativo e eficaz nesse processo tão moroso que é a educação.
Tornando as experiências educacionais mais prazerosas e significativas, conseguiremos com toda certeza uma melhor qualidade na educação, principalmente a pública, e porque não fazermos isso através do lúdico, de jogos e brincadeiras se é tão mais gostoso, estimulador e prazeroso para nós educadores e para nossas crianças. Basta para tanto termos vontade de inovar, aprender, interagir e aplicar tudo aquilo que aprendemos, com vontade e dedicação de verdadeiros educadores, de verdadeiros formadores de cidadãos, cidadãos sim, não importa que estejamos falando de Educação Infantil, pois acredito que é desde sempre que plantamos boas sementes para posteriormente podermos colher bons frutos.
Acreditamos ser importante deixar aos leitores algumas considerações a respeito da inteligência da criança.
Entendemos por inteligência: a investigação da novidade com adaptação contínua de situações novas. Quando um bebê tenta passar um objeto por entre obstáculos intercalados (cercados) ele o faz de diversas maneiras, não se dando conta de que o tamanho do objeto influi diretamente no espaço disponível para a passagem do mesmo.
Percebemos também que, quando uma criança vê vários deslocamentos de um objeto sendo escondido por um adulto (em uma brincadeira de esconde-esconde) ela sempre irá procurá-lo onde o viu pela última vez.
Isso significa que as noções de antes e depois estão, apenas iniciando, e futuramente serão aplicadas a acontecimentos externos. Daí vem à importância de observá-las em atividades lúdicas, para a compreensão de tal procedimento infantil.
Quando a criança brinca ou pratica exercícios motores, ela combina diferentes ações motoras entre si, divertindo-se em repetir várias vezes os mesmos esquemas, porém modificando a cada repetição de um movimento.
Em certos movimentos de sua infância, a criança finge ações como: dormir, levar a mão à boca como se estivesse comendo. Esses esquemas simbólicos indicam um esboço de representação ou evocação de uma situação ausente já vivenciada. Esta fase marca o início da representação e, considera os exercícios motores simples e os símbolos lúdicos da brincadeira simbólica.
O conhecimento lingüístico, social e cognitivo, não constitui formas isoladas, mas aspectos que se relacionam intimamente num fluxo dinâmico de interferências. Relacionando o conjunto destas, enfatizamos as atividades lúdicas e reconhecemos, através de nossas práticas que a aplicação das mesmas ampliam as possibilidades de intervirmos nos aspectos do conhecimento infantil.
referências
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil: conhecimento de mundo. Brasília: o Ministério, 1998. v3. 253p.
BRASIL, Referencial curricular nacional para a educação infantil: estratégias e orientações para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC, 2000. 53p.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil: formação pessoal e social. Brasília: o Ministério, 1998. v2. 85p.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil: introdução. Brasília: o Ministério, 1998. v1. 101p.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretariade Educação Básica. Parâmetros básicos de infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil. Brasília: MEC, 2006. 50p. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Programa de desenvolvimento profissional continuado: parâmetros em ação: primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental (1ª a 4ª séries). Brasília: MEC, 1999. 154p. 
CENTURIÓN, Marília. (et al). Jogos, projetos e oficinas para educação infantil. São Paulo: FTD, 2004.
PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
VYGOTSKY, L. S. (1999) – Imaginación y creación en la edad infantil. La Habana: Editorial Pueblo y Educación.

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