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PLANO DE ESTUDO VI PENAL ART 1 AO ART 13

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Plano de Estudo para VI de Penal
Anterioridade da Lei
        Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
EX: O princípio da anterioridade da lei penal unido ao princípio da legalidade compõe os princípios da reserva legal, ou seja, nenhuma pena poderá ser aplicada se não houver sanção pré-existente e correspondente ao fato.
Por exemplo, um indivíduo comete um ato que ao ver de uma pessoa ou do Estado seja de alguma forma prejudicial, todavia, esse ato não é crime se não estiver anteriormente instituído em uma lei.
O delito e a pena precisarão ser encontrados em uma lei vigente ao tempo da prática do ato, sendo instituída a lei após o ato não retroagirá para puni-lo.
Há de ser feita uma importante observação em relação ao parágrafo único do artigo 2°: se a lei posterior vier favorecendo de alguma forma o réu retroagirá para que se faça justiça.
Não descobrir o crime no ato da prática não quer dizer que o indivíduo estará isento. Sendo descoberto antes da prescrição o Estado terá o direito e o dever de julgá-lo.
        Lei penal no tempo
        Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
EX: Analisando o caput do artigo notamos um instituto muito conhecido e importante, abolitio criminis, fato que lei posterior deixa de considerar como crime.
Já no parágrafo único, notamos da retoatividade que a lei mais branda tem, o que gera alguns conflitos de normas;
Estes dois aspectos nos mostram que, para beneficiar o agente, a lei mais branda pode retroagir, tanto para abrandamento da pena, se for o caso, quanto para a extinção do crime, fazendo assim do réu, um primário.
Vale salientar que esta lei mais branda somente pode ser, como abordado de forma mais ampla no artigo que já estudamos anteriormente, uma lei ordinária, valendo salientar o dispositivo que encontramos na EC 32 de 2001.
Como já dissemos, quando no retroagir da lei mais branda o agente volta ao status de réu primário no âmbito penal, entretanto os efeitos, a exemplo, civis, caso haja dano moral, permanecem a não ser que expressos na redação da lei mais branda.
Este artigo trata do conflito de normas que devemos estudar de forma mais ampla para que possamos entender os 04 aspectos que notamos, a saber:
Abolitio Criminis - encontrado no caput do Art 2º CP. este instituto diz da abolição, extinção do crime, ou seja, o fato considerado como crime pela lei anterior deixa de ser crime, assim sendo, os efeitos RETROAGIRÃO no tempo para beneficiar o réu, mesmo que o julgamento esteja transitado em julgado.
Um exemplo claro e comumente tratado é o caso do crime de adultério que, em 2005, deixou de ser considerado crime pelas modificações feitas pela LEI 11.106/05.
LEMBRE-SE SEMPRE: somente os efeitos penais são extintos.
Novatio Legis in Mellius: de forma simplória mesmo podemos dizer que é uma Nova Lei Melhor.
EX: vamos supor que determinado crime tem uma pena de 6 a 12 anos, após o fato e antes do julgamento, entra em vigor uma Novatio Legius in Mellius que não extingue o crime, mas abranda a pena para de 4 a 8 anos, então esta nova lei voltará no tempo para alcançar os fatos pretéritos praticados pela agente, ainda que transitado em julgado.
Novatio Legis in Pejus: Lei Nova em Prejuízo, ou seja, lei mais severa/pior. Esta lei não retroagirá visto a mesma majorar a pena e, a lei somente retroagirá, em benefício do réu.
Mas vamos supor que, um agente comete fato antijurídico penal e, entre o fato e o julgamento do agente, começa a viger uma Novatio Legis in Pejus, então, quando no julgamento, a lei a ser aplicada será a lei revogada, visto a mesma ser mais benéfica e a que estava vigendo quando o fato ocorreu, a isto damos o nome de ULTRATIVIDADE da lei, ou seja, quando a lei mais benéfica alcança fatos futuros para beneficiar o agente, mas ATENÇÃO, isso somente ocorrerá aos fatos praticados quando a mesma ainda não havia sido revogada pela lei mais prejudicial ao agente.
CUIDADO com CRIMES CONTINUADOS E PERMANENTES, pois para estes dois casos, como o crime continua, a lei a ser aplicada será a pior.
Ex: supondo que no crime permanente, digamos crime de sequestro, durante o decorrer do tempo, começa a viger uma Novatio Legis in Pejus, a lei a ser aplicada no julgamento deste crime de sequestro será a lei nova, não que ela retroagiu em desfavor do réu, visto o crime ainda estar sendo praticado.
E por último e não menos importante, Novatio Legis Incriminadora, que nada mais é que Lei Nova que incrimina determinada conduta, ela traz uma nova definição de crime para conduta que, antes, não erá crime, mas esta lei NÃO retroagirá.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
       
 Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.   (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
A lei penal excepcional ou temporária, conforme o Código Penal Brasileiro, é aquela em que, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Ou seja, um crime praticado durante sua vigência será julgado conforme seu texto e não conforme as leis correntes.[1]
Consideram-se:
leis temporárias: aquelas que possuem vigência previamente fixada pelo legislador;
leis excepcionais: aquelas que vigem durante situações de emergência.
Essas espécies de lei têm ultra-atividade, ou seja, aplicam-se ao fato cometido sob o seu império, mesmo depois de revogadas pelo decurso do tempo ou pela superação do estado excepcional.
No direito penal, existe o chamado princípio da irretroatividade da lei, salvo para beneficiar o réu. Isso significa que, se alguém comete um crime que tem uma pena X e lei posterior torna a pena para esse crime mais branda ou descriminaliza o fato, o réu será julgado pela lei posterior. Da mesma forma, se ele comete um fato que lei posterior vem a tornar crime mais grave, será julgado pela lei antiga, de forma que terá sempre o benefício da lei que lhe é mais favorável.
A lei temporária é a exceção a essa regra, pois, se assim não fosse, não teria a eficácia esperada, já que nesse caso os agentes saberiam que seriam beneficiados de qualquer forma pelo fim de sua vigência.
Exemplo: É criada uma lei temporária que define como crime fumar cigarro por 30 dias. Passam-se os 30 dias e a vigência dessa lei termina. As pessoas que fumaram no tempo da vigência da lei responderão pelo crime.
        Tempo do crime
 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Ex: 1) Tempo do crime:
Para o tempo do crime existem 03 (três) principais teorias que você precisa compreender para não errar na hora da sua prova.
Teoria da Atividade: Para essa é a teoria, considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Essa é a teoria adotada pelo nosso Código Penal em seu artigo 4º.
Para exemplificar, imagine que um indivíduo com a intenção de matar seu desafeto, desfere um golpe de faca no dia 12 de novembro de 2020, porém o segundo indivíduo não morre no ato, mas por complicações em decorrência da ação, vem a óbito 5 dias depois, nesse caso, o crime será considerado como praticado no dia 12 de novembro, quando houve a ação e não na data do óbito.
Teoria do Resultado: Nessa teoria teremos o contrário da anterior, para ela o crime será considerado como praticado no momento do resultado.
Apesarde não ser a teoria adotada em regra pelo Brasil, existe uma exceção, assim, em caráter EXCEPCIONAL essa teoria será aplicada para determinar o termo inicial da prescrição, essa hipótese está prevista no artigo 111, inciso I do Código Penal.
No nosso exemplo, para a teoria do resultado, o tempo do crime seria no dia do óbito, ou seja, dia 17 de novembro de 2020.
Teoria da Ubiquidade ou mista: Nessa teoria será considerado como tempo do crime tanto o momento da ação ou omissão, como o momento do resultado.
Se aplicarmos essa teoria para o nosso exemplo, o tempo do crime seria tanto no dia 12 de novembro de 2020 como no dia 17 de novembro de 2020.
2) Lugar do crime:
Assim como o tempo do crime, o lugar do crime possui 3 principais teorias, vejamos:
Teoria da Atividade: Para essa teoria, o lugar do crime será aquele onde ocorreu a ação ou omissão.
Para exemplificar e tornar mais didático, vamos imaginar que João com a intenção de matar Roberto, dispara sua arma contra ele na cidade de A, após ser socorrido, Roberto morre horas depois em decorrência dos disparos, já no hospital, localizado na cidade B, seguindo a teoria da atividade, o lugar do crime seria a cidade A.
Teoria do Resultado: Para essa teoria, considera-se o lugar do crime aquele onde ocorreu a consumação.
Utilizando o exemplo anterior, caso a teoria adotada fosse a do resultado o lugar do crime seria a cidade onde Roberto veio a óbito, ou seja, a cidade B.
Teoria da Ubiquidade ou mista: Essa é a teoria que foi adotada pelo Código Penal Brasileiro, ela está prevista no artigo 6º do referido código.
Para essa teoria será considerado o lugar do crime o lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Utilizando nosso exemplo, seria considerado como lugar do crime tanto a cidade A, como a cidade B.
        Territorialidade
        Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Ex: Territorialidade
A Territorialidade dispõe que a lei penal brasileira será aplicada sempre que um crime for cometido dentro do território nacional. Assim, em regra, caso alguém cometa um homicídio dentro do Brasil, essa pessoa será julgada pelas leis brasileiras.
Mas a pergunta que fica é: o que está compreendido dentro do conceito de território nacional? Bom, podemos separar o território brasileiro em dois tipos:
Território propriamente dito:
· Superfície territorial;
· Mar territorial;
· Espaço aéreo dos locais acima.
Território por extensão:
· Os navios e aeronaves públicos, em qualquer lugar que se encontrem;
· Os navios e aeronaves particulares que se encontrem em alto-mar ou no espaço aéreo do alto-mar.
Vamos exemplificar o território por extensão:
Caso haja um crime dentro de um avião da Força Aérea Brasileira (aeronave pública) no espaço aéreo de outro país, os criminosos serão julgados pelas leis brasileiras, independentemente de onde esteja esse avião ou de quem tenha cometido o crime.
Agora imagine que haja um crime em um avião de uma empresa particular brasileira que esteja sobrevoando o espaço aéreo de outro país. Desse modo, as leis brasileiras não serão aplicadas, uma vez que só haverá essa aplicação se a aeronave estiver no solo ou espaço aéreo brasileiro ou quando estiver sobrevoando o alto-mar (águas internacionais).
FIQUE ATENTO:
Há situações em que um crime será cometido no Brasil e que não haverá a aplicação da lei penal brasileira. São os casos em que há convenções, tratados e regras do direito internacional que dispõem especificamente sobre essas situações. Vamos dar dois exemplos:
1. Sabemos que, se houver um crime em um avião privado estrangeiro no solo ou no espaço aéreo brasileiro, haverá a aplicação da lei penal brasileira. Porém, isso acontece apenas se o Brasil for o destino dessa aeronave. Caso ela apenas esteja de passagem pelo nosso espaço aéreo, não ocorrerá a aplicação das leis brasileiras. Isso ocorre em decorrência de um tratado internacional que permite o direito de passagem inocente em mar territorial ou espaço aéreo de uma nação.
2. Outra situação é no caso de um crime cometido por embaixadores estrangeiros no território do Brasil. Desse modo, eles serão apenas julgados em seus países de origem e não pelas leis brasileiras, de acordo com as regras do direito internacional.
Extraterritorialidade
Agora iremos adentrar às situações de extraterritorialidade, que é o cenário em que há a aplicação da lei brasileira mesmo quando os crimes são cometidos fora dos limites territoriais do Brasil, não sendo cometidos nos territórios brasileiros propriamente ditos ou naqueles por extensão. Ela é dividida em extraterritorialidade condicionada e incondicionada.
Extraterritorialidade Incondicionada
Nesse caso, há alguns crimes em que a lei brasileira será sempre aplicada, independentemente de onde o crime seja praticado ou de qualquer outra condição. São os crimes:
· contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
· contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
· contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
· de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
Desse modo, sempre que houver a prática de qualquer um dos crimes acima em território estrangeiro, o agente responderá perante as leis brasileiras, mesmo se ele for absolvido ou condenado no país onde ocorreu a prática do crime.
PARA FIXAR: Atente-se ao fato de que não é qualquer crime contra o presidente da república que possui caráter de extraterritorialidade incondicionada, mas apenas aqueles praticados com a sua vida ou liberdade.
Extraterritorialidade Condicionada
Por sua vez, a extraterritorialidade condicionada é quando um crime cometido em terras estrangeiras é abrangido pelas leis brasileiras apenas se preenchidas algumas condições específicas. Primeiramente, vamos listar quais os crimes se encaixam nessa situação:
· aqueles que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
· praticados por brasileiro; 
· praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Assim, para que os crimes acima cometidos fora do território brasileiro sejam abrangidos pelas leis nacionais do nosso país, as seguintes condições precisam ser preenchidas:
· entrar o agente no território nacional;
· ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
· estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
· não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
· não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou não estar extinta a punibilidade.
Há muitas condições, não é mesmo? Por haver uma quantidade tão numerosa de exigências, é extremamente raro que alguém seja enquadrado nas leis brasileiras através da extraterritorialidade condicionada.
Além dos crimes citados acima, é possível também que um estrangeiro que cometa qualquer crime contra qualquer brasileiro fora do Brasilseja punido também pelas leis brasileiras. Isso acontecerá quando também forem preenchidas todas as condições acima, além de mais outras duas exigências:
· não foi pedida ou foi negada a extradição do criminoso;
· houver requisição do Ministro da Justiça para que seja aplicada a lei brasileira.
        Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
“Tarefa importante para possibilitar a adoção do princípio da territorialidade, suas exceções, e definir, enfim, os demais princípios reguladores de competência e jurisdição” e várias são as teorias que “procuram definir o lugar do crime”. (BITENCOURT, Comentado, 2004, p. 18).
Tema importante para fixar qual a competência para o julgamento do crime. Fixar competência significa atribuir à autoridade competente a função de apurar e de julgar o delito.
Algumas teorias buscam estabelecer o “lugar do crime”, como a teoria da atividade ou da ação; a teoria do resultado, do evento ou do efeito; e, a teoria da ubiquidade ou mista.
LUGAR DO CRIME - TEORIA DA ATIVIDADE
Também com o nome de “teoria da ação”, o lugar do crime é aquele em que ocorre a conduta (dolosa ou culposa). Local onde se pratica a ação ou omissão.
LUGAR DO CRIME - TEORIA DO RESULTADO
O lugar do crime é aquele em que o resultado foi produzido, não se importando o local da ação ou da omissão. Recebe também o nome de teoria do evento ou do efeito.
LUGAR DO CRIME - TEORIA DA UBIQUIDADE OU MISTA
Refere-se como lugar do crime aquele em que ocorre a conduta (dolosa ou culposa) ou é aquele em que o resultado foi produzido e esta é a teoria adotada pelo Código Penal.
LUGAR DO CRIME - DIFERENÇA COM O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
O Código de Processo Penal em seu artigo 70 fixou a competência pela Teoria do Resultado, ou seja, estabeleceu ser competente o local onde o delito se consumou.
CPP - Art. 70 – “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução”.
Não há conflito, pois o Código Penal trata dos crimes à distância (crimes onde a ação e resultado ocorrem em lugares diversos) enquanto que o Código de Processo Penal trata dos crimes plurilocais.
O referido artigo 6° tem aplicação no denominado Direito Penal Internacional e visa resolver os conflitos existentes na aplicação da lei penal no espaço. Quando um crime tem início no Brasil e termina no Paraguai, ou vice-versa. São os chamados de crimes à distância.
O artigo 70 do CPP resolve o conflito de competência dos crimes plurilocais (crimes que se desenvolvem exclusivamente no território nacional).
Cumpre observar que a competência pela teoria do resultado, só tem pertinência aos crimes materiais (crimes que possuem resultado naturalístico).
Nos crimes formais e nos crimes de mera conduta, a apuração será determinada pelo local da ação ou omissão.
O STJ no processo 199600250138, já decidiu no sentido de reconhecer competente o juízo em que a investigação criminal tenha mais condições de apurar o delito.
     Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        II - os crimes:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 
Em regra, o Código Penal Brasileiro adotou o princípio da territorialidade temperada, de acordo com o seu art. 5º. Ou seja, a lei penal brasileira é aplicada nos limites do seu território, independentemente da nacionalidade do agente, respeitado os tratados, convenções e regras de direito internacional, que podem ser aplicados em território nacional caso o Brasil tenha ratificado (por isso “temperada”).
Porém, excepcionalmente, de acordo com o art. 7º, do CP, aplica-se o princípio da extraterritorialidade, ficando alguns crimes sujeitos à lei brasileira, mesmo tendo sido praticado no estrangeiro. 
 
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA:
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA
 
Como vimos, a lei penal brasileira pode ser aplicada em crimes cometidos no estrangeiro. Porém, dependendo do delito, terá que seguir ou não algumas condições.
 
No caso da extraterritorialidade incondicionada, por causa da gravidade dos crimes, aplica-se a lei brasileira independentemente de alguma condição, mesmo que o indivíduo tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro (art. 7º, § 1º, CP). Tais crimes estão previstos no art. 7º, I, do CP, são eles:          
“Art. 7º – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
 I – os crimes:
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
 b) contra o patrimônio ou a FÉ PÚBLICA da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de MUNICÍPIO, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;     
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
 § 1º – Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, AINDA QUE ABSOLVIDO OU CONDENADO NO ESTRANGEIRO.”      
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA:
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
Nesse caso, a lei penal brasileira somente é aplicada se houver o concurso de algumas condições. Esses crimes estão previstos no art. 7º, II, do CP, são eles:
“II – os crimes: 
 a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;   
b) praticadospor brasileiro;         
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.”
Já as condições que esses crimes devem obedecer estão previstas no art. 7º, § 2º e § 3º, do CP, são elas:   
“§ 2º – Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:           
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;   
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.”      
Ou seja, um brasileiro que pratica um crime no estrangeiro, por exemplo, não poderá, em regra, ser punido pela lei brasileira, a não ser que as condições expostas acima estejam presentes.          
Observação: os 5 requisitos devem estar presentes cumulativamente.  
EXTRATERRITORIALIDADE "HIPERCONDICIONADA":
EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA
O § 3º apresenta mais um caso em que poderá ser aplicada a lei penal brasileira. Alguns autores a chamam de extraterritorialidade hipercondicionada, pois, além das condições anteriores, acrescentam mais duas, vejamos:           
“§ 3º – A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;    
 
b) houve requisição do Ministro da Justiça.”
 Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O art. 8° do CP trata de pena cumprida no estrangeiro, assim este artigo existe para evitar a dupla punição do agente, fala que o mesmo deve ser punido tanto fora quanto aqui pelo mesmo fato. No direito conhecemos este fato pelo termo ‘’ne bis in idem’’ (que proíbe uma dupla punição). Estamos vendo nesse artigo a extraterritorialidade que esta no art. 7° do CP, e esta estão divididas em duas formas distintas: condicionada e incondicionada.
Na pena condicionada quando a pena foi cumprida no estrangeiro o Brasil não terá mais interesse em punir o agente, já o art. 8º do CP vai trabalhar com a vertente incondicionada, pois nesta observamos dois tipos de penas que são as idênticas e as diversas. Nas idênticas é quando é o mesmo crime, as penas foram aplicadas da mesma forma, haverá uma compensação que é quando será computada uma pena já cumprida lá fora nas penas que ainda faltam a ser cumpridas aqui no Brasil e quando a pena for diversa ela será atenuada na medida em que for possível.
A homologação da sentença estrangeira pode ser feita no Brasil, como prescrito no art. 9° do CP, onde  fala sobre esta pode ser feita sob duas condições. A primeira condição é que a lei brasileira produza as mesmas condições que as leis lá fora. A segunda condição a gente vai achar na sumula 420 do STF, no qual diz que precisa do trânsito em julgado da sentença estrangeira no país de origem. Nós podemos homologar essa lei em duas hipóteses, a primeira está no art. 9° I do CP que fala dos efeitos civis mais o pedido da parte interessada e a segunda hipótese é a medida de segurança mais o tratado de extradição ou requisição do ministro da justiça.
O prazo penal previsto no art. 10° do CP, computa-se para sua contagem o primeiro dia do fato, desprezando-se o último; qualquer que seja a fração conta como um dia inteiro, ele é improrrogável mesmo que termine em dia não útil, sendo que este prazo não impede a suspensão ou interrupção do prazo, como por exemplo, a prescrição.  
As frações da pena estão previstas no art.11 do CP, que é dividido em duas partes. Na primeira parte desprezam-se nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direito consideram-se as frações de dia. Na segunda parte na pena de multa, as frações de cruzeiro, agora no caso real já com adaptação devida para atualidade, são os centavos que para a fixação de qualquer pena pecuniária serão ignorados.
A legislação especial está prescrita no art.12 do CP; ou seja, as leis que não estão dentro do código penal, que possuem elementos a mais com a finalidade de aumentar a pena como a Lei de Contravenções Penais, Lei de Trânsito, Lei de Drogas, Código Penais Militar etc. Assim a lei especial afasta a aplicação da lei geral.
O conflito aparente de normas, nada mais é que duas ou mais normas penais que apresentam ser aplicáveis ao mesmo caso de modo divergente, ainda que uma delas prevaleça sobre a outra. Assim sendo o embate é somente fictício, por isto chama-se aparente e pode ser resolvido através dos critérios para tais problemas.
O Princípio da Especialidade que está consagrado na Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB). Neste princípio a norma especial prevalece em relação à norma geral. Já o Princípio da Subsidiariedade ocorre quando há um tipo penal maior e quando este não for aplicável ou não for possível a sua aplicação, nós aplicaremos um tipo penal menor subsidiário. Na subsidiariedade tácita é aquela que ocorre após as análises do tipo penal e na expressa é quando alguns tipos penais fazem expressa menção a sua aplicação subsidiária.
 E o Princípio da Consunção ou Absorção, neste haverá absorção do crime meio pro crime fim, como exemplo praticar lesão corporal com intuito de praticar homicídio. E por último finalizando temos o Princípio da Alternatividade que é aplicado quando a norma dispuser de várias formas de realização do delito de forma que caso o agente for praticar um ou mais atos do delito e desde que exista o nexo causal entre as condutas, configurará apenas a incidência de um crime.
A pena cumprida no estrangeiro em alguns casos concretos causa muita polêmica, como no caso que intrigou algumas pessoas no Brasil e no mundo do brasileiro Marco Archer que cumpriu sua pena por tráfico de drogas na Indonésia e mesmo com pedidos de clemência para que ele cumprisse sua pena aqui no Brasil, o presidente de lá negou e no início deste ano o brasileiro foi executado através de fuzilamento já que na Indonésia o tráfico de drogas tem como sanção a pena de morte.
O interessante é que o mesmo governo da Indonésia que pune os traficantes de drogas com pena de morte e nega os pedidos de clemência para os estrangeiros que lá foram presos, está pedindo clemência para uma mulher indonésia condenada à morte por homicídio na Arábia Saudita. Ainda há muito que se pesquisar. Os defensores dos Direitos Humanos estão caindo e campo pra ver essas questões de pena de morte de estrangeiros, pois na Indonésia mesmo ainda há vários presos no corredor da morte por tráfico de drogas.
        Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;   (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Para que uma sentença penal proferida do estrangeiro tenha eficácia no território brasileiroé necessário que a mesma seja homologada pelo STJ e que ela se adeque as hipóteses legais previstas no nosso ordenamento. Os dispositivos que regulamentam este procedimento no Brasil são artigos da Lei de Introdução ao Código Civil; o artigo 9º, do Código Penal, que dispõe sobre a eficácia da sentença estrangeira; e o capitulo III do livro V do Código de Processo Penal, artigos 787º a 789º, que dispõem sobre a homologação das sentenças estrangeiras.
De acordo com o artigo 9º, do Código Penal, a sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, isto para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis, neste caso a homologação depende de pedido da parte interessada; e para sujeitar o indivíduo a medida de segurança. Neste diapasão Agustinho Fernandes Dias da Silva expos:
As restrições relativas à ofensa a soberania nacional, aos bons costumes ou à ordem pública, são, naturalmente, aplicáveis também as sentenças penais estrangeiras, sendo isso assegurado, alias, em grande parte, pela exigência de que a lei brasileira produzisse na espécie as mesmas consequências[2].
Sendo que a homologação depende da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. O disposto neste artigo demonstra que nem todas as sentenças penais estrangeiras são objeto de homologação no Brasil, o legislador se limitou aos casos dos quais poderiam haver um interesse efetivo de que a decisão viesse a produzir efeitos no Brasil. Sendo, portanto, objeto de homologação apenas as sentenças condenatórias, e não as absolutórias.
O reconhecimento das sentenças estrangeiras se sujeita a um juízo de deliberação que não examina o mérito da mesma, mas apenas verifica se a mesma atende a determinados requisitos formais. Estes requisitos formais estão previstos no artigo 788º, do Código de Processo Penal, e no artigo 15º, da Lei de Introdução ao Código Civil, sendo verificado, de acordo com o artigo 17º, da LICC, à luz do princípio da ordem publica, do respeito à soberania nacional e também ao respeito aos bons costumes. Os requisitos são:
a) Estar revertida das formalidades externas necessárias, segundo a legislação do país de origem;
b) Haver sido proferida por juiz competente, mediante citação regular, segundo a mesma legislação;
c) Ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
d) Estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro;
e) Estar traduzida por intérprete autorizado, tradutor público;
Vale destacar que, com relação ao requisito disposto em “e” se o país de origem da sentença tenha como língua pátria o português, apesar das diferenças estilísticas, a mesma não precisa ser traduzida. Além do mais a sentença e todos os documentos que devem acompanhá-la devem estar devidamente chanceladas, salvo para as decisões oriundas de Estados com os quais o Brasil tenha tratado em vigor que preveja a dispensa desta exigência.
De acordo com o capítulo III, do código de processo penal, para que as sentenças estrangeiras produzam os efeitos com relação aos crimes que embora cometidos no estrangeiro ficam sujeitos as leis brasileiras, artigo 7º, do Código Penal, que trata da extraterritorialidade, as mesmas devem ser homologadas pelo Supremo Tribunal Federal.
Será o procurador-geral da República, sempre que tiver conhecimento da existência de sentença penal estrangeira emanada de Estado com o qual o Brasil tenha tratado de extradição e que haja imposto medida de segurança pessoal ou pena acessória que deva ser cumprida no Brasil, quem pedirá ao Ministro da Justiça providências para obtenção de elementos que o habilitem a requerer a homologação da sentença, isto posto de acordo com o artigo 789º, do CPP, e observando os demais procedimentos do artigo. O que demonstra que a aplicação de sentença penal estrangeira para a aplicação de medida de segurança no nosso país depende do compromisso entre o Brasil e o Estado prolator da sentença.
Nos casos de reparação do dano, restituição e outros efeitos civis, o interessado na execução da sentença penal estrangeira poderá requerer ao Supremo Tribunal Federal a sua homologação, observando-se o que a respeito prescreve o Código de Processo Civil, artigo 790º, do CPP. Constatamos que não é possível a homologação de uma sentença penal estrangeira condenatória a pena privativa de liberdade, caso não seja possível à extradição do acusado para o país.
Concluímos, portanto, ser este um tema de grande valia no cenário nacional e internacional para auxiliar no combate a criminalidade internacional, garantindo a vitima a reparação pelo mal sofrido. O reconhecimento de uma sentença estrangeira pode ser parcial, com o reconhecimento apenas de parte de seus efeitos, ou total, sendo possível ao atender aos requisitos e procedimentos dispostos na lei brasileira.
Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)        
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O quê artigo 10?
Artigo 10º : “Toda pessoa tem direito a julgamento público, imparcial e independente”
        Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
TÍTULO II
DO CRIME
        Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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