Buscar

05 - Restauração de Classe 5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução 
As lesões de classe V são todas aquelas localizadas 
no terço cervical, tanto de dentes anteriores quanto de 
dentes posteriores, seja na arcada superior ou na arcada 
inferior. 
Existem dois tipos de lesões de classe V possíveis 
de serem encontradas: as cariosas e as não cariosas, que 
são as lesões de classe V que mais estão ocorrendo 
atualmente, muitas vezes sendo ocasionadas por hábitos 
alimentares. 
 
Atividade das Lesões Cariosas 
Podemos encontrar dois tipos de lesões cariosas, 
que são as lesões de cárie crônica (lesões estáveis, mas que 
estão presentes) e as lesões de cárie ativa. 
Quando se está diante de uma lesão de cárie, 
independentemente de ser cárie ativa ou cárie crônica, 
deve-se proceder com a sua remoção. 
Embora a lesão de cárie crônica seja estável, a 
qualquer momento, bastando o paciente ter uma queda de 
imunidade, ela pode ser reativada. Por conta disso é 
preciso remove-la. 
 
Adequação do Meio Oclusal 
Quando se tem várias lesões de classe V é preciso 
fazer a adequação do meio bucal, que consiste no 
preenchimento de todas as cavidades com cimento de 
ionômero de vidro, em um primeiro momento, e, 
posteriormente, com a restauração de cavidade por 
cavidade. 
 
Isolamento do Campo 
Para as lesões de classe V pode-se fazer dois tipos 
de isolamento: o isolamento relativo e o isolamento 
absoluto. O que vai definir se vai ser um ou outro é o tipo 
de cavidade. 
O isolamento relativo na classe V é feito com a 
introdução do fio retrator no sulco gengival com muito 
cuidado, pois incomoda bastante o paciente. Além disso, se 
o fio retrator for colocado de forma agressiva no sulco, 
pode-se romper as fibras do ligamento periodontal da 
região do fundo de sulco. 
No caso do isolamento absoluto se utiliza o lenço 
de borracha e o grampo 212 (que foi desenvolvido 
especificamente para lesões de classe V, pois é um grampo 
retrator, ou seja, promove a retração gengival para que 
seja possível visualizar a margem da cavidade). 
Normalmente, por ter sua parte ativa mais fina, o 
grampo 212 não possui uma boa estabilidade. Por conta 
disso, muitas vezes é necessário estabilizar o grampo ao 
elemento dental com godiva, como mostra a imagem a 
seguir. 
 
 
 
O grampo 212 (imagem 1) possui duas garras 
voltadas uma para a outra, na região em que se encaixa ao 
dente. No entanto, se observou que quando se alterava o 
posicionamento dessas garras se conseguia uma melhor 
estabilidade, gerando o chamado grampo 212 modificado 
(imagem 2). Outra modificação, que é possível ver na 
imagem anterior, é a divisão do grampo 212 ao meio, que 
facilita a sua utilização. 
 
 
 
Para o isolamento relativo, por sua vez, existem 
vários tipos de fio retrator disponíveis no mercado, com 
diferentes espessuras: 000, 00, 0, 1 e 2. 
 
 
Para selecionar o fio retrator a ser utilizado se 
aplica um jato de ar no sulco gengival, de forma que se 
observa o quanto de profundidade tem. 
A introdução desse fio no sulco gengival nunca 
deve ser feita com o auxílio de instrumentais pontiagudos, 
como hollembacks ou sonda exploradora. Deve-se utilizar 
um instrumental de ponta romba, que pode ser a espátula 
de resina ou o instrumento para fio retrator, pois diminui 
os danos à gengiva durante a introdução do fio. 
Como se pode visualizar na imagem a seguir, o fio 
retrator promove uma isquemia na região do sulco 
gengival. Isso acontece em virtude da adição de um 
hemostático na sua composição, que serve justamente 
para evitar sangramentos em decorrência da sua inserção. 
Restauração de Classe V 
 
 
Remoção de Tecido Cariado e 
Restauração 
Após a realização do isolamento, remove-se a 
dentina cariada, tendo cuidado para não confundir com a 
dentina reacional, que possui uma coloração castanho-
amarronzada. 
Feito isso, os passos seguintes são relativos ao 
sistema adesivo, com o condicionamento ácido, controle 
de umidade e aplicação do adesivo. Em seguida se aplica a 
resina, da mesma forma que nos demais modelos de 
restauração (em incrementos). 
Com relação ao acabamento e polimento, as 
restaurações de classe V, mais do que qualquer outra, 
devem ficar extremamente lisas e polidas. Deve-se estar 
ciente de que a margem está no sulco gengival e, se não 
estiver muito lisa e polida, pode promover o acúmulo de 
biofilme, gerando sérios problemas periodontais. 
Para evitar colocar novamente o fio retrator em 
uma nova sessão, pode-se aproveitar o momento da 
confecção da restauração e fazer logo o acabamento e 
polimento. 
Para a realização do acabamento e polimento o 
ideal é utilizar os discos de lixa, removendo com muita 
delicadeza todo excesso que tiver na região cervical. 
Utiliza-se sempre a sequência completa de discos, iniciando 
pelo mais grosso e indo até o mais fino. 
Embora o disco de lixa mais fino já promova um 
certo polimento à restauração, ainda assim se deve fazer o 
polimento com disco de feltro e pasta diamantada, pois 
essa restauração, em termos de lisura de superfície, é mais 
importante do que qualquer outra. 
 
Situações Especiais 
As situações especiais são aquelas em que o 
protesista solicita que a restauração de classe V seja feita 
com amálgama de prata. Isso ocorre porque muitas vezes 
nessas regiões irão se localizar os grampos das próteses 
parciais de resina. 
O procedimento nesses casos tem como primeiro 
passo o preparo da cavidade, que é diferente das 
restaurações feitas com resina. Enquanto que nas 
restaurações de resina a remoção de tecido se limita ao que 
foi afetado irreversivelmente pela cárie, nas restaurações 
de amálgama é preciso fazer o preparo cavitário retentivo. 
As paredes circundantes da cavidade devem ser 
ligeiramente expulsivas, enquanto que a parede axial deve 
ser convexa. Além disso, é preciso fazer retenções na 
cavidade, pois as cavidades de classe V já possuem uma 
dificuldade em ficarem retidas e o amálgama sem essa 
retenção corre ainda mais risco de cair. 
Para a confecção das retenções pode-se utilizar 
dois tipos de brocas: 
 Cone invertido n° 33 ½ - A face plana dessa broca 
faz com que não se perca a regularidade da parede 
axial, podendo ser apoiada sobre a face sem 
promover desgastes; 
 Esférica n° ¼ e ½. 
A retenção é o ultimo procedimento feito no 
preparo da cavidade e deve-se tomar cuidado para que ela 
não seja feita às custas da parede axial, pois ela está 
voltada para a câmara pulpar. Dessa forma, a retenção 
deve ser feita nas paredes oclusal e gengival. 
 
 
 
Características da Cavidade 
Ao final do preparo se deve verificar se a cavidade 
está com as características adequadas para receber a 
restauração de amálgama, que são: 
 Parede axial convexa; 
 Paredes circundantes ligeiramente expulsivas; 
 Ângulo cavo superficial nítido – Toda vez que que 
trabalha com amálgama esses ângulos devem ser 
nítidos, não podendo ser biselados; 
 Retenções nas paredes gengival e oclusal. 
 
Confecção da Restauração 
Para se realizar uma restauração de classe V com 
amálgama é preciso utilizar uma matriz, pois quando o 
amalgama é injetado na cavidade a tendência é de que ele 
caia. 
Dessa forma, a matriz de Parula é a mais indicada 
para que seja possível aplicar e condensar o amálgama sem 
que ele caia na cavidade do paciente. 
 
 
 
A matriz de Parula, que também é chamada de 
matriz frenestrada, cria uma janela para o local onde o 
amálgama deve ser colocado. 
Para a obtenção dessa matriz é necessário ter as 
fitas de 5 e 7 mm, além de uma pinça porta-agulha, que é 
utilizada para posicionar a matiz ao redor do dente, 
demarcando o tamanho do contorno do dente. 
Após isso, essa matriz é retirada, ainda pinçada, e, 
com o alicate n° 141 da ortodontia, se pressiona a frente na 
frente do porta-agulha, em um lado e no outro. 
 
 
 
Feito esses passos se tem uma matriz chamada de 
matriz rebitada, que é um tipo de matriz individual que 
também pode ser utilizada na confecção de restaurações 
de amálgama de classe II. 
Essa matriz de rebite é transformadaem uma 
matriz de Parula com o auxílio de uma ponta cilíndrica. Para 
isso, coloca-se a matriz rebitada no dente em questão e, 
com a ponta cilíndrica se sente o local do preparo. 
Posiciona-se a ponta no centro do preparo e realiza a 
perfuração da matriz, circundando o preparo até que se 
faça toda a janela. 
Feito isso, coloca-se as cunhas de madeira e o 
amálgama passa a ser inserido em pequenas porções, pois 
é preciso condensar bastante o material para que ele fique 
bem adequado à retenção adicional. À medida que se vai 
chegando à superfície da cavidade se vai aumentando o 
diâmetro do condensador. 
Terminada a condensação do material, a matriz é 
removida através do corte feito na região entre ela e o 
dente. Além de remover a matriz, deve-se remover 
também as cunhas de madeira. 
A partir disso é feita a brunidura inicial, também 
chamada de pré-brunidura. Em seguida é feita a escultura, 
que nas classes V basicamente se restringe à bossa, que é 
um detalhe anatômico que impede que o alimento atinja 
com muita força a região periodontal durante a mastigação 
(por isso é importante devolver essa anatomia). 
Em seguida se checa as margens da restauração, 
que é uma etapa muito importante, principalmente nas 
regiões subgengivais. Além disso, realiza-se a brunidura 
pós-escultura. 
O acabamento e polimento deve ser feito com no 
mínimo 24 horas após a confecção da restauração. Essa 
etapa tem como objetivo promover uma superfície o mais 
lisa por filme, para que não se tenha acúmulo de biofilme. 
Além disso, nessa etapa também se refina a escultura. Com 
isso se melhora o desempenho clínico da restauração. 
O acabamento pode ser feito por meio de duas 
técnicas. A primeira delas utiliza borrachas abrasivas, onde 
a marrom faz o acabamento, a verde faz o polimento inicial 
e a azul faz o polimento final. 
A outra técnica consiste na utilização das brocas 
multilaminadas para acabamento e polimento específicas 
para amalgama (12 lâminas). O polimento nessa técnica é 
feito com a seguinte sequência de pastas: pedra pomes, 
branco de Espanha e óxido de zinco. 
Tratam-se de técnicas destintas: ou se faz uma ou 
se faz outra. As taças de borracha são muito mais caras 
(utiliza um kit para cada paciente, pois se desgastam). Além 
disso, a utilização das multilaminadas em associação com 
as pastas promovem um resultado melhor, pois promovem 
uma lisura de superfície e polimento muito melhor com o 
polimento feito com a sequência de pastas. 
 
Lesões Não Cariosas 
As lesões não cariosas podem decorrer de três 
motivos: 
 Erosão; 
 Abrasão; 
 Abfração. 
 
 
 
Para que se possa fazer um bom tratamento para o 
paciente é necessário primeiro diagnosticar. É preciso 
saber diante qual tipo de lesão se está trabalhando, pois, 
para esses tipos de lesão de classe 5 não basta apenas 
restaurar. É extremamente importante que se remova o 
agente etiológico, o que só pode ser feito a partir do 
conhecimento acerca dele, daí a importância de fazer o 
diagnóstico entre essas 3 lesões. 
 
Abrasão 
A abrasão é uma lesão ocasionada por um desgaste 
mecânico, normalmente em virtude da escovação com 
força acentuada. 
Para que se faça o diagnóstico diferencial dessas 
lesões é importante notar que, por normalmente 
decorrerem da escovação com força acentuada, elas 
costumam aparecer em grupos. Por exemplo, quando o 
paciente escova com força no lado direito, as lesões de 
abrasão se apresentarão em vários dentes do lado direito e 
não em apenas um dente. 
Normalmente, pessoas destras costumam 
apresentar mais dessas lesões no lado direito, enquanto 
que pessoas canhotas apresentam mais no lado esquerdo, 
em decorrência da força empregada na escovação. 
 
Abfração 
As lesões de abfração acontecem na maioria das 
vezes em um único dente, em virtude da sua etiologia. A 
abfração é ocasionada por contatos prematuros. 
Quando se tem contato prematuro, ao mastigar, 
uma força oclusal excessiva será direcionada para o dente 
em questão, pois ele será o primeiro dente a tocar durante 
a mastigação, recebendo grampe parte da força exercida 
durante o ato mastigatório. 
Em decorrência dessa força muito grande 
empregada, os prismas de esmalte, na região cervical, 
tendem a se soltar. Como no terço cervical há pouco 
esmalte, a espessura de prismas de esmalte é muito fina. 
Conforme esses prismas de esmalte vão se 
soltando, promove-se lesões em forma de V ou de cunha. 
Além dos contatos prematuros naturais, a abfração 
também pode ocorrer em virtude da perda de um 
elemento dental, que promove uma movimentação dos 
demais elementos dentários do paciente. Dessa forma, 
pode ocorrer uma alteração na mordida normal do 
paciente, ocasionando um contato prematuro com dentes 
que sequer foram restaurados. 
 
Erosão 
A erosão é o resultado físico de uma perda 
patológica, crônica e localizada, que se dá quando o tecido 
dental duro é submetido quimicamente a ataques ácidos. 
É comum ver muitas lesões de erosão na face 
palatina dos dentes de pacientes que possuem refluxo 
forte/constante. 
 
Tratamento 
O tratamento dessas lesões consiste, 
primeiramente, no controle do agente etiológico. Em 
segundo lugar vem o emprego de um dessensibilizante, 
pois algumas lesões de classe V onde ocorre a exposição da 
raiz (muitas vezes por conta de uma retração gengival) nem 
sempre permite a aplicação da resina composta. Por outro 
lado, há situações em que o tratamento restaurador é o 
mais indicado. 
 
Restauração 
Na grande maioria dos casos, o material 
restaurador a ser empregado será a resina composta. 
O primeiro passo para o emprego da resina 
composta é a seleção da cor, que deve ser feita próxima à 
região cervical. 
Feito isso, realiza-se o isolamento e se prossegue 
com o procedimento restaurador já relatado, adaptando a 
ultima camada de resina preferencialmente com um pincel. 
Após a finalização da aplicação da resina, realiza-se 
então a checagem dos excessos, principalmente na região 
do sulco gengival. Em seguida se faz o acabamento e 
polimento. 
 
Hipersensibilidade 
As lesões de classe V podem vir acompanhadas de 
hipersensibilidade, que é uma dor aguda, curta e 
passageira, causada pela dentina exposta, em resposta a 
estímulos mecânicos, químicos, térmicos ou osmóticos. 
Essa hipersensibilidade pode ocorrer durante a 
escovação, que é um estímulo mecânico, ou durante o 
consumo de doces, bebidas quentes ou frias, por exemplo. 
A causa da hipersensibilidade é a exposição dos 
túbulos dentinários, que possuem terminações nervosas 
em seus interiores. 
A sensibilidade é explicada por meio da teoria 
hidrodinâmica, que diz que, quando os túbulos dentinários 
estão expostos ao meio bucal, ocorre uma penetração de 
fluídos no interior desses túbulos. A troca de fluidos entre 
os túbulos dentinários e o meio oral promove uma 
diferença de pressão que atinge as terminações nervosas, 
tendo como resposta a sintomatologia dolorosa. 
A exposição da dentina pode ser ocasionada tanto 
pela remoção do esmalte como pela perda do tecido 
periodontal (doenças periodontais), onde o esmalte se 
encontra íntegro, mas a raiz está exposta. 
 
A exposição da dentina é derivada da remoção do 
esmalte nos casos de erosão, abrasão e abfração, ou até 
uma lesão de cárie. Já os casos em que a dentina é exposta 
em decorrência da perda dos tecidos periodontais são 
derivados de doenças periodontais. 
 
Quando o verniz fluoretado (dessensibilizante) não 
resolve a hipersensibilidade, coloca-se uma camada de CIV, 
que com o tempo será perdida. No entanto, durante o 
período em que o CIV estiver em posição, ele irá obliterar 
os túbulos dentinários, visto que possui flúor em sua 
composição. 
A partir do momento em que o flúor fecha a 
entrada dos túbulos dentinários, o processo de 
hipersensibilidade do paciente será resolvido.

Continue navegando