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1 INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIBELLE MACHADO CARVALHO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA 1 INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIBELLE MACHADO CARVALHO 1 © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza- ção escrita do Editor. FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral:Valdir Henrique Valério Diretor Executivo:William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza mendes Leite Carla Jordânia G. de Souza Guilherme Prado Design: Aline De Paiva Alves Bárbara Carla Amorim O. Silva Élen Cristina Teixeira Oliveira Taisser Gustavo Soares Duarte Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 2 INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1° edição Ipatinga, MG Faculdade Única 2021 3 Cibelle Machado Carvalho Bacharela em Gestão Ambiental (2013) pela Universidade Federal do Pampa. Espe- cialista em Educação, com ênfase em educação ambiental não formal (2015), Mestra em Engenharia Ambiental (2015) e Doutora em Engenharia Civil - UFSM, com ênfase em Re- cursos Hídricos, Gestão e Saneamento Ambiental (2016-2020) pela Universidade Federal de Santa Maria. Possui pós doutorado em disponibilidade hídrica e cenários de mudanças cli- máticas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais- INPE. Além disso, tem experiência como conteudista, validadora, materiais didáticos e e-books para universidades a distância, além de, experiências em tutorias a distância. 4 LEGENDA DE Ícones São os conceitos, definições ou afirmações importantes aos quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 5 SUMÁRIO UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 1.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................8 1.2 Engenharia: da história ao mundo atual ....................................................................................................................8 1.3 Pioneirismo e a engenharia no Brasil ..........................................................................................................................10 1.4 Ética na engenharia .................................................................................................................................................................12 FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................16 2.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................20 2.2 A importância da comunicação na engenharia ................................................................................................20 2.3 Soluções de problemas .......................................................................................................................................................22 2.4 Gerenciamento de projetos .............................................................................................................................................24 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................27 3.1 Introdução .......................................................................................................................................................................................31 3.2 Diferentes áreas de conhecimento de conhecimento da engenharia ................................................31 3.3 Funções do engenheiro .......................................................................................................................................................33 3.4 O engenheiro, o técnico e o tecnólogo: suas diferenças e interdependências ............................34 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................36 A HISTÓRIA DA ENGENHARIA COMPETÊNCIAS FUNDAMENTAIS UNIDADE 4 4.1 Introdução ....................................................................................................................................................................................40 4.2 O processo de formação profissional .......................................................................................................................40 4.3 Competência a serviço da sociedade .......................................................................................................................42 4.Engenharia e a importância ambiental e social ....................................................................................................43 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................46 ENGENHARIA E SUAS INTERFACES ENGENHARIA E SOCIEDADE UNIDADE 5 5.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................50 5.2 A importância do núcleo de conteúdos básicos ................................................................................................50 5.3 A importância dos núcleos profissionalizantes ...................................................................................................51 5.4 A importância dos núclos específicos .......................................................................................................................53 FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................55 A IMPORTÂNCIA DO NÚCLEO DE CONTEÚDOS BÁSICOS, ESPECÍFICOS E PROFISSIONALIZANTES UNIDADE 6 6.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................59 6.2 Normas técnicas .......................................................................................................................................................................59 6.3 Sistemas deunidades ..........................................................................................................................................................60 6.4 Conversão de unidades................................ .......................................................................................................................62 FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................66 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................................................68 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................69 ASPECTOS RELACIONADOS A NORMALIZAÇÃO TÉCNICA 6 UNIDADE 1 Exploraremos a história da engenharia até o mundo atual. O pioneirismo e engenharia no Brasil. Além disso, vamos compreender a importância da ética na engenharia para a sociedade. UNIDADE 2 Compreenderemos a importância da comunicação na engenharia. Além disso, estudaremos a importância de soluções adequadas e um gerenciamento de projetos eficiente. UNIDADE 3 Buscaremos entender as áreas de conhecimento da engenharia e suas funções. Além disso, estudaremos as diferenças do bacharelado, do técnico, tecnólogo e suas interdependências para um projeto. UNIDADE 4 Estudaremos o processo de formação profissional do engenheiro, competência a serviço da sociedade e a importância ambiental e social da engenharia. UNIDADE 5 Iremos estudar a importância dos núcleos de conteúdos básicos, profissionalizantes e específicos da engenharia. Assim discutiremos a importância de compreender o processo do núcleo de conteúdo. UNIDADE 6 Buscaremos entender como é o processo das normas técnicas no Brasil. Além disso, estudaremos os sistemas de unidades e as principais conversões de unidades. C O N FI R A N O L IV R O 7 A HISTÓRIA DA ENGENHARIA UNIDADE 01 8 1.1 INTRODUÇÃO Você já pensou em tudo que a engenharia está relacionada? Sabemos que a enge- nharia é a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Partindo desta reflexão, sabemos que a engenharia tem por objetivo desenvolver processos, ferramentas, equipamentos e ideias para as soluções dos problemas atuais. Vale destacar, que a engenharia e/ou percur- sores dos engenheiros estavam presentes desde a história antiga, ou seja, as populações sempre necessitaram utilizar técnicas de engenharia para sua sobrevivência como à caça, pesca e agricultura. Se pensarmos na presença dos engenheiros ao longo da história, podemos citar as pirâmides do Egito e aquedutos romanos, por exemplo, ou seja, os engenheiros estavam lá, mas ainda não levavam esse título. Acredita-se que um dos primeiros engenheiros do mundo trabalhava para o faraó, no qual, teve a brilhante ideia de projetar a pirâmide de Djoser, esse acontecimento foi por volta de 2630 - 2640a.C. Assim, a população foi evoluin- do e a engenharia acompanhou suas necessidades, com a criação de ruas asfaltadas, casas mais estruturadas, ferramentas essenciais, como televisão, internet, carros, edifícios, eleva- dores, entre outros. Podemos destacar dois vieses da engenharia, sendo que um deles propõe converter os recursos naturais de forma adequada para a sociedade e o outro busca solucionar os problemas oriundos da conversão inadequada dos recursos naturais, fazendo com que fos- sem criadas novas áreas de estudo da engenharia, como por exemplo, a engenharia am- biental, florestal, agrimensura, computação, software, controle e automação, aeroespacial, etc. Mas há também, engenharias com ênfase na produção e qualidade, como a enge- nharia de produção que surgiu devido às mudanças no mercado que, consequentemente, proporcionaram um aumento na demanda por profissionais especializados. Sendo assim, neste capítulo iremos estudar e entender a história da engenharia no Brasil e no mundo, além da ética que procede essa importante profissão. Bons estudos! 1.2 ENGENHARIA: DA HISTÓRIA AO MUNDO ATUAL O papel do engenheiro é fundamental para a população. Ele atua no controle do fogo, criação das cidades, domínio da agricultura entre outros. Uma habilidade que pode ser compreendida a mais ou menos 2 milhões de anos atrás, ou seja, desde quando os ho- minídeos fabricavam ferramentas rudimentares para sua sobrevivência. Acredita-se que o pontapé inicial para a engenharia foi o descobrimento do fogo e a técnica de polimento de pedras. Com essas descobertas, houve também, outros métodos de organização social e assim os seres humanos sentiam a necessidade de novas descobertas, como obras de maiores portes, exemplo disso, são as pirâmides do Egito criadas a cerca de 4,5 mil anos atrás. Os seres humanos descobriram a processo de fundição de metais por volta de 2 mil anos a.C. e neste mesmo período, também, ocorreu a descoberta da roda, e assim inicia- ram-se as construções de maquinária simples. Desta forma, tornou-se possível a constru- ção de templos, estradas e palácios, acarretando novas mudanças na sociedade. Vale lem- brar que neste mesmo período os egípcios já canalizavam água do rio Nilo para irrigação e utilizavam papiros para a escrita. 9 Figura 1: A invenção da roda e suas modificações ao longo do tempo Disponível em: https://bit.ly/3xWCBn7 . Acesso: 15 fev. 2021 A sociedade mediterrânea e escandinava desenvolvia técnicas para construção de navios. Os chineses inventam a pólvora e a bússola magnética. Aos longos das décadas e séculos ocorriam evoluções tecnológicas, diversas vezes alcançadas por artesões de ma- neira empírica, ou seja, através de tentativas, erros e experiência, e este conhecimento pas- sava por gerações. Destaca-se que para a época as habilidades citadas, eram consideradas presente dos deuses, sendo repassadas somente para os escolhidos. O grupo social que possuía mais conhecimento de engenharia e tecnologia, obtinha grandes vantagens, e isso acarretou em dominações de povos. Vale destacar, que a enge- nharia era considerada um ramo da geografia na idade média, mais especificamente um ramo da cosmografia que é o estudo do universo, que compreendia as áreas da astrono- mia, hidrografia e a geografia. Mas a partir do século XVII, a cosmografia se distinguiu da geografia, e começou a referir-se a conhecimentos úteis à navegação; e a geografia limi- tou-se, a estudar o espaço geográfico. Partindo deste contexto, surgiram os engenheiros militares, aqueles que obtinham o conhecimento sobre as questões da terra e eram especialistas em sistemas de defesa. Dentro da área da geografia, a engenharia começou a se tornar uma área do conheci- mento específico, devido as guerras e defesas dos territórios, visto que, era necessário um conhecimento mais aprofundado e especializado, assim foram separados os conhecimen- tos cosmográficos dos geográficos. Esse “desmembramento” aconteceu, principalmente, porque a engenharia abrangia algumas áreas totalmente estranhas para a geografia, no entanto, os saberes e a construção da engenharia foram de origem militar. A engenharia e sua história têm ligação íntima com sistemas defensivos e ofensivos, retratados historicamente desde a idade média e por consequência, gerando vantagens competitivas. Os primeiros indícios da engenharia e as guerras se remonta ao Império Ro- mano, onde possuíam soldados, no qual tinham responsabilidade técnica na área de cons- truções, fortificações e posições defensiva. Todas as guerras tinham seus responsáveis técnicos, que hoje denominamos de en- genheiros militares, mas, a guerra que foi denominada e percebeu-se essa importância foi no reinado de Dom João V, de Portugal, meados do século XVIII, durante a guerra da Sucessão Espanhola, onde teve um crescimento da profissão de engenheiro militar. Um dicionário da língua portuguesa,em Lisboa de 1739, retrata a engenharia como a arte e/ou ciência que os “engenheiros” desenvolviam. A engenharia era retratada para aquelas pessoas que desenvolviam as máquinas, obras e engenhos para as guerras. https://bit.ly/3xWCBn7 10 A humanidade evoluiu em um processo contínuo de saberes diferenciados. Grandes avanços científicos ocorreram quando as invenções chegaram ao mercado consumidor. Partindo do princípio em que a sociedade estava em constantes modificações, aliado a dois processos: grandes crises (guerras) e catástrofes ambientais; houve mudanças da so- ciedade, industrias e mercado consumidor. Perante tal, as técnicas de engenharia foram mudando e se aprimorando, surgindo assim, o conhecimento teórico para fundamentalizar a prática. Com isso, vieram os profis- sionais especialistas em solucionar os problemas que antigamente eram resolvidos atra- vés de erros e acertos, ou seja, utilizando apenas aspectos práticos. Como sabemos, as estruturas e instrumentos foram construídos através de obser- vações do passado e assim, deu-se início a engenharia, mas, com a expansão científica, metodológica, matemática e física em sua ordem prática e teórica nasceu à figura que atualmente chamamos de engenheiro. Logicamente a engenharia foi se estruturando com a evolução da matemática e in- terpretações dos fenômenos físicos. No século XVIII, foi o marco divisório da engenharia: antiga e moderna. A engenharia antiga é caracterizada pelo empirismo, ou seja, enge- nheiros que desenvolviam técnicas através do conhecimento de seus antecessores com base na sua própria vivência. A engenharia moderna utiliza o conhecimento científico para solucionar e resolver problemas, ou seja, a partir da fundamentação teórica, que leva em consideração conhecimentos específicos, como estruturas de materiais, leis da mecânica, modelagens matemáticas, fenômenos físicos, entre outros. Vale mencionar que a tecnologia que conhecemos hoje, iniciou-se a mais ou menos quatro décadas atrás, no entanto, só teve aceleração na revolução industrial. Mas houve alguns avanços importantes para que isso ocorresse, como projetos idealizados por Leo- nardo da Vinci (1452-1519), no qual, reuniu conhecimentos empírico e teórico. Da Vinci projetou a roda d’agua horizontal, no qual foi utilizado na construção das turbinas hidráulicas, portos, máquinas de escavação além de estudos científicos. Em 1590, Galileu, físico, estudou levantamento de pesos e inventou o termômetro, além de estudar a lei da gravitação e oscilações. Historiadores afirmam que o primeiro termo utilizado como engenheiro, provenien- te da palavra latina, Ingenium, significa engenho ou habilidade, foi na Itália. Oficialmente, este termo foi designado por ordem régia de Carlos (1337-1380), da França, que começou a utiliza-lo para as pessoas que designavam técnicas por base científicas, o invento e à aplicação de engenhos. Por fim, em 1814 o termo engenharia foi dicionarizado para o por- tuguês e o primeiro título de engenheiro foi engenharia foi dicionarizado para o português e o primeiro título de engenheiro foi usado por John Smeaton (1724-1792), que se auto inti- tulou engenheiro civil. 1.3 PIONEIRISMO E A ENGENHARIA NO BRASIL Não se sabe ao certo quando iniciou a engenharia no Brasil, mas a profissão es- tabeleceu-se efetividade na construção de casas pelos colonizadores posteriormente a construção de obras de defesa. No Brasil, o modelo de engenharia que conhecemos atu- almente, teve início a partir de atividades de engenheiros e mestres construtores de edifi- cações. Logicamente o desenvolvimento da engenharia no Brasil se manteve atrasado devi- do ao modelo de economia fundamentado na escravidão, o que representava mão de obra 11 barata. As referências mais antigas retratam que o ensino da engenharia no Brasil teve início através de um holandês, Miguel Tirmermans, em meados de 1650. A Academia Real Militar, foi a primeira escola de engenharia no Brasil, criada em me- ados de 1810, substituindo a Real Academia de Artilharia, Fortificações e Desenho (Figura 2), instalada em 1792. Posteriormente a Academia Militar sofreu várias modificações, após a independência, o nome foi mudado para Academia Imperial Militar, mais tarde, Academia Militar da Corte. Vale lembrar que em 1823 foi permitida a entrada de civis, ou seja, os cida- dãos não precisavam fazer parte do Exército para se tornarem engenheiros. Em 1858, pelo Decreto n° 2116, foi criada uma nova coordenação e organização das escolas militares, originando uma nova nomenclatura: Escola Central, destinada a ensinos como matemática, física e áreas da natureza (doutrinas próprias da engenharia civil). Com essas novas modificações o ensino militar ficou sob a responsabilidade da Escola de Apli- cação do Exército, denominada Escola Militar e de Aplicação do Exército, e da Escola Militar do Rio Grande do Sul. Figura 2: Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho Disponível em: https://bit.ly/3gai3Bn . Acesso em 14 fev. 2021 Em 1874, pelo Decreto no 5.600 foi criada a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, su- cessora da Escola Central. Neste mesmo momento foi criada a Escola de Minas de Ouro Preto em 1876. No século XIX foram criadas cinco escolas de engenharia, sendo em 1893 a Politécnica de São Paulo; em 1896 a Politécnica do Mackenzie College e a Escola de Enge- nharia de Recife e em 1897 a Escola de Engenharia de Porto Alegre e a Politécnica da Bahia. A partir deste período criaram-se diversas outras instituições de ensino da engenharia. Dentro do contexto do ensino superior, a origem da engenharia é recente. Até 1759, a educação superior possuía vínculos com os “soldados de cristo” que preparavam a elite para assumir funções de direção do reino português no Brasil. Assim, a partir da década de 1950, 14 estados brasileiros já contavam com Escolas de Engenharia, sendo criado também o ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica. No governo Juscelino Kubitschek, criaram-se novas escolas, em 1970 o Brasil já con- tava com 117 Escolas de Engenharia em funcionamento. Na década de 1980, já havia mais de 130 escolas de engenharia e em 2008 eram mais de 450 Escolas de Engenharia no Bra- sil. https://bit.ly/3gai3Bn 12 O livro Introdução a Engenharia, organizado por Carlos Alberto de Freitas relata todos esses nossos conceitos até aqui discutidos. Vale a pena ler! Este livro está disponível na Biblioteca Virtual Person, através do link: https://bit.ly/2Unv6rw . Acesso em: 23 jan. 2021. BUSQUE POR MAIS Outro livro, que vale a pena é de Mark T. Holtzapple W e Dan Reece denomina Introdução a engenharia. Este livro está disponível na Minha Biblioteca Única através do link: https://bit.ly/3iT6tN5 Acesso em: 15/04/2021 1.4 ÉTICA NA ENGENHARIA Antes de discutirmos o que é ética, precisamos entender a diferença entre ética e moral. Ética vem da palavra grega êthos, que significa caráter e é muito utilizada como re- presentação da forma de agir e ser das pessoas, ou seja, ações e comportamentos. Tendo como significado estudo dos juízos de apreciação referente à conduta humana, no ponto de vista do bem e do mal. Entretanto uma variante do termo latino êthos é moris que significa moral, conjunto de regras de conduta de um grupo social, ou seja, são hábitos e costumes julgados váli- dos por um modo absoluto ou por um determinado grupo social. A moral é estabelecida de acordo com a cultura em determinado tempo e espaço, além disso, elementos como religião, informações e modo de vida influenciam a moral, podendo também expressar “normas de proibição e permissão”. O comportamento moral é moldado culturalmente, ou seja, há tabus e permissões moralistas que se retratam de acordo com o desenvolvimento dos grupos sociais. Ética é uma ação refletida e pensada, baseada no certo e errado, que não desrespeita a individu- alidade das pessoas. Desta forma, a ética é um conjunto de padrões que pautam a condu- ta dos seres humanos. Na engenharia,em um contexto social técnico, você saberia dizer quais são as condutas éticas que o engenheiro deve respeitar? A engenharia é uma interação coletiva, sendo fundamental o trabalho em equipe. Assim é necessário conhecer as normas de interação, visto que isso norteará os relaciona- mentos com os clientes e a sociedade, portanto o engenheiro (a) deve manter uma condu- ta ética em relação à sociedade. Um tema da ética na engenharia que merece destaque é o direito, que pode ser definido como um sistema de normas e diretrizes com embasamento teórico e prático. Ou seja, são processos legais que estabelecem autoridade e quando descumpridas geram sansões, como multas, serviços comunitários, prisão entre outros. As legislações e suas penalidades podem variar de acordo com o local, sendo que em diversos países do mundo essas penalidades podem chagar a pena de morte. Por exem- plo, no Brasil, há normas, resolução e portarias que os engenheiros devem cumprir para solucionar os problemas. Mas é importante destacar que em todos os grupos sociai(profis- sões) existem regras e punições, e isso serve para a proteção da sociedade. Em 2002, foi descrito o novo Código de Ética Profissional da Engenharia (Resolução nº 1.002) que enuncia fundamentos básicos sobre a prática da profissão. Revogada pela Lei que deu início aos princípios éticos da engenharia Lei nº 5.194/1966, onde este regulamenta https://bit.ly/2Unv6rw https://bit.ly/3iT6tN5 13 o exercício das profissões da engenharia. Desta forma, este Código e em seu Art. 8º retrata a prática da profissão em engenha- ria que segue os princípios éticos aos quais o profissional deve pautar sua conduta: “Do objetivo da profissão I – A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exer- cê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu am- biente e de seus valores; Da natureza da profissão II – A profissão é bem cultural da humanidade construído ermanentemente pelos co- nhecimentos técnicos e científicos e pela criação artísti- ca, manifestando-se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem; Da honradez da profissão III – A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã; Da eficácia profissional IV – A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compro- missos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade satis- fatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus procedimentos; Do relacionamento profissiona lV – A profissão é prati- cada através do relacionamento honesto, justo e com es- pírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; Da intervenção profissional sobre o meio VI – A profis- são é exercida com base nos preceitos do desenvolvimen- to sustentável na intervenção sobre os ambientes natu- ral e construído e da incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores; Da liberdade e segurança profissionais VII – A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo (BRASIL, 2002)”. Dos deveres da profissão da engenharia: “Ante o ser humano e seus valores: oferecer seu saber para o bem da humanidade; harmonizar os interesses pessoais aos coletivos; contribuir para a preservação da incolumidade pública; divulgar os conhecimentos cientí- ficos, artísticos e tecnológicos inerentes à profissão (BRA- SIL, 2002).” Ante à profissão: “Identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão; conser- var e desenvolver a cultura da profissão; preservar o bom 14 Leia a Resolução 1.002/2002 que dispõe sobre princípios éticas dos engenheiros! Vale a pena conferir: Disponível em: https://bit.ly/3m94K8d . Acesso em: 22 jan. 2021 BUSQUE POR MAIS Das relações com os clientes, empregadores e colaboradores: “Dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da equidade; resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou empregador, salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da infor- mação; fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propaganda pessoal; atuar com imparciali- dade e impessoalidade em atos arbitrais e periciais; con- siderar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertando-lhe, sempre que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em suas propostas; alertar so- bre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições técnicas e as consequências presumíveis de sua inob- servância; g) adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às normas vigentes aplicáveis (BRASIL, 2002).” Por fim, a resolução 1.002 de 2002 tem por intuito padronizar e legalizar a conduta do engenheiro perante a sociedade, onde atender as normativas, resoluções e portaria é fun- damental para a construção de uma relação saudável ambientalmente, economicamente e socialmente justa. Além disso, leia também essa obra fantástica denominado Ética do autor Bene- dictus de Spinoza. Link: https://bit.ly/3CUzuji . Acesso em:15 mar. 2021 Você sabia que antigamente a grande maioria das engenharias eram contempladas pelos profissionais de engenharia civil? A engenharia ambiental era um ramo da engenharia civil onde se estudavam os recursos naturais e suas especificidades, como o solo, recursos hídricos e outros. Desta forma, devido aos novos problemas que a sociedade enfrentava e a comple- xidade dos projetos de engenharia civil que envolve fatores técnicos, econômicos, sociais e ambientais, tornou-se fundamental criar a profissão da engenharia ambiental. FIQUE ATENTO conceito e o apreço social da profissão; desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de sua capacidade pessoal de realização; empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido da consolidação da cidadania e da solidariedade profissional e da coibição das transgressões éticas (BRASIL, 2002)”. https://bit.ly/3m94K8d https://bit.ly/3CUzuji 15 Você sabia que atualmente o Exército Brasileiro tem uma arma denominada engenharia? Nem todos os soldados são engenheiros, mas os oficiais e sargentos estudam anos na escola de armas de engenharia, considerado também ensino superior. Mas vale ressaltar que há VAMOS PENSAR? vagas específicas para os engenheiros credenciados no CREA no exército. Quer saber mais? Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=WzVaWT0KV8M . Acesso em: 23 fev. 2021. Vale a pena conferir! https://www.youtube.com/watch?v=WzVaWT0KV8M 16 1. A ética profissional de um engenheiro é posta à prova em cada uma de suas decisões e ações, pois estas ações exercem influência na vida de diversas pessoas, tais como os empresários, demais funcionários da organização, os consumidores, as comunidades, etc. Com relação à ética profissional, considere as afirmações abaixo: I. A reputação de um profissional é ligada a dois pilares fundamentais: sua competência técnica e sua ética pessoal. II. Um grande desafio ético do engenheiro de produção produz-se quando ele se vê diante do dilema entre obedecer a uma legislação ou a uma demanda da organização onde ele trabalha e ambas são antagônicas. Nesses casos, o importante é garantir que possíveis consequências e sanções recairão sobre a organização, jamais sobre o engenheiro. III. Existem situações em que decisões de fechamento de postos de trabalho e consequente perda de empregos são decisões eticamente defensáveis. Um exemplo desse tipo de situação é a automatização de atividades perigosas, que normalmente geram acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. Relativamente a estas afirmativas, selecione a opção correta. a) As afirmativas (I) e (II) estão corretas e a afirmativa (III) está parcialmentecorreta. b) As afirmativas (I) e (II) estão corretas e a afirmativa (III) está parcialmente correta. c) A alternativa (II) está errada e as demais alternativas estão parcialmente corretas. d) As afirmativas (I) e (III) estão corretas e a afirmativa (II) está parcialmente correta. e) Todas as alternativas estão erradas. 2. Código de valores que norteiam a conduta de um indivíduo, bem como suas decisões e escolhas, fazendo com que esse indivíduo seja capaz de julgar o que é certo ou errado. Trata-se da definição de: a) altruísmo. b) egoísmo. c) consenso. d) participação. e) moralidade. 3. A ética associa cultura e sociedade para definir o que seja mal ou bem, vício ou virtude. Com base nessa definição, a virtude da gentileza, muito importante para o atendimento ao cidadão-usuário, correlaciona-se ao vício de a) irascibilidade. b) ambição. c) vaidade. d) indulgência. FIXANDO O CONTEÚDO 17 e) vulgaridade. 4. Com relação ao Código de Ética Profissional – Resolução CONFEA nº 1002/02, a prática da profissão é fundamentada em princípios éticos nos quais o profissional deve pautar sua conduta. Esses princípios são: do objetivo da profissão, da natureza da profissão, da honradez da profissão, da eficácia profissional, do relacionamento profissional, da intervenção profissional sobre o meio e da liberdade e segurança profissionais. No que concerne ao princípio da eficácia profissional, é CORRETO afirmar: a) a profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável, na intervenção sobre os ambientes natural e construído e na incolumidade das pessoas, de seus bens e seus valores. b) a profissão é praticada com base em relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição. c) a profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã. d) a profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo. e) a profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos, assim como a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus procedimentos. 5. No que concerne à legislação profissional na área de engenharia, marque a alternativa que apresenta um exemplo de dever por parte do engenheiro, segundo o Código de ética profissional: a) apresentar proposta de honorários com valores extorsivos, desrespeitando tabelas de honorários mínimos. b) agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão. c) orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do desenvolvimento sustentável. d) atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro profissional. e) nenhuma das alternativas estão corretas. 6. Em relação ao Código de Ética Profissional das Profissões da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia que relaciona os direitos e deveres correlatos de seus profissionais, analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta. I. A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição. II. A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã. a) O item II é falso. 18 b) O item I é falso. c) Os Itens I e II são verdadeiros. d) O item II é verdadeiro, mas incompleto. e) nenhuma das alternativas. 7. Conforme o Código de Ética Profissional, instituído pela Resolução n.º 1.002/2002, é correto afirmar que: “No exercício da profissão, é permitido utilizar livremente do privilégio de exclusividade de direito profissional”. Analise a afirmação acima e assinale a alternativa correta. a) Afirmação correta. b) Afirmação errada. c) Afirmação condiz com a realidade apenas da engenharia civil e ambiental. d) O exercício profissional garante o privilégio de acordo com as diretrizes e normativas de cada universidade. e) Nenhuma das alternativas. 8. Conforme o Código de Ética Profissional, instituído pela Resolução n.º 1.002/2002 retrata sobre os engenheiros e seus princípios ético. Perante tal, é correto o engenheiro impor ritmo de trabalho excessivo sobre os colaboradores de sua equipe? Assinale a alternativa correta. a) Afirmação correta. b) Afirmação incorreta. c) O ritmo é designado no ato contratual de cliente – engenheiro. d) Na engenharia é comum ritmo excessivo de trabalho. e) Nenhuma das alternativas. 19 COMPETÊNCIAS FUNDAMENTAIS UNIDADE 02 20 2.1 INTRODUÇÃO O engenheiro é um profissional extremamente técnico, que tem por habilidade to- mar decisões baseadas em números, dados e estatísticas. O engenheiro tem por funda- mento metodológico os solucionar problemas com base na matemática e física, além de ferramentas de tecnologia. Além disso, possuem competências fundamentais como lide- rança de equipe, negociação, interação com os clientes e colaboradores, o que se deve aos problemas interdisciplinares, que por consequência precisam ser resolvidos com soluções transdisciplinares. Os problemas atuais estão interligados, ou seja, tem a parte social, econômica, am- biental e cultural, exemplo disso, é o caso de Mariana, o rompimento da barragem de rejei- tos, denominado de Fundão, ocorreu em novembro de 2015, onde o vazamento dos rejeitos teve mais de 60 milhões de metros cúbicos despejados ao Rio Doce, que abastecia mais de 230 municípios dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo (WANDERLEY et al., 2016). Em vista disso, houve uma rede de determinações que dificultou este, parecer, além de entender os riscos e incertezas e a transformação desse reconhecimento em ações cor- retivas imediatas (LIMA, et al., 2015). O desastre ambiental em Mariane revela uma crise ambiental, além do que, o retorno econômico que a mineração oferece ao Estado de Minas Gerais pode ser considerado nulo devido aos estragos socioambientais e de vidas perdi- das. Os possíveis erros acarretaram em problemas sociais, devido ao número de morte, além de poluições e problemas sanitários e o direito da sociedade em ter um meio am- biente limpo e equilibrado de acordo com a Constituição de 1988 (BRASIL, 1988). Vale salientar, que um dos problemas ambientais é a poluição das bacias hidrográ- ficas, ou seja, o direito da população de obter uma água em qualidade e quantidade são banidas, visto que, a água é um bem público (BRASIL, 1997), os tratamentos convencionais não retiram metais pesados em sua magnitude (Resolução CONAMA 430 e 357) e por con- sequência a saúde pública de qualidade torna-se mais difícil de acontecer (FREITAS et al, 2019). Por isso, entender a globalização dos problemas enfrentados pelos profissionais da engenharia se torna fundamental, uma vez que os projetos e as resoluções dos problemas são interdisciplinares. O fato é que o engenheiro necessita se relacionar com profissionais de áreas distintas, entender os obstáculos e gerenciar as tomadas de decisões. Para que isso ocorra é fundamental saber se comunicar, ou seja, expressar com cla- reza sua oratória para que distintos grupos sociais entendam com facilidade a ideia que será realizada. Assim, neste capítulo iremos entender e estudar a importância da comuni- cação, soluções de problemas e como gerenciar projetos. Bons Estudos! 2.2 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA ENGENHARIA Saber se comunicar é importante para qualquer pessoa, há diversos métodos (Figura 3) que contribuem para a eficácia da comunicação no dia a dia, e esse processo evita des- perdício de tempo dos profissionais. Com isso na engenharia, a comunicação é essencial,visto que, não adianta ter brilhantes ideias sem saber transmitir o que se tem em mente. 21 Figura 3: Saber se comunicar Fonte: Disponível em: https://bit.ly/384NkBD. Acesso em: 17 fev. 2021 Esse processo de comunicação envolve práticas de comunicação visual e comunica- ção técnica que devem estar conectadas com quem produz, transmite e recebe a mensa- gem, visto que a partir dessa união o objetivo será atingido. Ferreira Jr. et al (2011) ressalvam que no desenvolvimento da comunicação da enge- nharia é comum encontrar problemas, principalmente na prática da comunicação visual e da comunicação técnica. Desta forma, a falta de junção da comunicação prática e técnica acaba gerando desencontros na comunicação. A engenharia é inoperante sem comunicação, visto que, não adianta desenvolver uma tecnologia se não for traduzida para uma linguagem acessível e compatíveis com aqueles que a utilizam. Ou seja, do que adianta desenvolver tecnologias para solucionar problemas ambientais se a sociedade não entende sua importância. Logicamente, que a pauta não se baseia no fato dos engenheiros estarem realizando a atividade de um comunicador de fato, mas sim, para o rendimento do trabalho profissio- nal da engenharia. Desta forma, defender que a informação é importante para a divulgação do seu trabalho, é fundamental perceber a qualidade que os receptores estão recebendo a mensagem, ou seja a qualidade da informação, ou se as pessoas estão entendendo o que de fato está acontecendo. Um dos desafios da engenharia é desempenhar uma comunicação de forma verbal e escrita bem articulada, ou seja, os envolvidos devem entender a mensagem. Assim, a efi- cácia do trabalho e eficiência da engenharia depende da habilidade em fazer com que as pessoas entendam, ou seja, ser compreendido, é tão importante quanto ter competência técnica. Outra questão bastante discutida é a linguagem científica, esse processo deve se normatizar o texto, ou seja, criar padrões específicos para que qualquer engenheiro ao redor do mundo entenda. Exemplos disso são manuais, normas técnicas, entre outros (Fi- gura 4). Figura 4: Linguagem científica Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CUm6M5. Acesso em: 01 fev. 2021. https://bit.ly/384NkBD https://bit.ly/3CUm6M5 22 A engenharia é uma área que o profissional possui um vocabulário próprio, diferente de uma linguagem literária por exemplo. Vale destacar, que a linguagem técnica valoriza a praticidade e a objetividade, assim é fundamental que a linguagem técnica seja precisa e direta, uma vez que a exatidão do conteúdo é primordial para a engenharia. A clareza das ideias é muito discutida na engenharia, um texto técnico adequado é essencial para não haver “brechas” para erros causados pela interpretação ambígua da co- municação. Assim um texto inteligível e conciso é primordial para uma boa comunicação na engenharia e para outros profissionais. Um exemplo de comunicação escrita são os re- latórios, artigos técnicos, propostas, memorandos, cartas comerciais entre outros. Os com- ponentes ditos essenciais da comunicação escrita é entender que o texto deve ser claro e com o português acessível para todos, observando o uso de subtítulos, com a apropriação correta das palavras e ideias claras. Logicamente, uma boa escrita é fundamental em qual- quer profissão, mas não há fórmula mágica, apenas muita leitura, treino a escrita. Todos os textos necessitam de uma estrutura uniforme de frases, menções claras, termos precisos, usos de poucas preposições, fazendo com que os textos tornem-se mais fluídos, com menos conectores, e o principal, evite linguagem informal ou demasiadamen- te requintada, evitando coloquialismo e termos extremamente eruditos. Outra questão, muito importante é utilização correta da pontuação, como parênteses, vírgulas, dois-pon- tos, demonstrando clareza e relevância no texto. 2.3 SOLUÇÕES DE PROBLEMAS A engenharia é multidisciplinar e não pode dispensar a modelagem matemática na tomada de decisões. A boa engenharia é a que atende os objetivos técnicos e que respeita o orçamento, com modelos matemáticos que desempenhem previsões corretas. Os projetos podem ser simplistas ou complexos, como os simulados em computado- res ou calculados a mão. Na engenharia utilizam-se dois modelos: empíricos com base em resultados experimentais e teóricos, baseados nas leis da natureza além, das combinações desses dois. A engenharia é mais que uma ciência e matemática aplicada, há tópicos como ava- liação de projetos, busca de alternativas, soluções de problemas, entre outros. Um dos pri- meiros aspectos que os engenheiros precisam definir e identificar são os problemas. A segunda etapa é montar a equipe, com pessoas capacitadas em diferentes áreas para sua integralização. A terceira etapa é entender e identificar as limitações e critérios do sucesso do projeto. A quarta etapa retrata a busca de soluções. A quinta etapa é estudar a viabilidade do projeto e escolher a melhor solução. A sexta etapa é documentar a solução a partir de rela- tório com a equipe integrada. A sétima etapa é comunicar a solução a gerência e por fim, a oitava é executar a solução e a nona é verificar e avaliar as soluções escolhidas (Figura 5). Figura 5: Busca de soluções Fonte: Disponível em https://bit.ly/3AT4P4b. Acesso em: 17 fev. 2021. https://bit.ly/3AT4P4b 23 Para projetar uma solução eficaz é necessário atender as metas preestabelecidas do projeto. Para encontrar as soluções dos problemas é fundamental entender todos os pro- cessos do projeto, visto que as resoluções eficazes exigem que todos os problemas sejam reconhecidos. Há diversos métodos de gestão para planejar e reconhecer os problemas, além de solucioná-los, e estes métodos possuem uma abordagem sistêmica para que a equipe re- conheça todos os processos e problemas e alcancem soluções adequadas. Sendo que técnicas de soluções desacompanhadas de um método de gestão pode ser um problema, visto que é fundamental, analisar, realizar o levantamento de alternati- vas, estabelecer critérios, além de escolher como desenvolver a melhor abordagem. Desta forma, há diversos métodos que guiam como construir o projeto e solucionar os proble- mas. Os principais problemas quando não se estabelece o método é: • Não ter consciência do processo e resolução dos problemas e não conseguir descrevê- -los de maneira correta. • Não utilizar métodos sistemáticos • Focar no problema sem compreender o que se deseja solucionar • E não explorar alternativas que não são convencionais. Além do que, concluir por intuição, decidir pelo mais fácil, subestimar o problema, contentar-se com apenas uma opção, isolar o problema do meio aonde ocorre, desprezar os detalhes, são ações que não devem ser consideradas no momento de estabelecer uma solução. Um método bastante conhecido na gestão é a análise do ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Verificar e Agir), essa ferramenta atua como método de controle de qualidade dos proces- sos, focando na solução dos problemas (Figura 6). Sendo que para sua aplicabilidade há quatro fases distintas: Planejar: selecionar o processo, máquina, atividade e/ou projeto, que necessite de melhoria, focando sempre nos resultados esperados. Identifica-se o problema-oportunida- de e se faz o levantamento de dados e informações, há também diversas ferramentas que podem servir de auxílio nesse início, como fluxograma, brainstorming, diagrama de Pareto entre outros. Fazer: implantação do método, plano, projeto, que é elaborado (com acompanha- mento de seu progresso). Esta etapa é o plano de ação, onde todas as tarefas entram em ação. Neste processo, as causas já são conhecidas. É nesta etapa que os resultados são gerados. Ferramentas como a FMEA (Análise dos Modos de falhas e seus Efeitos) podem auxiliar. Avaliar: caso o processo obtenha sucesso, é nessa etapa que as ações são mensura- das. Esse processo é uma reflexão dos resultados. Existem ferramentas como histograma e cartas de controleque podem ser utilizadas para compreender e avaliar os resultados. E nessa etapa que se deve entender e garantir as informações levantadas. Agir: após a validação dos resultados obtidos é o momento de padronizar as ações. Corrigir os defeitos dos processos, para que assim não voltem a acontecer. Existem ferra- mentas como 5S, Procedimento Operacional Padrão e Controle Estatístico de Processos, que podem ajudar nessa etapa. 24 Figura 6: Ciclo PDCA Fonte: Disponível em: https://bit.ly/37Sbuil. Acesso em: 20 jan. 202. O ciclo PDCA é um exemplo de ferramenta que pode ser utilizado para solucionar os problemas encontrados em situações de gestão de projetos e engenharia. 2.4 GERENCIAMENTO DE PROJETOS Gerenciamento de projetos é um elemento utilizado nas organizações e é funda- mental para viabilizar ideias e atividades. A comunicação, eficiente e a confiabilidade são processos importantes na gestão dos projetos. Sendo importante, principalmente, para entender a diferença de projeto e processo. Projeto é temporário e apresenta um resultado, tem objetivo definido, um procedimento contínuo, com resultados que dependem de um padrão. É importante destacar que projeto tem uma finalização definida e que, ao contrário dos processos, as tarefas são de responsabilidade contínua. Atualmente há muitos colabo- radores que trabalham apenas por projetos e não permanecem em um lugar fixo. A utilização de softwares tem se tornado tendência no gerenciamento de projetos, devido ao auxílio no planejamento das atividades. A excelência de um gerenciamento de projetos é alcançada através da repetição de processos. Gerenciar projetos tem como me- todologia um conjunto de princípios e orientações adaptadas para a solução de problemas em uma determinada situação. Gerenciamento de projetos é um estilo de administração, orientado por resultados, onde se é construído um bom relacionamento com os colaboradores de diferentes espe- cialidades. Outro aspecto que merece destaque é o fato de que os projetos em geral, neces- sitam de esforços combinados em uma variedade de especialidades, onde os profissio- nais precisam trabalhar juntos sob a liderança de um gerente de projetos. Além disso, o projeto é visto como uma atividade que não tem rotina, ou seja é uma construção diário para solucionar um problema. Por exemplo, a construção de um automóvel híbrido, que exige a solução de problemas inéditos, no ponto de vista social, econômico, ambiental e até cultural do produto. O produto é adaptado para o mercado consumidor? O ambiente no qual querem desenvolver é apropriado? Utiliza tecnologias de ponta? São perguntas levantadas e res- pondidas por especialistas. Obviamente executar um projeto que nunca foi feito, requer planejamento. Até mes- https://bit.ly/37Sbuil 25 mo projetos considerados rotineiros, ou seja, projetos que podem ser aplicados em diver- sas organizações e os processos são os mesmos. Por exemplo, máquina de automação industrial, onde o engenheiro utiliza o mesmo programa e/ou software e a maquinaria para diversas organizações. No entanto, cada organização tem sua cultura e isso reflete na eficiência do projeto, por isso alguns projetos são bem aceitos e estabelecem eficiência e eficácia, e em outras organizações a mesma metodologia usada não é aceita, a quebra de rotina acaba ocorrendo. Assim, um projeto acaba sempre sendo único, pela origem, apropriação da ideia e até mesmo pela construção cultural da empresa. A mesma organização com matrizes di- ferentes pode ter aceitabilidade dos projetos diferentes. Por exemplo: projetos de educa- ção ambiental podem serem melhores aceitos em matrizes onde há jovens que entendem a importância da educação ambiental na sociedade e serem mal vistos em uma matriz com colaboradores de idades diversas. Gerenciar requer equilíbrio, entre tempo, desempenho e custo, visando a satisfação do cliente; logicamente, com as normas e resoluções cumpridas de acordo com as legisla- ções vigentes. Outro conceito bastante discutido é a diferença de projeto e programa, são similares devido aos dois serem norteados a um objetivo específico. Projeto não é um tra- balho diário, não é rotineiro, e nem repetitivo. Projeto é feito apenas uma vez, ou seja, para um novo serviço ou produto. A principal diferença entre projeto e programa está no escopo e horizonte de tempo. Um programa é uma série de projetos relacionados entre si, com um objetivo final. Por exemplo: programa de implantação da gestão municipal de resíduos sólidos que tem por objetivo exaurir os lixões e garantir a destinação correta dos resíduos sólidos e para isto existem projetos com tecnologias de engenharia para o recolhimento dos resíduos, tratamento e destinação final, além de projetos de educação social, desenvolvidos para es- timular a separação dos resíduos. Observa-se que todos esses projetos têm por finalidade fechar os lixões e aumentar a qualidade de vida da sociedade. Assim, é possível demonstrar que o ciclo de vida de um projeto passa por quatro fa- ses: Definir, Planejar, Executar e Entregar (Figura 7). O início do projeto é a aprovação, pos- teriormente iniciam-se os ciclos de definição, planejamento, execução e entrega, descrito a seguir: • Definir: especificações do projeto, definir a equipe, objetivos gerais e específicos e as responsabilidades. • Planejamento: determinar o que o projeto deve implicar, determinar qual a programa- ção, cronograma, orçamento, qualidade, quantidade e quem serão os beneficiários. • Execução: executar o que foi planejado, produção, custos e especificações são levanta- dos para controle, além de noções de prazos, quais as previsões e se há necessidade de mudanças. • Entrega: redistribuição dos recursos do projeto, e entrada do produto. É nesse momen- to que há treinamento a empresa que contratou o projeto, além disso, a relatórios para que os colaboradores entendam o que foi construído. Há também as devoluções de equipamentos. 26 Figura 7: Ciclo de vida do projeto Fonte: Disponível em https://bit.ly/3sqtppZ. Acesso em: 17 fev. 2021. Em geral, há diversas mudanças que contribuem para que haja mais gerenciamento de projetos com cautela, cuidado, devido as grandes mudanças e orçamentos das organi- zações. Desta forma, gerenciamento é uma oportunidade de negócio, que foi criado para atender as necessidades dos clientes. Por fim, uma das características do projeto é ter iní- cio, meio e fim, além de apresentar as 4 fases bem distintas, visto que a implementação correta e bem sucedida requer, não só habilidades técnicas, mas também habilidades so- ciais. Caro aluno você quer buscar por mais? No Livro de Gestão de projetos do autor Fábio Carvalho, apresenta, de forma clara e didática, uma visão global dos mais importantes aspectos de gerenciamento de projetos! Fica a fica! Disponível em: https://bit.ly/3g7PnZK. Acesso em: 21 fev. 2021. BUSQUE POR MAIS Gestão e gerenciamento de projetos é uma área do curso de Administração, porém na en- genharia é muito difundido, visto que o engenheiro geralmente atua como gestor do projeto por ter conhecimento técnico relevante na área, assim o engenheiro pode fazer cursos, espe- cializações, MBA, mestrado e doutorado na área de gestão de projetos. FIQUE ATENTO Sabemos que entender projetos, solucionar problemas e resolver de forma integrada faz par- te do dia a dia do engenheiro, visto que, a sociedade está em constante evolução e mudan- ça. Você sabia que desenvolver tecnologias para solucionar problemas para uso comum da VAMOS PENSAR? população é um desafio? Isso se deve ao fato de a sociedade estar em constante mudança ambientalmente, culturalmente, socialmente, economicamente e politi- camente. Um exemplo é a solução encontrada por pesquisadores da área de enge- nharia sobre a reutilização de pneus para asfaltos. Quer saber mais? acesse o link: https://bit.ly/37NEat1. Acesso em: 24 fev. 2021. https://bit.ly/3sqtppZ https://bit.ly/3g7PnZK. https://bit.ly/37NEat127 1. “A Comunicação Empresarial pode ser utilizada como uma estratégia e um conjunto de atividades para melhorar a imagem da organização. Porém, ela não é somente uma ferramenta para a reputação empresarial. Atualmente, ela busca relacionar-se com diversos públicos, a fim de desenvolver produtos de qualidade, que atendem ao perfil do consumidor e também sua satisfação e credibilidade” (BRONDANI, et al, 2015, pág. 3). BRONDANI, Roberta Ferreira; BARROS, Karla Lauane; MARÍLIA, S. P. Comunicação Corporativa: A Importância da Comunicação na Gestão das Empresas. Centro Universitário Eurípedes de Marília, Marília, SP, v. 12, 2015. O texto acima retrata a importância da comunicação nas empresas. Saber se comunicar é extremamente importante para o engenheiro. Dessa forma assinale a afirmação correta. a) Um desafio do engenheiro é desempenhar uma comunicação de forma verbal e escrita bem articulada. b) Um engenheiro não precisa saber se comunicar, precisa saber ferramentas técnicas. c) Na engenharia é fundamental, entender apenas a linguagem científica. d) Para um profissional em engenharia é necessário apenas saber se comunicar através dos manuais, termos e normas técnicas. e) Nenhuma das alternativas. 2. A Comunicação tem importância direta sobre as questões da prática de administração e de relacionamentos entre as organizações e o público, principalmente por constituir-se como um campo do conhecimento teórico e prático que a) ajuda as empresas na produção de conhecimento, além de proporcionar novas técnicas de administração empresarial, especialmente aquelas voltadas para a administração financeira e de recursos humanos. b) busca compreender, em sua concepção e em suas práticas, a comunicação informacional, a comunicação mercadológica, a comunicação administrativa e a comunicação interna. c) diz respeito somente às atividades de relações públicas, isto é, à facilitação da comunicação das empresas com seu público. d) tem as mesmas funções que as relações públicas, exceto na questão da comunicação interna. e) Nenhuma das alternativas. 3. A comunicação nos meios institucionais abrange as mais variadas vertentes no tocante à linguagem e ao contexto. Levando em consideração tal afirmação, assinale a alternativa correta. a) O mural de avisos, dentro de uma instituição pública, pode ser entendido como comunicação externa, já que propõe a divulgação de informações específicas de diversos departamentos ao público geral. b) A comunicação pública é responsável pela conquista de consumidores de informação pública, priorizando a divulgação dos serviços de uma organização, traçada pelo plano FIXANDO O CONTEÚDO 28 de marketing do órgão. Por meio das informações obtidas nas pesquisas qualitativas, faz- se o uso de ferramentas, como propaganda, promoção de vendas e merchandising, para alcançar os objetivos comunicacionais. c) O mecanismo de comunicação, dentro de um órgão público, se movimenta de forma linear. É nesse sentido que residem o equilíbrio e a eficácia do sistema comunicacional na esfera institucional. d) A construção e a manutenção de uma boa imagem e identidade empresariais estão exclusivamente ligadas ao trabalho da comunicação institucional, por meio de um planejamento estratégico eficaz, pois, dentro dos órgãos, o trabalho de relacionamento e boa imagem é feito pelo departamento de recursos humanos. e) A comunicação para o público interno precisa se firmar como essencial nas empresas, pois influencia a construção da realidade organizacional. Para que o funcionário se sinta parte do processo organizacional e satisfeito no ambiente de trabalho, a comunicação deve zelar pela igualdade de acesso ao conhecimento, pela integração das atividades e pela valorização do trabalho. 4. “Foi se o tempo em que um bom engenheiro era aquele que tinha determinadas competências, hoje a competência é pré-requisito mínimo no mercado de trabalho, mas não é suficiente. Capacidade de trabalhar em equipe, solidariedade nos relacionamentos interpessoais são apenas algumas das novas exigências, e de alguma forma isso também tem que ser trabalhado e/ou incentivado durante a formação acadêmica do aluno” (POVOA e BENTO, 2005, pág 1). PÓVOA, J. M.; BENTO, P. E. G. O engenheiro, sua formação e o mundo do trabalho. In: Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia. 2005. p. 12-22. O texto acima retrata as funções que se espera que os engenheiros possuam atualmente. Dessa forma assinale a afirmação correta. a) Um engenheiro dever atender aos objetivos técnicos, além disso, respeitar o orçamento, com modelos que desempenhem previsões corretas. b) A engenharia é uma ciência exata, compreender e avaliar de projetos, busca de alternativas, soluções de problemas não faz parte de sua formação. c) Um engenheiro tem equipe técnica disponível em documentar a solução a partir de relatório com a equipe integrada, não necessitando se envolver ou se quer entender esse processo. d) Um engenheiro não precisa cumprir as normas técnicas, caso achei inviável as resoluções preestabelecidas. e) Nenhuma das alternativas. 5. No modelo da Gestão da Qualidade, a partir da visão japonesa, uma das ferramentas é composta por um ciclo de 4 partes de controle do processo. Uma dessas partes se refere ao estabelecimento de metas sobre os itens de controle, bem como à maneira, ao caminho e ao método para atingir as metas propostas. O nome da ferramenta e o nome da parte especificada são respectivamente: a) PDCA; Atuação Corretiva-A. b) 5W1H; What-W. c) CQCP; Control-C. d) PDCA; Planejamento-P. 29 e) 5W2H; How-H. 6. As ferramentas de gestão de qualidade são essenciais na manutenção de um padrão de qualidade nas operações de uma organização. Quando um gestor define as metas, coloca em prática o planejado, analisa os resultados e aplica correções, ele está utilizando a) a Matriz SWOT. b) o Ciclo PDCA. c) o Diagrama de Pareto. d) o Fluxograma. e) a Folha de Verificação. 7. A segunda etapa na “rodagem” do ciclo PDCA refere-se: a) à execução do plano de ação previamente estabelecido. b) ao estabelecimento do plano de ação com base nas diretrizes organizacionais. c) à correção das falhas encontradas durante o processo de planejamento. d) à identificação das diferenças entre o que foi planejado e o executado. e) ao estabelecimento das metodologias a serem seguidas. 8. O ciclo PDCA ficou conhecido a partir da década de 1950, apesar de ser da década de 1930. Através dessa teoria, cada processo da empresa passa por quatro fases: a) publicar, definir, controlar e antecipar. b) planejar, fazer, checar e agir. c) proceder, distribuir, contratar e atuar. d) ponderar, desenhar, contribuir e administrar e) processar, delegar, confirmar e aplicar. 30 ENGENHARIA E SUAS INTERFACES UNIDADE 03 31 3.1 INTRODUÇÃO Em todas as áreas de consumo da sociedade podemos encontrar aplicações da en- genharia, seja na área ambiental, civil, mecânica, florestal, agronômica etc. Embora não percebemos, a engenharia participa de vários processos da vida moderna. A sociedade está dependente da participação ativa dos engenheiros na construção social e na constru- ção de bens e serviços, como carro, casas, prédios, geladeiras, micro-ondas, asfalto e etc. Basta observarmos nossos sistemas de comunicação, transporte, produção onde a aplicabilidade da engenharia fez-se fundamental para uma sociedade segura e confor- tável. Desta forma, a sociedade precisa do engenheiro, bem como de sua capacidade de solucionar os problemas de forma técnica e rápida. Entre as principais qualidades dos engenheiros podemos citar sua visão holística e sistêmica, através da qual consegue englobar a forma cultural, econômica, social, ambien- tal e física, ou seja, entender os problemas da sociedade de forma ampla e integralmente como sistemas e subsistemas para uma melhor resolução de problemas. Ao se iniciar um curso de bacharelado em engenharia, o estudante precisa entender e ter consciência do seu papel nasociedade e que impacto ocasionará. Além de entender os contextos políticos, ambientais e sociais, uma vez que a população se transforma conti- nuamente e os seus trabalhos realizados poderão perdurar por anos e/ou até mesmo tirar a vida de centenas de pessoas, caso haja algum erro. Vale ressaltar que o fundamento científico é perene, mas que as técnicas podem mudar. Desta forma, o engenheiro, deve sempre buscar aperfeiçoamento para contribuir de maneira eficiente para a sociedade. Cabe salientar que escolher a engenharia como profissão é ter consciência da escolha de um caminho de muito estudo e evitando o mo- dismo, pois as áreas podem estar saturadas em um período e em alta em poucos anos. O engenheiro tem diversas funções e pode trabalhar em diversos locais como empresa pri- vadas, publicas, instituições financeiras ou até mesmo como empresário, empreendedor, entre outros.Neste capítulo você irá estudar as diferentes áreas da engenharia, as funções e as diferenças do engenheiro, técnico e tecnológico em um projeto. Bons estudos! As competentes atividades dos engenheiros estão associadas à suas habilidades legais e suas competências ligadas ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA. Ao analisarmos as áreas de atuação da engenharia, percebe-se que apenas um pro- fissional não teria competência para controlar todo o conhecimento, de todas as áreas de tecnologia, modelagem matemática, projetos, construções etc. Em 1976, Conselho Federal de Educação disciplinou o ensino da Engenharia no Bra- sil através da Resolução n° 48 de 27/04/76 onde foi subdividido em seis grandes áreas de exercício da engenharia: Civil, Química, Elétrica, Mecânica, Metalúrgica e Minas. O curso poderia formar tanto engenheiros elétricos como criar habilitações distintas em função das peculiaridades locais e regionais. Na área química, por exemplo, foram classificadas as habilitações Eng., de Alimentos, Eng. de Materiais, Eng. Petroquímico e ênfases distintas que viessem a ser criadas, devido ao fato que o profissional de engenharia química não tinha competência profissional. 3.2 AS DIFERENTES ÁREAS DE CONHECIMENTO DA ENGENHARIA 32 A seguir, neste capítulo, serão apresentadas algumas áreas de engenharia que são oferta- das no Brasil. • Engenharia Aeronáutica: atua com construções, projetos e manutenção de satélites, helicópteros, aviões e seus utensílios. • Engenharia Agrícola: atua na área de construção de sistemas de irrigação, produtos agrícolas, barragens. • Engenharia Agronômica: atua nas atividades agropecuária, mecanização e automa- ção de equipamentos da área rural. • Engenharia de Agrimensura: atua na definição e espaços físicos, aprovisionando a re- alização de obras civis, levantamento topográfico, sistemas de irrigação e drenagem entre outros. • Engenharia Civil: atua em projetos e acompanhamento de atividades relacionadas a portos, estradas, barragens, construções civil e de materiais. Além disso, projeta e execu- ta diversas ações voltada a obras, estudando materiais suas resistências, reformas, solos e insolação entre outros (Figura 8). Figura 8: Atuação do Engenheiro Civil Fonte: Disponível em: https://bit.ly/37S1WUO. Acesso em: 18 fev. 21. • Engenharia de Alimentos: atua na industrialização de alimentos, fabricação, conserva- ção, transporte, consumo, armazenamento alimentícios • Engenharia Cartográfica: atua com processos e propostas de áreas espaciais, de su- perfície, levantamentos topográficos, batimétricos, sensoriamento remoto, geoproces- samento entre outros. • Engenharia Elétrica: atua com sistemas e materiais elétricos, instalações e manuten- ções, além disso, pode trabalhar em industriais, construção civil entre outros. • Engenharia Ambiental: atua no controle de poluição, planejamento e gestão ambien- tal, emissão de licenças, recuperação de áreas degradadas e sistemas de tratamentos de resíduos, água e esgoto (Figura 9). • Engenharia Mecânica - Atua em sistemas e projetos de motores, máquinas, veículos, montagem, funcionamento e manutenção de industrias mecânicas. • Engenharia Têxtil – Atua na área de processos relativos à indústria química de produ- tos têxteis, além de fabricação, fiação, tecelagem, tinturaria, estamparia, acabamento e confecções de produtos. • Engenharia Química – Atua em pesquisas e processos de transformação de produtos brutos, da área industrial, aperfeiçoa e fabrica produtos químicos. Figura 9: Engenheiro Ambiental Fonte: Disponível em https://bit.ly/3moptFp. Acesso em: 16 fev. 2021. https://bit.ly/37S1WUO https://bit.ly/3moptFp 33 • Engenharia de Produção – Atua na gestão integrada, aumento de produtividade, ren- tabilidade no negócio, processos e planejamento de produção, produto, organizacional e qualidade. Além disso atua não desempenho estratégico e competitividade industrial. • Engenharia de Minas – Atua na área estudos e prospecção de minerais e operacionali- zação de otimização dos recursos minerais, captação de água subterrânea entre outros. • Engenharia de Materiais – Atua na busca de opções de materiais para todas as áreas de atividades humanas, com desenvolvimento de materiais além de novos produtos para a aplicação na indústria. A classificação da engenharia depende da função que o engenheiro ocupa na orga- nização que pode ser: • Engenheiro Consultor: é um engenheiro especialista, que trabalha com consultorias e pareceres técnicos. • Engenheiro Gerente: coordena projetos, programas e grupos de pesquisas ou tecnolo- gias para uma empresa. • Engenheiro Professor: é um engenheiro que faz especializações, MBA, mestrado e doutorado para lecionar e ministrar cursos para a engenharia. • Engenheiro Operacional: é o engenheiro de chão de fábrica, onde executa e realiza manutenções e construção para a produção em centros industriais. • Engenheiro de Vendas: especializa-se em vender um produto técnico e tecnológico. • Engenheiro de Construção: desenvolve estruturas em granas estruturas. • Engenheiro de Teste: desenvolve e analise testes de segurança, produtos para os usos de com segurança. • Engenheiro de Produção: analisa, planeja e constrói cronogramas de produção, linhas de produção e matéria-prima entre outros. • Engenheiro de Desenvolvimento: aprimora protótipo, processos, estruturas, dispositi- vos. • Engenheiro de projeto: analisa, constrói, cria projetos e aplica para a prática. O estudante da engenharia necessita passar por diversos processos para se tornar engenheiro, como por exemplo, se aprovado nos exames qualificatórios (provas e traba- lhos da faculdade) completar a graduação, e obter autonomia para se autor regulamentar nas suas atividades. Além disso, o engenheiro necessita de habilidades como técnicas de negociação, conhecimentos específicos em matemática e física, compreensão das responsabilidades éticas, consciência das questões sociais. Além disso, há necessidade de habilidades inte- lectuais, como resolver problemas, projetar, dominar ferramentas, interpretar informações, manter a abordagem teórica para poder introduzir e construir novas técnicas. Entre as habilidades práticas é fundamental utilizar e ter domínios de diversas ferra- mentas, usar laboratórios para gerar dados, promover sistemas de segurança. As competências gerais retratam que o engenheiro precisa saber se comunicar, ou seja, realizar uma comunicação eficiente através da fala ou da escrita, empregar tecnolo- gias de informação de forma eficaz para os colegas e colaboradores e administrar recursos como tempo e dinheiro de forma sensata. Outro aspecto bastante discutido é desenvolver aptidão para trabalhar com equipes multidisciplinares, com aprimoramento e aprendizagem. E por fim, entre as qualidades, 3.3 FUNÇÕES DO ENGENHEIRO 34 deve-se considerar a criatividade, raciocínio analítico, autenticidade, inovação, bom senso, comportamento ético e saber desenvolver solução de problemas de forma eficaz. É fundamental entender as diferenças entre os profissionaisbacharéis, técnicos e tecnólogos para compreender as funções dentro de um projeto. O bacharelado obtém um currículo mais amplo, com disciplinas teóricas e práticas. Vale destacar que a duração mínima de um bacharelado é de quatro anos, e para a enge- nharia tem uma duração mínima de cinco anos. A duração de um curso de bacharel varia entre 4 a 6 anos de ensino, é foca na formação de profissionais generalistas com conheci- mento sólidos sobre sua área de atuação. No Brasil, a maior parte dos cursos ofertados é de bacharelado, como engenharias, direito, sociologia, administração, contabilidade, gestão ambiental, farmácia, medicina, en- fermagem, entre outros. Bacharel é um discente que concluiu um curso de bacharelado, ou seja, teve uma base teórica maior que técnicos e tecnólogos, além de uma formação, sistêmica e conse- gue compreender os problemas de sua área com mais profundidade. Bacharel tem como princípio identificar e solucionar problemas e esse processo de- corre de uma carga horária de base teórica maior, porém não são aptos a lecionar, minis- trar e desenvolver aulas, visto que existem cursos de licenciatura e programas de formação de professores. Um destaque que merece breve menção é a diferença entre bacharelados e licencia- turas, há cursos que possuem essas duas designações, como geografia, matemática, his- tória, educação física, química, por exemplo, e outros cursos como engenharia que só exis- tem na modalidade bacharelado, mas, algumas universidades públicas e privadas, ofertam cursos de licenciatura para profissionais que obtém o bacharelado, como programa espe- cial de graduação ou licenciatura e/ou formação pedagógica. Como já sabemos o bacharelado está mais direcionado ao mercado de trabalho e atua em um contexto laboral. Já a licenciatura ensina ferramentas para capacitar o estu- dante a se tornar um professor da área correspondida e transmitir seus conhecimentos. O título de licenciatura permite ao profissional lecionar no ensino fundamental, médio e nos cursos de áreas técnicas no qual é formado. Mas vale lembrar que tanto para o bacharel quanto para os licenciados é permitido a continuidade da carreira acadêmica, através das especializações, mestrados, doutorado e pós-doutorado. O tecnólogo, por sua vez, é curso de nível superior, que pode ter uma duração míni- ma de dois anos, mas que geralmente as universidades ofertam com uma carga horária aproximada de três anos, um curso com foco no mercado de trabalho. O currículo desse profissional é mais focado nas problemáticas do mercado, com mais disciplinas práticas que teóricas. A principal vantagem do tecnólogo é a duração menor que um bacharel ou licenciatura, isso se deve porque a abordagem é mais específica. Desta forma, o tecnólogo é ideal para profissionais que já atual em determinada área e deseja obter um ensino su- perior em um tempo menor. Os cursos técnicos são de nível médio, além disso, tem o direito a um certificado de conclusão de curso de nível médio. Os técnicos podem ter duração de dois meses a três anos e oferecer uma formação mais rápida com carga horária menor e com foco em pro- 3.4 O ENGENHEIRO, O TÉCNICO E O TECNÓLOGO, SUAS DIFEREN- ÇAS E INTERDEPENDÊNCIAS 35 fissões específicas. Vale destacar que técnico, pode ser integrado, concomitante e subsequente. Curso técnico integrado é para o estudante que terminou o ensino fundamental e que queira realizar um técnico juntamente com o ensino médio. Curto técnico concomitante é curso na modalidade à distância e ou presencial, desta forma, o discente realiza o ensino médio enquanto realiza o técnico em outra instituição. O curso técnico subsequente é destinado a discentes que já concluíram o ensino médio. Todos têm a mesmo reconhecimento como técnico para o MEC. De modo geral é importante entender a formação dos colaboradores para designa- -los aos objetivos que correspondentes as suas formações, para que os projetos construídos sejam realizados com eficiência, além de entender os avanços do sistema produtivo. Além disso, entender as funções da engenharia e as áreas que as contemplam é fundamental para a competitividade dos projetos. Você quer saber de uma das mais novas engenharia que o mercado de trabalho necessitou? Indico você a lerem mais sobre engenharia ambiental e seus desafios! Vale a pena ler! Este livro está disponível na Biblioteca Virtual Person, através do link: https://bit.ly/2W68vAy. Acesso em: 05 mar. 2021. BUSQUE POR MAIS Você sabia que área ambiental era estudada apenas pela engenharia civil? Até hoje é possí- vel encontrar em universidades mais antigas o estudo do meio ambiente, recursos naturais e recursos hídricos em programas de pós-graduação em engenharia civil, agrícola, agronomia e florestal, porém mesmo assim, necessitou de um profissional como o engenheiro ambiental para suprir as necessidades e focar no desenvolvimento sustentável! FIQUE ATENTO Você observa a necessidade da engenharia na sociedade? Você já percebeu tudo que você utiliza no seu dia a dia foi construído por um engenheiro? VAMOS PENSAR? Outro livro que vale a pena ler é Ciências Ambientais para a engenharia de Rafael Capaz. Este livro está disponível Minha Biblioteca Única através do link: https://bit. ly/37RM848. Acesso em: 15 abr. 2021. https://bit.ly/2W68vAy. https://bit.ly/37RM848 https://bit.ly/37RM848 36 1. “A limitação da tradicional proposta, aliada à inovações crescentes, impulsionaram a comunidade científica, a pesquisar alternativas de novos processos de ensino-aprendizagem, capazes de formar os futuros engenheiros com visão holística, integrando a ciência com a prática, através do aprendizado ativo e baseado em competências” (PEREIRA, et al., pág 2). PEREIRA, Clarisse Ferrão et al. Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)–Uma proposta inovadora para os cursos de engenharia. Simpósio de Engenharia de Produção–XIV SIMPEP 2007, 2007. O texto acima retrata a importância da construção de uma visão holística. Desta forma é correto afirmar que: a) a entender os problemas de forma global e holística é fundamental, visto que os problemas são interdisciplinares. b) o ensino aprendizagem deve ser de forma técnica e prática na área de apenas de física e matemática. c) não é responsabilidade do engenheiro entender todos os problemas do seu projeto d) a engenharia é limitada apenas as ciências exatas, a visão holística é uma área das ciências humanas. e) nenhuma das alternativas. 2. Com base na legislação do sistema CONFEA-CREA, assinale a opção correta a respeito das atividades, atribuições e responsabilidades dos profissionais de engenharia. a) Existem unidades da Federação sob a jurisdição de mais de um conselho regional. b) A sigla CREA, apesar de mantida, não exprime mais o significado original, uma vez que atribuições relativas à arquitetura e à agronomia foram transferidas ao recém-criado Conselho de Arquitetura, Agronomia e Urbanismo. c) Uma firma em cuja diretoria haja apenas um profissional registrado no CREA pode conter a palavra Engenharia em sua denominação. d) As atividades e atribuições profissionais do engenheiro incluem o desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas e de economia mista. e) Nenhuma das alternativas. 3. “Os grandes desafios enfrentados pelas sociedades, e em particular, pelas empresas decorrem das transformações sociais causadas pela velocidade com que têm sido gerados novos conhecimentos, concretizados através da introdução, no mercado, de novos produtos. Esses novos produtos, frutos do avanço científico e tecnológico, modificam as complexas relações sociais, tornando-as, ao mesmo tempo, mais intensas e mais efêmeras (...) A engenharia industrial, particularmente, sofreu e continua sofrendo profundas alterações, tanto na sua concepção e na sua operação, quanto no seu relacionamento com os serviços correlatos. Nesta nova realidade, tornam-se cada vez mais elevadas as qualificações exigidas para os postos
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