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Introdução à Engenharia

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Prévia do material em texto

Clidenor Ferreira de Araújo Filho
Jacqueline Oliveira Lima Zago
Luciana De Martino Nogueira
Jairo Jeferson Marques
Leonardo Lima da Fonseca
Introdução à engenharia, 
inovação tecnológica e 
gestão de manutenção
© 2013 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor: 
Marcelo Palmério
Pró-Reitora de Ensino Superior:
Inara Barbosa Pena Elias
Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância:
Fernando César Marra e Silva
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Produção de Material Didático:
• Comissão Central de Produção
• Subcomissão de Produção
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Capa:
Toninho Cartoon
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
I8 Introdução à engenharia, inovação tecnológica e gestão de manutenção 
 / Clidenor Oliveira Lima Zago... [et al.]. – Uberaba:
 Universidade de Uberaba, c2013
 236 p. : il.
 ISBN 978-85-7777-462-3 
 1. Engenharia. 2. Inovações tecnológicas. 3. Manutenção. I.
Araújo Filho, Clidenor Ferreira de. II. Zago, Jacqueline Oliveira
Lima. III. Nogueira, Luciana De Martino. IV. Marques, Jairo
Jeferson. V. Fonseca, Leonardo Lima da.VI. Universidade de
Uberaba. VII. Título.
 CDD 620
Clidenor Ferreira de Araújo Filho
Mestre em Engenharia Elétrica e Bacharel em Engenharia Elétrica pela 
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). 
Jacqueline Oliveira Lima Zago
Especialista em Educação Escolar pela Faculdade Politécnica de 
Uberlândia (FPU). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal 
de Uberlândia (UFU). Pedagoga da Divisão de Apoio Técnico Pedagógico 
da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). 
Luciana De Martino Nogueira
Especialista em Gerenciamento de Redes de Computadores e Graduada 
em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade de 
Uberaba (Uniube). Docente nos Cursos de Sistemas de Informação, 
Administração e Engenharia de Produção. Administradora de Redes 
desta instituição.
Jairo Jeferson Marques 
Graduado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Automação Industrial, 
pela Universidade de Uberaba (Uniube) e Técnico em Eletrônica pelo 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Instrutor de 
Formação Profissional nesta instituição.
Leonardo Lima da Fonseca
Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade de Uberaba 
(Uniube). Tecnólogo em Automação Industrial pelo Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial (SENAI-MG). É professor da Universidade de 
Sobre os autores
Uberaba (Uniube) nos cursos de graduação em Engenharia de Produção 
e Engenharia Ambiental, e atua como consultor técnico pelo Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), desde 1998, e pelo 
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), desde 2007. 
Sumário
Apresentação .............................................................................................................VII
Capítulo 1 Contextualização histórica, processo de formação e 
 atuação do engenheiro ........................................................ 1
1.1 A evolução histórica da Engenharia ........................................................................ 3
1.2 Atribuições do engenheiro ....................................................................................... 5
1.3 Perfil do profissional da engenharia ........................................................................ 7
1.4 Formação acadêmica .............................................................................................. 9
1.5 Campos de atuação ............................................................................................... 13
Capítulo 2 Ensino por pesquisa e por projeto ..................................... 21
2.1 Pesquisa e engenharia .......................................................................................... 23
2.2 Procedimentos da pesquisa científica e tecnológica ............................................ 25
2.3 A importância da pesquisa científica e tecnológica ............................................... 26
2.4 Projetos e engenharia ............................................................................................ 27
2.5 Fases de um projeto .............................................................................................. 28
2.5.1 Identificação de uma necessidade .............................................................. 29
2.5.2 Definição do problema ................................................................................. 30
2.5.3 Coleta de informações ................................................................................. 30
2.5.4 Concepção ................................................................................................... 30
2.5.5 Avaliação ...................................................................................................... 31
2.5.6 Especificação da solução final ......................................................................31
2.5.7 Comunicação ................................................................................................32
Capítulo 3 A criatividade e a inovação tecnológica ............................. 37
3.1 A criatividade e a inovação tecnológica ..................................................................39
3.2 O engenheiro de produção .....................................................................................40
3.3 Ciência, tecnologia e inovação tecnológica ...........................................................44
3.4 Os processos criativos no contexto das organizações ..........................................47
3.4.1 A importância da criatividade e da inovação tecnológica para o 
 desenvolvimento de novos processos e produtos ........................................47
3.4.2 Como sabemos que uma pessoa é criativa? ...............................................54
3.5 O cérebro e a criatividade .......................................................................................56
3.6 O processo criativo .................................................................................................65
3.6.1 O conhecimento no processo criativo ...........................................................68
3.6.2 Os inibidores do conhecimento .....................................................................70
3.7 2009 – Ano Europeu da Criatividade e Inovação ...................................................72
3.8 Panorama Nacional de Inovação ...........................................................................75
3.8.1 Lei da inovação – principais avanços ...........................................................78
3.8.2 A lei do bem ...................................................................................................79
3.8.3 Meios de incentivo e apoio à inovação tecnológica .....................................81
Capítulo 4 O processo de inovação tecnológica: conceitos, fases e 
 formas de acesso ............................................................... 95
4.1 Processo de inovação tecnológica.........................................................................97
4.1.1 Inovação conforme o objeto em foco ............................................................99
4.1.2 Inovação conforme o grau ..........................................................................100
4.1.3 Lado negativo da inovação tecnológica ......................................................101
4.2 Importância da inovação .......................................................................................102
4.3 Propriedade Intelectual .........................................................................................105
4.4 Constituição Federal e a Propriedade Intelectual ................................................108
4.5 Patentes ................................................................................................................112
4.5.1 Patente de invenções ..................................................................................113
4.5.2 Patente de modelos e objetos ....................................................................113
4.6 Instituto Nacional da Propriedade Industrial − INPI .............................................114
4.7 Mudanças tecnológicas ........................................................................................115
4.8 Concepção da ideia ..............................................................................................117
4.9 O desenvolvimento da ideia .................................................................................118
4.10 Estratégias de inovação tecnológica e as formas de acesso à tecnologia .......120
4.11 Sociedade do conhecimento...............................................................................123
4.12 Incentivo à Pesquisa e à Inovação Tecnológica – o CNPq ................................124
4.13 Em busca da inovação tecnológica – a cooperação universidade-empresa.....125
 4.13.1 Motivações ..............................................................................................127
 4.13.2 Barreiras ..................................................................................................128
Capítulo 5 Sistemas mecânicos e eletromecânicos – sistemas de 
 transmissão ...................................................................... 145
5.1 Sistemas mecânicos .............................................................................................147
5.2 Sistemas de transmissão ......................................................................................147
5.3 O movimento circular ............................................................................................148
5.4 Relação de transmissão .......................................................................................151
5.5 Transmissão por correias .....................................................................................155
5.6 Transmissão por engrenagens .............................................................................160
5.7 Transmissão por correntes ...................................................................................167
5.8 Esteira transportadora ..........................................................................................172
5.9 Roscas de transmissão ........................................................................................175
Capítulo 6 Sistemas eletromecânicos: funcionalidades 
 e aplicações ..................................................................... 181
6.1 Dispositivos eletromecânicos ...............................................................................182
6.1.1 Sensores industriais ....................................................................................183
6.2 Sensores de posicionamento ...............................................................................184
6.2.1 Encoder .......................................................................................................184
6.2.2 Régua linear ................................................................................................186
6.2.3 LVDT ............................................................................................................187
6.2.4 Sensor potenciométrico ..............................................................................188
6.2.5 Sensores de temperatura ...........................................................................189
6.2.6 Sensores de pressão ..................................................................................195
6.2.7 Sensor de proximidade ...............................................................................197
6.2.8 Sensores de presença ................................................................................201
6.3 Micros fim-de-curso ..............................................................................................205
6.4 Eletroválvulas ou válvulas solenoides ..................................................................206
6.4.1 Válvula solenoide de abertura simples .......................................................206
6.4.2 Válvula solenoide de abertura proporcional ...............................................207
6.5 Contatores .............................................................................................................207
6.6 Motores .................................................................................................................209
6.6.1 Motores síncronos .......................................................................................210
6.6.2 Motores assíncronos ...................................................................................211
6.6.3 Motor de passo............................................................................................216
6.6.4 Servomotor ..................................................................................................218
Prezado(a) aluno(a).
Neste livro, você encontrará o aporte necessário para que seus estudos 
o(a) ajudem, efetivamente, na formação profissional, proporcionando-lhe 
a construção de conhecimentos por meio de uma abordagem teórica, 
acompanhada de atividades práticas. 
Ressaltamos que sua formação profissional não se resume ao conheci-
mento de dados técnicos e de determinadas teorias, mas ultrapassa 
a lógica metodológica do modelo acadêmico. Dessa forma, para que 
sua formação tenha bases sólidas, vamos abordar aspectos essenciais, 
propiciando uma reflexão pessoal a respeito da construção do conheci-
mento para além da grade curricular, ou seja, um conhecimento que leva 
em consideração a sua realidade, que exemplifica, agrega e edifica.
Com o objetivo de facilitar seus estudos, o livro está organizado em seis 
capítulos. No primeiro capítulo – “Contextualização histórica: processo 
de formação e atuação do engenheiro” – você terá a oportunidade de 
estudar e refletir sobre a evolução histórica da Engenharia, verá quais 
as atribuições do engenheiro, construirá o perfil desse profissional, 
entenderá os passos da formação acadêmica, bem como os campos de 
sua atuação profissional. 
No segundo capítulo – “Ensino por pesquisa e por projeto” – você 
compreenderá como se estabelece a relação entre pesquisa e 
engenharia, quais os procedimentos da pesquisa científica e tecnológica 
e sua importância para o campo da engenharia, os principais projetos de 
engenharia e as fases de sua construção.
Apresentação
X UNIUBE
No terceiro capítulo – “A criatividade e a inovação tecnológica” – você 
entenderá a importância da criatividade e da inovação tecnológica, para a 
formação do profissional de engenharia. Terá a oportunidade de conhecer 
os processos criativos em organizações,o cérebro e a criatividade, os 
passos do processo criativo, o ano europeu de criatividade e inovação e 
alguns aspectos gerais desse mesmo aspecto. 
No quarto capítulo – “O processo de inovação tecnológica: conceitos, 
fases e formas de acesso” – serão abordados os seguintes aspectos: 
os processos de inovação tecnológica, a importância da inovação, 
a propriedade intelectual, a Constituição Federal e a propriedade 
intelectual, as patentes, o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual 
(INPI), as mudanças tecnológicas, a concepção e o desenvolvimento 
da idéia, estratégias de inovação tecnológica e as formas de acesso 
à tecnologia, a sociedade e o conhecimento, o incentivo à pesquisa 
e à inovação tecnológica: o CNPq, a relação da universidade com as 
empresas e o que há de novidade em inovação.
Os Capítulos 5 e 6 referem-se ao estudo de conteúdos da gestão da 
manutenção e operações de processos produtivos cujos conhecimentos 
são importantes para a atuação profissional do engenheiro. 
No quinto capítulo – “Sistemas mecânicos e eletromecânicos: sistemas 
de transmissão” – você terá uma noção dos sistemas mecânicos 
e dos sistemas de transmissão. Aprenderá também a importância 
do movimento circular, da relação de transmissão, de como se dá a 
transmissão por correias, a transmissão por correntes, como funcionam 
a esteira transportadora e as roscas de transmissão. 
No sexto capítulo – “Sistemas eletromecânicos: funcionalidade e aplica-
ções” – você entenderá os dispositivos eletromecânicos, os sensores de 
posicionamento, os micros fim-de-curso, as eletroválvulas ou válvulas 
solenoides, contadores e motores.
 UNIUBE XI
Assim, a estruturação deste livro poderá levá-lo(a) à geração de um 
impulso ao conhecimento, promovendo uma busca por se aprofundar 
em todos os pontos aqui apresentados, ou ainda, se especializar em 
algum de maneira particular. Mas, acima de tudo, que este estudo 
permita a você vivenciar a engenharia, por meio de uma contextualização 
histórica e atual, que passa pelo processo de formação, associado 
ao estabelecimento do perfil profissional, esclarecendo as funções 
do engenheiro e os campos de atuação, bem como questões da 
regulamentação profissional, técnica e prática. 
Desejamos a você, bons estudos! Que este material sirva para o seu 
crescimento humano e profissional, ressaltando sempre a importância de 
se manter um ritmo de estudo que se estabeleça numa constante busca 
pelo conhecimento.
Clidenor Ferreira de Araújo Filho
Introdução
Contextualização histórica, 
processo de formação e 
atuação do engenheiro
Capítulo
1
O panorama da Engenharia no Brasil, apresentado por estudos 
recentes realizados pela Confederação Nacional das Indústrias 
(CNI), revela que, no atual ritmo de desenvolvimento econômico, o 
Brasil levará por volta de 100 anos para que sua renda per capita se 
aproxime do dobro do valor atual. Tal valor constitui, hoje, a renda 
per capita de países muito menores territorialmente, como Portugal. 
Ainda segundo os estudos realizados pela CNI, ocorreu, nos 
últimos anos, um decréscimo dos investimentos em setores 
relacionados à tecnologia, os quais, notadamente, são as molas 
propulsoras da atual economia global. 
É uma realidade que precisa ser revertida, que merece reflexão 
e medidas urgentes, porque tecnologia é, cada vez mais, o 
ingrediente determinante da competitividade internacional das 
empresas e da prosperidade das nações.
 
Inovar tornou-se questão de sobrevivência para as empresas e fator 
crucial para o desenvolvimento nacional. Para competir em mercados 
nos quais os produtos e processos têm ciclos cada vez mais curtos, 
é imprescindível incrementar continuamente a própria capacidade 
de gerar, difundir e utilizar inovações tecnológicas (IEL, 2006).
2 UNIUBE
Fica claro, então, a urgência do país em desenvolver os setores 
ligados à inovação tecnológica, tipicamente ocupados por 
profissionais ligados à engenharia, uma vez que o crescimento 
econômico depende de tais setores, passando pela ampliação e 
modernização da infraestrutura do parque industrial do país. 
A reforma e a construção de novos portos, aeroportos, armazéns, 
ferrovias, rodovias, bem como a ampliação do parque energético 
instalado, composto basicamente por hidrelétricas e termoelétricas, 
contando com a utilização de novas formas de geração de 
energia são fatores preponderantes da retomada do crescimento 
econômico. Inclui-se, ainda, o grande déficit nacional em habitação, 
saneamento básico, saúde e inclusão digital, ou seja, todas as 
áreas que dependem, direta ou indiretamente, das engenharias. 
Percebemos, diante disso, um panorama favorável, como há muito 
não se via, à formação de profissionais ligados a essa categoria. 
O estudo deste capítulo permitirá a você vivenciar a Engenharia, 
por meio de uma contextualização histórica e atual, que passa por 
um processo de formação associado ao estabelecimento do perfil 
profissional, esclarecendo as funções do engenheiro e os campos 
de atuação das diferentes modalidades de engenharia, bem como 
questões da regulamentação profissional.
Nesse sentido, ao finalizar os estudos propostos, esperamos que 
você seja capaz de:
• explicar o contexto histórico que deu origem à Engenharia;
• mostrar o estágio de desenvolvimento da Engenharia no 
Brasil;
Objetivos
 UNIUBE 3
1.1 A evolução histórica da Engenharia
1.2 Atribuições do engenheiro
1.3 Perfil do profissional da Engenharia
1.4 Formação acadêmica
1.5 Campos de atuação
Esquema
• analisar o processo de formação de engenheiros;
• explicar os fatores que motivaram a transformação desse 
processo;
• traçar um perfil do profissional da Engenharia dos dias atuais;
• relacionar os diversos campos de atuação na modalidade de 
Engenharia escolhida.
Você imagina como o ser humano vivia, na pré-história? 
Como ele buscava sua forma de sustento? Qual era a sua 
relação com a natureza? Você vê alguma relação disso com a 
Engenharia? 
Desde o princípio da sua evolução, o ser humano necessitou lidar com 
a natureza, em sua expressão mais primitiva, uma vez que ela, desta 
forma, representou durante milênios sua única fonte de sustento e de 
proteção. Na pré-história, a fabricação de ferramentas, o domínio do 
fogo, a agricultura e, com ela, a domesticação de animais, a descoberta 
do uso dos metais, as primeiras civilizações e suas grandes obras, como 
as pirâmides, a construção de algumas máquinas rudimentares movidas 
a tração animal ou a vapor, são considerados importantes sinais da 
evolução da humanidade. A partir deles, o ser humano passou a utilizar 
A evolução histórica da Engenharia1.1
4 UNIUBE
a manipulação da natureza para auxiliar nas tarefas diárias produzindo 
e conquistando riquezas.
Os indivíduos que, de alguma forma, deram início a esse processo e que, 
ao longo dos anos, aperfeiçoaram o modo como as pessoas transformam 
a natureza, constituem a categoria de profissionais atualmente 
conhecidos como engenheiros.
Voltando no tempo e analisando as atividades da humanidade, desde 
a Idade Média, percebemos claramente a presença da engenharia nas 
realizações de pessoas que se utilizavam da prática cotidiana, associada 
a um imenso senso criativo, para construir objetos que permitissem 
aproveitar os recursos da natureza. 
A partir do momento em que tais indivíduos começaram a compreender 
os fenômenos naturais e a utilizar esse conhecimento para o 
desenvolvimento da ciência e da técnica para a solução dos mais 
variados problemas, surge a engenharia moderna.
Nos séculos XVI e XVII, o aperfeiçoamento de técnicas embasadas 
em conhecimentos científicos, tais como a estrutura da matéria, alguns 
fenômenos eletromagnéticos, a composição química dos materiais, 
as leis da mecânica e o modelamento matemático revolucionaramo pensamento e permitiram o surgimento das primeiras escolas de 
engenharia, as quais objetivavam ensinar como aplicar a matemática na 
solução dos problemas dessa área específica.
Atente-se para a importância das primeiras escolas de engenharia. Perceba 
a relação das diferentes ciências, em favor do homem, na solução de 
problemas diários.
IMPORTANTE!
 UNIUBE 5
• No Brasil, o advento da engenharia seguiu o ciclo de desenvolvimento 
do país, com a criação do primeiro curso na antiga Real Academia 
de Artilharia, Fortificações e Desenho, ainda em 1792. 
• Na década de 30 do século passado, a categoria passou pela 
primeira regulamentação e já contava com 47 cursos, número que 
cresceu vertiginosamente nas décadas seguintes, sobretudo durante 
os anos desenvolvimentistas do governo de Juscelino Kubitschek.
• Na década de 60, veio a segunda regulamentação, a qual estabelecia 
uma série de modalidades, tais como: engenheiro aeronáutico, 
agrimensor, agrônomo, cartógrafo, civil, eletricista, eletrônico, 
de comunicação, florestal, geólogo, mecânico, metalurgista, de 
minas, naval, de petróleo, químico, industrial, sanitarista, têxtil e de 
operação.
• Atualmente, o país conta com mais de 1200 escolas de engenharia. 
Essas escolas formam profissionais engenheiros de mais de 50 
modalidades diferentes, regulamentados a partir de julho de 2007 
por um moderno conjunto de resoluções, que privilegiam o caráter 
inovador e plural que caracterizam o engenheiro (IEL, 2006).
O campo da engenharia tem-se alargado muito. Cada vez mais, as 
pesquisas têm contribuído para essa ampliação. E você, estudante de 
engenharia, assume um papel importante no desenvolvimento dessas 
pesquisas.
Cada pessoa, em diferentes situações, desempenha diversas funções. 
Por exemplo: o lavrador prepara, cuidadosamente, o solo para receber 
a semente. O mecânico debruça sobre o automóvel para detectar as 
falhas em seu funcionamento. O professor planeja suas aulas, entre 
outros. Percebemos, diante disso, que as atribuições profissionais se 
diferenciam, e com o engenheiro não é diferente. Esse profissional tem 
funções inerentes ao cargo que ocupa.
Atribuições do engenheiro1.2
6 UNIUBE
As alterações do panorama econômico e social em que hoje 
atuam os profissionais de engenharia ocorrem desde a criação 
das primeiras escolas, e são ocasionadas pela adoção de novas 
ferramentas tecnológicas associadas à informática, à biotecnologia, às 
telecomunicações, à automação de processos, à gestão de projetos, 
entre outras. Tais alterações criam novas oportunidades de trabalho na 
medida em que o uso de tais ferramentas exige um elevado nível de 
especialização. 
Nesse contexto, a capacidade do engenheiro de converter as descobertas 
científicas e tecnológicas em aplicações no menor intervalo de tempo 
possível e obedecendo critérios cada vez mais rigorosos de qualidade e 
normalização vão ao encontro das necessidades do mercado.
A principal função do engenheiro atual é ser capaz de se inter-relacionar 
com outros profissionais, uma vez que não só os aspectos técnicos 
e suas implicações devem ser considerados. As consequências do 
desenvolvimento para a sociedade, no que diz respeito à segurança 
ambiental, à qualidade dos produtos e aos serviços fornecidos pelas 
empresas estão cada vez mais no centro das atenções de todos os 
setores, desde a concepção do produto ou serviço, passando pela 
aquisição, instalação, operação e manutenção dos equipamentos 
necessários à sua fabricação, bem como a sua comercialização, sendo 
fornecidos ao usuário-cliente todas as garantias e o nível de suporte por 
eles solicitados.
Na Engenharia, podemos destacar algumas áreas com sua respectiva 
atuação (principal) em cada setor correspondente. Dentre elas, podemos 
destacar:
• Engenharia Civil – construção civil;
• Engenharia Elétrica – geração de energia elétrica ou linhas de 
transmissão;
 UNIUBE 7
• Engenharia Ambiental – gestão de meio ambiente;
• Engenharia da Computação – telecomunicações ou mecatrônica;
• Engenharia de Produção – produção manufatureira.
Percebemos que as exigências correspondem à área de atuação de cada 
profissional. Logo, no atual cenário de desenvolvimento tecnológico, o 
engenheiro desempenha funções relacionadas à pesquisa científica, 
seja ela básica ou aplicada à construção, à produção, à manutenção, 
à consultoria, à área de vendas, à área de administração e ao ensino 
tecnológico em nível médio, superior ou por meio da capacitação de 
outros profissionais, ministrando treinamentos.
O profissional de engenharia tem na sua incontestável formação técnica, 
baseada no raciocínio lógico e analítico, seu principal ponto forte, o qual 
é conseguido através de um processo de estudo contínuo (BAZZO, 
2003, p.198). Contudo, hoje, a qualidade de um profissional não está 
relacionada apenas a aspectos técnicos, mas a uma série de habilidades 
que vão do trabalho em equipe à capacidade de comunicação em mais 
de uma língua.
O profissional, hoje, não necessita dominar somente as habilidades técnicas, 
mas diferentes habilidades, a fim de atender à diversidade da demanda. 
Isso significa ter uma visão ampla da realidade, a fim de buscar soluções 
adequadas aos diferentes problemas.
IMPORTANTE!
Perfil do profissional da engenharia1.3
No campo dos conhecimentos técnicos, o engenheiro deve ser capaz 
de conceber, construir e operar diferentes dispositivos, com níveis 
8 UNIUBE
de complexidade também distintos, o que exige dele conhecimentos 
contextualizados dos fundamentos matemáticos, físicos, químicos e 
computacionais, associados à capacidade de identificar, interpretar e 
aplicar tais fundamentos na solução de problemas.
Para tanto, este profissional lança mão de 
recursos como a modelagem e a prototipação 
sendo, portanto, capaz de realizar ensaios que 
comprovem a eficácia de uma solução proposta, 
ou ainda, que indique se o caminho seguido está 
produzindo os resultados esperados. Profissional 
conectado com o mercado, o engenheiro moderno 
emprega ainda diversos conceitos relacionados à gestão de projetos, 
sendo o responsável pela gerência de todos os aspectos técnicos, 
administrativos e também da gerência de pessoal.
Fica claro, então, que outra importante característica desse profissional 
é estar em constante atualização, através de treinamentos sobre 
novas tecnologias, cursos de aperfeiçoamento e especializações. 
Considerando-se sua relevante contribuição para o desenvolvimento da 
sociedade, uma vez que a engenharia lida diretamente com o ambiente, 
a qualidade de vida, a moradia e a locomoção das pessoas.
O engenheiro, ao propor soluções que contribuam com as atividades do 
dia a dia, deve estar pautado na responsabilidade e na ética (BAZZO, 
2003, p. 203). Vale ressaltar que a responsabilidade e a ética devem, 
fundamentalmente, nortear o trabalho do engenheiro em suas atividades 
diárias.
Prototipação
Concepção, 
montagem e 
verificação do 
funcionamento de 
protótipos (exemplar 
original ou modelo).
 UNIUBE 9
O profissional de engenharia deve ser um indivíduo crítico e ético, 
empreendedor, de iniciativa, com visão sistêmica, de mercado e negócios, 
capaz de gerenciar projetos, de se relacionar em equipes, respeitar 
diferenças, sejam elas de ideias, culturais ou raciais, com profundo senso 
de responsabilidade social, civil, ambiental e com saúde e segurança no 
trabalho. 
Ele deve ter compromisso com a qualidade e respeito às normas técnicas, 
capaz de ler, interpretar e aplicar informações também técnicas, com 
capacidade de expressão e comunicação oral e escrita, criatividade, ciente 
do seu raciocínio lógico e analítico para conceber, desenvolver, aprimorar, 
planejar, elaborar e aplicar tecnologias, favorável ao constante exercício 
de aprendizagem, e usuário de diversasferramentas computacionais e 
tecnológicas.
SINTETIZANDO...
Formação acadêmica1.4
Considerando o perfil de um profissional de engenharia, como 
devem ser os cursos de formação? O que a organização 
curricular deve contemplar?
Os cursos de Engenharia são elaborados com o intuito de permitir, ao 
egresso engenheiro, a construção de um conjunto de conhecimentos que 
o habilitem a dominar uma determinada área de atuação, em consonância 
com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em 
Engenharia, as quais definem os princípios, fundamentos, condições e 
procedimentos da formação de engenheiros, estabelecidos pela Câmara 
de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.
10 UNIUBE
Todo o curso de Engenharia, independente de sua 
modalidade, deve possuir em sua organização 
curricular um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo 
de conteúdos profissionalizantes e um núcleo de 
conteúdos específicos que caracterizem a modalidade. 
(MEC, 2002, p.11).
O que é o núcleo de conteúdos básicos?
O núcleo de conteúdos básicos, geralmente, compõe a parte inicial 
do curso de Engenharia, uma vez que aborda conhecimentos que 
estão mais diretamente ligados aos conceitos iniciais que propiciam o 
desenvolvimento lógico, analítico e matemático.
Alguns exemplos da abrangência desses conhecimentos:
• Metodologia do Trabalho Científico;
• Comunicação e Expressão;
• Matemática;
• Física;
• Química;
• Mecânica;
• Ciência dos Materiais;
• Informática;
• Expressão Gráfica;
• Eletricidade;
• Fenômenos de Transporte;
• Humanidades;
• Ciências Sociais e Cidadania.
EXPLICANDO MELHOR
 UNIUBE 11
Já os núcleos de conteúdos profissionalizantes e de conteúdos 
específicos abrangem os conhecimentos que são trabalhados em função 
das modalidades e campos de atuação definidos pelo Sistema CONFEA/
CREA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia/
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), que regula 
e fiscaliza a atuação profissional dos engenheiros. Os conhecimentos 
específicos representam um aprofundamento dos aspectos tratados no 
núcleo de conteúdos profissionalizantes, os quais contemplam:
• Algoritmos e Estruturas de Dados;
• Bioquímica;
• Ciência dos Materiais;
• Circuitos Elétricos;
• Circuitos Lógicos;
• Compiladores;
• Construção Civil;
• Controle de Sistemas Dinâmicos;
• Conversão de Energia;
• Eletromagnetismo;
• Eletrônica Analógica e Digital;
• Engenharia do Produto;
• Ergonomia e Segurança do Trabalho;
• Estratégia e Organização;
• Físico-química;
• Geoprocessamento;
• Geotecnia;
• Gerência de Produção;
• Gestão Ambiental;
• Gestão Econômica;
• Gestão de Tecnologia;
• Hidráulica, Hidrologia Aplicada e Saneamento Básico;
12 UNIUBE
• Instrumentação;
• Máquinas de Fluxo;
• Matemática Discreta;
• Materiais de Construção Civil;
• Materiais de Construção Mecânica;
• Materiais Elétricos;
• Mecânica Aplicada;
• Métodos Numéricos;
• Microbiologia;
• Mineralogia e Tratamento de Minérios;
• Modelagem, Análise e Simulação de Sistemas;
• Operações Unitárias;
• Organização de computadores;
• Paradigmas de Programação;
• Pesquisa Operacional;
• Processos de Fabricação;
• Processos Químicos e Bioquímicos;
• Qualidade;
• Química Analítica;
• Química Orgânica;
• Reatores Químicos e Bioquímicos;
• Sistemas Estruturais e Teoria das Estruturas;
• Sistemas de Informação;
• Sistemas Mecânicos;
• Sistemas Operacionais;
• Sistemas Térmicos;
• Tecnologia Mecânica;
• Telecomunicações;
• Termodinâmica Aplicada;
• Topografia e Geodésia;
• Transporte e Logística.
 UNIUBE 13
Vale ressaltar que todos esses conteúdos devem ser, hoje, trabalhados de 
forma a estimular que o futuro profissional entenda que é necessário ter certa 
autonomia em relação à busca do conhecimento. O antigo paradigma em 
que o professor era o detentor do conhecimento e único elo entre o aluno 
e sua formação não existe mais. Agora o aluno é o agente deste processo, 
cabendo ao professor criar condições para que ele possa encontrar o seu 
próprio caminho. O professor é o mediador da aprendizagem.
No novo paradigma, o aluno deverá utilizar meios complementares e 
suplementares para obter as informações que o levem a melhorar o seu 
nível de entendimento (vídeo, CD-ROM, multimídia, internet etc). Deverá, 
ainda, ser capaz de estudar, pesquisar, projetar e produzir, integrando 
todas essas fases do processo (IEL, 2006). Notadamente, em face à 
vertiginosa velocidade com que os aspectos tecnológicos evoluem, 
reforça-se a já destacada necessidade do profissional de engenharia 
buscar, constantemente, o seu aperfeiçoamento.
Campos de atuação1.5
Você sabia que os campos de atuação dos profissionais de 
engenharia são amplos e diversificados e que os profissionais 
dessa área se preocupam em atender às tendências de 
mercado?
A atuação dos profissionais de engenharia, nos dias de hoje, tem sido 
pautada pela migração constante entre as diferentes áreas. Essa atuação 
segue uma tendência de mercado em que se buscam os melhores 
postos de trabalho, estejam eles na indústria, em instituições públicas 
ou privadas, em escritórios de consultoria, de projetos ou em instituições 
financeiras. 
14 UNIUBE
Esses postos são disputados por aqueles que compreendem que a 
formação continuada e a autonomia, no que diz respeito à busca por 
uma maior abrangência das áreas de atuação, é fundamental. 
Diante desse cenário, o CONFEA, após uma ampla discussão com os 
diversos setores da sociedade, elaborou uma legislação moderna que 
visa permitir ao engenheiro explorar o caráter plural da sua formação. 
Essa nova sistemática deu origem à Resolução 1010 do CONFEA 
(CONFEA, 2005), a qual faz a discriminação dos grupos profissionais 
com as suas respectivas modalidades e especialidades.
Alguns exemplos de profissionais e suas modalidades.
Grupo da Engenharia:
I – Modalidade Civil: Engenheiros Civis (generalistas) e Especialidades de 
Engenheiros de Fortificação e Construção, Engenheiros Sanitaristas, 
Engenheiros Ambientais, bem como os Engenheiros Industriais, de 
Produção, e os Tecnólogos e os Técnicos, todos desta modalidade.
II – Modalidade Geomensura – Especialidades: Engenheiros Cartógrafos, 
Engenheiros de Geodésia e Topografia, Engenheiros Agrimensores, 
Agrimensores, e os Tecnólogos e os Técnicos, todos desta modalidade.
III – Modalidade Eletricista: Engenheiros Eletricistas (generalistas) e 
Especialidades de Engenheiros Eletrotécnicos, Engenheiros Eletrônicos, 
Engenheiros de Comunicação, Engenheiros de Telecomunicação, 
Engenheiros de Computação, bem como os Engenheiros Industriais, 
de Produção, e os Técnicos e Tecnólogos, todos desta modalidade.
IV – Modalidade Mecânica: Engenheiros Mecânicos (generalistas) e 
Especialidades de Engenheiros de Armamento, Engenheiros de 
EXPLICANDO MELHOR
 UNIUBE 15
Automóveis, Engenheiros Aeronáuticos, Engenheiros Navais, bem como 
os Engenheiros Industriais, de Produção, e Técnicos e Tecnólogos, 
todos desta modalidade.
V – Modalidade Química: Engenheiros de Químicos (generalistas) e 
Especialidades de Engenheiros Metalurgistas, Engenheiros de Minas, 
Engenheiros Químicos, Engenheiros de Plásticos, Engenheiros Têxteis, 
Engenheiros de Materiais, bem como os Engenheiros Industriais, de 
Produção, e Técnicos e Tecnólogos, todos desta modalidade.
No que diz respeito à sistematização dos campos profissionais de 
atuação, foram observados setores e subsetores de cada especialidade, 
a fim de criar um panorama da atuação profissional no âmbito da 
engenharia. Logo, segundo Vieira (2004, p.26), para cada modalidade 
no grupo engenharia foi estabelecido um conjunto de setores, dos quais 
merecem destaque: 
• Modalidade Civil: Construção Civil, Estruturas, Materiais, Geotecnia, 
Transportes, Hidrotecnia,Saneamento, Meio Ambiente, Engenharia 
Legal, Engenharia de Segurança;
• Modalidade Geomensura: Topografia, Geodésia, Cartografia, 
Agrimensura, Meio Ambiente, Engenharia Legal, Engenharia de 
Segurança;
• Modalidade Eletricista: Eletrotécnica, Eletrônica, Materiais, 
Comunicações, Computação, Automação e Controle, Engenharia 
Legal, Engenharia da Segurança;
• Modalidade Mecânica: Sistemas Mecânicos, Sistemas Térmicos, 
Processos Mecânicos, Automação e Controle, Materiais, Aeronáutica 
e Espaço, Naval e Oceânico, Engenharia Legal, Engenharia de 
Segurança;
• Modalidade Química: Materiais, Plásticos, Metalurgia, Minas, 
Indústria Química, Meio Ambiente, Têxtil, Alimentos, Engenharia 
Legal, Engenharia de Segurança.
16 UNIUBE
Para cada setor, foram especificadas, ainda, atividades como: 
• supervisão; 
• coordenação; 
• orientação técnica;
• planejamento; 
• projeto; 
• especificação;
• estudos de viabilidade técnico-econômica.
Independente do campo de atuação e da atividade dentro da engenharia, 
os profissionais desta categoria estão inseridos de forma única no 
processo de desenvolvimento por que passam o país e o mundo, uma 
vez que é notória a percepção de que o investimento em tecnologia é 
premissa para o crescimento econômico e consequente desenvolvimento 
de diversos setores da sociedade.
Resumo
A história da Engenharia assemelha-se à própria história da humanidade, 
iniciada há milhões de anos atrás. Os homens da pré-história não 
contavam com ferramentas próprias para desenvolver seus trabalhos 
domésticos e no âmbito social. Esta dificuldade forçou o homem a 
desenvolver métodos para fabricação de ferramentas como as pedras 
lascadas para se tornarem objetos cortantes e, ainda, o domínio do 
fogo; e, no decorrer dos tempos, o aperfeiçoamento de técnicas que 
melhoraram o modo de sobrevivência do homem.
Neste capítulo, vimos as alterações do panorama econômico e 
social em que hoje atuam os profissionais de engenharia. Desde a 
criação das primeiras escolas, ocasionadas pela adoção de novas 
ferramentas tecnológicas associadas à informática, à biotecnologia, às 
 UNIUBE 17
telecomunicações, à automação de processos, à gestão de projetos, 
entre outras, há a criação de novas oportunidades de trabalho, na 
medida em que o uso de tais ferramentas exige um elevado nível de 
especialização.
Sendo assim, os cursos de Engenharia são elaborados com o intuito 
de permitir ao egresso engenheiro a construção de um conjunto de 
conhecimentos que o habilitem a dominar uma determinada área de 
atuação, independente do campo de atuação e da atividade dentro da 
Engenharia.
Atividades
A realização das atividades é essencial ao processo de construção da 
identidade do profissional de engenharia, objetivo principal deste capítulo 
de estudos. Para tanto, faz-se necessária uma leitura pormenorizada do 
mesmo. Lembre-se: para um melhor entendimento, leia quantas vezes 
se fizerem necessárias.
Atividade 1
A sociedade vem passando por uma série de alterações, que implicam 
diretamente na forma como as pessoas moram, trabalham e se 
relacionam. Neste contexto, cabe a reflexão de que profissões como as 
engenharias passam por uma série de mudanças, diagnosticadas pela 
criação de novos cursos, novas habilitações e modalidades, além de 
uma infinidade de especializações. Amparado pelas leituras realizadas, 
indique possíveis motivações das mudanças na engenharia.
Atividade 2
É incontestável que a história da engenharia está associada à evolução da 
humanidade. Diante deste fato, liste marcos históricos que representaram 
a evolução do senso criativo-tecnológico do ser humano.
18 UNIUBE
Atividade 3
Leia a seguinte afirmação:
Os engenheiros e tecnólogos são personagens-chave 
no processo de transformar conhecimento em inovação 
e atores imprescindíveis na implementação dessas 
inovações nos sistemas produtivos. As empresas que 
mais crescem no mundo hoje têm na engenharia e na 
inovação seus pilares de sustentação (IEL, 2006, p. 19).
Após a leitura do trecho anterior, redija um pequeno texto (mínimo de 9 
linhas) a respeito da capacidade do engenheiro de promover o processo 
de desenvolvimento econômico do país.
Atividade 4
Baseando-se na leitura do capítulo, indique cinco habilidades que você 
considera imprescindíveis para o perfil do engenheiro moderno.
Atividade 5
Após a leitura das seções Formação acadêmica e Campos de atuação, 
relacione cinco conteúdos profissionalizantes que estejam ligados à sua 
modalidade de engenharia.
BAZZO, Walter Antonio, PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale. Introdução à 
Engenharia. 6. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2003. 274p.
IEL – Instituto Euvaldo Lodi. Núcleo Central e Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial – Departamento Nacional. Inova Engenharia: Propostas para a 
Modernização da Educação em Engenharia no Brasil. Brasília, 2006. 105p. 
Disponível em: <http://www.iel.org.br/portal/main>. Acesso em: 30 maio 2011. 
SILVEIRA, Marcos Azevedo da. A Formação do Engenheiro Inovador – 
Uma Visão Internacional. Rio de Janeiro: Puc-Rio, 2005. 136p. Disponível 
em: <http://www.abenge.org.br>. Acesso em: 30 maio 2011. 
Referências
 UNIUBE 19
CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Resolução 
no 1.010, de 22 de agosto de 2005. Lex: Regulamentação da atribuição de 
títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de 
atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, Brasília, 2005, 
6p. Disponível em: <http://www.confea.org.br>. Acesso em: 30 maio 2011. 
MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação – 
Câmara de Educação Superior. Resolução no 11, 11 de março de 2002. 
Lex: Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em 
Engenharia, Brasília, 2002, 4p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/cne/arquivos/pdf/CES112002.pdf>. Acesso em: 30 maio 2011. 
VIEIRA, Ruy Carlos de Camargos. Estudos sobre a nova sistemática 
para definição de atribuições/atividades profissionais. Brasília: 
CONFEA – Comissão de Exercício Profissional, 2004. 39p. Disponível 
em: <http://www.confea.org.br>. Acesso em: 30 maio 2011. 
Clidenor Ferreira de Araújo Filho
Introdução
Ensino por pesquisa 
e por projeto
Capítulo
2
Considerando a demanda no campo profissional da engenharia 
em relação às novas exigências do mercado frente à constante 
evolução tecnológica, trabalharemos, neste capítulo, o conceito de 
ensino por pesquisa e por projeto, a fim de auxiliar a construção e a 
aprendizagem dos conteúdos necessários à prática da engenharia.
O ensino da engenharia, até então, era pautado em conteúdos 
fragmentados, muitas vezes longe da realidade, com resultados 
nem sempre satisfatórios. Diante disso, os estudiosos passaram 
a buscar novas abordagens didático-pedagógicas com o objetivo 
de alterar essa visão tradicionalista do ensino. 
Nesse sentido, o ensino passou a ter uma abordagem interdis-
ciplinar nas diferentes ciências, a fim de auxiliar o aluno em seu 
contexto socioeconômico e cultural.
Nessa perspectiva, este capítulo visa trabalhar a aprendizagem 
dentro de uma visão holística. De acordo com essa visão, há 
de se incentivar a criatividade, a pesquisa, o planejamento, o 
desenvolvimento e a execução de um projeto: o saber aprender, 
o saber fazer, o saber ser e, ainda, promover um ensino e 
22 UNIUBE
uma aprendizagem sistêmicas, dando sentido aos conteúdos 
estudados, possibilitando uma aprendizagem significativa.
Para Masetto (2003), existem várias metodologias que se 
aplicam à melhoria da qualidade da aprendizagem e à integração 
de conteúdos ensinados nas universidades ou outras escolas. 
Dentre elas, duas se destacam, cada uma com sua contribuição 
específica – o ensino por meio de pesquisa e o ensino por projeto.
O ensino porpesquisa é uma metodologia que permite o 
desenvolvimento de várias aprendizagens, tais como a iniciativa na 
busca de informações e sua consequente seleção, organização, 
análise e correlação dos dados e informações; a elaboração 
de inferências, o levantamento de hipóteses e as respectivas 
checagens, comprovação, reformulação e conclusão. Essa 
metodologia habilita o aluno, ainda, a elaborar relatórios científicos 
e comunicar os resultados obtidos, por escrito ou oralmente, com 
clareza e ordem.
Outra metodologia é o ensino por projeto, que leva o aluno a 
relacionar a teoria com a prática, a promover a integração dos 
componentes curriculares e a caminhar rumo a uma atitude 
interdisciplinar, algo tão necessário à realidade profissional. Assim, 
o ensino por projeto tem como objetivo contribuir para um ensino-
-aprendizagem consistente e motivador.
Ao final do estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• identificar o contexto de uma pesquisa científica e tecnológica;
• diferenciar ciência e tecnologia;
Objetivos
 UNIUBE 23
• identificar os diferentes procedimentos de uma pesquisa 
científica e tecnológica;
• entender o que é um projeto de engenharia;
• relacionar as diferentes fases de elaboração e execução de 
um projeto de engenharia.
Esquema
2.1 Pesquisa e engenharia
2.2 Procedimentos da pesquisa científica e tecnológica
2.3 A importância da pesquisa científica e tecnológica
2.4 Projetos e engenharia
2.5 Fases de um projeto
Antes de fazermos a correlação entre pesquisa e engenharia, temos 
que deixar claro a que pesquisa nos referimos. Observando a prática 
cotidiana do engenheiro, somos levados a crer que ele é apenas um hábil 
elaborador e executor de projetos. Mas, na verdade, sua prática está 
intimamente ligada ao estudo e à implementação de novas técnicas, que 
são características das pesquisas científicas e tecnológicas.
Com isso, vemo-nos diante de dois conceitos fundamentais e distintos – a 
ciência e a tecnologia – sendo necessário defini-los para entender melhor 
a pesquisa científica e a tecnológica.
Pesquisa e engenharia2.1
E você, o que entende por ciência?
24 UNIUBE
Tecnicamente, a ciência busca a descoberta de explicações que 
desvendem os mais diversos fenômenos naturais. Ela pode ser dividida 
em duas partes não excludentes, mas complementares: a ciência 
aplicada, cuja característica principal é a sua utilização na produção 
de objetivos práticos; e a ciência básica, que aborda os aspectos mais 
gerais ou fundamentais da realidade, sem a preocupação com as suas 
aplicações práticas a curto prazo.
E a tecnologia?
A tecnologia, por sua vez, procura utilizar-se da ciência, para a obtenção 
de conhecimentos específicos que podem ser empregados na produção 
de equipamentos a serem utilizados na prática. É possível observar, 
portanto, que a tecnologia é, de certa forma, o resultado da ciência 
aplicada.
Percebemos que a ciência e a tecnologia andam juntas e que o 
desenvolvimento tecnológico não seria possível sem essa interação, 
uma vez que sua principal característica é a produção de novos bens e 
serviços. 
Fica claro, então, que o profissional da engenharia deve desenvolver 
suas atividades com o auxílio da pesquisa científica e da tecnológica. 
Elas podem, então, ser entendidas como tudo aquilo que está associado 
à descoberta de novos conhecimentos e à criação de novas realidades, 
sejam esses conhecimentos produzidos por meio de trabalhos práticos 
ou por meio de trabalhos teóricos.
 UNIUBE 25
Para o início de um processo de pesquisa, é necessário a escolha do 
tema para delimitação do conteúdo e a busca de bibliografia específica 
para a fundamentação teórica. Tais procedimentos são delineados em 
função do trabalho a ser realizado. Há necessidade da realização de uma 
profunda pesquisa bibliográfica, a fim de que seja possível a catalogação 
de diferentes informações associadas ao tema da pesquisa. Atualmente, 
muitos são os meios existentes para a busca de informações (livros, 
revistas, jornais, seminários, workshops, internet), e todos devem ser 
intensamente explorados.
Após reunião do maior número de informações a respeito do assunto 
da pesquisa, é preciso realizar uma primeira análise por meio da 
observação dos pontos que merecem destaque no material levantado 
e que estão relacionados à delimitação do assunto e à solução 
do problema que deu origem à pesquisa. Nessa fase, devem ser 
levantadas todas as hipóteses para a solução do problema proposto, 
uma vez que é necessário fixar as metas para a sua realização. 
Feito isso, devemos comprovar ou, pelo menos, elucidar as hipóteses 
propostas para a solução do problema. Para tanto, um método experimental 
deve ser empregado, uma vez que o resultado de uma pesquisa científica 
e tecnológica invariavelmente deverá produzir um protótipo, ou dados que 
levem a ele. Vale ressaltar que, levantada a necessidade de validação 
dos dados ou hipóteses, a escolha dos equipamentos e os métodos a 
serem utilizados durante a fase de experimentação devem seguir critérios 
previamente definidos e que validem o processo.
Comprovadas ou descartadas as hipóteses e validados ou não os dados, 
devemos sintetizar aquilo que foi observado durante todo o processo, 
desde a busca de informações até a obtenção de possíveis resultados de 
Procedimentos da pesquisa científica e tecnológica2.2
26 UNIUBE
experimentos práticos. Essa fase é muito importante para a elaboração do 
relatório final da pesquisa.
Devemos elaborar, posteriormente, um relatório que contemple todos os 
passos do processo de pesquisa. Nele devem constar as informações 
selecionadas, o problema proposto, as possíveis hipóteses de solução do 
referido problema, os resultados dos experimentos práticos, quando for o 
caso, e a análise final de todo o processo contemplando a validação ou 
não dos dados e hipóteses levantados.
A linguagem na redação do relatório deve ser: técnica, formal, pautada na 
objetividade, na clareza, na concisão, a fim de registrar o que foi pesquisado 
e/ou observado. A elaboração desse documento deve ser feita de maneira 
a permitir a compreensão do seu conteúdo por todo leitor e em qualquer 
época.
IMPORTANTE!
Notadamente, o engenheiro é um dos principais agentes do 
desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, econômico do 
país. Um ponto importante para esse desenvolvimento é a obtenção ou 
apropriação de novas tecnologias desenvolvidas, geralmente, por meio 
da integração indústria-centros de pesquisa-escolas. 
Vale ressaltar que a pesquisa integrada com a indústria deve atender 
essencialmente as necessidades das empresas locais, pois tudo indica 
que as grandes oportunidades econômicas para o país baseiam-se no 
desenvolvimento regionalizado, na exploração dos potenciais regionais 
diferenciados (IEL, 2006).
A importância da pesquisa científica e tecnológica2.3
 UNIUBE 27
Essa ação contribui não só para reduzir as desigualdades internas, 
como para a inserção do Brasil no mercado internacional com produtos 
diferenciados e não como mero fornecedor de 
commodities.
A pesquisa integrada com o setor produtivo 
do entorno das escolas e centros de pesquisa 
contribui tanto para o avanço tecnológico das 
empresas, como para a melhoria da qualidade 
da graduação, sendo referência sobre as 
necessidades reais do mercado.
Nesse contexto, a formação de redes cooperativas 
de pesquisa, focadas em projetos de desenvolvimento tecnológico, as 
quais agregam competências de diferentes grupos de pesquisa – de 
várias instituições e de empresas, têm contribuído enormemente com 
a promoção da integração indústria-escola. Assim, essa integração 
possibilita a redução de custos, a formação de recursos humanos e a 
aceleração de resultados.
Commodities
Qualquer bem em 
estado bruto,de 
origem agropecuária 
ou de extração 
mineral ou vegetal, 
produzido em larga 
escala mundial e 
com características 
físicas homogêneas, 
seja qual for sua 
origem, destinado 
ao comércio externo 
(Houaiss e Villar, 
2009, p. 501).
O engenheiro é, por excelência, um solucionador de problemas. Grande 
parte de suas atividades estão ligadas à sua capacidade de organizar 
ideias e informações, interpretar dados e propor soluções para os 
mais diversos problemas de engenharia. Para tanto, esse profissional 
utiliza-se, muitas vezes, do projeto, que é a aplicação mais fiel dos seus 
conhecimentos técnicos e práticos.
Um projeto é caracterizado por uma sequência clara e lógica de fases, 
com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, 
sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros preestabelecidos de 
tempo, custo, recursos e de qualidade.
Projetos e engenharia2.4
28 UNIUBE
Um projeto é o resultado de um elaborado planejamento, que 
demanda não apenas conhecimentos técnicos, mas também certa 
dose de criatividade e, muitas vezes, inovação. Por se tratar de um 
empreendimento notadamente inovador, o projeto tende a ser confundido 
com o seu produto final, ou seja, com o resultado de todo um processo. 
A fim de separar o projeto do seu produto, dividimos os projetos em dois 
tipos (BAZZO, 2003, p. 73 - 74): 
a) Projeto por evolução – projeto que surge da 
adaptação, melhoramento ou variação de um produto 
ou serviço já existente. Exemplo: alteram-se apenas 
características do produto para uma nova utilização ou 
melhor adaptação.
b) Projeto por inovação – projeto que surge da 
utilização de conhecimentos ainda não completamente 
experimentados, como por exemplo: o resultado de 
pesquisas científicas e tecnológicas.
Independentemente do tipo de projeto a ser elaborado e, consequen-
temente, executado, faz-se necessária a definição das fases que o 
compõem, uma vez que é resultado de um processo que envolve agentes 
e instrumentos.
Para a solução de qualquer problema é necessária uma série de 
informações, que permitirá, inicialmente, a exposição do problema e, 
posteriormente, a proposição de soluções. As informações iniciais, 
geralmente, são de domínio coletivo e possibilitam que sejam geradas 
as informações técnicas a partir delas. 
Um projeto se inicia com a reunião de todas as informações relativas ao 
assunto e o levantamento daquilo que será necessário em termos de 
Fases de um projeto2.5
 UNIUBE 29
recursos técnicos e do custo envolvido. Especificamente, segundo Bazzo 
(2003), um projeto pode ser dividido nas seguintes fases: 
• identificação de uma necessidade;
• definição do problema;
• coleta de informações;
• concepção;
• avaliação;
• especificação da solução;
• comunicação.
A seguir, veremos a descrição de cada uma dessas fases.
2.5.1 Identificação de uma necessidade
Para que um projeto seja bem elaborado, é necessário que, inicialmente, 
se entenda qual a necessidade que o gerou. Muitas necessidades 
podem ser identificadas. Por exemplo, a insatisfação do cliente com um 
determinado produto, com mudanças de comportamento do consumidor, 
com sua própria insatisfação em relação a um determinado bem ou 
serviço. Sugestões ou constatações de setores da empresa responsáveis 
por gerenciar o mercado e as novas tecnologias também fazem parte 
desta importante fase de elaboração e execução de um projeto.
Essa fase começa quando a empresa sente a necessidade de aperfeiçoar 
ou atualizar seus métodos de trabalho, ou, ainda, sua linha de produtos 
e serviços em função de novas ideias, ou em função da atuação da 
concorrência. Vale ressaltar que identificar uma necessidade demanda 
tempo e, sobretudo, criatividade do profissional envolvido com essa fase 
do projeto.
30 UNIUBE
2.5.2 Definição do problema
Uma vez identificada a necessidade da elaboração de um projeto, 
devemos definir o problema da referida necessidade. Por exemplo, se 
a necessidade é o escoamento da água das chuvas através da rede 
pluvial, o problema poderá ser a construção de galerias maiores, ou 
mesmo a recuperação das existentes. Fica claro que, neste ponto, 
começamos a delimitar o objeto que será fruto do projeto. Para tanto, a 
equipe encarregada da elaboração do projeto deve analisar a ideia de 
uma forma mais estruturada, com um estudo de viabilidade. O trabalho 
nessa fase pode incluir um estudo de mercado, receitas e despesas, 
impostos, subsídios etc.
2.5.3 Coleta de informações
Essa fase tem por objetivo o levantamento das informações que 
definirão as características do produto final e que, eventualmente, 
irão compor as especificações do produto. Dentre as características 
importantes, estão a relação custo/benefício, o volume de produção, 
bem como os interesses dos clientes (proprietários, usuários). É nessa 
fase que são realizadas as entrevistas com os clientes e potenciais 
usuários, visitas aos pontos de utilização e comercialização do produto 
e as revisões bibliográficas relacionadas ao tema.
2.5.4 Concepção
Fase de detalhamento da coleta de informações, primordial à elaboração 
e à execução de um projeto. Nela, são desenvolvidos os procedimentos, 
cálculos, instruções, desenhos e tudo o que é necessário para a execução 
do projeto, inclusive a formulação de modelos analíticos ou empíricos.
Espera-se que nessa fase o cliente participe ativamente do processo, 
uma vez que suas expectativas podem determinar o sucesso ou não 
 UNIUBE 31
do empreendimento. Vale ressaltar que não existem concepções 
preelaboradas, e que o projeto é fruto das experiências da equipe que 
o concebe.
2.5.5 Avaliação
Nessa fase, os modelos são testados à exaustão, utilizando-se, na 
maioria dos casos, de softwares computacionais, bem como os protótipos 
são submetidos às condições que mais se aproximem à futura realidade 
de uso. Todas as etapas são avaliadas, mesmo aquelas consideradas já 
vencidas, e os possíveis erros são catalogados, a fim de que possam ser 
corrigidos ou subsidiem trabalhos futuros. Sinteticamente, a avaliação é 
a fase que materializa o que foi planejado anteriormente.
2.5.6 Especificação da solução final
Segundo Bazzo (2003, p. 217), é nessa fase que é preparado o memorial 
descritivo do projeto, que corresponde a um documento que contempla 
os seguintes aspectos:
• objetivos, funções e localizações das partes 
que compõem o projeto;
• características básicas da solução final 
(propriedades requeridas para os materiais 
especificados);
• indicação dos valores previstos para os 
parâmetros e variáveis envolvidas;
• detalhes construtivos e operacionais;
• desenhos detalhados de componentes, subsis-
temas e sistemas;
• lista de materiais, orçamento e cronograma de 
execução.
32 UNIUBE
2.5.7 Comunicação
Finalizado o projeto, ele deve ser comunicado ao cliente e mesmo 
à equipe que colaborou com a sua elaboração. Sendo uma etapa 
fundamental do processo, a comunicação deve ser realizada com 
a entrega do memorial descritivo e sua explicação. Nessa fase, o 
profissional de engenharia deve defender com desenvoltura suas 
escolhas técnicas e até mesmo pessoais.
Não existem projetos prontos para serem utilizados na solução de qualquer 
problema. A criatividade e os conhecimentos farão a diferença.
IMPORTANTE!
Aceito pelo cliente, o projeto passa à fase de execução e implantação, 
que pode ou não ser acompanhada pela equipe que o elaborou. Durante 
essa fase, a equipe de implantação deve ser fiel ao planejamento 
elaborado para a execução do projeto. Por fim, devemos estar atentos 
aos benefícios e aos malefícios que um projeto pode gerar. Muitas vezes, 
os projetos falham ou não atingem os resultados esperados em função 
de obstáculos naturais, uma vez que tais obstáculos estão fora do âmbito 
do trabalhoda gerência do projeto. Entre eles, destacamos: 
• mudanças na estrutura organizacional da empresa; 
• mudanças na tecnologia; 
• evolução nos preços e prazos. 
Outras vezes, porém, as causas dos insucessos são decorrentes de 
falhas gerenciais, que poderiam ser evitadas, tais como: 
• metas e objetivos mal-estabelecidos; 
• muitas atividades e pouco tempo para realizá-las;
• estimativas financeiras incompletas;
 UNIUBE 33
• projeto baseado em dados inadequados ou insuficientes, deixando 
em segundo plano os dados históricos de projetos similares e, até 
mesmo, análises estatísticas efetuadas; 
• tempo não destinado para as estimativas e o planejamento; 
• desconhecimento das necessidades de pessoal, de equipamentos 
e de materiais;
• envolvimento de pessoas sem conhecimento teórico e prático 
necessários à execução.
A competência do gerente contribui para o sucesso do projeto, 
evidenciando, dessa forma, a importância de uma boa administração, 
para que se alcancem resultados que atendam às expectativas da 
pesquisa. 
Resumo
Neste capítulo, discorremos sobre a relação entre pesquisa e engenharia, 
com o objetivo de identificar o contexto da pesquisa científica e 
tecnológica. Além disso, mostramos os procedimentos pertinentes a esse 
tipo de pesquisa, bem como sua importância. Discorremos, também, 
sobre o que é um projeto de engenharia e suas fases de elaboração e 
execução.
Pelo capítulo, foi possível entender que o ensino por pesquisa é uma 
metodologia que permite o desenvolvimento de várias aprendizagens, 
tais como a iniciativa na busca de informações e sua consequente 
seleção, organização, análise e correlação dos dados e informações; a 
elaboração de inferências, o levantamento de hipóteses e as respectivas 
checagens, comprovação, reformulação e conclusão.
Percebemos, ainda, que o ensino por projeto, leva o aluno a relacionar 
a teoria com a prática, a promover a integração dos componentes 
curriculares e a caminhar rumo a uma atitude interdisciplinar que é tão 
necessária à realidade profissional. 
34 UNIUBE
Atividades
A realização das atividades é essencial ao processo de construção da 
aprendizagem por pesquisa e por projetos. Para tanto, é aconselhável a 
releitura pormenorizada do capítulo.
Atividade 1
Após a leitura deste capítulo, percebemos que ciência e tecnologia 
são dois conceitos importantes e que estão intimamente relacionados. 
Elabore um texto de, no máximo, 20 linhas, abordando esses conceitos 
e sua importância. 
Atividade 2
Neste capítulo, vimos um importante recurso para a aproximação entre 
o setor produtivo e as escolas de engenharia. Sendo assim, faça uma 
pesquisa sobre como estão sendo implementadas atualmente as redes 
cooperativas de pesquisa. 
Atividade 3
A pesquisa científica e tecnológica é essencial para o desenvolvimento 
tecnológico do país. Logo, o engenheiro deve estar preparado para 
trabalhar com esse tipo de pesquisa. Em função disso, determine 
quais os procedimentos para a realização de uma pesquisa científica e 
tecnológica.
Atividade 4
Leia a citação a seguir:
Na educação formal universitária, aprende-se o método 
científico através da progressão lógica de eventos que 
conduzem à solução de problemas científicos. A solução 
de problemas de engenharia, embora semelhante, 
apresenta diferenças em relação aos problemas 
científicos (BAZZO, 2003, p. 75-76). 
 UNIUBE 35
Esse trecho trata da ação científica e da ação tecnológica. Após a leitura 
do referido texto, defina esses dois conceitos de ação.
Atividade 5
Após a leitura da seção “Fases de um projeto”, sintetize o objetivo de 
cada uma delas. 
Referências
BAZZO, Walter Antonio; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale. Introdução à 
Engenharia. 6. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2003. 274p.
BRASÍLIA (Distrito Federal). Instituto Euvaldo Lodi – Núcleo Central e Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento Nacional. Inova 
Engenharia – Propostas para a Modernização da Educação em Engenharia 
no Brasil. Brasília, 2006. 105p. Disponível em <http://www.iel.org.br/portal/
main.jsp?lumPageId=4028FBE51C243B77011C245F9B0B0951&lumItemId=
FF8080811D6D367D011DE4A80267429C>. Acesso em: 30 de maio 2011. 
HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua 
portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 1ª Edição, 2009.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio. São Paulo, 
Nova Fronteira, 2ª Edição, 1986.
IEL – Instituto Euvaldo Lodi. Núcleo Central e Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial – Departamento Nacional. Inova Engenharia: Propostas para a 
Modernização da Educação em Engenharia no Brasil. Brasília, 2006. 105p. 
Disponível em: <http://www.iel.org.br/portal/main>. Acesso em: 30 maio 2011.
OLIVEIRA, Guilherme Bueno de. MS Project & Gestão de Projetos. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2005. 189p.
MASETTO, Marcos Tarciso. Competência Pedagógica do Professor Universitário. 
São Paulo: Summus Editorial, 2003. 194p.
Luciana De Martino Nogueira
Jacqueline Oliveira Lima Zago
Introdução
A criatividade e a 
inovação tecnológica
Capítulo
3
No contexto das organizações, o capital humano tem um aspecto 
significativo para o êxito operacional, pois liderar pessoas passa 
a ser o ponto crítico para empresas que atuam em mercados 
competitivos.
Neste sentido, os profissionais que têm o desafio de pensar, 
implementar, operar e promover melhorias nos sistemas produtivos 
tornam-se peças fundamentais para as empresas que procuram 
produzir com o mais alto padrão de qualidade, num mundo em 
constante transformação.
Assim, a criatividade, aliada à ciência e à tecnologia, é um 
comportamento que pode e deve ser desenvolvido no ser humano, 
entendido como mola propulsora na resolução dos problemas 
organizacionais.
Para alcançar os objetivos propostos, primeiramente faremos uma 
abordagem conceitual de cada um dos temas apresentados. Essa 
abordagem precisará de uma constante parada para reflexão, 
análise e síntese de suas experiências. O conhecimento será 
construído a partir das suas observações e reflexões.
38 UNIUBE
Ao final destes estudos, esperamos que você seja capaz de:
• apresentar o campo da criatividade e da inovação 
tecnológica;
• diferenciar os conceitos: ciência, tecnologia e inovação 
tecnológica;
• explicar os processos criativos no contexto das organizações;
• identificar a importância da criatividade e da inovação 
tecnológica para o desenvolvimento de novos processos e 
produtos;
• enumerar os principais conceitos e teorias que compõem 
essa área;
• apontar a aplicabilidade desses conceitos por meio dos 
exemplos e atividades apresentados; 
• demonstrar como a criatividade pode contribuir para o 
desenvolvimento pessoal e profissional; 
• relacionar o processo de produção com a mediação do 
conhecimento nas empresas;
• analisar o panorama nacional de inovação tecnológica, bem 
como as políticas públicas de incentivo.
Objetivos
Esquema
3.1 A criatividade e a inovação tecnológica
3.2 O engenheiro de produção
3.3 Ciência, tecnologia e inovação tecnológica
3.4 Os processos criativos no contexto das organizações
3.5 O cérebro e a criatividade
3.6 O processo criativo
3.7 2009 - Ano Europeu da Criatividade e Inovação
3.8 Panorama nacional de inovação
 UNIUBE 39
Você já reparou como alguns termos têm sido utilizados no contexto das 
organizações? 
Algumas palavras invadiram o espaço organizacional passando a fazer 
parte do vocabulário e do cotidiano das pessoas. Mais do que simples 
palavras, elas transmitem valores que podem provocar profundas 
transformações no modo de ser e agir das pessoas: liderança, 
pró-atividade, inovação, criatividade, são só algumas dentre tantas outras 
palavras. Com isso, podemos dizer que o mundo estáem constante 
transformação e que ocorre em todos os setores.
A tecnologia, o cenário político e econômico, as concorrências e as 
tendências do mercado são exemplos de forças que atuam promovendo 
essas mudanças. Hoje em dia, as organizações enfrentam um ambiente 
dinâmico e precisam acompanhar e entender esse novo cenário que se 
apresenta.
A criatividade e a inovação tecnológica3.1
Observe à sua volta. Veja o quanto nosso cotidiano vem sendo modificado. 
A que você atribui essas mudanças?
PARADA PARA REFLEXÃO
Imagino que você tenha atribuído essas mudanças à capacidade do 
homem de criar novas formas para melhorar a sua vida, ou seja, não 
seria exagero afirmar que a mobilização das pessoas é fundamental para 
promover mudança, seja de que tipo for. Ou seja, qualquer invenção, ou 
inovação tecnológica, tem como aspecto principal o trabalho humano, 
criando e recriando estratégias.
40 UNIUBE
Vamos, a partir de agora, identificar o campo de ação do engenheiro de 
produção, situar o seu surgimento, a legislação pertinente, conhecer a 
história da Engenharia de Produção no Brasil e suas práticas.
O engenheiro de produção3.2
Você sabe o que é “engenhar”?
Se buscarmos na etimologia da palavra, veremos que, em latim, ingeniu 
significa faculdade inventiva, talento. É a arte de aplicar princípios 
científicos e matemáticos, experiência e senso comum de forma a 
beneficiar o Homem. Os engenheiros são, antes de tudo, solucionadores 
de problemas. Devem procurar as melhores, as mais rápidas e menos 
dispendiosas formas de utilizar insumos e trabalho para atender às 
necessidades humanas. Desde a construção das pirâmides, o processo 
de irrigação egípcio, a aterrissagem do homem na lua, o progresso tem 
referência no trabalho de um engenheiro. 
A engenharia de produção nasceu nos EUA por volta do final do século XIX 
e início do século XX com o engenheiro Frederic Taylor e sua “Scientific 
Management”, ou administração científica, que ele escreveu no início 
do século passado juntamente com Frank e Lillian Gilbreth, H.L. Gantt, 
H. Emerson, entre outros. Apesar de controverso, a indústria americana 
viu-se invadida pelas ideias tayloristas. Introduziu procedimentos 
interessantes sobre a quantificação do tempo e dos movimentos no 
processo industrial e, mesmo hoje, é considerada uma revolução.
No Brasil, a engenharia, enquanto profissão, é bastante jovem e só foi 
regulamentada em 1933 com as profissões de Engenheiro Agrônomo e 
Engenheiro Civil, ano em que também foi criado o Sistema CONFEA/
CREA, através do Decreto Federal n.º 23.569. A criação de cursos nessa 
área foi impulsionada nos anos 50 pela chegada das multinacionais. 
Tanto o departamento de planejamento e controle da produção, como 
 UNIUBE 41
o de controle de qualidade, era de responsabilidade do “Industrial 
Engineers”, o nosso engenheiro de produção. De 1959, data de criação 
do primeiro curso de engenharia de produção, até os dias atuais, temos 
mais de 130 cursos nessa área, no Brasil.
Desde então, o engenheiro de produção tornou-se peça fundamental 
para as empresas que procuram produzir com o mais alto padrão 
de qualidade, de forma cada vez mais “enxuta” e, nesse cenário de 
produção flexível, automatizado e em constante transformação, o perfil 
do engenheiro deve priorizar a criatividade. Sendo assim, o foco desse 
engenheiro, como o próprio nome diz, é produção.
Em complementação, a Associação Brasileira de Engenharia de 
Produção (ABEPRO) aponta que o engenheiro de produção deve ter uma 
formação científica e profissional que o capacite a identificar, formular 
e solucionar problemas ligados às atividades de projeto; operação e 
gerenciamento do trabalho e de sistemas de produção de bens e/ou 
serviços, considerando também os aspectos humanos, econômicos, 
sociais e ambientais, com visão ética e humana, em atendimento às 
demandas da sociedade.
O Engenheiro de Produção, segundo a ABEPRO, deve ter competên-
cia para:
• dimensionar e integrar recursos físicos, huma-
nos e financeiros a fim de produzir, com efici-
ência e ao menor custo, considerando a possi-
bilidade de melhorias contínuas;
• utilizar ferramental matemático e estatístico 
para modelar sistemas de produção e auxiliar 
na tomada de decisões;
• projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, 
produtos e processos, levando em considera-
ção os limites e as características das comuni-
dades envolvidas;
42 UNIUBE
• prever e analisar demandas, selecionar co-
nhecimento científico e tecnológico, projetando 
produtos ou melhorando suas características e 
funcionalidade;
• incorporar conceitos e técnicas de qualidade 
em todo o sistema produtivo, tanto nos seus 
aspectos tecnológicos quanto organizacionais, 
aprimorando produtos e processos e produ-
zindo normas e procedimentos de controle e 
auditoria;
• prever a evolução dos cenários produtivos, per-
cebendo a interação entre as organizações e 
os seus impactos sobre a competitividade;
• acompanhar os avanços tecnológicos, organi-
zando-os e colocando-os a serviço da deman-
da das empresas e da sociedade;
• compreender a inter-relação dos sistemas de 
produção com o meio ambiente, tanto no que 
se refere à utilização de recursos escassos 
quanto à disposição final de resíduos e rejeitos, 
atentando para a exigência de sustentabilidade;
• utilizar indicadores de desempenho, sistemas 
de custeio, bem como avaliar a viabilidade eco-
nômica e financeira de projetos;
• gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas 
empresas utilizando tecnologias adequadas 
(ABEPRO, 2006, p. 3).
Logo, compete ao engenheiro de produção não só implementar e operar 
os sistemas produtivos, como também efetuar, principalmente, as 
melhorias que esses sistemas requerem. O profissional de engenharia de 
produção deve saber lidar diretamente com as evoluções tecnológicas, 
com as exigências dos consumidores e do mercado globalizado, 
utilizando sua capacidade criativa para vencer os desafios que surgem 
no dia a dia. Entre outras, deve apresentar habilidades, tais como:
 UNIUBE 43
• iniciativa empreendedora;
• iniciativa para autoaprendizado e educação continuada;
• comunicação oral e escrita;
• leitura, interpretação e expressão por meios gráficos;
• visão crítica de ordens de grandeza;
• domínio de técnicas computacionais;
• conhecimento, em nível técnico, de língua estrangeira;
• conhecimento da legislação pertinente;
• capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares;
• capacidade de identificar, modelar e resolver problemas;
• compreensão dos problemas administrativos, socioeconômicos e 
do meio ambiente;
• “pensar globalmente, agir localmente”.
A abrangente visão do engenheiro de produção lhe permite:
• efetuar diagnósticos e propor soluções;
• planejar e desenvolver estratégias;
• desenvolver produtos ou processos;
• coordenar equipes; entre outros.
EXPLICANDO MELHOR
Todas essas competências e habilidades são o que tornam esse 
profissional um dos mais procurados no mercado de trabalho, segundo 
o próprio CONFEA/CREA. É, sem dúvida, a sua capacidade em integrar 
as questões técnicas com as gerenciais que habilita o engenheiro de 
produção a atuar nos diferentes setores da produção industrial. Isso se 
dá porque grande parte dos problemas enfrentados no cotidiano das 
empresas envolve questões gerenciais, exigindo domínio das áreas 
técnica e administrativa, e também perfil integrador do engenheiro de 
produção.
No exercício da profissão, o engenheiro de produção deve preocupar-se 
com inúmeros aspectos, como:
44 UNIUBE
• com a gestão e a otimização dos processos produtivos e o 
consequente ganho em produtividade;
• com o mercado de consumo, com a logística empresarial;
• com o avanço tecnológico, com a qualidade dos produtos e serviços;
• com o impacto ambiental e social de se produzir;

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