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4 - SUAS

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SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS 
 
A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído pela Constituição Federal de 1988. A 
partir de 1993, com a publicação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é definida como Política de Seguridade 
Social, compondo o tripé da Seguridade Social, juntamente com a Saúde e Previdência Social, com caráter de Política 
Social articulada a outras políticas do campo social. 
A Assistência Social, diferentemente da previdência social, não é contributiva, ou seja, deve atender a todos os 
cidadãos que dela necessitarem. Realiza-se a partir de ações integradas entre a iniciativa pública, privada e da sociedade 
civil, tendo por objetivo garantir a proteção social à família, à infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças e 
adolescentes carentes; à promoção da integração ao mercado de trabalho e à reabilitação e promoção de integração à 
comunidade para as pessoas com deficiência e o pagamento de benefícios aos idosos e às pessoas com deficiência. 
Em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, descentralizado e participativo, que tem por 
função a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira. 
Consolida o modo de gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os três entes 
federativos que, de modo articulado e complementar, operam a proteção social não contributiva de seguridade social 
no campo da assistência social. 
Em 6 de julho de 2011, a Lei 12.435 é sancionada, garantindo a continuidade do SUAS. 
O Sistema organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A primeira é a Proteção Social 
Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos, serviços e 
benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A segunda é a Proteção Social Especial, 
destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados por 
ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos. 
O SUAS engloba também a oferta de Benefícios Assistenciais, prestados a públicos específicos de forma articulada 
aos serviços, contribuindo para a superação de situações de vulnerabilidade. Também gerencia a vinculação de 
entidades e organizações de assistência social ao Sistema, mantendo atualizado o Cadastro Nacional de Entidades e 
Organizações de Assistência Social e concedendo certificação a entidades beneficentes, quando é o caso. 
A gestão das ações e a aplicação de recursos do SUAS são negociadas e pactuadas nas Comissões Intergestores 
Bipartite (CIBs) e na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Esses procedimentos são acompanhados e aprovados pelo 
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e seus pares locais (Conselhos Estaduais e Municipais), que 
desempenham o controle social. 
 
PAPEL DO ESTADO 
 
Cabe ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social – SEDS, um papel 
estratégico na coordenação da política de desenvolvimento social do Estado: estabelecer rumos, diretrizes e fornecer 
mecanismos de apoio às instâncias municipais, ao terceiro setor e à iniciativa privada. 
Ao manter a responsabilidade pelo apoio financeiro aos municípios e entidades de assistência social, a SEDS fixa 
sua atuação no apoio técnico, capacitação, monitoramento e avaliação das ações sociais desenvolvidas em todo o 
Estado. 
 
A GESTÃO DE BENEFÍCIOS DO SUAS 
 
Os benefícios e programas de transferência de renda constituem-se como uma das garantias da Proteção Social 
do SUAS. São eles os responsáveis por materializar a segurança de sobrevivência e de rendimento prevista na Política 
Nacional de Assistência Social. Sendo, portanto, direito dos indivíduos e famílias que estão em situação de risco e 
vulnerabilidade social e, também, dever do Estado. 
É com a concessão de benefícios e programas de transferência de renda que a assistência social é reconhecida. 
Por promover a cobertura de benefícios, programas e serviços, além de garantir e dar visibilidade aos direitos 
socioassistenciais. 
Nesse sentido, temos os benefícios de caráter continuado e esporádico, quais sejam, o Benefício de Prestação 
Continuada (BPC) e os Benefícios Eventuais. Além dos programas de transferência de renda como, por exemplo, 
o Programa Bolsa Família (PBF). 
O BPC garante a transferência mensal de um salário-mínimo para idosos com 65 anos ou mais e à pessoa com 
deficiência de qualquer idade que não possuem meios de prover a própria manutenção nem tê-la provida por sua 
família. Já os benefícios eventuais, como o próprio nome indica, são benefícios temporários prestados aos indivíduos e 
às famílias em situações específicas, tais como nascimento, morte e situações de vulnerabilidade provisória e de 
calamidade pública. 
https://www.gesuas.com.br/blog/politica-nacional-de-assistencia-social/
https://www.gesuas.com.br/blog/politica-nacional-de-assistencia-social/
https://www.gesuas.com.br/blog/atendimento-risco-e-vulnerabilidade/
https://www.gesuas.com.br/blog/atendimento-risco-e-vulnerabilidade/
GESTÃO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC) 
 
A gestão do BPC é realizada pelo Ministério da Cidadania, através da Secretaria Nacional de Assistência Social 
(SNAS). É ela o órgão responsável pela implementação, avaliação, coordenação, financiamento, monitoramento e 
regulação do benefício. 
 
Ao CRAS e ao CREAS cabe, quando necessário, o acompanhamento dos beneficiários do BPC e de suas famílias, 
sempre visando a garantia dos direitos socioassistenciais. Isto é, buscam assegurar aos beneficiários e/ou requerentes 
do BPC e às famílias o acesso aos serviços da rede socioassistencial, bem como o acesso à outras políticas públicas, de 
acordo com suas necessidades. 
 
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o órgão responsável pela operacionalização do BPC, cabendo à ele: 
• Conceder, cessar e suspender o benefício; 
• Controlar o pagamento do benefício; 
• Gerar crédito; 
• Receber o requerimento; 
• Realizar avaliação social e médica; e 
• Realizar a revisão do benefício. 
 
 
Além disso, o INSS deve 
comunicar o requerente se o 
benefício foi concedido ou 
indeferido. No caso de 
deferimento, o INSS orienta o 
beneficiário quando e em qual 
agência bancária receberá o 
pagamento. No caso de 
indeferimento, o INSS deve 
informar qual é o prazo para que o 
requerente possa interpor recurso 
contra a decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.gesuas.com.br/blog/cras/
https://www.gesuas.com.br/blog/creas/
SISTEMA DE GESTÃO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (SIGPBF) 
 
O Programa Bolsa Família estabeleceu um modelo de gestão compartilhada, realizada de forma descentralizada 
entre os entes federados. O objetivo do programa é a promoção e inclusão social de famílias em situação de pobreza e 
extrema pobreza. 
O Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (SIGPBF) é uma importante ferramenta que fornece e 
disponibiliza dados atualizados da gestão do MDS, Estados, Municípios e DF, aos gestores, coordenadores e às equipes 
de gestão do Programa Bolsa Família. 
O PBF possui três processos realizados de forma compartilhada com Estados, Municípios e DF, são eles: 
 
• Gestão de Benefícios; 
• Gestão de Condicionalidades; e 
• Gestão Financeira. 
 
Conta ainda com o Cadastro Único, como sistema de operacionalização e gestão do cadastro das famílias 
beneficiárias atendidas. 
Para garantir o pagamento dos benefícios, a gestão de benefícios do PBF envolve uma série de procedimentos e 
atividades a serem desenvolvidas tanto pelos gestores municipais quanto pelo governo federal. 
A gestão de benefícios do PBF compreende as seguintes atividades e procedimentos: 
• Atividades de administração de benefícios (bloqueio e desbloqueio, suspensão, reversão de suspensão, 
cancelamento e reversão de cancelamento); 
• Concessão de benefícios;• Habilitação de famílias inscritas no Cadastro Único; 
• Seleção de famílias; e 
• Revisão Cadastral de famílias beneficiárias. 
 
SISTEMA DE CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (SICON) 
 
O SICON utiliza o controle de acesso do SIGPBF como ferramenta de suporte à gestão intersetorial que integra as 
áreas da Assistência Social, Educação e Saúde. 
É um sistema que promove a integração e consolidação das informações referentes ao acompanhamento e 
monitoramento das famílias beneficiárias do PBF. São exemplos a frequência escolar de crianças e adolescentes, 
calendário de vacinação e consultas pré-natais. Visa, dessa forma, garantir uma gestão eficaz e eficiente. 
O SICON disponibiliza ferramentas de pesquisa de famílias em descumprimento das condicionalidades do PBF; 
realiza pesquisa por pessoa; consulta a composição familiar, benefícios, endereço e histórico de condicionalidades da 
família; fornecer relatórios consolidados, registro e julgamento de recursos administrativos dos descumprimentos de 
condicionalidades; e possibilita identificação das situações de vulnerabilidade e risco social das famílias acompanhadas. 
Devido a complexidade do Programa Bolsa Família, o mesmo conta com outros sistemas informatizados, como 
por exemplo: 
• Sistema de Benefícios ao Cidadão (SIBEC): utilizado para realizar ações relacionadas a concessão e 
liberação de benefícios, bloqueios, desbloqueios, cancelamentos, entre outras. 
• Sistema do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (V7): utilizado para registrar 
informações cadastrais de famílias de baixa renda. 
 
CADASTRO ÚNICO PARA PROGRAMAS SOCIAIS 
 
O Cadastro Único para Programas Sociais (também conhecido como Cadastro Único ou apenas CadÚnico) reflete 
a situação socioeconômica das famílias atendidas pelos programas de transferência de renda do governo federal. Com 
o sistema é possível visualizar os dados cadastrais de famílias beneficiárias, desde que mantenham seu cadastro 
atualizado a cada dois anos. 
Qualquer mudança no contexto familiar deve ser informada no CRAS para que sejam feitas as alterações 
necessárias. Principalmente ao que se refere à composição familiar, endereço, renda, CPF ou Título de Eleitor, nome da 
escola e ano escolar de crianças e adolescentes. 
O Sistema de Cadastro Único possui acesso restrito aos órgãos, entes e entidades que utilizam a gestão do 
Cadastro Único, como os municípios, estados, o Distrito Federal, Ministério da Cidadania e a Caixa Econômica Federal 
(Agente de Operação). 
https://www.gesuas.com.br/blog/cadastro-unico/
https://www.beneficiossociais.caixa.gov.br/
https://www.cadastrounico.caixa.gov.br/portal/private/CadUnico7/
O Cadastro Único é uma importante ferramenta para os gestores municipais e estaduais, pois o acesso às 
informações permite conhecer melhor os beneficiários do BPC e suas famílias. O acesso aos dados do Cadastro Único, 
possibilita um olhar ampliado aos gestores, uma vez que as informações coletadas estão além da questão de renda, elas 
permitem enxergar outras variáveis socioeconômicas. 
 
QUAL É A COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERADOS NA GESTÃO DO BPC E BENEFÍCIOS EVENTUAIS? 
 
À União e ao Ministério da Cidadania cabe respectivamente: 
 
UNIÃO MINISTÉRIO DA CIDADANIA 
I – Instituir as diretrizes e parâmetros para o atendimento a 
beneficiários do BPC nos serviços da PSB e PSE; 
II – Buscar articulação em âmbito nacional com órgãos 
responsáveis por outras políticas que atendam 
beneficiários do BPC; 
III – Disponibilizar ao gestor municipal e do Distrito Federal, 
mensalmente, a relação dos beneficiários do BPC 
(crianças e adolescentes com idades entre 0 e 18 anos, 
matriculadas e não matriculadas no sistema regular de 
ensino); 
IV – Apoiar os Municípios e o Distrito Federal na 
implementação do Programa BPC na Escola e na definição 
de estratégias para garantir o acesso e permanência na 
escola de pessoas com deficiência beneficiárias do BPC. 
I – Apoiar tecnicamente Estados, Distrito Federal e 
Municípios na operacionalização da Gestão 
Integrada por meio da elaboração de 
instrumentos, orientações e normativas e 
disponibilização de informações que subsidiem 
sua implementação; 
II – implementar estratégias de monitoramento e 
avaliação, em conjunto com os Estados que 
permitam o acompanhamento da Gestão 
Integrada; 
III – apoiar Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios na capacitação dos trabalhadores do 
SUAS e conselheiros estaduais, do Distrito 
Federal e municipais da Assistência Social. 
 
Vejamos agora algumas das principais competências dos estados, municípios e Distrito Federal: 
 
ESTADOS MUNICÍPIOS E DF 
I – Monitorar o quantitativo de famílias beneficiárias do 
BPC atendidas pela rede socioassistencial, e 
estabelecer em conjunto com municípios estratégias 
para expandir e potencializar o atendimento; 
II – Apoiar os Municípios na implementação do Programa 
BPC na Escola e na oferta de ações que visem a garantia 
do acesso e permanência na escola das pessoas com 
deficiência beneficiárias do BPC; 
III – Desenvolver ações complementares ao Programa BPC 
na Escola no âmbito de sua competência; 
IV – Apoiar os municípios na divulgação dos critérios de 
acesso e destinar recursos financeiros para custeio do 
pagamento dos Benefícios Eventuais; 
V – Realizar levantamento da situação de vulnerabilidade e 
risco social de seus Municípios e índices de mortalidade 
e de natalidade para assegurar a provisão do benefício 
eventual com agilidade e presteza. 
I – Disponibilizar aos CRAS a lista dos beneficiários do 
BPC residente no território; de crianças com até seis 
anos de idade; crianças, adolescentes e jovens de até 
18 anos sem acesso à escola; 
II -Elaborar estratégias, em consonância com a Política 
de Educação, Saúde, Direitos Humanos, Transporte, 
para garantir o acesso e permanência na escola das 
crianças e adolescentes beneficiários do BPC; 
III – Identificar e encaminhar ao CRAS e CREAS dados 
sobre beneficiários do BPC que estão em serviços de 
acolhimento do âmbito municipal e estadual; 
IV – Identificar a existência de idosos e pessoas com 
deficiência, potenciais beneficiários do BPC para 
garantia do acesso; 
V – Buscar articulação com unidades do INSS visando 
maior qualidade na operacionalização do BPC; 
 
CONCLUSÃO 
 
Os benefícios eventuais e programas de transferência de renda devem constituir respostas rápidas para as 
famílias que se encontram em situação de risco e vulnerabilidade social, garantindo a sua segurança e sobrevivência, 
portanto, a gestão desses benefícios e programas requer o esforço de todos os profissionais envolvidos, além de um 
trabalho articulado da assistência social com o Governo Federal, Estados, Municípios e Distrito Federal. 
O principal desafio da gestão é garantir a manutenção dos benefícios para aqueles que deles necessitam, de 
modo que consigam manter uma vida digna e o direito ao acesso a outras políticas públicas sociais. 
A gestão dos benefícios, atribuída aos gestores, visa pela primazia de todos os procedimentos para a concessão. 
Garantindo, assim, a qualidade dos benefícios e serviços ofertados pelo SUAS. 
BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
Os Benefícios Assistenciais constituem a distribuição pública de provisões materiais ou financeiras a grupos 
específicos que não podem, com recursos próprios, satisfazerem suas necessidades básicas. São instrumentos de 
garantia dos direitos socioassistenciais, devendo ser prestados de forma articulada às seguranças afiançadas pela PNAS, 
por meio da inclusão dos beneficiários e de suas famílias nos serviços socioassistenciais e de outras políticas setoriais. 
 
Benefício de Prestação Continuada – BPC Constitui renda mensal básica no valor de 1 SM, destinado às pessoas 
idosas (a partir de 65 anos) e às pessoas com deficiência que comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção, nem de tê-la provida por sua família. 
 
Benefícios Eventuais – BE São benefícios de caráter suplementar e provisório,prestados aos cidadãos e às famílias 
em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública. 
(Lei n° 8.742, de 07/12/1993) No art. 20: “a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao 
idoso com 65 anos ou mais, que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida 
por sua família” - Benefício de Prestação Continuada 
No art. 22: “provisões suplementares e provisórias que são prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de 
nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.” - Benefícios Eventuais 
 
(Resolução CNAS nº 33, de 12/12/2012) 
Art. 2º São objetivos do SUAS: X - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; ..... 
Art. 6º São princípios éticos para a oferta da proteção socioassistencial no SUAS: XVII – prevalência, no âmbito do 
SUAS, de ações articuladas e integradas, para garantir a integralidade da proteção socioassistencial aos usuários dos 
serviços, programas, projetos e benefícios; ....... 
Art. 12. Constituem responsabilidades comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios: XXII – gerir, de 
forma integrada, os serviços, benefícios e programas de transferência de renda de sua competência; 
 
INTEGRAÇÃO DE SERVIÇOS, BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS E PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIAS DE RENDA, NO 
ÂMBITO DO SUAS 
 
Objetivo: favorecer a superação de situações de vulnerabilidade e risco, por meio da oferta de acompanhamento 
e inserção das famílias beneficiárias nos serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas, bem como do 
Sistema de Garantia de Direitos 
A gestão integrada é uma estratégia para fortalecer a ação coletiva dos entes federados e potencializar o impacto 
dos programas, benefícios assistenciais, programas de transferência de renda e dos serviços socioassistenciais do SUAS. 
A integração/articulação entre os serviços socioassistenciais, os benefícios socioassistenciais e os programas de 
transferência de renda estabelecem o elo necessário entre a segurança de renda e às seguranças de convívio familiar, 
comunitário e de desenvolvimento da autonomia previstas na Política Nacional de Assistência Social, de modo a 
materializar os direitos socioassistenciais. 
 
IMPORTANTES PROCESSOS NO AMBITO DO MUNICÍPIO EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS 
 
PROGRAMAS DESTINADOS AOS BENEFICIÁRIOS DO BPC 
 
A proposta de criação de programas intersetoriais tem como perspectiva assegurar o direito à renda e promover 
o acesso a demais direitos com vistas a fortalecer a autonomia e o protagonismo das pessoas com deficiência 
beneficiárias do BPC e a sua participação e de suas famílias nos espaços e serviços disponíveis na sociedade em 
igualdade de condições aos demais cidadãos. 
Programa BPC Escola, instituído por Portaria Interministerial de 2007, instituído pela Portaria interministerial 
MDS/MEC/MS/SDH-PR nº 18, de 24 de abril de 2007 
Programa BPC Trabalho, instituído pela Portaria interministerial MDS/MEC/MTE/SDH-PR nº 02, de 02 de agosto 
de 2012. 
 
BPC Trabalho - Objetiva ofertar a possibilidade de acesso da pessoa com deficiência, beneficiária do BPC, com 
idade de 16 a 45 anos, prioritariamente, à qualificação profissional e ao trabalho. 
BPC na Escola - Objetiva promover o acesso e a permanência na escola dos beneficiários com deficiência do BPC 
por meio de ações articuladas dos órgãos envolvidos e gestão compartilhada entre a União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
ACESSUAS Trabalho - Objetiva promover a integração dos usuários da Assistência Social no mundo do trabalho, 
a partir da mobilização e encaminhamento para cursos e ações de qualificação profissional. 
 
BPC na Escola: evolução 
• 2007: dos 340.536 beneficiários do BPC, de 0 a 18 anos, 100.574 (29,53%) estavam matriculados, enquanto 239.962 
(70,47%) não foram identificados no Censo Escolar como inseridos no sistema regular de ensino. 
• 2011: dos 455.889 beneficiários do BPC, de 0 a 18 anos, foram identificados 306.371 beneficiários matriculados na 
escola, representando um percentual de 68,71%. 
• 2012: dentre os 470.075 beneficiários com deficiência, entre 0 e 18 anos, foram identificados 329.801 matriculados 
na rede regular de ensino, o que corresponde a 70,16%. 
 
O Programa BPC na Escola no contexto do Plano Viver sem Limite: 
 O Programa BPC na Escola faz parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Plano Viver sem 
Limite e compõe o Eixo “Acesso à Educação”, com objetivo de ampliar as ações de monitoramento e acompanhamento 
do Programa. O Eixo “Acesso à Educação” envolve, além de outras ações, a implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais (SEM), a promoção de acessibilidade arquitetônica nas escolas, a formação de professores para 
realização do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a aquisição de ônibus escolares acessíveis. 
 
PROGRAMA BPC TRABALHO 
 
Principais atividades realizadas pelos técnicos dos CRAS 
• Identificação e busca ativa dos beneficiários do BPC com deficiência; 
• Realização de diagnóstico social, sensibilização e avaliação em relação ao interesse e possibilidade de participação no 
Programa; 
• Acompanhamento das pessoas com deficiência beneficiárias do BPC e de suas famílias, com a finalidade de garantir a 
oferta de benefícios e serviços socioassistenciais; 
• Encaminhamento à qualificação profissional e ao mundo do trabalho, bem como às demais políticas públicas; 
• Promover a articulação com o Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho- ACESSUAS Trabalho 
para o encaminhamento dos beneficiários do BPC interessados aos cursos de qualificação profissional. 
 
O Programa BPC Trabalho integra as ações do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver Sem 
Limite, no Eixo da Inclusão, que visa promover a inclusão social e a autonomia da pessoa com deficiência, possibilitando 
o acesso a bens e serviços (Decreto nº 7.612 de 17/11/2011). 
 
 
 
DESAFIOS 
 
Fortalecer o BPC como prestação não contributiva da Seguridade Social 
 
• Fortalecer a gestão no âmbito do SUAS. 
• Efetiva inserção dos beneficiários e suas famílias nos serviços socioassistenciais 
• Cadastramento dos beneficiários no Cadastro Único 
• Cumprimento das metas dos Programas BPC Escola e BPC Trabalho 
• Otimizar a compatibilidade do BPC com a oportunidade de inserção no mercado de trabalho dos beneficiários pessoa 
com deficiência 
• Introduzir critério diferenciado para manutenção do benefício que admita a superação da estrita condição que deu 
origem ao benefício. Instituir patamar diferenciado de renda familiar para saída do benefício 
• Desconsiderar variação de renda familiar no intervalo de dois anos 
• Equiparação das regras do BPC para as pessoas com deficiência com aquelas aplicadas ao idoso (do art. 34, parágrafo 
único do Estatuto do Idoso) 
• Instituir novos critérios associados a análise de renda per familiar 
• Compatibilizar formas diferenciadas para ampliar a proteção social a todos brasileiros: sistema contributivo, não 
contributivo e serviços 
 
BENEFÍCIOS EVENTUAIS NO ÂMBITO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
O que são? São benefícios de caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em virtude 
de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública. (Os Benefícios Eventuais são 
assegurados pelo art. 22 da Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, alterada 
pela Lei nº 12.435, de 06 de julho de 2011). 
 
O que NÃO se caracterizam como Benefícios Eventuais da Assistência Social? As provisões relativas a programas, 
projetos, serviços e benefícios diretamente vinculados ao campo da saúde, educação, integração nacional e das demais 
políticas setoriais. (art. 9º do Decreto nº 6.307, de 14/12/2007) 
 
 
 
PRESTAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS – COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES 
 
Compete à União:• Caracterizar os benefícios 
eventuais; 
• Lançar diretrizes nacionais. 
 
Compete aos Estados e ao Distrito Federal: 
 
• Destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no 
custeio do pagamento dos benefícios eventuais; 
• Atender, em conjunto com os Municípios, às ações assistenciais de caráter 
de emergência. 
Compete aos Municípios: 
• Destinar recursos financeiros para o custeio do pagamento dos benefícios eventuais; 
• Efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral; 
• Atender às ações assistenciais de caráter de emergência. 
 
Em conformidade com as alterações promovidas na LOAS pela Lei nº 12.435, de 2011, a concessão e o valor dos 
Benefícios Eventuais devem ser definidos pelos Municípios, Estados e Distrito Federal, com base em critérios e prazos 
estabelecidos pelos respectivos Conselhos de Assistência Social.

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