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Projeto gráfico – 2019 Autoria Erbínio Rodrigues Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 w w w .FA TE .e du .b r Posicionamento Profissional POSICIONAMENTO PROFISSIONAL SEJA BEM-VINDO! ReitoR: Prof. Cláudio ferreira Bastos Pró-reitor administrativo financeiro: Prof. rafael raBelo Bastos Pró-reitor de relações institucionais: Prof. Cláudio raBelo Bastos Pró-reitor acadêmico: Prof. Valdir alVes de Godoy coordenação Pedagógica: Profa. Maria aliCe duarte G. soares coordenação nead: Profa. luCiana r. raMos duarte Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou par- cialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotos- tática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria. expediente Ficha técnica autoria: Maria eliane esMeraldo Martins sousa suPervisão de Produção nead: franCisCo Cleuson do nasCiMetno alVes design instrucional: antonio Carlos Vieira / ana lúCia do nasCiMento / eManoela de araújo Projeto gráfico e caPa: franCisCo erBínio alVes rodriGues diagramação e tratamento de imagens: franCisCo erBínio alVes rodriGues revisão textual: Claudiene BraGa Ficha catalogRáFica catalogação na publicação biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu SOUSA, Maria Eliane Esmeraldo Martins. Posicionamento Profissional. / Maria Eliane Esmeraldo Martins Sousa. – Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2018. 120 p. ISBN: 1. Trabalho na atualidade. 2. Planejamento de carreira. 3. Etiqueta e postura profissional. 4. Empregabilidade. I. Centro Universitário Ateneu. II. Título. SEJA BEM-VINDO! Prezado estudante, é uma imensa alegria apresentar o material didático da nossa disciplina Posicionamento Profissional. Ao explorar esse material, você terá oportunidades de aprofundar o seu conhecimento na área e condições de responder às atividades no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. E nesta caminhada, precisaremos de perseverança, senso de compromisso, dedicação, entrosamento e responsabilidade para seguir adiante no cumprimento de mais uma etapa do nosso curso. Este livro está dividido em quatro unidades de acordo com a ementa da disciplina. Iniciaremos falando sobre as dimensões contemporâneas do trabalho e a competitividade, visando o espírito empreendedor e as perspectivas para o desenvolvimento de carreiras. Veremos também a importância do planejamento de carreira e o posicionamento profissional, bem como o líder como influenciador e suas habilidades. Essa disciplina tem como objetivo fazer o estudante compreender a importância de conhecer o mercado de trabalho e suas necessidades, montar estratégias para competir nele como também entender a necessidade de elaboração do seu plano de carreira profissional. Temos também, como objetivo, fazer com que o estudante, através desse material, sinta a necessidade de se aprofundar através de outras fontes para melhor conhecer e discutir sobre o assunto. Bons estudos! SUMÁRIOICONOGRÁFICOS CONECTE-SE ANOTAÇÕES REFERÊNCIAS Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem e significam: SUMÁRIOICONOGRÁFICOS 01 02 1. Introdução às dimensões contemporâneas do trabalho ........................................................... 10 2. Competitividade e espírito empreendedor ........... 12 3. Competitividade e espírito empreendedor e as perspectivas no desenvolvimento de carreiras .......................................................... 16 4. Planejamento de vida e planejamento de carreira 18 5. As atuais demandas das organizações para contra- tação e manutenção dos profissionais ................. 24 6. Fases e ciclos de carreira: determinantes da escolha e os pilares de uma carreira bem-sucedida – voca- ção existe? .......................................................... 27 7. A estratégia e as ferramentas de busca de trabalho: currículo, entrevista de seleção, rede de contatos ............... 36 Referências ............................................................... 39 TRABALHO, EMPREENDEDORISMO E PLANEJAMENTO DE VIDA E CARREIRA NA ATUALIDADE 1. Introdução à importância do planejamento de carreira profissional ......................................... 42 2. Quando elaborar um plano de carreira ............... 46 3. Trabalho e carreira na atualidade × globalização ..................................... 47 4. O modelo do diagnóstico pessoal/profissional .... 48 Referências ............................................................... 51 PLANEJAMENTO DE CARREIRA 1. Conceito de etiqueta e postura profissional/social .................................... 54 2. Dicas e cuidados com a apresentação pessoal e profissional ........................................... 59 3. A comunicação no ambiente de trabalho ............. 60 4. Sentido e finalidade da etiqueta social ................. 62 5. Competências para o sucesso profissional .......... 64 6. Compreender os sete tipos de inteligência .......... 66 7. A inovação como uma competência importante no futuro profissional .......................... 68 8. As características das inteligências múltiplas para o sucesso pessoal e profissional .......72 9. Identificar a inteligência predominante para alcançar o sucesso pessoal e profissional .......74 Referências ............................................................... 78 03 COMPETÊNCIAS E POSTURAS NECESSÁRIAS À OBTENÇÃO DO SUCESSO PROFISSIONAL 1. Introdução ao marketing pessoal ........................ 82 2. O que é marketing e propaganda e como aplicar esses conceitos na vida pessoal ............. 83 3. Construindo seu próprio projeto de marketing pessoal .......................................... 85 4. Projeto de vida, missão, visão, metas, nível estratégico e operacional ........................... 87 5. Empregabilidade ................................................. 91 6. Relação e construção da empregabilidade ao longo da formação universitária ..................... 93 7. Construindo seu plano de carreira – estabelecimento de metas .................................. 98 8. Os pilares da empregabilidade ........................... 99 9. Empreendedorismo ........................................... 102 10. Liderança na atualidade e a capacidade de resiliência .................................................... 105 11. Fundamentos do comportamento em grupo e gerenciamento de conflitos .................. 108 Referências ............................................................. 112 04 MARKETING PESSOAL, EMPREGABILIDADE E EMPREENDEDORISMO Apresentação Nesta unidade, trabalharemos o marketing pessoal. Buscaremos apresentar que o marketing pessoal é um instrumento usado para ascensão pessoal de modo que com essa ferramenta o indivíduo venha a alcançar o sucesso profissional. É uma ferramenta usada para “vender” a imagem, e influencia a forma como os outros notam quem a utiliza. Veremos os conceitos de marketing e o seu contexto histórico, a sua importância, sua extensão dentro marketing e como ele pode se manifestar através de sua imagem. Essa ferramenta traz como possibilidade a apresentação do seu valor perante o mercado de trabalho, suas ações, competências, características e habilidades profissionais e pessoais. Veremos que a apresentação pessoal conta muito, pois apresenta a nossa caracteristica de personalidade, a nossa apresentação em sociedade e nossa marca de uma forma geral, pessoal, social e profissional. Com isso, de alguma forma somos avaliados e, por sua vez, julgados o tempo todo, por isso a importância de nos apresentarmos conforme a situação pede, para que não sejamos mal interpretados e mal avaliados. Unidade 04 MarkEting pEssoal, EMprEgabilidadE E EMprEEndEdorisMoPOSICIONAMENTO PROFISSIONAL 82| OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Elaborar e planejar estratégias de marketing pessoal e profissional para sua inserção no mercado de trabalho; • Saber adotar posturas profissionais adequadas em sua futura atividade profis- sional; • Identificar tendências do mercado de trabalho; • Desenvolver o planejamento estratégico para aumentar a sua empregabilidade. 1. introdução ao MarkEting pEssoal O marketing pessoal está ligado às ações estratégicas, atitudes e comportamentos que geram o caminho, ou marca pessoal e profissional para o sucesso. Kotler e Keller (2006) afirmam que marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER E KELLER, 2006). Na visão dos autores, marketing pessoal é uma disciplina ou instrumento utilizado em benefício da carreira e da vida das pessoas, principalmente na valorização do indivíduo em todos os aspectos, o marketing, nessa visão, tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento profissional. Muito se discute sobre marketing pessoal, percebe-se que há um equívoco ao pensar que é apenas cuidar do seu visual, a forma de vestir- se, ou sua aparência. O marketing pessoal vai além disso, pois envolve comportamento, atitudes, discursos, vocabulário, valores e objetivos, que são alguns dos elementos que ajudam a criar a imagem das pessoas. Assim como essa ferramenta pode ajudar a uma apresentação boa, a fala dela pode prejudicar a imagem desse mesmo indivíduo, deixando marcas negativas e, com isso, dificultando o seu ingresso ou permanência no mercado de trabalho. A sua importância está justamente em garantir a permanência ou não das pessoas através de um diferencial demonstrado nessa marca pessoal, cada detalhe dessa estratégia exclusivamente individual, vai contando e trabalhando para reverter sua imagem de forma positiva ou negativa. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 83| 2. o QuE é MarkEting E propaganda E coMo aplicar EssEs concEitos na vida pEssoal Nesse tópico, é importante que trabalhemos a distinção do marketing e propaganda e onde os mesmos precisam estar presentes no marketing pessoal, onde conhecimento distinto do mesmo pode contar como um grande diferencial. Quando Kotler (2000) diz que “Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação e troca de produtos e valores”, ele alerta que o indivíduo uma vez no meio corporativo já é marca daquele meio, aonde ele for leva produto, à empresa e às pessoas que fazem parte junto a ele. Essa é uma preocupação constante dos gestores na escolha dos seus parceiros, como esse parceiro carrega a responsabilidade da marca por onde passa, ou seja, as pessoas passam a ser a publicidade e propaganda da empresa da qual fazem parte. Para uma melhor compreensão do assunto, mesmo que o marketing e a propaganda estejam bem relacionados, eles precisam ser conhecidos dentro de áreas separadas, para assim serem unificadas a um só objetivo, para isso seguiremos com a definição dos dois. Para Kotler (1993), A propaganda visa a criar uma procura de bens ou divulgar um fato, procurando tornar conhecida a marca de um produto, insis- tindo sobre suas qualidades, vantagens e características, a fim de sensibilizar o grande público, com o objetivo de expandir o comércio. (KOTLER: 1993, p. 109) Para o autor, é necessário que as propagandas estejam presentes no meio corporativo, para o mesmo ele tem a força de mudar os hábitos, gerar novos interesses e auxiliar, quando bem montadas, para o crescimento da organização, gerando desejos além da necessidade para a vida das pessoas. Kotler (2000) nos diz que “marketing é o processo por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Se analisarmos as definições, vericaremos que há uma relação, mesmo que os profissionais precisem compreender bem as diferenças das mesmas. O marketing é visto como espécie de referência anterior à propaganda. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL84 | Atualmente, o marketing vem invadindo cada vez mais o ambiente organizacional, através dele, ou por ele, são feitos estudos de mercado de forma cuidadosa, para, através desse estudo, conseguir atuar inteiramente na inteligência estratégica e competitiva das organizações. E são essas estratégias que darão condições de levar para o mercado produtos ou serviços que atendam às necessidades ou desejos criados pelo cliente, com isso o crescimento mercadológico. Figura 01: Marketing pessoal - como você é visto pelas pessoas e o que elas pensam de você. Fonte: <https://bit.ly/2V062le>. O portal administradores.com.br, administrado por Guilherme Machado (2012) traz o artigo “A importância do marketing pessoal no desenvolvimento do seu networking”, que destaca alguns aspectos importantes que devem ser levados em consideração no marketing pessoal, entre eles: • Aparência: o cuidado com a percepção visual é de suma importância para o desenvolvimento de uma imagem, isso muitas vezes impõe segurança e credibilidade. É fundamental estar atento, pois cada ocasião demanda uma adequação em nossa apresentação. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 85| • Comunicação: uma boa comunicação é imprescindível em todos os níveis de relacionamento. Tenha uma mensagem clara, com um discurso coerente e ético. Saiba utilizar as palavras. A comunicação envolve um processo de diálogo, por isso, saber ouvir também é de suma importância. • Comportamento: as suas práticas devem ser coerentes com aquilo que você comunica sobre você. É por meio das suas atitudes que você confirma os seus valores. CURIOSIDADE Networking é uma palavra em inglês que indica a capacidade de estabele- cer uma rede de contatos ou uma conexão com algo ou com alguém. Autoconfiança e planejamento pessoal, na desconstrução dos mitos relacionados ao marketing, vêm trazendo uma preocupação para os profissionais do marketing, por ser o papel do mesmo promover as pessoas e, com isso, atribuir a pessoa à marca do produto. A autoconfiança pode trazer para o indivíduo uma zona de conforto, já que vivemos uma era de mudanças aceleradas. Essa zona de conforto pode ser considerada como uma ameaça. 3. construindo sEu próprio projEto dE MarkEting pEssoal No mundo corporativo hoje, as pessoas vêm criando sua própria imagem e anexando à sua carreira profissional uma imagem na qual ela se torna unificada à imagem pessoal. As organizações pensando nisso vêm aplicando uma estratégia de gestão de imagem e planejamento de carreira, já na formação onde vem melhorar muito o currículo das pessoas. Compreender e utilizar o marketing pessoal tem sido de grande auxílio para apresentar e manter sua competência, como também de demonstrar que você tem o espírito de liderança. Tendo uma visão a longo prazo, o marketing pessoal pode lhe ajudar a alcançar os objetivos a partir da formação profissional e ainda acrescentar valor para o seu conhecimento POSICIONAMENTO PROFISSIONAL86 | profissional. Podemos perceber que o marketing pessoal se tornou uma das estratégias que tende a funcionar de forma eficaz quando outras pessoas percebem sua característica no indivíduo, é uma forma de declarar sua marca. Jorge Eloy (2012) publicou no blog psicologiafree.com um artigo com o título “Etapas para construir o Seu Plano de Marketing Pessoal”, onde fala que o mercado está cada vez mais competitivo e que deixar uma boa marca faz a diferença. Por isso justifica o objetivo do Plano de Marketing Pessoal. O autor diz que o mesmo é fundamental, ele é um processo social que permite a troca de interesses entre empresas e consumidores pela produção de produtos ou pela oferta de serviços. Jorge Eloy (2012) diz: À semelhança do marketing “empresarial” o marketing“pessoal” é igualmente importante, partindo do princípio que nós somos o nosso próprio produto, o marketing pessoal está baseado no desenvolvimento de um conjunto de ações que permitem atingir objetivos a vários níveis. O plano de marketing define objetivos e define estratégias. Pensando na importância do plano de marketing pessoal, o autor elaborou seis etapas para construção do plano, que segue em: I. Conhecer-se a si mesmo – A primeira etapa é fundamentalmente conhecermo-nos melhor, tomar-nos mais consciência do que somos e de onde queremos ir. a) Missão – Para definir a missão, imagine que tudo era possível, não existiam limitações. O que gostaria de fazer? Que tipo de objetivos pretendia atingir? b) Visão – A visão é uma projeção futura da missão. O que gostaria de alcançar daqui a 5 anos? Quando tiver 80 anos, como gostaria de estar? c) Valores – Aqui são definidos os valores que mais importância têm nas suas ações ou que na sua perspectiva serão fundamentais no “caminho” que irá percorrer. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 87| d) Política pessoal – Este ponto refere-se à definição e estabeleci- mento de regras que facilitam o alcançar da missão, visão e valores. II. Conheça os seus pontos fortes e fracos – Este ponto refere-se aos seus pontos positivos e negativos, nos vários níveis da sua vida: ao nível do conhecimento, competências, relacionamentos, finanças, saúde, imagem, capacidade de trabalho etc. III. Conheça o seu mercado – Observe e analise o mercado de trabalho, relativamente aos mesmos níveis que se analisou no ponto anterior. Faça uma análise SWOT, para conhecer o que pode ser ameaças, oportunidades, forças e fraqueza na sua carreira profissional. IV. Defina objetivos – Com base no que analisou e do mercado de trabalho, defina objetivos. V. Defina a estratégia – Refere-se à forma como alcançar os objeti- vos. Primeiro escolher o objetivo, definir de que forma o “caminho” até o objetivo será monitorizado, proponha-se uma data ou período para a realização do objetivo e por último planeje um conjunto de ações, cronologicamente sequenciadas para atingir esse objetivo. Por vezes, é necessário dividir o objetivo em várias metas. VI. Monitorize os seus resultados e reformule-os, se necessário – Este último ponto refere-se à estratégia que foi posta em prática. É fundamental monitorizar e questionar os resultados e os objetivos obtidos (ou não), de forma a aperfeiçoar a estratégia. É importante considerar que à medida que vamos atingindo objetivos, vamos ganhando competências, experiência e conhecimento que nos facilitará atingir objetivos futuros. 4. projEto dE vida, Missão, visão, MEtas, nívEl Estratégico E opEracional Se tratando de projeto de vida, podemos comparar com o mesmo planejamento que um empreendedor faz quando elabora suas metas de resultados, ou seja, tudo que se pretende alcançar ao investir em seu negócio. Por isso, para o projeto ou planejamento de vida precisam ser traçados objetivos pessoais que sejam claro e alcançáveis. Se uma pessoa não tem sua vida pessoal projetada e organizada, é pouco provável que consiga organizar a sua vida profissional de maneira funcional. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL88 | A equipe SBie publicou em seu blog o artigo “Planejamento estratégico pessoal: qual sua missão, visão e valores”, que ressalta de forma coerente que na vida pessoal estabelecer objetivos também é muito importante para organizar a vida, já que somos os únicos responsáveis pela concretização dos nossos sonhos. Sem um planejamento adequado, ficamos condicionados ao mundo real e se comparando ao sucesso ou fracasso do outro como justificativas para nossa vida, especialmente em uma sociedade que a falta de tempo justifica qualquer descuido. A mesma equipe em seu artigo diz que, todo planejamento estratégico pessoal é o processo de imaginar, criar e construir o seu futuro. Para nortear esse processo, é importante ter em mente três pontos essenciais: missão, visão e valores. Eles irão funcionar como um norte para que o seu planejamento, seja baseado em quem você realmente é, seja baseado em seu propósito de vida. Para definir esse caminho, eles apresentam o que podemos entender de missão, visão e valores, pessoal, que são destacados da seguinte forma: • Missão Qual sua missão? O que você veio fazer no mundo? Qual seu propósito? Esse ponto é bastante complexo, mas com as perguntas certas você é capaz de encontrar as respostas. Veja algumas sugestões: – No que você é bom e faz de olhos fechados? (Exemplo: cálculos, trabalhos manuais, comunicação, planejamento, negociações, cuidar de pessoas); – Para que as pessoas lhe procuram? (Exemplo: quando precisam desabafar, para resolver um problema, quando precisam se animar, para se acalmar, quando precisam de um conselho, quando precisam de um trabalho manual, para se arrumar); – De todos os papéis que você desempenha, qual o que você faz com mais facilidade?; – Pelo que você quer ser lembrado? Quais atividades quer deixar como exemplo, quais sentimentos quer deixar nas pessoas?; Analise suas respostas e veja a relação entre elas. Os pontos em comum indicarão seu legado, sua missão de vida e a contribuição que você deixará para o mundo. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 89| • Visão O que você espera de seu futuro? Onde você estará em um, cinco, dez e 25 anos? O que estará fazendo? Quais terão sido suas realizações? Quem terá conhecido? O que terá aprendido? Explore todas as saúdes da sua vida: física, profissional, familiar, espiritual, social, financeira e intelectual. • Valores Para descobrir seus valores, siga as três etapas a seguir. • Pergunte-se quais princípios guiam suas decisões e compor- tamentos, e descubra o que é importante para você. Talvez seja a liberdade, a integridade, a justiça, a humildade, a generosidade, a autonomia, a autoconfiança, o reconhecimento, o afeto ou qualquer outra coisa que faça sentido para você. Também pode ser um conjunto de todos esses fatores. Esses aspectos representam o que você é de fato, e não o que gostaria que as pessoas pensassem a seu respeito. Escolha valores que tenham a ver ao seu caráter, e não com sua reputação. • Coloque os valores em ordem de prioridade, e perceba se eles são materiais ou emocionais, individuais ou coletivos. • Escreva um parágrafo para cada um dos valores escolhidos. Este é o momento de unir razão e emoção, cabeça e coração. Coloque no papel o motivo de suas escolhas, leia com atenção e reflita. Os mesmos ressaltam que essa sua carta de valores é pessoal e impreterível, e todas as suas decisões devem ser baseadas nela. Uma atitude em desacordo com seus valores pode causar desconforto, e se isso não acontecer é preciso fazer uma revisão dos seus valores para perceber se algo mudou internamente ou se você está passando por cima de seus valores. Para Kotler (2006), como já havíamos citado nessa mesma unidade, marketing é um processo social que permite a troca de interesses entre empresas e consumidores por meio da produção, oferta e venda de produtos e serviços. De formato bem semelhante, o marketing pessoal está POSICIONAMENTO PROFISSIONAL90 | fundamentado no desenvolvimento de um conjunto de ações que permitam atingir objetivos pessoais, profissionais, financeiros, familiares, entre outros. Essas ações precisarão ser fruto do autoconhecimento e da visão que uma pessoa tem de si mesma, livre de influências externas. MATERIAL COMPLEMENTAR Segue estudo de caso para uma análise. Para ler a matéria na íntegra, acesse o link: <https://bit.ly/1D3dDnx>. ESTUDO DE CASO Caso: Organização pessoal e profissional de Douglas Duran O administrador Douglas Duran, hoje aos 60 anos de idade, precisou orga- nizar a vida desde cedo. Aos 7 anos, já trabalhava como engraxate, passando a vendedor de frutas na estação de trem e, depois, entregador. Seu passado em nada lembra a atual posição de vice-presidente de finanças do grupo editorial Abril e CEO daDGB, a holding de logística do grupo. A experiência o ensinou uma lição valiosa: é possível se projetar para o futuro, mas planejá-lo não é tarefa fácil. Duran conta que sempre foi organizado e para controlar as contas diárias comprou um caderno de anotações. “Abri várias colunas, do primeiro ao último dia do mês, onde anotava meus gastos reais e o balanço diário do que estava sobrando ou faltando para cumprir meus objetivos”, comenta. Enquanto que, para Douglas, estruturar a vida pessoal foi o que ajudou em sua carreira, para José Rubens a necessidade surgiu através do seu próprio negócio. Quando abriu o “Guia-se Negócios”, a ideia era ter um guia de anúncios para as cidades de cada um dos sócios, porém, a sociedade eventualmente des- moronou. O administrador, analisando os concorrentes, percebeu que as empre- sas do setor não contavam com uma organização adequada nas áreas de aten- dimento ao cliente e desenvolvimento de produtos e serviços. “Decidi que nosso compromisso principal deveria ser com os resultados do cliente”, relembra. Para conseguir alinhar seu posicionamento com as novas diretrizes da empresa, Rubens precisou reestruturar sua vida. “Eu penso o seguinte: eu pre- ciso ser feliz, meus colaboradores precisam ser felizes, meus franqueados preci- sam ser felizes e os clientes e os usuários precisam também.” POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 91| Da sua experiência, ele ressalta que é preciso definir bem o que você quer para transmitir com facilidade e exatidão para o público. “Não adianta a sua mis- são de vida ser diferente ou se contrapor à missão da empresa. O planejamento só funciona se a cultura, missão, visão e valores estão bem alinhados, pessoal e profissionalmente”, finaliza. 5. EMprEgabilidadE Empregabilidade, nos dias de hoje, é vista como um conjunto de atos que colaboram para o desenvolvimento de habilidades e alcance de conhecimentos que vão adaptar o profissional ao ingresso no mercado de trabalho. A empregabilidade se faz presente de forma espontânea no planejamento de carreira. O termo é importante a partir da formação. O conhecimento da empregabilidade é necessário para os que estão ingressando no mercado de trabalho, assim como, para profissionais em exercício que desejam rever sua trajetória profissional ou até mesmo pretende mudar de emprego. Hawkins e Winter (1995) dizem que questões como autoconhecimento, autopromoção, ter uma boa rede de relacionamentos, habilidades em tomar decisões e negociação, saber criar e aproveitar oportunidades são refletidas na empregabilidade do indivíduo. Portanto, a empregabilidade individual é vista habitualmente como a forma de adequação da mão de obra, ou adaptação do indivíduo às novas exigências do mundo do mercado de trabalho e das organizações, que busca nas pessoas uma característica adaptável e disponível, com interesse de acompanhar as mudanças constantes e de forma acelerada. Saviani (1997) defende que: É preciso adotar a postura do não parar mais de aprender, prin- cipalmente de forma generalista, uma vez que o avanço da tec- nologia só vem corroborar com a ideia de que cada vez mais os profissionais podem assumir mais funções pela facilidade das informações disponíveis em todos os setores da vida. (SAVIANI, 1997, p. 29) Para o autor, as pessoas adaptáveis têm maiores oportunidades de permanecer nas organizações, já que possuem uma flexibilidade para acompanhar as mudanças e encontrar nelas oportunidades de resultados de forma diferenciada dos demais que se apresentam resistentes. Os conhecedores da empregabilidade individual entendem que o mercado POSICIONAMENTO PROFISSIONAL92 | atual busca profissional preparado, capaz de compreender a dinâmica do mercado, com uma visão global, onde temos um público-alvo cada vez mais dinâmico, exigente e conhecedor do que realmente quer, e que busca qualidade e oportunidade de valor, sem contar que o mercado hoje está cada vez mais competitivo. 5.1. Conceitos de empregabilidade segundo a literatura Minarelli (1995) descreve empregabilidade como a condição de ser empregável, utilizando de maneira efetiva seus conhecimentos, habilidades e atitudes estimuladas pela educação continuada e treinamentos. Neto (1998) ressalta a importância de os profissionais estarem em constante aperfeiçoamento, sendo a busca por novos conhecimentos fator fundamental ao desenvolvimento. Dentro do conceito de empregabilidade, percebemos que o mercado de trabalho, por estar se tornando cada vez mais competitivo, busca por profissionais competentes, inovadores, criativos e adaptáveis. Segundo Chiavenato (1999), a empregabilidade surgiu devido ao alto índice de desemprego. Para o autor, o termo decorre, assim, da diferença entre as mudanças aceleradas e o avanço da tecnologia, assim exigindo que o indivíduo busque estar atualizando seus conhecimentos, acompanhando a velocidade da tecnologia, ou seja, a empregabilidade exige do profissional um aprendizado contínuo sendo esta, uma exigência essencial para entrar e se manter no mercado de trabalho. Figura 02: Jovens discutindo a importância da empregabilidade individual. Fonte: <https://bit.ly/2DFD5E3>. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 93| 6. rElação E construção da EMprEgabilidadE ao longo da forMação univErsitária Com o avanço da tecnologia e a transformação da globalização, as organizações precisam manter o sistema de produção acelerado, exigindo das pessoas competência e habilidade para assim se manterem nas empresas. Com isso, o estudo da empregabilidade juntamente com o domínio do assunto está dentro da formação acadêmica, ou seja, formação profissional, para que as pessoas, a partir das etapas de estágio, tenham oportunidades de trabalho nas mais variadas profissões. Entendemos que as capacidades de empregabilidade estão próximas à adaptabilidade de carreira, isto é, a capacidade para gerenciar mudanças de carreira, atuais e futuras. A preocupação com a empregabilidade está envolvendo as Instituições do Ensino Superior (IES), que buscam trabalhar as especialidades dentro de uma diversidade de setor, e não ficar centrada em uma área específica. Usando essa metodologia, as IES também ajudam aos acadêmicos, na sua formação e planejamento de carreira, já que o decorrer da formação é o momento propício para o amadurecimento da escolha da profissão. Para que essa estratégia tenha êxito, é preciso que aja oportunidades de vivenciar os conteúdos em sala de aula através de debates e estudos de casos, estágios, pesquisas, monitorias e orientação de plano de carreira. No momento da formação de carreira, o indivíduo consegue identificar alguns fatores que influenciam na empregabilidade, a universia notícias (2018) publicou um artigo que vinha com o tema, “Entenda os principais fatores que influenciam a empregabilidade”, onde destaca seis principais fatores que influenciam a empregabilidade da seguinte forma: a) Experiência no mercado O nível de competitividade entre as empresas exige dos profissionais respostas rápidas e margem de erro mínima. Nesse sentido, embora a formação acadêmica seja indispensável, a experiência no mercado tem cada vez mais relevância na hora de decidir quem vai ocupar uma posição no ambiente corporativo. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL94 | Imagine, por exemplo, um jovem que começou a trabalhar desde muito cedo. Entrou em uma empresa como office boy e, enquanto cursava a faculdade, conseguiu avançar posições hierárquicas. Graças ao seu esforço, tornou-se estagiário e, anos depois, conquistou uma vaga de analista. Ao término da universidade, esse profissional aliou os conhecimentos teóricos à vivência diária do mundo empresarial. Sem dúvida nenhuma, essa formação permitirá que ele esteja mais preparado para assumir um cargo gerencial do que alguém cujo conhecimento se restringe à sala de aula. Dessa forma, para garantir a empregabilidade no futuro, o jovem deve estar focado em construir uma experiência profissional sólida. Com esse objetivo,o estágio tem grande relevância. Essa iniciação permite ao profissional experimentar diferentes áreas e reunir uma bagagem prática que lhe dará grande diferencial em médio e longo prazos. b) Nível de educação Se, por um lado, a experiência prática é um grande diferencial para a empregabilidade, o nível de educação é requisito na formação do profissional. Em apuração realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), verificou-se uma alta diferença entre os salários de quem tem curso superior em relação a quem não é formado. De acordo com os números levantados, a diferença de renda supera 150% em favor daqueles que concluíram a universidade. No mesmo sentido, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado em 2016, constatou que a média salarial aumenta cerca de 15% para cada ano concluído de ensino. c) Interesse em aprender Ler, estudar, especializar-se, treinar, aprender: o processo de aperfeiçoamento é contínuo e jamais tem fim. Engana-se quem pensa que o diploma e até mesmo a pós-graduação são suficientes para manter a empregabilidade. Para avaliar seu grau de conhecimento acerca das práticas do mercado, vale a pena se questionar: POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 95| • Você domina as novas tecnologias utilizadas na sua profissão? • Conhece as técnicas, os procedimentos e os processos aplicados na sua área? • Está por dentro dos últimos estudos e das pesquisas acadêmicas que vêm sendo desenvolvidas? • Compreende a legislação e as regulamentações que normatizam sua atividade? As respostas para essas perguntas variam conforme o tempo passa. Ferramentas, estudos e leis surgem e modificam a percepção que o mercado tem de cada profissão. Nesse sentido, continuar atualizado é um desafio que perdura independentemente do ramo escolhido. Essa questão ganha ainda mais relevância quando observamos o alto volume de informações que é produzido atualmente. O profissional que não souber filtrar tamanha quantidade de dados ficará para trás dos demais. Assim, o interesse em aprender é um diferencial importante para que você se mantenha atualizado perante as novidades que movimentam o mercado de trabalho. No cenário de intensa competitividade que se verifica nos dias de hoje, esse atributo é imprescindível para se destacar. d) Flexibilidade O conceito de flexibilidade caminha ao lado do interesse em aprender e incorpora também a resiliência necessária para ultrapassar adversidades. Hoje, num ambiente dominado pela tecnologia, as mudanças ocorrem ao natural — seja em âmbito político, econômico, social ou de mercado. Assim, o profissional com capacidade de absorver essas transformações está um passo à frente da concorrência. e) Capacidade de inovação Em tempos de redes sociais, aplicativos, mobilidade e equipamentos que revolucionam a maneira com que lidamos com as atividades do dia a dia, a capacidade de se adaptar e de incorporar novidades à rotina de trabalho nunca esteve tão em alta. Contudo, engana-se quem pensa que a inovação está ligada apenas a novas tecnologias. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL96 | Na verdade, o conceito é muito mais amplo. Ele abrange a competência do profissional em revisar processos e incorporar melhorias ao sistema de trabalho. Também conhecido como “pensar fora da caixa”, esse atributo é importante para produzir valor, encontrar soluções criativas para fidelizar a clientela e desbancar a concorrência. f) Visão estratégica do mercado A visão estratégica possibilita perceber e apontar em que direção evoluem as tendências que influenciam o andamento do setor em que a empresa está inserida. Essa característica permite ao profissional aproveitar as oportunidades e se preparar para enfrentar ou evitar os riscos próprios do negócio. • É o momento de investir na aquisição de novos equipamentos? • A empresa deve expandir o número de filiais? • Há oportunidade para exportar ou importar mercadorias? • O negócio está pronto para iniciar um movimento de internacionali- zação? As respostas a essas perguntas exigem conhecimento avançado do cenário do macroambiente econômico. A capacidade de ligar diferentes pontos e tomar decisões complexas não é um atributo simples de se conquistar. São necessários anos de estudo e de vivência de mercado. No decorrer da formação profissional, percebe-se que o conhecimento contínuo é a chave para aumentar a empregabilidade. Como citado anteriormente, nas ações estratégicas, os estágios podem contribuir muito na qualificação do profissional, onde já se trabalha as inseguranças e incertezas do mesmo, abrindo, assim, uma visão de oportunidade no mercado de trabalho, aumentando, desta forma, as chances de admissão profissional. 6.1. Atitudes comportamentais e empregabilidade As atitudes comportamentais têm sido muito avaliadas no egresso das pessoas no mercado de trabalho, o mercado por se encontrar em constante mudança busca nas pessoas um perfil que represente a característica do POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 97| profissional moderno. Por isso, as competências técnicas e comportamentais precisam se fazer presentes em todas as atividades profissionais, alinhadas ao comportamento que a organização espera do indivíduo. Figura 03: Profissionais modernos – maior oportunidade no mercado de trabalho. Fonte: <https://bit.ly/2uajLKt>. O portal rh.com afirma, no artigo “Principais atitudes e comportamentos dos bons profissionais” por Souza (2015), que as qualificações, comportamentos e atitudes dos bons profissionais são muitas, e estão em constante mudança, mas com certeza aqueles que procuram o autoaprimoramento estarão melhor preparados para tornarem- se excelentes profissionais. O autor ressalta a importância de o profissional estar preparado para o mercado de trabalho a qualquer momento da sua vida, independentemente do fato de estar ou não inserido nele, fará um diferencial dos demais. O mercado de trabalho atual tem mostrado que independente do cargo que o indivíduo exerça, deve estar sempre esperando as mudanças que poderão surgir e preparado para acompanhá-las, com isso estará dando o rumo certo a sua carreira. O profissional moderno já entende que as organizações não são permanentes e nem os seus serviços. Com isso, dá para perceber que não existe mais segurança de emprego por parte das organizações, cabe às pessoas estarem preparadas, serem mutáveis para acompanhar as constantes mudanças ocorridas no mercado, com isso deixarem o resultado esperado pelas empresas, mantendo-se inseridas nesse meio. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL98 | 6.2. Atitudes responsáveis como ferramentas necessárias para inserção e permanência no trabalho Se tratando de atitude do profissional no mercado de trabalho, muitos autores defendem que se faz necessário ser competitivo, uma vez que essa característica demonstrada passa a ser vista como pontos fortes do candidato em relação aos outros concorrentes. Chiavenato (2005) afirma que: o mercado de trabalho é dinâmico e sofre contínuas mudanças. Elas acontecem pelo advento da globalização, que favorece os avanços tecnológicos e exigem a adaptação dos profissionais, fa- vorecendo a competitividade entre as pessoas e as empresas. E para serem competitivos, os profissionais precisam ter como carac- terísticas: agilidade, flexibilidade, proatividade, inovação e empre- endedorismo, dentre outras. (CHIAVENATO, 2005, p. 102) O autor segue considerando algumas características como vantagens competitivas. Para ele, podem ser consideradas as seguintes: habilidades profissionais, formação intelectual, experiências profissionais e destaca com mais cuidado as habilidades no relacionamento humano, entendendo como relacionamento interpessoal, já que as organizações são compostas por equipes. 7. construindo sEu plano dE carrEira - EstabElEciMEnto dE MEtas Em se tratando de estabelecimento de metas, para o plano de carreira, é importante ter ciência de que para concretizá-lo é preciso definir metas. Essepasso exige das pessoas autoconhecimento e reflexão, com isso mensurar no que se pode contribuir com sua produtividade para o crescimento pessoal e profissional, para o alcance de metas, é preciso que a mesma esteja clara e específica. As pessoas ainda hoje têm um certo tipo de resistência na elaboração do plano de carreira. Alguns, por comodismo, entendem que o sucesso profissional é algo que se ganha como um presente. Isso acontece com pessoas que não tiveram nenhum estímulo ao longo de suas vidas, como incentivo de busca de conhecimento, percepção que o mercado exige do indivíduo, habilidade e competência anexada à maioria das vezes com experiência. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 99| Dutra (2002, p. 113) diz que o projeto profissional minimiza riscos, porque pressupõe um olhar para a sua carreira tendo como balizador a referência a si própria para desenvolver seu projeto, dando prioridade aos seus pontos fortes e naquilo que gosta de fazer. Para o autor, o indivíduo deve elaborar seu planejamento de carreira de várias formas. Ele ressalta que duas preocupações são essenciais: formar uma visão realista, clara e apurada de suas qualidades, interesses e inclinações pessoais, e estabelecer objetivos de carreira e preferências profissionais. Ao analisarmos o que é pensar estrategicamente sobre plano de carreira, percebemos que o mesmo vem a ser elaborado com bom senso, colocando lógica nas informações que você tem disponíveis, para descrever em detalhes um futuro desejado e como você pode transformá-lo em realidade. Precisa que exista um alto teor de autoconhecimento e poder de reflexão, para que os passos de planejamento não seja utópico e traga frustrações ao não alcance dos objetivos. Com isso, percebe-se que estabelecer metas atingíveis, passa a ser o primeiro passo para o sucesso de uma carreira profissional. 8. os pilarEs da EMprEgabilidadE Os pilares da empregabilidade são seis: adequação profissional, competência profissional, idoneidade e ética, saúde física e mental, reserva financeira e relacionamentos. Com o aparecimento das novas tecnologias, globalização da produção, abertura das economias, internacionalização do capital e as permanentes mudanças que vêm comprometendo o ambiente empresarial, surgem a necessidade de ajuste a tais fatores, tanto por parte dos empresários como também dos profissionais. Assim, as transformações que vêm ocorrendo na atualidade são cada vez mais ágeis e eficazes. De acordo com Curry (2014), inovações surgem a cada momento, sobretudo no mundo do trabalho, onde as empresas mudam seu foco, comportamento e objetivos com uma frequência maior do que antes. Tais transformações têm como objetivo trazer mais inovações e as adaptar ao mercado com a finalidade de obterem maior competitividade. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL100 | Ainda segundo com Curry (2014, p. 1), “Empregabilidade é a capacidade do indivíduo de se manter em atividade produtiva”. No entanto, está cada vez menor o período de estabilidade do profissional nas organizações e, nessa ótica, modifica-se também o modelo de carreira. Portanto, para acompanhar tais exigências, se faz necessário manter-se atualizado, desenvolver habilidades que nos beneficie. Neste contexto, tomaram-se como exemplo os seis pilares de como manter a empregabilidade apresentados por Minarelli (1995): I. Adequação da profissão à vocação – É necessário adequar a profissão, não somente àquilo que se gosta de fazer, mas também ao que se sabe fazer. Isso proporciona mais prazer em ir ao trabalho, aumentando a motivação e, consequentemente, a produtividade. II. Competência profissional – O profissional precisa estar atento com sua qualificação técnica e comportamental. O empregado que não se mantém preparado e atualizado perde espaço no mercado que está mais exigente. É imprescindível conhecer e saber usar as novas ferramentas, sejam elas físicas, emocionais, técnicas ou organizacionais como: • Preparo técnico; • Capacidade de liderar pessoas; • Habilidade política; • Habilidade de comunicação oral e escrita em pelo menos dois idiomas; • Habilidade em marketing; • Habilidade de vendas; • Capacidade de utilização dos recursos tecnológicos. II. Idoneidade – A idoneidade está relacionada à honestidade, ética, valores morais e à boa conduta profissional em todos os níveis. A ausência dessas colunas danifica, consideravelmente, a carreira profissional. III. Saúde física e mental – É de fundamental importância manter o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Precisa-se separar tempo para o lazer, família e práticas esportivas. A boa saúde mental traz benefícios para a pessoa e para o trabalho. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 101| IV. Reserva financeira e fontes alternativas – O desemprego pode ocor- rer para qualquer um. E, na atualidade, o indivíduo precisa preparar-se financeiramente. Dessa forma, é indispensável que se reserve parte do salário para uma poupança ou tenha outra atividade a exemplo de consultor, professor, para se conseguir uma renda extra. V. Relacionamentos – Por último e igualmente importante, o reconheci- do network. Seus relacionamentos podem lhe proporcionar uma boa colocação no mercado. Esse pilar não necessita fazer investimentos financeiros, é necessário apenas ser gentil e prestativo, nutrindo sempre relacionamentos com pessoas potenciais para sua carreira. Todos esses pilares devem ser administrados juntos, funcionando em conjunto e com sensatez. Lembre-se que a responsabilidade pela carreira profissional é unicamente do indivíduo. Não confie para outrem e nem para a empresa a gestão das suas metas profissionais, pois manter a empregabilidade depende da sua aptidão de administrar tanto a vida pessoal como a profissional. Apresenta-se o gráfico a seguir, pois demonstra o nível de importância de cada pilar da empregabilidade. Figura 04: Pilares de empregabilidade. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Ad eq ua çã o v oc ac ion al Co mp etê nc ia pr ofi ss ion al Ido ne ida de Sa úd e f ísi ca e me nta l Re de s d e r ela cio na me nto Re se rva fin an ce ira Fonte: CURRY, 2014, p. 1. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL102 | 9. EMprEEndEdorisMo O Brasil é reconhecido internacionalmente por se destacar no campo do empreendedorismo, posto ser um dos países com maior número de empreendedores no mundo (GEM, 2014). Ao observar as estatísticas ao longo dos anos, logo se percebe este fato. Em 2014, a taxa de empreendedorismo foi de 34,5%, superando países como Estados Unidos (20,8), China (17,1), Alemanha (10,5), Índia (10,3) e Itália (8,7). Isso significa que, em cada 100 brasileiros com idade entre 18 e 64 anos, pelo menos 34 estão envolvidos com determinada atividade empresarial – índice expressivamente maior que os 21% historiados em 2002. Assinala-se, ainda, que a taxa de empreendedores iniciantes (17,2%) – aqueles que estão empreendendo há menos de 42 meses – representa praticamente metade do total de empresários (SILVESTRE et al., 2008). Entretanto, deve-se anotar que ainda prevalece estruturalmente no Brasil o empreendedorismo informal (78%), em negócios muito explorados e com baixo potencial de empregabilidade e renda, reafirmando um diagnóstico de quase dez anos, de que “a imagem da situação atual dos empreendimentos brasileiros demonstra que a economia nacional se encontra ainda em estágio inicial de desenvolvimento no que concerne à sua capacidade de gerar empreendimentos inovadores” (SILVESTRE et al., 2008, p. 14). Desde metade do século 19, o empreendedorismo foi considerado como um dos comportamentos sociais mais admiráveis e difundidos na história econômica global. Isto se deve ao fato de seu estudo expor caráter eminentemente sociológico em diferentes sentidos (THORNTON, 1999; SWEDBERG, 2000; GRANOVETTER, 2000). O empreendedorismo é heterogêneo na natureza de suas motivações. Neste sentido, a GEM (Global Entrepreneurship Monitor), em seu estudo sobre a evoluçãodo empreendedorismo no Brasil em relação a outros países, destacou dois tipos de empreendedorismo. O primeiro, refere-se ao empreendedorismo de oportunidade, no qual o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, funda uma empresa com planejamento prévio, objetiva o crescimento e trabalha para alcançar seus objetivos visando à geração de lucros, empregos e riquezas (DORNELAS, 2005). POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 103| E o segundo seria: o empreendedorismo de necessidade. Neste, o candidato a empreendedor se aventura na marcha empreendedora mais por falta de alternativa, por encontrar-se desempregado e não ter alternativas de trabalho (DORNELAS, 2005, p. 28). Hoje, o Brasil é um grande depósito de novos e jovens empreendedores, sobretudo no que se refere a novas tecnologias. O país vem disseminando essa nova ideia de pequenas e médias empresas de base tecnológica, startups e spin-offs, proporcionando maior visibilidade à ocorrência de uma forma especial de empreendedorismo, mais sofisticada e de maior valor agregado, aportada em domínios técnicos de vanguarda e novas tendências de mercado. Esses empreendimentos caracterizam-se por terem na combinação de conhecimentos e tecnologias um insumo fundamental para a empresa, e isso pode representar o reconhecimento de uma novidade promissora frente às tendências históricas no andamento do movimento empreendedor no país (MUCELIN e AZAMBUJA, 2017). Percebe-se que a criação dessas empresas vem sendo estimuladas pelas escolas de negócios – engenharia, saúde, biotecnologia, física, química. Neste contexto, igualmente vem crescendo os canais de financiamento para atender esse seguimento de mercado. O empreendedorismo, apesar de ser constantemente conceituado como criação de novas empresas (SCHUMPETER, 1985); formação de novos negócios (GARTNER, 1985), e busca por novos mercados (LUMPKIN; DESS, 1996), o empreendedorismo foi também analisado como tipo de conduta social (WEBER, [1920] 2004), padrão comportamental (HIRSCHMAN, 1958), aspiração pessoal (MCCLELLAND, 1961), motor do desenvolvimento (SCHUMPETER, [1934] 1985), fonte de inovação (PENROSE, 1959; NELSON; WINTER, 1982), modalidade de ação com função na dinâmica dos mercados (KIRZNER, 2012), expressão de liderança (MINTZBERG, 1983), formação técnico-administrativa (DRUCKER, 1986) e processo cultural incrustado (JACK; ANDERSON, 2002; MARTINELLI, 2009; THORNTON et al., 2011). No começo do século 20, Max Weber (2004) conceituou empreendedorismo como uma mentalidade econômica típica da economia emergente, que opera desafiando valores enraizados e lutando para impor uma nova visão a um mundo de tradições. Em 1934, Joseph Schumpeter POSICIONAMENTO PROFISSIONAL104 | (1985) narrou o empreendedorismo como função econômica dinamizadora do capitalismo, destacando que a ação dos empresários inovadores não se reduzia a uma simples aventura, mas envolvia uma decisão bem planejada. Segundo David (2004), o termo intraempreendedorismo foi criado em 1985, por Gifford Pinchot (1999). Para ele, o intraempreendedorismo nas empresas, ou empreendedor corporativo, tem a função de transformar ideias e projetos em realidades comercializáveis e lucrativas, sendo desta forma que as organizações inovam. As novidades em grandes empresas estão sempre pautadas na realização de um intraempreendedor. Cada inovação, independente da proporção, necessita coragem, visão e determinação (PINCHOT, 1999). Na visão deste autor, a constante persistência e a imaginação prática do intraempreendedor são eficazes para o sucesso de uma nova ideia. A fim de que as empresas resistam em ambientes altamente competitivos, a inovação é um fator indispensável. Contudo, faz-se necessária a presença de colaboradores entusiasmados, pois, segundo Peters (1989), o intraempreendedor é uma pessoa criativa, facilitadora e eliminadora de interferências, possuindo a visão de olhar na frente e abrir os caminhos. Para David (2004, p. 28), o intraempreendedor é “uma pessoa dentro da organização que assume responsabilidade direta para transformar uma ideia em um produto final lucrativo, através de tomada de risco e inovação”. É considerado um agente de mudança em sua organização, que visa à melhoria dos processos e a criação de novas oportunidades de negócio. Ainda segundo este autor, os intraempreendedores apresentam as seguintes características: anseiam por liberdade dentro da organização, são orientados para metas, comprometidos e automotivos, reagem às recompensas e ao reconhecimento da empresa, gostam de riscos moderados, não temem ser demitidos, fogem do estado estável e detestam as rotinas, pois são criativos e inovadores. CURIOSIDADE • Global Entrepreneurship Monitor (GEM) – O GEM é um estudo fei- to anualmente sobre nível do empreendedorismo em vários países. • Startups – Significa o ato de começar algo, normalmente relacionado com companhias e empresas que estão no início de suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado. Empresas POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 105| startups são jovens e buscam a inovação em qualquer área ou ramo de atividade, procurando desenvolver um modelo de negócio escalá- vel e que seja repetível. • Spin-offs – Spin-off, também chamado de derivagem, é um termo utilizado para designar aquilo que foi derivado de algo já desenvol- vido ou pesquisado anteriormente. É utilizado em diversas áreas, como em negócios, na mídia, em tecnologia etc. Em tecnologia, ocorre spin-off quando uma tecnologia resulta no desdobramento de outras já existentes. Por exemplo, quando é criada uma tecnologia e outros cientistas partem deste princípio para criarem novas, a partir daquela já criada. 10. lidErança na atualidadE E a capacidadE dE rEsiliência Na atualidade, as organizações vêm sofrendo constantemente transformações, tanto nos seus métodos produtivos como nos seus modelos de gestões, e, por isso, seus líderes precisam se adequar rapidamente e eficazmente a tais mudanças. Neste contexto, a liderança é um elemento muito importante para o sucesso de qualquer empresa, pois o fator liderança tem importância e responsabilidade pelo desenvolvimento de uma visão condizente com a realidade, pela criação de estratégias para implementar essa visão, pela delegação de poder para trabalhar com as pessoas que estão ao seu redor e, pelo depósito de confiança nos colaboradores para que possam criar e implementar aquela visão. Por tudo isso, a liderança é fundamental para trazer resultados reais dentro da organização. Há uma diferença dentro das organizações entre ter um líder e ter um gerente. Essa diferença é fundamental para o desenvolvimento da empresa. Para Botelho (1992), o gerente tem sua base nas regras, normas e procedimentos, enquanto o líder sustenta-se em suas capacitações, habilidades e nos colaboradores que trabalham sob sua supervisão. Para o gerente, a rotina diária é uma batalha constante a ser vencida; enquanto, para o líder, ela é o reinício de novas oportunidades. Para o gerente, as crises são problemas desgastantes e aborrecidos. Para o líder, são situações inevitáveis que têm de ser enfrentadas com competência e discernimento (MARTINS e ESTENDER, 2014). POSICIONAMENTO PROFISSIONAL106 | Segundo Vries (1997), um número considerável de pesquisadores concorda com alguns traços comuns, como sendo relevantes para os líderes, que são: consciência, energia, inteligência, domínio, autocontrole, sociabilidade, abertura a experiências, conhecimento da importância de tarefas e estabilidade emocional. Complementando, Fred Fiedler encontrou termos para traçar a personalidade de um líder: motivação por tarefa (comportamento centrado no trabalho) x motivação por relacionamento (comportamento centrado no funcionário). Para Fiedler, a grande diferença entre ambas é que são fundamentadas na personalidade, ou seja: Líderes orientados às tarefas terão sucesso nas situações que requerem persistência meramente. [...]Líderes com orientação interpessoal, no entanto, podem obter vantagem em cenários que emitem sinais variados, pois, podem aplicar suas aptidões sociais para suplantar os obstáculos ao desempenho mais ge- renciáveis. (VECCHIO, 2009, p. 160) Fica notório que é imprescindível o líder analisar o ambiente organizacional e se adequar a ele, com a finalidade de obter resultados eficazes. Vecchio (2009, p. 161) conclui que “o líder eficaz em uma organização pode ser ineficaz em outra. Os gerentes precisam reconhecer esse fato e compreender as limitações que uma dada situação pode lhes impor”. A importância de um líder se dá basicamente em todas as direções no seio das organizações. Segundo Bennis (1996, p. 22): Os líderes são importantes por três motivos: em primeiro lugar, eles são responsáveis pela eficácia das organizações. O su- cesso ou fracasso de qualquer organização. Em segundo, as adversidades que encontramos pelo caminho às vezes nos dei- xam sem rumo, então buscamos nos líderes um caminho, um porto seguro. E em terceiro lugar, o líder é aquele que conhece o problema, mas não se prende ao contexto, seja ele por conta dos cenários administrativos voláteis ou fusões e aquisições ou ainda por fatores demográficos. Assim, a liderança vem se tornando cada vez mais importante, pois é por intermédio do líder que uma equipe se motiva e realiza suas funções com sucesso, e, por conseguinte, trazem resultados significativos para a empresa. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 107| Atualmente, ser líder tornou-se uma difícil tarefa, pois o líder, além de ter uma visão sistêmica, precisa estar preparado para as tomadas de decisões, necessitando lidar com os problemas naturais da gestão de pessoas. E para gerenciar pessoas, não existe método pronto. Lidar com diferentes perfis profissionais, requer do líder um empenho diário e ininterrupto referente à compreensão do comportamento humano e das limitações inerentes a isso. Para Hunter (2006), o papel do líder é encorajar os colaboradores a compartilharem conhecimentos e vivências de forma a trabalharem como uma influência permanente e positiva para quem está ao seu lado. De acordo com Pereira (2001, p. 20 in TAVARES, 2001), nas sociedades emergentes o dia a dia é marcado de situações de mudanças que são cada vez mais rápidas e profundas, fato que exige repetidos empenhos de adaptação a novas realidades. Uma das grandes apostas do século, Será tornar as pessoas mais resilientes e prepará-las para certa invulnerabilidade que lhes permita resistir às situações adversas que a vida proporciona, pelo que se torna imperioso identificar os fatores de risco e, particularmente, os fatores de proteção pessoais e interpessoais. Assim, a resiliência pode ser considerada como uma nova competência, tão discutida no ambiente corporativo, de um líder que possui habilidades para enfrentar os desafios de forma diferenciada. As diferentes teorias psicológicas do desenvolvimento humano mostram a capacidade do ser humano atingir níveis mais evoluídos de vivências, com a aprendizagem que vai modificando e construindo as estruturas mentais. Cada uma com seus métodos e conceituações, mas todas apresentando as amplas possibilidades de mudanças e de construções da pessoa. Resiliência é “a capacidade de vencer, viver, desenvolver-se positivamente de maneira socialmente aceitável, apesar do estresse ou de uma adversidade que normalmente comportam o grave risco de uma saída negativa” (VANISTENDAEL, 2007). A liderança demanda competência quando se trata de operar em um ambiente de incertezas e, mesmo sob a maior pressão, não aceita que esta intervenha no processo decisório. De acordo com Moraes e Rabinovich (1996), capacidades típicas de pessoas resilientes são encontradas nos sobreviventes dos campos de concentração de Auschwitz que restauraram suas vidas e na missão do Dalai Lama frente à tragédia que assolou o Tibet quando invadido pela China. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL108 | A resiliência não proclama uma qualidade fixa, já que está em permanente transformação, de acordo com a circunstância e o momento. Nesta compreensão, a resiliência precisa ser construída em contato direto com o meio social e corporativo, ou seja, em um ambiente onde seja aceitável compartilhar e experimentar diferentes ideias em diferentes momentos de ação. A vida requer um sucessivo processo de crescimento, evolução e mudança. Um dos atributos marcantes da liderança resiliente é a competência de flexibilizar suas posições e o poder de se habituar a situações às quais não tenha influência. Essa aptidão o leva a uma constante reavaliação de posição, como meios de encontrar caminhos mais eficazes e produtivos que objetivem originar resultados. A determinação refere-se à firmeza com que a pessoa executa a ação almejada, de acordo com sua visão de futuro e plano de metas. Chama-se perseverança a qualidade daquele que investe para conseguir o que almeja alcançar. 11. fundaMEntos do coMportaMEnto EM grupo E gErEnciaMEnto dE conflitos Por serem heterogêneas, nem sempre as pessoas partilham dos mesmos objetivos e interesses. As diferenças de objetivos e de interesses pessoais, na maioria das vezes, resultam em alguma espécie de conflito. O conflito é próprio das relações humanas e faz parte de cada pessoa. A palavra conflito tem sua raiz etimológica no latim conflictos, que significa desacordo, choque. O vocábulo, na língua portuguesa, expressa “[...] profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes [...].” (HOUAISS, 2001, p. 797 apud AAL JÚNIOR; HAMMERSCHMIDT; PAMPOLLINI JÚNIOR, 2010, p. 3). O sentido detalhado de conflito é um método de oposição e confronto que acontece entre pessoas ou grupos nas empresas, quando as partes envolvidas exercem poder na busca de metas ou objetivos valorizados e interrompem o progresso de uma ou várias metas. Isso é perceptível nas empresas tanto públicas como privadas (DUBRIN, 2006). Na compreensão de Schermerhorn, Hunt e Osborn (1998, p. 268) “[...] ocorre conflito sempre que houver desacordos numa situação social com relação a questões importantes, ou sempre que um antagonismo emocional crie um atrito entre pessoas ou grupos”. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 109| Assim, a palavra conflito está vinculada a desacordo, controvérsia, discórdia, divergência e/ou antagonismo. Para Robbins (2002, p. 185) “[...] o conflito ocorre quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente, alguma coisa que a primeira considera importante”. Os conflitos são praticamente inevitáveis e podem ocorrer em diferentes ambientes: familiar, social e de trabalho. No ambiente de trabalho estão pautadas ao convívio de pessoas com personalidades, culturas, valores e interesses diferentes. No ambiente das organizações públicas, essa condição é acentuada por questões políticas e pela diferenciação no vínculo da relação de trabalho com o estado, que pode ser estável ou temporária. De acordo com a história, as teorias sobre conflito têm se transformado ao longo dos tempos e da evolução das teorias organizacionais. Robbins (2002 apud OLIVEIRA, 2006) destaca três abordagens principais: a tradicional, a das relações humanas e a interacionista. A primeira afirma que todo conflito é ruim e por isso, deve ser evitado. Aqui, o conflito é visto como uma disfunção decorrente de falhas de comunicação, como falta de abertura e de confiança entre os colaboradores e incompetência dos administradores em atender às necessidades e os anseios de seus empregados. A visão das relações humanas defende que o conflito é uma consequência natural e inevitável em qualquer grupo, e nem sempre é ruim, podendo ser uma força positiva para o desempenho do grupo. Já a visão interacionista, que é a mais recente, propõe não apenas que o conflito pode ser uma força positiva, como defende a tese de que algum conflito é absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um grupo. A principal contribuiçãodesta abordagem é encorajar os líderes dos grupos a manter um nível mínimo e constante de conflito, para conservar o grupo viável, autocrítico e criativo, utilizando estratégias para desenvolver comportamentos e atitudes que cooperem para o bom andamento das atividades e objetivos das instituições. PRATIQUE 1. Na sua opinião, o marketing pessoal está ligado ao profissional? Justifique. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL110 | 2. Por que o marketing pessoal é considerado um elemento que ajuda a criar a imagem da pessoa? 3. Justifique a importância da aparência, da comunicação e do comportamento para o marketing pessoal. 4. Na sua opinião, a imagem pessoal está atrelada à imagem profissional? 5. Cite seis etapas para a construção do plano de marketing pessoal. 6. Defina empregabilidade na visão de Minarelli (1995). 7. Cite os principais fatores que influenciam a empregabilidade. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL 111| 8. Na sua opinião, as atitudes comportamentais e empregabilidade são avalia- dos nas pessoas para egresso no mercado de trabalho? 9. Cite a diferença de um líder para um gerente. 10. Defina conflito e seus pontos negativos e positivos para o meio corporativo. RELEMBRE Nesta unidade, a qual encerra o nosso conteúdo, foi trabalhado o marketing pessoal, sua importância para o ingresso nas organizações, o que é marketing e propaganda e como aplicar esses conceitos na vida pessoal, anexando o mesmo a sua imagem como a da empresa. Também analisamos a importância da autoconfiança e planejamento pessoal na desconstrução dos mitos relacionados ao tema. Vimos, dentro desses valores, a forma de como construir seu próprio projeto de marketing pessoal, entendendo que esse marketing forma sua marca e é fixada de jeito individual. Como elaborar o planejamento estratégico pessoal. POSICIONAMENTO PROFISSIONAL112 | Foram apresentadas as constantes mudanças de paradigma, postura pro- ativa e autoconhecimento, que pode ser identificado na elaboração do projeto de vida, destacando a missão, visão, metas, nível estratégico e operacional. Apresentamos, nessa unidade, conceitos de empregabilidade segundo a literatura, a relação e construção da empregabilidade ao longo da formação uni- versitária, que está presente na construção do seu plano de carreira, que é uma forma de estabelecimento de metas. Destacamos também a importância das atitudes comportamentais e em- pregabilidade, que elas são responsáveis como ferramentas necessárias para inserção e permanência no trabalho, como também os seis pilares da emprega- bilidade: adequação profissional, competência profissional, idoneidade e ética, saúde física e mental, reserva financeira e relacionamentos, entre outros pontos como liderança, atualização, visão de organização, senso de oportunidade, per- sistência e resiliência, fundamentos do comportamento em grupo e gerencia- mento de conflitos. REFERÊNCIAS AAL JÚNIOR, Silvio; HAMMERSCHMIDT, Sonia Valci; PAMPOLINI JÚNIOR, Homero. Administrando conflitos internos dentro da empresa. 2010. ADMINISTRADORES. A importância do marketing pessoal no desenvolvimento do seu networking. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-do-marketing- pessoal-no-desenvolvimento-do-seu-networking>. Acesso em: 06 jan. 2019. ADMINISTRADORES. 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