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Eng. Neves Semente Jemuce 2019 Módulo de Mineração História da Mineração Idade da Pedra 450.000 a 4.000 AC Idade do Bronze 4.000 a 1.500 AC Idade do Ferro 1.500 AC a 1.780 DC Idade do Aço 1.780 a 1.945 Idade da Pedra • Utensilhos de pedra lascada, grafite • Surgimento da cerâmica • Metais Nativos - Ouro, Cobre • Escavações em rochas duras Idade do Bronze • Utensílios metálicos • Primeira mineração: turquesa • Primeira fundição: cobre na China • Utensilios de ferro : Egito • Artefatos de ouro na América: Incas Idade do Ferro • Surgimento do aço: meteoritos na Grécia • Império Romano: Indústria mineira, carvão mineral, legislação • Período de trevas e renascimento cultural Renascimento • Primeira mineração na América • Primeiro uso de bombas de ar • “De Re Metallica”, Agricola 1556 • Primeira utilização de explosivos: Hungria • Primeira escola de minas: Joachimstal, Tchecoslováquia 1716 Idade do Aço • Revolução industrial : 1780 • Tecnologia actual CONCEITO Minerar: é arte de extrair economicamente bens minerais da crosta terrestre, utilizando técnicas adequadas a cada situação. Extrair economicamente significa que todos os bens minerais implicam na existência de procedimentos e aproveitamento com lucro das riquezas minerais existentes na natureza. A utilização de técnicas adequadas ao meio ambiente implica na manutenção da qualidade ambiental do local e, em menos dispêndio de recursos a serem gastos na recuperação das áreas lavradas no futuro. A importância da mineração para a humanidade remonta de milhares de anos atrás: Quando os recursos minerais eram utilizados para a confecção de ferramentas para a caça e pesca, com a finalidade de se alimentar, e armas para a guerra; ornamentos e decoração através de pedras preciosas; moeda (ouro, prata e bronze) para a compra de alimentos e utensílios; A IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS MINERAIS PARA A HUMANIDADE Assim como a agricultura, a mineração é uma das primeiras indústrias básicas da civilização, sendo a agricultura, a primeira, e a mineração, a segunda actividade da espécie humana. Energia (carvão mineral e petróleo) para a iluminação e combustível para automóveis e geração de energia eléctrica; e mais recentemente, energia nuclear gerada por minerais radioactivos para a geração de energia e armas nucleares. Um bom exemplo da importância dos recursos minerais do nosso quotidiano é uma casa, onde todos os utensílios que a compõem provêm dos recursos minerais. Figura 1: Exemplo da importância da mineração para sociedade (Fonte: UNESP, 1999) ELEMENTOS DA MINERAÇÃO Mina – é a escavação feita no subsolo para a extracção de bens minerais; A existência de termos, expressões únicas para a mineração a caracteriza como uma técnica. Estes termos serão descritos a seguir: Cava – é a escavação a céu aberto em forma de um enorme buraco, com bancadas (degraus) descendentes para a extracção de bens minerais; Engenharia de Minas – é a arte e ciência aplicada aos processos de mineração e operações de mina. Esta, quando acompanhada do geólogo, desenvolve e extraí um depósito mineral; Mineral – é uma ocorrência mineral de substância usualmente inorgânica, tendo uma composição química definida e características físicas distintas; Rocha encaixante – rocha que circunda o corpo de minério, geralmente é parcialmente extraída para permitir a lavra do minério; Rocha – é um agregado de minerais; Minério – conjunto de minerais encontrados na natureza, onde pelo menos um dos minerais presentes tem utilidade e valor suficiente para ser extraído com lucro; Ex: piroxeno + feldspato + magnetite = gabro (minério de ferro) Relação estéril/minério – relação mássica entre a quantidade total de estéreis e a quantidade total de minério extraído (ex. 3:1) Estéril ou ganga – é o mineral sem nenhuma utilidade ou valor agregado quando minerado e, é proveniente das operações de lavra; Rejeito – é o mineral que sofreu processo físicos ou químicos e que não tem valor agregado e, é proveniente do processamento mineral; Depósito Mineral – é a ocorrência geológica de minerais em formas relativamente concentradas Jazida Mineral – é a concentração comprovada de minerais que pode ser extraída com lucro. Figura 1 – Filão e seus componentes Fonte:Mário Tavares de Oliveira Cavalcanti Neto e Alexandre Magno Rocha da Rocha Jazidas não metálicas – minério extraído apenas por suas propriedades físicas (argilas, rochas ornamentais, pedras preciosas); Jazidas metálicas – minério extraído para a recuperação de um elemento químico presente (magnetite/ferro, esfalerite/zinco); Lavra – conjunto de operações necessárias à extracção industrial de substancias minerais ou fosseis da jazida. Ela pode ser: A céu aberto – operações realizadas na superfície; A céu aberto – operações realizadas na superfície; Subterrânea – operações realizadas abaixo da superfície Submersa – operações realizadas no fundo de um lago, mar ou no oceano. Fazer Ciência não lhe fará ser uma pessoa melhor... ...mas mesmo assim você poderá ser feliz, se souber como agir! 20 Obrigado! njemuce@ispt.ac.mz nevesjemuce@gmail.com 21 FASES DE MINERAÇÃO A mineração compreende cinco fases que estão interligadas entre si e são caracterizadas a seguir: A mineração envolve procedimentos que vão desde a procura e descoberta de evidências de ocorrências minerais com possível interesse económico, até o reconhecimento do seu tamanho, forma e valor económico. Prospecção – é a fase da procura do bem mineral, visando definir áreas com indícios de ocorrência mineral; Exploração – é a fase de estudo de uma ocorrência mineral descoberta; é empreendida para se conhecer o seu tamanho, forma, teor e valor económico associado a esta ocorrência; Desenvolvimento – é a fase de preparação e traçado de uma jazida mineral já estudada e provada, tendo como a finalidade a sua preparação para a futura lavra; Recuperação Ambiental – é a fase de verdadeiros trabalhos de preparação para a devolução das terras degradadas pela mineração à comunidade ou ao governo ou a particulares. Lavra – é a fase de verdadeiro aproveitamento económico e industrial da jazida, isto é, são conjuntos de trabalhos de desmonte, extracção e beneficiamento mineral, visando as operações à manutenção e segurança destes serviços; Com estas fases fecha-se o ciclo da mineração com responsabilidade ambiental, passando a mineração a ser encarada como uma actividade meio e não como actividade fim como era no passado. TERMINOLOGIA Tipos de Jazigo Veios, filões Camadas (ex. jazida de carvão) Maciços Lentes ou Bolsões Disseminações Elementos Geométricos de um jazigo Direcção, Ex: o corpo pegmatitico de Marropino Figura 6 : Exemplo indicando a direccao do crpo pegmatitico HAMC - Marropino Fonte: HAMC – 2008 Extensão Mergulho ou Inclinação Lavra: operações necessárias ao aproveitamento industrial de um jazigo Potência Profundidade Extensão em Profundidade. Perfuração e desmonte de rocha; Sustentação das aberturas; Carregamento e Transporte (minério e estéril); Depósito de Estéril; Mapeamento Geológico; Suprimento de Energia Eléctrica, Ar comprimido e Água; Transporte de Pessoal e Materiais; Levantamento Topográfico; Drenagem da Água, e Ventilação, Climatização e Controle de Medidas Ambientais. Formas principais de acesso Poço Vertical ou Inclinado Rampa Túnel Figura 5 : Exemplo de mineracao indicando varias formas de acesso. Factores Condicionantes à Escolha de um Modo de Lavra O jazigo e o Maciço Rochoso Adjacente Topografia ( relevo da região); Tipo de Depósito oVeio oMaciço oCamada (ex: jazida de carvãoda bacia de Moatize) Extensão - Tamanho do corpo mineral; Potência - Espessura relativa do capeamento e do minério; Características Geomecânicas do maciço rochoso; Mergulho ou Inclinação (determina o uso da gravidade nas operações); Profundidade; Forma (Regular ou Irregular; Factor Tempo – a razão tensão X deformação em rochas expostas modificam-se com o tempo, com a alteração e oxidação das rochas, tornando-as menos resistentes; Valor Unitário do Produto; Variabilidades dos Teores dos depósitos Parâmetros Económicos Capital disponível. Escala de Produção (reservas/mercado) Custo de Produção Receitas Fluxo de Caixa oIniciais – todo o desembolso realizado antes de qualquer receita (pesquisa, avaliação de reservas, desenvolvimento, projecto, instalações de apoio. oDisponibilidade de mão-de-obra especializada; oCusto relativo entre lavra subterrânea e a céu aberto; oCustos de desenvolvimento; oEquipamentos; oCombustível/Energia Eléctrica; Custos Operacionais oFuturos – desembolso devido a aumento de produção, substituição ou aumento da frota. oLubrificantes; oPneus; oManutenção e Desgaste de Peças; oFerramentas de Perfuração; oExplosivos, e oMateriais Diversos. Segurança, Conforto e Higiene e Legislação Pertinente. Condições climáticas; Ventilação, Climatização e Controle de Medidas Ambientais Obrigado! njemuce@ispt.ac.mz nevesjemuce@gmail.com 38 O desmonte do minério/rocha Esta operação pode ocorrer de forma: Manual Os desmontes manuais são utilizados por garimpeiros em serviços de exploração artesanal. O termo Desmonte de Minerio/Rocha se refere a um conjunto de operações que visam o arranque do material rochoso. Hidráulico Mais comumente utilizado por garimpeiros que utilizam bombas para bombear através de jato água sob pressão em barrancos para efectuar o arranque de material. Mecânico O Mecânico utiliza máquinas (retro-escavadeiras por exemplo) para desmontar materiais brandos (de fácil desagregação). Figura 6 : Exemplo indicando a direccao do crpo pegmatitico HAMC - Marropino Fonte: HAMC – 2008 Explosivos Já o desmonte a explosivo é o mais amplamente utilizado por empresas de mineração que trabalham com rochas duras. Figuras : Exemplo indicando a Explosivos a Granel e Encartuchados Perfuração Acção perfurante dada for forças de penetração e rotação. Figuras 3 e 4: Exemplos indicando o equipamento de furação (jumbo). Fonte: Mina Matagami - Xstrata Zinc – Canada, 2012 Figura: Carregamento pneumático do anfo Mina Velha / Nova Lima - MG Carregamento dos furos Significa o enchimento de furos por explosivos. Figura: Detalhe da perfuração utilizada na Mina Velha / Nova Lima - MG CICLO DE PERFURAÇÃO E DESMONTE MODOS DE LAVRA Relativamente ao modo de escavação, as minas podem dividir-se em dois tipos principais: Minas Subterrâneas, e Minas a Céu Aberto. A escolha do método de lavra depende em grande parte da localização e forma do depósito mineral, devendo ser escolhido o método mais seguro e ao mesmo tempo mais económico. A opção de lavrar (minerar) a céu aberto ou subterrânea, depende de se ultrapassar ou não a relação de mineração limite, ou seja, a relação estéril/ minério limite, que se expressa em massa ou volume (m3/m3 ou ton/ton). Esta relação é um dos factores fundamentais de qualquer projecto de lavra mineira, bem como os denominados de teores de corte – para o mesmo jazigo haverá teores de corte diferente pelos dois modos de lavra, admitindo como tecnicamente viáveis. O TEOR é uma relação entre a quantidade de mineral - minério e minério, ou seja, T = MM / M, onde MM= Mineral-Minério, M=Minério e T = Teor (se o teor é dado em percentagem multiplica-se o resultado por 100). As unidades de teor mais utilizadas em Pesquisa Mineral são: %, g/ton, ppm, ppb, Kg/ton. O CUT-OFF ou TEOR DE CORTE é o teor mínimo da substância útil que permite a sua extração econômica ou é o teor abaixo do qual o minério já não será explorado economicamente, enquanto o TEOR CRÍTICO é o teor limite entre Lucro e Prejuízo de uma actividade económica de mineração. Obviamente que esses conceitos variam em função do preço de mercado do bem mineral. Teor Limite = É o menor teor que se pode misturar (BLENDAGEM) com o teor de uma camada que está sendo desmontada, de tal forma que, dessa mistura a média seja coincidente com o teor de corte. Sumariamente, a opção do modo de lavra de um jazigo é levado a cabo pela análise de seguintes expressões analíticas: Expressões analíticas Opções 1. CMs > CMca + R*Ce Lavra a céu aberto 2. CMs = CMca + R* Ce Indiferente 3. CMs < CMca + R* Ce Lavra Subterrânea Onde: CMs - é o custo de lavra subterrânea de uma tonelada do minério, incluindo os custos operacionais de desmonte, de carregamento, de transporte a usina ( planta de processamento) do minério. Ce - é o custo de lavra só do estéril, também incluindo o seu desmonte, carregamento e transporte até as entulheira (pilhas) ou bota fora. Cmca - é o custo de lavra a céu aberto de uma tonelada de minério incluindo os custos das mesmas operações. R - relação estéril/ minério, que representa o numero de unidades de estéril a remover para cada unidade de minério a obter. Aqui, a condição limite e obtida pela relação (2), denominada relação de mineração limite (RML): RML= CMs/Ce e RML= CMca/Ce CMs = CLs e Cmca = CLca RML= CMs - CMca/Ce Lavra de Mina Subterrânea É aquela realizada em profundidade e sem contacto com o ar livre. Esta pode ser iniciada após a exaustão de condições técnicas de engenharia para o prosseguimento de uma Lavra a Céu Aberto, simultaneamente à Lavra a Céu Aberto, ou exclusivamente por acessos subterrâneos. Galeria é um acesso subterrâneo horizontalizado, ou seja, com um pequeno ângulo de inclinação ascendente em direção à frente de lavra. Essa inclinação varia desde 1º até no máximo 5º com o objetivo de fazer escoar as águas para fora da galeria. As chaminés são aberturas subterrâneas, geralmente de pequena dimensão, que têm como objetivo a ventilação, acesso de pessoal e equipamentos etc. Se o acesso subterrâneo tem inclinação maior que 5º e menor que 90º é conhecido como Inclinado e, se tem 90º é denominado Shaft. Podem ser realizadas aberturas subterrâneas de Galeria, Shaft, Inclinado e/ou Chaminé. O Eixo da Galeria é a intersepção entre um plano vertical de direcção coincidente com a direcção da galeria e a frente desta. Já a Linha de Grade é a intersepção entre um plano de inclinação suave e a frente da galeria. Ambos os planos devem cortar o mais próximo possível o centro da galeria Os elementos topográficos de uma Galeria são basicamente: o Eixo da Galeria e a Linha de Grade. A Rampa é um termo empregado para acessos subterrâneos de inclinação menor que 45º e que tem como principal função o transporte de material. Cabeceira - galerias desenvolvidas paralelamente ao corpo de minério e Travessa para as galerias desenvolvidas transversalmente ao corpo de minério. A Lavra Subterrânea pode ser realizada por um dos seguintes métodos: ALARGAMENTO AUTO-SUPORTANTES - Alargamentos mantidos abertos por escoramentos mecânicos ou da própria rocha (manutenção da escavação); oCâmaras e Pilares ( Room and Pillar) oLavra por Sub- Níveis (Sublevel Stoping) oAlargamentos Esteiados (Stull Stoping) oAlargamentos Abertos (Open Stoping) ALARGAMENTOS SUPORTADOS - Enchimento com estéril das escavações executadas, depois de mineradas (retirada do minério); oCorte e Enchimento ( Cut and Fill) oLavra com Estruturas Rectangulares (Square Stoping) oLong Wall oShort Wall oAbatimento por Tiras (Top Striping)ALARGAMENTOS SUPORTADOS - Enchimento com estéril das escavações executadas, depois de mineradas (retirada do minério); oCorte e Enchimento ( Cut and Fill) oLavra com Estruturas Rectangulares (Square Stoping) oLong Wall oShort Wall oAbatimento por Tiras (Top Striping) Figura: Exemplos indicando o metodo de corte e enchimento oAbatimento por Subníveis (Sublevel Caving) oAbatimento em Blocos (Block Caving) ALARGAMENTOS ABATIDOS - Abatimento controlado das escavações quando da extracção do minério. Mineração a Céu Aberto ou “Open Pit” são escavações realizadas para a exploração do minério ao ar livre. Dependendo das condições topográficas do terreno, onde a profundidade máxima da cava dependerá directamente do teor e da relação estéril/minério. Os Serviços Mineiros a Céu Aberto são desenvolvidos segundo método de bancadas em cava ou encostas. Lavra de Mina a Céu Aberto Como também, as dimensões das plataformas de trabalho dependerão da produção e da conveniência dos equipamentos. Lavra de Mina a Céu Aberto Figura: Equipamento de grande porte de mina a ceu aberto). A altura dos degraus não deve ultrapassar 15 m, mas na configuração final, antes de se iniciarem os trabalhos de recuperação paisagística, esta não deve ultrapassar os 10 m; Na base de cada bancada deve existir um patamar, com, pelo menos, 2 m de largura, para permitir, com segurança, a execução dos trabalhos e a circulação dos trabalhadores, não podendo na configuração final esta largura ser inferior a 3 m, tendo em vista os trabalhos de recuperação; Os trabalhos de arranque num degrau só devem ser retomados depois de retirados os escombros provenientes do arranque anterior, de forma a deixar limpos os pisos que os servem; Nas explorações a céu aberto a dimensão das Bancadas (ou degraus) deve garantir a execução das manobras com segurança, obedecendo às seguintes condições: Relação entre o porte da máquina de carregamento e a altura da frente não inferior a 1. Figura: Exemplos indicando os elementos de mina a ceu aberto). Elementos usados na Mineração a Céu Aberto Bancada - é a camada de rocha que tem a forma de escadaria. Geralmente a altura da bancada em minas a céu aberto varia de 5 a 15m em intervalos largo podendo atingir até 20-30m. Praça- é a superfície que limita na parte inferior e superior. Altura da bancada - é a distância vertical entre as duas (2) praças sucessivas. Berma de transporte - é a praça da bancada onde são montados as vias de transporte e comunicação. O seu tamanho depende do tipo de transporte e a intensidade do tráfego. Área laboral - é a área da bancada onde se encontra a maquinaria de desmonte. A sua largura é de 2 a 4 vezes maior que a altura da bancada. Berma - é a praça de pequena largura na qual não se faz nenhum trabalho. Talude da bancada - é a superfície inclinada que limita a declive natural do maciço. Dobra - é a linha de intersecção do talude da bancada com a sua praça superior e inferior. Ângulo da bancada - é o ângulo entre o talude da bancada e o plano horizontal. No seu planeamento é necessário considerar os seguintes elementos, segundo a Legislação Mineira em vigor em Moçambique: altura das frentes de desmonte (degraus), largura das bases dos degraus, Diagramas de fogo (caso existam), situação das máquinas de desmonte em relação à frente e as condições da sua deslocação; condições de circulação das máquinas de carregamento; perfuração e transporte; condições de circulação dos trabalhadores; configuração da escavação durante os trabalhos e no final dos mesmos, devendo-se ter em conta a estabilidade das frentes e taludes e local de deposição de eventuais escombros e terras de cobertura, área e forma a ocupar por estes. A cada desmonte deve ser procedida uma actualização da topografia e da Geologia (mapeamento geológico e amostragens) para, entre outras razões, se obter uma medição do Avanço. A furação para colocação de explosivos é realizada na Praça segundo um Plano de Fogo pré estabelecido pela engenharia. Figura: Exemplo indicando elementos de uma bancada . Quantidade de material desmontado, cálculo da relação minério / estéril, prosseguir com a geometrização da Jazida, controle de qualidade do minério lavrado etc. O Avanço é a medida linear da Frente de Lavra (ou Desenvolvimento) entre dois Desmontes consecutivos. Fig. Elementos do plano de fogo :α = Inclinação do Furo; T = Tampão; CC = Carga de Coluna; CF = Carga de Fundo; H = Altura da Bancada; H1 = Comprimento do Furo; E = Espaçamento; V = Afastamento; Sp = Subperfuração. Vantagens da lavra à Cèu Aberto sobre a lavra Subterrânea Menor custo de produção de uma tonelada de minério: escavado o capeamento, não exige outros custos como: a ventilação; a entivação, a iluminação, etc. Maior facilidade de supervisão da mina; Permite o uso eficiente e racional de explosivos; Permite maior produção com o emprego de grandes equipamentos. Redução de riscos, etc. Fig. Ilustra a Mina Alegria de minerio de ferro (hematita), Complexo Mariana – Brasil, 2017 Requer grandes movimentações do material capeante; Expõe os trabalhadores as inclemências do tempo (clima), dependências do tempo, etc. Imobiliza extensas áreas superficiais, com enormes impactos visuais e paisagísticos; Desvantagens da lavra à Cèu Aberto sobre a lavra Subterrânea Limita a lavra as profundidades moderadas, etc. Fig. Ilustra a remoção de grandes massas rochosas na mina de Marropino – Zambézia, 2008 Obrigado! njemuce@ispt.ac.mz nevesjemuce@gmail.com 72 BENEFICIAMENTO DE MINÉRIO Compreende as operações que se aplicam aos bens minerais para modificar as suas condições de composição ou de forma necessária ao seu uso, não mudando a composição química.(UNESP, 1999) Secundária: Britador de impacto Britador de rolo dentado Primária: Britador de mandíbulas Britador giratório O beneficiamento de minério é dividido nas seguintes etapas: BRITAGEM Britadores de mandíbulas ----------------------------- São relativamente simples mecanicamente Britadores giratórios Terciária: Rebritadores Primária: Moinhos de barras (grosso) Terciária: Moinhos Autógenos e Semi-autógenos Secundária: Moinhos de bolas (fino) MOAGEM: Fig 13 Representa os componentes do moinho tubular Fonte: Apostila de Cominuição, SENAI Movimentação do Moinho Estes moinhos são constituídos de uma carcaça cilíndrica de ferro, revestida internamente com placas de aço ou borracha, que gira sobre mancais e contém no interior uma carga solta de barras e bolas de ferro ou aço. Fig 14: Representa a Comonentes do Moinho Tubular Fonte: Apostila de Cominuição, SENAI Descarga do Moinho Os moinhos de barras são classificados de acordo com a natureza de sua descarga: Moinho de barras com descarga no extremo oposto a alimentação Moinho de barras com descarga periferica central Moinho de barras com descarga por transbordo (overflow) Os moinhos industriais possuem diversos furos na carcaça para parafusar o revestimento do cilindro. As bolas são fabricadas de aço forjado ou fundido, ou de ferro fundido ligado. A qualidade depende muito do tratamento térmico e varia muito entre os vários fornecedores. Os moinhos de bolas também são classificados pela natureza da descarga Descargas de moinhos de bolas CLASSIFICAÇÃO: Por Peneiras Crivo: é uma superfície com muitas aberturas de dimensões que se encontram nessa superfície, vai atravessar (passantes ou seja serem retidos) nas superfícies. Peneiramento: consiste passar uma amostra de material com peso conhecido sucessivamente através de peneiras cada vez mais finas, na passagem da quantidade retida em cada e na determinaçãoda percentagem em peso de cada fracção retida. As peneiras são agitadas, para expor todas partículas às aberturas. CLASSIFICAÇÃO: Por Peneiras CLASSIFICAÇÃO: Classificadores mecânicos - Hidrociclones Overflow - partículas finas concentrado Underflow - partículas grossas moinho de bola CONCENTRAÇÃO: Gravimétrica - está baseada nas diferenças de densidade dos materiais ou minerio (polpa). Separação Magnética - aproveita-se a susceptibilidade magnética entre uma substância e outra. Flutuação: Células de flotação - baseada nas propriedades superficiais das partículas minerais, fundamentos físico-químicos. Desaguamento: Espessamento - espessadores: overflow (água) underflow (sólido) Finalidade do tratamento de minério Tornar utilizável o minério bruto que de imediato não era aproveitável; Eliminar o estéril para tornar barato o frete; Concentrar os úteis para serem aproveitáveis em processos metalúrgicos; Os principais resíduos sólidos são gerados pela lavra (Estéril de mina) e; Beneficiamento de minérios (Rejeitos de beneficiamento) Rejeitos do Beneficiamento: É todo o resíduo sólido oriundo das operações de tratamento dos minerais. A grande maioria dos processos de beneficiamento é por via húmida resultando em rejeitos em forma de polpa, constituindo-se por tanto, numa fracção sólida e outra aquosa. Estéril de Mina: Corresponde ao material desmontado e removido durante a lavra; Contendo rochas encaixantes e minério de baixo teor, Não apresentando valor econômico associado. RESÍDUOS SÓLIDOS EM MINERAÇÃO Obrigado! njemuce@ispt.ac.mz nevesjemuce@gmail.com 88 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA MINERAÇÃO A biota; A saúde, segurança e o bem estar da população; Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas sobre o meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantes das actividades humanas que directa ou indirectamente afetam: As actividades sociais e económicas; As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; A qualidade dos recursos ambientais. CONCEITOS Degradação Ambiental é quando a vegetação nativa, a fauna e a camada fértil do solo são destruídas, removidas ou expulsas e a qualidade dos rios, lagos, etc. são alterados. Figura : Exemplo a Retirada da terra vegetal ou material capeante http://www.crm.rs.gov.br/upload/HD_20120806111626retirada_da_terra_vegetal.jpg Figura : Exemplo a Retirada da Material (solos) na Vale e Minas Moatize Recuperação Ambiental (reclamation) é a estabilização de áreas degradadas para posterior utilização de acordo com um plano pré- estabelecido. Figura : Áreas Recuperadas após serem mineradas Preservações ambientais, Habitacionais, industriais e comerciais, Recreação, lazer, piscicultura, reflorestamento, pastagem, etc. Reabilitação Ambiental é a atribuição à área degradada de um novo uso tais como: Figura : Áreas degradadas hoje recobertas de vegetação Passivo Ambiental é a descrição do acúmulo de danos ambientais que deve ser reparado afim de que seja mantida a qualidade ambiental de um determinado local. Poluição Ambiental é aquela que resulta de actividades que, directa ou indirectamente, prejudicam a saúde, a segurança e o bem estar da população, criando condições adversas ás actividades sociais económicas por actividades causadoras de degradação ambiental. Poluidor é toda pessoa ou empresa, pública ou privada, responsáveis por actividades causadoras da degradação ambiental A poluição ocorre, sobre a biosfera, através de actividades humanas de duas maneiras: Liberação de resíduos tóxicos que ataquem os tecidos dos seres vivos, por absoluta falta de um melhor destino para os materiais poluentes. Ex. lixo radioativo, metais pesados, etc. Pelo próprio homem através da superpopulação onde se acumulam resíduos metabólicos (gás carbônico, esgotos, etc.). Ex. grandes cidades sem infra-estrutura de saneamento, etc.. IMPACTOS VISUAIS E FORMAS DE CONTROLE São alterações paisagísticas causadas pela implantação de uma mineração em uma área onde se explora uma jazida mineral Ex. : Remoção da cobertura vegetal, do capeamento e da abertura de frentes de lavra a céu aberto; Implantação de infra-estrutura (alojamento, oficinas, escritório, etc.); Disposição de resíduos sólidos e aquosos. O controle do impacto visual pode ser feito através de: Cortinas arbóreas que confinam a região explorada, protegendo o meio ambiente dos poluentes relativos a poeira e ruídos, melhorando a paisagem visual; Bancadas que quando recobertas com vegetação diminuem a agressividade da área que está sendo minerada; Preparo da superfície do solo para receber a vegetação; Paisagismo que tenta restabelecer a paisagem típica da região como era antes ou dar outro uso à terra. Impactos pela poluição do ar e formas de controle Este é definido pala presença ou lançamento na atmosfera de substâncias em concentração suficiente para intervir directa ou indirectamente na saúde, na segurança e no bem estar humano. Ex.: Fontes fixas de poluição do ar: Chaminés de fábricas; Britagem e moagem de minérios. Fontes móveis: Movimento dos camiões, escavadeiras na mina Poeira nas pilhas de estocagem Aspersão de água nos britadores, frentes de lavra, estradas de circulação de veículos, etc. Revegetação; Controle de detonação. Nitratos provenientes de explosivos não detonados; Sólidos em suspensão na água que diminui a sua claridade e reduz a transmissão de luz e quantidade de oxigênio dissolvido na mesma. Impacto pela poluição da águas e formas de controle As principais fontes de poluição das águas são: As formas de controle da poluição do ar: Oficinas de equipamento (tractores, camiões, etc.) pela liberação de óleos ou detergentes; Tratamentos inadequados do ouro com mercúrio e cianetos; Figura : Depósito de Rejeito na Mina de Marropino, Zambézia Além da poluição por lama, muitas minerações provocam poluição de natureza química, que se dissolvem na água usada no tratamento do minério ou na água que passa pela área de mineração, contaminando os aquíferos e os cursos de água. Contaminação do aquífero por material carbonático Contaminação por cobre O controle da poluição nos cursos de água pode ser efectivado com drenagens convenientes (desvio da água das frentes de lavra), Outros Impactos: Impactos no solo Impactos causados pelos resíduos sólidos de mineração Impactos relativos a ruídos e vibrações O controle da erosão (compactação do solo), o replantio de vegetação e humedecimento da vegetação, além da recirculação da água utilizada no tratamento mineral. Em minerações subterrâneas pode ser necessário modificar o curso natural de um lençol freático para alcançar locais no subsolo onde se encontra o minério. Com o desvio, rios que se alimentavam do lençol podem sofrer uma redução no volume de água ou até mesmo secarem. Subsidência causada pelo rebaixamento do lençol freático. Empresa Votorantim (Vazante-MG) Obrigado! njemuce@ispt.ac.mz nevesjemuce@gmail.com 105
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