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Aulas Modulo de Mineracao 2019

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Eng. Neves Semente Jemuce 
2019 
Módulo de Mineração 
História da Mineração 
Idade da Pedra 450.000 a 4.000 AC 
Idade do Bronze 4.000 a 1.500 AC 
Idade do Ferro 1.500 AC a 1.780 DC 
Idade do Aço 1.780 a 1.945 
Idade da Pedra 
• Utensilhos de pedra lascada, grafite 
• Surgimento da cerâmica 
• Metais Nativos - Ouro, Cobre 
• Escavações em rochas duras 
Idade do Bronze 
• Utensílios metálicos 
• Primeira mineração: turquesa 
• Primeira fundição: cobre na China 
• Utensilios de ferro : Egito 
• Artefatos de ouro na América: Incas 
Idade do Ferro 
• Surgimento do aço: meteoritos na Grécia 
• Império Romano: Indústria mineira, carvão 
mineral, legislação 
• Período de trevas e renascimento cultural 
Renascimento 
• Primeira mineração na América 
• Primeiro uso de bombas de ar 
• “De Re Metallica”, Agricola 1556 
• Primeira utilização de explosivos: Hungria 
• Primeira escola de minas: Joachimstal, 
Tchecoslováquia 1716 
Idade do Aço 
• Revolução industrial : 1780 
• Tecnologia actual 
CONCEITO 
Minerar: é arte de extrair economicamente bens minerais da 
crosta terrestre, utilizando técnicas adequadas a cada situação. 
Extrair economicamente significa que todos os bens minerais 
implicam na existência de procedimentos e aproveitamento com 
lucro das riquezas minerais existentes na natureza. 
A utilização de técnicas adequadas ao meio ambiente implica na 
manutenção da qualidade ambiental do local e, em menos 
dispêndio de recursos a serem gastos na recuperação das áreas 
lavradas no futuro. 
A importância da mineração para a humanidade remonta de 
milhares de anos atrás: 
Quando os recursos minerais eram utilizados para a confecção 
de ferramentas para a caça e pesca, com a finalidade de se 
alimentar, e armas para a guerra; ornamentos e decoração 
através de pedras preciosas; moeda (ouro, prata e bronze) para a 
compra de alimentos e utensílios; 
A IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS MINERAIS PARA A 
HUMANIDADE 
Assim como a agricultura, a mineração é uma das primeiras 
indústrias básicas da civilização, sendo a agricultura, a primeira, e a 
mineração, a segunda actividade da espécie humana. 
 
Energia (carvão mineral e petróleo) para a iluminação 
e combustível para automóveis e geração de energia 
eléctrica; e mais recentemente, energia nuclear gerada 
por minerais radioactivos para a geração de energia e 
armas nucleares. 
Um bom exemplo da importância dos recursos minerais do nosso 
quotidiano é uma casa, onde todos os utensílios que a compõem 
provêm dos recursos minerais. 
Figura 1: Exemplo da importância da mineração para sociedade (Fonte: UNESP, 1999) 
ELEMENTOS DA MINERAÇÃO 
Mina – é a escavação feita no subsolo para a extracção de bens 
minerais; 
 
 
A existência de termos, expressões únicas para a mineração a 
caracteriza como uma técnica. Estes termos serão descritos a 
seguir: 
 
Cava – é a escavação a céu aberto em forma de um enorme 
buraco, com bancadas (degraus) descendentes para a extracção 
de bens minerais; 
Engenharia de Minas – é a arte e ciência aplicada aos processos 
de mineração e operações de mina. Esta, quando acompanhada 
do geólogo, desenvolve e extraí um depósito mineral; 
Mineral – é uma ocorrência mineral de substância usualmente 
inorgânica, tendo uma composição química definida e 
características físicas distintas; 
 
Rocha encaixante – rocha que circunda o corpo de minério, 
geralmente é parcialmente extraída para permitir a lavra do 
minério; 
Rocha – é um agregado de minerais; 
Minério – conjunto de minerais encontrados na natureza, onde pelo 
menos um dos minerais presentes tem utilidade e valor suficiente 
para ser extraído com lucro; 
Ex: piroxeno + feldspato + magnetite = gabro (minério de ferro) 
Relação estéril/minério – relação mássica entre a quantidade 
total de estéreis e a quantidade total de minério extraído (ex. 3:1) 
Estéril ou ganga – é o mineral sem nenhuma utilidade ou valor 
agregado quando minerado e, é proveniente das operações de 
lavra; 
Rejeito – é o mineral que sofreu processo físicos ou químicos e que 
não tem valor agregado e, é proveniente do processamento 
mineral; 
Depósito Mineral – é a ocorrência geológica de minerais em formas 
relativamente concentradas 
Jazida Mineral – é a concentração comprovada de minerais que 
pode ser extraída com lucro. 
Figura 1 – Filão e seus componentes 
 Fonte:Mário Tavares de Oliveira Cavalcanti Neto e Alexandre Magno Rocha da 
Rocha 
Jazidas não metálicas – minério extraído apenas por suas 
propriedades físicas (argilas, rochas ornamentais, pedras 
preciosas); 
Jazidas metálicas – minério extraído para a recuperação de um 
elemento químico presente (magnetite/ferro, esfalerite/zinco); 
 
Lavra – conjunto de operações necessárias à extracção industrial 
de substancias minerais ou fosseis da jazida. Ela pode ser: 
A céu aberto – operações realizadas na superfície; 
A céu aberto – operações realizadas na superfície; 
Subterrânea – operações realizadas abaixo da superfície 
Submersa – operações realizadas no fundo de um lago, mar ou 
no oceano. 
Fazer Ciência não lhe fará ser 
uma pessoa melhor... 
...mas mesmo assim você poderá 
ser feliz, se souber como agir! 
20 
Obrigado! 
njemuce@ispt.ac.mz 
nevesjemuce@gmail.com 
21 
FASES DE MINERAÇÃO 
A mineração compreende cinco fases que estão interligadas 
entre si e são caracterizadas a seguir: 
 
A mineração envolve procedimentos que vão desde a procura e 
descoberta de evidências de ocorrências minerais com possível 
interesse económico, até o reconhecimento do seu tamanho, forma e 
valor económico. 
Prospecção – é a fase da procura do bem mineral, visando definir 
áreas com indícios de ocorrência mineral; 
Exploração – é a fase de estudo de uma ocorrência mineral 
descoberta; é empreendida para se conhecer o seu tamanho, forma, 
teor e valor económico associado a esta ocorrência; 
Desenvolvimento – é a fase de preparação e traçado de uma jazida 
mineral já estudada e provada, tendo como a finalidade a sua 
preparação para a futura lavra; 
Recuperação Ambiental – é a fase de verdadeiros trabalhos de 
preparação para a devolução das terras degradadas pela mineração 
à comunidade ou ao governo ou a particulares. 
Lavra – é a fase de verdadeiro aproveitamento económico e 
industrial da jazida, isto é, são conjuntos de trabalhos de desmonte, 
extracção e beneficiamento mineral, visando as operações à 
manutenção e segurança destes serviços; 
Com estas fases fecha-se o ciclo da mineração com responsabilidade 
ambiental, passando a mineração a ser encarada como uma 
actividade meio e não como actividade fim como era no passado. 
TERMINOLOGIA 
Tipos de Jazigo 
Veios, filões 
Camadas (ex. jazida de carvão) 
Maciços 
Lentes ou Bolsões 
 
Disseminações 
Elementos Geométricos de um jazigo 
Direcção, Ex: o corpo pegmatitico de Marropino 
Figura 6 : Exemplo indicando a direccao do crpo pegmatitico HAMC - Marropino 
Fonte: HAMC – 2008 
Extensão 
Mergulho ou Inclinação 
Lavra: operações necessárias ao aproveitamento industrial de 
um jazigo 
Potência 
Profundidade 
Extensão em Profundidade. 
Perfuração e desmonte de rocha; 
Sustentação das aberturas; 
 
Carregamento e Transporte (minério e estéril); 
Depósito de Estéril; 
Mapeamento Geológico; 
Suprimento de Energia Eléctrica, Ar comprimido e Água; 
 
Transporte de Pessoal e Materiais; 
Levantamento Topográfico; 
Drenagem da Água, e 
Ventilação, Climatização e Controle de Medidas Ambientais. 
Formas principais de acesso 
Poço 
 Vertical ou 
 Inclinado 
Rampa 
Túnel 
Figura 5 : Exemplo de mineracao indicando varias formas de acesso. 
Factores Condicionantes à Escolha de um Modo de Lavra 
O jazigo e o Maciço Rochoso Adjacente 
Topografia ( relevo da região); 
Tipo de Depósito 
 
oVeio 
oMaciço 
oCamada (ex: jazida de carvãoda bacia de Moatize) 
 
Extensão - Tamanho do corpo mineral; 
 
Potência - Espessura relativa do capeamento e do minério; 
Características Geomecânicas do maciço rochoso; 
Mergulho ou Inclinação (determina o uso da gravidade nas 
operações); 
Profundidade; 
Forma (Regular ou Irregular; 
Factor Tempo – a razão tensão X deformação em rochas 
expostas modificam-se com o tempo, com a alteração e 
oxidação das rochas, tornando-as menos resistentes; 
Valor Unitário do Produto; 
Variabilidades dos Teores dos depósitos 
Parâmetros Económicos 
Capital disponível. 
Escala de Produção (reservas/mercado) 
Custo de Produção 
Receitas 
Fluxo de Caixa 
oIniciais – todo o desembolso realizado antes de qualquer receita 
(pesquisa, avaliação de reservas, desenvolvimento, projecto, 
instalações de apoio. 
oDisponibilidade de mão-de-obra especializada; 
oCusto relativo entre lavra subterrânea e a céu aberto; 
oCustos de desenvolvimento; 
oEquipamentos; 
oCombustível/Energia Eléctrica; 
Custos Operacionais 
oFuturos – desembolso devido a aumento de produção, substituição 
ou aumento da frota. 
oLubrificantes; 
oPneus; 
oManutenção e Desgaste de Peças; 
 
 
oFerramentas de Perfuração; 
oExplosivos, e 
oMateriais Diversos. 
 
Segurança, Conforto e Higiene e Legislação Pertinente. 
Condições climáticas; 
Ventilação, Climatização e 
 Controle de Medidas Ambientais 
Obrigado! 
njemuce@ispt.ac.mz 
nevesjemuce@gmail.com 
38 
O desmonte do minério/rocha 
Esta operação pode ocorrer de forma: 
 
Manual 
Os desmontes manuais são utilizados por garimpeiros em serviços de 
exploração artesanal. 
O termo Desmonte de Minerio/Rocha se refere a um conjunto de 
operações que visam o arranque do material rochoso. 
Hidráulico 
Mais comumente utilizado por garimpeiros que utilizam bombas 
para bombear através de jato água sob pressão em barrancos para 
efectuar o arranque de material. 
Mecânico 
O Mecânico utiliza máquinas (retro-escavadeiras por exemplo) 
para desmontar materiais brandos (de fácil desagregação). 
Figura 6 : Exemplo indicando a direccao do 
crpo pegmatitico HAMC - Marropino 
Fonte: HAMC – 2008 
Explosivos 
Já o desmonte a explosivo é o mais amplamente utilizado por 
empresas de mineração que trabalham com rochas duras. 
Figuras : Exemplo indicando a Explosivos a Granel e Encartuchados 
 Perfuração 
Acção perfurante dada for forças de penetração e rotação. 
Figuras 3 e 4: Exemplos indicando o 
equipamento de furação (jumbo). 
Fonte: Mina Matagami - Xstrata 
Zinc – Canada, 2012 
Figura: Carregamento pneumático do anfo 
Mina Velha / Nova Lima - MG 
 Carregamento dos furos 
Significa o enchimento de furos por explosivos. 
Figura: Detalhe da perfuração utilizada 
na Mina Velha / Nova Lima - MG 
CICLO DE PERFURAÇÃO E DESMONTE 
MODOS DE LAVRA 
Relativamente ao modo de escavação, as minas podem dividir-se 
em dois tipos principais: 
 Minas Subterrâneas, e 
 Minas a Céu Aberto. 
 
A escolha do método de lavra depende em grande parte da 
localização e forma do depósito mineral, devendo ser escolhido o 
método mais seguro e ao mesmo tempo mais económico. 
A opção de lavrar (minerar) a céu aberto ou subterrânea, depende 
de se ultrapassar ou não a relação de mineração limite, ou seja, a 
relação estéril/ minério limite, que se expressa em massa ou 
volume (m3/m3 ou ton/ton). 
Esta relação é um dos factores fundamentais de qualquer 
projecto de lavra mineira, bem como os denominados de teores 
de corte – para o mesmo jazigo haverá teores de corte diferente 
pelos dois modos de lavra, admitindo como tecnicamente viáveis. 
O TEOR é uma relação entre a quantidade de mineral - minério 
e minério, ou seja, T = MM / M, onde MM= Mineral-Minério, 
M=Minério e T = Teor (se o teor é dado em percentagem 
multiplica-se o resultado por 100). 
As unidades de teor mais utilizadas em Pesquisa Mineral são: %, 
g/ton, ppm, ppb, Kg/ton. 
O CUT-OFF ou TEOR DE CORTE é o teor mínimo da substância 
útil que permite a sua extração econômica ou é o teor abaixo do qual 
o minério já não será explorado economicamente, enquanto o TEOR 
CRÍTICO é o teor limite entre Lucro e Prejuízo de uma actividade 
económica de mineração. 
Obviamente que esses conceitos variam em função do preço de 
mercado do bem mineral. 
Teor Limite = É o menor teor que se pode misturar (BLENDAGEM) 
com o teor de uma camada que está sendo desmontada, de tal forma 
que, dessa mistura a média seja coincidente com o teor de corte. 
Sumariamente, a opção do modo de lavra de um jazigo é levado a 
cabo pela análise de seguintes expressões analíticas: 
 
Expressões analíticas 
 
Opções 
 
1. CMs > CMca + R*Ce 
 
Lavra a céu aberto 
 
2. CMs = CMca + R* Ce 
 
Indiferente 
 
3. CMs < CMca + R* Ce 
 
Lavra Subterrânea 
Onde: 
CMs - é o custo de lavra subterrânea de uma tonelada do minério, 
incluindo os custos operacionais de desmonte, de carregamento, de 
transporte a usina ( planta de processamento) do minério. 
Ce - é o custo de lavra só do estéril, também incluindo o seu 
desmonte, carregamento e transporte até as entulheira (pilhas) ou 
bota fora. 
Cmca - é o custo de lavra a céu aberto de uma tonelada de minério 
incluindo os custos das mesmas operações. 
R - relação estéril/ minério, que representa o numero de unidades de 
estéril a remover para cada unidade de minério a obter. 
Aqui, a condição limite e obtida pela relação (2), denominada relação 
de mineração limite (RML): 
RML= CMs/Ce e RML= CMca/Ce 
CMs = CLs e Cmca = CLca 
RML= CMs - CMca/Ce 
Lavra de Mina Subterrânea 
É aquela realizada em profundidade e sem contacto com o ar livre. 
Esta pode ser iniciada após a exaustão de condições técnicas de 
engenharia para o prosseguimento de uma Lavra a Céu Aberto, 
simultaneamente à Lavra a Céu Aberto, ou exclusivamente por 
acessos subterrâneos. 
Galeria é um acesso subterrâneo horizontalizado, ou seja, com um 
pequeno ângulo de inclinação ascendente em direção à frente de 
lavra. Essa inclinação varia desde 1º até no máximo 5º com o 
objetivo de fazer escoar as águas para fora da galeria. 
As chaminés são aberturas subterrâneas, geralmente de pequena 
dimensão, que têm como objetivo a ventilação, acesso de pessoal e 
equipamentos etc. 
Se o acesso subterrâneo tem inclinação maior que 5º e menor que 90º 
é conhecido como Inclinado e, se tem 90º é denominado Shaft. 
Podem ser realizadas aberturas subterrâneas de Galeria, Shaft, 
Inclinado e/ou Chaminé. 
O Eixo da Galeria é a intersepção entre um plano vertical de 
direcção coincidente com a direcção da galeria e a frente desta. Já a 
Linha de Grade é a intersepção entre um plano de inclinação suave e 
a frente da galeria. Ambos os planos devem cortar o mais próximo 
possível o centro da galeria 
 Os elementos topográficos de uma Galeria são basicamente: o Eixo 
da Galeria e a Linha de Grade. 
A Rampa é um termo empregado para acessos subterrâneos de 
inclinação menor que 45º e que tem como principal função o 
transporte de material. 
 Cabeceira - galerias desenvolvidas paralelamente ao corpo 
de minério e Travessa para as galerias desenvolvidas 
transversalmente ao corpo de minério. 
A Lavra Subterrânea pode ser realizada por um dos seguintes 
métodos: 
ALARGAMENTO AUTO-SUPORTANTES - Alargamentos 
mantidos abertos por escoramentos mecânicos ou da própria rocha 
(manutenção da escavação); 
oCâmaras e Pilares ( Room and Pillar) 
oLavra por Sub- Níveis (Sublevel Stoping) 
oAlargamentos Esteiados (Stull Stoping) 
oAlargamentos Abertos (Open Stoping) 
ALARGAMENTOS SUPORTADOS - Enchimento com estéril das 
escavações executadas, depois de mineradas (retirada do minério); 
oCorte e Enchimento ( Cut and Fill) 
oLavra com Estruturas Rectangulares (Square Stoping) 
oLong Wall 
oShort Wall 
oAbatimento por Tiras (Top Striping)ALARGAMENTOS SUPORTADOS - Enchimento com estéril das 
escavações executadas, depois de mineradas (retirada do minério); 
oCorte e Enchimento ( Cut and Fill) 
oLavra com Estruturas Rectangulares (Square Stoping) 
oLong Wall 
oShort Wall 
oAbatimento por Tiras (Top Striping) 
Figura: Exemplos 
indicando o metodo 
de corte e 
enchimento 
oAbatimento por Subníveis (Sublevel Caving) 
oAbatimento em Blocos (Block Caving) 
 ALARGAMENTOS ABATIDOS - Abatimento controlado das 
escavações quando da extracção do minério. 
Mineração a Céu Aberto ou “Open Pit” são escavações realizadas 
para a exploração do minério ao ar livre. 
Dependendo das condições topográficas do terreno, onde a 
profundidade máxima da cava dependerá directamente do teor e da 
relação estéril/minério. 
Os Serviços Mineiros a Céu Aberto são desenvolvidos segundo 
método de bancadas em cava ou encostas. 
 Lavra de Mina a Céu Aberto 
Como também, as dimensões das plataformas de trabalho 
dependerão da produção e da conveniência dos equipamentos. 
 Lavra de Mina a Céu Aberto 
Figura: Equipamento de grande porte de mina a ceu aberto). 
A altura dos degraus não deve ultrapassar 15 m, mas na 
configuração final, antes de se iniciarem os trabalhos de recuperação 
paisagística, esta não deve ultrapassar os 10 m; 
Na base de cada bancada deve existir um patamar, com, pelo menos, 
2 m de largura, para permitir, com segurança, a execução dos 
trabalhos e a circulação dos trabalhadores, não podendo na 
configuração final esta largura ser inferior a 3 m, tendo em vista os 
trabalhos de recuperação; 
Os trabalhos de arranque num degrau só devem ser retomados 
depois de retirados os escombros provenientes do arranque anterior, 
de forma a deixar limpos os pisos que os servem; 
 Nas explorações a céu aberto a dimensão das Bancadas (ou 
degraus) deve garantir a execução das manobras com segurança, 
obedecendo às seguintes condições: 
 Relação entre o porte da máquina de carregamento e a altura da 
frente não inferior a 1. 
Figura: Exemplos indicando os 
elementos de mina a ceu aberto). 
Elementos usados na Mineração a Céu Aberto 
Bancada - é a camada de rocha que tem a forma de escadaria. 
Geralmente a altura da bancada em minas a céu aberto varia de 5 a 
15m em intervalos largo podendo atingir até 20-30m. 
Praça- é a superfície que limita na parte inferior e superior. 
Altura da bancada - é a distância vertical entre as duas (2) praças 
sucessivas. 
Berma de transporte - é a praça da bancada onde são montados as 
vias de transporte e comunicação. O seu tamanho depende do tipo de 
transporte e a intensidade do tráfego. 
Área laboral - é a área da bancada onde se encontra a 
maquinaria de desmonte. A sua largura é de 2 a 4 vezes maior 
que a altura da bancada. 
Berma - é a praça de pequena largura na qual não se faz nenhum 
trabalho. 
Talude da bancada - é a superfície inclinada que limita a declive 
natural do maciço. 
Dobra - é a linha de intersecção do talude da bancada com a sua 
praça superior e inferior. 
Ângulo da bancada - é o ângulo entre o talude da bancada e o plano 
horizontal. 
No seu planeamento é necessário considerar os seguintes elementos, 
segundo a Legislação Mineira em vigor em Moçambique: 
altura das frentes de desmonte (degraus), 
 largura das bases dos degraus, 
Diagramas de fogo (caso existam), 
situação das máquinas de desmonte em relação à frente e as 
condições da sua deslocação; 
condições de circulação das máquinas de carregamento; 
perfuração e transporte; 
condições de circulação dos trabalhadores; 
configuração da escavação durante os trabalhos e no final dos 
mesmos, devendo-se ter em conta a estabilidade das frentes e 
taludes e local de deposição de eventuais escombros e terras de 
cobertura, área e forma a ocupar por estes. 
A cada desmonte deve ser procedida uma actualização da topografia 
e da Geologia (mapeamento geológico e amostragens) para, entre 
outras razões, se obter uma medição do Avanço. 
A furação para colocação de explosivos é realizada na Praça segundo 
um Plano de Fogo pré estabelecido pela engenharia. 
Figura: Exemplo indicando 
elementos de uma bancada . 
Quantidade de material desmontado, cálculo da relação minério / 
estéril, prosseguir com a geometrização da Jazida, controle de 
qualidade do minério lavrado etc. 
O Avanço é a medida linear da Frente de Lavra (ou 
Desenvolvimento) entre dois Desmontes consecutivos. 
Fig. Elementos do plano de fogo :α 
= Inclinação do Furo; T = Tampão; 
CC = Carga de Coluna; CF = Carga 
de Fundo; H = Altura da Bancada; H1 
= Comprimento do Furo; E = 
Espaçamento; V = Afastamento; Sp = 
Subperfuração. 
Vantagens da lavra à Cèu Aberto sobre a lavra Subterrânea 
Menor custo de produção de uma tonelada de minério: escavado o 
capeamento, não exige outros custos como: a ventilação; a entivação, 
a iluminação, etc. 
 
Maior facilidade de supervisão da mina; 
 
Permite o uso eficiente e racional de explosivos; 
Permite maior produção com o emprego de grandes equipamentos. 
Redução de riscos, etc. 
Fig. Ilustra a Mina Alegria de minerio de ferro (hematita), 
Complexo Mariana – Brasil, 2017 
Requer grandes movimentações do material capeante; 
Expõe os trabalhadores as inclemências do tempo (clima), 
dependências do tempo, etc. 
Imobiliza extensas áreas superficiais, com enormes impactos 
visuais e paisagísticos; 
Desvantagens da lavra à Cèu Aberto sobre a lavra Subterrânea 
 
Limita a lavra as profundidades moderadas, etc. 
Fig. Ilustra a remoção de grandes massas rochosas 
na mina de Marropino – Zambézia, 2008 
Obrigado! 
njemuce@ispt.ac.mz 
nevesjemuce@gmail.com 
72 
BENEFICIAMENTO DE MINÉRIO 
Compreende as operações que se aplicam aos bens minerais para 
modificar as suas condições de composição ou de forma necessária 
ao seu uso, não mudando a composição química.(UNESP, 1999) 
Secundária: 
Britador de impacto 
 Britador de rolo dentado 
 Primária: 
 Britador de mandíbulas 
Britador giratório 
O beneficiamento de minério é dividido nas seguintes etapas: 
BRITAGEM 
Britadores de mandíbulas 
----------------------------- 
São relativamente simples mecanicamente 
Britadores giratórios 
Terciária: 
 Rebritadores 
 Primária: 
Moinhos de barras (grosso) 
 Terciária: 
Moinhos Autógenos e Semi-autógenos 
Secundária: 
Moinhos de bolas (fino) 
MOAGEM: 
Fig 13 Representa os componentes do moinho tubular 
 Fonte: Apostila de Cominuição, SENAI 
Movimentação do Moinho 
Estes moinhos são constituídos de uma carcaça cilíndrica de 
ferro, revestida internamente com placas de aço ou borracha, 
que gira sobre mancais e contém no interior uma carga solta de 
barras e bolas de ferro ou aço. 
Fig 14: Representa a 
Comonentes do Moinho 
Tubular 
Fonte: Apostila de 
Cominuição, SENAI 
Descarga do Moinho 
Os moinhos de barras são classificados de acordo com a 
natureza de sua descarga: 
Moinho de barras com descarga no 
extremo oposto a alimentação Moinho de barras com descarga 
periferica central 
Moinho de barras com descarga por 
transbordo (overflow) 
Os moinhos industriais possuem diversos furos na carcaça para 
parafusar o revestimento do cilindro. 
As bolas são fabricadas de aço forjado ou fundido, ou de ferro 
fundido ligado. 
A qualidade depende muito do tratamento térmico e varia 
muito entre os vários fornecedores. 
Os moinhos de bolas também são classificados pela natureza da 
descarga 
Descargas de moinhos de bolas 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Por Peneiras 
Crivo: é uma superfície com muitas aberturas de dimensões que 
se encontram nessa superfície, vai atravessar (passantes ou seja 
serem retidos) nas superfícies. 
Peneiramento: consiste passar uma amostra de material com peso 
conhecido sucessivamente através de peneiras cada vez mais finas, 
na passagem da quantidade retida em cada e na determinaçãoda 
percentagem em peso de cada fracção retida. As peneiras são 
agitadas, para expor todas partículas às aberturas. 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Por Peneiras 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Classificadores mecânicos - Hidrociclones 
Overflow - partículas finas  concentrado 
Underflow - partículas grossas  moinho de bola 
CONCENTRAÇÃO: 
 
Gravimétrica - está baseada nas diferenças de densidade dos 
materiais ou minerio (polpa). 
 
Separação Magnética - aproveita-se a susceptibilidade magnética 
entre uma substância e outra. 
 
Flutuação: Células de flotação - baseada nas propriedades 
superficiais das partículas minerais, fundamentos físico-químicos. 
Desaguamento: 
Espessamento - espessadores: 
overflow (água) 
 underflow (sólido) 
Finalidade do tratamento de minério 
Tornar utilizável o minério bruto que de imediato não era 
aproveitável; 
Eliminar o estéril para tornar barato o frete; 
Concentrar os úteis para serem aproveitáveis em processos 
metalúrgicos; 
Os principais resíduos sólidos são gerados pela lavra (Estéril de 
mina) e; 
Beneficiamento de minérios (Rejeitos de beneficiamento) 
Rejeitos do Beneficiamento: 
É todo o resíduo sólido oriundo das operações de tratamento dos minerais. 
A grande maioria dos processos de beneficiamento é por via húmida 
resultando em rejeitos em forma de polpa, 
constituindo-se por tanto, numa fracção sólida e outra aquosa. 
Estéril de Mina: 
 Corresponde ao material desmontado e removido durante a lavra; 
Contendo rochas encaixantes e minério de baixo teor, 
Não apresentando valor econômico associado. 
RESÍDUOS SÓLIDOS EM MINERAÇÃO 
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IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA MINERAÇÃO 
 
A biota; 
A saúde, segurança e o bem estar da população; 
Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das 
propriedades físicas, químicas e biológicas sobre o meio ambiente, 
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantes das 
actividades humanas que directa ou indirectamente afetam: 
As actividades sociais e económicas; 
As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
A qualidade dos recursos ambientais. 
CONCEITOS 
Degradação Ambiental é quando a vegetação nativa, a fauna e a 
camada fértil do solo são destruídas, removidas ou expulsas e a 
qualidade dos rios, lagos, etc. são alterados. 
Figura : Exemplo a Retirada da 
terra vegetal ou material capeante 
http://www.crm.rs.gov.br/upload/HD_20120806111626retirada_da_terra_vegetal.jpg
Figura : Exemplo a Retirada da Material (solos) na Vale e Minas Moatize 
Recuperação Ambiental (reclamation) é a estabilização de áreas 
degradadas para posterior utilização de acordo com um plano pré-
estabelecido. 
Figura : Áreas Recuperadas após serem mineradas 
Preservações ambientais, 
Habitacionais, industriais e comerciais, 
Recreação, lazer, piscicultura, reflorestamento, pastagem, etc. 
 Reabilitação Ambiental é a atribuição à área degradada de um 
novo uso tais como: 
Figura : Áreas degradadas hoje recobertas de vegetação 
Passivo Ambiental é a descrição do acúmulo de danos 
ambientais que deve ser reparado afim de que seja mantida a 
qualidade ambiental de um determinado local. 
Poluição Ambiental é aquela que resulta de actividades que, 
directa ou indirectamente, prejudicam a saúde, a segurança e o bem 
estar da população, criando condições adversas ás actividades sociais 
económicas por actividades causadoras de degradação ambiental. 
Poluidor é toda pessoa ou empresa, pública ou privada, 
responsáveis por actividades causadoras da degradação ambiental 
A poluição ocorre, sobre a biosfera, através de actividades humanas 
de duas maneiras: 
 
Liberação de resíduos tóxicos que ataquem os tecidos dos seres 
vivos, por absoluta falta de um melhor destino para os materiais 
poluentes. Ex. lixo radioativo, metais pesados, etc. 
Pelo próprio homem através da superpopulação onde se acumulam 
resíduos metabólicos (gás carbônico, esgotos, etc.). Ex. grandes 
cidades sem infra-estrutura de saneamento, etc.. 
IMPACTOS VISUAIS E FORMAS DE CONTROLE 
São alterações paisagísticas causadas pela implantação de uma 
mineração em uma área onde se explora uma jazida mineral 
Ex. : 
Remoção da cobertura vegetal, do capeamento e da abertura de 
frentes de lavra a céu aberto; 
Implantação de infra-estrutura (alojamento, oficinas, escritório, 
etc.); 
Disposição de resíduos sólidos e aquosos. 
O controle do impacto visual pode ser feito através de: 
Cortinas arbóreas que confinam a região explorada, protegendo o 
meio ambiente dos poluentes relativos a poeira e ruídos, melhorando 
a paisagem visual; 
Bancadas que quando recobertas com vegetação diminuem a 
agressividade da área que está sendo minerada; 
 
Preparo da superfície do solo para receber a vegetação; 
Paisagismo que tenta restabelecer a paisagem típica da região 
como era antes ou dar outro uso à terra. 
Impactos pela poluição do ar e formas de controle 
Este é definido pala presença ou lançamento na atmosfera de 
substâncias em concentração suficiente para intervir directa ou 
indirectamente na saúde, na segurança e no bem estar humano. 
Ex.: 
Fontes fixas de poluição do ar: 
Chaminés de fábricas; 
Britagem e moagem de minérios. 
Fontes móveis: 
Movimento dos camiões, escavadeiras na mina 
Poeira nas pilhas de estocagem 
Aspersão de água nos britadores, frentes de lavra, estradas de 
circulação de veículos, etc. 
Revegetação; 
Controle de detonação. 
Nitratos provenientes de explosivos não detonados; 
Sólidos em suspensão na água que diminui a sua claridade e reduz a 
transmissão de luz e quantidade de oxigênio dissolvido na mesma. 
Impacto pela poluição da águas e formas de controle 
 
 As principais fontes de poluição das águas são: 
As formas de controle da poluição do ar: 
Oficinas de equipamento (tractores, camiões, etc.) pela liberação de 
óleos ou detergentes; 
Tratamentos inadequados do ouro com mercúrio e cianetos; 
Figura : Depósito de Rejeito na Mina de Marropino, Zambézia 
Além da poluição por lama, muitas minerações provocam 
poluição de natureza química, que se dissolvem na água usada no 
tratamento do minério ou na água que passa pela área de 
mineração, contaminando os aquíferos e os cursos de água. 
Contaminação do aquífero por material 
carbonático 
Contaminação por cobre 
O controle da poluição nos cursos de água pode ser efectivado com 
drenagens convenientes (desvio da água das frentes de lavra), 
 Outros Impactos: 
 
Impactos no solo 
 Impactos causados pelos resíduos sólidos de mineração 
Impactos relativos a ruídos e vibrações 
 O controle da erosão (compactação do solo), o replantio de 
vegetação e humedecimento da vegetação, além da recirculação da 
água utilizada no tratamento mineral. 
 
 
 Em minerações subterrâneas pode ser necessário modificar o curso natural de um 
lençol freático para alcançar locais no subsolo onde se encontra o minério. Com o 
desvio, rios que se alimentavam do lençol podem sofrer uma redução no volume 
de água ou até mesmo secarem. 
Subsidência causada pelo rebaixamento do lençol freático. 
Empresa Votorantim (Vazante-MG) 
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