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1 - ESCOLHA DO MÉTODO DE LAVRA

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ESCOLHA DO MÉTODO DE LAVRA 
A escolha do método de lavra é uma das decisões mais importantes que são tomadas 
durante o estudo de viabilidade econômica. Na fase de planejamento, a seleção é 
baseada em critérios geológico, social, geográfico e ambiental, todavia as condições de 
segurança e higiene devem ser garantidas durante toda a vida útil da mina. Os aspectos 
relativos à estabilidade da mina, à recuperação do minério e à produtividade máxima 
também devem ser considerados. 
A seleção do método de lavra é um dos principais elementos em qualquer análise 
econômica de uma mina e sua escolha permite o desenvolvimento da operação. Numa 
etapa de maior detalhe, pode constituir-se como fator preponderante para uma resposta 
positiva do projeto. A seleção imprópria tem efeitos negativos na viabilidade da mina. 
A mineração é uma atividade que é praticada em todo mundo e as técnicas de extração 
empregadas estão em constante evolução. Os métodos são limitados pela 
disponibilidade e desenvolvimento dos equipamentos e, como todos os fatores que 
influenciam em sua seleção, devem ser avaliados levando-se em conta os aspectos 
tecnológico, social, econômico e político; a escolha do método de lavra pode ser 
considerada tanto uma arte como uma ciência. 
Comumente o método de lavra é designado como sendo a técnica de extração do 
material. Isso define a importância de sua seleção, já que todo o projeto é elaborado em 
torno da técnica utilizada para lavrar o depósito. Os trabalhos de infra-estrutura estão 
diretamente relacionados com o método. Embora possam ocorrer modificações durante 
os serviços de lavra, implicando custos adicionais, essas alterações, geralmente, não 
produzirão um projeto ótimo em termos de eficiência operacional, porém, caso seja 
imperioso essa mudança, será preciso estabelecer um método que possua maior 
flexibilidade em termos de variações na técnica de extração. O emprego do termo "técnica 
de extração" reflete os aspectos técnicos da seleção do método, que é parte fundamental 
da análise, dimensionamento dos equipamentos, disposição das aberturas e seqüência 
de lavra. 
A maioria das minas utiliza mais de um método de lavra na sua operação. Um dado 
método pode ser mais apropriado para uma zona do depósito, todavia em outras partes 
seu emprego pode não ser a melhor opção. 
Selecionado o método, este deve ser seguro e produzir condições adequadas para os 
funcionários, fomentar a redução dos impactos causados ao meio ambiente, permitir 
condições de estabilidade durante a vida útil da mina, ser flexível adaptando às diversas 
condições geológicas e à infra-estrutura disponível, permitindo atingir a máxima 
produtividade reduzindo o custo unitário. 
As características físicas do depósito limitam as possibilidades de aplicação de alguns 
métodos de lavra. A profundidade e a extensão do capeamento fornecem uma indicação 
preliminar sobre a aplicabilidade de técnicas de lavra a céu aberto. 
O mergulho do corpo é um fator importante que influencia tanto na seleção do método 
como na escolha dos equipamentos, podendo ser definidos como suave (horizontal a 
20º), médio (20º a 50º) e íngreme (50º a vertical). 
A espessura do depósito e a sua forma também permitem a exclusão de determinados 
métodos. Os depósitos são classificados como estreito (<10m), intermediário (10 a 30 m), 
espesso (30 a 100 m) e muito espesso (>100m) (Nicholas, 1968). 
Além do condicionamento da escolha do método pelo teor do minério e sua distribuição 
espacial, tem-se ainda considerações sobre as águas superficiais e subterrâneas, quanto 
às formas de drenagem e bombeamento; considerações geotécnicas sobre o maciço 
rochoso relacionadas às propriedades permeabilidade, deformabilidade, resistência etc., 
aliadas as características da geologia estrutural que procurará determinar feições 
estruturais (falhas, dobras, diques etc.), devendo todas elas ser consideradas no estágio 
preliminar do projeto. 
Outras considerações como estabilidade política do País, questões sociais e geográficas 
podem influenciar diretamente na escolha do método. Um exemplo disto é que a 
mineração em regiões remotas raramente desperta o interesse de operários qualificados 
e sua permanência no local, além da influência direta nos custos e na produtividade, 
afetando a escala de produção, já que ela depende do desenvolvimento tecnológico, pois 
uma operação em grande escala exige infra-estrutura adicional, enquanto que uma 
operação de pequena escala pode ser feita por um programa sazonal. 
Os critérios básicos para definição dos custos de cada método devem ser de forma 
tradicional através da apropriação de seus componentes individuais, baseando-se em 
mais de um critério de avaliação econômica, levando-se em conta, também, a situação 
financeira da empresa, pois se trata reconhecidamente de uma atividade que está sujeita 
a riscos elevados. 
 
TIPOS DE MÉTODO DE LAVRA 
A metodologia adotada em um determinado jazimento é aquela que apresenta o menor 
custo unitário, considerando-se todos os condicionantes operacionais. Embora seja 
possível destacar os métodos de lavra a céu aberto e subterrânea como principais, tem-
se ainda a garimpagem e a dragagem. Provavelmente existem mais de trezentas 
variações dos métodos tradicionais. A definição entre os métodos a céu aberto ou 
subterrâneo se baseia sobre o critério econômico. 
Os tipos de método de lavra mais comuns, podem ser: 
1. A céu aberto: método de bancos em cava ou encostas dependente das 
condições topográficas do terreno, onde a profundidade máxima da cava 
dependerá diretamente do teor e da relação estéril/minério, como também, as 
dimensões das plataformas de trabalho dependerão da produção e da 
conveniência dos equipamentos; 
 
2. Subterrânea: lavra desenvolvida no subsolo em função de dois condicionantes, 
um é a geometria do corpo (inclinação e espessura) e o outro são as 
características de resistência e estabilidade dos maciços que constituem o minério 
e suas encaixantes. As variações do método ocorrem sob a forma de abertura de 
poços, túneis e galerias nos maciços das encaixantes ou aplicação de métodos ou 
técnicas mais sofisticadas como realce auto-portantes (câmaras e pilares, 
subníveis e VCR – Vertical Crater Retreat); suporte das encaixantes; e abatimento 
em minas de grande porte; 
 
a) Realce auto-portantes: método que costuma exigir elevada continuidade e 
homogeneidade da qualidade do minério possuindo alta produtividade face á 
simplicidade das operações conjugadas empregadas; 
 
Câmaras e pilares: método que se presta bem á mecanização, desde que a 
espessura da camada permita a operação de equipamentos em seu interior; 
 
Subníveis: o método permite grande variação em sua aplicação, as perfurações 
podem ser descendentes, ascendentes ou radial, no Brasil é bastante empregado 
em vários locais; 
 
VCR – Vertical Crater Retreat (Recuo por Crateras Verticais): método de 
grande importância na mineração por ter permitido, pela primeira vez, a 
recuperação de pilares aumentando as recuperações na lavra. A perfuração nesse 
método é sempre feita no sentido descendente. 
 
b) Suporte das encaixantes: os mais comuns são o recalque (shirinkage) e o corte 
e enchimento (corte e aterro). Método de menor produtividade quando comparado 
com aberturas auto-portantes em condições similares. A menor produtividade se 
justifica em função dos desmonte menores, de um maior número de operações 
conjugadas e da dificuldade própria de manuseio do minério em recalque ou 
enchimento. 
 
Recalque: método que não se presta bem á mecanização, pois existe uma relação 
entre as dimensões dos equipamentos de perfuração e a espessura e inclinação 
da camada para que essa permita a operação dos equipamentos no seu interior. 
 
Corte e enchimento: método que permite lidar com variações quanto á 
continuidade e homogeneidade da qualidade do minério, provendo diluiçãoe 
recuperação aceitáveis. Quando o material de enchimento é o próprio estéril, 
configura-se o enchimento dito mecânico, que pode ser feito com ou sem adição 
de cimento; quando o material do enchimento é o rejeito do beneficiamento 
(backfill), cimentado ou não, configura-se o rejeito hidráulico. 
 
c) Abatimento: os mais comuns são o abatimento em subníveis (sublevel caving), 
por blocos (block caving) e longwall. Subníveis (sublevel caving): método de 
perfuração ascendente no qual o teto vai sendo abatido de acordo com o 
encerramento das atividades de extração das galerias; 
 
3. Dragagem: método consiste na utilização de dragas que trabalham nos leitos dos 
rios, onde a lavra é preferencialmente executada contra-corrente e normalmente 
requer o represamento do curso d'água para proporcionar condições operacionais 
à draga. A grande vantagem desse método consiste em reunir quatro operações 
em uma única, ou seja: a draga desmonta, carrega o material, transporta e 
beneficia numa única operação, permitindo a viabilidade econômica da jazida, pois 
transforma depósitos em jazidas aluvionares, aliadas a alta mecanização e alta 
produtividade horária. Geralmente são utilizadas as chamadas dragas de 
alcatruzes e de sucção. 
 
EXEMPLO DE SUBSTÂNCIAS MINERAIS E OS MÉTODOS APLICADOS NA SUA 
EXTRAÇÃO 
Feldspato: lavras a céu aberto, e subterrânea por abertura de galerias através de 
desmonte com utilização de explosivos em pegmatitos; 
Quartzo: lavras a céu aberto, subterrânea (corte e enchimento), garimpagem manual (por 
águas pluviais e catas) e desmonte hidráulico com posterior catação manual; 
Mica: lavras a céu aberto, e subterrânea por abertura de galerias através de desmonte 
com utilização de explosivos em pegmatitos e alasquitos; 
Caulim: lavras a céu aberto, com emprego de métodos convencionais de extração como 
o uso de trator, retro-escavadeira e carregadeira frontal, e subterrânea em jazimentos de 
rochas sedimentares, pegmatíticas, graníticas, vulcânicas, anortosíticas e lentes argilo-
caulínica tipo semi-flint; 
Talco: lavra a céu aberto em bancadas, geralmente acompanhando a topografia do 
terreno; 
Argilas: lavra a céu aberto bem simplificada, sendo a extração realizada por 
trabalhadores braçais para melhor aproveitamento da jazida; 
Turmalina: lavras a céu aberto, e subterrânea por abertura de galerias através de 
desmonte com utilização de explosivos em pegmatitos; 
Ametista: lavras a céu aberto utilizando escarificadores e detonações; subterrânea por 
abertura de túneis e galerias; e garimpagem manual (por águas pluviais e/ou catas); 
Esmeralda: lavras a céu aberto; subterrânea, essencialmente, por abertura de poços, 
“túneis” e “galerias”, por vezes muito rudimentares, utilizando detonações e, 
posteriormente, escavações manuais para extração dos cristais; e garimpagem manual 
(por águas pluviais, fluviais e catas); 
Diamante: garimpagem manual (por águas pluviais, fluviais e catas) e/ou mecanizada 
(desmontes hidráulico e hidráulico em leitos submersos), e dragagem; 
Ouro: lavras a céu aberto; subterrânea através da abertura de túneis e galerias e pelos 
métodos realce auto-portantes a exceção do VCR, suporte das encaixantes e abatimento; 
garimpagem manual (por águas pluviais, fluviais e catas) e mecanizada (desmontes 
hidráulico e hidráulico em leitos submersos) e dragagem; 
Agregados (brita, areia e cascalho): lavra a céu aberto, desmonte hidráulico e 
dragagem; 
Brita: lavra a céu aberto, em meia encosta, iniciando-se com a execução do plano de 
fogo para desmonte primário (perfuração + detonação por explosivos), seguindo-se, não 
necessariamente, do desmonte secundário (fogacho + rompedores hidráulicos) e 
carregamento e transporte dos fragmentos rochosos para os locais de britagem (praças 
de alimentação) ou diretamente para os britadores primários; 
Areia: lavra a céu aberto, desmonte hidráulico e dragagem, sendo quase sempre 
comercializada na forma como é extraída, passando, na maioria das vezes, apenas por 
grelhas fixas que separam as frações mais grossas (cascalho, pelotas e concreções) e 
eventuais sujeiras (matéria orgânica, folhas e troncos) e por uma simples lavagem para 
retirada de argila; 
Cascalho: subproduto das minerações de areia e brita.

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